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COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE UM SITE DE DESENHO GEOMÉTRICO POR ALUNOS DE ARQUITETURA E MATEMÁTICA - UEL. Profa. Ms. Maria Bernadete Barison [email protected] Enéias de Almeida Prado [email protected] Giuliano Miyaishi Belussi [email protected] Departamento de Matemática, Universidade Estadual de Londrina Caixa Postal 6001, 86051-990, Londrina – PR – Brasil RESUMO Este artigo apresenta e discute os resultados obtidos com a utilização de Tecnologia de Informática e Comunicação - TIC no ensino de Desenho Geométrico e Geometria Descritiva aos cursos de Matemática e Arquitetura na Universidade Estadual de Londrina - UEL. O objetivo é avaliar esta experiência segundo as opiniões dos estudantes, considerando suas experiências prévias, suas percepções de desempenho, seus métodos de estudo e suas atribuições de causa ao sucesso e ou ao fracasso tendo como perspectiva a utilização de um Design Instrucional voltado à utilização da Internet. O que se pretende também é despertar o interesse do leitor no sentido de considerar as possibilidades da utilização das TICs em outras áreas do conhecimento. Palavras chave: Internet, Desenho, Geometria, Arquitetura, Ensino, Aprendizagem, Matemática, Tecnologia de Informática e Comunicação. 1. INTRODUÇÃO Desde 1996 está sendo desenvolvida uma metodologia de ensino na disciplina Desenho Geométrico e Geometria Descritiva que busca o aprimoramento do processo ensino- aprendizagem por meio da utilização de recursos computacionais (BARISON, 1996; BARISON, et al. 1998). Inicialmente foram introduzidas aulas práticas nas quais os alunos utilizam softwares gráficos na construção de figuras geométricas (BARISON E MENDONÇA,

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COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A

UTILIZAÇÃO DE UM SITE DE DESENHO GEOMÉTRICO POR ALUNOS DE ARQUITETURA E MATEMÁTICA - UEL.

Profa. Ms. Maria Bernadete Barison [email protected]

Enéias de Almeida Prado [email protected]

Giuliano Miyaishi Belussi [email protected]

Departamento de Matemática, Universidade Estadual de Londrina Caixa Postal 6001, 86051-990, Londrina – PR – Brasil

RESUMO Este artigo apresenta e discute os resultados obtidos com a utilização de Tecnologia de

Informática e Comunicação - TIC no ensino de Desenho Geométrico e Geometria

Descritiva aos cursos de Matemática e Arquitetura na Universidade Estadual de Londrina

- UEL. O objetivo é avaliar esta experiência segundo as opiniões dos estudantes,

considerando suas experiências prévias, suas percepções de desempenho, seus métodos

de estudo e suas atribuições de causa ao sucesso e ou ao fracasso tendo como

perspectiva a utilização de um Design Instrucional voltado à utilização da Internet. O que

se pretende também é despertar o interesse do leitor no sentido de considerar as

possibilidades da utilização das TICs em outras áreas do conhecimento.

Palavras chave: Internet, Desenho, Geometria, Arquitetura, Ensino, Aprendizagem,

Matemática, Tecnologia de Informática e Comunicação.

1. INTRODUÇÃO

Desde 1996 está sendo desenvolvida uma metodologia de ensino na disciplina Desenho

Geométrico e Geometria Descritiva que busca o aprimoramento do processo ensino-

aprendizagem por meio da utilização de recursos computacionais (BARISON, 1996;

BARISON, et al. 1998).

Inicialmente foram introduzidas aulas práticas nas quais os alunos utilizam

softwares gráficos na construção de figuras geométricas (BARISON E MENDONÇA,

1999). Posteriormente, com o objetivo de facilitar o ensino buscou-se ampliar os recursos

didáticos, construindo um tutorial que auxilia os alunos durante as aulas práticas e para

que este tutorial pudesse ser acessado de qualquer laboratório da UEL foi disponibilizado

na internet. Assim, não só os alunos puderam acessá-lo de suas casas, como também

qualquer pessoa interessada no assunto.

A partir de então se pensou também disponibilizar no site conteúdos das aulas

teóricas, nas quais os alunos constroem as figuras com régua e compasso. Notando a

dificuldade de resolver durante a aula teórica todos os exercícios propostos nos

propusemos a construir também a resolução de cada exercício. E então, os exercícios

foram apresentados na forma de hipertexto, distribuídos da seguinte forma: (a)

explicações detalhadas; (b) animações e (c) texto no formato PDF. Além disso, foi

também disponibilizado um fórum de debates no qual o internauta pode se cadastrar e

interagir com o site deixando ali suas perguntas e/ou respostas. Com a intenção de

verificar como os alunos estão utilizando o site e o quanto ele influenciou no seu

desempenho, foi aplicado um questionário no final do primeiro semestre de 2005. Os

resultados serão relatados, analisados e discutidos a seguir.

2. RESULTADOS

2.1 ESTUDANTES DE MATEMÁTICA

Aos estudantes de matemática foram aplicadas listas de exercícios sobre retas, ângulos,

segmentos e proporção áurea e foi indicado o site como recurso de pesquisa para

resolver os exercícios. Nove alunos de matemática resolveram as listas e responderam ao

questionário. Entre os 9 alunos, 6 que correspondem a (66%) são homens e 3 que

correspondem a (33%) são mulheres, o que pode ser observado na Figura 1.

