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COMUNICAÇÕES SIMPÓSIOS TEMÁTICOS SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DAS AMÉRICAS - Prof. Dr. Giliard da Silva Prado (UFU | FACIP) -Prof. Dr. Newman di Carlo Caldeira (UFU | FACIP) 1- O LIVRO DIDÁTICO COMO VEÍCULO DE CULTURA POLÍTICA: representações da Guerra do Paraguai durante o Stronismo e o regime militar brasileiro -Bruna Reis Afonso Resumo: Este trabalho pretende discutir com o livro didático pode ser privilegiada para o estudo das culturas políticas. O livro didático tem sido amplamente investigado no âmbito da educação, em abordagens que, em geral, procuram responder questões de ordem pedagógica, didática, relacionadas as concepções de ensino de história, tais aspectos não podem ser neglicenciados porque dizem respeito a especificidade da fonte. Porém, o intuito deste trabalho é ressaltar o caráter político das representações difundidas pelos livros didáticos. As culturas políticas possuem diversos canais de difusão dentre eles o sistema de ensino. A força de uma cultura política está em difundir seus valores por meios não diretamente políticos. Assim, a escola e o livro didático configuram-se como difusores de culturas políticas. Procura-se compreender de que modo a história da Guerra do Paraguai foi mobilizada por regimes políticos autoritários com a finalidade de difundir concepções do passado, valores, ideais e projetos de nação. A história desta guerra é marcada por intensas disputas interpretativas e, por que não, batalhas de memória. É provável que a polifonia existente em relação à Guerra esteja relacionada ao seu caráter traumático. Consideramos esse evento traumático, não só pela violência do conflito, mas também pelas

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COMUNICAÇÕES – SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

SIMPÓSIO TEMÁTICO 1

HISTÓRIA E

HISTORIOGRAFIA DAS

AMÉRICAS

- Prof. Dr. Giliard da Silva

Prado (UFU | FACIP)

-Prof. Dr. Newman di Carlo

Caldeira (UFU | FACIP)

1- O LIVRO DIDÁTICO COMO VEÍCULO DE CULTURA POLÍTICA:

representações da Guerra do Paraguai durante o Stronismo e o

regime militar brasileiro

-Bruna Reis Afonso

Resumo:

Este trabalho pretende discutir com o livro didático pode ser

privilegiada para o estudo das culturas políticas. O livro didático tem

sido amplamente investigado no âmbito da educação, em

abordagens que, em geral, procuram responder questões de ordem

pedagógica, didática, relacionadas as concepções de ensino de

história, tais aspectos não podem ser neglicenciados porque dizem

respeito a especificidade da fonte. Porém, o intuito deste trabalho é

ressaltar o caráter político das representações difundidas pelos livros

didáticos. As culturas políticas possuem diversos canais de difusão

dentre eles o sistema de ensino. A força de uma cultura política está

em difundir seus valores por meios não diretamente políticos. Assim,

a escola e o livro didático configuram-se como difusores de culturas

políticas. Procura-se compreender de que modo a história da Guerra

do Paraguai foi mobilizada por regimes políticos autoritários com a

finalidade de difundir concepções do passado, valores, ideais e

projetos de nação. A história desta guerra é marcada por intensas

disputas interpretativas e, por que não, batalhas de memória. É

provável que a polifonia existente em relação à Guerra esteja

relacionada ao seu caráter traumático. Consideramos esse evento

traumático, não só pela violência do conflito, mas também pelas

transformações políticas, econômicas e culturais ocorridas, em

decorrência da Guerra. O pós-guerra paraguaio foi marcado pela

instabilidade política, golpes e guerras civis que culminaram na

ascensão de uma das mais duradouras ditaduras latino-americanas,

a saber, o regime Stroessner. Para o país considerado vencedor do

conflito, o Brasil, a Guerra possibilitou o fortalecimento dos militares,

mas também acirrou os conflitos entre o exército e a Monarquia. A

longa duração do conflito e seus gastos salientaram as contradições

da Monarquia. Assim, a Guerra do Paraguai está intrinsecamente

ligada ao processo de formação dos Estados nacionais na região

platina. Estudar as representações da Guerra do Paraguai

produzidas durante os regimes autoritários e veiculadas nos livros

didáticos é uma maneira de lançar luz sobre o presente que as

construiu, exercício que permite refletir sobre o livro didático como

veículo de culturas políticas.

2 - PÁTRIA GRANDE: CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE LATINA –

AMERICANA NOS POEMAS DE PABLO NERUDA.

-Aline Silva Ferreira

Resumo:

Após a emancipação das colônias espanholas na América, são

formados Estados, cuja nacionalidade passa a ser construída com

base nas grandes figuras participantes desse processo como San

Martin, Simon Bolívar entre outros, retratados em grande parte pelas

produções literárias historiográficas enquanto heróis nacionais, além

disso, essas produções exaltavam o patriotismo americano e

reafirmava a convicção de que eram americanos e não espanhóis,

cujo objetivo seria formar um sentimento coletivo de pertencimento a

uma Pátria que mais tarde se tornaria uma utopia maior a Pátria

Grande: a América Latina. O projeto de construção de uma

identidade nacional que antes se restringia a cada nação latino-

americana se amplia e torna-se um ambicioso projeto de criação de

uma Pátria Grande, este, espelha-se no “bem sucedido” projeto

implantado pela federação norte- americana que sendo formada por

Estados independentes, com culturas, línguas, leis diferentes,

conseguiram independente dos conflitos e diferenças se unir com um

mesmo propósito, além de compartilharem de um único sentimento

de patriotismo, tão forte que eles superam as diferenças e

conseguem se projetar para o mundo enquanto potência mundial.

Mesmo antes dos processos de independência as obras literárias já

se faziam presente no contexto de formação dessa nacionalidade.

Neste presente artigo analisarei os aspectos contidos nos poemas Un

canto para Bolívar e Pequeña América, ambos do poeta Pablo

Neruda, que contribuem para a formação da identidade latino –

americana, busco compreender de que forma a literatura poética

contribuiu e contribuí para a utopia da identidade latino – americana,

através da análise desses referidos poemas, que só é possível

graças à relação História e literatura, esta vem adquirindo bastante

espaço no campo das fontes para o historiador. Assim a literatura

enquanto portadora do saber traz mensagens, através de códigos

diferentes dos empregados em História, todavia não deixa de fazer

suas próprias leituras sobre o real trazendo novas interpretações e

dando novos significados a determinados aspectos da realidade.

Palavras- chave: Identidade nacional; Nação; Pátria Grande; utopia.

3- A feitiçaria Andina na Medicina Espanhola

-Gabriela Rodrigues Lima

Resumo:

As práticas de curas dos povos andinos foram interpretadas como

mágicas e tidas como feitiçaria pelos espanhóis ao chegarem no

“Novo Continente”, estes tiveram as suas tradições medicinais

encaradas como feitiçaria pelos conquistadores e colonizadores, tal

fator se concretizou por meio das visitas realizadas pelos

extirpadores de idolatrias. Através dessas práticas tentaram

desarticular seus rituais de cura, julgando-as como rituais diabólicos

sempre com o intuito de evangelizar e levar o “verdadeiro Deus” e

assim condenando os costumes dos nativos daquela região. O

homem europeu daquele período trouxe para o Novo Mundo o

imaginário da “Caça as Bruxas” e com isso mantiveram as atitudes

que eram de hábito para esse fenômeno na Europa. Entretanto ao

realizarem tais extirpações se “apropriaram” de várias plantas e

práticas de cura dos povos andinos, possuíam assim atitudes

contraditórias, pois viram que as mesmas eram eficazes para a

medicina de sua terra natal. Ao mesmo tempo em que essas práticas

aconteciam, houve a preocupação da coroa espanhola em mandar

expedições para a América, com o motivo de pesquisar sobre as

plantas e até mesmo sobre os animais que poderiam ser usados na

medicina, ou seja, a cultura dos nativos não foi excluída e sim

aproveitada de forma a não dar créditos a aqueles que a passaram.

As documentações como “tratados e crônicas” do final do século XVI

e início do XVII dão suporte a tal reflexão. Assim pretende-se

apresentar os estudos iniciais sobre a busca por então estabelecer

como se deu a possível influência do curandeirismo andino, no caso

específico do Peru, ou seja, o dos Incas nas práticas médicas dos

espanhóis do período e qual a importância que o país que acabara de

ter contato com o “Novo Mundo” deu para as plantas medicinais e

como se deu a utilização dessas no “Velho Mundo”.

4- Ituiutaba e o Golpe de 1964

- Caio Vinicius de Carvalho Ferreira

Resumo:

No ano de 1964 acontece um golpe de Estado no Brasil, na qual os

militares em conjunto com uma parcela da sociedade civil

derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart

instaurando uma ditadura que perdura até o ano de 1985. Não

obstante, no interior de Minas Gerais, a cidade de Ituiutaba no Pontal

do Triângulo o golpe também se fez sentir em forma de intervenção.

No desenrolar das mudanças políticas desencadeadas pelo golpe

civil-militar, os gestores municipais foram surpreendidos pela

intervenção de uma junta militar, na qual contou com o apoio de

nomes influentes da política local, integrantes da União Democrática

Nacional (UDN). Neste contexto depuseram o prefeito, o vice, e de

alguns vereadores, além da prisão de três desses últimos – todos

ligados ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - e um assessor do

prefeito. Essa junta também interditou um periódico local, a Folha de

Ituiutaba, cuja linha editorial tinha fama de fazer apologia ao ideário

de esquerda/revolucionário/comunista, culminando na prisão do dono

do jornal e do redator chefe, que foram encaminhados ao

Departamento de Ordem Política (DOPS) em Belo Horizonte. Nesse

contexto, outro jornal de publicação que circulava em todo o

Triângulo Mineiro, o Correio do Triângulo, passou a ser um veículo de

comunicação representativo de ideais anticomunistas e alinhadas

com o discurso da UDN e dos militares. A posição de cada um destes

jornais expressa a existência de forças que se coniventes ao regime,

bem como de outras que se opunham a situação imposta. Esse

trabalho tem por objetivo central, analisar historicamente os

desdobramentos do Golpe civil-militar em Ituiutaba, as trajetória

individuais e coletivas de sujeitos em torno do processo político,

repercussão, impacto e reorganização do poder local, por meio de

fontes orais e de jornais, procurando entender o processo histórico,

as ações e reações a esses acontecimentos e de que forma foram

sentidos, vivenciados e executados.

Palavras-chave: Golpe de 1964; Ituiutaba; Ditadura;

5- USOS DO PASSADO NO PROCESSO DE LEGITIMAÇÃO DA

REVOLUÇÃO CUBANA (1959-2009)

- Giliard da Silva Prado

Resumo:

O dia 1º de janeiro de 1959 assinalou a vitória de uma das principais

revoluções ocorridas na América Latina durante o século XX. A

chegada ao poder do grupo rebelde liderado por Fidel Castro marcou

o início de significativas mudanças no país e causou grande

repercussão para além das fronteiras nacionais, fazendo gravitar em

torno da experiência revolucionária cubana posições políticas e

ideológicas antagônicas, que se refletiram na construção de

significados múltiplos e contraditórios. Tendo triunfado em um

contexto marcado pela polarização ideológica e pelas tensões

políticas da Guerra Fria, os revolucionários cubanos demonstraram

ter consciência de que tão importante quanto conquistar o poder seria

efetivar a sua legitimidade e consolidação através da elaboração de

representações e da construção de memórias. Desde aquele

momento, o governo revolucionário investiu na propaganda do novo

regime e passou a desenvolver as políticas de memória da

Revolução, elegendo datas, personagens e acontecimentos a serem

comemorados, dando especial ênfase à evocação da memória das

guerras independentistas e, por conseguinte, dos próceres da

independência nacional. Dentre as diversas políticas de memória

postas em prática pelo regime cubano, destacaram-se as

comemorações das efemérides revolucionárias, cerimônias que se

repetiam anualmente com impressionante regularidade, permitindo

que os líderes da Revolução, em diferentes tempos presentes,

empreendessem os mais diversos usos políticos do passado. Neste

sentido, com base em uma análise dos discursos proferidos pelos

líderes da Revolução por ocasião das cerimônias comemorativas das

principais efemérides revolucionárias, no período compreendido entre

1959 e 2009, este trabalho examina em uma perspectiva diacrônica

os sucessivos usos do passado empreendidos pelo regime cubano,

com destaque para o papel que as reivindicações de ideias e

personagens das guerras independentistas tiveram no processo de

construção de uma memória e de uma identidade para a Revolução

Cubana.

Palavras-chave: Revolução Cubana; comemorações; memória.

6- Entre comunistas e separatistas: Uma analise da presença da

crise social nos discursos das “ligas camponesas” e no

“movimento separatista” nas décadas de 1940 e 1950 no

triangulo mineiro:

-Iago de Paula Barbosa

-Dalva Maria de Oliveira Silva

Resumo:

A partir da metade da década de 1940, a região de Ituiutaba e as

microrregiões que a circunvizinhavam adentraram em uma crise

social e politica, em virtude principalmente da inserção da cultura do

arroz e da reorganização do trabalho no campo, e de uma

industrialização urbana fomentada principalmente pelo

beneficiamento de grãos. Esta remodelagem econômica, incluiu no

cenário social novos agentes, como os trabalhadores rurais – em

virtude de que diferentemente dos ciclos econômicos anteriores, a

rizicultura demandava uma maior quantidade de mão de obra – os

migrantes nordestinos e uma pequena camada operaria urbana. Esta

inserção de novos agentes não foi pacifica e isenta de conflitos,

muito pelo contrario ela foi permeada por conflitos sociais, que se

manifestaram principalmente no campo através da formação das

“ligas camponesas” vinculadas ao partido comunista, que se

apresentavam sobretudo como uma resposta das esquerdas a crise

social, elencando como solução para tal um acirramento dos conflitos

de classe, e elegendo como responsável pela situação critica, o

latifúndio e a má distribuição de terras na região do triangulo. Ao

mesmo tempo as camadas conservadoras também estabeleceram

um discurso politico capaz de explicar e apresentar uma solução

satisfatória para a crise social, tal discurso se manifestava

principalmente através do movimento separatista, que se travestindo

de movimento social, buscava caracterizar o poder executivo

estadual mineiro como responsável pela crise, e ao mesmo tempo

tentavam homogeneizar as classes sociais presentes no triangulo

mineiro, silenciando o conflito de classes. Desta forma neste trabalho

buscaremos analisar a crise politica social da década de 1940-50

através de ambas as correntes discursivas – Ligas Camponesas e

Movimento Separatista- levando em consideração os agentes que o

produziram, e as intencionalidades presentes dentro de suas falas,

levando em consideração que ambos, produzem lugares sociais,

homogeneízam grupos, heterogeneizam outros além de criar

similaridades e rivalidades. Tais discursos se encontram presentes

em documentos da imprensa, arquivos de correspondências

referentes a policia politica, panfletos dentre outros, mostrando como

as diversas camadas sociais e as inúmeras correntes politicas

presentes no triangulo mineiro souberam ler este momento critico.

Observamos que ambas os discursos se apresentaram como

essenciais na composição de uma cultura politica triangulina, e

influenciaram propostas politicas partidárias ou não, ao longo de toda

a década de 1950 e 1960.

7- FUGAS E TRAVESSIAS: OS ESCRAVOS BRASILEIROS E A

FRONTEIRA COM A BOLÍVIA

-Newman di Carlo Caldeira

Resumo:

Embora pouco estudadas, as fugas internacionais de escravos

compõem parte significativa nas negociações que pretendiam

regulamentar os casos de repatriação ou extradição. O desenrolar

das negociações diplomáticas entre Brasil e Bolívia torna mais fácil

compreendermos a contradição existente na aplicação dos direitos de

propriedade e de liberdade no cenário internacional ao longo do

século XIX. Enquanto os representantes do Império brasileiro pediam

a devolução dos prófugos asilados, o governo boliviano passou a

adotar o princípio jurídico do “solo livre” para legitimar a postura de

defesa da concessão de liberdade pessoal para os cativos que

pisassem seu território.

