Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

49
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS TEXTO ACADÊMICO CONCEITUAÇÃO E PLANEJAMENTO DE EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA Autores: Luiz Antonio Augusto Gomes Ernani Clarete da Silva Wilson Roberto Maluf LAVRAS 2004

Transcript of Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

Page 1: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

TEXTO ACADÊMICO

CONCEITUAÇÃO E PLANEJAMENTO DE

EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA

Autores:

Luiz Antonio Augusto Gomes

Ernani Clarete da Silva

Wilson Roberto Maluf

LAVRAS

2004

Page 2: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

1

1- INTRODUÇÃO

O mercado de olerícolas no Brasil tem passado por profundas modificações,

especialmente nas duas últimas décadas. Tem-se tornado cada vez mais

competitivo, e maiores têm sido as exigências em termos de qualidade do produto

final. Neste contexto, o produtor está em constante busca por uma produção de

melhor qualidade, com maior produtividade e menor custo.

Nivelar o entendimento do que é olericultura é o passo inicial para que técnico

e produtor possam discutir de forma produtiva todos os aspectos relacionados à

atividade, buscando ser eficientes no planejamento, para atingir com sucesso os

objetivos do mercado. Desta forma, é importante inicialmente situar a olericultura

como uma atividade dentro de um conceito mais abrangente, que é a fitotecnia. A

partir daí fazer alguns esclarecimentos sobre determinados termos, freqüentemente

utilizados, bem como apresentar algumas características desta atividade.

O que produzir, quanto produzir, quando produzir e como produzir,

invariavelmente, tem sido questionamentos que dificilmente são equacionadas pelo

técnico ou produtor no momento de iniciar um empreendimento hortícola,

principalmente quando o entendimento prévio da olericultura não existe.

Responder criteriosamente estas questões antes da implantação do

empreendimento, significa estar atento à adequação de um planejamento complexo,

onde a gestão correta dos fatores de produção (terra, capital e trabalho), de

conformidade com o mercado e as tecnologias disponíveis, para cada realidade do

produtor, devem ser considerados.

Assim, este texto tem como objetivo discutir alguns conceitos básicos sobre a

olericultura, bem como organizar, de maneira prática, as informações e os

procedimentos que devem preceder a implantação de um empreendimento de

produção de espécies olerícolas.

Page 3: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

2

2- OLERICULTURA

A palavra olericultura muitas vezes não é bem entendida, ou mesmo, é

desconhecida de muitos. Ela vem do latim onde “Olus”, “Oleris”, significa hortaliça e

“colere” quer dizer cultivar. É, portanto, a dedicação ao cultivo de hortaliças. Para

situar a olericultura no contexto das atividades agrícolas a mesma se encontra

inserida dentro de um termo mais abrangente, que é a Fitotecnia.

RAMOS DA FITOTECNIA

Grandes culturas: refere-se à exploração das culturas anuais ou perenes,

normalmente cultivadas em grandes áreas. Como exemplo pode-se citar o milho, a

soja, o café, a cana de açúcar, o arroz, o feijão e o algodão, entre outras.

Silvicultura: diz respeito à exploração de espécies florestais, para obtenção de

madeira para diversos fins, como celulose, carvão vegetal, móveis etc.

Forragicultura: é o ramo da fitotecnia que trabalha com as plantas forrageiras,

destinadas à produção de alimentos para os animais, seja através de pastagens seja

através de forrageiras para corte, as quais podem ser fornecidas no cocho tanto de

forma fresca como em forma de silagem ou feno.

Horticultura: este é um ramo abrangente dentro da fitotecnia, já que aí se

encontram algumas atividades especializadas:

- Floricultura: produção de flores para corte

- Fruticultura: produção de fruteiras como pessego, uva, goiaba e laranja

entre outras.

- Jardinocultura: cuida das plantas ornamentais

- Olericultura: é o ramo que se dedica às hortaliças, incluindo aí o

morango, melão e melancia. Nos últimos anos, também tem sido incluído

neste segmento as plantas medicinais e condimentares.

- Viveiricultura: produção de mudas.

Page 4: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

3

De alguns anos para cá, tem-se desenvolvido no Brasil, uma atividade

importante para alguns ramos da horticultura, que é a denominada Plasticultura, a

qual normalmente pode ser empregada tanto pela Olericultura, como pela

Fruticultura, Floricultura, Viveiricultura, etc. Esta atividade tem exercido uma

importância fundamental, tanto na produção de mudas como também em plantios

comerciais, contribuindo para melhorar a qualidade e a quantidade de produtos,

principalmente fora da época normal de plantio

Os termos utilizados na olericultura muitas vezes não são esclarecedores,

podendo causar algumas interpretações errôneas. Por exemplo:

- melão, melancia, morango: em alguns países, são estudados dentro da

Fruticultura.

- batata: algumas escolas e instituições de pesquisa consideram como parte

de Grandes Culturas.

- em Portugal, Horticultura em geral é empregado numa concepção mais

restrita, como sinônimo de Olericultura.

2.1- CARACTERÍSTICAS DA EXPLORAÇÃO DE HORTALIÇAS

A atividade olerícola possui algumas características próprias que a

diferenciam da maioria das outras culturas.

Ciclo cultural curto: isto permite que vários plantios com a mesma espécie, ou com

espécies diferentes, possam ocupar o mesmo local durante o ano. Exceções

existem para as hortaliças perenes ou semi-perenes, como chuchu, aspargo e

alcachofra.

Aproveitamento de áreas marginais: permite aproveitamento de áreas marginais

para grandes culturas, como na periferia de grandes centros, onde as terras

normalmente são muito caras, ou em regiões onde as terras são de baixa fertilidade

natural. Em ambos os casos a atividade comporta tanto o maior custo de aquisição

da terra ou da recuperação da mesma através de adubações químicas pesadas. É

uma atividade que se caracteriza pelo uso intensivo de insumos.

Utilização de pequenas áreas: em grande parte dos casos é praticada em pequenas

propriedades, sendo uma característica da atividade o uso intensivo do solo.

Page 5: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

4

Existem muitas exceções, como no caso da ervilha para conserva, tomate industrial

e batata, que são cultivados em geral por grandes produtores.

Utilização intensiva de mão de obra: a atividade olerícola demanda um grande

número de práticas culturais na condução das culturas, tais como tutoramento,

amontoa, desbrota, desbaste ou raleio, adubações de cobertura, etc.

Possibilidade de alta renda bruta e líquida por unidade de área: a produção da

maioria das hortaliças normalmente se dá na casa das dezenas de toneladas por

hectare. As produtividades que se consegue com algumas culturas como tomate (80

t.ha-1), pimentão (45 t.ha-1), repolho (40 t.ha-1), beterraba (40 t.ha-1), entre outras

servem como exemplo do que é possível se produzir por unidade de área.

Existem cerca de 70 espécies olerícolas que são cultivadas no Brasil,

considerando-se apenas as três de maior importância, cebola batata e tomate, tem-

se o seguinte quadro:

Produto Área (ha) Quantidade (1.000 t)

Valor total

(R$ 1.000)

Valor por ha

(R$)

Cebola 66.830 1.184 662.976,00 9.920,34

Batata 146.693 2.897 869.242,00 5.925,58

Tomate 58.061 3.443 929.817,00 16.014,49

Fonte – Agrianual 2004 – adaptado. Obs.: no caso do tomate inclui-se o tomate para indústria.

Estas características dão à olericultura um aspecto social muito importante no

contexto da agricultura, já que a utilização intensiva de mão de obra e a exploração

de pequenas propriedades pela própria família, permitem principalmente a fixação

do homem no campo e uma maior renda para as pequenas propriedades.

2.2- TIPOS DE EXPLORAÇÃO OLERÍCOLA

2.2.1- Exploração comercial diversificada:

A exploração diversificada normalmente tem as seguintes características:

- Exploração feita em áreas pequenas, porém com várias culturas.

- O produtor na maioria das vezes comercializa sua produção junto a

varejistas (feiras, mercados, supermercados), ou ele próprio é o varejista,

que faz a comercialização quase sempre em feiras.

Page 6: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

5

- Em geral é uma atividade típica de cinturões verdes, que tenta explorar a

vantagem de estar próxima de centros urbanos.

