Comunismo

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Comunismo Comunismo (do latim communis - comum, universal “coisa pública”, segundo Platão) é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabeleci- mento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção. [1][2][3] O seu principal mentor filosófico, Karl Marx, postulou que o Comunismo seria a fase final do desenvolvimento da sociedade humana e que isso seria alcançado através de uma revolução proletária, isto é, uma revolução enca- beçada pelos trabalhadores das cidades e do campo. O "Comunismo puro", no sentido marxista, refere-se a uma sociedade sem classes (sociedade regulada), sem Estado (ácrata ou apátrida) e livre de quaisquer tipos de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente e per- mitindo dessa maneira que cada membro da sociedade organizada possa participar do processo, tanto na esfera política e econômica da vida pública e/ou privada. Marx, no entanto, nunca forneceu uma descrição detalhada de como o comunismo poderia funcionar como um sistema econômico (tal foi feito, por Lenine) [4] , mas subentende- se que uma economia comunista consistiria de proprie- dade comum dos meios de produção, culminando com a negação do conceito de propriedade privada do capi- tal, que se refere aos meios de produção, na terminologia marxista. No uso moderno, o comunismo é muitas vezes usado para se referir ao bolchevismo, na Rússia. Como um movimento político, o sistema comunista teve gover- nos, em regra, com uma preocupação de fundo para com o bem-estar do proletariado [5] , segundo o princípio "de cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades" [6] . Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como a etapa final do socialismo (acumula- ção de Capital), um grupo amplo de filosofias econômicas e políticas que recorrem a vários movimentos políticos e intelectuais com origens nos trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. [2] 1 Ver também Lista de estados comunistas atuais Antianticomunismo Capitalismo Estado de bem-estar social Holodomor Manifesto Comunista, de Karl Marx, 1848 Memorial das Vítimas do Comunismo O Capital, de Karl Marx, 1867 O Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aron, 1954. Partido Comunista Simbologia Comunista Socialismo Gulag Distributismo 2 Referências [1] Morris, William. News from nowhere. [S.l.: s.n.]. Página visitada em January 2008. [2] “Socialism.” Columbia Electronic Encyclopedia. Columbia University Press. 03 Feb. 2008.<refe- rence.com http://www.reference.com/browse/columbia/ socialis>.</ref> O comunismo pode-se dizer que é o contrário do capitalismo, oferecendo uma alternativa para os problemas da economia de mercado capitalista e do legado do imperialismo e do nacionalismo. Marx afirma que a única maneira de resolver esses problemas seria pela classe trabalhadora (proletariado), que, segundo Marx, são os principais produtores de riqueza na sociedade e são explorados pelos capitalistas de classe (burguesia), para substituir a burguesia, a fim de estabelecer uma sociedade livre, sem classes ou divisões raciais.<ref name="columbia” /> As formas dominantes de comu- nismo, como o leninismo eo maoismo são baseadas no marxismo, embora cada uma dessas formas tenha modificado as ideias originais, mas versões não-marxistas do comunismo (como comunismo cristão e anarco- comunismo) também existem. As doutrinas comunistas mais antigas, anteriores à Revolução Industrial, punham toda ênfase nos aspectos distributivistas, colocando a igualdade social, isto é, a abolição das classes e estamen- tos, como o objetivo supremo. Com Karl Heinrich Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), fundadores do chamado "socialismo científico", a ênfase deslocou-se para a plena satisfação das necessidades humanas, possibilitada pelo desenvolvimento tecnológico: medi- ante a elevação da produtividade do trabalho humano, a tecnologia proporcionaria ampla abundância de bens, cuja 1

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Comunismo

Comunismo (do latim communis - comum, universal“coisa pública”, segundo Platão) é uma ideologia políticae socioeconômica, que pretende promover o estabeleci-mento de uma sociedade igualitária, sem classes sociaise apátrida, baseada na propriedade comum dos meios deprodução.[1][2][3]

O seu principal mentor filosófico, Karl Marx, postulouque o Comunismo seria a fase final do desenvolvimentoda sociedade humana e que isso seria alcançado atravésde uma revolução proletária, isto é, uma revolução enca-beçada pelos trabalhadores das cidades e do campo. O"Comunismo puro", no sentido marxista, refere-se a umasociedade sem classes (sociedade regulada), sem Estado(ácrata ou apátrida) e livre de quaisquer tipos de opressão,onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticasdevem prosseguir são tomadas democraticamente e per-mitindo dessa maneira que cada membro da sociedadeorganizada possa participar do processo, tanto na esferapolítica e econômica da vida pública e/ou privada. Marx,no entanto, nunca forneceu uma descrição detalhada decomo o comunismo poderia funcionar como um sistemaeconômico (tal foi feito, por Lenine)[4], mas subentende-se que uma economia comunista consistiria de proprie-dade comum dos meios de produção, culminando coma negação do conceito de propriedade privada do capi-tal, que se refere aos meios de produção, na terminologiamarxista. No uso moderno, o comunismo é muitas vezesusado para se referir ao bolchevismo, na Rússia. Comoum movimento político, o sistema comunista teve gover-nos, em regra, com uma preocupação de fundo para como bem-estar do proletariado[5], segundo o princípio "decada um segundo as suas capacidades, a cada um segundoas suas necessidades"[6].Como uma ideologia política, o comunismo é geralmenteconsiderado como a etapa final do socialismo (acumula-ção de Capital), um grupo amplo de filosofias econômicase políticas que recorrem a vários movimentos políticose intelectuais com origens nos trabalhos de teóricos daRevolução Industrial e da Revolução Francesa.[2]

1 Ver também

• Lista de estados comunistas atuais

• Antianticomunismo

• Capitalismo

• Estado de bem-estar social

• Holodomor

• Manifesto Comunista, de Karl Marx, 1848

• Memorial das Vítimas do Comunismo

• O Capital, de Karl Marx, 1867

• O Ópio dos Intelectuais, de Raymond Aron, 1954.

• Partido Comunista

• Simbologia Comunista

• Socialismo

• Gulag

• Distributismo

2 Referências[1] Morris, William. News from nowhere. [S.l.: s.n.]. Página

visitada em January 2008.

[2] “Socialism.” Columbia Electronic Encyclopedia.Columbia University Press. 03 Feb. 2008.<refe-rence.com http://www.reference.com/browse/columbia/socialis>.</ref> O comunismo pode-se dizer que é ocontrário do capitalismo, oferecendo uma alternativa paraos problemas da economia de mercado capitalista e dolegado do imperialismo e do nacionalismo. Marx afirmaque a única maneira de resolver esses problemas seria pelaclasse trabalhadora (proletariado), que, segundo Marx,são os principais produtores de riqueza na sociedade esão explorados pelos capitalistas de classe (burguesia),para substituir a burguesia, a fim de estabelecer umasociedade livre, sem classes ou divisões raciais.<refname="columbia” /> As formas dominantes de comu-nismo, como o leninismo e o maoismo são baseadasno marxismo, embora cada uma dessas formas tenhamodificado as ideias originais, mas versões não-marxistasdo comunismo (como comunismo cristão e anarco-comunismo) também existem. As doutrinas comunistasmais antigas, anteriores à Revolução Industrial, punhamtoda ênfase nos aspectos distributivistas, colocando aigualdade social, isto é, a abolição das classes e estamen-tos, como o objetivo supremo. Com Karl Heinrich Marx(1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), fundadoresdo chamado "socialismo científico", a ênfase deslocou-separa a plena satisfação das necessidades humanas,possibilitada pelo desenvolvimento tecnológico: medi-ante a elevação da produtividade do trabalho humano, atecnologia proporcionaria ampla abundância de bens, cuja

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2 3 CONCEITOS

distribuição poderia deixar de ser antagônica, realizando-se a igualdade numa situação de bem-estar geral. Apartir dessa formulação, que teve uma profunda influên-cia sobre o comunismo contemporâneo, a sociedadecomunista seria o coroamento de uma longa evoluçãohistórica. Os regimes “anteriores”, principalmente ocapitalismo e o socialismo, cumpririam o seu papelhistórico ao promover o aumento da produtividade e,portanto, as pré-condições da abundância, que caberia aocomunismo transformar em plena realidade. Enquanto ocapitalismo desempenha esse papel mediante a emulaçãoda concorrência, o socialismo deveria manter, em certamedida, essa emulação ao repartir os bens ainda escassos“a cada um segundo o seu trabalho”. Só o comunismo,que corresponderia ao pleno “reino da liberdade e daabundância”, poderia instaurar a repartição segundo oprincípio de “a cada um segundo sua necessidade”.

