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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ........................................ 04 1.1 Objetivos da comunicação organizacional ...................................................... 05 1.2 Formas de comunicação organizacional ......................................................... 06 1.3 Comunicação interna, formal e informal .......................................................... 11 CAPÍTULO 2 – ORATÓRIA/RETÓRICA .............................................................. 13 2.1 Origens e conceitos ......................................................................................... 13 2.2 Eloquência ....................................................................................................... 18 2.3 Aspectos verbais e não-verbais da Oratória.................................................... 20 2.4 A fala de improviso .......................................................................................... 26 2.5 Discurso manuscrito ........................................................................................ 28 2.6 Uso de recursos audiovisuais nos discursos e apresentações ....................... 29 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 35

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CAPÍTULO 1 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

A informação e os processos de comunicação sempre estiveram presentes

na evolução das estratégias empresariais e na própria evolução das organizações.

Por isso, hoje, muito mais do que em épocas passadas, torna-se necessário

entender a complexidade que envolve a informação e os processos

comunicacionais na gestão estratégica das organizações. Afinal, vivemos numa era

de ritmo acelerado de transformações e contextos cada vez mais complexos, onde

as organizações precisam buscar novas lógicas de gestão para enfrentar a

competitividade (CARDOSO, 2006).

Terciotti e Macarenco (2010) lembram que a expressão comunicação

empresarial foi adotada inicialmente por profissionais da área de jornalismo

imbuídos de facilitar aos empresários a compreensão da necessidade e importância

da comunicação no ambiente corporativo. Todavia, nesse contexto, a comunicação

ainda era encarada de uma forma instrumental, visando predominantemente o

estabelecimento de contato e a persuasão dos públicos-alvo, o anúncio de eventos

e a venda de produtos ou serviços com o propósito de atingir uma maior

lucratividade por parte da organização.

Já a expressão comunicação organizacional, surgida na década de 1990,

assume uma conotação menos instrumental e mais complexa da informação e dos

processos comunicacionais das organizações. A comunicação passa então a ser

encarada como um processo que leva à realização das potencialidades

estratégicas e à ampliação e integração das estruturas organizacionais, de modo a

envolver todos os atores que participam desse processo.

Os públicos-alvo das organizações dividem-se em dois: os essenciais e os

não-essenciais. Os primeiros são aqueles ligados ou não juridicamente à

organização e dos quais ela depende para a sua constituição, manutenção de sua

estrutura, sobrevivência e para a execução de suas atividades-fim. Investidores,

sócios, diretores, conselhos administrativos, governo e autoridades

governamentais, com poder de autorizar ou desautorizar; colaboradores,

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fornecedores, clientes e consumidores, revendedores e concessionários e outros

(FRANÇA, 2008).

Os não essenciais são aqueles que não participam da atividade-fim da

empresa, mas apenas de sua atividade-meio. Subdividem-se em: redes de

consultoria, divulgação e promoção da organização (agências de propaganda,

relações públicas, consultorias etc.); redes de setores associativos organizados

(associações de classe e de categorias empresariais, conselhos profissionais,

confederações, federações, associações patronais e comerciais); redes de setores

sindicais (sindicatos patronais e de trabalhadores) e redes de setores da

comunidade, a qual se aproxima das organizações por meio de atividades

beneficentes, culturais, comerciais ou da adoção por parte da empresa de práticas

socialmente responsáveis (FRANÇA, 2008).

A comunicação organizacional surgiu porque as empresas contemporâneas

deixaram de se dedicar apenas à produção de bens duráveis (bens de consumo e

bens de capital) e passaram a expandir suas atividades para os mais diversos

setores, entre os quais podemos citar os setores político, cultural e social (por

exemplo: patrocínio de eventos culturais, científicos, esportivos etc.).

1.1 Objetivos da comunicação organizacional

Pimenta (2004, p. 100) destaca cinco objetivos da comunicação

organizacional, a saber:

1º) Criar e divulgar a imagem institucional da empresa.

2º) Adequar os trabalhadores a um mercado cada vez mais complexo,

instável e competitivo.

3º) Atender às demandas dos consumidores (por exemplo: Fale conosco;

SACs; 0800 etc.).

4º) Defender os interesses da empresa junto aos governos federal, estadual

e municipal e seus representantes (lobbies).

5º) Encaminhar questões relacionadas a sindicatos, órgãos de classe e à

preservação do meio ambiente.

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Por dedução e por consequência uma boa comunicação organizacional

tende a melhorar os serviços e aumentar os lucros e produtividade da empresa.

1.2 Fluxos de comunicação organizacional

Os gerentes são os responsáveis pela implantação e manutenção dos

canais formais de comunicação, sendo que esta flui em três direções: para baixo;

para cima e horizontalmente.

a) Comunicação de cima para baixo

A comunicação para baixo ocorre quando informações e mensagens são

enviadas dos níveis hierárquicos superiores para os níveis hierárquicos inferiores

da empresa.

Embora a comunicação de cima para baixo esteja presente em todas as

organizações, ela constitui a modalidade dominante nas empresas mais

burocratizadas e hierarquizadas, ou seja, nas empresas caracterizadas por um

modelo de gestão autocrática (TERCIOTTI; MACARENCO, 2010; PINHO, 2006).

Os líderes podem comunicar-se com seus subordinados de cima para baixo

de diversas formas, por exemplo:

Enviando mensagens por alto-falantes.

Colocando mensagens em jornais, revistas, boletins informativos, quadros

de avisos e no portal ou site da empresa.

Anexando panfletos aos contracheques dos funcionários.

Elaborando e distribuindo o regulamento da empresa.

Enviando e-mails, memorandos, circulares ou relatórios.

Praticando a “comunicação visual”.

Promovendo reuniões informativas.

Realizando palestras.

Realizando treinamentos.

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Entre os vários tipos de mensagens organizacionais que podem ser

enviadas de cima para baixo, podemos citar:

Apresentação dos resultados da empresa.

Anúncio de novas medidas estratégicas adotadas pela empresa.

Anúncio de novas metas a serem atingidas pelos funcionários.

Anúncio dos funcionários que mais se destacaram.

Comunicado de novidades (campanha de voluntariado, de vacinação, de

doação de sangue, do agasalho etc.).

Demonstrativos da situação financeira da empresa.

Feedback sobre a produtividade de departamentos.

Informação das políticas, dos regulamentos e dos benefícios da empresa.

Instruções sobre como realizar um serviço específico.

Instruções sobre a lógica do trabalho, ou seja, sobre como determinada

atividade se relaciona às outras atividades da empresa.

Informações sobre modificações na linha de produtos (TERCIOTTI;

MACARENCO, 2010).