- É comum, com o tempo, tender a entrar em competição com

empreendimentos imobiliários, mudando-se para terrenos mais afastados.

2.2.2- Exploração comercial especializada:

A exploração especializada, de forma diferente da anterior atua normalmente

com as seguintes características:

- Normalmente trabalha com um menor número de hortaliças, variando de

uma a no máximo três ou quatro.

- A tecnologia de produção utilizada é mais avançada, com maior uso de

máquinas e de insumos modernos.

- Exploram áreas quase sempre maiores.

- A comercialização em geral é feita via atacadistas, em Centrais de

Abastecimento (CEASA’s), ou redes de Supermercados.

- Freqüentemente praticada por empresários, mais predisposto a assimilar e

a investir em novas tecnologias.

2.2.3- Para fins de industrialização

A exploração com finalidade industrial possui algumas características

específicas como:

- Freqüentemente as culturas se encontram em grandes áreas, plantadas

em geral de maneira mais extensiva. É o caso, por exemplo, da(o):

a) Ervilha seca para conserva, totalmente mecanizada;

b) Tomate industrial, no qual se usam cultivares de crescimento

determinado plantadas sem tutoramento;

c) Milho doce, cultivares próprias, de sementes rugosas, e cuja

colheita deve ser processada em poucas horas.

- Os custos de produção por unidade de área, em geral, são menores do

que o cultivo para consumo in natura.

Page 7: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

6

- Os plantios são efetuados com a finalidade de abastecer as

agroindústrias.

- Caracteriza-se por haver um contato prévio entre o produtor e a

agroindústria, no qual se determinam as obrigações de ambas as partes:

as do produtor (qual área a ser plantada, quais cultivares são permitidas e

qual é o padrão do produto a ser produzido) e as da agroindústria

(comprar a produção a um preço previamente acordado).

Observação: é comum existirem ainda hortas sem finalidade comercial. Podem ser

as hortas domésticas, que visam à subsistência ou suplementação alimentar ou as

hortas com finalidade educativa e recreativa. Normalmente elas se localizam

próximas à habitação, escola ou creche. Fazem uso intensivo da mão de obra e

procuram evitar o uso de agrotóxicos.

2.3- CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS

Segundo Filgueira (1981), as hortaliças podem ser classificadas

considerando-se aspectos distintos. Assim apresentam-se os tipos de classificação

proposto pelo mesmo, conforme estes aspectos considerados:

2.3.1- CLASSIFICAÇÃO PELAS PARTES COMESTÍVEIS:

Este tipo de classificação apresenta a vantagem de reunir plantas que tem

características comuns quanto à pós-colheita e, freqüentemente também, quanto ao

aspecto agronômico.

Hortaliças tuberosas: neste grupo encontram-se as hortaliças cujas partes

utilizáveis pelo homem desenvolvem-se dentro do solo, ou ao nível deste, conforme

alguns exemplos:

Tubérculos: batata, cará.

Rizomas: inhame.

Bulbos: cebola, alho.

Raízes tuberosas: cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa

(=fiuza, batata-baroa), rabanete, rábano.

Page 8: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

7

Hortaliças herbáceas: as hortaliças nas quais as partes utilizáveis são aquelas

suculentas e tenras, que se desenvolvem acima do nível do solo:

Folhas: alface, almeirão, chicórea, repolho, couve, couve-de-Bruxelas, acelga,

couve- chinesa, espinafre europeu, espinafre da Nova Zelândia, taioba.

Talos e hastes: aspargo, aipo, funcho, couve- rábano.

Flores e inflorescências: couve-flor, couve- brócolos, alcachofra.

Hortaliças-frutos: cuja parte consumida pelo homem são os frutos ou pseudo-

frutos colhidos imaturos ou maduros:

Frutos imaturos: abóbrinha; quiabo, berinjela, jiló, ervilha-torta, ervilha tipo

coração de manteiga e ervilha de grãos verdes (frutos colhidos imaturos, mas

somente sementes são consumidas); feijão-vagem, vagem-de-metro,

pimentão (verde), milho-verde, milho-doce.

Frutos maduros: abóboras, morangas, melancia, melão, morango (pseudo-

fruto); pimentão (vermelho e amarelo); tomate.

2.3.2- CLASSIFICAÇÃO BASEADA NAS FAMÍLIAS BOTÂNICAS:

Este tipo de classificação apresenta a vantagem de ser mais estável em

relação ao anterior, utilizando-se de critérios taxonômicos, reconhecidos

cientificamente. Por outro lado é também mais útil, no sentido de classificar por

grupo, os gêneros em geral sujeitos a problemas mais comuns, como doenças e

pragas.

Principais famílias e espécies olerícolas:

Alliaceae: cebola, cebolinha, alho, alho-porró.

Apiaceae (=Umbelliferae): cenoura, batata-baroa, aipo, funcho, salsa, coentro.

Brassicaceae (=Cruciferae): couve-manteiga, couve-tronchuda, repolho,

couve-flor, brócolos, couve-de-Bruxelas, repolho crespo, couve-rábano,

couve-chinesa (=falsa acelga); mostardas; nabo; rabanete, rábano, agrião,

rúcula.

Cichoriaceae (=Compositae): alface, almeirão, chicória, endívia.

Cucurbitaceae: pepino, maxixe, melão, abóboras, abobrinhas, morangas,

mogangos, melancia, chuchu.

Page 9: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

8

Fabaceae (=Leguminosae): feijão-de-vagem, feijão-de-lima (=falsa fava);

ervilha; feijão-de-corda, vagem-de- metro; fava italiana.

Solanaceae: batata, tomate, berinjela, jiló, pimentão, pimentas (não da do

reino).

2.3.3- OUTROS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO:

Existem ainda outros critérios que às vezes são utilizados na classificação

das hortaliças:

Critério popular:

Como o próprio nome diz, é um critério utilizado por leigos, sendo pouco

preciso e muito vago, devendo, portanto ser evitado. Fala-se, por exemplo, em

legumes e verduras, o que traz sempre muitas contradições. Segundo este critério, a

batata seria um legume (apesar de não ser fruto de leguminosa) e a beterraba, uma

verdura (apesar de não ser verde). É um critério que deve ser evitado, dando-se

preferência ao termo também popular hortaliças simplesmente.

Classificação pelas exigências climáticas:

Este apesar de também ser pouco preciso, muitas das vezes é útil,

especialmente para classificar cultivares da mesma espécie olerícola que diferem

marcadamente quanto às exigências climáticas, e que, portanto merecem ser

distinguidos. Com exemplo pode-se citar:

- Alface, repolho, couve-flor, cenoura de verão.

- Alface, repolho, couve-flor, cenoura de inverno.

Page 10: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

9

3 - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PLANEJAMENTO

A adequação dos fatores de produção para um bom planejamento hortícola é

complexa e deve contemplar aspectos importantes da atividade. Dentre os vários

aspectos relevantes, deve-se levar em conta que:

- Cultivam-se espécies cujas cultivares muitas vezes reagem de forma diferente às

condições climáticas distintas (Ex. cenoura Nantes, cultivar de inverno, é diferente

de cenoura Brasília, cultivar de verão);

- Demanda o uso intensivo de tecnologia, tais como irrigação, pulverização, além de

adubações pesadas.

- Os produtos estão sujeitos a condições diferentes de mercado. No Rio de Janeiro,

por exemplo, dá-se preferência na comercialização a tomates mais maduros,

enquanto em São Paulo e Minas Gerais a preferência é por frutos de tomate mais

verde (“de vez”). São Paulo consome boa parte de alface do tipo crespa (em 2001,

42% da alface que foi comercializada através da CEAGESP era crespa), enquanto

em estados como Minas Gerais, Santa Catarina, entre outros, a grande maioria do

mercado ainda é de alface lisa.

O mercado tem se tornado cada vez mais exigente em termos de qualidade,

enquanto os custos de produção têm se elevado, tornando-se necessário uma maior

competitividade por parte do produtor.

O planejamento deverá levar em conta ainda, um levantamento prévio de dados,

com o maior número de informações possíveis sobre as condições do agricultor, de

sua propriedade e do mercado.

3.1- O QUE PRODUZIR?

A escolha e decisão sobre as espécies olerícolas que comporão o

empreendimento, passa pelo conhecimento de três aspectos fundamentais:

mercado, viabilidade econômica e tecnologia disponível.

