Conceitos Básicos da EspaçoNumerática
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2
INTRODUÇÃO
Definir em separado alguns dos conceitos fundamentais que estão na base da ciência a que
chamo Espaçonumerática seria talvez dispensável, uma vez que todos eles se encontram
reunidos no modelo paradigmático que estrutura e organiza o Espaço – aquele que a tradição
esotérica refere como Cânone Sagrado de Cosmologia, Cânone de Proporções ou simplesmente
Cânone. Porquê então apresentá-los em separado, numa abordagem puramente científica? Por
duas razões fundamentais: a primeira porque esta abordagem inicial facilitará a sua compreensão
quando eles forem apresentados no contexto do próprio Cânone; a segunda porque ao serem
analisados neste contexto é impossível não os abordar simultaneamente nos seus aspectos
científico e simbólico. Ao longo de toda a minha pesquisa sempre fiz sempre questão de não
dissociar estes dois aspectos, que no fundo são como duas faces da mesma moeda. Mostrou-me
no entanto a experiência que o facto de os apresentar interligados dificultou a compreensão e
aceitação daquilo que fui expondo, tanto por parte de matemáticos como de não matemáticos. Por
isso me pareceu agora conveniente abordá-los primeiro de uma forma científica, até porque a sua
definição exige uma nova simbologia1 com a qual o leitor terá que familiarizar-se. Mas uma vez
que ela é extremamente simples, não há que ter medo de penetrar neste vasto mundo onde os
conceitos de Espaço e de Número se fundem em perfeita harmonia, levando-nos por caminhos
diferentes dos da Matemática, o que por si só já é suficiente para que alguns matemáticos olhem
de soslaio para aquilo que aqui vou expor. É natural. Perante algo de novo há sempre a tendência
para se ficar “de pé atrás” enquanto a teoria apresentada não for analisada ao pormenor e
reconhecida como válida. Principalmente se essa teoria vier de alguém que não é matemática,
como é o caso, embora o meu trabalho de pesquisa tenha a ver essencialmente com a Teoria dos
Números – o ramo da Matemática que constitui a base da chamada Matemática Pura e é aquele
em que assenta (ou deveria assentar) todo o edifício matemático. E como na construção de
qualquer edifício o importante é começar pela solidez dos seus alicerces, pergunto se os alicerces
em que assenta a Matemática são assim tão sólidos, de modo a podermos considerá-la como
torre inexpugnável. Que eu saiba, as opiniões dos próprios matemáticos dividem-se a este
respeito. Se, por um lado, temos os chamados “formalistas”, que entendem que basta idealizar um
conjunto de axiomas lógico e consistente para que o edifício sobre ele construído se torne
impenetrável a qualquer paradoxo ou inconsistência que possa surgir, temos por outro lado os
“intuicionistas” que acham que no reino da Matemática não basta que um conceito seja bem
definido. Ele deve ser também constituível. E que no que diz respeito à sua construção só os
processo finitos são válidos, ou, quando muito, processos infinitos que possam ser redutíveis a
finitos por meio de um número finito de regras. Além disso, como disse André Weil, «a
Matemática, mesmo nas formas lógicas em que se move, depende inteiramente do conceito de
número natural», o que nos remete imediatamente para o conceito pitagórico de «Número» e nos
situa no cerne da questão. Motivos pelos quais me coloco inteiramente ao lado dos chamados
“intuicionistas”, indo mais longe ainda na interpretação do conceito de «Número», quando este,
antes de ser ciência propriamente dita, fazia parte de uma mística da qual deriva a sua reputação
divina, bem patente em algumas tradições sagradas.
Mas, para já, debrucemo-nos apenas sobre o seu aspecto científico, dando vida a um dos
sonhos pitagóricos: conjugar num só corpo a Geometria e a Aritmética.
1 Esta simbologia foi aquela que me pareceu mais simples, o que não significa que não possa vir a ser substituída, como
aconteceu, aliás, com aquela que comecei por utilizar no início da minha pesquisa.
3
CONCEITOS BÁSICOS DA ESPAÇONUMERÁTICA
1. AS TRÊS UNIDADES DE MEDIDA DO ESPAÇO
O cubo é a forma perfeita que reúne em si as três unidades de medida do Espaço
tridimensional (FIG.1), o que significa que se o volume desse cubo for considerado uma unidade
de volume, as unidades linear e de superfície que lhe estão associadas podem ser definidas em
cada um dos planos a que pertence uma das suas faces1 por um dos lados e pela área do
quadrado correspondente a essa face. Assim, se dois vértices consecutivos do cubo que reúne as
três unidades básicas em relação às quais é medido o Espaço forem representados por A1 e B1, é
esta a representação simbólica2 dessas unidades:
A1B1(L) (Unidade Linear – segmento de recta limitado por A1 e B1, correspondente
a uma aresta do cubo)
A1B1(S) (Unidade de Superfície – área do quadrado de lado igual a A1B1(L))
A1B1(V) (Unidade de Volume – volume do cubo de aresta igual a A1B1(L))
2. CONCEITOS DE ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO
O processo de contagem e, consequentemente, o próprio conceito de Número tem origem na
adição de uma unidade a cada uma das unidades já referidas e aos conjuntos de unidades que se
vão formando.
1 O plano escolhido passará a ser considerado o plano de referência onde virão a ser representadas posteriormente todas
as unidades lineares e de superfície. 2 As letras L, S, V , colocadas entre parêntesis, indicam o tipo de unidade em questão.