São vantagens e desvantagens da comunicação de cima para baixo:

Vantagens Desvantagens

Caráter diretivo – de orientação, de informação das operações e desempenho da empresa e expectativas da organização em relação aos colaboradores.

Relativamente à comunicação oral, a distorção ou a perda de parte do conteúdo da mensagem original constitui um dos problemas da comunicação de cima para baixo. Sabe-se que, cada vez que uma informação é transmitida de uma pessoa a outra, há uma perda de 25% de informação.

Sobrecarga de informação que a comunicação escrita pode acarretar. Para evitar esse problema, os líderes devem ter o cuidado de selecionar e enviar as informações que julgarem mais relevantes, não comprometendo, assim, a eficácia da comunicação. Lotar a caixa postal dos funcionários de todo tipo de mensagens somente fará que eles não consigam absorver nem as importantes nem as desimportantes.

A falta de interatividade devido à unilateralidade constitui outro aspecto negativo desse tipo de comunicação.

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b) Comunicação de baixo para cima

Ocorre quando informações e mensagens são enviadas dos níveis

hierárquicos inferiores para os níveis hierárquicos superiores da empresa.

Ao contrário da comunicação de cima para baixo, que sempre está presente

nas organizações, a comunicação de baixo para cima é encontrada com menor

frequência, sobretudo em empresas muito grandes.

Se, como vimos anteriormente, a comunicação de cima para baixo ocorre

nas empresas mais burocratizadas e hierarquizadas, a comunicação de baixo para

cima, por sua vez, é mais usada em organizações cujo modelo de gestão é menos

autocrático e mais participativo (TERCIOTTI; MACARENCO, 2010; PINHO, 2006).

Os subordinados podem comunicar-se com seus líderes de baixo para cima

de diversas formas, por exemplo:

Enviando e-mails aos superiores ou à ouvidoria (se houver).

Enviando relatórios (por exemplo: dados de produção e de controle de

qualidade).

Participando de comunidades e portais corporativos na internet.

Participando de decisões.

Participando de reuniões, sobretudo se elas não forem meramente

informativas, mas de discussão, visando à participação do funcionário, etc.

Entre os vários tipos de mensagens organizacionais que podem ser

enviadas de baixo para cima, podemos citar:

Enquetes e pesquisas.

Reclamações e/ou sugestões para melhoria.

Reclamações sobre conflitos entre funcionários que precisam ser

investigados e solucionados.

Relatórios administrativos, contábeis e financeiros (TERCIOTTI;

MACARENCO, 2010).

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Uma das vantagens da comunicação para cima é proporcionar aos líderes o

feedback das decisões administrativas, além de fornece-lhes valiosas informações

sobre seus subordinados - tais como suas expectativas, satisfações e/ou

insatisfações -, aumenta a motivação dos funcionários, que passam a se sentir

parte do processo de melhoria e desenvolvimento da empresa, mantém elevado o

moral dos funcionários e assegura que as tarefas sejam desempenhadas de modo

apropriado.

Claro que também temos desvantagens. Além das distorções e dos cortes

que as informações podem sofrer até chegar aos altos escalões, os principais

entraves à comunicação de baixo para cima são os seguintes:

a) A presença de líderes que, por não terem disposição para ouvir nem para

rever suas posições, não veem com bons olhos reclamações e/ou sugestões, não

dão abertura a essa prática nem criam mecanismos para favorecê-la.

b) A desconfiança de funcionários que, por não confiar em seus superiores,

não manifestam suas opiniões, desejos ou reclamações com medo de represálias.

c) O fato de alguns funcionários não desejarem ser portadores de notícias

ruins com medo de serem associados a elas.

d) A insegurança de funcionários que temem sofrer represálias se

expressarem suas opiniões ou seus descontentamentos.

e) A falta de feedback do receptor às solicitações, sugestões, reclamações

ou aos pedidos que lhe foram enviados anteriormente (TERCIOTTI; MACARENCO,

2010).

c) Comunicação horizontal

A comunicação horizontal (ou lateral) consiste na troca de informações entre

colegas de trabalho, ou seja, entre funcionários que se encontram no mesmo nível

hierárquico. Ela pode ocorrer entre funcionários de um mesmo departamento

(intradepartamental) ou entre funcionários de diferentes departamentos

(interdepartamental).

A maior parte das operações de trabalho depende da comunicação

horizontal.

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Por exemplo, o coordenador de um curso de graduação envia, no início do

semestre, um e-mail ao chefe do departamento de RH informando-lhe o número de

horas-aula semanais atribuídas a cada professor de seu curso. Em outro exemplo,

o vendedor de uma das lojas de uma grande rede varejista envia o pedido de um

cliente para o centro de distribuição mais próximo, a fim de que a entrega da

mercadoria seja feita dentro do prazo combinado, e para o departamento de

cobrança, para que a cobrança seja efetuada na data do vencimento.

Nas empresas mais burocratizadas e hierarquizadas, a comunicação

horizontal geralmente é do tipo triangular, ocorrendo do seguinte modo: um

funcionário comunica-se com seu chefe, que se comunica com outro chefe, que se

comunica com seu funcionário. Já nas empresas menos burocratizadas e

hierarquizadas, ela goza de mais liberdade, podendo fluir em todas as direções.

A comunicação horizontal, além de ter um caráter colaborativo e

multidisciplinar, leva ao compartilhamento não só de informações, experiências e

ideias, mas também de responsabilidades entre os funcionários. Além disso,

quando colegas cooperam entre si, o trabalho necessita de menos esforços para

ser realizado e torna-se muito mais ágil.

Entre os maiores entraves à comunicação horizontal, podemos citar:

a) Estruturas organizacionais que tendem a dificultar as formas de

comunicação lateral.

b) Falta de coesão entre funcionários de um mesmo departamento ou de

diferentes departamentos.

c) Rivalidade e/ou individualismo entre funcionários ou departamentos.

d) Dimensão dos grupos de trabalho, pois quanto maior o grupo, menor a

proximidade entre seus integrantes.

e) Departamentalização exagerada.

f) Distanciamento físico entre os funcionários.

g) Organização do trabalho em turnos.

h) Sobrecarga de informação.

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Aliás, a sobrecarga de informação, que também constitui um dos problemas

da comunicação de cima para baixo, é consequência da sociedade de redes

(TERCIOTTI; MACARENCO, 2010).

Além dos spams, das correntes, das malas-diretas e dos vírus que lotam as

caixas postais eletrônicas dos funcionários, uma simples discussão sobre o preço

do presente do amigo-secreto ou sobre a escolha do local da confraternização de

fim de ano pode gerar uma sucessão de respostas e sugestões incômoda e

improdutiva.