Mercado: o mercado é, indiscutivelmente, o aspecto mais importante a ser

observado. A maioria dos investimentos em olericultura fracassam devido à

negligência por parte do produtor em relação ao mercado. É imprescindível em

olericultura com alta tecnologia, que o produto já esteja comercializado antes da

produção.

Page 11: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

10

O estudo de mercado, previamente organizado, deve contemplar até

informações sobre os hábitos alimentares da população alvo. Respectivas

informações determinarão o tipo de mercado, se local, regional ou ao nível de

CEASA’s.

Quando a opção é ao nível de CEASA, deve ser verificado o período de

menor oferta do produto, o que implicará em cotações maiores de preço.

Ultimamente, tem sido uma ótima opção de comércio as grandes redes de

supermercados, as quais patrocinam a produção, garantem preços estáveis e

compensadores durante o ano todo e exigem do produtor, qualidade e freqüência

do produto em suas prateleiras.

Tecnologia Disponível: definir o que é bom para o mercado não terá muita utilidade

se o produtor não tiver ao seu alcance a tecnologia que o permita produzir com a

qualidade e a freqüência que o mercado exige.

Viabilidade Econômica: tendo mercado e tecnologia disponível para atender a

demanda, um estudo de viabilidade econômica do empreendimento irá demonstrar

qual é o preço mínimo adequado para que o produto possa ser comercializado, de

maneira que o empresário aufira lucro que o permita manter-se na atividade. A

viabilidade econômica é um estudo que deve ser realizado e discutido junto ao

mercado resultando no ajuste final de compra e venda do produto. Esses estudos

ajudarão na formação dos preços de interesse para o mercado, para o produtor e

para o consumidor.

3.2- QUANTO PRODUZIR?

A olericultura é atividade de alto risco. Uma vez produzida a hortaliça, sua

comercialização tem que ser imediata assim como o consumo. Para a maioria das

espécies não existem condições para armazenamento. Assim, o mercado, o estudo

de viabilidade econômica e a tecnologia disponível voltam a ser aspectos de

importante consideração. Uma vez definido quanto e como será a comercialização, a

espécie olerícola e o quanto deve ser produzido, automaticamente estarão também

definidos. O dimensionamento da atividade fica então subordinado a estas

Page 12: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

11

informações, assim como à disponibilidade de recursos financeiros. Veja que o

empreendimento somente será iniciado depois de garantida a comercialização do

produto.

3.3- QUANDO PRODUZIR?

Novamente o mercado é de fundamental importância. As informações de

freqüência da oferta do produto irão determinar as épocas de semeio, produção de

mudas que se resumem no escalonamento da produção. A sazonalidade do

produto é outro aspecto a ser considerado já que a tecnologia pode minimizar ou até

anular tais efeitos. Informações práticas relacionadas à produção escalonada

estarão disponíveis nos capítulos seguintes.

3.4- COMO PRODUZIR?

Esta decisão depende exclusivamente da tecnologia disponível e viável. Estas

informações é que nortearão o como plantar de maneira a atender uma produção

com qualidade, quantidade e freqüência de acordo com as exigências do

mercado. Informações técnicas com exemplo de produção estarão disponíveis nos

próximos capítulos.

4- PLANEJAMENTO

Planejar significa organizar atividades em forma de projeto para se conseguir

alcançar um objetivo definido. Ninguém consegue organizar atividades para

determinado fim sem antes estar com todos os dados disponíveis sobre o assunto.

Por outro lado, os dados normalmente não existem prontamente disponíveis e muito

menos são encontrados organizados, para sua utilização direta. Isto significa dizer,

que as informações devem ser criteriosamente levantadas e organizadas, de

maneira a oferecer subsídios importantes para o planejamento.

4.1 - LEVANTAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados é uma etapa importante para o planejamento. Deve

ser criterioso e especifico para o planejamento em questão. Levantamento de

informações desnecessárias, além de tomar tempo útil dificultará o processamento

Page 13: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

12

das mesmas. No caso de planejamento hortícola, pode-se dividir as informações em:

dados de mercado e dados da propriedade.

4.1.1- Dados de mercado

Devem ser levantados para avaliação de potencial. Estes dados serão de

grande importância para definição do produto e a quantidade a ser produzida.

Raio de ação do mercado (local, regional ou CEASA).

Hábitos de consumo da população.

Distância da propriedade ao local de comercialização.

Infra-estrutura para escoamento da produção.

Infra-estrutura de comercialização existente.

4.1.2- Dados da propriedade

Devem ser levantados para avaliação da infra-estrutura física e condições

climáticas:

Localização (altitude, longitude, latitude), área, produção existente, tipo de

solo, declividade, potencial hídrico, máquinas e equipamentos, veículos, animais

(quantidade, espécie, raça), energia elétrica, construções existentes, estradas e

carreadores, meios de comunicação (telefone, fax, internet), precipitação

pluviométrica, umidade relativa, série climática (temperatura), mão de obra

(quantidade e qualidade), nível de escolaridade do proprietário.

4.2- ELABORAÇÃO DO PROJETO

Projeto é o resultado do processamento dos dados e informações

organizados de maneira a atender os objetivos de produção. É um documento que

norteará as ações do produtor passo a passo. Observar que os dados da

propriedade devem ser usados de maneira a adequar-se às propostas de produção.

Isto significa dizer que se necessário, a infra-estrutura deve ser alterada significando

também, investimentos. Por outro lado, na impossibilidade de investimentos na

propriedade, a produção é que deve se adequar aos recursos de infra-estrutura da

propriedade, quando possível. Para melhor entendimento, serão apresentados dois

exemplos hipotéticos para produção de alface e pimentão.

Page 14: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

13

O exemplo da alface é típico de uma cultura na qual uma única planta é

colhida uma vez só e tem pouca durabilidade no campo, passando do ponto de

colheita rapidamente, apresentando, portanto uma colheita toda concentrada. Isto

pode ser adaptado a outras culturas com a mesma característica, tais como:

almeirão, rabanete, milho verde, entre outras. Algumas culturas, tais como

beterraba, cenoura, couve-flor e repolho, entre outras, apesar de cada planta ser

colhida uma única vez como a alface, as mesmas podem permanecer por mais

tempo no campo, sem passarem do ponto de colheita, ou ainda, há uma ligeira

desuniformidade quanto às plantas atingirem o ponto de colheita. Nesta situação é

possível que a colheita seja mais espaçada do que no caso da alface.

Já o exemplo do pimentão, procura mostrar uma cultura típica onde ocorrem

colheitas múltiplas, que se estendem por várias semanas e ocorrem em uma mesma

planta diversas vezes. Como exemplo podem-se citar as abóboras, a berinjela, o

tomate, o pimentão, etc...

Page 15: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

14

4.2.1- PRODUÇÃO ESCALONADA DE ALFACE

Pretende-se produzir para venda semanal, 1440 pés de alface. Observa-se

que estão definidas, a quantidade e a freqüência de produção. Isto significa que

todas as etapas preliminares foram cumpridas resultando no que produzir, quanto

produzir e quando produzir. Esta etapa do planejamento fica então restrita, ao

como será produzido esta quantidade de alface com a freqüência sugerida, ou seja

1440 pés por semana. Em condições de campo este objetivo seria atingido com

mais facilidade durante o período de temperaturas mais amenas (inverno) e com

maior dificuldade e risco na época quente e chuvosa (verão). Para diminuir estas

incertezas, pode-se lançar mão de tecnologias disponíveis, e uma delas é o uso do

cultivo protegido em casa de vegetação. Observar também que a freqüência de

1440 pés de alface por semana exige que esta produção seja escalonada. Então, o

escalonamento de plantio deve ser feito com base no ciclo da cultura e na

quantidade que se quer colher em determinado espaço de tempo. Na cultura de

alface levam-se em torno de três semanas (21 dias) da semeadura até o transplante

(fase de formação das mudas), mais 35 a 42 dias (5 a 6 semanas) até a colheita e

mais uma semana para efetivar a colheita. Cada área fica, portanto ocupada em

torno de 6-7 semanas (período pós-transplante), o que pode variar um pouco

dependendo da cultivar plantada e da época do ano. Após o período necessário

para se preparar novamente a área, o que pode ser de uma a duas semanas, ela

pode ser novamente ocupada com a alface.