8- NOTAS PRELIMINARES SOBRE AS REPRESENTAÇÕES DA

REVOLUÇÃO CUBANA NA IMPRENSA DO TRIÂNGULO

MINEIRO: UMA ANÁLISE DOS JORNAIS FOLHA DE ITUIUTABA E

CORREIO DO TRIÂNGULO (1959-1964)

-José Fernandes da Cruz Neto

Resumo

Este trabalho visa apresentar considerações preliminares de uma

pesquisa que está sendo desenvolvida no Curso de História da

Universidade Federal de Uberlândia (Campus Pontal). A investigação

consiste em uma análise histórica das representações da Revolução

Cubana nos jornais Folha de Ituiutaba e Correio do Triângulo, no

período compreendido entre 1959 e 1964. Nesse sentido,

buscaremos compreender de que modo esses periódicos da

imprensa do Triângulo Mineiro abordaram esse importante

acontecimento da cena política internacional em um contexto

marcado pela polarização ideológica da Guerra Fria. Objetivamos

entender, por meio de uma análise dos editoriais, dos artigos de

opinião e das notícias veiculadas sobre a Revolução Cubana, as

posições político-ideológicas presentes nesses dois periódicos,

atentando não apenas para aquilo que é noticiado, mas também para

as razões de eventuais silenciamentos acerca desse acontecimento

de grande repercussão não apenas na América Latina, mas na cena

política mundial. No estudo das representações construídas pelos

jornais Folha de Ituiutaba e Correio do Triângulo sobre a experiência

revolucionária cubana combinaremos a análise dos textos veiculados

nesses periódicos com a imprescindível compreensão de diferentes

contextos históricos. Nesse sentido, a problematização dessas fontes

requer o entendimento dos acontecimentos, relações de poder e

disputas político-ideológicas nos cenários: internacional, cubano,

brasileiro e local. Requer também que se leve em conta o lugar de

fala dos sujeitos que compunham o corpo editorial e/ou colaboravam

nesses jornais. Neste trabalho, buscaremos ainda correlacionar as

representações construídas pela imprensa sobre a Revolução

Cubana local com aquelas presentes em jornais de grande circulação

no Brasil, de modo a problematizar aproximações ou distanciamentos

em relação à construção de significados e memórias acerca da

experiência revolucionária cubana.

Palavras chave: Revolução Cubana. Representação. Imprensa.

Triângulo Mineiro.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 2

A OBRA DE ARTE E O

FAZER HISTÓRICO

-Cássia Abadia da Silva

(Mestranda PPGHIS | UFU)

-Elidiane Silva Ferreira

(Mestranda PPGHIS | UFU)

1- ESPAÇO E LINGUAGEM: CONTRIBUIÇÕES ESTÉTICAS

DE GERMINAL NO ESTUDO DA SOCIEDADE INDUSTRIAL

-Rodrigo Janoni Carvalho

Resumo:

Germinal (1885) é notadamente o livro mais conhecido de Émile Zola

em vista de sua força e impacto, tanto que

os mineiros do norte francês gritavam “Germinal! Germinal!”

homenageando-o em sua marcha fúnebre, em 1902, em tributo à sua

luta contra a exploração. Na célebre obra são narrados os feitos da

greve dos mineiros de Nord-Pas-de-Calais, os quais se revoltam em

consequência das precárias e desumanas condições de vida e

trabalho. Para escrevê-lo, Zola enfrentou o drama do trabalho nos

veios mineiros, conviveu com os operários e de uma forma ímpar

pintou a vida política e social de sua época. Entendemos que

Germinal é um documento, fonte histórica e geográfica. Nessa

perspectiva, procuramos analisar um mundo bastante assustador

face à coexistência da miséria e da sociedade industrial, a partir

deste clássico, levantando-se questões pertinentes e trazendo

autores de variadas matrizes à discussão. Caráter este que revela o

diálogo entre múltiplas linguagens no estudo, de modo que

reiteramos a relevância do trabalho no âmbito das ciências humanas.

Seria limitador pensarmos aspectos inerentes à condição humana no

bojo de apenas uma disciplina. Destacamos, portanto, a riqueza no

diálogo com o saber literário. Partimos da tese de que a literatura é

produção de conhecimento e contribui na construção da realidade

como linguagem, constituindo-se como potencialidade de leitura

espaço-temporal enquanto experiência humana singular, em

destaque a estética naturalista como expressão da sociedade

industrial. A investigação se coloca como chave de interpretação e

possibilidade de análise de uma realidade complexa e fragmentada, a

partir da riqueza do entrelaçamento de múltiplas linguagens.

Verificamos a potencialidade desta proposição na leitura espaço-

temporal a partir de experiências humanas singulares. O resgate

histórico-geográfico desta trama comprova a riqueza dos caminhos

de pesquisa entre literatura e ciências humanas, reiterando o pensar

crítico e reflexivo inerente à atitude filosófica que prezamos. A partir

da análise de Germinal evidenciamos as suas contribuições estéticas

no estudo da industrialização e dos trabalhadores frisando dois

pontos nevrálgicos: a relação homem e ambiente e a sua própria

mecanização. Nessa perspectiva, nossa chave de interpretação se

mostra válida e coerente compreendendo um caminho de análise do

homem, do espaço geográfico e da sociedade industrial.

2- Do texto ao palco: reflexões sobre o processo de criação

da versão brasileira de O percevejo

- Cássia Abadia da Silva

Resumo:

Tendo em vista as possibilidades que o diálogo entre História e

Teatro nos permite em relação tanto ao fazer histórico, quanto a

construção do conhecimento histórico é que apresento a presente

proposta que, a saber, versa sobre o processo de construção cênica

da peça O percevejo, idealizada durante a década de 1970, mas só

levada aos palcos na década de 1980, com temporadas no Rio de

Janeiro em 1981, Teatro Dulcina e em São Paulo no Sesc Pompéia

em 1983, além de uma turnê internacional em 1982/1983. Nosso

objetivo é analisar e compreender o modo que o diretor Luís Antonio

Martinez Corrêa (1950-1987) juntamente com grupo de artistas

realizaram a leitura, a adaptação e a construção de uma versão

brasileira acerca do texto teatral O percevejo, o qual foi escrito pelo

poeta russo, Vladímir Maiakóvski em 1928-29.

3- Brecht e A Santa Joana dos Matadouros

- Elidiane Silva Ferreira

Resumo:

Neste trabalho, a proposta é refletir acerca do momento histórico em

que foi escrita a peça teatral A Santa Joana dos Matadouros (1929-

1931), considerada uma das grandes peças do século XX, que

retrata a crise do capitalismo em um momento em que o

desemprego, a superprodução e concentração do capital se

destacam. Assim sendo pretende-se realizar a análise da peça,

atentando para as características de Brecht enquanto autor engajado.

4- CIDADE LIVRE EM CENA: O TEATRO A PARTIR DA

COMUNIDADE

-Walquiria Pereira Batista

Resumo:

A história de um bairro parece mais viva quando recriada em cena.

Especialmente quando se trata de um teatro entre vizinhos, herdeiros

ou pioneiros desse mesmo lugar. Sob o signo teatral, se reconstitui a

trajetória de um bairro: gesto, som, movimento, palavra encenam a

difícil chegada das primeiras famílias, suas disputas por espaços, as

condições hostis em que viveram, bem como o seu enfrentamento a

esta realidade. Realidade histórico/cultural que então é reconstruída,

dada a ver na representação teatral que tem por matéria prima as

sensibilidades, dos atores de cena e de seus atores sociais. As

subjetividades são, pois, ao mesmo tempo, material cênico e

testemunho histórico. Nesse sentido, o teatro é local de onde se vê

histórias de vida das “pessoas comuns”, de fato os protagonistas

anônimos que construíram um bairro no cotidiano de suas práticas.

Assim, um teatro “de baixo para cima” se relaciona a uma história

“vista de baixo”. Esse teatro se volta para a sua comunidade, é feito

em conjunto com a sua comunidade e é encenado pela própria

comunidade, na qual se evidencia a sensação de pertencimento.

Nesse teatro de vizinhos para vizinhos, se estabelece uma relação de

identificação, na criação e na recepção teatral: atores e público são

pessoas que vivem na mesma região, possuem histórias comuns, e

também se identificam por sofrerem a mesma exclusão. Com essas

premissas, a presente comunicação propõe analisar o teatro da

Associação Sociocultural/Ponto de Cultura Cidade Livre, de

Aparecida de Goiânia, a partir do espetáculo Em Aparecida de

Goiânia... Tenho uma vida melhor!, encenado por crianças e

adolescentes em 2014, dentro do Projeto Circuito Paralelo: Sonho e

Arte na Periferia. Para tanto, pretende-se voltar para o conceito de

teatro comunitário, no contexto da periferia, a partir de paradigmas

que permitam historicizar essa arte à margem das estéticas

hegemônicas. A referida Associação nasceu em 2004, no loteamento

Cidade Livre, o que motivou o nome da entidade, e é uma

organização não governamental, cultural e filantrópica; suas

atividades artísticas são baseadas em um tripé, a saber, o social, o

pedagógico e o humor. A hipótese desta pesquisa é a de que certos

conceitos, correntes e campos, reconhecidamente inerentes à história

cultural, como representação, sensibilidades, micro história e

identidade, propiciam algumas das chaves para historicizar o teatro

em questão, dada a sua natureza estética e ideológica.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 3

ESCOLA PÚBLICA,

ENSINO DE HISTÓRIA E

EXPERIENCIAS

DIDÁTICAS:

ABORDAGENS E

INTERLOCUÇÕES

1- ESCOLA PÚBLICA, ENSINO DE HISTÓRIA E

EXPERIENCIAS DIDÁTICAS: ABORDAGENS E INTERLOCUÇÕES

POSSÍVEIS: A concepção de extensão rural em Paulo Freire

- Auricharme Cardoso de Moura

Resumo:

Atualmente a agricultura familiar está cada vez mais presente nos

discursos políticos, pesquisas acadêmicas, noticiários da imprensa,

POSSÍVEIS

-Artur Nogueira Santos e

Costa (Mestrando PPGHIS

| UFU)

-Cinthia Cristina de

Oliveira Martins

(Mestranda PPGHIS | UFU)

cursos profissionalizantes e eventos de negócios, uma vez que é

notória a sua importância para a segurança alimentar do país e

geração de emprego e renda. Os chamados extensionistas rurais

desempenham um papel, dentro do circuito do capital, de agentes do

desenvolvimento, visando o aumento da produção e produtividade

agrícola. Neste contexto em que os agricultores familiares estão cada

vez mais inseridos na lógica de mercado, com acesso relativamente

fácil ao crédito rural e sendo contemplados com aumentos anuais no

conhecido “Plano Safra da Agricultura Familiar”, em particular para a

área de Assistência Técnica e Extensão Rural, qual a contribuição do

livro “Extensão ou Comunicação?”, de Paulo Freire, no esforço de se

compreender esta nova dinâmica rural em curso? Pretende-se

discutir, à luz da concepção freiriana de extensão como invasão

cultural, como a transmissão de um saber tecnicista-acadêmico-

mercadológico nega o protagonismo do sujeito como agente da

transformação do mundo, o que acaba gerando uma modernização

sem desenvolvimento. A atribuição e valor dado ao modo de produzir

especializado reflete uma posição na qual o saber acadêmico-

padronizado deveria substituir o saber do homem do campo adquirido

na “escola da vida”. Ao selecionar o conteúdo a ser incorporado pelo

lavrador, as agências estatais de assistência técnica e extensão rural

procuram inserir modos homogêneos de produzir, trabalhar e viver

através de um controle social da cultura, ou seja, se tem uma busca

da construção de um modelo hegemônico de desenvolvimento rural

por intermédio da criação de novos valores, costumes e visões de

mundo. Nesse contexto, a hegemonia procura envolver as pessoas

em todas as dimensõs de sua vida desde o lazer, passando pelo

trabalho e relações sociais, chegando até a vida privada, alterando

visões acerca delas próprias e da sociedade. Em contraposição a

este processo de “coisificação do sujeito”, Paulo Freire discute acerca

da importância da adoção de técnicas e metodologias que permitam

a construção do conhecimento de forma coletiva e democrática,

partindo de um horizonte no qual saberes dos agrônomos possam

dialogar e se relacionar com a “leitura de mundo” e interesses dos

agricultores.

2- Possibilidades e dificuldades da aplicação da Lei 10.639/03

em sala de aula: Temática Religiosidade Africana

-Camilla Aparecida Nogueira Santos

-Luana Ferreira Santana

Resumo:

Este artigo apresenta uma proposta de ser trabalhar com a Lei

10.639/03 em sala de aula na temática Religiosidade Africana.

Buscamos em referências bibliográfica que tratam a temática e na

nossa própria experiência ao trabalhar com a mesma em sala de

aula, percebemos algumas dificuldades que existem na aplicação de

temas relacionados à religião seja ela qual for. No primeiro momento

fazemos uma apresentação sobre a proposta da Lei 10.639/03 no

ensino, no segundo momento relatamos as dificuldades encontradas

pelos profissionais da educação ao trabalhar com a temática e

buscamos possibilidades de trabalhar religiões africanas em sala de

aula. E concluímos qual seria a importância de ensinar sobre as

religiões de matriz africana.

Palavras - Chaves: Educação, Religiosidade, Cultura Afro Brasileira.

3- Introdução ao estudo de História num Centro educativo de

ressocialização de jovens: Relato de experiência

-Pablo Henrique Costa Santos

- Rosana de Jesus dos Santos

Resumo:

Apresentamos os resultados de uma atividade didática ministrada

para os 6º anos da Escola do Ensino Fundamental e Médio do Centro

Socioeducativo Nossa Senhora Aparecida na cidade de Montes

Claros-MG. A proposta foi introduzir o ensino da disciplina História

nas turmas de 6º ano. Iniciamos discutindo noções relativas à

concepção de História, o porquê de se estudar História, o ofício

dos/as historiadores/as, o que são fontes históricas. Todas essas

questões foram trabalhadas numa linguagem acessível aos

estudantes das séries iniciais. Durante a aula utilizamos exemplos

próximos ao cotidiano dos jovens. São turmas de adolescentes e

jovens em situação de ressocialização, assim as aulas são

ministradas em salas de aula com um número reduzido de alunos

(que cresce a cada dia), muitos dos quais com déficit escolar, ou

seja, distorção idade-série, durante todas as aulas estão presentes,

nos corredores das salas, uma quantidade de agentes

socioeducativos proporcional ao número de alunos. Na sequência

apresentamos tipos de fontes e discutimos suas características; como

materiais diversos podem ser transformados em fontes históricas

pelos/as historiadores/as, exemplificamos interligando o conteúdo à

realidade dos jovens. Nosso objetivo foi suscitar nos jovens a

reflexão crítica acerca das diversas linguagens presentes no

cotidiano deles, por exemplo: materiais publicitários, filmes, charges,

desenhos, novelas etc. E como essas diversas linguagens podem ser

transformadas em materiais de análise histórica. Analisamos colunas

sobre beleza retiradas de jornais do início do século XX, charges e

um anúncio publicitário de produto de limpeza. O eixo de discussão

sobre essas fontes foi a construção das hierarquias de Gênero e

étnico-raciais, destacamos a associação entre beleza e branquitude e

a construção das subalternidades centradas nas diferenças de

gênero e raça. A última etapa da atividade didática foi a avaliação,

realizada com vistas a observar como os estudantes organizaram

seus conhecimentos prévios e os interligaram com as discussões

travadas em sala de aula. Buscou-se também com a atividade

avaliativa o desenvolvimento da análise crítica e da escrita.