1.3 Comunicação interna, formal e informal

A comunicação interna é constituída pelos processos comunicativos

realizados no interior das organizações, cujo propósito básico é permitir que os

seus membros cumpram as tarefas estabelecidas, assim como pode também

buscar a estabilidade da empresa, possibilitando que ela atinja seus objetivos por

meio da socialização dos seus membros, criando e mantendo uma cultura de

organização (PINHO, 2006).

A comunicação interna tem como objetivos trazer consenso e facilitar a

aceitação dos valores da organização (propósitos, qualidade de produtos,

adequação às necessidades legais e sociais, credibilidade, intenções, equilíbrio,

eficácia operacional, relações com os diversos públicos, padrão, visibilidade, entre

outros) (TERCIOTTI; MACARENCO, 2010).

Segundo Torquato (2010), a missão básica da comunicação interna é

“contribuir para o desenvolvimento e manutenção de um clima positivo, propício ao

cumprimento de metas estratégicas da organização, ao crescimento continuado de

suas atividades e serviços e à expansão de suas linhas de produtos”.

A comunicação formal é aquela que ocorre nas organizações em caráter

oficial, respeitando-se os trâmites burocráticos pertinentes e utilizando-se dos

canais instituídos pelas autoridades superiores.

Normalmente, ela é descendente - que parte de níveis hierárquicos

superiores para os inferiores - e quase sempre escrita. Pela comunicação formal

transmitem-se os conteúdos técnico-administrativos do trabalho.

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A comunicação informal, por razões que o próprio nome indica e por não ser

tão visível quanto a comunicação formal, nem sempre é considerada ou colocada

nos planos de quem tem algo a informar. Geralmente, ocorre em paralelo à formal,

envolvendo as conversas entre chefes e subordinados ou entre colegas em caráter

não oficial e não sistemático. Muitas vezes, esse tipo de comunicação é

contaminado por boatos e fofocas (TERCIOTTI; MACARENCO, 2010).

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CAPÍTULO 2 – ORATÓRIA/RETÓRICA

2.1 Origem e conceitos

Retórica, Oratória e Eloquência são três conceitos muito importantes quando

se trata da comunicação organizacional.

Enquanto Oratória significa falar bem para o público, Retórica consiste em

usar bem as palavras no sentido mais estrito, do convencimento e Eloquência, por

sua vez, é um fator essencial para a oratória e retórica, ou seja, é a capacidade de

exprimir-se facilmente, a arte de persuadir, de comover pelas palavras.

Oratória e Retórica se completam, devem atuar harmonicamente, afinal de

contas ambas usam a comunicação!

Ao pensarmos a retórica como sendo uma atividade pela qual o ser humano

tenta, através de seu discurso, levar o ouvinte a crer nas ideias ali defendidas, nos

deparamos com uma prática tão antiga quanto difícil de estabelecer o seu início na

humanidade. A retórica não é um privilégio reservado aos povos antigos e, nos dias

de hoje, ela continua envidada na política, nas campanhas publicitárias, em

mensagens midiáticas, no comércio e em tantas outras relações que nos circundam

(LIMA, 2011).

Mas insistindo na sua utilização na Antiguidade, Retórica representava “falar

a verdade”. Em um sentido menos restrito, era o conjunto de regras teóricas que

orientavam a exploração de todos os recursos da linguagem, para influenciar e

convencer o público, persuadindo por meio de técnicas eloquentes, direcionando o

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interesse das pessoas para o orador e a sua fala. O orador discursava sem

considerar o ouvinte. Alguns filósofos na Antiguidade costumavam fazer, de modo

frequente, longos, cansativos e obscuros discursos.

Estudos de Santos (2014) mostram que essa arte teve seu berço na Grécia

(Atenas), no século IV a.C., no auge de uma política democrática quando o cidadão

tinha que defender seus direitos e, nesse momento, era de fundamental importância

dominar as técnicas da persuasão, visando às práticas de julgar, agir e falar.

Vamos nos centrar em quatro filósofos ou personalidades da Antiguidade

(Aristóteles, Demóstenes, Cícero e Quintiliano) mas se aprofundarem a pesquisa,

caso tenham interesse nesse área, verão que a maioria deles praticava

cotidianamente a Retórica e a Oratória.

a)Aristóteles, um dos mais importantes filósofos da Antiguidade, sobressaiu

no campo da retórica ao escrever a ‘Arte da Retórica’, uma obra composta por três

volumes, que contempla alguns pontos importantes no ato de falar em público,

como: a forma de argumentação do orador, os aspectos emocionais e o estilo e

partes do discurso. Essa obra contém a base da oratória. Mesmo sendo grande

conhecedor da Retórica e da Oratória, Aristóteles não foi um orador e sim um

grande estudioso do assunto, pois nunca proferiu um só discurso.

b)Demóstenes foi considerado o maior orador da Grécia, após superar as

barreiras que a vida impusera-lhe. Venceu as dificuldades na respiração, na

articulação das palavras e em suas atitudes corporais impróprias. Isolou-se das

pessoas e montou um plano para alcançar seu objetivo.

Dedicou-se a corridas diárias para administrar melhor sua capacidade

pulmonar; exercitou a dicção, colocando pequenas pedras na boca, procurando

pronunciar as palavras de forma correta e, para corrigir um cacoete relativo à sua

postura, fixou uma espada em um ponto elevado, com a ponta voltada para a altura

do ombro. Sempre que movimentava o ombro para cima, a ponta da espada feria-

o, contendo esse movimento inadequado.

Assim, com muita constância, transformou-se no maior orador da Grécia,

tornando-se um exemplo de determinação e força de vontade.

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c)Cícero foi o maior destaque na oratória, em Roma. Ainda que considerado

um orador perfeito, um excelente escritor e um homem de inteligência invejável, ele

não tinha caráter. Era uma pessoa arrogante, muito prepotente e inescrupulosa

politicamente. Foi condenado à morte pelos opositores políticos. Ao morrer teve

sua cabeça e suas mãos decepadas e expostas ao povo no fórum romano

(SANTOS, 2014).

d)Quintiliano foi autor de obra sobre Retórica na qual se encontram vários

capítulos dedicados à Gramática, por ele considerada disciplina propedêutica aos

estudos retóricos (PEREIRA, 2014).

O ”Institutos de Oratória” foi redigida em 12 livros. Nos dois primeiros livros

Quintiliano trata a educação fundamental e como se organizava a vida na Roma de

seu tempo. Recomendava que se ensinassem simultaneamente os nomes das

letras e suas formas. Era contrário aos castigos físicos. Recomendava a emulação

como incentivo para o estudo e sugeriu que o tempo escolar fosse periodicamente

interrompido por recreios, já que o descanso era, na sua opinião, propício à

aprendizagem.