ALUNOS DE MATEMÁTICA

ME

RO

DE

ALU

NO

S

0

1

2

3

4

5

6

7

HOMENS MULHERES

N=6

N=366%

33%

Figura 1 – Número e porcentagem de homens e mulheres que participaram da

pesquisa. Curso de Matemática (N=9)

Em relação às experiências prévias dos alunos, sabe-se que 7 alunos já estudaram

Desenho Geométrico antes de cursar esta disciplina e 2 alunos que corresponde a

(22%) nunca estudaram. Entre estes 7 alunos que já possuíam experiências prévias, 4

alunos que corresponde a (57%) tiveram percepção de sucesso na última prova e os

outros 3 que corresponde a (53%) tiveram percepção de um sucesso parcial. Entre os 2

alunos que nunca estudaram Desenho Geométrico um teve percepção de sucesso e o

outro não respondeu. A Figura 2 discrimina número e porcentagem de alunos segundo

suas percepções de desempenho em função de suas experiências prévias em Desenho

Geométrico.

PERCEPÇAO DE DESEMPENHO X EXPERIENCIAS PREVIAS

MER

O D

E AL

UN

OS

simJÁ ESTUDOU D.G.

0

1

2

3

4

5

SUCESSO SUC. PARC.

nãoJÁ ESTUDOU D.G.

SUCESSO SUC. PARC.

N=3

N=4

N=1

N=7 N=2

N=0

57%53%

50%

Figura 2 – Discriminação de número e porcentagem de alunos segundo suas

percepções de desempenho em função de suas experiências

prévias em Desenho Geométrico. Curso de Matemática (N=9).

Todos os nove alunos acessaram o site pelo menos uma vez, sendo que, 5 alunos

acessaram da Universidade e 4 acessaram de casa.

Ao procurar recursos para estudar, apenas 2 alunos que representa (25%)

utilizaram unicamente o site, 3 alunos (38%) buscaram também apoio em livros, 2 (25%)

utilizaram além do site, a apostila e o material da aula, 1 aluno (12%) buscou apoio

apenas em livros e um aluno não respondeu.

Quanto aos conteúdos do site seis alunos que representa (66%) o consideram

completo e os outros três (33%) o consideram razoável o que pode ser observado na

Figura 3.

OPINIÃO DOS ALUNOS QUANTO AO CONTEÚDO

MER

O D

E AL

UN

OS

0

1

2

3

4

5

6

7

Razoáveis Completo

N=3

N=6

66%

33%

Figura 3 – Discriminação do número e porcentagem de alunos segundo suas

opiniões sobre os conteúdos do site. Curso de Matemática (N=9).

Em relação à ajuda que o site proporcionou ao aprendizado, 6 (66%) alunos

responderam que o site auxiliou em parte e 3 (33%) responderam que auxiliou muito

conforme indica a Figura 4.

NA OPINIÃO DOS ALUNOS O QUANTO O SITE AUXILIOU NA APRENDIZAGE

MER

O D

E AL

UN

OS

0

1

2

3

4

5

6

7

EM PARTE MUITO

N=6

N=366%

33%

Figura 4 – Discriminação de número e porcentagem de alunos segundo suas

opiniões em relação a quanto o site auxiliou na aprendizagem. Curso

de Matemática (N=9).

Como o site divide-se em aulas teóricas e práticas se quis saber qual dessas

partes ajudou mais aos alunos: (a) aulas teóricas; (b) resolução dos exercícios ou (c)

aulas práticas (Computed Aided Design - CAD). A maioria que corresponde a 6 alunos

(66%) respondeu que a página que trata das resoluções dos exercícios os auxiliou mais,

1 (11%) aluno respondeu que além desta página, também aquela que trata da teoria o

auxiliou muito, e 1 (11%) aluno considera a página que trata da aula prática de maior

importância e 1 (11%) aluno considera a página que trata apenas da teoria mais eficiente.

Perguntou-se aos estudantes que acessaram a página da resolução dos

exercícios qual é a melhor forma de compreender a construção do exercício: (a) se é a

explicação detalhada com as figuras ilustrativas ou (b) se é a animação. Entre os 9

estudantes que acessaram esta página do site, 7 (77%) responderam que preferem ver a

construção do exercício passo a passo com as figuras ilustrativas, 1 (11%) aluno

respondeu que além dessa forma prefere também ver a animação e 1 (11%) aluno não

respondeu.

2.2 ESTUDANTES DE ARQUITETURA

Aos alunos de arquitetura foram aplicadas listas de exercícios em cada aula somando um

total de onze aulas sobre Desenho Geométrico em um semestre letivo. Os assuntos

estudados a cada aula foram: retas, ângulos, segmentos, proporção áurea, circunferência,

tangência, concordância, arcos, cônicas, triângulos e polígonos regulares. Os alunos

resolveram listas de exercícios em sala de aula com o auxilio do professor e foi indicado o

site como recurso de pesquisa para resolver os exercícios propostos para casa. Os

alunos de arquitetura (61) participaram das aulas, resolveram as listas e no final do

semestre responderam a um questionário. Entre os (61) alunos que responderam ao

questionário 36 que corresponde a (59%) alunos são do sexo feminino e 25 que

corresponde a (41%) são do sexo masculino como pode ser observado na Figura 5.

