Concreto Colorido Final

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16 Tabela 4 - Principais tipos e origem química dos pigmentos: Cor Desejada do Concreto Especificação do Pigmento Composição Química Vermelho Óxido de ferro Vermelho 2 3 Fe O Amarelo Óxido de ferro Amarelo FeOOH Preto Óxido de ferro Preto 2 4 Fe O Marrom Óxido de ferro Marrom Amarelo+vermelho+preto Verde Óxido de Cromo 2 3 Cr O Azul Óxido de Cobalto 2 4 ( , ) Co Al Cr O Fonte: HARTMANN E BENINI, 2011. Cada uma dessas cores oferece pigmentos com tons graduados, o que significa que os pigmentos inorgânicos conseguem atingir uma larga variedade de tons, conforme observados na tabela abaixo: Tabela 4 Pigmentos e tons graduados Vermelho Vermelho amarelado Vermelho azulado Amarelo Amarelo esverdeado Amarelo avermelhado Marrom Marrom claro Marrom avermelhado a escuro Preto Cinza escuro Antracito Verde Verde azulado Verde amarelado Fonte HARTMANN E BENINI, 2011. 3.1.2 Equipamentos utilizados Balança digital; Betoneira; Recipientes; Proveta de plástico graduada; Soquete; Colher de pedreiro; Moldes 10 cm x 20 cm. 3.1.3 Dosagem O método de dosagem utilizado para o desenvolvimento dos corpos de prova foi o de Powers. O fck, ou seja, resistência à compressão da argamassa a 28 dias de idade foi de 25 Mpa com teor de argamassa de 50%, sendo um controle rigoroso. O agregado utilizado com diâmetro de ate 25 mm e com adensamento manual. Como parâmetros de A = 140 e B = 12 que estão relacionados aos materiais utilizados na região de Belém.

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    Tabela 4 - Principais tipos e origem qumica dos pigmentos:

    Cor Desejada do Concreto Especificao do Pigmento Composio Qumica

    Vermelho xido de ferro Vermelho 2 3Fe O

    Amarelo xido de ferro Amarelo FeOOH Preto xido de ferro Preto

    2 4Fe O

    Marrom xido de ferro Marrom Amarelo+vermelho+preto

    Verde xido de Cromo 2 3Cr O

    Azul xido de Cobalto 2 4( , )Co Al Cr O

    Fonte: HARTMANN E BENINI, 2011.

    Cada uma dessas cores oferece pigmentos com tons graduados, o que significa que os

    pigmentos inorgnicos conseguem atingir uma larga variedade de tons, conforme observados

    na tabela abaixo:

    Tabela 4 Pigmentos e tons graduados

    Vermelho Vermelho amarelado Vermelho azulado

    Amarelo Amarelo esverdeado Amarelo avermelhado

    Marrom Marrom claro Marrom avermelhado a escuro

    Preto Cinza escuro Antracito

    Verde Verde azulado Verde amarelado

    Fonte HARTMANN E BENINI, 2011.

    3.1.2 Equipamentos utilizados

    Balana digital;

    Betoneira;

    Recipientes;

    Proveta de plstico graduada;

    Soquete;

    Colher de pedreiro;

    Moldes 10 cm x 20 cm.

    3.1.3 Dosagem

    O mtodo de dosagem utilizado para o desenvolvimento dos corpos de prova foi o

    de Powers. O fck, ou seja, resistncia compresso da argamassa a 28 dias de idade foi de 25

    Mpa com teor de argamassa de 50%, sendo um controle rigoroso. O agregado utilizado com

    dimetro de ate 25 mm e com adensamento manual. Como parmetros de A = 140 e B = 12

    que esto relacionados aos materiais utilizados na regio de Belm.

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    Esse mtodo realizado a partir da observao de detalhes referentes ao projeto,

    tais como a relao a/c e o tipo e dimenso dos agregados. Com os clculos se obteve os

    dados que esto contidos na tabela 5.

    Tabela 5 Dosagem de material trao unitrio

    Material Trao Unitrio

    Cimento 1

    Areia 2,16

    Seixo 3,16

    gua 0,60

    Pigmento - Azul

    10% em relao a quantidade de cimento conforme orientao do fabricante contida

    na embalagem do pigmento.