Como se pretende colher 120 dúzias de pés por semana, será necessário fazer

semeaduras semanais, que permitam atingir esta produção. De acordo com as

dimensões das estufas (40,00 m de comprimento por 10,00 m de largura), cada uma

deverá ser dividida em seis canteiros, sendo que, a cada semana serão plantados

três canteiros. Cada canteiro poderá ser plantado com 608 pés de alface (3

canteiros x 608 pés/canteiro x 80% de aproveitamento, aproximadamente = 1.460

pés/semana). Ver detalhe na figura 1.

Page 16: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

15

Figura 1: Croqui do plantio da alface em estufa

40,00 m de comprimento da estufa

30 30 30 100 30 30 30 120 120 120 120 120 120

Detalhe das medidas internas dos canteiros: - 30 cm entre canteiros - 120 cm de largura de cada canteiro - 100 cm de largura no centro da estufa, entre cada conjunto de três canteiros.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Detalhes do espaçamento entre plantas nos canteiros: - 4 fileiras de plantas espaçadas de 30 cm entre elas. - Dentro de cada fileira, 4 plantas por metro linear, com espaçamento de 25 cm entre elas.

Em cada extremidade da estufa, deixa-se uma distância de 1,00 metro entre esta e os canteiros, que serve para circulação e para colocarem-se as mangueiras de distribuição de água. Assim tem-se um comprimento útil de 38,00 m para cada canteiro. Área útil de cada canteiro e total colhido

semanalmente: - 38,00 m de comprimento, cabendo 152 plantas em cada fileira de plantio. - 1,20 m de largura com 4 fileiras de plantas. - 152 plantas por fileira x 4 fileiras = total de 608 plantas por canteiro. - 3 canteiros/semana x 608 plantas/canteiro = total de 1824 plantas por semana.

10,00 m de largura

Page 17: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

16

Será necessário, portanto colher uma área correspondente a 200,00 m²

(metade de uma estufa de 400,00 m²), por semana. Serão necessárias 4 estufas (8

áreas) para que se possa completar o ciclo até a colheita e voltar em cada área.

Fazer um escalonamento de plantio, considerando-se estes valores (Tabela 1).

Tabela 1- Índices técnicos para produção de alface escalonada

Cultivares recomendadas Cultivares de folhas lisas, crespas.

Produção prevista semanalmente 1440 pés (120 dúzias)

Produção prevista anualmente (1ano= 52 semanas)

74.880 pés (6.240 dúzias)

Espaçamento da cultura 0,30 m x 0,25 m = 0,075 m²/pé.

Deve-se, no entanto acrescentar em torno de 40% de área para cada planta, a qual é devida aos espaços ocupados pelos carreadores entre canteiros dentro da estufa.

0,075 x 1,40 = 0,11 m²/planta

Índice de aproveitamento de plantas

80 % de plantas aproveitáveis (20% são refugos).

Assim deve-se dividir o número de plantas desejadas por 0,8 para se obter o total que deverá ser plantado.

Nº de plantas a serem plantadas por semana

1.440 / 0,8 = 1.800 plantas

Área necessária por semana 1.800 pés x 0,11 m²/pé = 198 m² (aproximadamente 200 m²)

Estufas necessárias por semana ½ estufa de 400 m², conforme croqui.

Ciclo da cultura:

- Produção de mudas:

21 dias (fase efetuada em estufa à parte, separada das estufas de produção propriamente dita)

- Transplante à colheita: 35 a 49 dias (5 a 7 semanas)= em média 6 semanas

- Período de limpeza: Intervalo entre um plantio e outro, necessário para se fazer a limpeza e o preparo da área para novo plantio. Normalmente de 1 até 2 semanas.

- Período total de ocupação da área:

8 semanas

Nº médio de safras por ano no mesmo local ( ½ estufa de 400 m²)

52 semanas por ano / 8 semanas por safra = 6,5 safras por ano

Nº total de plantas plantadas por ano no mesmo local

1.824 plantas por safra semanal x 6,5 safras por ano = 11.856 pés por ano em 200 m² (1/2 estufa), ou 23.712 pés por ano em 1 estufa de 400 m²

Nº total de pés a serem plantados por ano (52 semanas)

1.824 pés por semana x 52 semanas por ano = 94.848 pés

Número de estufas necessárias para atender aos plantios semanais

94.848 pés por ano / 23.712 pés por ano por estufa de 400 m² = 4 estufas (portanto deve-se construir 4 estufas

Área total construída com estufas Aproximadamente 1.600 m2 (4 estufas de 400 m²)

Área total anual plantada com alface

1.600m² x 6.5 safras por ano = 10.400 m² ou 1,04 hectares

Page 18: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

17

O produtor precisa também organizar as atividades em tabelas por exemplo,

para que não fique perdido e desorganizado frente ao grande número de atividades

que devem ser realizadas diariamente, para atender ao plano de escalonamento.

Fichas de atividade ou programas para micro computadores, podem ser utilizados.

No Quadro 1, encontra-se um modelo de ficha de programação de escalonamento

para produção de alface até o início do terceiro ciclo de plantio em uma mesma

área. Fica a critério do produtor utilizá-la ou criar o seu próprio método de

acompanhamento.

Quadro 1 - Ficha de escalonamento para produção de alface:

Casa de

Vegetação

1 2 3 4

Ciclo

Atividades Data Data Data Data Data Data Data Data

Semeadura 01/12/02 08/12/02 15/12/02 22/12/02 29/12/02 05/01/03 12/01/03 19/01/03

Transplante 22/12/02 29/12/02 05/01/03 12/01/03 19/01/03 26/01/03 02/02/03 09/02/03

Colheita * 02/02/03 09/02/03 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03 23/03/03

Semeadura 26/01/03 02/02/03 09/02/03 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03

Transplante 16/02/03 23/02/03 02/03/03 09/03/03 16/03/03 23/03/03 30/03/03 06/04/03

Colheita * 30/03/03 06/04/03 13/04/03 20/04/03 27/04/03 04/05/03 11/05/03 18/05/03

Semeadura 23/03/03

Transplante 13/04/03

Colheita * 25/05/03

* Término da colheita em média em 42 dias (6 semanas); novo plantio (transplante) na

mesma estufa 2 semanas ap[os a colheita.

4.2.2- PRODUÇÃO ESCALONADA DE PIMENTÃO

Pretende-se programar a produção de 40 caixas de 10 kg (400 kg) por

semana. Para esta cultura, considera-se um período de 5 a 6 semanas para a

produção das mudas, em bandejas de isopor, e mais 10 semanas após o transplante

para iniciar a colheita. Em casa de vegetação pode-se colher o pimentão por um

Page 19: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

18

período bastante variável que vai depender, principalmente, do tipo de manejo e da

exigência do mercado, entre outros. Normalmente colhe-se um mínimo de 3 até um

máximo em torno de 12 meses. Períodos menores de colheita normalmente

garantem a produção de frutos de melhor qualidade. A produtividade, de certa

forma, também está relacionada ao período de tempo que a cultura permanece na

estufa. Para um período de colheita de 3 meses (12 semanas) é bastante razoável

obter-se produtividade de 60 toneladas por hectare.

Intervalo entre semeaduras:

O pimentão, sendo uma hortaliça de fruto, deve-se ter em mente que para

preservar a qualidade dos frutos, simultaneamente a uma colheita constante, é

necessário a manutenção de pelo menos duas áreas produzindo. Neste caso, o

intervalo entre as semeaduras deve coincidir com a metade do período de colheita.

Assim, ter-se-á sempre duas áreas sendo colhidas: uma no início da colheita e outra

no final. Para se encontrar o intervalo entre as semeaduras basta utilizar a seguinte

fórmula:

Onde: IS = intervalo entre as semeaduras

PC = período de colheita.

Tamanho de cada área de plantio:

Como deverão ser mantidas duas áreas em produção, a cada semana deve-

se colher em cada uma delas, em média, a metade da necessidade de produção

semanal, ou seja, 20 caixas de 10 kg em cada área (Tabela 3). Isto quer dizer que

no período de colheita, que corresponde a 12 semanas, cada área deverá produzir

240 caixas de 10 kg de pimentão, ou seja, uma produção média de 2.400 kg.