3 Conceitos

3.1 Um planejamento geral

O comunismo contemporâneo pretende preservar e su-perar todo progresso tecnológico, conquistado através docapitalismo, mediante um sistema de planejamento geral,no qual as múltiplas decisões, tomadas de acordo com omecanismo de mercado no capitalismo, sejam adotadasde forma deliberada segundo critérios que permitam ma-ximizar a satisfação das necessidades de toda a sociedade.Segundo a doutrina comunista, o mecanismo de mercadoapresenta graves defeitos como regulador da produção eda distribuição, pois impede a plena utilização de todosos recursos disponíveis e promove desigualdade entre osque tem e os que não tem acesso à propriedade. Os crí-ticos do comunismo, baseados na observação dos proble-mas que surgiram nos países socialistas, apresentam doisargumentos: I) o mecanismo do mercado não pode serinteiramente substituído pelo planejamento numa socie-dade que adota extensa divisão social do trabalho, na qualdezenas demilhares de produtos diferentes tem que ser re-partidos entre milhões de pessoas, cujas necessidades di-ferem de acordo com suas características de sexo, idade,origem cultural e idiossincrasias pessoais; II) o planeja-mento geral, ao não tomar em consideração as necessi-dades e vontades dos consumidores, requer uma férreaditadura, em que as liberdades individuais devem ser abo-lidas, não só no terreno econômico como no político. Aaplicação prática dos princípios comunistas tem sido ten-tada desde a mais remota antiguidade. Certas sociedadestribais viviam em comunismo, não devido à sua elevadaprodutividade, mas em virtude de sua pobreza. É o cha-mado "comunismo primitivo". Há notícias de numerososgrupos sociais que se isolam da sociedade inclusiva e seorganizam de acordo com princípios comunistas. O su-cesso desses grupos se limita, em alguns casos, à sua auto-preservação. Em nenhum caso conseguiram eles estenderos princípios de sua organização às sociedades nacionaisdas quais fazem parte.

3.2 Transformação pelo poderA instauração do comunismo foi feita em alguns países -União Soviética e República Popular da China são os prin-cipais - por movimentos e partidos que, adeptos da dou-trina comunista, procuraram transformar a sociedade me-diante a conquista revolucionária do poder político. Emoutros países o comunismo foi imposto pela União So-viética ao final da Segunda Guerra Mundial, formando-seo bloco do leste (ou bloco soviético), incluindo Polônia,Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Albânia eAlemanhaOriental. Outros países, pertencentes ao Terceiro Mundo(como a Argélia), passaram a apoiar este bloco em de-corrência das chamadas guerras de libertação nacional.Como passo inicial, eles tem promovido a estatização dosmeios de produção (fábricas, fazendas, etc.) e de distri-buição (transporte, comércio), instaurando diferentes sis-temas de planejamento que variam, segundo o país e omomento, no seu grau de países, no entanto, os mecanis-mos de mercado foram inteiramente abolidos assim comoa liberdade de expressão. As tentativas de aplicar o plane-jamento geral esbarraram com dificuldades que, em parte,eram esperadas e que se acentuam na medida em que amelhoria do nível de bem-estar permitia a elevação e adiversificação das aspirações. Quando tais dificuldadesforam sendo reconhecidas, novas modalidades de plane-jamento foram desenvolvidas. Essas novas modalidadesprocuram combinar, de diferentes maneiras, o planeja-mento com mecanismos de mercado. A procura de cri-térios objetivos de avaliação de eficiência e de incentivosao aumento da produtividade tem levado a uma significa-tiva diferenciação entre os chamados “regimes comunis-tas”. Enquanto alguns, como o da Iugoslávia, recorreramaos mecanismos de mercado, restringindo a área do pla-nejamento e recorrendo crescentemente a incentivos ma-teriais, outros, como o da China, restringem a ação dosmecanismos de mercado e dão ênfase cada vez maior aosincentivos psicológicos e à criação de padrões de condutasegundo uma ética revolucionária.

3.3 TerminologiaO comunismo é o modo de produção em que a sociedadese libertaria da alienação do trabalho, que é a forma de ali-enação que funda as demais, onde a humanidade se torna-ria emancipada, tendo o controle e consciência sob todo oprocesso social de produção. Em outras palavras, o comu-nismo é o “trabalho livremente associado”, nas palavrasdo próprio Karl Marx. Enquanto no capitalismo o tra-balho é livremente comercializado, enquanto mercadoria,na sociedade comunista, com a socialização dos meios deprodução, o trabalho deixaria de ser um aspecto negativo epassaria a ser positivo, isto é, o trabalho seria a afirmaçãodo prazer, dado a abundância de produtos e o desenvol-vimento da produtividade do trabalho, que faria com quepudéssemos trabalhar cada vez menos, com processos demecanização e controle racional, levando em considera-ção a questão da natureza. Em uma sociedade comunistanão haveria governos estatais ou países e não haveria divi-são de classes, pelo contrário, a sociedade seria autogeridademocraticamente, entretanto não na forma política e simatravés da atividade humana consciente. No leninismo,o socialismo é um modo de produção intermediário en-

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4.1 Origem 3

tre capitalismo e comunismo, quando o governo está numprocesso de transformar os meios de produção de priva-dos para sociais. Então seria possível para as pessoas acre-ditarem numa sociedade comunista sem necessariamenteutilizar da via proposta por Karl Marx, por exemplo utili-zando o comunismo-religioso ou anarco-comunismo. Masobviamente, para alcançar a emancipação humana há osobstáculos promovidos pela classe dominante, no caso, aburguesia, que detém todos os meios contra a revoluçãosocialista.

4 História

4.1 Origem

Karl Marx, intelectual alemão fundador da filosofia comunista

As origens do comunismo são discutíveis. Há vários gru-pos históricos, bem como teóricos, cujas crenças foramclassificadas como comunistas em tempos modernos. Ofilósofo alemão Karl Marx considerava que o comunismoprimitivo era o estado caçador-coletor que a humanidadetinha em seus primórdios. A ideia de uma sociedadesem classes surgiu primeiramente na Grécia Antiga.<refname="Pipes">[[Richard Pipes]] Communism: A His-tory (2001) ISBN 978-0-8129-6864-4, pages 3–5.</ref>Platão, em A República, descreveu um estado em queas pessoas compartilhavam todos os seus bens, esposase filhos: “O privado e individual são completamentebanidos da vida e as coisas que são privadas por natureza,como olhos, orelhas e mãos, tornam-se em comum, e dealguma forma veem, ouvem e agem em comum e todos oshomens expressam louvor e sentem alegria e tristeza nas

mesmas ocasiões."<ref name="Pipes"/> Na história dopensamento Ocidental, alguns elementos da ideia de umasociedade baseada em detenção comum de propriedadepodem ser observados até nos tempos mais antigos.Um exemplo é a revolta dos escravos de Espártacoem Roma.<ref>{{cite web |url=http://www.vroma.org/~{}bmcmanus/spartacus.html |title=HistoricalBackground for Spartacus |publisher=Vroma.org|date= |accessdate=22-03-2013| archiveurl =http://www.webcitation.org/60XT6Fh2W | archive-date = 29-07-2011| deadurl=no|language=inglês}}</ref>No século V, o movimento de Mazdak no Irã é consi-derado “comunista” por desafiar os enormes privilégiosdas classes nobres e do clero, criticando a instituição dapropriedade privada e defendendo uma sociedade igua-litária.<ref>''The Cambridge History of Iran'' Volume3, [http://web.archive.org/web/20080611075040/http://www.derafsh-kaviyani.com/english/mazdak.htmlThe Seleucid, Parthian and Sasanian Period], editadopor Ehsan Yarshater, Partes 1 e 2, p1019, Cam-bridge University Press (1983)</ref> Em algunsmomentos da história, vários pequenos movimentosconsiderados comunistas existiram, geralmente sobinspiração das Escrituras (cf. comunismo cristão).<refname="Lansford_pp24–25">Lansford, Tom (2007).Communism. Marshall Cavendish. ISBN 978-0-7614-2628-8. pg.24-25</ref> Já no século XVII,

A foice e martelo e a estrela vermelha são os símbolos universaisdo comunismo.

o pensamento comunista veio à tona na Inglaterra,onde um grupo puritano religioso, conhecido como"Diggers", defendia a abolição da propriedade privada deterra.<ref name="diggers">{{cite web | url = http://www.rogerlovejoy.co.uk/philosophy/diggers/diggers3.htm |title = Diggers’ Manifesto | accessdate = 29-07-2011|archiveurl = http://www.webcitation.org/60XT6NLIO| archivedate = 29-07-2011| deadurl=no}}</ref> Acrítica da ideia de propriedade privada continuouno iluminismo durante o século XVIII, através depensadores como Jean Jacques Rousseau na França.Mais tarde, após a agitação da Revolução Francesa, o