O Livro X é o mais conhecido; nele Quintiliano aconselha a leitura como

elemento fundamental na formação de um orador e apresenta uma lista comentada

de autores gregos e latinos cuja leitura seria de proveito ao orador. No último livro

apresenta o conjunto de qualidades que deve reunir quem se dedicar à oratória,

tanto no que se refere à conduta quanto ao caráter.

Se fizermos um longo recorte no tempo e no espaço e nos transportarmos

para o Brasil também veremos a oratória e a retórica aportando por aqui desde a

época do descobrimento.

Lopes (2000) conta que no Brasil a Oratória teve seu início com os povos

indígenas, pois foram conhecidos como pessoas comunicativas e vibrantes. A

autora cita que os índios apreciavam muito a arte da palavra e que, muitas vezes,

seus chefes eram aclamados por serem bons oradores. Os jesuítas portugueses,

responsáveis pela catequização dos índios, foram os primeiros grandes oradores

registrados na história do Brasil. Eles foram os percussores de grandes pregadores

religiosos, dentre eles Antônio Sá e Padre Antônio Vieira.

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No setor político, devido ao regime colonial, segundo a autora, a arte de falar

ao público não foi bem desenvolvida, obviamente pela falta de liberdade, e somente

depois da revolução portuguesa de 1820 é que surgem ilustres e importantes

oradores, dentre eles Quintino Bocaiúva e Rui Barbosa.

Atualmente, o ensino da arte do “bem falar” passa por modificações devido

à exigência dos ouvintes, pois o público solicita uma fala mais natural e objetiva, e,

além disso, o uso da palavra falada deixou de ser um privilégio dos religiosos,

políticos e advogados, alastrando-se para todos os setores de atividades, pois

empresários, consultores, palestrantes necessitam cada vez mais da boa

comunicação (GOMES, 2005).

Ultimamente tem sido necessário que o orador converse com sua plateia, ao

invés de falar somente para ela, isto é, faz-se necessário expressar pelo uso da

palavra seu conhecimento de maneira correta, segura, clara, interessante e

envolvente, demonstrando assim uma sintonia entre falante-discurso-ouvinte.

Todos precisam falar bem para enfrentar as mais diversas situações:

Comandar subordinados;

Dirigir ou participar de reuniões;

Apresentar relatórios;

Presidir solenidades;

Vender ou apresentar produtos e serviços;

Negociar;

Dar entrevista para emissoras de rádio e televisão;

Fazer palestras;

Ministrar cursos;

Representar empresas, o clube ou entidades a que pertence, nos mais

diversos acontecimentos (POLITO, 1998, p. 30).

Voltando aos conceitos:

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Oratória seria a arte de usar a palavra com persuasão, por meio de regras

que atraem a atenção do ouvinte. Um método de discurso, um conjunto de regras

e técnicas que levam o sujeito a falar bem em público.

Nas explicações de Miranda (2012), Oratória seria um tipo específico de

comunicação, aquela feita diante de algum público, seja ele qual for. Tem público

e tem alguém para falar diante dele, é oratória. Já no caso da retórica, isso já não

é uma regra. Retórica se refere a como usamos a comunicação independente de

ter público ou não. Um texto escrito pode ser retórico, mas nunca será oratória

enquanto não for proferido ao vivo diante de um público.

Pois bem, aquele que usa de retórica, ainda que não se dirija a algum público

ao vivo, em pé diante dele, falando, pode demonstrar uma grande habilidade com

as palavras. Neste caso, pode ser um(a) escritor de coluna de jornal ou revista, um

comentarista, um especialista, um consultor, etc. Essa pessoa não precisa ter

habilidade com públicos ao vivo, e ainda assim saber usar muito bem as palavras.

Outra diferença está entre o texto escrito e a fala para público. E a fala para

público em muito se difere da fala convencional, comum. Bem como, há diferença

no texto retórico quando comparado ao texto puramente informativo, matéria dos

jornalistas, por exemplo. No texto retórico, usa-se argumentos, comparações,

deduções, tudo o que pode reforçar a possibilidade de a persuasão acontecer. Na

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Oratória, nem sempre, ela é mais ampla, pois aceita tudo, desde que seja para falar

em público (MIRANDA, 2012).

Para a Oratória é importante o conhecimento da técnica. O orador vai

demonstrar conhecimento do assunto, ordenação das ideias, começo, meio e fim

na exposição, uso adequado da voz, das palavras e do gesto, empatia, olhar

voltado ao público e capacidade de manter a atenção do mesmo. Para a retórica,

vai necessitar fundamentalmente o recurso das ideias e da capacidade de persuadir

pelas palavras. E um bom orador, poderá ser também um bom retórico. Junte suas

habilidades e mostre sua arte, seja em público, seja pelo texto, quem ganha é a

boa comunicação.

2.2 Eloquência

Já vimos que a capacidade de comunicação oral e escrita vem se

apresentando como competência fundamental para as necessidades exigidas pelo

mercado de trabalho. O indivíduo que não expressa claramente suas ideias ou não

consegue estabelecer bons vínculos de relacionamento profissional, seja com seus

superiores ou até mesmo com colegas de trabalho, com certeza fica aquém

daquele que tem maior facilidade de expressão e consegue ter um bom

relacionamento interpessoal. Porém, há outro fator, dentro desse âmbito, que vem

ganhando destaque: o domínio da língua portuguesa. Este, sem dúvida, tem sido

um obstáculo para muitos na busca por um emprego (BISPO, 2013).

Mas vamos falar de algumas características da eloquência, não sem antes

lembrarmos que, para uma boa oratória, é indispensável a capacidade de

convencer, por meio de palavras, postura e gestos adequados. Dessa forma,

enquanto as palavras esclarecem o assunto que se expõe, a postura e os gestos

dão vida à ideia que se quer passar.

Ser eloquente é persuadir as pessoas a aceitarem seu discurso e a acolher

sua opinião, praticando seus ensinamentos e seguindo suas orientações.

Entre as características da eloquência, Santos (2014) destaca as seguintes:

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CORAGEM

SINCERIDADE

CONHECIMENTO

ENTUSIASMO

NATURALIDADE

a) Naturalidade - Seja você mesmo. Procure aperfeiçoar-se na arte de falar

em público, melhorando o seu desempenho, mas não passe para as pessoas uma

imagem “produzida”, escolhendo palavras complicadas e analisando os gestos que

irá fazer. Esses comportamentos refletirão um conjunto de condições inadequadas

para um relacionamento amistoso com seu público.