ALUNOS DE ARQUITETURA

NU

ME

RO

DE

ALU

NO

S

0369

12151821242730333639

HOMENS MULHERES

59%

41%

N=36

N=25

Figura 5 – Número e porcentagem de homens e mulheres que participaram da

pesquisa. Curso de Arquitetura (N=60).

Uma das questões desejava saber se os estudantes já tiveram alguma experiência prévia

em Desenho Geométrico. Entre os 61 alunos entrevistados, 60 responderam à esta

questão e verificou-se que 39 que corresponde a (64%) já havia estudado Desenho

Geométrico e 19 que corresponde a (36%) nunca estudaram Desenho Geométrico antes

de fazer esta disciplina. Embora 36% dos alunos alegaram nunca terem estudado esta

matéria nota-se que as suas notas foram satisfatórias pois a média das notas deste grupo

de alunos obtidas na última prova foi 7,5. No entanto, ao se discriminar suas percepções

de desempenho em função de suas experiências prévias, notou-se que o grupo que já

possuía experiências prévias obteve maior percepção de sucesso e sucesso parcial do

que de fracasso e o grupo que nunca havia estudado Desenho Geométrico obteve a

mesma proporção para sucesso, sucesso parcial e fracasso o que pode ser observado na

Figura 6.

PERCEPCAO DE DESEMPENHO x EXPERIENCIAS PREVIAS

NU

ME

RO

DE

ALU

NO

S

SIMJA ESTUDOU D.G

0

5

10

15

20

SUCES. SUC.PARC. FRACAS.

NAOJA ESTUDOU D.G

SUCES. SUC.PARC. FRACAS.

N=16N=17

N=6 N=6 N=7N=6

N=39 N=19

41%44%

16% 31%37%

31%

Figura 6 – Discriminação de número e porcentagem de alunos segundo suas

percepções de desempenho considerando suas experiências

prévias em Desenho Geométrico. Curso de Arquitetura (N=60).

A maioria dos estudantes que corresponde a 31 (52%) acessou o site de suas

casas, 17 alunos que corresponde a (28%) acessaram o site dos laboratórios da UEL, 3

estudantes que corresponde a (5%) acessaram o site de casa e também da UEL, 2

estudantes que corresponde a (3%) acessaram o site da casa de amigos, 1 (2%) acessou

de um cybercafé, 4 (7%) indicaram outras formas de acesso e 2 (3%) não acessaram o

site.

Uma questão pede ao aluno que cite quais recursos ele utilizou para estudar a

matéria. Entre os 57 alunos que responderam à esta questão, 18 alunos que corresponde

a (32%) responderam que utilizaram unicamente o site para estudar esta matéria, 11

alunos que corresponde a (19%) responderam que além do site, utilizaram as anotações

de aula, enquanto que, 7 alunos (12%) responderam que além do site, utilizaram também

livros de Desenho Geométrico e um (2%) estudante respondeu que, além de utilizar o site

pediu ajuda aos seus colegas. Entre os alunos que não utilizaram o site como recurso

para estudar a matéria, 13 que corresponde a (22%) utilizaram unicamente as anotações

de aula, 3 alunos (5%) utilizaram apenas livros de Desenho Geométrico, 2 alunos (4%)

não citaram quais recursos utilizaram e 2 alunos (4%) não utilizaram qualquer recurso

para estudo.

Quanto aos conteúdos do site, dos 58 alunos entrevistados 33 alunos que

corresponde à (57%) os consideram razoáveis, 25 alunos que corresponde à (43%) os

consideram completos e nenhum aluno considerou os conteúdos fracos, o que pode ser

observado na Figura 7.

OPINIAO DOS ALUNOS QUANTO AOS CONTEUDOS DO SITE

CONTEÚDO

NU

ME

RO

DE

ALU

NO

S

0369

121518212427303336

Razoáveis Completo

N=33

N=25

57%43%

Figura 7 – Discriminação de número e porcentagem de alunos segundo suas

opiniões sobre os conteúdos do site. Curso de Arquitetura (N=58).

Quanto á questão de que se o site auxiliou ou não na aprendizagem, de um total

de 61 alunos, 36 que corresponde a (59%) acham que o site auxiliou em parte na

aprendizagem, 17 que corresponde a (28%) responderam que o site auxiliou muito e 8

alunos que corresponde a (13%) responderam que o site não auxiliou no aprendizado. A

Figura 8 apresenta esses resultados.

NA OPINIAO DOS ALUNOS O QUANTO O SITE AUXILIOU NA APRENDIZAGEM

AUXILIO A APRENDIZAGEM

NU

ME

RO

DE

ALU

NO

S

0369

12151821242730333639

NADA EM PARTE MUITO

N=8

N=36

N=17

13%

59%

28%

Figura 8 – Discriminação de número e porcentagem de alunos segundo suas

opiniões em relação a quanto o site auxiliou na aprendizagem. Curso

de Arquitetura (N=61).