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4 4 HISTÓRIA

comunismo surgiu como uma doutrina política. Váriosreformadores sociais no início do século XIX fundaramcomunidades baseadas na propriedade comum. Masao contrário da maioria das comunidades que surgiramanteriormente e foram consideradas comunistas, elessubstituíram a ênfase religiosa em uma base racionale filantrópica.<ref name="britannica">"Communism.”''Encyclopædia Britannica''. 2006. [[EncyclopædiaBritannica]] Online.</ref> Entre os exemplos relevantes,estão o cooperativismo de Charles Fourier e a comu-nidade Nova Harmonia (1825) de Robert Owen.<refname="britannica"/> Mais tarde, ainda no século XIX,Karl Marx descreveu esses reformistas sociais anteriorescomo "socialistas utópicos" para contrastá-los com o seuprograma de "socialismo científico" (termo cunhado porFriedrich Engels). Em sua forma moderna, o comunismosurgiu do movimento socialista da Europa do séculoXIX. Com o avanço da Revolução Industrial, críticossocialistas culpavam o capitalismo pela miséria da classeproletária e as condições perigosas em que trabalhavamnas fábricas. Entre eles, o maior destaque fica paraMarx e seu associado Friedrich Engels. Em 1848, Marxe Engels deram uma nova definição ao comunismo epopularizaram o termo no famoso panfleto O ManifestoComunista.<ref name="britannica"/>

4.2 Revolução Russa de 1917, derro-cada comunista e burocratização

Vladimir Lenin, o líder da Revolução de Outubro (também co-nhecida como Revolução Bolchevique).

A Revolução de Outubro de 1917, marcou a primeira vezem que um partido declaradamente comunista neste caso,o Partido Bolchevique, tomou o poder de um Estado. Atomada do poder pelos bolcheviques acabou gerando umgrande debate teórico e prático dentro domovimentomar-xista. Marx previa que o socialismo e comunismo deve-riam ser construídos sobre a base do mais avançado es-tado de capitalismo, considerando assim o seu cume. Po-rém, Marx considerava que em alguns casos poder-se-ia

pular a fase de dominação burguesa. A Rússia era um paísagrário, pobre e de quase nenhuma industrialização. Porisso, os mencheviques (moderados) opunham-se ao planobolchevique de Lênin de fazer revolução socialista antesque o capitalismo fosse mais desenvolvido. A RevoluçãoRussa foi uma série de eventos políticos na Rússia, du-rante os quais os operários e camponeses sucessivamentederrubaram a autocracia russa, o governo provisório e ex-propriaram campos, fábricas e demais locais de trabalho.Estes eventos aconteceram durante o ano de 1917 e iní-cio de 1918, e resultaram numa guerra civil que duroude 1918 a 1921. Durante este processo, o Partido Bol-chevique, liderado por Vladimir Lenin e Leon Trotski, setransformou na única força política capaz de restabelecera ordem. Ele criou um poderoso exército, que subme-teu igualmente a classe operária e os demais partidos, aomesmo tempo que adotou o discurso socialista, o qual uti-lizou como justificativa para a imposição de uma ditadurado proletariado. Ainda durante os seus últimos anos devida, Lenin empreendeu uma vigorosa luta contra a buro-cratização do Partido e a concentração de poder nas mãosde Stálin, sugerindo que Trótski, “o mais capaz do ComitêCentral”, assumisse o comando do partido. Além de terexercido papel decisivo como reorganizador do ExércitoVermelho, Trotsky havia proposto a teoria chamada de"Revolução Permanente", e que fora adotada por Leninem suas Teses de Abril - quando este admitiu que a Revo-lução Russa colocaria em curso o transcrescimento inin-terrupto entre revolução burguesa (fevereiro) e proletária(outubro).

4.2.1 Stalinismo

Joseph Stalin.

O stalinismo foi o sistema político dentro da União Sovié-

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4.2 Revolução Russa de 1917, derrocada comunista e burocratização 5

tica durante o governo de Joseph Stalin. O termo normal-mente refere-se a um estilo de governo, não uma ideolo-gia. Stalin não era um teórico como Marx e Lênin, poisconsiderava-se a continuação do legado leninista. No en-tanto, existem particularidades no governo e nas ideias deStalin. As principais contribuições de Stalin para a teoriacomunista foram:

• Estabelecimentos das bases para as políticassoviéticas a respeito das nacionalidades, comodemonstrado no ensaio Marxismo e a QuestãoNacional, elogiado por Lênin.<ref>{{cite web|url=http://www.marxists.org/reference/archive/stalin/works/1913/03.htm|title=Marxism and theNational Question}}</ref>

• O conceito de "socialismo em um só país", queafirma que os comunistas deveriam primeiro alçaro socialismo em seu próprio país como um prelúdiopara a internacionalização.

• A teoria da agravação da luta de classes para o de-senvolvimento do socialismo, o que inclui a repres-são de opositores políticos caso necessário.

Existe um grande debate sobre a suposta continuidadedo trabalho de Lênin. Os opositores consideram quecertos aspectos do stalinismo (como as ideias de so-cialismo em um país e “patriotismo revolucionário”)são incompatíveis com o próprio marxismo-leninismo.Além disso, é sabido que Lênin disse em seu testamento,escrito pouco antes de morrer, que desejava a destituiçãode Stalin do posto de secretário-geral pois não concor-dava com seus métodos.<ref name="Martin">{{citarlivro|autor=Martin McCauley | título="Stalin andStalinism” |capítulo=1 |ano=1995|página=13-14 |edi-tora=Longman Group Limited|local=London |ISBN=0-582-27658-6}}</ref><ref name="Kenez">{{citarlivro|autor= Peter Kenez | título="A History of theSoviet Union from the Beginning to the End” |capítulo=3|ano=1999 |página=76|editora=Cambridge UniversityPress |local=Cambridge |ISBN=0-521-31198-5}}</ref>No entanto, os defensores consideram o trabalho deStalin primordial para o avanço da União Soviética eressaltam os elogios que Lênin fez as teorias de Stalin emanos anteriores. Outras críticas também se estendem aosmétodos. As perseguições se agravaram pouco tempodepois da morte de Lênin, em janeiro de 1924, quandouma luta interna pelo poder estabeleceu-se entre Trótskie Stálin (ver: Divergências entre Stalin e Trotsky). Elaterminou com a vitória de Stalin, que implantou umregime que matou dois terços dos quadros do PartidoComunista no Grande Expurgo, de forma a prevalecerinconteste a vontade de Stalin. Durante seu regime aUnião Soviética saltou de um país arruinado pela guerracivil, para uma superpotência, mas ao custo de pelomenos 7,5 milhões de mortes devidas à grande fomede 1923-1933 (episódio que, apesar de haver provas, émuitas vezes negado pelos seus defensores), somando-sea um regime ditatorial, com a expansão dos antigosGulags (campos de concentração construídos na Sibériapara punir dissidentes políticos) e perseguição política,culminando com atentados a liberdade de expressãoe repressão ferrenha contra jornalistas, minorias ecientistas da academia em geral durante e após o Grande

Expurgo.<ref>Barry McLoughlin, Kevin McDermott[http://books.google.com/books?id=8yorTJl1QEoC&pg=PA141&dq=stalin%27s+terror+700,000&ei=R05ZR9bZDoiUtgOr6pjBAw&ie=ISO-8859-1&sig=08u7x3Z4UWcEB5mE40uQ4mmllhs]. ''Stalin’s Terror:High Politics and Mass Repression in the Soviet Union''Publicaod pela Palgrave Macmillan. 2002. ISBN1-4039-0119-8. Pág.:141.</ref> No Ocidente, o apoioe desenvolvimento do pensamento de Stalin costumarestringir-se a intelectuais da extrema-esquerda.

4.2.2 Trotskismo e autocrítica soviética

Leon Trótski.