Isso parecerá artificial e criará uma barreira entre você e seus ouvintes,

fazendo com que não confiem em suas palavras. O importante neste tópico é ser;

não, parecer. Fale de modo natural, sem exageros, como se estivesse em um “bate-

papo”, sem utilizar termos difíceis. Use a naturalidade e o entusiasmo!

b) Entusiasmo - É a mola que propulsiona as palavras, dando mais vida a

sua apresentação. Fale de uma forma animadora, com determinação, alterando a

entonação da voz. Provoque interesse, dando vida às suas palavras. Isso

contribuirá para prender a atenção dos seus ouvintes. Um comportamento

desanimado e indiferente provocará imediatamente o desinteresse por sua

apresentação.

Use a naturalidade, o entusiasmo e mostre que tem conhecimento!

c) Conhecimento - É fundamental que o orador conheça muito bem o

conteúdo que irá falar. Logo, só fale de um assunto se o dominar. Falar sem

conhecer é “fria”. Também é necessário ter uma cultura geral, ser uma pessoa

atualizada. Uma dica é separar um tempinho para dedicar-se à leitura. Ler abre

novos horizontes, tornando-o mais consciente e reflexivo.

Mostre que tem não só domínio do assunto que fala, como também de fatos

do cotidiano. Saiba sempre um pouco mais sobre o assunto que irá falar. Use a

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naturalidade, o entusiasmo, mostre que tem conhecimento e demonstre

sinceridade!

d) Sinceridade - A fala, os gestos, as posturas e a voz têm de estar

sincronizados. Um orador eloquente comporta-se exatamente da forma como prega

as suas ideias e os ensinamentos que transmite. Ser sincero também é não

responder o que não souber, pois pode incorrer em erro, e será uma situação

desagradável se alguém descobrir sua falha. Use a naturalidade, o entusiasmo,

mostre que tem conhecimento, demonstre sinceridade e arme-se de coragem!

e) Coragem - Enfrente os seus ouvintes como um grupo de amigos. Fale

com eles e não para eles. Derrube as barreiras da timidez e da inibição, acreditando

no seu potencial. Saia da área de conformismo e passividade e aproveite todas as

oportunidades que surgirem para falar em público. Inicie já as mudanças, usando

a naturalidade, o entusiasmo, mostrando que tem conhecimento, demonstrando

sinceridade e armando-se de coragem!

2.3 Aspectos verbais e não verbais da Oratória

Panico (2005) considera aspectos verbais a capacidade de trocar ou discutir

ideias, de dialogar, conversar, podendo variar de uma pessoa para outra; no

entanto tem pessoas que através da fala envolvem e encantam qualquer ouvinte.

A autora diz que para se elaborar teoricamente um bom discurso, deve-se

considerar cinco aspectos:

1) Quem Fala - que é o próprio falante. É importante este conhecer seu

comportamento natural de comunicação, se fala muito ou pouco, se gosta de

conversar, tem o hábito da leitura, é tímido ou extrovertido, pois assim o falante

conhecerá o quando suas habilidades linguistas estão ou precisarão ser

desenvolvidas. Para que as habilidades linguísticas sejam aprimoradas deve-se

estimular o hábito e o gosto pela leitura, produzir textos e realizar interpretações de

materiais escritos, fazer a leitura em voz alta, gravar a produção da fala, para que

desta maneira tenha-se conhecimento das próprias evoluções, deficiências e

potencialidades.

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2) O que se fala – que diz respeito ao conteúdo e tipo de discurso, pois o

conteúdo sempre está envolvido a serviço de uma intenção determinada e se sua

finalidade não for atingida, a comunicação torna-se sem sentido.

3) Por que se fala - refere-se ao canal pelo qual a mensagem será

transmitida, se auditivo, visual ou ambos, se será necessário utilizar mais recursos

audiovisuais, tais como microfone, multimídia, entre outros. Para saber quais

recursos serão mais efetivos para a transmissão da mensagem deve-se levar em

consideração, entre outras coisas, à distância entre falante e ouvinte.

4) A quem se fala - refere-se aos ouvintes da mensagem, pois o sucesso do

discurso é determinado pela compreensão do ouvinte, ou pela ação que a

compreensão vai gerar. Para gerar tal compreensão da mensagem torna-se

necessário ajustar a fala ao grau de instrução e a situação atual do ouvinte, ou seja,

se o ouvinte está atento ou pronto para receber a mensagem, se os ouvintes

apresentam ou não um conhecimento prévio do tema. A comunicação só se torna

efetiva se for possível ao interlocutor entender a mensagem.

5) Com que efeitos - diz respeito à impressão causada ao ouvinte após a

mensagem ser transmitida, pois o efeito a ser produzido quando se conclui um

discurso tem ligação direta com a ação que se pretende gerar como resposta.

Pausas durante a fala podem dar ênfase ao que se quer dizer, a entonação

exclamativa pode manifestar surpresa, admiração, incredulidade ou ironia, a

fluência e velocidade da fala mostram um pensamento lógico e ideias encadeadas,

o uso de mais de um ponto de interrogação em uma frase interrogativa caracteriza

uma pergunta difícil de responder.

O uso desses recursos com equilíbrio e variedade pode conferir

naturalidade, expressividade e atitude do falante em relação ao texto emitido e

maior compreensão da mensagem pelo ouvinte.

Panico (2005) diz que o uso desses recursos não é garantia de ao final do

discurso atingirmos a meta proposta, pois é esse o desafio a ser superado. Aceitá-

lo deve ser parte do compromisso do falante com seu trabalho, pois a coragem fará

com que nos tornemos empreendedores da comunicação.

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Quanto aos aspectos não-verbais da Oratória, Mendes (1996) diz que a voz

permite enfatizar ideias, torná-las vibrantes e claras, ela projeta sentimentos, revela

a personalidade do comunicador, espelha quem ele é, mostra como ele vê e pensa

do mundo. Ela lapidada enriquecerá o pensamento e facilitará a compreensão do

receptor.

A voz é constituía pelos seguintes fatores:

i) orgânicos (pulmões, laringe, faringe, cavidade oral e cavidade nasal);

ii) físicos (tamanho e forma da caixa torácica, comprimento, grossura e

densidade das pregas vocais, além de rinites, sinusites, resfriados);

iii) psicoemocionais (tensão, medo, ansiedade, insegurança);

iv) culturais (vestimenta, conduta e postura)

Além dos fatores acima temos alguns atributos, tais como:

i) altura (grave-aguda);

ii) intensidade (forte-fraco);

iii) qualidade ou timbre vocal (rouca, aguda, abafada, etc.).

Segundo Piccolotto e Soares (2002), estes fatores entrelaçados e

harmoniosamente associados proporcionam ao ouvinte segurança, confiança e

credibilidade.

