Comunicação Digital / Cibercultura · mainstream, muito popular, mesmo que a rede seja global e...

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Comunicação Digital / Cibercultura Prof. Dr. Andre Stangl https://ambientedigitalpuc.wordpress.com/

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Comunicação Digital / Cibercultura

Prof. Dr. Andre Stangl

https://ambientedigitalpuc.wordpress.com/

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Frederic Martel (1967), Jornalista , sociólogo , escritor francês

Tem um doutorado em ciências sociais, foi adido cultural na Embaixada de França e Roménia, professor visitante em Harvard e professor e pesquisador da Sciences-Po Paris.

É autor de vários livros, entre eles:-De la Culture en Amérique, Paris, Gallimard, 200621-Mainstream, Enquête sur la guerre globale de la culture et des médias, Paris, Flammarion, 2010-Global Gay, Paris, Flammarion, 2013-Smart, Enquête sur les internets, Paris, Stock, 2014

Também tem um programa de rádio na France Culture sobre Soft Power.

Seus interesses de pesquisa são soft power, infuência diplomática, indústrias criativas, mídia e Internet.

http://fredericmartel.com/

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Mainstream

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Encontro Samuel Huntington

É um livro “(...) extremamente engajado, falando do Ocidente e do “resto” do mundo, um Ocidente único diante dos outros países não ocidentais, plurais. Nele, Huntington frisa particularmente o fracasso da democratização dos países muçulmanos, por causa do islã. O trabalho foi comentado e não raro criticado no mundo inteiro. p. 11.

Nos anos em que vivi nos Estados Unidos, efetuando pesquisas para este livro, encontrei várias vezes Huntington, conhecido no mundo inteiro por sua obra O choque das civilizações. Sua tese: as civilizações passaram a se enfrentar emtorno de valores, para afrmar uma identidade e uma cultura, e não mais para defender seus interesses apenas.

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Mas o ‘soft power’ também é a infuência por meio de valores como liberdade, democracia, individualismo, o pluralismo da imprensa, a mobilidade social, a economia de mercado e o modelo de integração das minorias nos Estados Unidos. E é igualmente através das normas jurídicas, do sistema de copy right, das palavras que criamos, das ideias difundidas em todo o mundo que o ‘power’ se torna ‘soft’. Além disso, claro, nossa infuência é reforçada atualmente pela Internet, por Google, YouTube, My Space e Facebook. p. 13

Joseph Nye

soft power

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Geopolítica da cultura e da informação

As civilizações teriam entrado inexoravelmente numa guerra mundial de conteúdos, ou será que dialogam mais do que imaginamos? Por que o modelo americano de entretenimento de massa domina o mundo? Esse modelo é essencialmente americano? Poderia ser reproduzido em outros países? Quais são os contramodelos emergentes? Como é construída a circulação de conteúdos pelo mundo? A diversidade cultural, que se tornou a ideologia da globalização, seria real ou vai-se revelar uma armadilha que os ocidentais prepararam para si mesmos? É sobre essas questões, girando em torno da geopolítica da cultura e dos meios de comunicação, que se debruça este livro. p.13

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Nós somos 1,2 bilhão de habitantes. Temos dinheiro. Temos experiência. Junto com o Sudeste asiático, representamos um quarto da população do planeta, um terço com a China. Queremos desempenhar um papel central, política, econômica, mas também culturalmente. Acreditamos no mercado global, temos valores a promover, os valores indianos. Vamos enfrentar Holly wood em seu próprio terreno. Não apenas para ganhar dinheiro, mas para afrmar nossos valores. E eu acredito profundamente que teremos êxito. Vão ter que nos aguentar. p. 14

Amit Khanna

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Ante o entertainment americano e a cultura europeia, esses novos fuxos mundiais de conteúdos começam a ter peso próprio.

É toda uma nova cartografa das trocas culturais que se vai desenhando.

Elas ainda não são medidas pelas estatísticas do Banco Mundial e do FMI, são ignoradas pelas da Unesco e a Organização Mundial do Comércio as apresenta misturadas a outras categorias de produtos e serviços.

Indústrias criativas

...Pois já não se trata simplesmente de produtos culturais, mas também de serviços. Não só de cultura, mas também de conteúdos e formatos. Não só de indústrias, mas também de governos em busca de soft power e de microempresas atrás de inovações nas mídias e na criação desmaterializadas. p. 15

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Indústria criativa x Indústria cultural

Martel: "vou falar aqui de “indústrias criativas” ou “indústrias de conteúdos”, expressões que incluem os meios de comunicação e o universo digital, e às quais dou preferência sobre “indústrias culturais”, forma por demais conotada, datada e já hoje imperfeita". p.15

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“A indústria cultural, segundo Adorno e Horkheimer, possui padrões que se repetem com a intenção de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.