Após a morte de Lênin, seguiu-se um período de confli-tos, tendo como pano de fundo interno as disputas sobrea coletivização da agricultura e a burocratização do apa-rato partidário. Daí surgiu a chamada Oposição de Es-querda. Trótski apoiava-se na Teoria da revolução per-manente e no conceito de revolução mundial, oposto aostalinismo. Para ele, a União Soviética tinha entrado emum estado de degenerescência burocrática ao invés de umalegítima ditadura do proletariado. Expulso da União So-viética, Trótski permaneceu lutando pelo comunismo econstruiu um novo reagrupamento internacionalista, a IVInternacional, considerado pelos seus seguidores o bas-tião do marxismo-revolucionário durante os anos de sta-linismo. No entanto, seus rivais consideravam suas pro-postas próximas dos interesses da burguesia, preferindo oconceito de agravação da luta de classes difundido por Stá-lin. Trótski foi assassinado em Coyoacán no México por

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6 4 HISTÓRIA

RamónMercader, agente catalão em serviço da GPU (de-pois KGB), a polícia secreta soviética. QuandoNikita Kh-rushchev assumiu o poder da URSS denunciou os crimesde Stálin e campos de concentração (gulags), porém issopouco mudou a ação do estado socialista. Nem mesmoa publicação do livro Arquipélago de Gulag do ganha-dor do Prêmio Nobel de Literatura de 1970, AleksandrSolzhenitsyn, mudou alguma coisa, pois ninguém dentroda União Soviética sabia da existência do livro. Este li-vro foi escrito entre 1962 e 1973, sendo publicado noocidente em 1973. O livro foi publicado oficialmente naRússia apenas em 1989. Segundo a descrição do livro, os"gulags" eram campos de trabalho penoso, bastante pró-ximo de uma situação de escravatura, para criminosos,presos políticos ou qualquer cidadão em geral que se opu-sesse ao regime,<ref>Nanci D, Adler; “The Gulag Survi-vor: Beyond the Soviet System"; Transaction Pub.; NewYork; (2001); ISBN 0-7658-0071-3</ref> e cujas condi-ções de chegada foram descritas e comparadas, por mui-tos dos seus sobreviventes, às de deportação para camposde extermínio. Segundo algumas descrições, os camposmais desumanos encontravam-se na região da Sibéria.

4.2.3 Guerra Fria

Em vermelho: países atualmente sob regimes declaradamente co-munistas. Em laranja: países que já fizeram parte de regimescomunistas.

Por seu papel crucial na Europa durante a SegundaGuerra Mundial, a União Soviética emergiu como umasuperpotência com forte influência sobre a EuropaOriental e partes da Ásia. Ao mesmo tempo, os impérioseuropeus encontravam-se estilhaçados, enquanto algunspartidos comunistas desempenhavam papel de liderançaem movimentos de independência nas colônias dessasnações. Governos modelados a partir do comunismo so-viético chegaram ao poder na Bulgária, Tchecoslováquia,Alemanha Oriental, Polônia, Hungria e Romênia, pormétodos legais ou via golpe. Enquanto isso, umanova corrente comunista divergente e não aceita pelaCominform nasceu com Josip Broz Tito na Iugoslávia.Esse movimento posteriormente seria chamado deTitoísmo. Em 1950, o Partido Comunista da China subiuao poder do país mais populoso do mundo. A influênciacomunista espalhou-se pela Ásia e as discordânciascausadas por isso resultaram em algumas guerrilhas eguerras, como a Guerra da Coreia e Guerra do Vietnã.As subidas ao poder, tanto nos casos violentos quantonos pacíficos, obtiveram diferentes graus de sucessodependendo da influência das forças nacionalistas e so-cialistas presentes nos países que, segundo esses grupos,

sofriam com a influência do imperialismo ocidental.Durante grande parte do século XX, pelas tentativas deexportar seu modelo político e econômico de apropriaçãodos meios de produção e seu totalitarismo,<ref>{{Citarlivro|autor=Simon Sebag Montefiore|titulo=''Stalin:The Court of the Red Tsar''|página=649: ''"Talvez20 milhões foram mortos; 28&nbsp;milhões depor-tados, dos quais 18&nbsp;milhões como escravosnos Gulags."''|isbn=0753817667}}</ref><ref>"''[http://books.google.com/books?id=W50Gg4o_2q4C&pg=PA82 A century of genocide: utopias of race and na-tion]''". Eric D. Weitz (2003); Princeton University Press;paginas 82 a 85; ISBN 0691009139</ref> o comunismofoi visto como uma ameaça iminente no mundo ocidental(sobretudo nos Estados Unidos) e um rival das naçõescapitalistas.<ref name="Georgakas1992">{{cite ency-clopedia |title=The Hollywood Blacklist |last=Georgakas|first=Dan |encyclopedia=Encyclopedia of the Ame-rican Left |publisher=University of Illinois Press|year=1992}}</ref> Essa rivalidade atingiu o seu topodurante a Guerra Fria, com as duas superpotências,União Soviética e Estados Unidos, polarizando suasforças entre nações ao redor do mundo. Essa época foimarcada por guerras menores e golpes de Estado cominfluência dos dois países, uma intensa busca de novastecnologias bélicas, armazenamento de armas nuclearese competição para a exploração do espaço. Nos EstadosUnidos, o temor do avanço comunista para o modoocidental (a chamada "ameaça vermelha") era notávelaté entre a população civil. Já na União Soviética, aeducação anti-capitalista se estendia desde a educaçãobásica.

4.2.4 Maoismo

Mao Zedong.

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4.2 Revolução Russa de 1917, derrocada comunista e burocratização 7

O maoismo é a execução do comunismo marxista-leninista na China sob Mao Zedong e o PartidoComunista da China. As reformas de Nikita Khrushchevaumentaram as diferenças ideológicas entre a UniãoSoviética e China durante a década de 1960. A rupturasino-soviética resultou na divisão de partidos comunistasde todo o mundo. Sendo assim, o Partido Comunistada China sob a liderança de Mao acabou tornando-seuma tendência comunista distinta dos soviéticos. Adefinição sobre o que é o maoismo varia. Dentro docontexto chinês, o maoismo pode referir-se a crença deMao na mobilização das massas, particularmente nosmovimentos políticos de grande escala. Também podefazer referência ao igualitarismo pregado por Mao, opostoao socialismo de mercado de Deng Xiaoping. Algunsestudiosos também adicionam o culto de personalidadee a criação de slogans políticos ao conceito de maoismo.Uma parte dos maoistas contemporâneos critica a ação“revisionista” do Partido Comunista da China pós-Maopelas reformas econômicas totalmente desvinculadasda teoria marxista e crescimento da desigualdadesocial.<ref>[http://www.marxists.org/portugues/hoxha/1978/imperialismo/cap04.htm A Estratégia do Social-Imperialismo Chinês] - marxists.org</ref><ref>[http://www.anovademocracia.com.br/no-71/3137-abre-se-a-luta-contra-o-capitalismo-e-o-revisionismo-na-chinaAbre-se a luta contra o capitalismo e o revisionismona China] - anovademocracia.com.br</ref> Dentro daChina, a opinião difundida pelo Partido Comunistae consenso entre a população é de que o governo deMao se excedeu por muitas vezes, porém teve pontospositivos consideráveis.<ref name="estadao"/> Poresse motivo, o culto à sua imagem permanece fortenos tempos atuais,<ref name="estadao">[[O Estadode S. Paulo]] - [http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-culto-a-mao-ainda-continua-com-forca,207331,0.htm O culto a Mao ainda continua comforça] (17 de julho de 2008). Página acessadaem: 27 de dezembro de 2013.</ref> ainda quecom um pouco de cautela.<ref>Diário de Pernam-buco - [http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2013/12/27/interna_mundo,481682/china-festeja-com-modestia-aniversario-de-mao-tse-tung.shtml China festeja com modéstia aniversário de MaoTse-Tung] (27 de dezembro de 2013). Página acessadaem: 27 de dezembro de 2013.</ref> As maiores críticasao governo de Mao (ou seja, ao maoismo prático) focam-se nos episódios de fome e a arbitrariedade ditatorialque causaram a morte de milhões de chineses, emespecial durante o período conhecido como Grande SaltoAdiante.<ref name="DIKOTTER, FRANK. 2010">DI-KOTTER, FRANK. ''Mao’s Great Famine: The Historyof China’s Most Devastating Catastrophe'' (2010).Walker & Company. ISBN 0-8027-7768-6</ref>

4.2.5 Juche

Juche é o nome da ideologia oficial do Partido dos Tra-balhadores da Coreia do Norte desenvolvida por Kim Il-sung para colocar em prática os preceitos do marxismo-leninismo dentro da realidade daquele país. O foco prin-cipal é atingir a autossuficiência militar e econômica sob ogoverno do Partido. A despeito das reformas, derrocadas

e divisões dos regimes autodenominados comunistas aolongo dos últimos anos e a da queda de um de seus prin-cipais apoiadores, a União Soviética, a Coreia do Nortemantém-se há mais de cinco décadas com poucas ou ne-nhuma mudança em suas políticas oficiais desde a criaçãodo país, após a Guerra da Coreia.

4.2.6 Glasnost

Após a Segunda Guerra Mundial, em que a Alemanhanazista foi derrotada pelas forças aliadas (Reino Unido,Estados Unidos e União Soviética), iniciou-se uma fase derevisão dos fundamentos do estalinismo, o que resultou,nos anos 1990, na revisão do Estado Soviético que foramentão conhecidos como “glasnost” e “perestroika”. Paraalguns, isto significou uma volta ao capitalismo e uma re-aproximação à política dos Estados Unidos, enquanto que,para outros que qualificavam a sociedade russa como umcapitalismo de estado, tratava-se de uma volta ao capita-lismo privado.