FIG.1
A1 B1
B1 A1
A1 B1
A1 B1
4
Como este processo é gerado pela adição de uma unidade igual a cada uma das unidades já
existentes1, a representação simbólica do resultado da adição destas duas unidades, assim como
do conceito de multiplicação que está subjacente a esta operação2, é feita em relação () a cada
uma das unidades que lhe dá origem:
A2B2(L)=1(L)+1(L) A1B1(L) ou 1(L)x2=2(L)A1B1 (L)
A2B2(S) =1(S)+1(S) ou 1(S)x 2=2(S)A1B1(S)
A2B2(V)= 1(V)+1(V) ou 1(V)x1=2(V)A1B1 (V)
3. CONCEITO DE CONJUNTO
O conjunto de unidades que representa o resultado das operações anteriores corresponde ao
resultado de uma multiplicação em que o multiplicando corresponde ao número de unidades desse
conjunto e o multiplicador é igual a 1, ou seja:
A2B2(L)=2(L)x1=2(L)A1B1(L)
A2B2(S)=2(S)x1=2(S)A1B1(S)
A2B2(V)=2(V)x1=2(V)A1B1(V)
4. PROPRIEDADE COMUTATIVA DA MULTIPLICAÇÃO
Esta propriedade tem origem nas multiplicações representadas em 2. e 3., sendo o algarismo
que representa o multiplicando da primeira igual aquele que representa o multiplicador da
segunda, e vice-versa.
5. PROPRIEDADES ASSOCIATIVA E COMUTATIVA DA ADIÇÃO
O princípio da Adição permite que as unidades representadas em 1. sejam adicionadas aos
conjuntos representados em 3., tendo aqui origem duas propriedades fundamentais desta
operação: a propriedade associativa (a)), em que uma das parcelas é representada por um
conjunto de unidades, e a propriedade comutativa (b)), que permite trocar entre si a posição de
cada uma dessas parcelas.
1
Na primeira operação – Adição –, os dois primeiros números representam as parcelas desta operação e o terceiro
número o seu resultado. Na segunda operação – Multiplicação –, o primeiro algarismo representa o multiplicando, ou seja, o número de unidades que se repete, sendo essa repetição indicada pelo número correspondente ao multiplicador
(segundo algarismo), sendo o resultado destas operações seguido do símbolo , o qual indica a unidade em relação à qual a operação é definida. 2 O número 2 é o primeiro a definir os princípios da Adição e da Multiplicação.
A2 B2
A2 B2
B2 A2
A2 B2
A2 B2
B2 A2
5
a) PROPRIEDADE ASSOCIATIVA
A soma de três parcelas iguais àquelas consideradas em 1. pode ser representada por uma
soma de duas parcelas, sendo uma delas igual a uma unidade e a outra igual a um conjunto de
duas unidades:
A3B3(L)=1(L)+(1(L)+1(L))=1(L)+2(L)=3(L)A1B1(L)
A3B3(S)=1(S)+ )+(1(S)+1(S))=1(S)+2(S)=3(S)A1B1(S)
A3B3(V) =1(V)+ )+(1(V)+1(V))=1(V)+2(V)=3(V)A1B1(V)
b) PROPRIEDADE COMUTATIVA
As parcelas consideradas em a) podem trocar entre si a sua posição:
A3B3(L)=(1(L)+1(L))+1(L))=2(L)+1(L)=3(L)A1B1(L)
A3B3(S)=(1(S)+1(S))+1(S))=2(S)+1(S)=3(S)A1B1(S)
A3B3(V)=(1(V)+1(V))+1(V))=2(V)+1(V)=3(V)A1B1(V)
6. DECOMPOSIÇÃO EM PARCELAS
A adição de quatro unidades pode ser representada por duas somas (representadas em a) e
b)), cada uma com duas parcelas, representando essas parcelas as combinações possíveis dos
números até quatro1, ou seja:
a)
A4B4(L)=1(L)+3(L)=4(L)A1B1(L)
A4B4(S=1(S)+3(S)=4(S)A1B1(S)
A4B4(V)=1(V)+3(V)=4(V)A1B1(V)
1 Notar que no caso a), em que as parcelas são diferentes, a sua soma está sujeita à propriedade comutativa definida em
5. a) e b).
A3 B3
A3 B3
A4 B4
A3 B3
A3 B3
A3 B3
A3 B3
A4 B4
A4 B4
6
b)
A4B4(L)= 2(L)+2(L)=4(L)A1B1(L)
A4B4(S)= 2(S)+2(S)=4(S)A1B1(S)
A4B4(V)=2(V)+2(V)=4(V)A1B1(V)
7. CONCEITO DE POTÊNCIA
As somas consideradas em 6.b) podem ser representadas por multiplicações em que o
multiplicador e o multiplicando são iguais, tomando a designação de potências. Na representação
destas potências o multiplicando das multiplicações em questão corresponde à sua base e o
multiplicador ao seu expoente, e, neste caso, essas multiplicações ou potências admitem as
seguintes representações geométricas e simbólicas:
A4B4(L)= 2(L)x2= 2(L)2= 4(L)A1B1(L)
A4B4(S)= 2(S)x2= 2(S)2= 4(S)A1B1(S)
A4B4(V)= 2(V)x2= 2(V)2= 4(V)A1B1(V)
Isto significa que a potência definida em relação à unidade A1B1(S) pode ser representada pela
áreas de um rectângulo ou de um quadrado, os quais representam as faces maiores de
paralelepípedos de altura igual a A1B1(L) cujo volume define esta mesma potência em relação à
unidade de volume A1B1(V) 1.
8. QUADRADO DE LADO CORRESPONDENTE À HIPOTENUSA DE UM TRIÂNGULO
Se o lado de um quadrado for hipotenusa de um triângulo de catetos comensuráveis com a
unidade A1B12, o segmento de recta correspondente a essa hipotenusa é definido pelos
segmentos de recta correspondentes aos catetos desse triângulo.
Ex:
Sendo A1B1(L) = E2O(L)=OF2(L), tem-se,
E2F2(L) (E2O(L),OF2(L)= 1(L),1(L)A1B1(L)
1 Notar que esta correspondência numérica entre áreas e volumes verifica-se sempre entre o volume de qualquer
paralelepípedo de altura igual a A1B1(L) e os rectângulos e quadrados correspondentes às suas faces maiores. 2
Se o lado de um quadrado não for múltiplo da unidade A1B1 será referenciado pelas letras E e F seguidas de um índice
numérico indicador da área desse quadrado. Sendo um múltiplo de A1B1 esse lado continuará a ser referenciado pelas letras A e B seguidas de um índice numérico correspondente a esse múltiplo.