4- Aprendendo e ensinando História da África: no estágio

supervisionado II

- Leidimar Aparecida dos Reis - Silvania Aparecida Almeida

Resumo: O presente trabalho tem por intuito apresentar os resultados obtidos

no Estágio Supervisionado realizado na Escola Estadual Sérgio de

Freitas Pacheco, na turma do 7º ano do Ensino Fundamental II, turno

vespertino, pois o Estágio é um momento importante para mesclar

teoria e prática em sala de aula, compreendendo a relação entre o

saber acadêmico e o saber escolar, proferida com uma concepção de

educação e de História. No estágio foram usadas metodologias e

estratégias que despertassem o interesse dos alunos e possibilitasse

a construção do conhecimento histórico. Assim, os conteúdos foram

explorados por meio de aulas expositivas, participativas, análise de

imagens, músicas e atividades escritas, tendo por objetivo apresentar

observações e experiências vivenciadas no período de regência em

sala de aula feitas durante o estágio, buscando analisar a sequência

de ensino trabalhada com os estudantes do sétimo ano, cuja temática

está relacionada com a história da África. A metodologia adotada foi

primeiro observar a turma em atividade, e a partir de minha análise,

preparar o plano de ensino a ser executado em minhas aulas.

Durante o período de estágio aproveitamos para aprender a observar

melhor como se desenvolve as atividades diárias de um professor, e

também como é o ensino nas escolas públicas. Acredito que a

articulação teoria-prática e as discussões sobre as aulas planejadas

e trabalhadas no estágio tenham gerado diferentes níveis de emoção

e responsabilidade, e que estas, somadas a uma boa qualidade,

tenham desenvolvido no aluno a inquietação pela busca do

conhecimento. O espaço escolar é social, e torná-lo mais produtivo

não depende só dos sujeitos, mas fundamentalmente, dos sujeitos

investigadores, que o observam e analisam suas possibilidades de

mudanças. É esse primeiro passo que dá início ao conhecimento do

espaço escolar, pude observar a grande importância de conhecer a

organização do espaço escolar e que as relações entre os sujeitos é

uma necessidade, na medida em que a aula não é um acontecimento

isolado de uma sala, mas está inserida no espaço social de uma

instituição de ensino.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de História; Estágio Supervisionado;

Conhecimento

5- ESCOLA PÚBLICA E ENSINO DE HISTÓRIA: ARTICULAÇÕES

ENTRE PROJETOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS E PLANOS

ANUAIS DE CURSO. UBERLÂNDIA-MG (2000-2010)

- Artur Nogueira Santos e Costa

Resumo:

Esta proposta de comunicação integra parte da pesquisa que venho

realizando desde a iniciação científica e, agora, no mestrado. Propõe

articular um conjunto de documentos produzidos no âmbito da escola

pública às especificidades do ensino de história, problematizando

seus processos de produção e suas relações com os sujeitos

concretos que compõem a escola. Assim, dirige-se a um grupo de

Projetos Político-Pedagógicos (PPPs) de escolas estaduais e de

Planos Anuais de Curso da área de História para o ensino

fundamental, ambos relativos ao período compreendido entre 2000 e

2010, situando a cidade de Uberlândia-MG como dimensão empírica,

com o objetivo de entender a dinâmica do ensino e da escola, com

base nesses materiais. Mais do que buscar respostas, o esforço se

concentra no sentido de abrir um emaranhado de questões que

auxiliem a refletir sobre a temática, buscando compreendê-la em sua

complexidade.

6- O PAPEL DO CURRÍCULO NA FORMAÇÃO EM HISTÓRIA E

CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA

- Rafaela Rodrigues Nogueira

Resumo:

O presente trabalho apresenta discussões da pesquisa desenvolvida

no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Através do trabalho

almejamos problematizar como o currículo contribui para a inserção

da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, no que se refere à

implementação da Lei n. 10.639/03 na Educação Básica. Os

referenciais teórico-metodológicos da pesquisa baseiam-se em

autores que nos ajudam a refletir sobre a temática abordada,

Cavalleiro (2001), Munanga (2005), GARCIA (2007) e SILVA (1995).

Estes compreendem que a formação em História e Cultura Afro-

brasileira e Africana, conforme prevê a lei 10.639/03 é importante e

interfere no processo de ensino-aprendizagem como possibilidade de

realizar rupturas em processos de escolarização que não enfatizam

as lutas e a participação dos negros ao longo da História do Brasil e

da África, bem como, suas contribuições para constituição da

identidade nacional. Utilizamos da narrativa de uma educadora

infantil, sujeito de nossa pesquisa, pois a mesma evidencia a

importância da inserção da História e Cultura Afro-Brasileira no

currículo, para essa etapa educacional, nos relatando a necessidade

de construir outro olhar sobre a história do povo negro e as

possibilidades de uma nova compreensão por meio de uma formação

crítica desde a mais tenra idade.

7- RELATOS DE ESTÁGIO: UMA VISÃO METODOLÓGICA DO

ESPAÇO ESCOLAR

- Ana Paula dos Santos Silva Cury

Resumo:

A experiência de estagio é um ponto essencial na formação docente,

primeiramente pelo seu caráter de dialogo entre a teoria e a prática,

tão essencial na consolidação do saber acadêmico e de uma atuação

profissional fecunda, e posteriormente por ser a experiência de

estagio uma possibilidade essencial de se entrar em contato com

conflitos, temas, sujeitos e culturas presentes dentro do ambiente

escolar. O espaço escolar é indescritivelmente um espaço rico para

qualquer pesquisador que se atenha a analisá-lo, sua riqueza

cultural, as diversas camadas sociais que se fazem presentes dentro

da instituição escolar, a forma como os sujeitos que compõem a

hierarquia escolar dialogam etc... Tudo isso é essencial quando

tratamos de tal ambiente tão rico mais ao mesmo tempo tão

complexo. Em uma mesma escola se fazem presente contradições,

conflitos, atritos culturais e hierárquicos que cabe a nós como

estagiários perceber e relacionar com o processo de ensino e

aprendizagem, na qual estamos nos dispondo a efetuar em sala de

aula. É claro que o papel do estagiário dentro do ambiente escolar

está relacionado diretamente com o papel de pesquisador, quando

este estabelece uma observação etnográfica, e ao mesmo tempo

temos o papel de sujeito ativo, no momento em que nos dispomos a

intervir no processo de ensino aprendizagem, principalmente através

de nossos dados observados, e de nossa perspectiva teórica

adquirida ao longo dos estudos e da bibliografia que norteia a

disciplina de estagio. Assim realizamos um trabalho na escola que se

divide em duas etapas: a primeira centrada na pesquisa, e se

tratando de nossa formação na área da história, esta pesquisa deve

ser amparada nos aspectos presentes e pedagógicos que tangem o

ensino e a aprendizagem, e nos aspectos históricos, que podem

abranger a historicidade da instituição escolar, as relações sociais

efetuadas dentro da escola, a origem da clientela da escola, a

relação dos professores através de sua formação para com sua

atuação profissional etc.

8- O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL: UM ESTUDO COM CRIANÇAS DA ESCOLA

MUNICIPAL MACHADO DE ASSIS (2014)

- Daniella Patrícia da Silva

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Este texto apresenta os resultados finais de uma monografia

defendida no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas

do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia – FACIP/UFU.

Tem como temática o ensino de história nos anos iniciais do ensino

fundamental. O objetivo geral consistiu em refletir sobre o processo

de ensino e aprendizagem em História nos anos iniciais do ensino

fundamental. De forma específica delimitou-se: 1) Identificar quem

são as crianças que estudam no quinto ano do ensino fundamental

na E. E. Machado de Assis; 2) Refletir sobre os desafios e

possibilidades do ensino de História nos anos iniciais do ensino

fundamental; 3) Analisar como as crianças, estudantes do quinto ano

do ensino fundamental, aprendem História. Para a realização desta

investigação, foi escolhida as turmas do quinto ano do ensino

fundamental da Escola Municipal Machado de Assis, turma em que

atuava a pesquisadora, dessa forma, evidencia o caráter de pesquisa

participante. Como procedimentos metodológicos recorreu-se a

pesquisa bibliográfica, questionário respondido pelos estudantes,

análise de documentos e, por fim, produziu-se e aplicamou uma

sequência de ensino. Elegeu-se como temática questões

relacionadas ao estudo da história da África e cultura afro-brasileira.

O tema faz parte do currículo a ser trabalhado, além de ser

fundamental para a construção de uma cidadania crítica. Concluiu-se

que no processo de ensinar e aprender história nos anos iniciais, é

fundamental um planejamento sério, reconhecer que os estudantes

são seres portadores de saberes e estes saberes devem ser

considerados no processo de ensinar e aprender história. As imagens

e analogias são instrumentos importantes que auxiliam no processo

de aprendizagem. É importante que o professor ao ensinar história

busque fazer relações com a vida prática das crianças.

Palavras-chave: Ensino de História; Anos iniciais; Ensinar e

aprender; História da África.

9- EXPERIÊNCIAS E PRÁTICA DOCENTE NO PROGRAMA

INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DE

HISTÓRIA

-Sandra Alves Fiuza

- Marcella de Freitas Borges

- Iago de Paula Barbosa

Resumo:

Esse relato de experiência trata da produção e execução de uma

seqüência didática, realizada na escola Municipal Machado de Assis

pelos bolsistas, supervisor e coordenador do PIBID subprojeto

história da Facip-Ufu, na cidade de Ituiutaba-Mg. Essa intervenção

didático pedagógica compõe o plano de atividades e teve como

objetivo principal a participação efetiva em práticas docentes capazes

de incorpora nas aulas os princípios do trabalho cientifico, como:

problematização, construção de hipóteses, leitura, análise e

interpretação de diferentes gêneros textuais, linguagens e fontes. A

temática principal foi “O movimento negro”, uma vez que faz parte da

história da escola, fundada em 1937, com o esforço do movimento

negro em garantir escolarização noturna aos trabalhadores. Assim,

nossa intenção foi a de aproximar os alunos das lutas do passado

que contribuíram para a existência desse espaço e discutir com eles

sobre as lutas atuais pelo acesso a educação. Para tanto, dividimos a

sequência didática em três momentos, cada um para uma dupla de

bolsista, que contextualizou a situação dos negros no Brasil, desde a

escravidão do negro africano no século XIX, até os dias atuais.

Foram escolhidos todos os 2º anos do Ensino Médio para aplicar. A

primeira parte problematizava a vinda dos negros para o Brasil, no

auge do colonialismo português, para isso foi utilizado fragmentos do

filme “Amstad”. Dando sequência a segunda parte, a qual ficamos

encarregados, contextualizamos a vivencia dos escravos no Brasil

colônia, enquanto sujeito daquele espaço, seu trabalho, divisões de

funções, sua cultura e socialização entre eles. Neste caso, utilizamos

a fotografia do século XIX, compreendendo como o negro fora

representado pelo olhar europeu, permeado de preconceitos e visões

estereotipadas. O objetivo era despertar a sensibilidade artística dos

alunos quanto a produção fotográfica e imagética, compreendendo

que a fotografia, como uma fonte histórica, é uma construção, ao

mesmo tempo em que problematizassem a temática. Ao final da aula,

propusemos uma análise de fotografia. A sala foi divida em grupos

para a escolha de uma das fotos trabalhadas e analise a partir de um

roteiro produzido por nós. No terceiro e ultimo momento, o trabalho

de análise de gráficos demonstrou a atual situação dos negros no

Brasil e a participação do movimento negro, e visou despertar nos

alunos o senso crítico e a capacidade de formar sua própria opinião

em relação aos conteúdos problematizados durante a sequência.

10- A FORMAÇÃO DE SEBASTIÃO PRATA/GRANDE OTELO:

CONTRIBUIÇÕES PARA O TRABALHO COM AS RELAÇÕES

ÉTNICO RACIAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA

-Tadeu Pereira dos Santos

Resumo:

A temática referente às relações étnico raciais tem se tornado uma

pauta constante nas discussões em diversas áreas que têm o homem

como seu objeto de estudo. Constitui-se, neste sentido, em alicerce

dos processos de inclusão das lutas dos afro-brasileiros,

materializadas na lei nº 10.639, instrumental jurídico que permitem-

nos reclamar seus direitos e de realizar reivindicações junto à

sociedade brasileira, enquanto atores sociais de suas histórias. Neste

sentido, o trabalho em questão propõe discutir o processo de

constituição de Sebastião Prata/Grande Otelo, negro, que se tornou

símbolo do cinema nacional e esteve presente noutros espaços

artísticos do país, ao longo do século XX, numa sociedade que, para

além de desqualificar o negro, era marcada pela desigualdade social.

Desta forma, procuramos debater a questão identitária envolvendo

Prata/Otelo e sua inserção no mundo artístico. Assim, ensejamos

situá-lo no âmbito das relações étnico raciais visando, por meio da

sua experiência, problematizar suas atitudes e ações perante o

racismo e o preconceito, ao longo de sua trajetória de vida.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 6

ENSINO DE HISTÓRIA,

FORMAÇÃO HISTÓRICA E

DIDÁTICA DA HISTÓRIA

-Prof. Dr. Astrogildo

Fernandes da Silva Júnior

(UFU | FACIP)

- Prof. Dr. José Josberto

Montenegro Sousa (UFU |

FACIP)

1- Ensino de História e Direitos Humanos: desafios e

possibilidades

-André Luís Oliveira Martins

-Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Este texto apresenta resultados parciais de uma pesquisa

monográfica que está sendo realizada no curso de História da

Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal

de Uberlândia – FACIP/UFU. Tem como objetivo geral analisar como

a temática “Direitos Humanos” se apresenta nos conteúdos dos

Livros Didáticos de História, nos anos finais do ensino fundamental.

A metodologia consiste na análise dos Livros Didáticos de História.

Inicialmente será realizado uma investigação para identificar qual a

coleção mais utilizadas nas escolas públicas de Ituiutaba, MG, Brasil,

em seguida a análise da coleção buscando identificar como a

temática Direitos Humanos se apresenta de maneira direta ou

indireta, ou seja, quais os conteúdos registrados no Livro Didático

podem potencializar reflexões acerca dos Direitos Humanos. O

referencial teórico baseia-se nos estudos dos Programas de

Desenvolvimento Profissional Continuado que trata das relações

étnico-raciais e de gênero (2007); Ética e Cidadania: Construindo

valores na Escola e na Sociedade (2007); Plano Nacional de

Educação de Direitos Humanos. Sobre ensino História e Livro

Didático recorre a estudiosos tais como: Guimarães (2012),

Bittencourt (2004), dentre outros. Acredita-se que os resultados desta

investigação podem contribuir para identificar desafios e apresentar

possibilidades de recorrer ao Livro Didático de História e trabalhar

temáticas relacionadas aos Direitos Humanos aproximando mais a

História da vida prática dos jovens estudantes, contribuindo para a

formação crítica e cidadã dos estudantes.

Palavras-chave: Ensino; Desafios e Possibilidades, Direitos

Humanos.

2- O ENSINO DE HISTÓRIA NO SEGMENTO DA EJA NA

CIDADE DE ITUIUTABA: REFLETINDO SOBRE COMO OS

PROFESSORES ENSINAM E OS ESTUDANTES APRENDEM

HISTÓRIA.

- Sidney Leopoldino da Mata

-Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre um projeto

de pesquisa que está sendo desenvolvido no Programa de Pós

Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia –

PPGED. A investigação situa-se no campo das reflexões sobre o

ensino de história e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Destacam-se os seguintes objetivos: descrever e interpretar o cenário

da pesquisa, os aspectos históricos, socioeconômicos e culturais do

município de Ituiutaba, MG, Brasil; compreender o movimento

histórico da EJA, bem como refletir sobre as identidades dos sujeitos

da pesquisa; analisar o processo de ensino e aprendizagem em

história buscando compreender como os professores de História da

cidade de Ituiutaba-MG, ensinam e os estudantes aprendem História.