4.2.7 A queda do muro de Berlim

A queda do muro de Berlim em 1989.

Em 1985, Mikhail Gorbachev tornou-se o líder da UniãoSoviética e diminuiu o poder central com políticas refor-mistas como a glasnost (abertura) e perestroika (reestrutu-ração). Aos poucos, a União Soviética deixou de intervirna Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Bulgá-ria, Romênia e Hungria, e em 1990 todos abandonaram oregime comunista. No ano seguinte, a União Soviética sedissolveu. Após a queda domuro de Berlim, o comunismofoi considerado morto por vários pensadores, intelectuaise pela mídia. O marxismo manteve-se sob outras formas,como na China, com o maoísmo, em Cuba, com FidelCastro e, mais duramente, na Coreia do Norte, com KimIl-sung e o seu filho Kim Jong-il. Segundo alguns pensa-dores, mais como uma referência filosófica e política ge-radora de alguma polêmica do que propriamente um entepolítico de largo espectro, pois ter-se-ia limitado ao ní-vel de Governo, deixando o povo com relativa liberdadede acordo com cada norma vigente no respectivo país. Omarxismo mantém-se, contudo, como uma referência fi-losófica e política, (polémica, é certo), que não deve serdesprezada no contexto da globalização. Os seguidores

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8 5 TEORIAS E CORRENTES DO COMUNISMO

desta doutrina política defrontam-se, entretanto, com asnovas realidades históricas que têm originado movimen-tos reformadores que pretendem repensá-la. O projetode instauração de uma sociedade comunista ainda é de-fendido por diversas correntes e pensadores, alguns man-tendo a concepção que inspirou a Revolução Bolchevique,o leninismo (para quem as “renovações” são apenas sinalde subjugação ao capitalismo), e outros, fazendo revisãoou aderindo às correntes comunistas antileninistas.

5 Teorias e correntes do comu-nismo

Reprodução da capa original do "Manifesto Comunista".

5.1 UtópicosAs ideias comunistas desenvolveram-se a partir dosescritos dos chamados socialistas utópicos, comoRobert Owen, Charles Fourier e Saint-Simon.<refname="Vincentino">Vincentino, Cláudio. ''História parao ensino médio''. pp. 342-346. [[São Paulo (cidade)|SãoPaulo]]: [[Editora Scipione|Scipione]], 2001. ISBN85-262-3789-6.</ref> Robert Owen foi o primeiro autora considerar que o valor de uma mercadoria deve ser

medido pelo trabalho a ela incorporado, e não pelo valorem dinheiro que lhe é atribuído. Charles Fourier foio primeiro a defender a abolição do capitalismo e suasubstituição por uma sociedade baseada no comunismo.Enquanto isso, o Conde de Saint-Simon propôs em 1802a formação de uma sociedade onde não houvesse ociosos(como ele se referia aos militares, religiosos, nobres emagistrados) nem a exploração econômica de grupos deindivíduos por outros.<ref name="Vincentino” /> Todosestes autores, entretanto, propunham a mudança socialatravés da criação de comunidades rurais autossuficientespor voluntários. Estes autores não consideraram quea sociedade estaria dividida em classes sociais cominteresses antagônicos.

5.2 O socialismo científicoKarl Marx foi o responsável pela análise econômica e his-tórica mais detalhada da evolução das relações econômi-cas entre as classes sociais, razão pela qual é consideradoo pai do “socialismo científico”.<ref name="Vincentino”/>. Marx procurou demonstrar a dinâmica econômica quelevou a sociedade, partindo do comunismo primitivo, até aconcentração cada vez mais acentuada do capital e o apa-recimento da classe operária. Esta, ao mesmo tempo seriafilha do capitalismo, e a fonte de sua futura ruína. Marxse diferenciou dos seus precursores por explicar a evolu-ção da sociedade em termos puramente econômicos, e sereferir à acumulação do capital através da mais-valia deforma mais clara que seus antecessores. Marx conside-rava, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos ede muitos críticos actuais, o comunismo um “movimentoreal” e não um "ideal" ou “modelo de sociedade” produ-zido por intelectuais. Este movimento real, para Marx,se manifestava no movimento operário. Inicialmente elepropôs que a classe operária fizesse um processo de es-tatização dos meios de produção ao derrubar o poder daburguesia, para depois haver a supressão total do Estado.Após a experiência da Comuna de Paris, ele revê esta po-sição e passa a defender a abolição do Estado e o “au-togoverno dos produtores associados”. No entanto, tam-bém diferentemente dos outros autores, Marx acreditavaque a sociedade era regida por leis econômicas que eramalheias à vontade humana. Para ele, tanto as mudançaspassadas, quanto a Revolução socialista que poria fim aocapitalismo, eram necessidades históricas que fatalmenteaconteceriam.

5.3 LibertáriosEm 1840, Pierre-Joseph Proudhon publica seu livro Queé a Propriedade?, em que, baseando-se em informaçõeshistóricas, jurídicas e econômicas, procura demonstrarque toda a propriedade tem em sua raiz um ato de "roubo".Proudhon ataca o conceito de renda, o qual compreendecomo sendo o direito de exigir algo a troco de nada. Epela primeira vez, identifica uma parcela da populaçãocomo produtores de riqueza (os trabalhadores) e uma ou-tra como os usurpadores dessa riqueza (os proprietários).Conclui que a propriedade é impossível, e só pode exis-tir como uma ficção jurídica imposta pela força, atravésdo Estado. Proudhon então conclui que os cidadãos só

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5.4 Desenvolvimentos posteriores à Revolução Russa 9

Mikhail Bakunin.

estarão livres da imposição da propriedade numa socie-dade onde o Estado não exista. Diferente de seus pre-cursores,<ref>Precursores de Proudhon: [[Max Stirner]],[[William Godwin]], entre outros.</ref> Proudhon des-prezou a religião e procurou basear sua análise econô-mica apenas em fatos e lógica. Acredita que a mudançaatravés da violência representaria apenas uma mudançade governo, nada modificando nas relações sociais. Estas,portanto teriam que ser reformadas gradativamente, pelospróprios cidadãos. Além disso, identificou parte do meca-nismo pelo qual as contradições do capitalismo se intensi-ficavam. Em Sistema de Contradições Econômicas ou Filo-sofia daMiséria (1846), Proudhon afirma que depois de terprovocado o consumo de mercadorias pela abundância deprodutos, a sociedade estimula a escassez pelo baixo níveldos salários, uma ideia que se popularizaria com o nomede “crise de superprodução-subconsumo”. Após ter tra-vado contato com Proudhon e descrito sua obra de formalisonjeira em A Sagrada Família (1845), Marx passa acriticá-lo emMiséria da Filosofia (1847). O embate se in-tensifica na AIT contra Bakunin, outro anarquista, e leva aassociação ao seu fim. O principal ponto de discordânciaera que, para Proudhon e Bakunin, a Revolução só se-ria possível com a abolição imediata do Estado. Já Marxacreditava que o Estado poderia ser instrumental no pro-cesso revolucionário. Os anarquistas também rejeitavama autoridade, e Marx não. Após o fim da AIT, os adeptosde Proudhon e Bakunin passam a se chamar "comunistaslibertários" para se diferenciar dos marxistas, que perma-necem usando a denominação de comunistas. A partir daí,essas duas correntes do comunismo se separaram e segui-ram trajetórias independentes.

5.4 Desenvolvimentos posteriores àRevolução Russa

5.4.1 Revisionismo

O movimento comunista, a partir do início do séculoXX, passou a se dividir em diversas correntes. Inicial-mente, o surgimento do chamado "revisionismo", tam-bém chamado reformismo, proposto por Bernstein, queconsiderava que o aburguesamento da classe operária tor-nava a possibilidade de uma revolução socialista quasenula e que o socialismo deveria adaptar-se a esta reali-dade lutando não pelo socialismo, mas pela reforma docapitalismo em bases puramente éticas. Inicialmente re-jeitada pelo movimento socialista, que então recebia onome geral de socialdemocracia, o reformismo acabouconsolidando-se como prática política geral dos parti-dos socialistas de massa após a Primeira Guerra Mun-dial, quando o assentimento dos partidos socialistas daAlemanha, França e Itália em votar a favor dos créditos deguerra nos seus parlamentos revelou sua aceitação geral dalegalidade burguesa e sua recusa do “derrotismo revoluci-onário” (isto é, a busca da revolução socialista mesmo emdetrimento dos interesses do Estado Nacional) praticadapelos bolcheviques de Lenin.