B4 A4
B4 A4
E2
F2 O
A4 B4
A4 B4
B4 A4 ou
ou
B4 A4
B4 A4
B4 A4
7
RELAÇÃO DE ÁREAS E VOLUMES COM BASE NO TRIÂNGULO RECTÂNGULO
Se o lado do quadrado que representa a face de um paralelepípedo de altura igual à unidade
A1B1(L) corresponder à hipotenusa de um triângulo de catetos mensuráveis em relação a A1B1, a
área desse quadrado é igual à soma da área dos quadrados de lados correspondentes aos
catetos desse triângulo1.
Uma vez que esses catetos podem ser iguais à unidade A1B1(L), ou corresponder a múltiplos
desta unidade2, a área dos quadrados e volume dos paralelepípedos em questão são assim
definidos:
a) Catetos iguais a A1B1(L)
Sendo E2F2(L) (1(L) ,1(L) )A1B1(L) tem-se:
E2F2(S)=1(S)+1(S)=2(S) A1B1(S)
e
E2F2(V)=1(V)+1(V)=2(V) A1B1(V)
b) Catetos múltiplos de A1B1(L)
Sendo E2F2(L) (2(L),3(L))A1B1(L) tem-se:
E13F13(S)=2(S)2+3(S)
2= 4(S)+9(S)=13(S) A1B1(S)
e
E13F13(V)=2(V)2+3(V)
2=4(V)+9(V)=13(V) A1B1(V)
1
Esta relação entre áreas é enunciada no conhecido Teorema de Pitágoras, o qual tanto é válido para áreas como para
volumes, uma vez que a área dos quadrados abrangidos por este teorema é numericamente igual ao volume de paralelepípedos de altura igual a A1B1(L) cujas faces são representadas no plano por esses quadrados. 2 Notar que há ainda a considerar os triângulos em que um dos cateto é igual a A1B1(L) e o outro igual a um múltiplo desta
unidade (sendo o primeiro exemplo o triângulo de catetos iguais a A1B1(L) e 2(L) A1B1(L) ) e os triângulos de catetos iguais,
sendo ambos múltiplos da unidade A1B1(L) (sendo o primeiro exemplo o triângulo de catetos iguais a 2(L) A1B1(L) ).
F2
E2
O
E2
E13
F13 A1 B1
E13
F13
O F2
F2
E2 E2
F2
E13
F13
E13
F13
8
10. POTÊNCIAS BASEADAS NO CONCEITO DE PROPORÇÃO LINEAR
O resultado de uma potência de expoente igual a 2 cuja base corresponda à área do
quadrado que representa no plano a face de um paralelepípedo de altura igual a A1B1(L) é
numericamente igual ao resultado da potência correspondente ao volume desse paralelepípedo,
dependendo a sua representação da proporção linear entre os catetos do triângulo que tem por
hipotenusa os lados do quadrado que define a base dessa potência. O que quer dizer que o
resultado dessa potência pode ser representado pela área de um quadrado ou pelo volume do
paralelepípedo que lhe corresponde, sendo o lado do quadrado que representa no plano a face
desse paralelepípedo hipotenusa de um triângulo de catetos numa proporção numérica idêntica
àquela que define a base dessa potência1, embora definida a partir de uma unidade diferente.
Exemplos:
a) Catetos iguais a A1B1(L)
Sendo
E2F2(L)(1(L),1(L)) A1B1(L) ; E2F2(S)=1(S)+1(S)=2(S)A1B1(S) (1.)
tem-se
A2B2(L)(1(L),1(L))E2F2(L) ; A2B2(S)=1(S)+1(S)=2(S)E2F2(S) (2.)
donde,
E2F2(S)=2(S)x1=2(S)A1B1(S) ; A2B2(S)=2(S)x2=4(S)A1B1(S) (1. e 2.)
e
E2F2(V)=2(V)x1=2(V)A1B1(V); A2B2(V)=2(V)x2=2(V)2=4(V)A1B1(V) (3. e 4.)
b) Catetos diferentes, sendo um deles igual a A1B1(L)
Sendo
E5F5(L)(E5A1(L),A1F5(L)=1(L),2(L))A1B1(L) (1.)
donde
E5F5(S)=1(S)+2(S)2=1(S)+4(S)=5(S)A1B1(S) (1.)
e
A5B5(L) (A5F5(L),F5B5(L)=2(L),1(L))E5F5(L) (2.)
donde
A5B5(S)=2(S)2+1(S)=4(S)+1(S)=5(S)E5F5(S) (2.)
tem-se
E5F5(V)=1(V)+2(V)2=1(V)+4(V)=5(V)A1B1(V) (3.)
e
A5B5(S) =5(S)x5=5(S)2=25(S)A1B1(S) ( 2.)
A5B5(V) = 5(V)x5= 5(V)2=25(V) A1B1(V) ( 4.)
2
1 Os catetos desse triângulo podem ser iguais ou diferentes da unidade A1B1(L) e iguais ou diferentes entre si. 2 A área do quadrado de lado A5B5(L) e o volume do paralelepípedo cuja face é representada por este quadrado pode
ainda ser representada pela soma de um maior número de áreas e volumes, o que pressupõe uma aplicação mais vasta do
teorema de Pitágoras. Ex: Sendo A5B5(L)(2(L),1(L))E5F5(L)(1(L),2(L))A1B1(L), basta multiplicar cada um dos números
que definem o lado do quadrado A5B5(S) por cada um dos números que definem o lado do quadrado E5F5(S) para se obter
os números correspondentes aos lados dos quadrados cuja área correspondem às parcelas dessa soma.