Os conteúdos do site estão distribuídos em várias páginas. Os estudantes

utilizaram as páginas das aulas práticas 1, das aulas teóricas2 e também as páginas que

contém as resoluções dos exercícios3. Uma das questões argüiu o estudante sobre qual

ou quais das páginas do site mais o auxiliou. Entre os 57 estudantes que responderam a

esta questão, 48 que corresponde a (84%) apontaram aquelas que contém as resoluções

dos exercícios, 4 alunos que corresponde a (8%) apontaram aquelas que contém as aulas

práticas. Por outro lado, 2 alunos (3%) acham que essas duas os ajudaram e 2 alunos

(3%) acham que além dessas, as páginas que apresentam a teoria também os ajudou a

compreender melhor a matéria e um aluno (2%) acha que as páginas que mais o ajudou

foram aquelas que contém as aulas práticas e as resoluções dos exercícios.

As páginas do site que apresentam as resoluções dos exercícios das aulas

teóricas possuem duas formas de apresentação da resolução: (a) a explicação detalhada

do exercício e (b) a animação. Aos estudantes que acessaram essas páginas, perguntou-

se qual dessas duas formas foi a mais eficaz para que pudessem entender a construção

do exercício. Dos 58 alunos que acessaram, 50 alunos que corresponde a (86%)

responderam que preferem ver a construção do exercício passo a passo com as figuras

ilustrativas, 5 alunos que corresponde a (9%) preferem ver a animação da construção do

exercício além de ver também, a explicação passo a passo e 3 alunos que corresponde a

(5%) disseram que preferem imprimir o texto com as explicações dos exercícios.

3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O site foi utilizado pelos alunos de matemática e arquitetura como recurso didático.

Entretanto, os alunos de matemática o utilizaram apenas para resolver uma lista de

exercícios, ao passo que, os alunos de arquitetura que representam uma amostra seis

vezes maior utilizaram o site durante um semestre letivo inteiro.

3.1 ESTUDANTES DE MATEMÁTICA 1 http://www.mat.uel.br/geometrica/php/dg_p.php2 http://www.mat.uel.br/geometrica/php/dg_t.php3 http://www.mat.uel.br/geometrica/php/dg_ex_re.php

A maior parte dos alunos de matemática já possuía algum conhecimento de

Desenho Geométrico e todos os alunos mesmo os que nunca havia estudado esta

disciplina perceberam seu desempenho como sucesso e um sucesso parcial, embora esta

percepção de sucesso e sucesso parcial não seja atribuída na sua totalidade às consultas

ao site, como também a livros, apostilas e material de aula. Estas consultas foram na sua

maioria realizadas na UEL.

Apesar da maior parte dos alunos acharem que os conteúdos do site são

completos, não atribuíram a ele como maior responsável por ajudar no seu aprendizado,

atribuindo a ele um auxílio parcial. Destacam-se os seguintes comentários de alunos que

justificam o porquê do site auxiliar muito ou em parte no seu aprendizado.

“O site auxiliou muito no meu aprendizado, pois nele encontrei muitos

recursos, os quais compreendi muito bem para a resolução dos meus

problemas” (Aluno A)

“O site auxiliou muito no meu aprendizado, pois traz explicações detalhadas

com desenhos auxiliares que ajudam na interpretação e compreensão da

matéria” (Aluno B)

“No site encontrei recursos que facilitam a compreensão dos exercícios”

(Aluno C)

“O site auxiliou em parte, pois não estudei apenas pelo site, assim ele não foi

o único responsável pelo meu aprendizado” (Aluno D)

Segundo os estudantes, o site ajuda na compreensão da matéria porque

apresenta desenhos e explicações detalhadas, entretanto alguns estudantes não tiveram

fácil acesso à internet ou preferiram utilizar outros recursos em seus estudos.

Os estudantes acessaram mais as páginas que tratam das resoluções dos

exercícios e a forma que apresenta a construção do exercício passo a passo é, segundo

eles a mais eficiente, vale destacar os seguintes comentários.

“Estava com dúvidas em relação aos exercícios e a construção de figuras

passo a passo me ajudou” (Aluno E)

“Trouxe em detalhes as resoluções e isso foi prático” (Aluno F)

Os alunos de matemática que participaram da pesquisa apontaram os aspectos

positivos e negativos do site, assim como sugestões para a sua melhoria. Os aspectos

negativos estão centrados na própria organização do site como algumas confusões nas

explicações dos exercícios e na falta de alguns itens que segundo eles são importantes,

como por exemplo a necessidade de haver demonstrações das resoluções utilizando

também um software de Geometria Dinâmica.

Como aspectos positivos, os estudantes citaram o detalhamento das construções

através de figuras, a linguagem utilizada a qual pode ser, segundo eles, compreendida

por qualquer pessoa e principalmente a profundidade nos conteúdos. No entanto, houve

sugestões no sentido de implementar os conteúdos das páginas que tratam da teoria e

melhorar o layout do site de forma que fique mais dinâmico e colorido.

3.2 ESTUDANTES DE ARQUITETURA

A maior parte dos alunos de arquitetura já possuía conhecimentos de Desenho

Geométrico antes de cursar esta disciplina. Os estudantes que já possuíam

conhecimentos prévios em Desenho Geométrico tiveram mais percepções de sucesso

parcial e de sucesso do que de fracasso e entre os estudantes que nunca estudaram

Desenho Geométrico houve os que perceberam seus desempenhos como sucesso,

sucesso parcial e fracasso.

Nota-se que a maioria dos estudantes teve acesso à internet de suas casas, e ou

dos laboratórios da UEL, enquanto que uma menor parte acessou a internet através de

formas alternativas como: casa de amigos, cybercafé , etc.