5.4.2 Comunismo de partido

Vladimir Lenin discursando após seu retorno à Petrogrado

Na esteira da Revolução Russa, criar-se-ia uma divisãoentre a extrema esquerda do movimento socialista, li-derada por Lenin, que promoveria o retorno da expres-são “comunismo”, adotada por Marx para definir-se a si

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10 7 CRÍTICAS

mesma, distinguindo-se das correntes socialistas refor-mistas, que retiveram o nome de social-democracia. Aconcepção "bolchevista" ou "leninista" (nas suas diversascorrentes) que compreendia que o comunismo fosse pre-cedido por um período de transição chamado socialismo,no qual haveria a estatização dos meios de produção, per-maneceria existindo a lei do valor e o uso do dinheiro, en-tre outras características do capitalismo. Este período detransição desembocaria, pelo menos teoricamente, na ex-tinção gradual do Estado e das demais características docapitalismo, constituindo assim o comunismo. As obrasque desenvolvem esta tese são os escritos de Lênin após arevolução bolchevique, o livro de Joseph Stálin “Proble-mas Econômicos na União Soviética” e em vários escritosposteriores dos seguidores desta corrente, tanto na Rússiaquanto no resto do mundo.

5.4.3 Conselhismo

Os comunistas, no entanto, logo se viram diante de umanova divisão: por um lado, os comunistas de partido - osadeptos das teses de Lênin de que o partido de vanguardaseria um instrumento necessário para a revolução comu-nista - e, por, outro, os "comunistas de conselhos", queconsideravam os conselhos operários ou “sovietes” comoa forma de organização revolucionária dos trabalhadores.A concepção conselhista, retomava Marx e concebia o co-munismo como um modo de produção que substituía ocapitalismo, abolindo o Estado, a lei do valor etc., imedi-atamente, através da autogestão dos conselhos operários.Assim, esta corrente questionava a ideia de um período detransição, colocando-a como sendo contra-revolucionáriae produto de um projeto semi-burguês no interior do mo-vimento operário. As principais obras que expressam esteponto de vista são: “Princípios Fundamentais doModo deProdução e Distribuição Comunista”, do Grupo Comu-nista Internacionalista da Holanda e “Os Conselhos Ope-rários” de Anton Pannekoek, e várias outras obras poste-riores que desenvolveram estas teses até os dias de hoje,assumindo o nome contemporâneo de autogestão. Umatentativa pragmática de aplicação do modelo autogestio-nário foi feita na Iugoslávia entre 1943 e 1991, no cha-mado titoísmo.

5.5 CisõesVertentes importantes surgiram ao longo da primeira me-tade do século XX, principalmente dentro da correntehegemônica, o “comunismo de partido” (também cha-mado bolchevismo ou leninismo), como o maoísmo, ostalinismo, o trotskismo, entre outras. Essa divisão dentroda própria teoria acabaria por minar muitas das iniciativasdo comunismo e causar várias lutas ideológicas internas.

6 Comunismo e anarquismoOs movimentos anarquista e marxista surgiram e ganha-ram forte atuação no século XIX, em meio aos efeitos so-ciais da Revolução Industrial. Foram ambos contestado-res da ordem liberal capitalista e do Estado garantidor dascondições trabalhistas da época, coincidindo, também,

Símbolo do anarquismo

quanto ao ideal comunista: o fim das divisões de classes,da exploração e até mesmo do Estado. A despeito dessassemelhanças (de origem, alguns alvos de atuação e obje-tivos finais), divergiam quanto ao caminho a ser seguidopara alcançar o comunismo. Para os marxistas, deveriahaver uma fase intermediária socialista — a ditadura doproletariado —, um Estado revolucionário que construi-ria as condições viabilizadoras do comunismo, tais comolidar com os movimentos contra-revolucionários que vi-essem a surgir na transição. Os anarquistas, ao contrário,pensavam em erradicar não apenas as classes, as institui-ções e as tradições, mas sobretudo o Estado. Na segundametade do século XIX, durante o século XX, e ainda noséculo XXI as diferenças prevaleceram sobre as seme-lhanças, promovendo entre os dois movimentos socialistasuma convivência de choques e divergências, nas suas lutascontra a ordem estabelecida.

7 CríticasDesde a sua difusão, tanto o comunismo leninista quantoo marxista receberam oposição, tanto da esquerdaquanto da direita política.<ref>Bernard-Henri Lévy - ''Labarbarie à visage humain''</ref><ref>MILL, J. S. Prin-cípios de Economia Política, Livro IV, Capítulo 7</ref>Há críticas ao funcionamento da economia socialista,considerada por Mises ineficiente pela distorção/ausênciado sistema de preços<ref>[http://economics.gmu.edu/pboettke/pubs/Public_Choice_and_Socialism.pdf BO-ETTKE, P. J. ''Public Choice and Socialism''. GeorgeMason University]</ref><ref name="Mises">{{Citarlivro |sobrenome=Mises |nome=Ludwig Von |título=OCálculo Econômico Sob o Socialismo |editora=Singular|ano=1920 |páginas=56 |isbn=9788581190082}}</ref>e por Hayek como inevitavelmente ligada à tiraniae servidão.<ref name="hayek">{{Citar livro |sobre-nome=Hayek |nome=Friedrich |título=O Caminho daServidão |editora=Singular |ano=1944 |páginas=266|isbn=0-226-32061-8}}</ref> Outros críticos, como

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Milton Friedman, afirmam que uma sociedade comunistaestaria fadada a estagnação dos avanços tecnológicos,<refname="milton">Milton Friedman. ''We have SocialismQ.E.D.'', Op-Ed in New York Times December 31,1989 [http://www.sangam.org/taraki/articles/2006/11-25_Friedman_MGR.php?uid=2075 On MiltonFriedman, MGR & Annaism] {{WebCite|url=http://www.webcitation.org/60XT8qjcV|date =29-07-2011}}</ref> redução de incentivos<ref>Zoltan J.Acs & Bernard Young. ''Small and Medium-SizedEnterprises in the Global Economy. University ofMichigan Press, page 47, 1999.</ref><ref>Mill, JohnStuart. ''The Principles of Political Economy'', BookIV, Chapter 7.</ref><ref>John Kenneth Galbraith,''The Good Society: The Humane Agenda,'' (Boston,MA: Houghton Mifflin Co., 1996), 59–60."</ref>e redução da prosperidade.<ref>Hans-HermannHoppe. A Theory of Socialism and Capitalismhttp://www.mises.org/etexts/Soc&Cap.pdf {{deadlink|date=Janeiro de 2011}}.</ref><ref>[[Ludwig vonMises]], ''Socialism: An Economic and SociologicalAnalysis’', Indianapolis, IN: Liberty Fund, Inc.. 1981,trans. J. Kahane, IV.30.21</ref> A inviabilidade deimplementação também é debatida,<ref name="Mises”/><ref name="hayek” /><ref name="milton” /> bemcomo os efeitos sociais e políticos que as tentativas de as-cendência comunista causaram.<ref>F.A. Hayek. ''[http://www.mises.org/etexts/hayekintellectuals.pdf TheIntellectuals and Socialism]''. (1949).</ref><ref>AlanO. Ebenstein. ''Friedrich Hayek: A Biography.'' (2003).University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-18150-9 p.137</ref><ref>{{cite book |author=FriedrichHayek|title=The Road to Serfdom|publisher=UniversityOf Chicago Press|year=1944|isbn=978-0-226-32061-8}}</ref><ref>{{cite book |author=Bellamy, Ri-chard|title=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought|publisher=CambridgeUniversity Press|year=2003|isbn=978-0-521-56354-3|page=60}}</ref><ref name="Self">Self, Peter.''Socialism''. A Companion to Contemporary PoliticalPhilosophy, editors Goodin, Robert E. and Pettit, Philip.Blackwell Publishing, 1995, p.339 “Extreme equalityoverlooks the diversity of individual talents, tastes and ne-eds, and save in a utopian society of unselfish individualswould entail strong coercion; but even short of this goal,there is the problem of giving reasonable recognition todifferent individual needs, tastes (for work or leisure) andtalents. It is true therefore that beyond some point thepursuit of equality runs into controversial or contradic-tory criteria of need or merit."</ref><ref>[http://www.importanceofphilosophy.com/Bloody_Socialism.htmlSocialism] {{WebCite|url=http://www.webcitation.org/60XT99hnl|date =29-07-2011}}</ref> Alegandoque o comunismo marxista era impossível de seratingido, Murray N. Rothbard em seu livro EconomicThought Before Adam Smith escreveu: “Somente umcrente na necromancia absurda da “dialética” podeacreditar que um estado totalitário [socialista] podeinevitavelmente e de maneira virtualmente instantâ-nea se transformar em seu oposto, e que, portanto, amaneira de se livrar do estado é se esforçar ao má-ximo para maximizar seu poder”.<ref>{{cite book|first=Murray |last=Rothbard | title=Economic Thought

Before Adam Smith — An Austrian Perspectiveon the History of Economic Thought|publisher=Ludwig von Mises Institute|volume=2|isbn=9780945466482|page=334|url=http://mises.org/books/histofthought2.pdf}} ''Indeed, only a believerin the preposterous necromancy of the 'dialectic' couldbelieve otherwise, that is, could believe that a totalitarianstate can inevitably and virtually instantly be transformedinto its opposite, and that therefore the way to get ridof the state is to work as hard as possible to maximizeits power.''</ref> As principais críticas ao socialismo— sistema transitório para o comunismo — se assen-tam essencialmente na ideia de que quanto maior é aintervenção do Estado, mais negativa é. Porque:

• Interfere com a liberdade individual e livre inicia-tiva das pessoas e empresas, que são quem susten-tam involuntariamente o Estado através dos impos-tos e taxas;

• Ao deslocar recursos dos mais produtivos para osmenos produtivos, retirando produção aos primei-ros para alocar aos segundos, o Estado contribuipara uma diminuição da eficiência global do sis-tema económico e social. Isto porque é intuitivoque a pessoa que não vê uma recompensa maiorpelo seu esforço, tem tendência a produzir menos,dessa forma todos ficam mais pobres.