2.
F5
E5
B5
’5
A5
A1 B1
1.
F5
E5
A1 B1
3.
F5
E5
A1 B1
4.
F5
E5
B5
’5
A5
A1 B1
4.
F2
E2
O
1. 2.
E2
O F2
A2 B2
E2
3.
F2
4.
A2 B2
F2
E2
9
11. DIFERENTE REPRESENTAÇÃO DA BASE DE UMA POTÊNCIA
Considerados os exemplos a) e b) referidos em 10. pode concluir-se o seguinte a partir das
representações que se seguem1:
a)
b)
Em a) a área do quadrado de lado E2F2(L) é igual à do rectângulo cujo lado maior é igual ao
lado do quadrado A2B2(S) (áreas sombreadas). O mesmo acontece em b) com as áreas do
quadrado e rectângulo sombreados. Logo, as áreas dos quadrados A2B2(S) e A5B5(S) representam o
resultado de multiplicações em que o multiplicando e o multiplicador são numericamente iguais, ou
o resultado de potências de expoente 2 cujas bases são, respectivamente, as áreas dos
quadrados E2F2(S) e E5F5(S), sendo estas áreas iguais à de rectângulos em que o lado menor é
igual à unidade A1B1(L) e o lado maior é o lado dos quadrados que representam o resultado dessas
multiplicações ou potências.
Sendo o multiplicando e multiplicador em ambos os casos numericamente iguais, estamos
perante um caso particular da multiplicação, ou seja, de uma potência de expoente igual a 2 cuja
base tanto pode corresponder à área de um quadrado como de um rectângulo, desde que o lado
do quadrado que a representa seja hipotenusa de um triângulo rectângulo.
12. CASO GERAL DA MULTIPLICAÇÃO DE UMA ÁREA
Consideremos agora o outro caso da Multiplicação em que o multiplicando e o multiplicador
são diferentes. Para isso tomemos como exemplos os dois quadrados cujas áreas representam as
bases das potências anteriormente consideradas, tendo em linha de conta a propriedade
comutativa da Multiplicação.
Assim, se os números correspondentes ao multiplicando e ao multiplicador corresponderem
às áreas dos quadrados de lados E2F2(L) e E5F5(L), respectivamente iguais a 2(S) e 5(S) A1B1(S),
são estas as representações das operações 2(S)x5A1B1(S) e 5(S)x2=10 A1B1(S):
1 Para facilitar a exposição passarei a considerar apenas os casos referentes a áreas, a menos que a representação dos
volumes correspondentes a essas áreas o justifique.
F5
E5
B5
’5
A5
A1 B1 F5
E5
A1 B1
F2
E2
O
E2
O F2
A2 B2
1. 2.
3.
4.
10
1ª. E2F2(S) x 5 A1B1(S)
Sendo o lado do quadrado cuja área representa o multiplicando definido pelos números
1(L),1(L) A1B1(L), e o lado do quadrado cuja área representa o multiplicador por 1(L),2(L) A1B1(L) é
esta a representação geométrica da multiplicação em questão, cujo resultado é representado pela
área do quadrado de lado E’10F’10(L), ou seja,
E’10F’10(L) (E’10E2(L),E2F’10(L)=1(L),2(L))E2F2(L)(E2O(L),OF2(L)=1(L),1(L))A1B1(L),
donde,
E’10F’10(S)= 1(S)+2(S)2 =5(S)E2F2(S)=1(S)+1(S)=2(S)A1B1(S)
ou
E’10F’10(S) =2(S)x5=10(S) A1B1(S)
2ª.
Sendo o lado do quadrado cuja área representa o multiplicando definido pelos números
1(L),2(L)A1B1(L), e o lado do quadrado cuja área representa o multiplicador por 1(L),1(L) A1B1(L) é
esta a representação geométrica da multiplicação em questão, cujo resultado é também
representado pela área do quadrado de lado E’10F’10(L), ou seja,
E’10F’10(L)(E’10O(L),OF’10(L)=1(L),1(L))E’10O(L) (sendo E’10O(L)=E5F5(L) e E5F5(L)
(E5A1(L),A1F5(L)=1(L),1(L))A1B1(L))
tem-se,
E’10F’10(S) = 1(S)+ 1(S) = 2(S) E5F5(S)(sendo E5F5(S)=1(S)+2(S)
2=5(S) A1B1(S))
donde
E’10F’10(S) = 5(S)x 2=10(S) A1B1(S)
Fica assim definida a propriedade comutativa de uma multiplicação em que os números que
representam o multiplicando e o multiplicador são áreas de quadrados de lados correspondentes a
hipotenusas de triângulos de catetos comensuráveis em relação à mesma unidade linear básica.
Acontece, porém, que num dos casos os catetos desses triângulos são iguais e no outro são
diferentes. Como integrá-los então na mesma representação geométrica? Para isso é necessário,
em primeiro lugar, ordenar no mesmo sistema coordenativo a série de quadrados de lados
correspondentes à sucessão dos números naturais (ímpares e pares).
13. SISTEMA COORDENATIVO – SUCESSÃO DE QUADRADOS DE LADOS ATÉ 5
Neste diagrama está representada a série ordenada
de quadrados de lados correspondentes à série natural
dos números inteiros, ímpares de pares, até 5, se os
considerarmos definidos a partir da unidade linear básica
A1B1(L).
Estes quadrados encontram-se integrados no Sistema
Coordenativo com origem em O, cujos eixos dividem ao
meio os seus lados. Logo, considerando que a própria
unidade linear básica se encontra dividida em dois
segmentos de recta iguais, em relação a um destes
segmentos os lados dos referidos quadrados são
potencialmente números pares.