A voz pode ser gradativamente aprimorada com a prática diária de exercícios

de: aquecimento, projeção, extensão, inflexão, desaquecimento vocal. Além do

que, as pregas vocais possuem uma musculatura muito delicada, e por isso, de

acordo com Mendes (1996), necessitam de zelo, devendo-se evitar:

o uso de bebidas alcoólicas;

o fumo;

ar condicionado;

gritar;

alimentos gordurosos;

alimentos muito quente ou muito frio;

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pigarro;

abuso vocal.

Já a expressividade da fala é construída a partir das interações que se

estabelecem entre elementos segmentais, como vogais e consoantes, e

prosódicos, tais como ritmo, entonação, pausas e padrões de acento (MENDES,

1996).

De acordo com a mesma autora os elementos prosódicos exercem na fala

as funções de segmentar o fluxo articulatório, reduzindo a ambiguidade,

aumentando a sua inteligibilidade, facilitando a compreensão e destacando os

elementos na fala. Através da ênfase realizada na pronúncia das palavras torna-se

possível diferenciar certas características do restante do contexto, proporcionando

melhor entendimento da fala, ou seja, é possível diferenciar uma fala afirmativa de

uma interrogativa e/ou exclamativa, além de enfatizar as emoções e condições

físicas do falante. É importante ressaltar aqui o cuidado com a articulação correta

dos sons da fala, evitando realizar omissões, substituições ou distorções de sons

da fala.

E os gestos? Definido por Guedes (2005, p. 8) como movimento realizado

pelas mãos e braços e que acompanham o ato da fala, ele participa de forma

integrada com a fala, permitindo que ambos tornem-se veículos diferentes de um

mesmo processo simbólico, definido como linguagem.

Segundo Mendes (1996):

Os gestos ajudam a compor o estilo do comunicador e facilitam o

entendimento e a transmissão de ideias.

O gesto sincronizado com a palavra gera melhor projeção e harmonia na

comunicação, ainda promove melhor sintonia entre orador e ouvinte.

Os gestos podem antecipar a expressão da fala, e é usado mais

frequentemente quando determinado assunto apresenta diferentes

informações ou requer processos cognitivos mais complexo, do que quando

o discurso exige respostas simples.

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Os gestos enquanto movimentos faciais e corporais seguem o mesmo fluxo

da fala, obedecendo às pausas, interjeições e outras manifestações comuns

da comunicação.

Pode-se classificar os gestos como autônomos e associados à fala:

a) Os autônomos são produzidos na ausência da fala, pois a substituem, tais

como movimentos de cabeça, de olhar, entre outros.

b) Os gestos associados à fala, que como o próprio nome já diz,

acompanham a fala, são representados pelos: i) gestos fáticos, também chamado

de reguladores, como “hum-hum, hein?, como?; ii) os gestos metadiscursivos, que

reforçam a importância do que está sendo dito e por último, iii) os gestos

referenciais, que complementam através de conceitos abstratos, como ilustrações,

mímicas, o que se diz.

Rector e Cotes (2005) afirmam que a quietude do corpo corresponde ao

silêncio da fala. Durante a fala os movimentos do corpo devem ser adequados com

a situação e com a emoção que deseja ser passada. A voz e a expressão facial é

a dupla de elementos que expressam maior emoção, mas também são nossas

inimigas caso haja medo e insegurança, pois essas dificuldades serão

imperceptivelmente transmitidas; olhar para os ouvintes durante a comunicação

mostra interesse e atenção, no entanto, não se deve fixar somente num ponto, mas

deve-se mover o olhar em várias direções, envolvendo assim todo o público.

A espontaneidade e naturalidade tornam o discurso mais expressivo e

sedutor aos ouvidos. Além da expressividade facial, a harmonia corporal deve

acompanhar o discurso, tanto que Mendes (1996) cita que os pés, pernas e joelhos

devem estar alinhados, conferindo maior domínio físico e permitindo uma dança

equilibrada e harmônica dos gestos, já as mãos devem acompanhar

harmoniosamente as emoções expressadas pela fala.

Guedes (2005, p. 77), cita que a face será capaz de qualificar uma emoção

como prazerosa ou não, e o resto do corpo é que informará a intensidade do afeto.

Para concluir os aspectos não verbais, para o falante é apenas uma amplificação

da palavra dita, mas para o ouvinte é uma comprovação do que foi dito, sendo que

os detalhes da expressão facial associados aos gestos, as posturas corporais e à

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voz criam um importante meio de comunicação que permeia a oralidade,

favorecendo ou não o diálogo (RECTOR E COTES, 2005).

Resumindo:

Um bom orador se cria por meio de muito estudo e prática. É um trabalho

sincronizado que envolve a voz e o corpo, unindo-se a palavra aos gestos e à

postura, interagindo, dessa forma, a Comunicação Não-Verbal a Comunicação

Verbal.

Vejam o quadro abaixo:

NÃO-VERBAL VERBAL

Apresentação pessoal

Gestos

Postura

Símbolos

Linguagem oral

Linguagem escrita

O “que irão falar” e “como irão falar” precisa estar em harmonia, porque o

público percebe facilmente a distância entre o que está sendo verbalizado e o

sentimento real do orador, passando a acreditar naquilo que está vendo, e não no

que está ouvindo.

Santos (2014) explica que ao transmitir uma mensagem para o público,

esses dois canais têm de estar equilibrados. O corpo e a voz harmonizam-se com

a mensagem. A imagem do orador chega antes da sua fala.

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A expressão corporal representa 55% da comunicação não verbal. É a

primeira informação que passamos para o público. As expressões faciais, a

postura, o traje e os gestos têm que ser apropriados.

A segunda informação que se passa é a voz, representando 38% de

importância no processo da comunicação não verbal. Preocupe-se com o tom

adequado e ponha energia na fala.

Depois de conquistar o interesse do público, com a sua aparência pessoal e

o tom de voz adequado, é a vez de o público receber o seu conteúdo, representado

por 7% no processo não verbal. Mas lembre-se de que você tem que dominar 100%

do conteúdo.

2.4 A fala de improviso

De acordo com as regras de “boas maneiras” falar de improviso é uma falta

de educação, e verdade! Mas em algumas ocasiões não há como fugir dessa

situação que é inesperada.

Como diz Santos (2014), sem dúvida alguma, isso é um grande desafio, pois,

normalmente nessas situações, não há tempo suficiente para uma boa preparação.

Primeiro analise se a ocasião para a qual foi feito o convite merece um improviso

ou uma fala bem planejada. Caso não haja tempo para uma preparação prévia,

reserve um tempinho para organizar as ideias que irá expor de improviso. Essas

situações são imprevistas, e geralmente procuramos fugir desses “sacrifícios”.