Considerando-se em condições de estufa, uma produtividade média em torno de

60.000 kg.ha-¹, pode-se obter o tamanho de cada área pela fórmula:

Onde: DS = demanda semanal (em kg/semana)

IS = 1/2 PC

Área = ½ DS x PC

R

Page 20: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

19

PC = período de colheita (número de semanas)

R = rendimento esperado da cultura por hectare (kg/ha).

Substituindo os dados de produção estimados tem-se ½ x 400 kg/semana x

12 semanas / 60.000 kg/ha = área de 0,04 ha.

Número de áreas necessárias:

O número de áreas necessárias (NA) para se manter uma produção

constante, de qualidade, de acordo com o intervalo de semeaduras, pode ser obtido

através da seguinte fórmula:

Em que:

NA = número de áreas

PO = período de ocupação da área com a cultura (semanas)

IS = intervalo entre as semeaduras (em semanas, obtido na primeira fórmula)

L= intervalo necessário para limpeza e preparo da área para novo plantio (semanas)

Na Tabela 2 encontram-se os dados técnicos da cultura do pimentão e os

cálculos para este projeto.

NA= PO + L

IS

Page 21: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

20

TABELA 2 - Dados técnicos sobre a cultura de pimentão

Cultivar recomendada Cultivares de pimentão, de preferência híbridos.

Produção prevista semanalmente 40 caixas de 10 kg

Total de caixas K e quantidade em kg necessárias anualmente

40 caixas / semana x 52 semanas/ano = 2.080 caixas

2.080 caixas x 10 kg/caixa= 20.800 kg/ano

Rendimento médio previsto por hectare

60 toneladas

Espaçamento 1,00 x 0,50 m

Ciclo da cultura:

- Fase de produção de mudas:

Fase em que as plantas se encontram em uma estufa de mudas, separada da área de produção – 35 a 42 dias (5 a 6 semanas)

- Fase de desenvolvimento vegetativo e frutificação:

Período compreendido entre o transplante das mudas e o início da colheita – 70 dias (10 semanas)

- Fase de produção: Período que vai do início ao término da colheita PC = 12 semanas

- Período de ocupação: Período total em que as plantas permanecem na estufa (compreende o período de desenvolvimento mais o período de colheita). PO = 22 semanas.

- Período de limpeza: Tempo necessário para se fazer a limpeza da área, retirar estaqueamento, arames, etc... e se preparar a área para novo plantio. Neste caso pode-se considerar 2 semanas. L= 2 semanas

Intervalo entre semeaduras IS = 1/2 PC

IS = ½ x 12 semanas

IS = 6 semanas

Número de áreas necessárias NA= PO + L = 22 + 2 = 4 áreas

IS 6

Produção necessária para atender à demanda semanal, durante 12 semanas de colheita.

12 semanas de colheita x 400 kg/ semana = 4.800 kg

Produção de cada área, visto que se mantém 2 áreas em produção

4.800 kg / 2 áreas = 2.400 kg por área

Tamanho de cada área para se atingir a produção de 2.400 kg em 12 semanas, com produtividade média esperada de 60.000 kg por hectare.

Área= ½ DS x PC =

R

200 kg/semana/área x 12 semanas = 0,04 ha/área

60.000 kg/ha

Área total necessária construída com estufas

4 estufas x 0,04 ha (400 m²) por estufa= 1.600 m2

Nº médio de safras por ano no mesmo local (1 estufa de 400 m²)

52 semanas por ano / 24 semanas por safra = 2,167 safras por ano

Área total plantada anualmente com pimentão

2,167 safras/ano x 1600 m² = 3.467 m² cultivados por ano

Produção estimada anual na área 0,3467 ha x 60.000 kg/ha = 20.800 kg

Page 22: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

21

No Quadro 2 sugere-se um modelo de ficha de escalonamento para a cultura

do pimentão.

Quadro 2 - Ficha de escalonamento para produção de pimentão:

Casas de

Vegetação

1 2 3 4

Ciclos Atividades Data Data Data Data

Semeadura 05/01/04 16/02/04 29/03/04 10/05/04

Transplante 16/02/04 29/03/04 10/05/04 21/06/04

Inicio colheita 26/04/04 07/06/04 19/07/04 30/08/04

Término colheita 19/07/04 30/08/04 11/10/04 22/11/04

Semeadura 21/06/04 02/08/04 13/09/04 25/10/04

Transplante 02/08/04 13/09/04 25/10/04 06/12/04

Inicio colheita 11/10/04 22/11/04 03/01/05 14/02/05

Término colheita 03/01/05 14/02/05 21/03/05 02/05/05

Page 23: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

22

5 - ORÇAMENTOS:

De posse dos dados da infra-estrutura existente, das culturas a serem

estabelecidas e das áreas a serem plantadas durante 1 (um) ano, pode-se passar à

confecção dos orçamentos, para cobrir os custos necessários.

Neste trabalho, são apresentadas planilhas onde se relacionam os itens e as

quantidades necessárias de cada um deles para se confeccionar os orçamentos. De

acordo com cada Região e época de elaboração dos orçamentos, deverão ser

acrescentados os preços correspondentes a cada item para fechamento do

orçamento.

São apresentadas planilhas para construção de casas de vegetação tanto

para produção de mudas como para plantio das culturas, assim como materiais

necessários para irrigação por gotejamento. Apresentam-se também exemplos para

o plantio de algumas espécies de hortaliças.

5.1- Casa de vegetação para produção de mudas com capacidade para 108

bandejas:

Propõe-se no caso, a construção de uma casa de vegetação com capacidade

para 108 bandejas de isopor. Estas bandejas têm dimensões de 0,33 m de largura

por 0,66 m de comprimento.

A casa de vegetação deve ter duas bancadas, onde as bandejas

permanecem suspensas, a uma altura de pelo menos 30 a 40 cm do solo. Podem

ser usados diferentes tipos de materiais para confeccionar as bancadas, tais como

madeira, arame, ferro galvanizado, entre outros.

Entre as bancadas, e entre estas e as laterais da casa de vegetação, deve

existir uma área para circulação que facilite o trânsito, especialmente nos momentos

de transporte das bandejas, pulverizações, irrigações e outras atividades.

Quanto ao número de mudas que comporta uma casa de vegetação, deve-se

primeiramente levar em conta que existem bandejas com diferentes números de

células (divisão onde se desenvolve cada muda). O tipo de bandeja deve ser

escolhido, conforme a espécie que se quer produzir. Assim, para uma mesma área,

em uma casa de vegetação que comporta 108 bandejas, pode-se ter as seguintes

quantidades de mudas:

Page 24: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

23

- Bandejas de 128 células: 108 bandejas x 128 células = 13.824 mudas.

- Bandejas de 200 células: 108 bandejas x 200 células = 21.600 mudas.

- Bandejas de 242 células: 108 bandejas x 242 células = 26.136 mudas.

- Bandejas de 288 células: 108 bandejas x 288 células = 31.104 mudas

Normalmente utilizam-se as bandejas de 128 células para as mudas que

permanecem por mais tempo nas mesmas, como é o caso, por exemplo do

pimentão, e as de maior número de células, para mudas de produção mais rápida e

de menor porte, como é o caso, por exemplo da alface.

A seguir (Figura 3), apresenta-se um croqui com as dimensões da estufa, o

número de bandejas que a mesma comporta e a disposição destas dentro da estufa.

A irrigação das bandejas pode ser feita através de sistemas de irrigação

automáticos, instalados na estufa, ou mesmo manualmente, utilizando-se, por

exemplo, de uma mangueira com um bico de regador na ponta da mesma.

Page 25: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

24

Figura 2- Croqui de uma casa de vegetação para produção de mudas, com

dimensões de 8,00 m de comprimento x 6,00 m de largura:

8,60 m

3 bandejas x 0,66 m = 1,98 m

18 bandejas x 0.33 m = 5,94 m

8,00 m

6,00 m

1,00 m

1,00 m

Total de bandejas: 3 fileiras de 3 bandejas em cada canteiro = 6 bandejas 18 bandejas em cada fileira 18 bandejas/fileira x 6 fileiras = 108 bandejas.