F2
E2
O
E’10
F’10
E5
F5
F’10
E’10
O
A1
B5 A5
A4
A3
A2
A1
B4
B3
B2
B1
O
11
14. RELAÇÕES LINEARES E DE SUPERFÍCIE ENTRE QUADRADOS
Além da série de quadrados referida em 13.
neste diagrama estão representados todos os
quadrados de lados iguais a hipotenusas de
triângulos em que a soma dos seus catetos resulta
das múltiplas combinação entre os números até 4,
sendo os resultados dessas somas representados
pelos lados dos quadrados referidos anteriormente.
Ex:
A2B2(L)= E2O(L),OF2(L)=1(L)+1(L)=2(L) ) A1B1(L)
Neste exemplo, em que os catetos são iguais, o lado do quadrado que representa a sua soma
corresponde a um número par. Mas, sendo os catetos diferentes, a sua soma é representada por
um número ímpar, o que permite a representação simétrica de dois quadrados iguais baseada na
propriedade comutativa da soma, dando origem a um Princípio de Igualdade.
Ex:
A3B3(L)= A3E5(L)+E5B3(L)=1(L)+2(L)=3(L)A1B1(L)
A3B3(L)= A3E’5(L)+E’5B3(L)=2(L)+1(L)=3(L) A1B1(L)
Além da propriedade comutativa da soma pode ser também considerada a decomposição do
lado de um quadrado em parcelas diferentes, o que permite a representação de quadrados
diferentes, sendo igual o resultado da soma dos seus catetos.
Ex:
A5B5(L)=A5E17(L)+E17B5(L)=1(L)+4(L)=5(L)A1B1(L)
A5B5(L)=A5E’17(L)+E’17B5(L)=4(L)+1(L)=5(L)A1B1(L)
e
A5B5(L)=A5E13(L)+E13B5(L)=2(L)+3(L)=5(L)A1B1(L)
A5B5(L)=A5E’13(L)+E’13B5(L)=3(L)+2(L)=5(L)A1B1(L)
15. SÉRIE ORDENADA DE QUADRADOS DE ÁREA E LADO IGUAIS AOS NºS ATÉ 5
Como vimos em 11. a área de um quadrado de lado correspondente a um número inteiro que
seja múltiplo de uma determinada unidade linear representa o resultado de uma potência de
expoente 2 cuja base tanto pode ser representada pela área de um rectângulo em que o lado
menor é igual à unidade linear e o lado maior igual ao seu próprio lado, como pela área de um
quadrado de lado correspondente à hipotenusa de um triângulo, sendo essa área numericamente
igual ao lado do quadrado que representa o resultado dessa potência.
Na representação desta potência está implícita uma proporção linear constante. Ou seja, a
proporção numérica que define os catetos do triângulo cuja hipotenusa é o lado do quadrado que
representa a base da potência é a mesma daquela que define os catetos do triângulo cuja
hipotenusa corresponde ao lado do quadrado que representa o resultado dessa potência.
E’13
B5 A5
A4
A3
A2
A1
B4
B3
B2
B1
O
E17
F17
F’17
E’17
E13 F’13
F’13
E8
F8
E5
E’5
F’5
F5
E2
F2
E10
E10 F’10
E’10
12
1. Representação da proporção linear:
A2B2(L)(A2O(L),OB2(L)=1(L),1(L))E2F2(L), sendo (E2O(L),OF2(L) =
1(L),1(L)) A1B1(L) (caso em que os catetos da base e do resultado
da potência estão na proporção 1:1)
A4B4(L)(A4O(L),OB4(L)=2(L),2(L)A2(L)O, sendo A2(L)O=E2F2(L)
(1(L),1(L))A1B1(L), e A2B2(L)(1(L),1(L))E2F2(L) (caso em que o
quadrado (A2B2(L)) que representa a base da potência já é
resultado de outra potência de expoente 2, uma vez que
A2B2(L)(1(L),1(L))E2F2(L)(1(L),1(L))A1B1(L).
A5B5(L)(A5F5(L),F5B5(L)=2(L),1(L))E5F5(L)(E5A1(L),A1F5(L)=1(L),2(L))A1B1(L) (caso em que os catetos da
base e do resultado da potência estão na proporção 1:2)
2. Representação dos quadrados correspondentes à base de potências
Neste diagrama apenas estão representados os quadrados de áreas iguais a 2,4 e 5 (áreas
sombreadas), as bases das potências (E2F2(S))2, (A2B2(S))
2 e (E5F5(S))
2A1B1(S),ou seja, 2(S)
2,
4(S)2 e 5(S)
2A1B1(S), cujos resultados são respectivamente representados pelas áreas dos
quadrados de lados A2B2(L), A4B4(L)e A5B5(L), sendo estes lados iguais a 2(L), 4(L) e 5(L) A1B1(L).
3. Representação dos rectângulos correspondentes à base de potências
Neste diagrama estão representados os rectângulos (áreas sombreadas) de área
correspondente à dos quadrados referidos em 2.
Vejamos agora como o conceito de proporção referido em 1. está também implícito na
potência cujo resultado é representado pela área do quadrado de lado igual a A3B3(L), a qual tem
também por base o Teorema de Pitágoras, mas envolvendo mais do que dois quadrados, como
acontece com a potência (A2B2(S))2 ou 2
2A1B1(S), ao mesmo tempo que levanta um problema que
tem a ver com a relação entre o lado e a diagonal de um quadrado, intrinsecamente ligada à
duplicação de uma área, essencial na representação de um Sistema Coordenativo.
1.
B5 A5
A4
A3
A2
A1
B4
B3
B2
B1
O
E5
F5
E2
F2
B5 A5
A4
A3
A2
A1
B4
B3
B2
B1
O
E5
F5
E2
F2
2.
A4
A3
A2
A1
B4
B3
B2
B1
O
E5
F5
E2
F2
B5 A5
3.
13
16. POTÊNCIA DE EXPOENTE 2 TENDO COM BASE UM QUADRADO DE ÁREA IGUAL A 3
1.