Partimos de um referencial teórico-metodológico fundamentado na

didática da História. Recorreremos à observação do espaço escolar,

especificamente das aulas de história e da história oral. A pesquisa

será de cunho qualitativo e envolverá professores e estudantes

frequentadores dos anos finais do Ensino Médio do segmento da EJA

da rede pública, no ano de 2015. Nesta perspectiva entendemos que

analisar a prática docente dos professores de História neste

segmento educacional, não se traduz em diagnóstico conclusivo

sobre o ensino de história na EJA na cidade de Ituiutaba, mas em

estudo do qual emergem possibilidades de vislumbrar experiências e

vivências oriundas do enfoque teórico da cultura histórica e a sua

linearialidade com a orientação para a vida prática. Os estudos

iniciais apontam que a atuação docente neste núcleo de formação,

necessita ser desenvolvida de forma diferenciada daquela observada

no ensino regular, uma vez que o público alvo é constituído de alunos

em fase adulta nos quais se manifestam múltiplas experiências

mundanas oriundas de suas vivências. Estas especificidades nos

apontam múltiplas possibilidades de trabalhar com as diversas

consciências históricas que ali se reúnem cotidianamente. Nesta

perspectiva acreditamos que através do conhecimento histórico, é

possível formar sujeitos capazes de refletir sobre o mundo e seu

processo de transformação. Este indivíduo mais consciente do seu

papel enquanto sujeito histórico estaria apto a incorporar o papel de

agente de mudanças, por meio de ações e contestações contra a

desigualdade social em grande escala que esta posta na sociedade

em que está inserido.

3- FORMAÇÃO SABERES E PRÁTICAS DE PROFESSORES:

UM ESTUDO COM OS EGRESSOS DO CURSO DE HISTÓRIA DA

FACIP-UFU (2011-2015)

- LUCIAN ERLAN SILVA DOMINGUES

- UENDRIA CRISTINA ALVES

- ASTROGILDO FERNANDES DA SILVA JÚNIOR

Resumo:

Este texto tem o intuito de apresentar os resultados parciais de

investigação, que tem como objetivo geral avaliar o perfil dos

egressos do Curso de graduação em História da FACIP-UFU, bem

como refletir sobre as contribuições e lacunas da graduação em sua

formação e na atuação dos professores de História. Como objetivo

específico delimitou-se: Refletir sobre as dificuldades, necessidades,

gostos e vantagens em ensinar história; Identificar, registrar e refletir

sobre saberes, processos, metodologias e práticas de ensino e

aprendizagem em História produzida e mobilizada no fazer

pedagógico dos professores egressos; Identificar, registrar e analisar

o modo em que os professores de História (egressos do Curso de

História da FACIP-UFU) concebem, reconfiguram e (re)significam os

saberes históricos aprendidos ao longo da formação inicial, no

espaço da sala de aula da educação básica. Na busca de respostas

às problemáticas supracitadas, optamos por privilegiar a abordagem

qualitativa de pesquisa educacional, por favorecer uma visão ampla

do objeto estudado e envolvimento do pesquisador com a realidade

social, política, econômica e cultural. Recorremos à pesquisa

educacional qualitativa do tipo etnográfica, utilizamos da observação,

notas de campo, análises de documentos e entrevistas. A

participação neste projeto significa uma experiência valiosa para a

nossa formação acadêmica, agregando novos conhecimentos e

percepções acerca dos processos de ensino e de aprendizagem. Por

meio das atividades desenvolvidas mantivemos contato e refletimos

sobre a realidade enfrentada por professores em sala de aula, as

carências de materiais e recursos didáticos. O projeto proporciona

oportunidade de crescimento acadêmico. Acreditamos que ao longo

do tempo possamos, nos aprofundar nos preparar e exercitar a nossa

consciência crítica acerca da Educação juntamente com os

professores atuantes da educação básica e com os professores

Egressos do curso de História da Facip/ UFU Campus pontal que

optaram em continuar sua formação nos cursos superiores oferecidos

pelas diversas instituições de ensino no Brasil.

Palavras-Chave: Ensino de História; Formação de Professores;

Saberes e Práticas.

4- OS JOGOS ELETRÔNICOS E A FORMAÇÃO HISTÓRICA

DOS JOVENS

- Marcus da Silveira Júnior

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Este texto apresenta resultados parciais de uma monografia que está

sendo desenvolvida no curso de História da Faculdade de Ciências

Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia -

FACIP/UFU. O objetivo geral consiste em analisar como os jogos

podem marcar a consciência história dos jovens estudantes. De

forma específica delimitou-se os seguintes objetivos: produzir uma

reflexão sobre o ensino de História, a Didática da História e a Teoria,

buscando compreender as diferentes formas que contribuem para o

aprendizado histórico dos jovens estudantes; analisar os aspectos

históricos trabalhados no jogo “Assassin’s Creed”, que aborda a

Revolução Francesa, e refletindo sobre o potencial deste jogo no

aprendizado histórico. Como referencial teórico metodológico a

investigação recorre a Didática da História. Para melhor

compreensão deste conceito a trilogia de Rusen se faz

imprescindível: Razão Histórica, História Viva e a Voz do Passado.

Conforme Cardoso (2008), a pesquisa didático-histórica não é o

discurso de um antropólogo sobre um contexto familiar que ele

precisa estranhar ou a crítica de um pedagogo à forma de

organização das aulas do ponto de vista das ciências da educação.

Ela é um discurso de um profissional da cultura histórica sobre essa

mesma cultura, que tem um grande impacto, pois limita o seu diálogo

com outras disciplinas em função da coerência entre elas e a cultura

histórica. Uma pesquisa de campo didático-histórica jamais ignora ou

mesmo relega a segundo plano os conteúdos tratados numa aula. O

que ocorre na sala de aula é apenas parte de um todo mais amplo,

que engloba as elaborações da História sem forma científica. É só

parte da cultura histórica, chamada de história escolar, que mantém

relações indissociáveis com outras expressões dessa cultura. Nesse

sentido, compreender as possíveis contribuições do jogo na formação

histórica dos jovens estudantes pode auxiliar nas reflexões sobre os

saberes históricos, aprendidos em diferentes tempos e espaços, que

os estudantes carregam para a sala de aula.

Palavras-Chave: Formação histórica; Didática da História; Jogos

eletrônicos.

5- UM OLHAR PARA O PAPEL DOS MUSEUS NO ENSINO DE

HISTÓRIA

-Lázaro Rufino Dâmaso Neto

Resumo:

O presente trabalho é produto de um Trabalho de Campo realizado

no ano de 2014 pelo curso de História da FACIP/UFU, com destino a

cidade de Ouro Preto. Dirigiu-se o plano de visitas a instituições de

reconhecida expressividade histórica, detentoras de acervos

diversificados e significativas como locais de memória. Com base nas

observações nas instituições históricas - com destaque os museus -,

anotações e referencial teórico. O artigo tem como objetivo refletir no

papel que os museus – em foco Museu da Inconfidência -

representam para o ensino de história e o valor simbólico de cada

objeto presente nos museus e a organização dos mesmos, que

qualifica um discurso objetivo de determinado locutor. Há também,

para além da análise do Museu da Inconfidência, uma leitura geral da

cidade de Ouro Preto e o valor de patrimônio a ela estabelecido,

como expoente autêntico de arte e identidade nacional. Conclui-se

que é real a importância dos Museus para ensino de História, em

relação a formação da identidade do indivíduo, trazendo elementos

de uma memória local, e no caso do Museu da Inconfidência, além

de local, uma memória nacional. Porém considera-se fundamental

problematizar a memória oficial e destacar outras histórias

silenciadas.

Palavras-chave: Memória; patrimônio; Museu da Inconfidência; Ouro

Preto.

6 - A importância da disciplina História em sala de aula, tendo

como pressuposto os Estágios Supervisionados.

- Flávio Alves dos Santos

Resumo:

Os relatórios e ensaios apresentado como requisito final das

disciplinas de Estágios Supervisionados na Universidade Federal de

Uberlândia, campus Pontal, tem como início a análise da escola da

sala de aula e o ensino de História. A relação professor-aluno, as

dinâmicas do currículo, as práticas Pedagógicas e o planejamento do

ensino e suas propostas para o Ensino Fundamental e Médio e a

metodologia dos professores, proposta pela disciplina com o intuito

de investigar o universo escolar para nos aproximar e ver como se

dar a compreensão das ideias, como são aplicados os conceitos

históricos. Os ensaios e relatórios também foram usados para

demonstrar a importância da disciplina História e do professor como

mediador nas problematizações do passado, mas também com as

problematizações do presente.

A História por vezes é encarada como uma disciplina secundária e

tem sua importância diminuída perante as ciências exatas, isso é

perceptível pela diminuição da carga horária da disciplina que tem

acontecido nas escolas nos últimos anos, por esse e outros fatores é

que, nós enquanto professores e futuros professores deveram

mostrar aos nossos alunos a importância de estudar História e os

Estágios Supervisionados foram uma ótima oportunidade para

desenvolvermos tal ideia. Os temas escolhidos para cada aula dos

Estágios vieram no sentido de procurar desenvolver em sala de aula

um debate crítico sobre os fatos históricos bem como a participação

de sujeitos, “como exemplos os negros”, que até bem pouco tempo

atrás se encontravam praticamente excluídos da história. A

construção desse e de outros debates ocorridas nos Estágios de

cunho crítico vieram ao encontro do nosso objetivo de ajudar os

alunos a desenvolverem uma consciência histórica crítica, bem como

fazê-los sentir-se parte ativa da sociedade onde vivem. Ao entrarmos

em sala de aula nos deparamos com todas as dificuldades que o

cotidiano escolar nos impõe e é nesse momento que precisamos

colocar em prática toda a teoria que aprendemos na universidade.

Dessa forma os Estágios foram de extrema importância para

conseguirmos relacionar teoria e prática e também para percebermos

que, se bem aplicada toda teoria funciona de forma satisfatória, ela

só depende do esforço e da dedicação do professor para trazer

resultados excelentes.

Palavra-Chave: Estágio-Supervisionado. , Disciplina. , História.

7- A HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

E HISTÓRIA INDÍGENA: A PRODUÇÃO DE MATERIAIS

DIDÁTICOS RECORRENDO A DIFERENTES FONTES E

LINGUAGENS

- Davi Aragão Martins da Silva

-Eduardo Toscano Novaes Junior

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Este texto apresenta resultados de um Projeto desenvolvido no curso

de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da

Universidade Federal de Uberlândia – FACIP/UFU no Programa de

Bolsas para Graduação - PBG. O objetivo geral desta investigação

consiste em produzir e socializar materiais didáticos (sequências de

ensino) sobre os conteúdos de história na educação básica

recorrendo às diferentes fontes e linguagens da cultura

contemporânea (filmes, canções, quadrinhos, obras de ficção,

poesias, internet, documentos, história oral, dentre outras). Como

objetivos específicos delimitou-se: Diagnosticar como os professores

ensinam e como os jovens estudantes dos anos finais do ensino

fundamental aprendem História no cotidiano da sala de aula;

Conhecer as fontes e linguagens preferidas dos jovens estudantes e

as mais utilizadas pelos professores. Recorremos a estudos de textos

que auxiliaram a (re)pensar sobre a história ensinada, enfatizamos a

necessidade de buscar “outras histórias”. A metodologia da pesquisa

pressupõe diálogos constantes entre escola e universidade. A

aproximação destes dois espaços pode contribuir no processo de

ensino e aprendizagem e na formação cidadã dos jovens estudantes

da educação básica, pois a sala de aula não se limita em lugar de

reprodução, mas também de produção de conhecimentos. Ouvimos

professores e alunos para iniciarmos o processo de produção de

materiais didáticos, no caso desta investigação priorizamos a

elaboração de sequências de ensino tendo como temáticas a História

da África e da cultura Afro-Brasileira e História Indígena.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de história. Diferentes Fontes e

Linguagens. Historia da África e Cultura Afro-Brasileira. História

Indígena.

8 - FONTES E LINGUAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA: UM

ESTUDO COM PROFESSORES E JOVENS ESTUDANTES

BRASILEIROS

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

-José Josberto Montenegro Sousa

Resumo:

Este texto tem como objetivo analisar resultados de um projeto de

pesquisa desenvolvido por professores formadores, estudantes de

História em colaboração com um professor e jovens estudantes do

ensino médio. Consiste em refletir sobre o potencial das diferentes

fontes e das diferentes linguagens da cultura contemporânea no

processo de ensinar e aprender história. A pesquisa inspirou-se nos

estudos do campo da didática da história. Utilizou-se de instrumentos

tais como: observação participante, entrevistas, registro de notas de

campo a partir da imersão nas aulas de história de uma escola

pública estadual, localizada na cidade de Ituiutaba, MG, Brasil,

especificamente as aulas de História dos jovens estudantes do

ensino médio. Concluiu-se que as diferentes fontes e linguagens se

apresentam como um potencial a ser explorado, mas deve ser usado

no cotidiano das aulas e não de forma esporádica.

9 - Ensino de História: Considerações sobre consciência

histórica a partir de interpretações de jovens sobre escravidão

com base nos livros didáticos

-Caroline Antunes Martins Alamino

Resumo:

Este artigo pretende ser uma análise sobre consciência histórica, a

partir de entrevistas com estudantes do Ensino Fundamental, em

relação às suas interpretações sobre o tema escravidão africana no

Brasil, com base nas leituras de livros didáticos. Utilizando-se,

portanto, de experiências empíricas do ensino de História para

compreender algumas dimensões dos pressupostos teóricos que

envolvem a formação da consciência histórica. Compreendendo que

a consciência histórica é construída a partir de vários fatores externos

ao indivíduo, na sociedade atual adolescentes possuem diversas

fontes para a construção de seus conhecimentos históricos e por sua

vez de sua consciência histórica, são influenciados pelo alto consumo

de programas na televisão, filmes, horas diárias na Internet e claro

formação familiar e escolar. Na formação escolar eles vão estar

sujeitos a influências de seus professores, de seus livros didáticos e

outras leituras praticadas na escola além de conversas e trabalhos

que vão realizar a troca de pensamentos entre os próprios

estudantes. A partir dos usos dos livros didáticos ao longo da vida

escolar os adolescentes criam várias percepções que somadas a

essas experiências externas a vida escolar vão dando contornos às

suas consciências históricas. A prática da leitura histórica não

caracteriza uma memorização de fatos e sim uma compreensão e

reflexão sobre os temas históricos, sempre influenciada pela

experiência individual anterior de cada leitor e pelas experiências

coletivas de noções de sociedade. A leitura de fatos históricos nos

livros didáticos é um recorte do fato histórico selecionado pelo autor

que vai ter uma compreensão individual e subjetiva dessa

representação de acordo com cada indivíduo que a lê.

Palavras-chave: livro didático, escravidão, consciência histórica

10- O ETERNO RETORNO DO FASCISMO: UM ESTUDO COM

JOVENS ESTUANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

- Gilson Aparecido Santos

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Este texto tem como objetivo analisar a produção e desenvolvimento

de uma sequência de ensino trabalhada com jovens estudantes do

nono do ensino fundamental da Escola Estadual Israel Pinheiro,

localizada na cidade de Ituiutaba, MG, Brasil. A sequência faz parte

de um projeto de pesquisa desenvolvido por professores formadores,

estudantes de História em colaboração com um professor e jovens

estudantes do ensino médio. O projeto consiste em refletir sobre o

potencial das diferentes fontes e das diferentes linguagens da cultura

contemporânea no processo de ensinar e aprender história. A

pesquisa inspirou-se nos estudos do campo da didática da história.

Utilizou-se de instrumentos tais como: observação participante,

entrevistas, registro de notas de campo a partir da imersão nas aulas

de história de uma escola pública estadual, localizada na cidade de

Ituiutaba, MG, Brasil, especificamente as aulas de História dos jovens

estudantes do ensino fundamental. Foi trabalhado imagens,

documentários, reflexões sobre as manifestações atuais e o livro

didático. Concluiu-se que as diferentes fontes e linguagens se

apresentam como um potencial a ser explorado, mas deve ser usado

no cotidiano das aulas e não de forma esporádica. Por meio das

diferentes fontes e linguagens o estudantes relacionam a história com

sua vida prática.

Palavras – Chave: Ensino de História; Fontes e Linguagens;

Fascismo e Nazismo; Ensino Fundamental.