1,98 m 1,98 m 1,00 m 0,52 m 0,52 m

Page 26: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

25

- Materiais necessários para confecção do orçamento de uma casa de

vegetação para produção de mudas, com dimensões de 8,00 m de

comprimento x 6,00 m de largura:

Especificação Unidade Quantidade Unitário (R$) Total (R$)

Peças de eucalipto:

3,50 x 0,15 a 0,20 m Ø ud 10

4,80 x 0,15 a 0,20 m Ø ud 5

3,50 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 10

3,00 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 4

4,00 x 0,08 a 0,10 m Ø ud 2

2,00 x 0,20 a 0,25 m Ø ud 8

Tábuas:

4,00 x 0,25 x 0,025 m ud 2

Ripas:

4,00 x 0,05 x 0,015 m ud 10

Caibro:

2,00 x 0,12 x 0,08 m ud 4

Arame Nº 10 kg 5

Pregos Kg 5

Filme plástico:

4 x 100 x 100 anti UV bobina 1

Mão de obra:

Carpinteiro serv 07

Ajudante serv 07

TOTAL

Page 27: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

26

5.2- Casa de vegetação para produção de hortaliças (alface e pimentão), com

área de 400,00 m² (10,00 m de largura x 40,00 m de comprimento):

Especificação Unid. Quant. Unit.(R$) Total(R$)

Peças de eucalipto :

4,00 x 0,15 à 0,20 m ø Ud 42

6,00 x 0,15 à 0,20 m ø Ud 21

5,50 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 21

5,80 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 21

4,00 x 0,08 x 0,10 m ø Ud 20

5,00 x 0,08 à 0,10 m ø Ud 4

Tábuas :

4,00 x 0,20 x 0,025 m Ud 20

Ripas :

6,00 x 0,08 x 0,025 m Ud 32

Pregos :

19 x 36 kg 3

18 x 27 kg 2

21 x 42 kg 4

Filme plástico :

6 x 100 x 100 anti UV bobina 1

Mão de obra :

Carpinteiro serv. 20

Ajudante serv. 20

Total

Observações:

As ripas devem ser resistentes, o aconselhável é que sejam tiradas em peças, por exemplo, de 0,06 x 0,16 ou 0,06 x 0,12 com 6,00 metros de comprimento.

Os preços de eucalipto se referem à madeira não tratada; embora esta possa ter durabilidade de 5 anos, para fins de dimensionamento convém não considerar mais do que 4 anos.

Page 28: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

27

5.3 – Sistema de irrigação por gotejamento para oito casas de vegetação, com 400 m2 (10,00 m x 40,00 m) cada:

Especificação Unidade Quant. Unitário (R$) Total (R$)

Conjunto moto-bomba ud 1

Mangote sucção 1 ½ " ud 1

Válvula de retenção ud 1

Cano PVC 1 ½ " m 3

Cano PVC ¾ " m 6

Conexões diversas *** sufic.

Registro esfera PVC ¾” ud 2

Registro esfera PVC 1 " ud 8

Registro esfera PVC 1 ½ " ud 1

Injetor fertilizantes ¾” ud 1

Filtro de disco ou tela ¾" ud 4

Regulador de pressão ¾” ud 4

Tubo gotejador "queen gill" m 4.000

Conector com anel 16 mm ud 100

Tubo PVC 50 mm x 6,00 m PN-40 ud 10

Tubo PVC 1 " x 6,00 m PN-60 ud 10

Mão de obra instalação *** sufic.

TOTAL

Page 29: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

28

5.4 - Custeio para a cultura da Alface (1 casa de vegetação, ou seja, 2 áreas de plantio com 1.824 plantas cada):

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$)

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes peletizadas Kg 0,11

Bandejas Unidade 2

Substrato Saco 2

Mão de obra D/H 1,5

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 0,1

Adubo orgânico m³ 2

Adubo mineral de plantio:

Superfosfato simples Kg 60

Cloreto de Potássio Kg 2,4

Adubo cobertura:

Nitrato de potássio Kg 7,4

Nitrato de cálcio Kg 2,4

Uréia Kg 11,2

Adubo foliar Kg ou L 0,2

Inseticidas Kg ou L 0,2

Fungicidas Kg ou L 0,5

Espalhante adesivo L 0,1

Subtotal 2

3- MATERIAIS:

Mulching m² 400

Embalagens mil 2,88

Subtotal 3

4- SERVIÇOS:

Aração/gradagem H/T 0,5

Distribuição e incorporação

de adubos H/T 0,5

Levantamento e nivelamento

de canteiro D/H 1

Cobertura canteiros, marcação,

distribuição e transplantio D/H 2

Pulverizações/fertirrigações D/H 1

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 3

Transporte mil 2,88

Subtotal 4

Total geral

Page 30: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

29

5.5 - Custeio para a cultura do Pimentão (1 casa de vegetação de 400,00 m2 ):

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$)

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,015

Bandeja ud 10

Substrato sc 2

Mão de obra H/D 3

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário kg 80

Esterco de curral m3 1

Superfosfato simples kg 80

Cloreto de potássio kg 40

Adubo para fertirrigação: kg 4

MAP kg 8

Nitrato de potássio kg 10

Uréia kg 12

Inseticidas kg 1

Fungicidas kg 1

Subtotal 2

3- MATERIAIS:

Bambu gigante ud 50

Arame nº 16 Kg 3

Fita ráfia Kg 3

Embalagens de isopor (0,5 Kg) ud 4.800

Mulching plástico bobina 1

Subtotal 3

4- SERVIÇOS

Aração / gradagem H/T 0,5

Distribuição e incorporação

de adubos H/T 0,5

Levantamento e nivelamento

de canteiros H/D 1

Cobertura de canteiros, marcação

de covas e transplantio H/D 2

Tutoramento, amarrio e desbrota H/D 6

Pulverizações e fertirrigações H/D 3

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem H/D 5

Continua ...

Page 31: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

30

Continuação

Subtotal 4

TOTAL GERAL

Page 32: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

31

6- RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS:

6.1 - Dimensionamento hidráulico

As orientações ministradas estão de forma expedita, visando dar ao produtor,

uma noção de como estabelecer o seu sistema de irrigação (Figura 1). Sugere-se

para este item do planejamento, a consulta à profissionais especializados em

irrigação.

Figura 3 - Esquema para dimensionamento hidráulico

Parâmetros de projeto

Supondo:

- Altura de sucção (hs) = 2,00 m

- Altura de recalque (hr) = 12,00 m

- Perdas na tubulação (hf) = 7,00 m

- Pressão de trabalho gotejadores (pg)= 5,00 m

- Altura manométrica (hman.) = hr + hs + hf + pg

12,00 + 2,00 + 7,00 + 5,00 = 26,00 m

Vazão dos gotejadores = 4,00 L.m-1.h-1 (Litros por metro por

hora)

Tubogotejadores Altura de recalque

(hr) Altura de sucção (hs)

Moto-bomba

. . . . . . . . . . . .

Page 33: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

32

- Considerando-se que em cada estufa serão colocadas 12 linhas de irrigação, com

38,00 m cada, tem-se um total de 456,00 m lineares de tubo de irrigação por estufa.

Portanto 456,00 m x 4,00 L.m-1.h-1 = 1.824,00 L.h-1, em cada estufa. O sistema de

irrigação oferece portanto uma vazão de 1.824 litros de água por hora, para irrigar

cada estufa.

- O cálculo da lâmina de água a ser aplicada é função da cultura, do solo e da

região em que se encontra, podendo ser obtida, por exemplo através de cálculos

baseados na curva de retenção de água do solo, ou através da utilização de tanque

classe A. No caso deste exemplo considerou-se a aplicação de uma lâmina de água

em torno de 6,00 mm, que é uma quantidade média normalmente utilizada. Desta

forma, como a área de cada estufa é de 400 m², seria necessário aplicar 2.400 L. de

água por estufa.

- Se a vazão dos gotejadores chega a 1.824 L.h-1, a bomba teria que funcionar um

pouco mais de uma hora para atingir aos 2.400 L necessários para irrigar cada

estufa. Assim, dividindo-se a quantidade necessária pela vazão do sistema, obtem-

se o tempo de funcionamento da bomba (2.400 l / 1.824 L.h-1) = 1 hora e vinte

minutos.