    3.2 ENSAIO

    Foi separado e pesado o material de acordo com a medida do trao pr-estabelecido. O

    tambor da betoneira foi umidificado e em seguida foi colocado o seixo e 0,5 L de gua, o

    material foi envolvido e adicionado o cimento a areia e o restante da gua e girado o tambor

    por aproximadamente cinco minutos. Por ltimo foi adicionado o pigmento para dar a

    colorao desejada no concreto.

    Em seguida, iniciou-se o processo de moldagem dos corpos de prova. Cada molde foi

    dividido em 2 camadas, e adensadas cada uma com 12 golpes.

    Aps 24 horas da moldagem, foi retirado o corpo de prova do molde e iniciou-se o

    processo de cura em um recipiente com gua, onde ficaram submersos at a idade de ruptura.

    3.2.1 Compresso Axial

    Segundo Mehta e Monteiro (1994), a resistncia de um material definida como a

    capacidade de este resistir tenso sem ruptura. A resistncia do concreto compresso, sua

    caracterstica mais importante, medida atravs de ensaios de compresso axial em corpos-

    de-prova, sendo esses ensaios utilizados para o controle de qualidade e a aceitao do

    concreto utilizado na estrutura.

    Conforme NBR 5739 2007, no ensaio de compresso axial (Figura 8), nota-se que a

    estrutura de aplicao de fora deve ter capacidade compatvel com os ensaios a serem

    realizados, permitindo a ao controlada da fora sobre o corpo-de-prova colocados entre os

    pratos de compresso. O prato que se desloca deve ter movimento na direo vertical, coaxial

    (perpendicular) ao prato fixo.

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    O corpo de prova cilndrico deve ser posicionado de modo que, quando estiver

    centrado, seu eixo coincida com o da maquina, fazendo com que a resultante das foras passe

    pelo centro.

    Anota-se que, a resistncia trao por compresso calculada pela seguinte

    equao:

    Onde:

    Figura 8 Compresso axial

    3.2.2 Compresso Diametral

    Tomando como base a NBR 7222 1994, o ensaio de resistncia trao por

    compresso diametral (Figura 9) consiste:

    O contato entre o corpo-de-prova e os pratos da mquina de ensaio deve dar-se

    somente ao longo de duas geratrizes diametralmente opostas do corpo-de-prova. Admite-se a

    adaptao de dispositivos complementares s mquinas cujos pratos apresentem o dimetro

    ou a maior dimenso inferior altura do corpo-de-prova.

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    Figura 9 Compresso diametral

    Anota-se que, a resistncia trao por compresso diametral calculada pela

    seguinte equao:

    Onde:

    ft,D: resistncia trao por compresso diametral, expressa em MPa;

    F: carga mxima obtida no ensaio;

    d: dimetro do corpo-de-prova;

    L: altura do corpo-de-prova.

    3.2.3 Ascenso Capilar

    Segundo Neville (1997), a absoro capilar um processo de fixao de uma

    substncia liquida ou gasosa no interior de outra slida pelo fenmeno de capilaridade,

    ocorrendo em materiais porosos que estejam com os poros secos ou parcialmente saturados.

    Este fenmeno consiste na ao de foras de atrao dos poros da estrutura sobre os lquidos

    que esto em contato com sua superfcie. As molculas da superfcie de um lquido esto

    sujeitas s foras de atrao de suas molculas adjacentes. Os poros capilares exercem atrao

    sobre as molculas da superfcie dos lquidos que, atraem aquelas imediatamente inferiores ou

    laterais, fazendo com que o lquido se desloque. Este fenmeno ocorre at que as foras de

    atrao dos capilares sejam equilibradas pelo peso do lquido.

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    Para determinao a absoro de gua, atravs da ascenso capilar, de argamassa e

    concreto endurecidos utiliza-se a equao abaixo descrita na norma NBR 9779.