11- O ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE A

TEMÁTICA “EDUCAÇÃO RURAL E DO CAMPO”

- Marcos Flávio Alves Leite

- Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

Resumo:

Esta proposta tem como intuito apresentar os resultados parciais da

monografia que está sendo produzida no curso de História da

Faculdade de Ciências Integradas do Pontal FACIP/UFU. O trabalho

intitula-se “O Ensino de História em escolas localizadas Meio Rural:

um estudo no município de Ituiutaba (MG) Brasil”. Tem como objeto

geral analisar, por meio das vozes dos professores de História, a

formação, os saberes e as práticas de ensino de História, em escolas

localizadas no meio rural. O trabalho consiste em abordar como

objetos específicos de pesquisa, a apresentação do estado da arte

da produção acadêmica, que aborde as temáticas relacionadas à

educação rural e educação do campo; refletir sobre a história da

educação rural efetivada no município de Ituiutaba MG. Brasil; refletir

sobre a formação inicial, continuada, os saberes e as práticas dos

professores de História que atuam em escolas localizadas no meio

rural do município de Ituiutaba. A metodologia da pesquisa, recorre a

pesquisa bibliográfica, ao estado da arte e história oral temática.

Busca-se ouvir as vozes dos professores de História que atuam nas

diferentes escolas localizadas no meio rural do município de

Ituiutaba, MG, Brasil, procurando identificar o que dizem sobre sua

formação inicial, sobre a formação continuada, seus saberes e

práticas desenvolvidos nos espaços especifícios das salas de aulas

das escolas localizadas no meio rural. Para a apresentação neste

evento, limitou-se nas reflexões sobre o estado da arte da produção

acadêmica. São chamadas pesquisas do estado da arte aquelas

com caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio

de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes

campos do conhecimento. Empreende-se uma pesquisa no site da

capes www.capes.br . Utilizou-se dos termos educação rural e

educação do campo. Foram identificadas 230 produções, nas quais

97 são na área de educação. O trabalho limitou-se na análise das

produções na área de educação, nos programas de pós graduação

em história não foi identificado nenhum trabalho.

Palavras-chave: Ensino de história. Educação Rural. Educação do

Campo. Estado da Arte.

12- MOVIMENTO NEGRO, COTAS RACIAIS E ENSINO DE

HISTÓRIA

- Marcus da Silveira Júnior

- Caíque Pereira da Silveira

Resumo:

Este trabalho apresenta resultados das atividades de intervenção

didático-pedagógica na Escola Municipal Machado de Assis,

desenvolvidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência (PIBID) do curso de História da Faculdade de

Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia

- FACIP/UFU. Trabalhamos com o tema Movimento Negro e as Cotas

Raciais, organizando nossa atividade em dois momentos: execução

de uma sequência didática nos 2° anos do ensino médio e uma roda

de conversa realizada com os 3° anos do ensino médio. Para a

sequência, selecionamos o filme Amistad, pois, nesses novos

tempos, os filmes passaram a compor um meio de expressão e

comunicação entre seres humanos, ele amplia o modo como as

pessoas enxergam e compreendem o mundo onde vivem. Além

disso, os filmes permitem que os alunos tenham uma melhor

compreensão sobre o tema estudado na disciplina de História.

Durante nossa aula falamos sobre a escravidão no século XVII e

XVII, selecionamos trechos do filme para exibição, depois passamos

um roteiro de análise para os alunos, e por fim realizamos um debate

sobre o trecho exibido. O objetivo da roda de conversa consistiu em

provocar diálogo e interação entre os alunos, para gerar

questionamentos, conflitos, curiosidade, busca de novas informações

e novos conhecimentos. O professor e a escola precisam

compreender a complexidade do mundo e reconhecer a diversidade

das práticas culturais presentes no espaço escolar. Para o exercício

atual da profissão de historiador, tanto dentro como fora da sala de

aula, é preciso que no processo de formação dos futuros professores

haja um esforço no sentido de ampliar a compreensão das intensas

transformações ocorridas neste século XXI e no ensino de História.

Palavras-Chave: cotas raciais; movimento negro; ensino de história

SIMPÓSIO TEMÁTICO 7:

GÊNERO COMO

CATEGORIA DE ANÁLISE

EM PESQUISAS

HISTORIOGRAFICAS E

SOCIAIS – REFLEXÕES

SOBRE E COM

MOVIMENTO SOCIAIS

-Profa. Ms. Julia Moita

1- O contexto histórico da higiene Mental na época de Machado

de Assim, segundo o conto o Alienista.

- Laércio de Jesus Café

Resumo:

Este trabalho procurou analisar as transformações sociais que

ocorriam no Século XIX tendo como base o conto “O Alienista”, de

Ma¬chado de Assis, insufladas pela limpeza social, entre cujos

resultados estão a criação e a proliferação de lugares sociais

(UFU/FACIP) constituídos para abrigar os “dejetos” sociais: albergues para

mendigos e viajantes, asilos para idosos, orfanatos para crianças

abandonadas ou sem pais, hospícios para os lou¬cos, vilas para os

leprosos, clínicas para os doentes e outras soluções que pudessem

retirar do espaço social as feridas produzidas pelos próprios es¬tados

que se rendiam nesse momento aos apelos exigentes do capitalismo.

Palavras-chave: Higiene mental – O Alienista – Loucura – Limpeza

social – Machado de Assis.

2- UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DA FIGURA

MASCULINA NO FILME “OS AMORES DE UM PISTOLEIRO”

(1986)

- Leonardo Silva Oliveira

Resumo:

O presente trabalho se trata de uma análise do filme "Os amores de

um pistoleiro", lançado em 1986, no Brasil, pertencente ao gênero

cinematográfico pornochanchada. Pornochanchada é um rótulo que

serviu para designar os filmes que, da passagem da década de 1960

para 1970, produziram um cinema que apontava na direção de

questionamento de costumes, explorando o erotismo e até mesmo o

deboche. Possui temáticas diversas, mas formas de produção

parecidas. A maioria das produções foi feita na Boca do Lixo em São

Paulo. A intenção desta análise é perceber como o personagem

principal, o pistoleiro Papaco, é construído na narrativa do filme

sendo utilizados valores da masculinidade. São analisadas as falas, o

enquadramento, trilha sonora e a caracterização das principais cenas

do filme para se entender como é apresentada a figura masculina de

Papaco diante dos outros personagens do filme. Além disso, procuro

discutir brevemente a pornochanchada como possibilidade de análise

e o seu contexto histórico.

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Travestilidade em Ituiutaba-Mg: uma análise das fissuras entre

masculino/feminino na contemporaneidade e a transgressão de

gênero como caráter performático.

-Autora: Bárbara Rufino de Carvalho

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo estudar a travestilidade na cidade de

Ituiutaba a partir de duas diferentes concepções de gênero, tomando

Joan Scott como referência analisará a travesti enquanto uma

manifestação das fissuras entre masculino e feminino na

contemporaneidade, considerando a historicidade desses manifestar.

Também faremos uso da teoria de Judith Butler e analisaremos a

transgressão de gênero como caráter performativo.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 8

HISTÓRIA, ENSINO E

PESQUISA NA HISTÓRIA

DA EDUCAÇÃO, NA

FORMAÇÃO DOCENTE E

NOS SABERES E

PRÁTICAS ESCOLARES

-Profa. Dra. Ângela

Aparecida Teles (UFU –

FACIP)

- Profa. Dra. Betânia de

Oliveira Laterza Ribeiro

(UFU – FACIP)

- Profa. MS. Sandra Alves

Fiuza (UFU – FACIP)

- Prfo. Dr. Sauloéber

Tárcio de Souza (UFU –

FACIP)

1- A PRIMEIRA ESCOLA ESPIRITA DO BRASIL

-Jaqueline Peixoto Vieira da Silva

Resumo:

O Colégio Allan Kardec foi o primeiro colégio espírita fundado no

Brasil. Neste trabalho, apresento o fundador do colégio: o sujeito

Eurípedes Barsanulfo, as concepções pedagógicas e organização do

colégio.

O objetivo deste trabalho é apresentar Eurípedes Barsanulfo na

perspectiva de sujeito histórico e construtor de sua própria história, o

Colégio Allan Kardec, a metodologia educacional aplicada e a difusão

do espiritismo kardecista no Brasil, a partir das experiências

vivenciadas em Sacramento-MG, no início do século XX. Trata-se de

um trabalho de História da Educação no Brasil.

Palavras-Chave: Eurípedes Barsanulfo. Colégio Allan Kardec.

2- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: ALGUNS OLHARES...

-Fernanda Duarte Araújo Silva

Resumo:

Esse trabalho tem como objetivo apresentar discussões realizadas

em um Curso de Extensão, intitulado: Fundamentos da Educação

Infantil, ocorrido na Universidade Federal de Uberlândia, no ano de

2014. No decorrer do curso, apresentamos estudos sobre a História

da Educação Infantil e o surgimento das instituições escolares para

crianças pequenas. Contemplamos também nas aulas, pesquisas

sobre as influências teóricas de estudiosos como: Comenius,

Rousseau, Pestalozzi, Froebel, entre outros, no processo de

constituição da Educação Infantil. A metodologia adotada então

nesse trabalho, foi a pesquisa bibliográfica, na qual abordamos

estudos sobre a História da Educação Infantil no Brasil. Existe uma

diversidade de opiniões sobre as causas e temas que poderiam ter

influenciado a constituição das instituições para atender crianças

pequenas. Nosso foco foi a ênfase dada ao assistencialismo à

infância. Vale mencionar que a História da Educação Infantil não foi

uma sucessão de fatos que se somam, mas uma interação de

tempos, influências e temas, em que o período de elaboração da

proposta educacional assistencialista se integrou aos outros tempos

da história dos homens. Em linhas gerais, percebemos por meio

dessa pesquisa, que no Brasil a Educação Infantil possuía duas

vertentes de atendimento, que eram: os intitulados jardins de

infância, que atendiam, preferencialmente, em meio período as

crianças a partir dos três anos e estavam subordinados às

Secretarias de Educação e as creches, que atendiam as crianças em

período integral, desde o nascimento e que estavam subordinados

aos órgãos de saúde pública ou de assistência. Concluímos que as

instituições de Educação Infantil foram pensadas em um clima de

mudanças sociais, políticas e de concepções diversas, que em

alguns momentos se contrapunham e em outros se convergiam.

Palavras-chave: Educação Infantil; História da Educação; Educação.

3- O PIBID HISTÓRIA NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES:

UM ESTUDO NA FACIP/UFU

- GISLENE DE MORAIS GUIMARÃES

Resumo:

O presente artigo apresenta os resultados parciais de uma pesquisa

monográfica que está sendo desenvolvida no curso de História da

Universidade Federal de Uberlândia Facip / UFU. O objetivo geral

desta pesquisa consiste em analisar como o processo vivenciado no

PIBID possibilita o desenvolvimento do estudante- acadêmico

universitário e a sua conexão com os professores da rede pública de

ensino e os alunos da educação básica. E também, analisar o

impacto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

PIBID, na formação e na atuação dos professores de história,

professor orientador, professor supervisor e futuro professor de

história. Supracitado essas questões delimito os meus objetivos

específicos. O primeiro objetivo é identificar os sujeitos da pesquisa

nas diferentes categorias: supervisor, orientador e aluno. O segundo

refletir sobre as contribuições do PIBID para formação do professor

de história nessas diferentes categorias. O terceiro objetivo será

analisar os saberes produzidos pelo PIBID segundo as vozes dos

colaboradores. Dessa forma recorro a metodologia da investigação

qualitativa, por favorecer a uma visão mais ampla do objeto

estudado, busco uma revisão bibliográfica, onde, pretende-se realizar

um estudo bibliográfico sobre a formação do professor,

especificamente sobre o professor de História. A pesquisa

documental será baseada na análise de documentos e leis tais como

o Decreto Nº 7.219, da criação do PIBID – Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência, de 24 de Junho de 2010, executados

no âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior – CAPES que tem por finalidade fomentar a iniciação à

docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de

docentes em nível superior e para a melhoria de qualidade da

educação básica pública brasileira, e História Oral. As fontes da

História Oral serão realizadas a partir de entrevistas com professores,

coordenadores e bolsistas PIBID. Espera-se que esta pesquisa possa

compreender como o PIBID - Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência contribui para a

formação e a atuação do aluno acadêmico, futuro professor, na

formação e na atuação dos professores de história, professor

orientador, e professor supervisor.

Palavras-chave: PIBID, formação de professores e saberes e

prática.

4- O ATUAL QUADRO SOCIOECONÔMICO DA POPULAÇÃO

NEGRA NO BRASIL, O MOVIMENTO NEGRO E A LUTA PELA

IGUALDADE ÉTNICA: RODA DE CONVERSA E SEQUÊNCIA

DIDÁTICA DE HISTÓRIA

- Jaqueline A. S. Franco

-Caio Alves Lima

Resumo:

Esta comunicação trata das atividades de intervenção executadas na

Escola Municipal Machado de Assis, no primeiro semestre do ano de

2015, pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação a Docência, subprojeto História da Faculdade de Ciências

Integradas do Pontal, sob a supervisão do professor Pedro Affonso

de Oliveira Filho e coordenação da professora Sandra Alves Fiuza.

Tem por objetivo, portanto, apresentar os resultados dessas ações as

quais se configuram na aplicação de uma sequência didática e na

execução de rodas de conversa, ambas tratando do quadro social

dos afrodescentes no Brasil e a relevância do Movimento Negro na

luta pela igualdade étnica. Para tal, executou-se um estudo

bibliográfico e documental prévio seguido da preparação de slides

para posterior projeção. A sequência didática foi pensada para ser

desenvolvida em três momentos (aulas), dos quais cada um ficou sob

a responsabilidade de uma dupla de bolsistas para aplicação. As

duas primeiras etapas consistiram na contextualização histórica da

temática. A última, que cabe a esta comunicação, apresentou o

quadro contemporâneo dos afrodescendentes no Brasil e instigou a

reflexão em torno da relevância do Movimento Negro diante deste

cenário. Desta forma, apresentou-se, através de projeção em data

show, a lei n. 10.639/2003, gráficos do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada que transparecem a atual conjuntura da

população afrodescendente e realizou-se um debate com os

estudantes. As rodas de conversa ocorreram em diferentes turmas e

cada uma concretizou-se em um horário de cinquenta minutos. Para

a execução desta atividade contou-se novamente com o recurso de

projeção na apresentação de gráficos assim como de imagens que

incentivassem a reflexão em torno da desigualdade étnica no Brasil.

Ambas as propostas foram postas em prática em turmas de ensino

médio apresentando resultados passíveis de reflexão.

Palavras chaves: Igualdade étnica. Movimento Negro. Escola.

História.

5- UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA

CULTURA ESCOLAR DA INSTITUIÇÃO CIME TANCREDO DE

PAULA DE ALMEIDA

- Fabrício Vilela

- Mariluiza Vilela

Resumo:

Esse trabalho visa refletir sobre a Escola Municipal CIME Tancredo

de Paula Almeida, localizada no município de Ituiutaba, estado de

Minas Gerais, a partir das ações desenvolvidas pelo PIBID -

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, subprojeto

História, da Universidade Federal de Uberlândia, Campus Pontal.

Este programa tem como finalidade a formação inicial docente a partir

da observação, reflexão, planejamento e intervenção em Instituições

escolares. A inserção na escola CIME se deu no início de 2015. A

primeira atividade proposta foi a observação da instituição escolar.