- De acordo com a vazão do sistema, a altura manométrica e o número de estufas

que se quer irrigar de cada vez, pode-se dimensionar a bomba.

- Para calcular a potência da bomba utiliza-se a fórmula:

Onde: Q= vazão, que deve ser dada em L. s-1

hman= altura manométrica dada em metros

75= fator de transformação para CV

R= rendimento, ou eficiência da bomba, considerado no caso 70% ou 0,70

- Se a opção for dimensionar uma bomba com capacidade para irrigar até 4 estufas

de cada vez, deve-se proceder aos seguintes cálculos:

- Volume total de água necessário por hora:

1.824,00 L.h-1 (por estufa) x 4 estufas = 7.296,00 L.h-1

Potência em CV = Q . hman

75 . R

Page 34: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

33

- A bomba deverá então ter uma vazão de 7.296 L.h-1 (ou aproximadamente

7,30 m³ h-1), a uma altura manométrica de 26,00 m.

- Cálculo da vazão em L. s-1

Neste caso deve-se dividir a vazão requerida por hora pelo número de

segundos em cada hora, obtendo-se o resultado em litros por segundo

Q = 7300 L. h-1 ÷ 3600 s.h-1 Q = 2,03 L. s-1

- Cálculo da potência da bomba, utilizando-se a fórmula:

Potência = 2,03 L. s-1 x 26 m / 75 x 0,70

Potência = 1,03 cv

Para atingir o objetivo desejado, ou seja irrigar 4 estufas de cada vez, seria

necessário uma bomba com uma potência de 1,03 CV, a qual atingirá uma vazão de

7,296 m³ de água em uma hora, sendo portanto capaz de irrigar as quatro estufas

em uma hora e vinte minutos. Desta forma pode-se trabalhar durante duas horas e

quarenta minutos para se irrigar as oito estufas propostas no planejamento,

podendo-se ainda futuramente, com a mesma bomba, ampliar a área a ser irrigada.

Page 35: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

34

7- Modelos de planilhas de custo para algumas hortaliças

A partir deste item passa-se a apresentar sugestões sobre planilhas de custo

para algumas hortaliças. Para todas as espécies em que se utilizam bandejas para a

produção de mudas, o custo destas (número de bandejas) encontra-se depreciado

em 10 plantios. Ou seja, cada bandeja deverá ter uma vida útil tal que possa ser

utilizada pelo menos em 10 semeaduras subseqüentes.

A última coluna de cada planilha, % total, permitirá uma avaliação do custo de

cada item separadamente, podendo-se analisar qual item pesa mais no custo total.

No final de cada planilha, baseado no custo total e na produção esperada,

pode-se obter o custo por unidade a ser comercializada.

Page 36: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

35

7-1 -Cultura: Abóbora italiana Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes abóbora italiana Kg 4

Bandejas Unidade 15

Substrato Saco 20

Mão de obra D/H 2

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2

Adubo orgânico t 20

Adubo fórmula 4-14-8 t 1,5

Adubo Sulfato de Amonio t 0,25

Inseticida Carbaryl L 1

Inseticida Dimetoato L 1

Enxofre 800G/Kg Kg 8

Espalhante adesivo L 3

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 2

Gradagem H/T 3

Abertura sulco H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 4

Incorporação dos adubos H/T 5

Transplantio D/H 2

Capina manual D/H 4

Adubação de cobertura D/H 2

Irrigação D/H 5

Pulverizações D/H 6

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 20

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx 600

Embalagens (Caixa K, com retorno). Cx 60

Óleo diesel para irrigação (300 mm) L 375

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 20 Kg = 600)

Custo por caixa

Page 37: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

36

7.2 - Cultura: Abóbora japoneza Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes abóbora japoneza Kg 0,5

Sementes abóbora polinizadora Kg 0,1

Bandejas Unidade 2

Substrato Saco 3

Mão de obra D/H 1

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2

Adubo orgânico t 5

Adubo fórmula 4-14-8 t 1

Adubo Sulfato de Amonio t 0,25

Inseticidas Kg/L 6

Fungicidas Kg/L 8

Espalhante adesivo L 3

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 2

Gradagem H/T 3

Marcação de covas D/H 2

Abertura de covas D/H 2

Distribuição dos adubos D/H 2

Incorporação dos adubos H/D 2

Transplantio D/H 2

Capina manual D/H 20

Adubação de cobertura D/H 1

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 7

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 15

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Sc 400

Embalagens (sacaria) Ud 400

Óleo diesel p/ irrigação (300 mm) L 375

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Saco com 300 Kg = 400)

Custo por saco

Page 38: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

37

7-3-Cultura: Abóbora menina Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,5

Bandejas Unidade 2

Substrato Saco 3

Mão de obra D/H 1

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2

Adubo orgânico t 10

Adubo fórmula 4-14-8 t 0,7

Adubo Sulfato de Amonio t 0,25

Inseticida Carbaryl L 2

Inseticida Dimetoato L 1

Tiofanato metílico20% + Clorotalonil

80%

Kg 2

Enxofre 800G/Kg Kg 8

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 8

Gradagem H/T 2

Marcação de covas D/H 1

Abertura de covas D/H 2

Distribuição dos adubos D/H 2

Incorporação dos adubos H/D 1

Transplantio D/H 1

Capina manual D/H 8

Adubação de cobertura D/H 1

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 7

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 20

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx K 600

Embalagens Ud 60

Óleo diesel para irrigação (300 mm) L 375

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa Kc/ 20 Kg) : 600

Custo por caixa

Page 39: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

38

7-4 -Cultura: Alface Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes peletizadas Kg 4,70

Bandejas Unidade 17

Substrato Saco 22

Mão de obra D/H 15

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2

Adubo orgânico t 30

Adubo fórmula 4-14-8 t 2,5

Adubo bórax t 0,03

Adubo sulfato de amônio t 0,30

Inseticida L 1

Fungicida Kg 2

Espalhante adesivo L 1

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração/gradagem H/T 4

Distribuição e incorporação de

composto

H/T 10

Levantamento e nivelamento de

canteiro

H/T 20

Transplantio D/H 16

Capina manual D/H 57

Adubação de cobertura D/H 2

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 4

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem

D/H 40

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx 3.000

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 300

Óleo diesel para irrigação (300 mm) L 375

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 7 Kg) : 3.000

Custo por caixa:

Page 40: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

39

7-5 -Cultura: Batata Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- INSUMOS

Batata semente (caixa com 30 kg) Cx 70

Calcário t 1

Adubo fórmula 8-28-16 t 2,5

Adubo sulfato de amônio t 0,30

Inseticida Kg/L 40

Fungicida Kg 25

Espalhante adesivo L 4

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Sulcamento para plantio H/T 4

Distribuição e incorporação de

adubos

H/T 10

Levantamento das leiras H/T 8

Plantio D/H 10

Amontoa H/T 4

Adubação de cobertura D/H 2

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 20

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem

D/H 60

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização sc 500

Embalagens (sacaria) sc 500

Óleo diesel para irrigação (600 mm) L 750

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Sacos com 50 Kg) : 500

Custo por saco:

Page 41: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

40

7-6 -Cultura: Beterraba Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 10

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,00

Adubo orgânico t 30,00

Adubo fórmula 4-14-8 t 2,00

Adubo Sulfato de Amonio t 0,20

Inseticida L ou Kg 4,00

Fungicida Kg 4,00

Espalhante adesivo L 1,00

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Levantamento de canteiros H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 2

Incorporação dos adubos H/T 10

Semeadura D/H 3

Raleio D/H 15

Capina manual D/H 25

Adubação de cobertura D/H 4

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 4

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 50

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx 1.500

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 150

Óleo diesel para irrigação (600 mm) L 750

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 22 Kg): 1.500

Custo por caixa

Page 42: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

41

7-7 -Cultura: Cenoura Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 6

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,00

Adubo orgânico t 30,00

Adubo fórmula 4-14-8 t 3,00

Adubo fórmula 20-00-20 t 0,20

Herbicida L 3,00

Fungicida Kg 4,00

Espalhante adesivo L 1,00

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Levantamento de canteiros H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 4