Todavia, se olharmos por outro ângulo, essa oportunidade pode ser o

impulso que falta para o prestígio pessoal e o reconhecimento profissional.

Entretanto, lembre-se de que falar do que não se domina é

irresponsabilidade. Só fale se realmente souber algo sobre o assunto.

Existem técnicas que ajudam a organizar uma apresentação de improviso.

A mesma autora cita algumas delas:

a) Tempestade de ideias:

Digamos que, na última hora, a pessoa que faria a abertura de um evento

comunicou que não poderia comparecer e passaram essa incumbência para você.

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Mesmo sendo uma fala de improviso, você terá de planejar e estruturar a sua fala,

formando uma sequência lógica de ideias.

1º passo: Identificar o tema (Ideia principal)

Utilize todo o tempo que tiver, mesmo que sejam alguns minutos. Comece

perguntando: O que eu tenho a falar sobre esse assunto? O que eu conheço sobre

esse assunto? Colha essas informações e liste as respostas. Identifique qual o

objetivo da fala e aonde quer chegar. Escolha uma ideia principal.

2º passo: Identificar ideias paralelas (Ideias secundárias)

Faça uma chuva de ideias, em cima da ideia principal escolhida, sem se

preocupar com a ordem dos fatos, ou se esses são relevantes ou não. Nessa fase,

você procura ideias que estejam relacionadas ao tema central. Como a sua fala é

de improviso e você só vai fazer a abertura do encontro, cuidado para não entrar

no assunto e incorrer no risco de opinar. Esse não é o objetivo de sua apresentação.

Observe que todo tema tem sempre um assunto paralelo. Os assuntos paralelos

apresentam-se de duas formas: Uma é bem próxima. Serão tópicos que estarão

ligados diretamente ao tema. Quando se vai explanar sobre um assunto, deve-se

optar por essa forma.

Por exemplo: sistema Imunológico (tema) / Prevenção de doenças (assunto

próximo)

Porém, quando se utiliza a fala de improviso, a fórmula mais adequada é a

escolha de assuntos paralelos distantes, remotos. Eles dizem respeito ao assunto,

porém não estão diretamente ligados ao tema. Fala-se sobre o assunto, sem

aprofundamento.

Por exemplo: Sistema Imunológico (tema) / Prevenção de doenças (assunto

próximo) / Exercícios físicos (assunto remoto, distante)

3° passo: Identificar o tema a ser exposto

Depois de criar a relação de assuntos paralelos, opte por uma ideia que seja

de seu entendimento e mais fácil de falar. Então faça uma nova chuva de ideias

para identificar os assuntos paralelos remotos que irão servir de apoio para a sua

apresentação. Retire as ideias que não são relevantes.

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Neste ponto, você está delimitando o assunto e preparando a sua fala de

improviso. Agora ordene os fatos, relacionando-os, faça um roteiro e treine.

Só você é que pode saber que a fala é de improviso. Seu público, nunca!

Portanto, nada de justificativas como: “Senhores, o orador ainda não chegou...” ou

aquela desculpa “Fui pego de surpresa e nem tive tempo de me preparar...”. Seja

bem natural e aja como se tudo já estivesse preparado dessa forma.

Por ser uma fala de improviso, não convém falar por muito tempo, pois

poderá ser repetitivo e o público perceber essa falha.

b) Ordenação de ideias no tempo

Outro recurso para improvisar é a OIT - Ordenação de Ideias no Tempo.

Essa fórmula é muito simples, mas requer uma bagagem de conhecimento

geral. Pegue o tema e organize os fatos numa sequência cronológica.

Primeiro faça uma visão do assunto no passado. Depois, ligando as ideias,

mostre a visão no presente e, por fim, conclua com uma visão futura do tema em

foco.

Mesmo sendo de improviso, não se esqueça do roteiro, pois além de ser um

excelente apoio, dará mais segurança e demonstrará que você se preparou.

2.5 Discurso manuscrito

O próprio nome já diz: discurso manuscrito é um texto elaborado

previamente, com a exposição de determinado assunto, para ser lido em público.

Nesse tipo de discurso, quase não percebemos a naturalidade e a espontaneidade,

uma vez que ele foi previamente elaborado, sendo portanto mais formal e menos

pessoal. Para tanto precisa ser conciso para não causar cansaço ao ouvinte.

Santos (2014) elenca algumas dicas para sua elaboração e leitura:

A fonte ideal a ser utilizada é Arial - 14, pois facilita a leitura.

A largura de cada linha deve ser de doze centímetros.

Parágrafos devem ter no máximo três linhas, cada um.

Escreva o discurso em espaço duplo.

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Numere cada página do discurso, à direita, na parte superior, com fonte

maior que a do texto.

Use negrito para o que quer dar ênfase na fala.

Procure, após cada linha lida ou em cada pontuação, olhar para o público,

para manter o contato visual.

Leia o texto em voz alta, em frente a um espelho, para observar a postura.

Leia o texto, o tanto de vezes que der segurança, antes de falar em público.

Utilize os símbolos: / para substituir a vírgula e // quando for uma pausa

maior. Esses símbolos são mais fáceis de serem visualizados na leitura e

darão mais melodia à sua fala.

Caso o discurso seja feito em pé, as folhas devem ser grampeadas. Segure-

as na altura do peito para que não esconda o seu rosto.

Utilize só 2/3 de cada folha com o seu discurso, pois assim não terá que

baixar muito a cabeça para ler até o fim da página.

2.6 Uso de recursos audiovisuais nos discursos e apresentações

As pinturas rupestres nas cavernas foram os primeiros recursos audiovisuais

usados pela homem para se fazer lembrar! São os primeiros registros que temos

sobre a comunicação entre os homens, por meio de imagens e símbolos. Ver o que

se está expondo facilita a compreensão e faz com que as informações sejam

assimiladas com mais facilidade por quem as recebe.

Atualmente, com o avanço tecnológico, dispomos de inúmeros recursos para

auxiliar na transmissão de uma mensagem. A preparação do material adequado

para uma apresentação auxilia no êxito do evento, dando qualidade ao trabalho e

eficácia ao processo de comunicação (SANTOS, 2014).

Dentre os recursos facilitadores que contribuirão para uma apresentação

eficaz temos o flip-chart, o quadro magnético, TV e vídeo e projetor Datashow.

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a)Flip-chart, álbum seriado, tripé ou ainda cavalete.

