Comunicação comparada - Aula 5

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Análise comparativa dos padrões jornalísticos e a influência dos modelos estrangeiros;

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Análise comparativa dos

padrões jornalísticos e a

influência dos modelos

estrangeiros;

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O mercado jornalístico absorveu com

alguma relutância a noção de que a

notícia é um produto, que seu

processo de produção se dá em larga

escala e que, para a sobrevivência

das empresas do ramo e do

jornalismo em geral, é necessário

atingir padrões mínimos de qualidade

na oferta dos serviços;

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No jornalismo em escala global e no

praticado em terras brasileiras,

qualidade se tornou sinônimo de

busca de excelência técnica , se

converteu em peça de marketing e em

argumento determinante para a

implantação de processos de controle

e de gestão dos processos

jornalísticos;

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Peça de marketing

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Técnica

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Ao longo da história da imprensa

brasileira é possível distinguir um

conjunto de esforços pela qualidade,

inovação e excelência, que partem

tanto de dentro das organizações

jornalísticas quanto vêm de fora delas.

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As empresas se esforçam para padronizar,

normatizar, inovar e aperfeiçoar processos e

sistemas. Iniciativas que servem de exemplo: criação

de cargos de ombudsman ou gerente de qualidade;

concepção e implementação de manuais de

redação; criação e composição de conselho de

leitores; criação de prêmios para incentivar a

competitividade interna; ações para a

profissionalização da gestão; elaboração de projetos

ou políticas editorias, e sua consequente

implantação; reformas internas nos produtos; adoção

de processos de normatização e gerenciamento;

busca de excelência técnica e inovação tecnológica;

fortalecimento e organização empresarial, por meio

de entidades associativas; ações para a expansão

de negócios pela via da diversificação

mercadológica.

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Outra direção na busca da qualidade se dá externamente à organização jornalística. Esses movimentos pela qualidade vêm de governos, organizações não-governamentais, igrejas, associações classistas, profissionais que não ocupam cargos diretivos, academia e outras instituições e atores influentes. São movimentos que reivindicam ou contribuem para o aperfeiçoamento da imprensa e de seus veículos, como se a sociedade se organizasse em busca da qualidade jornalística. Ex.: observatórios de mídia; iniciativas de análise e crítica de mídia; códigos de ética profissional; projetos de qualidade no ensino de graduação ou formação profissional; etc.

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Ultimamente as pressões contra esses tipos de casos contendo influências nos textos estão sendo analisadas pela, (Liberdade de Imprensa de 2003 - Relatório Mundial sobre Independência na Mídia) na qual classificou 115 dentre 193 países como não tendo liberdade ou tendo liberdade relativa. No entanto, uma manipulação sutil das notícias pode ocorrer mesmo em regiões que têm liberdade de imprensa.

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No mundo todo, cerca de 38 mil jornais competem pelo público leitor.

Denominado quarto poder, o jornalismo sempre aguçou a sede dos poderes instituídos, que, de forma declarada ou ofuscada, procuram controlar a sua ação. É desta maneira que foram surgindo os diferentes modelos de jornalismo, constituindo, cada um, o reflexo do regime político prevalecente na respectiva sociedade

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É inegável que existe uma estreita relação entre o regime político e o modelo de imprensa.

Autores como Hatchen ou Mcquail apresentam diferentes conceitos de jornalismo e acabam por limitar o jornalismo e os jornalistas: o modelo autoritário de jornalismo, o ocidental, o revolucionário, o comunista e, por fim, o jornalismo para o desenvolvimento.

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Jornalismo ocidental

O Modelo de Jornalismo Ocidental surgiu a partir das revoluções francesa e americana e vigora nos países democráticos capitalistas, como os Estados Unidos, o Brasil, Portugal, Espanha, Reino Unido, entre outros.

Há uma subdivisão: modelo europeu (ou modelo literário) e modelo norte-americano de jornalismo

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Este modelo de jornalismo defende

que a imprensa deve ser livre,

independente do Estado e dos outros

poderes;

A atividade jornalística é apenas

limitada pela lei, pela ética e pela

deontologia;

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Os Estados que têm uma imprensa “livre”, geralmente têm:

• Leis que protegem as liberdades individuais e os direitos de propriedade.

• Elevados níveis de rendimento econômico, alfabetização e educação.

• Existência de oposição legítima.

• Mercado publicitário capaz de gerar receitas suficientes para sustentar a imprensa.

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Aliada à ideia do modelo ocidental

está a que a democracia é benéfica

para o indivíduo e para a sociedade

em geral e que só uma população

bem informada pode participar dos

processos de tomada de decisão.