Incorporação dos adubos H/T 15

Semeadura D/H 3

Raleio D/H 30

Adubação de cobertura D/H 4

Irrigação D/H 20

Pulverizações D/H 2

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 50

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx 1.500

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 150

Óleo diesel para irrigação (400 mm) L 500

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 22 Kg): 1.500

Custo por caixa

Page 43: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

42

7-8 -Cultura: Couve flor Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,20

Bandejas Unidade 15

Substrato Saco 20

Mão de obra D/H 5

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,00

Adubo orgânico t 30,00

Adubo fórmula 4-30-16 t 1,50

Adubo fórmula 20-00-20 t 0,50

Adubo químico Bórax Kg 20,00

Adubo químico Molibdato de sódio Kg 1,50

Inseticida L 2,50

Fungicida Kg 10,00

Espalhante adesivo L 3,00

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Abertura de covas / sulcos H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 4

Incorporação dos adubos H/T 10

Transplantio D/H 3

Capina manual D/H 10

Adubação de cobertura D/H 4

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 8

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 30

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização Cx 2.500

Embalagens (Caixa com retorno) Cx 250

Óleo diesel para irrigação (500 mm) L 625

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 7 Kg): 2.500

Custo por caixa

Page 44: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

43

7-9 -Cultura: Feijão-vagem Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 20,00

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,00

Adubo orgânico t 30,00

Adubo fórmula 4-30-16 t 0,60

Adubo fórmula 20-00-20 t 0,40

Inseticida Kg / L 4,00

Fungicida Kg / L 4,00

Espalhante adesivo L 3,00

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Abertura de covas / sulcos H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 4

Incorporação dos adubos H/T 10

Semeadura D/H 5

Capina manual D/H 5

Tutoramento D/H 8

Adubação de cobertura D/H 4

Irrigação D/H 8

Pulverizações D/H 6

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 80

Subtotal 3

4- Outros:

Moirões para tutoramento Dz 30

Bambu Dz 1.500

Arame liso nº 12 Kg 80

Frete comercialização Cx 1.000

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 100

Óleo diesel para irrigação (500 mm) L 625

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 13 Kg): 1.000

Custo por caixa

Page 45: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

44

7-10 -Cultura: Pimentão Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,30

Bandejas Unidade 20

Substrato Saco 30

Mão de obra D/H 15

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,5

Adubo orgânico m3 30

Adubo mineral:

Adubo fórmula 4-14-8 t 3

Adubo 20-00-20 t 0,5

Termofosfato magnesisano t 2

NPK + Micro L 3

Inseticidas Kg ou L 5

Fungicidas Kg ou L 20

Espalhante adesivo L 3

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Preparo do solo:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Marcação dos sulcos

Sulcamento H/T 8

Aplic. e incorp. de adubos D/H 10

Transplante das mudas D/H 8

Fixação de postes/estaqueamento D/H 2

Amarrios D/H 10

Desbrota D/H 5

Capina D/H 10

Aplic. defensivos D/H 20

Adubação de cobertura D/H 8

Irrigações D/H 32

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 40

Subtotal 3

4- Outros:

Moirões para tutoramento Dz 50

Bambu Dz 500

Arame liso nº 12 Kg 60

Fita de ráfia Kg 20

Frete comercialização Cx 3.500

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 350

Óleo diesel para irrigação L 840

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com 10 Kg): 3.500

Custo por caixa

Page 46: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

45

7-11 -Cultura: Repolho Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,20

Bandejas Unidade 15

Substrato Saco 20

Mão de obra D/H 5

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,00

Adubo orgânico t 30,00

Adubo fórmula 4-30-16 t 0,80

Adubo fórmula 20-00-20 t 0,50

Adubo químico Bórax Kg 20,00

Adubo químico Molibdato de Sódio Kg 1,50

Inseticida Kg/L 3,00

Fungicida Kg 20,00

Espalhante adesivo L 3,00

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Aração H/T 3

Gradagem H/T 2

Abertura de covas / sulcos H/T 8

Distribuição dos adubos D/H 4

Incorporação dos adubos H/T 8

Transplantio D/H 8

Capina manual D/H 10

Adubação de cobertura D/H 4

Irrigação D/H 10

Pulverizações D/H 10

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 30

Subtotal 3

4- Outros:

Frete comercialização sc 1.500

Embalagens (saco com 30 kg) sc 1.500

Óleo diesel para irrigação (600 mm) L 750

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Sacos com 30 kg): 2.000

Custo por saco

Page 47: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

46

7-12 -Cultura: Tomate Área: 1,00 hectare

ESPECIFICAÇÃO Unid. Quant. Unit. (R$) Total (R$) % total

1- PRODUÇÃO DE MUDAS:

Sementes Kg 0,01

Bandejas Unidade 12

Substrato Saco 15

Mão de obra D/H 15

Subtotal 1

2- INSUMOS:

Calcário t 2,5

Adubo orgânico m3 30

Adubo mineral de plantio:

Adubo 4-30-16 t 1,5

Termofosfato Magnesiano t 1,2

Adubo mineral de cobertura:

Adubo 4-30-16 t 0,35

Sulfato de Amônio t 0,50

Nitrocálcio t 0,30

Cloreto de potássio t 0,40

Adubo foliar:

Cloreto de cálcio Kg 20

NPK + Micro L 7,5

Inseticidas Kg ou L 20

Fungicidas Kg ou L 40

Espalhante adesivo L 4,8

Subtotal 2

3- SERVIÇOS:

Preparo do solo:

Aração H/T 6

Gradagem H/T 6

Marcação dos sulcos D/H 2

Sulcamento H/T 8

Aplic. e incorp. de adubos D/H 20

Fechamento de sulcos D/H 10

Transplante das mudas D/H 10

Fixação de postes/estaqueamento D/H 40

Amarrios D/H 30

Desbrota D/H 40

Desbaste de frutos D/H 40

Capação D/H 30

Capina D/H 16

Aplic. defensivos (20 pulv.) D/H 40

Adubação de cobertura D/H 48

Irrigações D/H 72

Colheita, lavagem, seleção,

classificação e embalagem D/H 90

Subtotal 3

Continua ...

Page 48: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

47

Continuação

4- Outros:

Esteios de madeira Unidade 175

Estacas de bambu Dúzia 1167

Arame número 16 Kg 70

Fita ráfia Kg 15

Óleo diesel L 1280

Frete comercialização Cx 4.000

Embalagens (Caixa K, com retorno) Cx 400

Subtotal 4

Total Geral

Produção esperada (Caixa K com com 22 Kg = 4.000)

Custo por caixa

Page 49: Conceituação e Planejamentode Exploração Olerícola

48

8- BIBLIOGRAFIA

ADRIOLO, J.L. O cultivo de plantas com fertirrigação. Santa Catarina: UFSM, 1996a. 47p.

BERJON, M.A.; MURRAY, P.N. Substratos para el cultivo sin suelo y fertirrigacion. In: LOPES, C.C. Fertirrigacion: cultivos hortícolas y ornamentais. 1998. 279-342.

FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura - Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3a edição. Viçosa, UFV. 2000. 402p.

GOTO, R. e TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido: Condições subtropicais. Editora UNESP Fundação, 1998. 319p.

MALUF, W. R. Fit-111-Produção de Hortaliças-I. Lavras, UFLA, 58p. 1996 (Apostila)

MAROUELLI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SILVA, H.R. Irrigação por aspersão em hortaliças : qualidade da água, aspecto do sistema, e método prático de manejo Brasília: Embrapa Informação Tecnológica/Embrapa Hortaliça, 2001. 111 p.

MINAMI, K. Produção de mudas em recipientes. Piracicaba: ESALQ, 1993, 16p.

PIMENTÃO E PIMENTAS. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.10, n.113 100p. Maio, 1984.

RESENDE, L.V.; GONÇALVEZ, W.M. Cultivo de hortaliças em estufa: quando plantar. UFLA, Circular Ano V, n.69, 16p.1996.

SGANZERLA, E. Nova Agricultura. Plasticultura Gaúcha Ind. e Com. Ltda. Esteio, RS, 1995, 341p.

SOUZA, J.A. de; SOUZA, R.J.; COLLICHIO, E.; GOMES, L.A.A. & SANTOS, H.S.; Instruções práticas para a construção de estufas modelo “Ana Dias”. Lavras: UFLA. Coordenadoria de Extensão. 1994. Circular V.3, N. 17, 22p.