Direcionamos nossa atenção para salas da gestão pedagógicas,

biblioteca, refeitório e sua área externa, através de uma descrição

minuciosa dos espaços sob metodologia etnografica. Em seguida,

realizamos entrevistas com as funcionárias do refeitório, bibliotecária

e alunos do ensino fundamental, transcrevemos as entrevistas e

fizemos análise das mesmas, embasados nas reflexões do

pesquisador Alessandro Portelli. Posteriormente realizamos um

levantamento dos documentos da instituição, sendo eles, fotografias,

Projeto Político Pedagógico e Planta arquitetônica. Em seguida,

observamos as aulas de História ministrada pela supervisora do

subprojeto e elaboramos uma sequência didática com o tema

Totalitarismo: Nazismo e Fascismo. Todas estas atividades constam

no plano de atividades anual e tem como objetivo levantar dados

para a caracterização e compreensão da cultura escolar, constituindo

os conhecimentos fundamentais para realizarmos as intervenções

didáticos-pedagógicas. As reflexões dos pesquisadores Antônio

Viñal Frago, Dominique Julia, Antônio Zabala, Guacira Lopez Louro,

Richard Miskolci, Berenice Bento e Circe Bittencourt participaram

ativamente desse processo de pesquisa para conhecer a escola e

suas práticas. Neste espaço escolar, docentes, discentes e

funcionárixs relacionam-se cotidianamente, estabelecendo relações

de parceria e competição, produzindo saberes e experiências. Mas,

procuramos indagar também como o espaço físico escolar é

apropriado, significado e re-significados por homens e mulheres,

meninos e meninas em diversas categorias: gênero, sexualidade,

etnia, raça, classe e religião e como nesses espaços se forjam

relações harmoniosas e conflituosas. Como o espaço escolar se

transforma? De que modo a escola pode moldar comportamentos e

disciplinar os corpos

6- A Escola Polivalente de Ituiutaba –MG: a proposta da

Pedagogia Tecnicista no contexto do Regime Militar (1974-

1985)

- Genis Alves Pereira de Lima

–Sauloéber Társio de Souza

Resumo:

A importância em investigar os processos históricos, é compreendida

como princípio norteador e possibilitador de novos olhares sobre as

estruturas da nossa sociedade atual, ao observarmos os modelos

econômicos, políticos e sociais pautados em relações sociais em

contextos remotos. Neste sentido, a proposta desse trabalho de

pesquisa, é a história da Escola Estadual "Antônio Souza Martins" – o

Polivalente, na cidade de Ituiutaba-MG, no período que abrange os

anos de 1974 a 1985, o ponto de partida foi o contexto de sua criação

legal, no período da Ditadura Civil-Militar, sendo este um dos

principais fatores para a implantação desse tipo de escola por todo o

país. As escolas polivalentes surgiram em meio ao momento de

difusão da vertente pedagógica tecnicista, a qual foi constituída com

base nos acordos entre o Brasil e os Estados Unidos, por meio das

ações entre o MEC e a USAID (Ministério da Educação e Cultura/

United States Agency of International Development). Nesta

perspectiva algumas questões foram surgindo tais como: que modelo

de educação foi pensado para essas escolas? Quais as condições de

criação da Escola Polivalente nesta cidade? Quem eram os atores

sociais envolvidos nessa instituição e a que classe social se

vinculavam? O que era prescrito em seus estatutos e o que foi

praticado no cotidiano das pessoas dessa instituição? Neste intuito, o

trabalho visou reflexões dos processos históricos advindos do recorte

temporal, eventos esses que deixaram marcas profundas em nossa

sociedade, na vida dos atores que participaram das vivências no

espaço escolar investigado, na valorização da identidade da

instituição, enquanto provedora de educação entendida de

“qualidade” para a época. Também ressaltamos a importância da

temática no campo da história da educação de nosso país e da

região, uma vez que muito pouco se escreveu sobre as escolas

polivalentes, e, em especial, no Triângulo Mineiro.

Metodologicamente pautou-se pela revisão bibliográfica sobre a

temática, pelas pesquisas documentais e iconográficas e também

pelo uso de entrevistas com ex-diretor, alunos, professores e

funcionários que tiveram participação em meio as experiências

adquiridas no interior da referida instituição de ensino.

Palavras Chave: Regime Militar, Escola Polivalente, Pedagogia

Tecnicista.

7- INCÊNDIO NO GRUPO ESCOLAR JOÃO PINHEIRO: Primeira

Escola Pública de Ituiutaba – MG.

-Viviane Vieira Lacerda Rocha

-Prof. Dra. Betânia de Oliveira Laterza Ribeiro FACIP– UFU

-Sônia Maria Lima Silva FACIP-UFU

Resumo:

Nos anos 50, no interior de Minas Gerais ocorre um incêndio

supostamente criminoso que destruiu quase todo o acervo escolar da

primeira escola pública de Ituiutaba, sendo a terceira do Triângulo

Mineiro. Compreender como a Escola Estadual João Pinheiro se

organizou após o incêndio ocorrido em 1952. Assim, o trabalho aqui

planificado se propõe a ajudar a construir uma memória desse

passado institucional da escola. Por que a escola secular foi

incendiada? Foi criminoso? Houve investigação policial? Assim, a

escola secular passou por um processo supostamente criminoso, no

qual foram suspensas aulas e muitas crianças não puderam

frequentar a referida escola. O procedimento metodológico foi

organizado da seguinte forma: 1. Levantamento bibliográfico; 2.

Pesquisa na imprensa oficial do município; 3. Análise e interpretação

das fontes; 4. Divulgação dos resultados. Ressalta-se que esta

pesquisa valoriza a memória e a história da instituição ora

pesquisada. Pois uma compreensão mais abrangente e detalhada da

história da instituição escolar pode prever as práticas educacionais

em sala de aula e espaços da administração escolar. Ressalta-se

nesse estudo a necessidade dos educadores valorizarem o acervo

documental no contexto escolar. Nesse sentido, faz necessário rever

a história acadêmica da educação como campo para reforçar essa

nova prática arquivista na instituição escolar. Portanto, a relevância

da pesquisa aqui proposta se justifica pela necessidade de apreender

a história do Grupo Escolar João Pinheiro, de modo a compreender

conjunturas e tensões que caracterizaram seu restabelecimento após

o incêndio e a influência do poder público para reorganizá-lo. Urge

organizar e preservar a memória desse importante lócus educacional,

pois a análise documental pode desanuviar aspectos da história da

educação do Brasil. Conclui-se que o Grupo Escolar foi incendiado

em 1952, encerrando as suas atividades neste ano, deixando

professores e alunos na expectativa

da reforma do mesmo. Embora, outras fontes sinalizam que o referido

grupo funcionou na Casa da Cultura, a situação em que o mesmo

ocorreu foi de forma precária atendendo a um elevado número de

crianças, cujas famílias migraram da região nordeste na perspectiva

de encontrarem neste município o celeiro do progresso e da riqueza.

Assim, no ano de 1953 foi concluída a reforma, abrigando cerca de

1500 alunos.

8- “PEQUENA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO” (1936) E “MANUAL DE

FILOSOFIA: OS GRANDES PROBLEMAS DA PEDAGOGIA

MODERNA COMPÊNDIOS PEDAGÓGICOS CATÓLICOS NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRIMÁRIOS NOS ANOS DE 30

DO SÉCULO XX.

- Sandra Maria de Oliveira

- Jaqueline de Andrade Calixto

Resumo:

Os manuais didáticos “Pequena História da Educação (1936)” e “

Manual de Filosofia: Os grandes problemas da Pedagogia Moderna

(1942)" como propósito de estudo, a finalidade de conhecer e

compreender como compõem os espaços metodológicos do campo

da História da Educação e Filosofia da educação, nestes manuais

que foram destinados a formação do professor das escolas normais e

das faculdades de educação para atuar o ensino primário público em

meados dos anos de 30 do século XX. Portanto, no que se refere a

organização do espaço escolar, os manuais didáticos, contribuíram

para a materialização das disciplinas, mesmo produzido fora desse

ambiente, mas designado à sua utilização em sala de aula,

distinguindo-se como um dos elementos do contrato didático, se

tornando um protocolo que preside da sua utilização como

instrumento de conhecimento, que o professores descobriram que o

ensino não realizará sem o emprego dele no contexto da escola.

Esses manuais sob a coordenação católica tinha como propósito

privilegiar a sua atuação de formadora por intermédio do aluno,

assim, atingiria o seio da própria família católica, igualmente, tendo

como tarefas a orientação doutrinária no campo pedagógico – nortear

os professores no estudo dos problemas pedagógicos, à luz do

cristianismo, disseminado a educação inspirada na religião. Neste

contexto, o professor tinha também como expressa “missão” e

autoridade suprema do magistério que lhe foi confiada pela Igreja, o

todo o poder de ir e ensinar toda a população conferida por Cristo o

ensinamento relacionados com infalibilidade, juntamente, com o

preceito de instruir a sua doutrina. Por ser uma pesquisa bibliográfica

e documental desenvolvida sob a perspectiva História e

historiográfica e representar para o estudo na área da História e

Historiografia da Educação e dentre outras, um testemunho vivo, o

manual didático - métodos, valores, normas, significando de várias

dimensões dos sistemas de ensino e vida escolar, possibilitando

descortinar um novo corpus documental, com uma rica informação

para apreensão do campo educacional e histórico, que contribuirá

para novas análises e outras abordagens.

Palavra-chave; Manual Didático, catolicismo, História da Educação e

Filosofia

8- MOVIMENTO ESTUDANTIL NO TRIÂNGULO MINEIRO E

IMPRENSA TIJUCANA EM MEADOS DO SÉCULO XX

- Isaura Melo Franco

- Sauloéber Tarsio de Souza

Resumo:

O presente estudo faz parte dos resultados da dissertação:

“Estudantes Tijucanos em cena: história de suas organizações

políticas e culturais (Ituiutaba-MG, 1952 - 1968)”, concluída no

Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal

de Uberlândia (UFU) no ano de 2014. Tivemos como objetivo

principal realizar uma contextualização histórica em relação à

participação de estudantes secundaristas e universitários no

movimento estudantil nas décadas de 1950 e 1960 na região do

Triângulo Mineiro, bem como identificar as principais ideias e

representações relativas ao perfil de estudante, difundidas nos jornais

de Ituiutaba-MG nesse período. Para tanto, realizamos análises de

artigos presentes nos periódicos que circularam nesse contexto.

Recorremos também à revisão bibliográfica sobre a História da

Educação nessa região, por meio de pesquisas de Araújo e Inácio

Filho (2005), Araújo e Souza (2012), dentre outros autores.

Acreditamos que assumir o jornal como fonte para a pesquisa não

significa pensá-lo como manancial de verdades. Ao contrário,

devemos pensá-lo a partir de suas intencionalidades, pois é uma

fonte parcial, fragmentária e carregada de subjetividades

(CAPELATO, 1988). Utilizamos essa delimitação temporal, tendo em

vista que os anos de 1950 e 1960 foram marcados por um contexto

nacional de grande agitação do movimento estudantil por todo o país,

caracterizado por grandes acontecimentos políticos e sociais.

Entendemos que a importância desse estudo, se deve principalmente

ao fato de que, trazemos para o centro de nossas preocupações a

questão do estudante, um dos principais atores do processo

educativo, temática esta que ainda tem muito a ser explorada no

âmbito da História da Educação. Em suma, constatamos que houve

sérios reflexos do contexto político nacional no Triângulo Mineiro,

resultando no esvaziamento das ações políticas de estudantes nessa

região. Tal estudo também nos evidencia que tais sujeitos

vivenciaram práticas e ações condizentes com a influência da Igreja

Católica, tanto no setor direitista como no progressista.

9- O PIBID HISTÓRIA PONTAL NA ESCOLA MUNICIPAL

CIME TANCREDO DE PAULA ALMEIDA E A PESQUISA DAS

PRÁTICAS ESCOLARES

-Tatiane Helena da Costa

- Jéssica Lemos Ferreira

- Raissa Manjerão Di Foggi

Resumo:

O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas ações

desenvolvidas no âmbito do Projeto Institucional de Bolsa de

iniciação à Docência, subprojeto História do Campus Pontal. A escola

de atuação é a Escola Municipal CIME (Centro Integrado Municipal

de Educação) Tancredo De Paula Almeida, na qual nós bolsistas

ingressamos neste ano de 2015, após saída da antiga escola, o

Instituto Federal do Triângulo Mineiro. Com base no plano de

atividades elaborado pela equipe (coordenadora, supervisora e

licenciandos) foi dado início ao processo de integração dos bolsistas

na nova escola. As principais atividades realizadas pelos pibidianos

foram: participação em oficina de fotografia, observação do espaço

físico da escola, levantamento de documentos escolares, observação

das aulas ministradas pela professora supervisora, entrevistas com o

corpo docente e serviços gerais, elaboração e análise de sequências

didáticas, como também a produção de fichamento, resumos e

análise de bibliografia selecionada pela professora coordenadora. A

Escola CIME Tancredo oferece Educação Infantil (em tempo integral),

Ensino Fundamental (anos iniciais e finais), bem como a EJA

(Educação de Jovens Adultos). No início das observações,

encontramos certo receio por parte da administração em nos fornecer

determinados documentos oficiais da escola, bem como uma barreira

na hora do registro fotográfico da escola por parte dos bolsistas. Na

análise do Projeto Pedagógico, por exemplo, não conseguimos ter

acesso ao documento digitalizado, de forma que nossa análise do

mesmo foi bastante dificultada pelo tempo. Durante as observações

das aulas de história ministradas pela professora supervisora,

percebemos muita disciplina por parte dos alunos para com a

docente, pois a mesma praticamente não utilizava o Livro Didático, e

em sua aula expositiva conseguia chamar muito a atenção dos

estudantes para o conteúdo especificado, de forma que eles são

muito ativos e participantes de suas aulas. Além disso, verificamos

através das entrevistas preocupações dos professores com o futuro

da educação dos jovens alunos e críticas em relação ao nosso atual

sistema de ensino, apontando, como exemplo, a progressão

automática dos estudantes.

10- O ENSINO DE HISTÓRIA NA ESCOLA NORMAL DE NITERÓI

NOS ANOS INICIAIS DA PRIMEIRA REPÚBLICA: AS ALUNAS

E A HISTÓRIA PÁTRIA

-Cristiane Kozlowsky Neves

RESUMO:

Este trabalho é o resultado de pesquisas incipientes no arquivo da

atual escola estadual Liceu Nilo Peçanha, localizada no município de

Niterói. Investigamos, sobretudo, como era concebido o Ensino de

História pelas normalistas da Escola Normal de Niterói em fins do

século XIX. Os anos iniciais da Primeira República, as ações

governamentais relacionadas ao campo educacional e, mais

especificamente, o estado do Rio de Janeiro e sua capital, é o pano

de fundo deste estudo. A concepção de História pautada pelo IHGB,

o entendimento sobre a importância de considerarmos o fim do

século XIX e o início do século XX como um momento relevante para

a construção de um campo de estudos históricos, bem como o

Ensino de História voltado para a construção da Nação, nos

ajudaram a construir este trabalho. Ao analisarmos sete exames da

disciplina Metodologia que versavam sobre o Ensino de História

Pátria, datados do ano de 1898, buscamos esclarecer quem eram as

normalistas que estudamos, ao passo que descrevíamos a

documentação coligida sobre elas. Quando olhamos para a escola a

partir das considerações de André Chervel, entendemos tal

instituição como um local de criação e não somente como um lugar

de transmissão de saberes elaborados fora dela. Compreender que a

escola transmite uma parte da memória social, não necessariamente

legitimada pela academia, certamente enriqueceu nossa análise. As

contribuições de Ivor F. Goodson acerca do currículo, compreendido

como uma construção social atravessada por disputas internas e

externas, também foram importantes para desenvolvermos nossas

reflexões. Diversos estudiosos da História da Educação no Brasil,

que certamente trilharam um caminho pioneiro foram igualmente

fundamentais para a construção deste trabalho. E, finalmente, a obra

de Edward Palmer Thompson, nos ajudou a pensar, sobretudo, a

partir de sua noção de experiência. Embora a escola seja um local

privilegiado de formatação, há um saber no outro, frequentador de tal

instituição. Deste modo, a educação, para além dos seus conteúdos

e métodos, é uma relação entre as pessoas e recuperar os que não

são lembrados, como o caso dos alunos, pode ser um caminho que

venha fomentar um horizonte de análise.

Palavras-chave: Ensino de História; Escola Normal; Primeira

República.