A representação e integração de um quadrado de área igual a 3(S)A1B1(S) no sistema
coordenativo com origem em O, assim como a de qualquer quadrado que represente um
múltiplo da unidade modular A1B1(S), torna-se possível a partir do segmento de recta
correspondente a metade da diagonal deste quadrado. Neste caso, a distância do ponto O ao
vértice A1 do quadrado unidade A1B1(S) é representada pelo segmento de recta OA1, sendo a
distância do ponto O a um dos vértices dos quadrados de áreas iguais a 2(S) e 3(S) )A1B1(S)
representada respectivamente por OE2(OA1(L),A1(L)E2(L)=1(L),1(L))OA1(L) (caso em que esta
distância é definida por dois segmentos de recta iguais a OA1(L)) e OE3(OA1(L), A1(L)E2(L),
E2(L)E3(L)=1(L),1(L),1(L))OA1(L) (caso em que a distância OE3(L) é definida por três segmentos de
recta iguais a OA1(L)). Acontece, porém, que a distância OE2(L) é a primeira a poder ser
definida pela unidade modular A1B1(L), uma vez que OE2(L)=1A1B1(L), e a distância OE3(L)
pode ser também representada por dois segmentos de recta definidos a partir de OA1(L),
correspondendo um deles a um “número irracional”, uma vez que OE3(OE2(L), E2(L)E3(L)=
√2,1)OA1(L). Esta representação pressupõe 4 espirais de passo constante com origem no
ponto O, as quais são definidas a partir do segmento de recta OA1(L), tornando-se possível
definir a partir delas os vértices de uma sucessão de quadrados de áreas correspondentes à
série dos números inteiros definidos em relação à área do quadrado modular básico A1B1(S).
Mas, se em termos de áreas se torna possível definir geometricamente uma sucessão de
quadrados de áreas correspondentes à série natural dos números inteiros, o mesmo não
acontece com a definição dos lados de alguns desses quadrados ou com a distância do ponto
O a um dos seus vértices, nos quais está implícito o conceito de “número irracional”.
2.
A área do rectângulo sombreado representado em 2. é igual à área do quadrado de lado
E3F3(L) representado em 1., correspondendo a área do quadrado de lado A3B3(L) ao resultado
de uma potência de expoente 2 cuja base é representada pela área do referido quadrado e do
referido rectângulo.
3.
O resultado da potência E3F3(S)2=3(S)
2OA1(S) acabada de referir pode ser também
representada pela área do quadrado A’3B’3(S) representado em 3., o qual é obtido por um
processo idêntico àquele que deu origem ao quadrado E3F3(S) (base da potência), mas em que
os braços das espirais que determinam os seus vértices são iguais ao segmento de recta
OE3(L) (metade da diagonal do quadrado de lado E3F3(L)).
A2
A3
A1 B1
B2
B2
O
A3
A2
A1
F3
E3 E2
F2
B3
O
B1
B2
1. 2.
3.
A3
A2
A’3
A1
O
B1
B2 E2
B’3
B3
E3
F2
F3
14
17. RELAÇÃO NUMÉRICA ENTRE O LADO E A DIAGONAL DE UM QUADRADO
Foi a impossibilidade de representar o lado e a diagonal de um quadrado através de números
inteiros definidos a partir da mesma unidade linear que levou ao descrédito da filosofia pitagórica,
a qual era fundamentada no conceito de número natural ou inteiro. Essa possibilidade no entanto
existe, desde que o lado do quadrado em questão seja hipotenusa de um triângulo de catetos
mensuráveis em relação à mesma unidade linear, sendo o quadrado de lado E5F5(L) o primeiro a
permitir estabelecer uma relação numérica entre o seu lado e a sua diagonal.
1. Relação lado/diagonal de um quadrado
Sendo E5F5(L) (E5A1(L), A1F5(L)=1(L),2(L)) A1B1(L) (lado do quadrado)
tem-se:
E5G5(L) (E5C(L), CG5(L)= 3(L),1(L)) A1B1(L) (diagonal do quadrado)
Logo, E5G5(L)[(E5A1(L)+A1C(L))],[(A1F5(L)- CG5(L))] = [(1(L)+2(L)),(2(L)-1(L))]=(3(L),1(L)) A1B1(L)
donde se pode concluir que os números que definem a diagonal de um quadrado de lado
correspondente à hipotenusa de um triângulo de catetos mensuráveis em relação a uma
determinada unidade linear são obtidos pela soma e subtracção dos números que definem o
seu lado.
2. Duplicação de uma área (condição essencial do Sistema Coordenativo)
A distância de O ao vértice do quadrado de lado E’10F’10(L) é igual a E5F5(L), estando os
quadrados de lado E5F5(L) e E’10F’10(L) relacionados entre si por uma duplicação de áreas
(E5F5(S)= 5(L)A1B1(S) e E’10F’10(S)= 5(S)x2=10(S) A1B1(S) )
18. RELAÇÃO ENTRE ÁREAS DE QUADRADOS
A área de um quadrado cujo lado é igual à soma dos
catetos de um triângulo em que a hipotenusa é o lado de
outro quadrado é igual a duas vezes a área desse quadrado
menos a área do quadrado cujo lado é igual à diferença
entre os catetos desse triângulo. Isto porque, sendo
E5F5(S)=5(S)A1B1(L), a área do quadrado de lado A3B3(L) é
igual à área do quadrado de lado E’10F’10(L), menos a área do
quadrado de lado A1B1(L),ou seja,(5(S)x2)-1(S)=9(S)A1B1(S)
E5
F5
E’10
F’10
O
2.
3.
E5
F5
E’10
F’10
O
A1 B1
1
A3 B3
1.
E5
A1 B1 F5
G5 C
O
15
19. CONCEITOS DE SIMETRIA E DUPLICAÇÃO DE VOLUMES
O conceito de simetria baseado no conceito de duplicação de um
volume é representado em 1. pelo volume de dois cubos simétricos tendo
em comum a face representada no plano pelo quadrado de lado igual a
AB1(L).