É um instrumento utilizado para um público de até 25 pessoas, desde que

não estejam muito longe do recurso. O ideal é começar a utilizar as folhas do álbum

de trás para frente. Isso facilita o manuseio, tornando mais prático o seu uso. Evite

escrever com letra cursiva. Opte pela letra de imprensa, da forma maiúscula. Desse

modo, a visualização da informação ficará mais clara.

Uma característica que mais impressiona em um flip-chart é sua capacidade

de ser transferido de um lugar para outro sem atrapalhar nada e ninguém.

Uma outra vantagem é de que, se durante uma fala, interagindo com os

participantes algum assunto se mostra inconsistente ou inoportuno, basta virar a

folha em que está escrito o tema em questão e pronto, passa-se para o próximo

assunto.

Sua utilização é extremamente simples, quando se trata de uma

apresentação. Durante a mesma ou antes de começa-la podemos ter no flip-chart

uma arma: a arma de retenção de informações para quem assiste a apresentação.

Use cores fortes, faça desenhos de fácil compreensão, e aquela máxima de

que se retém 10% do que se ouve e 10% do que se vê, vai valer para seu seminário

ou treinamento.

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Faltam os 80% que é para quem executa, e isso depende só da didática do

apresentador. Mesmo em uma simples reunião de rotina ter um flip-chart a mão vai

facilitar a explicação de algum esquema que por ventura tenha que ser visualizado.

Afinal pode-se escrever por cima do desenho já preparado.

Lembre-se sempre de deixar uma página em branco, quando não for utilizar

mais as anotações escritas no “flip-chart”. Assim, o ouvinte fixará a atenção só na

sua fala e não se distrairá lendo o que foi escrito anteriormente.

b) Quadro magnético (quadro branco):

Antigamente tínhamos o quadro negro (que na verdade era verde), hoje ele

é magnético ou branco onde podemos escrever com um tipo de pincel. Permite

uma apresentação rica, mas atente ao detalhe de sempre que terminar de expor

um assunto manter o quadro limpo, para não causar distração física.

c)TV e vídeo:

É uma boa opção para determinados tipos de apresentação. Dependendo

do tamanho da televisão e da altura em que ela esteja colocada, atenderá a uma

plateia em torno de 30 pessoas. Acima desse número, o ideal é usar uma tela de

projeção.

d)Projetor multimídia (Datashow):

É um recurso que permite exposições dinâmicas, enriquecendo sua

apresentação. Porém, cuidado para não exagerar no número de “slides”.

Não os use como leitura. Sua finalidade é ilustrar e tornar mais clara a sua

apresentação. É bom fazer alguns lembretes:

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Prefira elaborar os slides com o fundo de cor escura, e as letras claras, para

realçar as informações.

Não abuse no uso de muitas cores. É recomendável usar, no máximo, até

três cores diferentes, pois assim não prenderá a atenção das pessoas em detalhes

visuais. Dê ênfase na ideia principal com cor diferente.

Não exagere com o uso de gráficos, pois poderá ser cansativo.

Não exagere em textos. Se houver texto, ele deve ser introdutório e no

máximo com quatro linhas.

Use as fontes Arial ou “Times New Roman”, com letras grandes (mínimo

fonte 20), porque permitem melhor visualização do texto.

Programe-se para fazer a sua apresentação, se possível, com o máximo de

sete slides para cada cinquenta minutos de fala.

Escreva tópicos para destacar o foco importante do que vai ser abordado.

Não “polua” o slide com excesso de informações, pois as pessoas não foram

assistir a você fazer uma leitura em público e sim assistir à sua apresentação

em público. Em vez de escrever, fale.

Procure fazer a sua apresentação com os tópicos agrupados em parágrafos,

ou seja, eles só aparecerão à medida que você clicar no mouse. Assim, você

evita que a sua apresentação apareça antes da hora e que o público se

distraia, lendo o que está escrito, enquanto você fala.

Modere o uso abusivo de efeitos especiais do tipo letrinhas “saltitantes” ou

“voadoras”, sons de máquina de escrever etc. Tudo isso pode causar

distração no público.

Evite passar na frente do projetor de imagens, enquanto estiver

apresentando algum slide. Procure posicionar-se em um dos lados da tela.

Use o apontador a laser evitando movimentos giratórios e sublinhados

repetitivos na imagem projetada. Pode ser divertido para quem “brinca”,

porém, em muitos casos, torna-se irritante para quem vê.

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Só nos falta falar do uso do microfone. Algumas pessoas são desinibidas e

fazem uso dele com a maior naturalidade, mas nem todo mundo tem esse costume,

então vamos a algumas dicas.

Haverá ocasiões em que não bastará ter uma boa capacidade pulmonar nem

uma boa intensidade de voz. O tamanho do ambiente em que se fará a

apresentação exigirá um tom de voz muito alto. Nesse momento, o microfone, se

for bem utilizado, será um grande apoio. Não o encare como um terrível inimigo

salienta Santos (2014).

Conheça alguns procedimentos elementares que irão possibilitar uma boa

apresentação.

a) Microfone de lapela:

Ele é preso na roupa e dá liberdade aos movimentos.

Não toque nos fios enquanto estiver usando-o, pois o som propagar-se-á

muito alto.

Sua sensibilidade é muito alta e pode causar ruídos em sua comunicação.

Antes de fazer comentários alheios ao assunto, certifique-se de que o

microfone está desligado.

b) Microfone de cabeça (headset)

Segue as mesmas orientações para o uso do microfone de lapela.

c) Microfone de pedestal

Treine os movimentos de regulagem antes de se apresentar, para

familiarizar-se com o recurso.

Posicione-o meio inclinado, à distância de 10 a 15 centímetros da boca,

evitando deixá-lo tampar o rosto.

Mantenha-o 1 ou 2 centímetros abaixo do queixo. Sua voz passa por cima

do microfone.

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Fale olhando sobre o microfone e não para o microfone.

Aumente o volume da voz, caso se afaste dele.

d) Microfone de mesa e microfone sem fio

São dispensados os mesmos cuidados já relacionados aos de cima.

Caso o utilize nas mãos, segure-o, com naturalidade, apenas com uma mão,

evitando movimentá-lo.

Procure usar o microfone na mão oposta àquela que usa para escrever.

Assim evitará ficar gesticulando enquanto segura o microfone.

Cuidado para não cometer o erro de ficar “alisando” o suporte do microfone

enquanto fala. É um ato involuntário e as pessoas nem se dão conta do que

estão fazendo. Entretanto, o público assiste a “uma grande prova de

carinho”.

Ao utilizar o microfone sem fio, tome cuidado para não esquecê-lo parado

na mão. Preocupe-se em posicioná-lo, de acordo com os movimentos da

cabeça, para que o som da voz não desapareça.

Esteja sempre preparado para algum contratempo.

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REFERÊNCIAS

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