Apesar de a Indústria Cultural ser um fator primordial na formação de consciência coletiva nas sociedades massifcadas, nem de longe seus produtos são artísticos. Isso porque esses produtos não mais representam um tipo de classe (superior ou inferior, dominantes e dominados), mas são exclusivamente dependentes do mercado.Essa visão permite compreender de que forma age a Indústria Cultural. Oferecendo produtos que promovem uma satisfação compensatória e efêmera, que agrada aos indivíduos, ela impõe-se sobre estes, submetendo-os a seu monopólio e tornando-os acríticos (já que seus produtos são adquiridos consensualmente).”Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/cultura/industria-cultural.htm

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Mainstream. è uma palavra,de difícil tradução, signifca literalmente “dominante” ou “grande público”, sendo usada em geral para se referir a um meio de comunicação, um programa de televisão ou um produto cultural que vise um público amplo.

Mainstream é o inverso da contracultura, da subcultura, dos nichos; para muitos, é o contrário da arte. Por extensão, a palavra também remete a uma ideia, um movimento que tem o objetivo de seduzir todo mundo.

a expressão “cultura mainstream” pode ter uma conotação positiva e não elitista, no sentido de “cultura para todos”, ou mais negativa, no sentido de “cultura de mercado”, comercial, ou de cultura formatada e uniformizada. p.20 e 21

O título

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Mainstream é um livro sobre a geopolítica da cultura e das mídias através do mundo.

o ponto de partida deste livro é o foco na pesquisa de campo: nas pessoas que entrevistei e nos lugares que visitei. (...) Baseio-me prioritariamente em fontes de primeira mão — e não em informações de segunda mão, encontradas em livros ou na imprensa. p. 18

Esse trabalho sobre a globalização do entertainment se interessa pelo que os povos fazem quando não estão trabalhando: pelo que costumamos chamar de lazer e divertimento — fala-se muitas vezes de “indústrias do entertainment”.

Ao me concentrar nessas indústrias que produzem conteúdos, serviços e produtos culturais, dou ênfase à quantidade e não apenas à qualidade. Falo aqui dos blockbusters, dos hits e dos best-sellers.

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Meu tema não é a “arte” — muito embora Holly wood e a Broadway também produzam arte —, mas aquilo que chamo de “cultura de mercado”. Pois as questões colocadas por essas indústrias criativas em termos de conteúdos, de marketing ou infuência são interessantes, mesmo quando as obras por elas produzidas não o são.

Elas permitem entender o novo capitalismo cultural contemporâneo, a batalha mundial pelos conteúdos, o jogo dos atores para ganhar soft power, a ascensão das mídias do Sul e a lenta revolução que estamos vivendo com a Internet.p.16

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SMART

Uma hipótese sobre a internet: mesmo que um fenômeno seja mainstream, muito popular, mesmo que a rede seja global e que todos estejamos conectados, não temos uma conversa global significativa. Ao contrário, as internets, no plural, são todas fragmentadas, muito distintas umas das outras, muito territorializadas e as fronteiras se mantêm.

Quando você ouve o que dizem em entrevistas os empreendedores do Vale do Silício, do Google e do Facebook, parece que estamos numa grande conversa global, que as fronteiras desapareceram, as línguas se mesclaram, se uniformizaram. É afirmado que, entre as línguas, o inglês é dominante e as culturas também vão se uniformizar.

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A Cultura digital da Europa Primeiramente, a potência americana nos impacta fortemente, já que 86% do mercado europeu são do Google, o que é muito mais até que o mercado dessa mesma empresa nos próprios Estados Unidos. Em segundo lugar, criamos grandes startups que crescem e se tornam empresas maravilhosas como Skype e Nokia, por exemplo, mas que hoje são americanas ou japonesas. Ou seja, criamos empresas inovadoras, mas que depois são compradas. Isso sem contar o caso do Orkut, que foi assumido pelo Google e morto pelo mesmo Google. Vemos assim os limites de um continente como o europeu, composto por 28 países. Temos a dificuldade de continuar existindo apesar de tudo, como o Brasil, no mundo digital.

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A emergência da cultura dos países emergentes

http://www.overmundo.com.br/overblog/tudo-dominado-a-musica-eletronica-globoperiferica

http://www.overmundo.com.br/overblog/a-quarta-onda-da-musica-do-mundo-o-gethotech

smart curation e as novas formas de consumo cultural

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BibliografiaMARTEL, Frédéric. Mainstream: a guerra global das mídias e das culturas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

MARTEL, Frédéric. Smart: o que você não sabe sobre a internet. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

MARTEL, Frédéric. Smart: uma pesquisa sobre as internets. Rumores, Brasil, v. 10, n. 20, p. 7-25, dec. 2016.