Esta duplicação de volumes é
representada no plano pela duplicação da área
do quadrado A1B1(S), ou seja, pela área do
quadrado de lado igual a E2F2(L) (2.), o qual
passa a representar numericamente o volume
de um paralelepípedo de volume igual a 2(V)
A1B1(V) colocado na parte superior do plano (3.).
20. CONCEITOS DE REBATIMENTO
A representação dos vértices (A’1, B’1 e A’’1, B’’1) não
pertencentes ao plano a que pertence a face comum (quadrado
A1B1(S)) dos dois cubos simétricos de aresta igual a A1B1(L) pode
ser feita de acordo com dois tipos de rebatimento, os quais
permitem uma representação diferente desses vértices (pontos) no
plano de rebatimento. (1.)
a) REBATIMENTO COORDENATIVO
Este tipo de rebatimento pressupõe dois sistemas coordenativos: um definido pelas medianas
do quadrado A1B1(S) e outro pelas suas diagonais. Assim, para rebater, por exemplo, os pontos A’1
e A’’1 que se encontram numa posição simétrica em relação ao plano (plano de rebatimento) a que
pertence o quadrado A1B1(S), torna-se necessário rebater as arestas verticais dos dois cubos
unidos pela face correspondente a este quadrado perpendicularmente às diagonais deste
quadrado. Deste modo, se o rebatimento da aresta a que pertence o vértice A’1 (ponto colocado
acima do plano de rebatimento) considerado em 1. for feito no sentido dos ponteiros do relógio em
torno do vértice A1, a posição do ponto A’1 considerado em 1. após o seu rebatimento coincide no
plano de rebatimento com o ponto A’1 considerado em 2. Logo, a distância do ponto O ao ponto A’1
considerado em 1. (sendo este ponto um dos vértices do cubo situado acima do plano de
A1 B1
1.
2. 3.
E2
F2
B1 A1
E2
F2
B1 A1
2.
B’1
A1 B1
O
A’1
E
F
3.
A’’1
B’’1
A1 B1
O
F
E
B’1
A1 B1
O
A’1
E
F A’’1
B’’1
4.
A’1
A1 B1
1.
B’1
A’’1 B’’1
16
rebatimento) é igual à distância do ponto O ao vértice A’1 do quadrado de lado A’1B’1(L)
representado em 2. Consequentemente, esta distância apenas pode ser definida em relação a
uma fracção da unidade linear A1B1(L), ou seja, A1B1(L) /2 , representada em 2. por OF(L).
Nesse caso seria esta a representação numérica da distância do ponto O a A’1
O A’1 (L)(OF(L), FA1(L), A1A’1(L)=1(L),1(L), 2(L)) A1B1(S)/2 ou OF(L),
donde
OA’1(S) =1(S)+1(S)+ 2(S)2 = 6 A1B1(S)/4 ou OF(S)
Mas como a distância entre dois vértices consecutivos do cubo acabado de considerar depois
de rebatidos é representada pelo lado do quadrado A’1B’1(S), o qual corresponde à hipotenusa de
um triângulo de catetos iguais a A’1O(L) e OB’1(L) , e a área deste quadrado é igual ao dobro da área
de um quadrado de lado OA1(L) , pode deduzir-se que a área deste quadrado pode ser definido
numericamente em relação a três unidades de superfície diferentes, ou seja,
A’1B’1(S) =6(S)OF(S)
A’1B’1(S) =3(S)EF(S)
A’1B’1(S) =3/2(S) ou 1(S) +1/2(S)A1B1(S)
o que evidencia que o conceito de «número» é um conceito essencialmente relativo, uma vez que
depende sempre da unidade modular em relação ao qual é definido.1
Considerando agora o rebatimento do ponto A’’1 representado em 1. de um modo análogo ao
de A’1 (no mesmo sentido que este), basta que se considere a rotação do segmento A1A’’1(L)
(aresta do cubo colocado na parte inferior do plano) em torno do ponto O, para que a aresta
A1A’’1(L) ocupe no plano uma posição simétrica (sentido inverso) em relação à aresta A’1A1(L) a
partir do ponto A1, como se pode ver em 2., estando o rebatimento dos vértices dos dois cubos2
representado em 3.
b) REBATIMENTO MÁXIMO
Se o rebatimento do ponto A’1
(considerado em 1.) em torno do ponto A1 for
considerado sobre um dos planos definidos
por uma das faces verticais do cubo colocado
na parte superior do plano de rebatimento, de
modo que A’1 venha a ocupar neste plano a
posição de E5 (vértice do quadrado E5F5(S)
representado em 5.), o rebatimento de A’’1 em
torno de A1 é feito sobre o plano definido pela
face perpendicular à anterior, vindo a coincidir
com o ponto E’5 (vértice do quadrado
E’5F’5(S) representado em 6.)
1 De salientar que o quadrado de lado EF(L), com metade da área do quadrado A1B1(S)
é o primeiro a ser integrado no
sistema coordenativo com origem em O pelo que, em relação à área deste quadrado, as áreas dos três quadrados
representados em 2. são representadas numericamente por 1(S), 2(S) e 6(S) EF(S).
2 Esta é a primeira vez em que pontos não pertencentes ao plano de referência podem ter neste plano uma representação
diferenciada. E, como é evidente, se a rotação das arestas dos cubos for feita no sentido inverso àquele considerado, as posições de A’1 e B’1 no plano de rebatimento passam a ser as de A’’1 e B’’1 e vice versa.
E5
A1 B1 F5
5.
E’5 A1 B1
F’5
6.