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Crítica

As ideias de imprensa “livre” e de livre acesso à imprensa foram exportadas para todo o planeta a partir do Ocidente. Porém, o fluxo de informações se faz dos países ricos para os pobres. Essa doutrina gera uma ingerência nos assuntos internos dos países´, uma imposição dos valores ocidentais e promove um “imperialismo cultural”.

Para Noam Chomsky, o modelo ocidental de jornalismo funciona como um modelo de propaganda.

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Chomsky afirma que o jornalismo ocidental na verdade funciona como um modelo de propaganda do governo e de grandes corporações por 4 fatores:

• Recrutamento, pelas empresas, de jornalistas respeitadores dos conceitos e normas internas.

• Interiorização, pelos jornalistas, das limitações impostas pelos proprietários e pelos poderes político e econômico.

• Auto-censura derivada dos mecanismos de controle.

• Dependência do índice de audiência. Existência de filtros para as notícias, que atuam com naturalidade

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Jornalismo autoritário

É determinado pelo regime político;

O jornalismo não pode ser usado para promover mudanças, criticar o governo ou governantes ou para minar as relações de poder.

É submetido aos interesses da classe dominante. Porém, não se utiliza da hegemonia, mas da coerção para manter esse domínio.

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A atividade jornalística, nesses países, é submetida ao controlo direto do Estado, através do Governo e de censuras.

Os correspondentes estrangeiros e a internet são vistos como ameaça, enquanto os jornalistas nacionais ficam sujeitos à autoridade do Estado, não havendo, em consequência, a liberdade de imprensa.

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Alguns órgãos de comunicação social

podem estar nas mãos de empresas

privadas, mas o Estado impõe-lhes

sanções económicas, códigos de

conduta, penas de prisão e até a

impossibilidade do exercício da

profissão dos jornalistas. A suspensão

das edições é outra forma de controle

do Estado.

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Jornalismo comunista

Em países como Cuba, China ou Vietnã, o Estado domina a imprensa e é o proprietário monopolista dos meios de comunicação.

Diferencia-se do modelo autoritário porque nos estados socialistas o Estado é proprietário de todos os meios de comunicação e apoiam o governo e o partido. Enquanto que no modelo autoritário, o Estado pode impor sanções às empresas privadas.

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O regime é o da ditadura do proletariado: a imprensa socialista deve estar a serviço do proletariado, impedindo a contra-revolução da burguesia.

A imprensa se orienta pelos princípios do que se têm de publicar e o que não se pode publicar: é notícia o que serve ao interesse do proletariado, representado pelo partido comunista.

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O Pravda (Пра́вда, "A Verdade") foi o principal jornal da União Soviética e um órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética entre 1918 e 1991. O jornal ainda existe e está em circulação na Rússia, mas ficou mais conhecido nos países ocidentais por seus pronunciamentos durante o período da Guerra Fria. Existe ainda um certo número de outros jornais menos famosos em outros países que também se chamam Pravda.

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O Granma foi fundado em 3 de outubro de 1965 e nasceu da união de outros dois jornais: os matutinos Revolución e o Hoy. É o órgão oficial do Partido Comunista Cubano e pode ser lido em espanhol pelo http://www.granma.cubaweb.cu/

Em português, há uma edição internacional: http://www.granma.cu/portugues/index.html

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Xinhua: agência chinesa estatal de notícias

www.xinhua.org

Na China existe o órgão oficial do PCC, Diário do Povo. Como há outros jornais chineses, pode-se dizer que na China se aplica o modelo autoritário de jornalismo.

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Jornalismo revolucionário

Os objetivos deste modelo ou são

derrubar um sistema político ou

contribuir para o fim de algum controle

– estrangeiro ou de uma classe social.

Normalmente são clandestinos, mas

nos estados de direito democráticos

há diversas publicações alternativas

com objetivos revolucionários.

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Jornalismo para o

desenvolvimento Este modelo foi – e ainda é – praticado

em países em vias de desenvolvimento. Em alguns casos é uma etapa anterior ao modelo ocidental de jornalismo. Entende-se que os MCM devem ser usados para a construção da identidade nacional, para combater o analfabetismo e a pobreza e para desenvolver o país.

Desta forma, os MCM apoiaram os

Estados e governos de acordo com a necessidade de desenvolvimento.

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Bibliografia

CHOMSKY, Noam. Conhecimento da História e construção Teórica na Lingüística Moderna. DELTA, 1997

PRADO, Sara Núñez et all (1993), Comunicación social y poder, Madrid, Editorial Universitas,1993.

SOUSA, Jorge Pedro (2003), Elementos

de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media, Porto, Edições Fernando Pessoa, 2003