Os estudantes perceberam que os conteúdos do site são razoáveis e completos,

entretanto, não se restringiram ao site para efetuar suas pesquisas e estudos. Buscaram

apoio também em anotações de sala de aula, livros, ajuda de colegas, etc. A maior parte

dos estudantes afirma que o site auxiliou parcialmente na aprendizagem. Por outro lado,

há os que afirmam não ter percebido auxílio algum deste recurso em sua aprendizagem.

Entretanto, as justificativas desta última percepção, apontam para a falta de tempo, a

dificuldade de acesso à internet e a falta de locais apropriados para estudo. Destacam-se

os seguintes comentários:

“Nunca acessei o site pois eu não possuo computador em casa e o local

onde eles estão na UEL é inadequado para realizar os desenhos passo a

passo” (Aluno A)

“Sem tempo para acessar a internet da UEL e sem internet em casa. Os

laboratórios da UEL sempre ocupados e temos pouco tempo disponível”

(Aluno B)

Os estudantes que perceberam no site um recurso que auxiliou parcialmente na

aprendizagem justificaram afirmando que ele apresenta algumas deficiências quanto às

explicações e organização e serve como uma complementação das aulas, sendo a

explicação do professor em sala de aula muito mais eficaz.

“O site é complemento para as aulas teóricas em sala, portanto, seria mais

um recurso auxílio complemento” (Aluno C)

“O site auxiliou na resolução dos exercícios mas não tanto na

aprendizagem em si” (Aluno D)

“O conteúdo do site é completo, porém às vezes não é bem explicado, o

que nos faz travar em algumas partes às vezes. Também não tive muita

oportunidade de acessa-lo” (Aluno E)

“O site não deixa de ser uma ajuda, mas a explicação em sala de aula é

sempre melhor porque podemos tirar as dúvidas na hora” (Aluno F – arq.)

Os estudantes que viram no site um grande auxílio para a aprendizagem

justificaram afirmando que foi através dele que puderam recuperar as aulas nas quais não

puderam comparecer, além disso, apontam o detalhamento e ilustrações das explicações

como fator importante para a perfeita compreensão das dúvidas surgidas durante a

execução das tarefas em casa, como também relembrar alguns métodos dados em sala.

“Os exercícios das aulas perdidas ou que eu não pude acompanhar foram

mais facilmente entendidas com a explicação passo a passo” (Aluno G)

“As explicações detalhadas e as ilustrações facilitam na compreensão”

(Aluno H)

“Os exercícios encontram-se bem explicados e muitas vezes, por

explicarem de outra maneira, auxiliam na aprendizagem” (Aluno I)

“Às vezes não entendo na aula e entendo no site. Lá explica passo a

passo e é muito fácil de entender” (Aluno J)

“Auxiliou muito porque muitas vezes não foi possível ser explicada toda a

matéria em sala de aula pela professora, então essa oportunidade de

aprendizagem é muito proveitosa para estarmos mais informados na

matéria” (Aluno K)

Assim como os estudantes de matemática, os estudantes de arquitetura preferiram

as páginas que tratam das resoluções dos exercícios e acompanhar a construção do

exercício passo a passo do que ver a animação e ou imprimir a apostila. Eles justificam

dizendo que dessa forma é mais fácil de entender e acompanhar conforme o raciocínio de

cada um, o que não acontece na animação e representa, segundo eles, um bom método

de ensinar pois é prático e rápido, vale destacar os seguintes comentários:

“Foi possível acompanhar o passo a passo conforme a minha velocidade, o

que não ocorria na animação” (Aluno L)

“É uma maneira mais fácil de saber como foi construída a figura, dessa

forma entendo melhor o exercício” (Aluno M)

“A construção passo a passo com as figuras é muito importante na

aprendizagem uma vez que, se trata de Desenho Geométrico” (Aluno N)

Os estudantes apontaram os aspectos positivos e negativos do site e sugeriram

algumas mudanças, que segundo eles, facilitariam a aprendizagem. Os aspectos

negativos apontados estão relacionados com a organização dos conteúdos no site, como

por exemplo nas explicações que são, às vezes, um pouco confusas, na falta de algumas

ilustrações, e nas atualizações que às vezes são tardias em relação às aulas. Os alunos

apontaram também a falta de tempo e os limitados recursos financeiros para o acesso

semanal à Internet e impossibilidade de acesso ao site sem que seja pela Internet.

“Nem todos têm computador em casa e muito menos, tempo e dinheiro

para ir a uma lan house, sem contar que nem sempre tem computador

disponível na UEL” (Aluno O)

“Nem todos têm acesso facilitado à Internet. O laboratório está sempre em

aula. O site em si é ótimo” (Aluno P)

Segundo os estudantes o site representa uma nova modalidade de recurso

didático e por ser de fácil acesso em qualquer hora e lugar, ser de fácil entendimento, ser

prático e simples de navegar constitui-se em uma forma mais independente de aprender.