Parte dessas críticas se estendem para as políticasadotadas pelos estados unipartidários governadospor partidos comunistas (conhecidos como "estadoscomunistas"). Estudiosos de direitos humanos dis-cutem os episódios de fome, expurgos, execuções eguerras constantemente observados nesses regimesao longo do século XX.<ref>{{cite book |title= RedHolocaust |last= Rosefielde |first= Steven |coauthors=|year= 2009 |publisher= Routledge |location= |isbn=978-0-415-77757-5 |page= |pages= |url= |access-date=}}</ref><ref>Daniel Jonah Goldhagen. ''WorseThan War: Genocide, Eliminationism, and the OngoingAssault on Humanity.'' [[PublicAffairs]], 2009. ISBN978-1-58648-769-0 p. 54: "...in the past centurycommunist regimes, led and inspired by the SovietUnion and China, have killed more people than anyother regime type."</ref><ref>Benjamin A. Valentino.''Final Solutions: Mass Killing and Genocide in theTwentieth Century.'' [[Cornell University Press]], 2004.[http://books.google.com.au/books?id=LQfeXVU_EvgC&lpg=PP1&pg=PA73#v=onepage&q&f=falsep.73] ISBN 978-0-8014-3965-0</ref> Entreos exemplos notáveis de episódios atribuídosao comunismo, destacam-se o genocídio ucra-niano na União Soviética, o massacre de umquarto da população do Camboja<ref>[http://www.judicialmonitor.org/current/spotlight.htmlInternational Judicial Monitor - ''International Tri-bunal Spotlight: Extraordinary Chambers in theCourts of Cambodia'']</ref> sob o regime de PolPot<ref>[http://www.gmu.edu/departments/economics/bcaplan/museum/cook.htm Vincent Cook - ''Pol Pot andthe Marxist Ideal]</ref> e a Grande Fome Chinesa sobo regime de Mao Tsé-Tung.<ref name="DIKOTTER,FRANK. 2010"/> Bernard-Henri Lévy, Karl Popper,Ludwig von Mises, Max Weber, Michael Voslensky,

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12 7 CRÍTICAS

Milovan Djilas, Milton Friedman, Eric Voegelin, VáclavHavel, são alguns eminentes críticos do comunismo. Aideologia comunista também é fortemente criticada pelaDoutrina Social da Igreja Católica.

7.1 Condenação oficial da Igreja Cató-licaO Magistério da Igreja Católica sempre condenou oficial-mente qualquer forma de comunismo, porque acreditavaque o comunismo nunca poderia ser compatível com adoutrina católica:

• Na encíclicaQui pluribus (1846), o Papa Pio IX afir-mou que "para aqui (tende) essa doutrina nefandado chamado comunismo, sumamente contrária aopróprio direito natural, a qual, uma vez admitida,levaria à subversão radical dos direitos, das coisas,das propriedades de todos e da própria sociedadehumana"<ref>Pio IX, ''Qui pluribus’', a 9 de no-vembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf.Sílabo, IV: A.A.S., vol. III, pág. 170.</ref>

• Na encíclica Rerum Novarum (1891), o PapaLeão XIII declarou que "a teoria socialistada propriedade colectiva deve absolutamenterepudiar-se como prejudicial àqueles membrosa que se quer socorrer, contrária aos direitosnaturais dos indivíduos, como desnaturando asfunções do Estado e perturbando a tranquilidadepública."<ref>Leão XIII, ''[http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.htmlRerum Novarum]'' (1891), n. 7.</ref>

• Na encíclica Quadragesimo Anno (1931), o PapaPio XI afirmou que "o socialismo quer se considerecomo doutrina, quer como facto histórico, ou como«acção», se é verdadeiro socialismo, [...] nãopode conciliar-se com a doutrina católica; poisconcebe a sociedade de modo completamente avessoà verdade cristã. [...] E se este erro, como todosos mais, encerra algo de verdade, o que os SumosPontífices nunca negaram, funda-se contudo numaprópria concepção da sociedade humana, diame-tralmente oposta à verdadeira doutrina católica.Socialismo religioso, socialismo católico são termoscontraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempobom católico e verdadeiro socialista."<ref>PioXI, ''[http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19310515_quadragesimo-anno_po.html QuadragesimoAnno]'' (1931), n. 117-120 (capítulo III, secção2).</ref>

• Na encíclica Divini Redemptoris (1937), o Papa PioXI defendeu que o comunismo ateu é um "sistemacheio de erros e sofismas, igualmente oposto àrevelação divina e à razão humana; sistema que,por destruir os fundamentos da sociedade, subvertea ordem social, que não reconhece a verdadeiraorigem, natureza e fim do Estado; que rejeita enfim enega os direitos, a dignidade e a liberdade da pessoahumana."<ref>Pio XI, ''[http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_

p-xi_enc_19370319_divini-redemptoris_po.htmlDivini Redemptoris]'' (1937), n. 14.</ref>

• Em 1949, o Santo Ofício, com a aprovaçãodo Papa Pio XII, emitiu o decreto contra o co-munismo, que reafirmou que todos os católicosque fossem comunistas eram automaticamenteexcomungados, porque eram apóstatas da fécatólica.<ref name="decretumAAS">''Decretum'',1 de Julho de 1949, in [[Acta ApostolicaeSedis]] (AAS) 1949, [http://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS%2041%20%5B1949%5D%20-%20ocr.pdf p. 334] (emlatim).</ref><ref name="anticomun1">{{citarweb | titulo= Decretum Contra Communismum| publicado = Associação Cultural Montfort| url= http://www.montfort.org.br/old/index.php?artigo=anticomunismo&lang=eng&secao=documentos&subsecao=decretos | lingua= inglês elatim | acessodata=27 de Abril de 2013}}</ref>

• Na encíclica Mater et Magistra (1961), o PapaJoão XXIII reafirmou que "entre comunismo ecristianismo, [...] a oposição é radical, e acrescentanão se poder admitir de maneira alguma que oscatólicos adiram ao socialismo moderado: querporque ele foi construído sobre uma concepçãoda vida fechada no temporal, com o bem-estarcomo objetivo supremo da sociedade; quer porquefomenta uma organização social da vida comumtendo a produção como fim único, não sem graveprejuízo da liberdade humana; quer ainda porquelhe falta todo o princípio de verdadeira autoridadesocial."<ref>João XXIII, ''[http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/encyclicals/documents/hf_j-xxiii_enc_15051961_mater_po.html Mater etMagistra] (1961), n. 34.</ref>

• Em 1984, a Congregação para a Doutrina da Fé,chefiada pelo Cardeal Joseph Ratzinger (fututroPapa Bento XVI) e com a aprovação do PapaJoão Paulo II, emitiu uma instrução que conde-nava todas as teses e correntes verdadeiramentemarxistas (incluindo vários aspectos fundamentaisda Teologia da Libertação): "É verdade quedesde as origens, mais acentuadamente, porém,nestes últimos anos, o pensamento marxista sediversificou, dando origem a diversas correntesque divergem consideravelmente entre si. Namedida, porém, em que se mantêm verdadeira-mente marxistas, estas correntes continuam a estarvinculadas a certo número de teses fundamentaisque não são compatíveis com a concepção cristãdo homem e da sociedade" <ref>Ratzinger,Joseph, ''[http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19840806_theology-liberation_po.html Li-bertatis Nuntius - Instrução sobre alguns aspectosda Teologia da Libertação]''. Congregação para aDoutrina da Fé. 6 de Agosto de 1984. Cap. VII, nº8</ref>

• Na encíclica Centesimus Annus (1991), o PapaJoão Paulo II, actualizando os princípios da RerumNovarum, salientou que "o erro fundamentaldo socialismo é de carácter antropológico. De