11 - A GÊNESE DA ESCOLA ESTADUAL ROTARY DE 1º GRAU NO INTERIOR DAS GERAES NA “CAPITAL DO ARROZ”

-Josiane Aparecida Marçal

Resumo:

O presente trabalho é um breve recorte do resultado de uma

pesquisa de Iniciação Científica vinculada ao Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Federal de

Uberlândia - PIBIC/CNPq/UFU, que teve como intuito central

apresentar como ocorreu a investigação e o desvelamento da gênese

da escola intitulada “Escola Estadual Rotary de 1º Grau” do município

de Ituiutaba - MG, compreendida entre as décadas prelecionadas de

1950 e 1960. Tem-se como objetivos ainda responder algumas

questões surgidas durante a pesquisa e ligadas à implementação

desta escola no município que na década era considerado “Capital do

Arroz”, por apresentar destaque em pujança econômica pela sua

produção intensiva de arroz. Dentre as principais indagações

destacam-se mais relevantes: “Como surgiu a Escola Estadual Rotary

de 1ºGrau no município de Ituiutaba? Em que condições se instalou

esta escola? Quais eram os objetivos da Instituição Rotary Club de

Ituiutaba, enquanto clube de serviço? Como se estabeleceu a relação

público e privado na implantação da Escola Estadual Rotary de 1º

Grau no município?” O procedimento metodológico para a

investigação realizada foi definido em seis etapas distintas, sendo:

visita a Escola Estadual Rotary de 1º Grau para levantamento no

arquivo morto dos documentos oficiais e da iconografia; visita a

Fundação Cultural de Ituiutaba para leitura de jornais referente ao

período proposto e a Prefeitura Municipal de Ituiutaba para leitura das

atas da Câmara Municipal; consulta ao IBGE para compreensão dos

dados estatístico oficial referente ao município; visita a Instituição

Rotary Club de Ituiutaba para leitura de atas do período selecionado;

levantamento de referencial bibliográfico e das mensagens

presidenciais e levantamento de fontes orais para procedimento de

entrevistas. Os resultados sinalizaram que a Escola Estadual Rotary

de 1º Grau estando vinculada a Instituição Rotary Club de Ituiutaba

contribuiu com a diminuição dos índices de analfabetismo no

município. A relação público e privado existente entre ambas, se

manteve presente na composição de sua gênese comprovando que

estas nem sempre aparecem no cenário da história da educação

brasileira sob forma de conflitos, mas de troca e convívio. O que

possivelmente evidenciou a omissão do Estado brasileiro para com a

educação pública. Concluí-se que este trabalho ampliou o corpus de

conhecimento sobre a existência e instalação dos grupos escolares

na região do Triângulo Mineiro, fazendo um movimento transnacional,

que discutiu a condição da institucionalização da escola pública não

apenas no âmbito local, mas regional e nacional.

Palavras-chave: Escola Estadual Rotary de 1º Grau – Instituição

Rotary Club – Ituiutaba/MG.

1- FRIGORÍFICO DA SADIA E SEUS ESPAÇOS DE

SIMPÓSIO TEMÁTICO 9

CAMPO E CIDADE:

PERSPECTIVAS

HISTÓRICAS E

AMBIENTAIS

- Prof. Dr. Eduardo Giavara

(UFU|FACIP)

PRODUÇÃO

-Fabiano Silva Santana

RESUMO:

Este trabalho apresenta alguns espaços da produção, no qual

podemos mapear alguns processos de trabalho. Neles, iremos

entender como algumas tarefas permeiam a vida dos trabalhadores

e, ao mesmo tempo, surgem novos sentidos que podem ser

produzidos e reproduzidos dentro da produção. A Sadia Alimentos

S.A., localizada em Uberlândia-MG, foi a empresa escolhida para o

desenvolvimento desta pesquisa. Neste ínterim, buscamos

apresentar o modelo de produção desta empresa tanto para o campo

como para as fábricas nas cidades, com a perspectiva de

compreendermos em qual ambiente esses trabalhadores estão

inseridos. Sendo assim compreender a configuração da produção

torna-se pertinente para a nossa análise quanto aos diversos

trabalhos desenvolvidos na empresa. Acompanhar, portanto, a rotina

dos trabalhadores nesses espaços implica em nos direcionar para a

conjuntura do trabalho na atualidade.

Palavras-chave: produção, trabalhadores, campo, cidade

2- CAMPO E CIDADE: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E

AMBIENTAIS SALUBRIDADE E SANEAMENTO EM ITUIUTABA

NA DÉCADA DE 1950: a modernização urbana observada através

das posturas e do abastecimento de água e esgotos

- Maria Angélica da Costa Silva

Resumo:

O processo de modernização urbana da cidade de Ituiutaba ocorrido

na década de 1950 pode ser observado mais detidamente sob o

aspecto legal em virtude da promulgação de leis municipais que

tinham o objetivo de regulamentar a delimitação do espaço urbano, e

gerir o mesmo através das posturas. Nesse período (1955-1960)

observa-se também a preocupação de planejar esse espaço,

preparando-o para melhorias futuras demandadas pela população e

também pelos auspícios do crescimento econômico da cidade. Com

isso, fez-se necessário extinguir práticas sociais específicas,

sobretudo aquelas ligadas ao meio rural, além de inserir novas

práticas e conceitos de higiene. Além disso, o processo de instalação

do abastecimento de água da cidade se insere em uma política

pública nacional de saneamento, que se estendeu ao município no

final da década de 1960, complementando os serviços prestados pela

administração municipal. Este trabalho visa adentrar um pouco sobre

a forma como a modernização urbana de Ituiutaba foi pensada, no

final da década de 1950, de modo a preparar a cidade para melhorias

futuras, sobretudo no setor de saneamento, além de delimitar os

moldes para o desenvolvimento futuro da malha urbana, promovendo

a segregação espacial, na medida em que extinguia práticas e

costume tidos como rurais e insalubres ao mesmo tempo em que

segregava socialmente grande parcela da população.

Palavras-Chave: Saneamento; Posturas; Modernização urbana

3- Questão Social Agrária no Brasil: as múltiplas experiências

de movimentos sociais

- Jeovan Alves Dos Santos

- Tânia Terezinha Manjerão

- Uendria Cristina Alves

- Eduardo Giavara

Resumo:

A proposta dessa comunicação é um levantamento dos movimentos

sociais ligados ao campo, entre as décadas de 1960-1990,

observando as mudanças ocorridas nos movimentos, bem como, os

conflitos estabelecidos dentro da realidade brasileira e a crise de

representatividade. O foco de análise sobre as mudanças estão

centrados nas mudanças ocorridas nas relações sociais e

econômicas, os conflitos internos da política brasileira e, por fim, a

crise de paradigmas que se instalaram com o fim do marxismo na

década de 1980. À luz desses problemas entendemos que o ponto

de partida é uma análise dos documentos produzidos por esses

movimentos, seus princípios ideológicos e as mudanças que

ocorreram decorrentes de fatores internos, da realidade brasileira, e

de fatores, externos, decorrentes do fim do comunismo do leste

europeu e as mudanças que emergiram como o movimento

ambientalista dos anos de 1970. A proposta se conclui ao conferir

historicidade aos movimentos sociais ligados a terra e traçar uma

perspectiva que se torne possível entender os conflitos e tensões

vividas no período.

4- A cidade de Ituiutaba nas páginas da obra “A Loja do

Osório”

- Eduardo Giavara

- Carla Madalena da Silva

Resumo:

A proposta dessa comunicação é fazer a apresentação da obra

Petrônio Rodrigues Chaves, A Loja do Osório, e sua ressonância na

memória local e na identidade tijucana. O autor, membro da elite

local, traz para obra seus referenciais sociais e intelectuais. O centro

da obra é a cidade de Ituiutaba, na qual mostra seus personagens e

as tramas da vida social do município, revela os grupos políticos, os

conflitos e os desenlaces de problemas que marcaram a história

local. Da mesma forma, Petrônio cria uma cidade na qual ele expõe

suas experiências de convivência e de aprendizado político, a cidade

que aparece nas páginas é idealizada e romântica, carrega os

problemas de infraestrutura de um saudosismo, “memórias de um

tempo perdido”. Esquece-se dos problemas sociais, da pobreza de

alguns bairros e da precária infraestrutura que os jornais relatavam

como “grande empecilho do progresso”. Desta forma, é preciso

analisar e confrontar a construção memorialística como algo

permeado pelas experiências coletivas e como a analise do discurso

memorialístico possibilita ao leitor a construção e o panorama de uma

realidade.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 10

RELIGIÕES,

RELIGIOSIDADES E

MOVIMENTO SOCIAIS NA

1- O NOVO PERFIL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

CONTEMORÂNEOS

-Eduardo Henrique de Freitas Marques

-Marcus da Silveira Júnior

FRONTEIRA

-Prof. Dr. Ismar da Silva

Costa (UFG – Campus

Catalão)

Resumo:

O presente artigo busca apresentar uma nova perspectiva alternativa

em torno dos movimentos sociais. Quando nos referimos a

movimentos sociais temos em mente um grupo organizado que

objetiva alcançar mudanças sociais, sejam elas através de embate

político, sejam sobre valores ideológicos dentro de uma determinada

sociedade. Demostrarei aqui o que alguns movimentos sociais

almejam: uma mudança; uma transição ou mesmo a revolução de

uma realidade hostil a determinados grupos ou classes sociais. Seja

através de uma luta por um algum ideal, seja questionando uma

determinada realidade em busca da defesa de seus interesses. Ao

longo deste trabalho, elencamos fatos importantes como a influência

das comunicações de massa nos movimentos sociais

contemporâneos, além do iminente avanço tecnológico e a presença

da internet na atual sociedade brasileira.

Este trabalho tem como objetivo mostrar o processo de evolução dos

Movimentos Sociais Contemporâneos, além de apresentar como se

deu o processo no fim do século XX e como ele se adaptou com as

novas tecnologias de informação do século XXI.

Os movimentos sociais surgem através das necessidades de um

determinado grupo social, os quais se uniam e buscavam lutar por

melhorias, esses grupos não possuíam os mesmos dispositivos

tecnológicos que disponhamos nos dias de hoje, e os mesmo sofriam

influência por outros meios de comunicação, exemplos: jornais,

revistas, rádio e televisão.Já no final do século XX e início do século

XXI com o avanço da tecnologia e o avanço da internet no mundo, as

comunidades virtuais ganharam um espaço muito importante na vida

da nossa sociedade. A Internet através das comunidades virtuais

como, por exemplo, o Facebook, atua como meio de encontro e

formação de grupos sociais constituindo a partir daí novos

movimentos sociais do século XXI, como por exemplo as

manifestações ocorridas no Brasil no ano de 2013, também

conhecidos como Manifestações dos 20 centavos, Manifestações de

Junho.

2- O IMAGINÁRIO DO CULTO NAS PRÁTICAS

NEOPENTECOSTAIS

-Leonardo Katona da Silva

Resumo:

Saber que a religiosidade interfere de forma significativa na vida das

pessoas e consequentemente no andamento da história é algo que

temos tomado consciência, e vem nos atraído enquanto

pesquisadores da história das religiões já há bastante tempo.

Entender as especificidades, diversidades e práticas das diversas

agências religiosas existentes se faz necessário nessa jornada em

busca de respostas aos problemas identificados, mesmo que

temporárias. No caso específico desse trabalho, o objetivo central é

entender as práticas de culto das igrejas Neopentecostais e a sua

relação direta com a chamada Teologia da Prosperidade e as

consequências dessas práticas para a sua expansão pelo país, seja

em número de templos e adeptos, a presença constante na mídia e

consequentemente, nos escândalos e como tudo isso influencia na

criação do imaginário popular que circunda essas agências

neopentecostais.

Neopentecostalismo, Neopentecostais ou ainda Terceira Onda

Pentecostal, surgiu no Brasil cerca de 60 anos após o Movimento

Pentecostal no início do século XX, ou seja, no fim da década de

1970, derivando do Movimento Pentecostal (dentre os principais

expoentes temos a Congregação Cristã do Brasil, Assembleia de

Deus) e até mesmo de Congregações Tradicionais (Metodistas,

Batistas, Presbiterianos e Luteranos), geralmente praticante da

chamada confissão positiva, ou seja, a teologia da prosperidade e o

uso constante de mídias digitais, como a TV e o Rádio e mais

recentemente a Internet, para divulgação dos seus trabalhos e

atração de novos fiéis. Essa é uma explicação bem sucinta e rasa

sobre o que é o Neopentecostalismo Brasileiro, que na verdade é

bem mais complexo interessante e intrigante do que dito até aqui.

Entender as suas práticas de culto a partir das experiências da Igreja

Internacional da Graça de Deus, principalmente no uso da teologia da

prosperidade é um dos objetivos específicos desse trabalho. Essa

agência neopentecostal presente no país desde o início da década

de 1980, sendo essa a primeira grande dissidência da Igreja

Universal do Reino de Deus, está hoje presente em todo território

nacional sendo o seu líder, Romildo Ribeiro Soares, autointitulado e

conhecido internacionalmente como Missionário RR Soares, é hoje

um dos maiores defensores da Teologia da Prosperidade e usa os

seus argumentos para angariar recursos, manter seus programas de

TV e ainda, atrair novos fieis.

Sendo assim, pretendo mostrar através das experiências da IIGD

como o uso da teologia da prosperidade interfere diretamente nas

suas práticas de culto e no imaginário criado ao redor das mesmas.

3- OS FESTEJOS DE SÃO BENEDITO EM ITUIUTABA: UMA

JANELA EM MOVIMENTO

-Cairo Mohamad Ibrahim Katrib – UFU \ Pontal -Luana Regina Mendes Rafael – UFU\ Pontal

Resumo: Este estudo de Conclusão de Curso, que aqui apresentamos, resulta

de um amadurecimento da temática e objetivou pensar as

transposições das práticas congadeiras pelos diferentes espaços,

sejam eles formais, mas não inseridos na lógica oficial da festividade,

na tentativa de compreender como os sujeitos, sejam eles

congadeiros ou não, se relacionam com os festejos de São Benedito

em Ituiutaba, cidade localizada no Pontal do Triângulo Mineiro.

Propusemos a interlocução entre as reflexões teóricas sobre os

estudos das festas e das religiosidades populares numa perspectiva

interdisciplinar. Tecendo, inicialmente, algumas considerações sobre

o uso do conceito festa no contexto da Cultura Popular que nos

permitiram pensar a festa e o congado para além de uma mera

manifestação cultural, mas sim inserida num contexto vivido,

praticado e recriado na dinâmica do tempo e do espaço. Pensando

dessa forma, fomos desenrolando o entendimento acerca dos

estudos sobre a festa de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário

pelo interior do país, uma vez que é nesses festejos que mais ocorre

a prática do Congado como destacado nas obras dos folcloristas

como Sílvio Romero, Mário de Andrade dentre outros. Na cidade de

Ituiutaba, o Congado vai além de um ritual católico, que mistura

elementos da cultura africana, europeia e brasileira. Ele é uma festa

que une pessoas, renova os votos com a ancestralidade, ata os nós

dos sujeitos com seu passado e com suas histórias que desalinha o

novelo da memória, trazendo à tona muitas histórias esquecidas ou

silenciadas. Os festejos de São Benedito em Ituiutaba: janelas em

movimento destacou a interação dos sujeitos com o espaço da festa,

seja ele o oficial ou aqueles que se reconfiguram nas relações sociais

que se firmam nas casas, nos quintais, nas ruas, ou seja, nos

espaços da cidade que vivenciam a festa em sua multiplicidade. Essa

interlocução permitiu-nos compreender a festa como força motriz que

retroalimenta a fé, a devoção e o próprio viver de homens e mulheres

que veem nessa comemoração um momento de quebra da seriedade

do dia a dia superando os inúmeros problemas da vida cotidiana.

Palavra-chave: Congado. Festa. Religiosidade Popular. São

Benedito

4- Religiosidades Nos Assentamentos da Reforma Agrária

em Goiás Assistidos pelo Programa EJA - PRONERA.

- Ismar da Silva Costa

Resumo:

As áreas de assentamento da Reforma Agrária no Estado de Goiás,

na sua maioria, não possuem escolas para atender o número de

assentados que nelas vivem. Isto obriga aos jovens e adultos se

deslocarem para cidade. Além deste fato, é sabido que as escolas

urbanas são estruturadas a partir de um currículo que desconsidera a

realidade da vida no campo. O Objetivo do projeto EJA – PRONERA

é alterar esta realidade, formando 45 salas de aula e atendendo 900

educandos(as), para a escolarização de jovens e adultos no primeiro

segmento do Ensino Fundamental, em regime especial de

alternância, com o currículo adaptado às particularidades da vida

rural e de cada região, quanto aos conteúdos curriculares e

metodologias, a organização da escola, ao calendário pedagógico e o

trabalho na zona rural. A partir da inserção nesse Projeto de

Extensão tomamos contato com uma diversidade de vivências

religiosas nos Assentamentos e Acampamentos da Reforma Agrária

em Goiás. Pretendo, nessa comunicação, apresentar algumas

impressões que estão me direcionando para um projeto de estudo

onde pretendo compreender como essa diversidade de

denominações religiosas se fazem presente, principalmente, nos

assentamentos dos municípios de São Miguel do Araguaia, Novo

Planalto, Faina. Buscarei compreender como se manifestam as

disputas pelo campo político-religioso nesses lugares.