Destacam-se os comentários a seguir:

“É uma forma de aprendizado em que se pode tirar dúvidas sem depender

diretamente do professor” (Aluno Q)

“É uma outra opção e que pode ser acessado facilmente, para mim é uma

ótima idéia e um apoio a mais para aprender realmente o conteúdo” (Aluno R)

“O site traz uma nova maneira mais independente de aprender, se existe

alguma dúvida não é necessário procurar o professor, basta acessar o site”

(Aluno S)

“O site em si é muito bom, não é confuso e o material é bem explicado,

ajuda de verdade” (Aluno T)

Os estudantes de arquitetura sugeriram algumas mudanças para a melhoria do

site como recurso didático. Essas sugestões estão relacionadas com: (a) construção das

figuras; (b) demonstrações matemáticas; (c) aulas práticas; (d) animações; (e) menus; (f)

documentação; (g) avaliações da matéria; (h) links e (i) atualizações do site.

Quanto às construções das figuras, os estudantes sugerem que sejam feitas

linhas com cores diferentes, o que segundo eles, pode facilitar a compreensão da

construção do exercício. Quanto à explicação detalhada de cada exercício, que haja uma

numeração que indique na explicação, a ordem em que são construídas as linhas.

Segundo os alunos, o site deve conter também as demonstrações matemáticas

do uso deste ou daquele procedimento de construção do exercício e não simplesmente

fazer a sua descrição. Eles sugerem ainda, que as páginas das aulas práticas sejam

ensinadas de forma mais clara e que apresentem uma parte que contenha também a

explicação de cada comando do software de CAD.

Quanto às animações, os estudantes sugerem que se pense em formas de

mostrar também os instrumentos de desenho (régua, compasso, esquadros) sendo

utilizados durante a animação. Além disso, que cada animação seja colocada em

destaque de forma a chamar a atenção do internauta ao seu acesso.

Em relação ao menu, os estudantes sugerem que se construa um menu de

exercícios para o acesso imediato ao exercício desejado sem ter que acessar

primeiramente a página dos exercícios. Sugerem ainda, que os exercícios sejam

individualizados em cada página de forma que a página da aula não fique muito extensa e

demorada para carregar as figuras.

Quanto à documentação, eles sugerem que seja apresentada uma versão de

impressão para todas as páginas de forma que o internauta não precise ficar conectado

na internet por muito tempo.

No que se refere às avaliações da matéria, os estudantes sugerem que o site

seja utilizado também como meio de apresentar um feedback das provas com a inserção

no site de um gabarito da prova logo após a sua realização. Os estudantes sugerem

também que se faça ligação a sites alternativos através de links. E por fim, que ele seja

atualizado constantemente de forma a acompanhar as aulas presenciais.

“O site é completo, não necessita de mais mudanças, apenas a falta de uma

ilustração ou outra na parte da resolução dos exercícios” (Aluno U)

“Apenas uma sugestão é importante: que o professor não utilize apenas este

método para sanar as dúvidas dos alunos, pois muitos não possuem este

acesso ao computador, como pensado tão fácil” (Aluno V)

“É preciso que este site continue sempre ativo e correto em relação ao seu

conteúdo” (Aluno X)

4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O hipertexto é sem dúvida, um instrumento pedagógico eficaz para que o aprendiz possa

construir o seu conhecimento e compreender o mundo através de uma visão

compartilhada com pessoas de diferentes culturas. No entanto, existem problemas de

comunicação e de informação que são fatores essenciais na configuração de ambientes

educacionais, principalmente neste momento em que a tecnologia da informação está

transformando sensivelmente, o entorno e as relações sociais dos indivíduos. Neste

sentido, torna-se necessário o uso de ferramentas de Design na organização dos

hipertextos em ambientes para a educação à distância.

Segundo Cristina Portugal (2005) a grande questão que se apresenta é a de como

organizar um hipertexto de forma a configurar um ambiente educacional que não limite a

exploração e criatividade do estudante, garantindo assim, que os objetivos de

aprendizagem sejam alcançados. Segundo a autora, um dos elementos mais importantes

na criação do hipertexto é a sua organização. Pensar cuidadosamente o que se pretende

informar, como se pretende informar e principalmente quem será o usuário desta

informação. Um mapa do ambiente virtual bem organizado pode ser a principal

ferramenta de navegação. A autora aponta as situações que devem ser evitadas: (a) a

estrutura de hipertexto aleatória (b) a estrutura de hipertexto rasa e (c) a estrutura de

hipertexto profunda, as quais são esquematizadas na Figura 9.

(a) (b) (c)

Figura 9 – Estruturas de Hipertexto: (a) aleatória; (b) rasa e (c) profunda.

De acordo com a Web Style Guide (2003) o modelo ideal de navegação é a

estrutura de hipertexto organizada conforme o esquema da Figura 10.

Figura 10 – Estrutura de hipertexto organizada.

Diante dessas recomendações, procurou-se organizar um hipertexto que seguisse a

estrutura organizada esquematizada pela Figura 10. Essa estrutura pode ser observada

na Figura 11 que apresenta uma página do site.

Figura 11 – Página inicial das aulas teóricas de Desenho Geométrico.

O menu lateral esquerdo apresenta todos os assuntos abordados no site compondo

assim um primeiro nível. Ao entrar em cada assunto abre-se um menu subseqüente,

localizado na mesma coluna, que contém os tópicos principais daquele assunto,

compondo assim um segundo nível. Ao mesmo tempo, abre-se um menu lateral direito

onde se apresentam todas aulas enumeradas deste tópico, compondo assim um terceiro

nível. Dessa forma, o internauta pode navegar no site sabendo exatamente onde

encontrar todos os assuntos.