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facto, ele considera cada homem simplesmentecomo um elemento e uma molécula do organismosocial, de tal modo que o bem do indivíduoaparece totalmente subordinado ao funcionamentodo mecanismo económico-social, enquanto, poroutro lado, defende que esse mesmo bem se poderealizar prescindindo da livre opção, da sua única eexclusiva decisão responsável em face do bem ou domal. O homem é reduzido a uma série de relaçõessociais, e desaparece o conceito de pessoa comosujeito autónomo de decisão moral, que constrói,através dessa decisão, o ordenamento social. Destaerrada concepção da pessoa, deriva a distorçãodo direito, que define o âmbito do exercício daliberdade, bem como a oposição à propriedadeprivada. [...] Se se questiona ulteriormente ondenasce aquela errada concepção da natureza dapessoa e da subjectividade da sociedade, é ne-cessário responder que a sua causa primeira é oateísmo. [...] O referido ateísmo está, aliás, estri-tamente conexo com o racionalismo iluminístico,que concebe a realidade humana e social dohomem, de maneira mecanicista."<ref>João PauloII, ''[http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_01051991_centesimus-annus_po.html CentesimusAnno]'' (1991), n. 13</ref>

• O Catecismo da Igreja Católica (1992) afirma que"a Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e ateias,associadas, nos tempos modernos, ao «comunismo»ou ao «socialismo»".<ref>Catecismo da Igreja Ca-tólica (1992), n. 2425.

[3] Colton, Timothy J. (2007). “Communism”. Microsoft En-carta Online Encyclopedia.

[4] “Obras Escolhidas de Vladimir I. Lenin” - Tomos I a III,Edições “Avante!", 1977

[5] Revista “Vida Soviética”, Agência de Imprensa Nóvosti(APN), 1975-1989

[6] “Manifesto to Partido Comunista” - Karl Marx, 1848

7.2 Bibliografia

• O Livro negro do Comunismo, de Stephane Cour-tois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panne, AndrzejPaczkowski, Karel Bartosek e Jean-Louis Margolin,Quetzal Editores, 1998

• Au Pays du mensonge déconcertant, de Anton Ciliga,Gallimard, 1938.

• Récits de la Kolyma, de Varlam Chalamov, 2003.

• Goulag, de Tomasz Kįsny, 2003.

8 Ligações externas

• Arquivo Marxista na Internet (em português)

• Rosa Luxemburgo : Reforma ou Revolução (emportuguês)

• Anton Pannekoek : As Tarefas dos Conselhos Ope-rários (em português)

• Qual a diferença entre comunismo e socialismo?Existiu algum país realmente comunista? (emportuguês) Revista Mundo Estranho

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14 9 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

9 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

9.1 Texto• Comunismo Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo?oldid=43747776 Contribuidores: Robbot, Plataformista, Hashar, Manuel

Anastácio, Joaotg, Scott MacLean, Mschlindwein, Rui Silva, Pedro Aguiar, Lugusto, Gbiten, E2m, NH~ptwiki, João Xavier, Smelo, AndreL C Oliveira, E2mb0t, Juntas, LeonardoRob0t, ריינהארט ,לערי Pedrassani, Malafaya, Jic, Sitenl, Santana-freitas, Campani, Nuno Tavares,Get It, NTBot, RobotQuistnix, Rei-artur, Levs, Leslie, Sturm, Clara C., Caiodaier, Tiago Penedo, Epinheiro, Tschulz, Leandromartinez,Sergio333, André Koehne, Klemen Kocjancic, OS2Warp, Mr.Rocks, 555, Disnei, Adailton, Lijealso, Vmadeira, Fasouzafreitas, YurikBot,Cícero, Porantim, Luís Felipe Braga, Arges, Joseolgon, Missionary, Dantadd, Luizabpr, Leonardo.stabile, Orlando, Xandi, LijeBot, Aava-lente92, Nuno Inacio, Drefe, Jo Lorib, Ibérico, João Sousa, He7d3r, Reynaldo, Vigia, FSogumo, Marcelo Victor, Thijs!bot, MachoCarioca,Rei-bot, Celiopro ca, Filomeninha, RoboServien, JCMP, Santista1982, Belanidia, Daimore, Ganesh, JSSX, Victor Lopes, LsCThirso, Sy-ber, Alchimista, ZackTheJack, Luiza Teles, AdriAg, Rconde, MarceloB, Bisbis, Photek, Barão de Itararé, CommonsDelinker, AugustoReynaldo Caetano Shereiber, Alexanderps, Eric Duff, Rjclaudio, Idioma-bot, EuTuga, Carlos28, TXiKiBoT, Gandbranco, WaldirBot,Gunnex, VolkovBot, SieBot, Pelagio de las Asturias, Synthebot, Rautopia, Yone Fernandes, Bluedenim, Teles, Rush, Vini 175, Alleborgo-Bot, Zdtrlik, Direita, Adonjs, Dornicke, Kaktus Kid, Kamikaze6, Merrill, José1, Vmvieira, PipepBot, Chronus, Airtonbjunior, Mins, Kimrichard, Lisboeta, LeoBot, Tatudojeca, Beria, Alexandrepastre, Georgez, RafaAzevedo, R psleite, LOoOl, Lucasmontec, RUCE, Frei Ti-búrcio, Alexbot, Lourencoalmada, WWII~ptwiki, Darkicebot, Pediboi, Ruy Pugliesi, Robson correa de camargo, Clff, 2(L.L.K.)2, TheusPR, Thiago Consiglio Cruz, Deko1234, Marcos Botelho, Pietro Roveri, Vini 17bot5, Vitor Mazuco, God is Big!, Asd147, Joaosac, RichardMelo da Silva, Missigno, Numbo3-bot, Luckas-bot, LinkFA-Bot, CreHu, Socialismo e liberdade, Mahlie, CAVEIRAPE, Leão Magno,AlineAS, Nallimbot, Ptbotgourou, Eamaral, Luiz F. Fritz, Systen007, Vanthorn, Salebot, ArthurBot, Guto2003, Luckaz1917, Alumnum,Caetano 77, SuperBraulio13, Rodrigogomesonetwo, Mobyduck, Xqbot, Puer Metalli, GhalyBot, JotaCartas, Gean, Almabot, Darwinius,LucienBOT, RibotBOT, DuCoudray, Wikicorretor, ThiagoRuiz, Francisco do Vale, MisterSanderson, Uchiha90210, Egmontbot, João Ví-tor Vieira, RedBot, Gabo02, Thales tc, Escoria79, TobeBot, Cadubts, Prowiki, Cretino~ptwiki, Francisco Javier Arce, Marcos Elias deOliveira Júnior, HVL, Nanny321, Rafael Kenneth, Viniciusmc, Yvano, Defender, Aleph Bot, EmausBot, Qwe258, ZéroBot, HRoestBot,Érico, Wilson potter, Klestacio, Dreispt, Darian Bartley, Diego Grez Bot, Mmp96, Jcaraballo, ChuispastonBot, Stuckkey, WikitanvirBot,Militante Vermelho, PedroMRA Pereira, CocuBot, PedR, Colaborador Z, MerlIwBot, L'editeur, Antero de Quintal, G.M, Rafael Caruccio,Épico, Luís Locke, Luizpuodzius, Ryu1234567, Geovani.s, DARIO SEVERI, Elton Felipedes de Campos, Musashijapan, Brancaleone,Shgür Datsügen, Zoldyick, Max51, Jml3, Bya97, Runlaw, Prima.philosophia, Lord Trustworthy, Legobot, 1997pedro, Holdfz, Juuhniioor,Chen10k2, ScraTUp, Jordeň, Mautercius Valavacius, Athena in Wonderland, Endireitaite wiki, Marcondes26, Zozs, O revolucionário ali-ado, Diogoarsimoes, GuilhermeAlvs, Bielhfp96, Hamletism74, MatheusMX, Eurodix, Joucknuckbr, Pimenta republica, Jones Guevara,Jefferson1e11, Mathloko, Gbriel123, Micheldfwjudeu, Thiago silva 201, Wfdm1002 e Anónimo: 442

9.2 Imagens• Ficheiro:Anarchy-symbol.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/Anarchy-symbol.svg Licença: Public do-

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commons/d/d0/Bundesarchiv_Bild_183-R15068%2C_Leo_Dawidowitsch_Trotzki.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 de Contribuidores: Estaimagem foi doada à Wikimedia Commons pelos Arquivos Federais da Alemanha (Deutsches Bundesarchiv) dentro de um projecto comum.Os Arquivos Federais da Alemanha garantem a autenticidade da fotografia, graças à utilização exclusiva de originais (positivos/negativos)de seus arquivos de imagens numéricos e sua numeração. Artista original: Desconhecido

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9.3 Licença 15

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9.3 Licença• Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0