17
A este tipo de rebatimento dou o nome de «rebatimento máximo», pelo facto do segmento de
recta correspondente ao rebatimento da primeira aresta vertical do cubo de aresta A’1A1(L)
(representada no plano de rebatimento por A1E5(L)) corresponder ao cateto menor de um triângulo,
cujo cateto maior é igual à soma de uma das arestas (A1B1(L)) do cubo pertencente ao plano de
rebatimento e do segmento de recta que representa o rebatimento da segunda aresta vertical do
cubo (aresta B’1B1(L), representada no plano de rebatimento por B1F5(L)), ou seja, E5F5(L) [E5A1(L),
(A1B1(L)+B1F5(L) )=1(L),(1(L)+1(L))=1(L),2(L))]A1B1(L), como se pode ver em 7.. No diagrama seguinte,
8., está representado o rebatimento máximo das arestas simétricas das anteriores, as quais
pertencem ao cubo situado na parte inferior do plano. Assim, o resultado da soma dos catetos dos
triângulos relacionados com este tipo de rebatimento é representado em 7. e 8. pelo lado do
quadrado A3B3(S), sendo A3B3(L)=A3E5(L)+E5B3(L)=1(L)+2(L)=3(L))A1B1(L), e A3B3(L)=A3F’5(L)+F’5B3(L)=
2(L)+1(L)=3(L))A1B1(L) (propriedade comutativa da soma em relação a lados de quadrados
formados por um conjunto de unidades lineares1).
21. PRINCÍPIOS DE IGUALDADE E DE IDENTIDADE ENTRE QUADRADOS
1 Esta propriedade comutativa relacionada com este tipo de rebatimento aplica-se a todos os cubos ou
paralelepípedos simétricos cujas faces comuns são representadas no plano onde é feito o rebatimento das suas arestas verticais (ver 14. RELAÇÕES LINEARES E DE SUPERFÍCIE ENTRE QUADRADOS), sendo de considerar que o lado do quadrado A5B5(LS)é o primeiro a representar o rebatimento máximo das arestas verticais de dois paralelepípedos simétricos de base e
altura diferentes, uma vez que A5B5(L)=A5E17(L)+E17B5(L)=1(L)+4(L))A1B1(L) e A5B5(L)=A5E13(L)+E13B5(L)=2(L)+3(L)A1B1(L), e
também A5B5(L)= A5F’17(L)+ F’17B5(L)=4(L)+1(L))A1B1(L) e A5B5(L)= A5F’13(L) +F’13B5(L)=3(L)+2(L)A1B1(L)
7. 8.
E5
A1 B1 F5
A3 B3 F’5 A3 B3
E’5 A1 B1
E’5
F’5 E5
A1 B1 F5
A3 B3
1.
2.
F45
E’5
F’5 E5
A1 B1 F5
A5 B5
A’5
B’5
E45
B3 A3
C1
18
Basta olhar os diagramas 1. e 2. para se poder concluir que o Princípio de Igualdade que
relaciona entre si os quadrados de lados E5F5(L) e E’5F’5(L) representados nestes diagramas é o
mesmo que relaciona entre si os quadrados de lados A5B5(L) e A’5B’5(L) representados no segundo
diagrama e que neles estão implícitos todos os princípios já referidos em relação ao primeiro. Mas,
enquanto no primeiro a distância entre dois vértices consecutivos do cubo A1B1(V) depois de
submetidos ao rebatimento máximo é definida no plano de rebatimento pelos mesmos números
em relação a A1B1(L) (sendo considerada a sua propriedade comutativa), no segundo, além da
distância entre os vértices dos cubos unidos pelo quadrado E5F5(S) depois de rebatidos poder ser
definida pelos mesmos números em relação a E5F5(L), ela pode ser também definida por dois
números diferentes em relação a A1B1(L). Isto porque,
sendo
A5B5(L)(A5F5 (L),F5B5(L)= 2(L),1(L))E5F5(L) e A’5E5(L)(E5B’5 (L),F5B5(L)=1(L),2(L))E5F5(L)
tem-se também
A5B5(L)=5(L)A1B1(L) (caso em que A5B5(L) é representado por um número inteiro em relação a A1B1(L))
e
A’5B’5(L)(A5C1 (L),C51B’5(L)= 4(L),3(L))A1B1(L) (caso em que A’5B’5(L) é representado por dois números inteiros
em relação a A1B1(L))
Logo, além de relacionados entre si por um Princípio de Igualdade, o qual permite a mesma
representação numérica em relação ao lado do quadrado E5F5 (S), os lados dos quadrados A5B5(S) e
A’5B’5(S) estão também relacionados entre si por um Princípios de Identidade, o qual permite uma
representação numérica diferente em relação ao lado do quadrado unidade A1B1(S).
O mesmo se pode dizer em relação aos lados dos quadrados resultantes do rebatimento dos
cubos simétricos cuja face comum é o quadrado E’5F’5(S), os quais se encontram representados
em 3. (quadrados de lados A’5B’5(L) e A’’5B’’5(L)).
Neste diagrama, porém,
pode concluir-se que alguns dos
pontos que representam o
rebatimento máximo de dois
vértices consecutivos dos cubos
simétricos cujas faces comuns
são os quadrados E5F5(S) e
E’5F’5(S), representam também o
rebatimento máximo de dois
vértices consecutivos de dois
paralelepípedos simétricos
unidos pela face correspondente
ao quadrado A1B1(S), sendo o
volume de cada um deles igual a
3 unidades definidas a partir do
volume do cubo A1B1(V).
Por outro lado pode ainda
concluir-se que os quadrados de
lados A5B5(L), A’5B’5(L) e A’’5B’’5(L)
representam o resultado de
potências de expoente 2 cujas
bases são representadas pelas áreas dos quadrados E5F5(S) e E’5F’5(S), sendo precisamente a
partir do conceito de proporção linear envolvido na representação destas potências que será
justificado o Último Teorema de Fermat.
3.
A’’5
F45
E’5
F’5 E5
A1 B1 F5
A5 B5
A’5
B’5
E45
B3 A3
C1 D1
B’’5
F’45
E’45
B’’’5 B’’’5
19
20