Os resultados demonstram que os estudantes avaliaram a estruturação do site como

sendo boa e as confusões a se referem está na explicação dos procedimentos de

resolução dos exercícios, lembrando que alguns estudantes sentiram a falta de um

submenu de acesso a cada exercício o qual representaria um quarto nível. No entanto,

existe um menu no início de cada aula que dá acesso a cada resolução em forma de

animação, mas pode ser que não tenha ficado muito visível ao internauta. Este menu

pode ser observado na Figura 12.

Figura 12 - Página da aula de exercícios sobre retas em Desenho Geométrico.

Com esta primeira avaliação da utilização da Internet no ensino de Desenho e

Geometria foi possível saber, onde e o que deve ser modificado no hipertexto. Portanto,

são informações técnicas, as quais auxiliarão em muito na melhoria do hipertexto em si.

No entanto, existem outras questões igualmente importantes que precisam ser analisadas

e discutidas.

Segundo Romiszowski4 (2001) é importante acompanhar e avaliar qualquer

experiência de ensino/aprendizagem, não esquecendo da testagem em desenvolvimento;

esta atividade é essencial à avaliação investigativa e formativa de qualquer inovação

educacional.

No caso do ensino de Desenho e Geometria com estudantes de arquitetura e

matemática, não poderia ser diferente, por se tratar de uma nova experiência. Acredita-

se que a investigação do uso da Internet no momento atual de um curso, quer dizer, na

sua implementação, por certo fornece elementos importantes (previstos e não previstos),

para a melhoria da experiência em andamento e criação de outras que melhor atendam

às novas demandas educacionais (ROMISZOWSKI, 2005).

Este trabalho representa a primeira avaliação dessa nova experiência e indica outros

resultados que já eram esperados. Um exemplo desses resultados esperados foi a

dificuldade por parte de alguns estudantes em acessar a Internet. Sabe-se que na

Universidade Estadual de Londrina – UEL há laboratórios que estão disponíveis para as

aulas e também para as consultas fora do horário das aulas. No entanto, esses

laboratórios são sempre muito disputados. Segundo Guimarães (2005) nas escolas ainda

predomina o modelo dos laboratórios de informática, que são como “ilhas” disputadas a

tapa por disciplinas “práticas” e vedadas às disciplinas “teóricas”. Neste sentido, cabe à

universidade assim como as escolas investir mais em tecnologia.

“O aparato tecnológico precisa estar cada vez mais inserido na sala de

aula, permitindo ao professor criar situações novas e que despertem a

curiosidade do aluno. O computador na escola não pode ficar ilhado, precisa

estar integrado a todas as atividades, uma vez que a tecnologia não se torna

significativa para a vida dos aprendizes quando eles têm acesso a ela por

apenas alguns minutos por semana” (GUIMARÃES, 2005)

4 Hermelina Pastor Romiszowski, Diretora Técnico-Pedagógica da Tecnologia, Treinamento e Desenvolvimento de Sistemas (TTS), Coordenadora da ABED/ Pólo Rio de Janeiro.

Assim sendo, os modelos de “ilhas de informática” começa a representar um modelo

obsoleto pois as tecnologias de informação e comunicação - TICs – têm que fazer parte

do cotidiano da sala de aula, como as carteiras, a lousa, o giz e os ambientes virtuais, as

bibliotecas digitais, a rede, seriam alguns dos elementos infra-estruturais do ensino do

futuro.

Com o surgimento de cada nova tecnologia surgem também as pessoas excluídas. No

caso da Internet, deveria se buscar soluções para prover as pessoas dos benefícios que

ela pode lhe proporcionar. Entretanto, o caminho para se repensar a educação nos

moldes pós-modernos é não utilizar o computador apenas como uma ferramenta, mas

como um agente que é capaz de mudar o sistema educacional como um todo.

O computador em si não possui uma característica transformadora em si mesmo, mas

sim é a forma com a qual a escola o utiliza que irá determinar se ele desenvolverá a

capacidade criativa no aprendiz e estimulará o desenvolvimento de certas habilidades

cognitivas. Portanto, o desafio está em descobrir as soluções para o uso de novas

tecnologias mediadoras do processo pedagógico.

Esta pesquisa fornece um exemplo de que o computador e ou a Internet não têm o

poder em si mesmos de desenvolver a capacidade cognitiva no estudante. Os estudantes

que tiveram facilidade de acesso à Internet, apontaram a relevância do ensino presencial,

sem o qual, segundo eles, não conseguiriam compreender perfeitamente todo o assunto

estudado. Esta afirmação é comprovada em pesquisa realizada por Maia e Meirelles

(2005) nos programas de ensino à distância – EAD – existentes nas Instituições de

Ensino Superior Pública – IES, que oferecem Graduação à distância. Esses cursos,

segundo esses autores, seguem praticamente um mesmo modelo de

ensino/aprendizagem, que se define por algumas características comuns e entre elas de

ser semipresencial e apresentar um conjunto de avaliações, no qual uma delas é a

presencial.

A presença do professor e o contato com outros elementos do grupo, são sem dúvida

fatores importantes, pois quando o aluno se sente só diante do processo de ensino

aprendizagem acaba optando muitas vezes pelo abandono do curso.