5- 5- EXPRESSÕES DE CULTURAS E TRADIÇÕES AFRO-

BRASILEIRAS: CONGO CAMISA VERDE DE ITUIUTABA - MG

- Antônia Aparecida da Silva

Resumo:

Este texto apresenta algumas reflexões realizadas em atividade do

grupo PET-(O Programa de Educação Tutorial) História Pontal, cujo

objetivo consistiu na produção de um vídeo-documentário sobre o

Congo Camisa Verde de Ituiutaba, MG. O projeto é desenvolvido por

estudantes do curso de História da Faculdade de Ciências Integradas

do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia. O cenário da

investigação foi a cidade de Ituiutaba, em particular a Praça Treze de

Maio, igreja de São Benedito e casas de congadeiros, na ocasião de

preparo para a festividade da congada e comemoração dos sessenta

anos do Congo Camisa Verde, em Ituiutaba MG. Dentre os objetivos

do trabalho, propomos conhecer o Congo Camisa Verde e

compreender a origem deste grupo enquanto expressão de práticas

culturais de tradição afro-brasileira, bem como sua ligação com a

irmandade de São Benedito, uma vez que os integrantes do grupo

celebram a festividade de são Benedito na comunidade do mesmo

nome em Ituiutaba. Ao buscar conhecer Congo Camisa Verde

procurou-se identificar como começaram a se organizar e como

preservam suas práticas? Para tanto recorremos ao uso de fontes

orais, bibliográficas, obras de memorialistas locais, documentos,

assim como documentos produzidos por participantes da congada.

Trabalhamos autores como: ALBUQUERQUE (2006), POZENATO,

PANTOJA, SILVA (2014) e Rubens Alves da Silva. O texto está

organizado em três tópicos. No primeiro, levantamos algumas

considerações sobre o Congo e a diferença entre Congo e Congada.

No segundo, registramos investigações sobre o congo de Ituiutaba,

especificamente Congo Camisa Verde e a festa da congada na

celebração de seus sessenta anos. Acompanhamos a preparação e

contribuições destas festividades estabelecendo um diálogo com os

documentos históricos e as narrativas orais coletadas junto aos

congadeiros. No terceiro destacamos aspectos da preservação dessa

tradição e os seus vínculos com as expressões de culturas afro-

brasileiras.

Palavras Chaves: Congo; Congada; Cultura; tradição.

7- DISCRINAÇÃO ETNO-RACIAL NA SALA DE AULA:

dificuldades enfrentadas por crianças do candomblé na escola

- Ariana Gonçalves de Paula

- Ícaro de Paula Barbosa

Resumo:

Durante o período de colonização o negro se viu arrancado de sua

pátria mãe a África sendo brutalmente transportado no interior de

navios negreiros para ser escravizado no que daria origem à nação

que hoje conhecemos como Brasil. Durante a escravização o negro

foi obrigado a abandonar grande parte de sua cultura e também sua

religião, pois eram forçados a aderirem ao catolicismo, religião essa

que mesmo nos dias atuais vê o negro como um ser amaldiçoado. O

negro como resistência conseguiu fazer um sincretismo entre sua

religião de origem e a religião que lhe era imposta originando assim

novas religiões e novos costumes. Juntamente com o negro outros

povos também contribuíram para a formação da Brasil tal qual o

conhecemos. Porém a cultura europeia prevaleceu como modelo a

ser seguido por todos os povos. Na cultura europeia estava bem

definido o lugar social de brancos e negros. Aos negros deveria ficar

o serviço braçal, nas lavouras, engenhos ou doméstico e ao branco,

ficava a tarefa de gerenciar, governar ou mesmo o ócio. Os papéis

sociais de cada um estavam bem definidos, porém muitos negros

conseguiam mudar essa situação e com isso mudar também sua

condição social. Com o final da escravização o negro se tornara um

cidadão livre e as barreiras impostas pelo colonizador, ao menos no

campo jurídico, não mais existiam. Se antes o colonizador tinha o

amparo da lei e da Igreja legitimando sua superioridade sobre o

negro, agora esse amparo não mais existia. O povo negro conquistou

sua liberdade, porém séculos de escravização influenciaram na forma

de pensar dos homens brancos, não permitindo que eles vissem o

negro como um igual. Este artigo possui como objetivo discutir

aspectos da discriminação étnio-racial nas escolas, a partir de relatos

de estudantes e professores, particularmente relacionados à

religiosidade de daqueles que fazem parte de religiões de matriz

africana como candomblé. Para tanto, partimos da analise da

historicidade na qual se circunscreve a condição do negro na

formação da sociedade brasileira, tendo em vista os limites impostos

à inserção do estudo da história e cultura de africanos e afro-

brasileiros nos programas curriculares. Por fim, refletimos sobre a

implementação da Lei. 10.639 e o cumprimento do Estatuto da

Igualdade Racial.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 11

O OFÍCIO DO

HISTORIADOR E A

CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO

HISTÓRICO

- Cátia Franciele Sanfelice

de Paula (Doutoranda

PPGHIS | UFU)

1- O “dever de memória” no ofício do historiador

- Victor de Vargas Giorgi

Resumo:

Entendendo que o ofício do historiador possui como traço

fundamental a articulação entre passado, presente e futuro, este

trabalho tem como intenção propor uma reflexão sobre o chamado

“dever de memória”, imprescindível no fazer histórico. Para Paul

Ricoeur, lembrar-se não é somente acolher, receber uma imagem do

passado, mas também buscá-la. Essa busca releva a inscrição de

uma prática que torna a memória “exercitada”, sendo usada e

abusada para diversos fins. Nesse sentido, o intelectual destaca que

a memória pode ser impedida, manipulada e obrigada. O “dever de

memória”, inserido no âmbito da obrigação, é fruto da junção entre

trabalho de memória e trabalho de luto, sendo um ato de justiça para

com as vítimas da história. Dessa forma, rememorar acontecimentos

traumáticos e dar ouvidos ao que dizem os sujeitos que os

vivenciaram é uma forma de não deixá-los cair no abismo do

esquecimento, ao mesmo tempo em que permitem ações

transformadoras no presente. Jean-Marie Gagnebin, atenta interprete

dos textos de Walter Benjamin e Theodor Adorno, lembrará a

preocupação destes com o “dever de memória”. Enquanto Benjamin

diagnosticará um declínio da experiência (Verfall der Erfahrung) e o

fim da narrativa tradicional, relacionadas às múltiplas transformações

de sua época e à incapacidade dos soldados da Grande Guerra de

relatar suas experiências, Adorno tentará entender como a barbárie

do holocausto pôde ocorrer justamente em um mundo que se

vangloriava de seu progresso apoiado na razão. Benjamin, em O

narrador esboça como que uma ideia de uma narração nas ruínas da

narrativa, cujo objetivo seria transmitir o que a tradição oficial ou

dominante deliberadamente ocultou. Neste caso, o historiador em

seu ofício se assemelha à figura do catador de sucatas, que procura

apanhar tudo que é deixado de lado como algo que não possui

importância e sentido, promovendo uma história dos excluídos e

derrotados. Adorno, por sua vez, ao procurar entender como as

atrocidades de Auschwitz puderam ocorrer, procurava rememorar o

acontecimento sem torná-lo uma comemoração ou repetição

compulsiva, mas lutando para que tal barbaridade nunca mais

ocorresse a partir do esclarecimento (Aufklärung) das pessoas no

presente. Portanto, e assim como ressalta Gagnebin, com o “dever

de memória” as palavras do historiador ajudam a enterrar os mortos

do passado e a cavar um túmulo para aqueles que dele foram

privados. Trabalho de luto que deve ajudar os vivos a lembrarem dos

mortos para melhor viverem no presente.

2- Reflexões a partir da História Social: História, Memória e o

Ofício do Historiador

- Cátia Franciele Sanfelice de Paula

Resumo:

Esta comunicação tem como objetivo pontuar as contribuições da

História Social para a historiografia, no diálogo estabelecido entre a

história e a sociedade. Para isso problematizamos a relação entre

História e memória, apontando questões teórico-metodológicas sobre

o uso da fonte oral e sua importância para o ofício do historiador.

Nesse campo, a relação entre História e memória é compreendida

enquanto prática social. No que diz respeito à memória ela é

concebida como uma dimensão constitutiva da consciência social dos

sujeitos. É nesse campo da memória, entendida enquanto prática e

luta cotidiana, que a história se constitui. A cultura nessa perspectiva

está relacionada ao modo como os sujeitos significam suas relações,

como, portanto, eles se constituem enquanto sujeitos sociais. Tais

questões levam a refletir sobre o necessário diálogo com outras

abordagens, seus supostos teóricos, contribuindo para pensar sobre

o ofício do historiador, seu papel político e a função social da história

no contexto em que vivemos. Nesta direção, a preocupação não está

voltada a discussões no âmbito acadêmico, mas no diálogo com

questões mais amplas presentes na vida social. Essas reflexões

levam a necessidade de problematizar conceitos utilizados de modo

fechado e rever práticas, dentre elas, o necessário diálogo com o

social, o processo de constituição das fontes entendidas de modo

relacional às relações de poder presentes na sociedade, as

diferenças e as diversidades nas práticas sócio-culturais e os

significados atribuídos pelos sujeitos, evidenciando as tensões e

contradições inseridas no processo histórico. Assim a preocupação

em torno da História Social se volta à história problema, a romper

com noções cristalizadas e às constantes problematizações dos

conceitos utilizados no processo de pesquisa e de escrita da história.

Palavras-chave: História, Memória, História Social.

3- De repente a Igreja invadida: Questões políticas ou

vandalismo nas CEBs em Serra Preta- BA.

- Rodrigo Santana Oliveira

Resumo:

O presente artigo é parte da nossa pesquisa de conclusão do curso

de Graduação em História a qual ainda está em processo de

desenvolvimento. O artigo tem como objetivo relacionar a invasão da

Igreja Santo Antônio do distrito do Bravo em Serra Preta na Bahia

com as práticas de repressão que foram impostas pela Ditadura civil

e militar a partir de 1964 em todo o país. A invasão da igreja é fruto

de um conflito político gerando entre o prefeito de Serra Preta desse

período com Frei Theo Engels (O.F.M) que buscava fazer um

trabalho social nas CEBs da Paróquia para além da atuação

religiosa. No entanto, entendemos que o episodio da invasão da

igreja se caracteriza, sobretudo, como perseguição política ao

religioso que tinha uma grande aproximação das ideias defendida

nesse período pela Teologia da Libertação. O nosso referencial

teórico é pensado, principalmente partir de René Remond – (Por uma

história política, 2003) onde ele propõe uma nova história política a

qual procura dar conta de “novos objetos e novas abordagens”. As

fontes que utilizamos são os periódicos: Feira hoje da cidade de Feira

de Santa O Paraguaçu da cidade de Itaberaba e a História oral,

sobretudo por conta da memória. Por fim, o artigo, assim como a

pesquisa acadêmica são resultados parciais.

Palavras chaves: CEBs, Ditadura Militar, Serra Preta

4- PERSPECTIVAS HISTÓRICAS SOBRE AS RELAÇÕES DE

TRABALHO: TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DO CONTEXTO

PASSADO CONFIGURADAS NO PRESENTE

- Luceleide de Freitas Queiroz

Resumo:

A presente comunicação terá como objetivo verificar como os

trabalhadores em educação da Universidade Federal de Uberlândia

vivenciaram os processos de mudanças nas relações de trabalho,

desde 1994 até os dias atuais, com o desenvolvimento tecnológico

que exige cada vez mais trabalhador com maiores níveis de

capacitação para desempenho de novos sistemas operacionais de

trabalho informatizado, as mudanças de rotina de trabalho, a

necessidade do trabalhador qualificado, o aumento dos níveis de

complexidade nas atividades e do ritmo caracterizado pela

intensificação de trabalho. A pesquisa em andamento busca apontar

reflexões sobre as perspectivas historiográficas da História social e

cultural do passado articulado com as questões do presente. O

estudo busca estabelecer relações entre contextos diferentes de

periodicidade e de análise históriográfica ao apontar aproximações

sobre as transformações sociais do contexto passado configuradas

no presente. Com a mudança da sociedade após a idade média,

apesar do distanciamento histórico de séculos, nos dias de hoje,

ainda se observa na estrutura da sociedade os mecanismos sociais

engendrados pelas lutas e disputas de interesses nas relações de

poder dos grupos sociais A partir das transformações históricas, o

estudo destaca no sentido mais amplo os processos que se repetem

na história, mesmo que transformados estão engendrados na

estrutura social do presente. A “proficiência ocupacional” sinaliza um

processo histórico de evolução das sociedades, com a presença do

Estado, e da ascensão comercial e industrial, a partir da divisão

social das funções, o indivíduo passa a ter maior participação

funcional nas atividades, mas requere aptidão ocupacional. Portanto,

será abordado na pesquisa sobre o desenvolvimento profissional do

trabalhador analisado, pois, o período de análise significa uma

trajetória de transformações nas relações de trabalho com o

desenvolvimento tecnológico. As relações sociais do contexto

passado historicamente contribuem para uma visão ampliada dos

aspectos políticos e sociais do objeto de estudo com os

trabalhadores analisados na perspectiva da historia social e do

trabalho.

Palavras chave: trabalho, capacitação profissional, Estado,

tecnologia.

5- O MODELO HISTORIOGRÁFICO DE MARTIUS E A

ESCRITA DA HISTÓRIA GERAL DO BRASIL DE VARNHAGEN:

olhares sobre a influência do negro na formação da sociedade

brasileira

- Wylliane Estelaide Paixão de Santana

- Cairo Mohamad Ibrahim Katrib

Resumo:

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica tem como objetivo

discutir e refletir sobre as possíveis influências do modelo de escrita

da história do Brasil propagado pelo zoologista e botânico alemão

Carl Friedrich Phillip von Martius, na obra de caráter principalmente

etnográfico: Como se deve escrever a história do Brasil, de 1844,

feita para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sobre a História

Geral do Brasil e aplicado por Francisco Adolfo Varnhagen em seus

estudos, em especial o publicado entre 1854 e 1857. A obra de Von

Martius que não era historiador, teve uma obra acolhida entre os

membros do IHGB, por segundo eles, se tratar de uma escrita

filosófica da história do Brasil, a mesma foi vista pelos seus pares

como o primeiro manual de introdução aos estudos históricos do

império. Nosso foco se projetará sobre o tratamento dispensado as

obras, a fim de analisar como ambas retratam o

negro/afrodescendente no contexto da formação da sociedade

brasileira, levando em consideração a conjuntura em que tais obras

foram escritas, buscando entender sua importância até mesmo para a

escrita da história do Brasil nos dias atuais e para a imagem do negro

na sociedade atual. Partindo da questão inicial sobre a valorização e

busca pelo entendimento do conhecimento sobre o passado, este

trabalho se pretende investigativo, no sentido de conhecer e atribuir o

devido reconhecimento que as obras e os autores tratados tiveram

cada um no seu devido tempo e com suas limitações, para a escrita

da história do Brasil. Sendo assim, pretendemo-nos consciente a

respeito do lugar de em que tais obras foram escritas e que elas

ocuparam e ocupam tanto na formação da sociedade brasileira

quanto para a perpetuação do modelo historiográfico que se

pretendia, bem como, para quais interesses as mesmas atendiam e

as configurações a que estavam estabelecidas.

Palavras – chave: História do Brasil – historiografia – negro – história

filosófica.