Outro aspecto importante à cerca das novas tecnologias é a nova posição em que

elas colocam o aprendiz, que é diferente daquela tradicional à qual ele está acostumado.

O aprendiz passa a ser um agente ativo do processo de aprendizagem e o professor

passa a ser um orientador na busca da informação, que por sua vez será incorporada aos

conhecimentos prévios do estudante gerando assim um novo conhecimento o que

significa uma construção.

Esses conhecimentos prévios, por sua vez, influenciam na compreensão,

transformação e armazenamento da informação envolvida na cognição. David Ausubel

(1980), um representante do cognitivismo, explica esta influência em sua teoria. Segundo

este renomado cognitivista a “Aprendizagem Significativa”, ocorre quando uma nova

informação é incorporada a conceitos relevantes pré-existentes na estrutura cognitiva do

aprendiz.

Foi constatado que os estudantes que já possuíam experiências prévias em Desenho

Geométrico não apresentaram percepções de fracasso. Esses conhecimentos prévios,

além de influenciar positivamente no processamento da informação, capacitaram o

estudante a desenvolver as habilidades esperadas na disciplina fazendo-os perceberem

seu desempenho como sucesso e ou sucesso parcial.

Porém, o que temos observado nos últimos tempos, é o quase desaparecimento do

ensino de Desenho Geométrico como também da Geometria Descritiva, até mesmo dos

currículos de alguns cursos universitários da área de exatas, e principalmente dos cursos

de Licenciatura e Bacharelado em Matemática, cursos responsáveis pela formação dos

futuros professores de matemática.

Mesmo sem esta formação específica em Desenho Geométrico e Geometria

Descritiva esses futuros professores de matemática precisarão buscar, cada vez mais,

competências e habilidades antes não exigidas.

Silva (2000) afirma que existem hoje muitos profissionais que vêm na educação via

Internet um grande desafio, por estar acostumado ao modelo clássico de ensino da sala

de aula presencial. Outros, segundo Cristina Portugal (2005) vêm nas TICs uma ameaça

aos antigos métodos educacionais. Esta resistência que ainda existe às novas formas de

ensino e de aprendizagem, mediada pela tecnologia, gera uma distância muito grande

entre o mundo contemporâneo e as práticas nas escolas.

Pensando em todos esses problemas, nos propusemos a realizar esta pesquisa e a

continuar este trabalho, no intuito de utilizar os recursos das TICs disponíveis na

instituição para melhorar o ensino de Desenho Geométrico e Geometria Descritiva como

também, disponibilizar via Internet uma alternativa aos futuros professores de matemática

que necessitarem desenvolver habilidades as quais deixaram de ser objetivos dos

currículos de seus cursos.

Espera-se também, com este trabalho, incentivar outros profissionais a utilizarem as

TICs, mas tendo sempre em mente as peculiaridades, as limitações, as disponibilidades

de recursos das instituições e as diferenças individuais dos estudantes.

5. REFERÊNCIAS

[1] AUSUBEL, D.P. et al.(1980) Psicologia educacional. Rio de Janeiro: Interamericana.

[2] BARISON, Maria Bernadete. Uma Alternativa Metodológica para Introduzir Recursos

Computacionais nos Ensinos de Desenho Geométrico e Geometria Descritiva.

Semina: Ci. Soc/Hum., Londrina, v.17, Ed. Especial, p.28-37, nov. 1996.

[3] BARISON, Maria Bernadete, MENDONÇA, José Marques, ARAKAWA, Paulo T.,

PÓLA, Marie-Claire Ribeiro. A Methodological Alternative for the Introduction of

Comoutational Resources in the Subject of Geometric Design and Descriptive

Geometry. In: 8th International Conference on Engineering Computer Graphics and

Descriptive Geometry. Austin, 1998.

[4] BARISON, Maria Bernadete & MENDONÇA, José Marques (1999). Uma Proposta para

o Uso do Sistema CAD no Ensino de Desenho Geométrico e Geometria Descritiva. In:

IX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e

Urbanismo e XVI Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo.

Londrina, 1999.

[5] GUIMARÃES, André Sathler (2005) Novo Sistema Cognitivo : Pensamentos sobre

Tecnologias de Informação e Comunicação e a Metamorfose do Aprender. Revista

Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, Teorias: Aspectos Teóricos e

Filosóficos.

[6] MAIA, Marta de Campos, MEIRELLES, Fernando de Souza (2005) Educação a

Distância e o Ensino Superior no Brasil. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e

a Distância, Teorias: Aspectos Teóricos e Filosóficos.

[7] PORTUGAL, Cristina. (2005) Hipertexto como instrumento para apresentação de

informações em ambiente de aprendizado mediado pela internet. Revista Brasileira de

Aprendizagem Aberta e a Distância, Teorias: Aspectos Teóricos e Filosóficos.

[8] ROMISZOWSKI, Hermelina Pastor (2005) Competencies for Online Teaching. Revista

Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, Teorias: Aspectos Teóricos e

Filosóficos.

[9] ROMISZOWSKI, Hermelina Pastor (2001). Testagem de Cursos Online. Mesa –

redonda: Qualidade de Cursos Online : onde buscar? VII Congresso Internacional de

EAD da ABED, Brasília/DF.

[10] SILVA, Marco (2000). Sala de Aula Interativa. Editora Quartet.