    3.3 RESULTADOS

    Aos 7 e 28 dias, quatro corpos de provas foram rompidos por compresso axial

    (Figura a.b) e por trao compresso diametral (Figura c.d) e obtiveram-se os valores

    conforme tabela 6. Um dos corpos de prova foi submetido ao mtodo para determinao da

    absoro de gua, atravs da ascenso capilar, de argamassa e concreto endurecidos

    apresentados na tabela 6 e no grfico 3 que seguem:

    Figura a.b Corpo de prova rompido por compresso axial 7 e 28 dias de idade

    (a) (b)

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    Figura c.d Corpos de prova rompidos por trao compresso diametral 7 e 28 dias de

    idade.

    (c) (d)

    Tabela 6 - Corpos de prova rompidos aos 7 e 28 dias de idade.

    DIAMETRAL AXIAL

    Idade Cp1 Cp2 Cp1 Cp2

    7 dias 4,62 4,55 7,71 8,71

    28 dias 6,55 7,96 9,02 8,68

    Grfico 1 - Compresso Axial - rompidos aos 7 e 28 dias de idade.

    7,71

    8,71

    9,02

    8,68

    7,71

    7,91

    8,11

    8,31

    8,51

    8,71

    8,91

    Cp1 cp2

    Re

    sist

    n

    cia

    (MP

    a)

    COMPRESSO AXIAL

    7 dias

    28 dias

  • 22

    Grfico 2 - Compresso Diametral - rompidos aos 7 e 28 dias de idade.

    O ensaio de absoro de gua por capilaridade o mtodo para determinao da

    absoro de gua, atravs ascenso de gua nos concretos endurecidos, seguindo a NBR 9779.

    A etapa de imerso dos corpos-de-prova em gua consistiu em posicionar os corpos-

    de-prova sobre os suportes preenchendo com gua o recipiente do ensaio, de modo que o

    nvel da gua permanecesse constante (5 mm) acima de sua face inferior, evitando a

    molhagem de outras superfcies.

    Durante o ensaio, determinou-se a massa dos corpos-de-prova com 3h, 6h, 24h, 48h e

    72h, contadas a partir da colocao destes em contato com a gua (Figura 10). Estes foram

    previamente enxugados com pano mido e pesados a cada intervalo, conforme apresenta os

    dados na tabela 7 e no grfico 3.

    Figura 10 Corpo de prova em contato com a gua

    4,62

    6,55

    4,55

    7,96

    4,55

    5,05

    5,55

    6,05

    6,55

    7,05

    7,55

    7 dias 28 dias

    Re

    sist

    n

    cia

    (MP

    a)

    COMPRESSO DIAMETRAL

    Cp1

    cp2

  • 23

    Tabela 7 - Capilaridade.

    Tempo/h Peso Absoro/g

    0 3126,39 0

    3 3145,07 0,24

    6 3158,41 0,41

    24 3186,45 0,77

    72 3213,86 1,11

    Grfico 3 - Evoluo da massa com o tempo para corpos-de-prova

    3.4 ANLISE

    Com os resultados obtidos no ensaio, verificou-se que os corpos de prova j aos 07

    dias no conseguiram chegar a resistncia compresso desejada, que seria de 25 MPa, o que

    foi confirmado na ruptura feita aos 28 dias de idade.

    O trao calculado para este ensaio deveria fornecer um concreto de resistncia

    compresso de 25 MPa. So vrios os motivos que podem ter influenciado no resultado: a

    relao gua/cimento, o grau de adensamento, a presena de aditivos na betoneira utilizada e a

    cura inadequada.

    Os estudos bibliogrficos indicam que a utilizao de pigmentos para obteno do

    concreto colorido no alteram as propriedades do concreto, o que nos leva a descartar a

    possibilidade do pigmento ter influenciado no resultado de resistncia.

    0

    0,24

    0,41

    0,77

    1,11

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    1,2

    0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72

    Ab

    sor

    o p

    or

    cap

    ilari

    dad

    e (

    g/cm

    )

    Tempo (h)

    CAPILARIDADE

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    4 CONSIDERAES FINAIS

    Alguns fatores que interferem na resistncia do concreto devem ser analisados para

    identificar a baixa resistncia encontrada no trao de concreto colorido.

    O fator gua/cimento o principal responsvel pela resistncia do concreto

    compresso, visto que ele determina a porosidade do concreto endurecido, j que ele mede a

    relao entre o peso da gua e do cimento utilizado no trao do concreto.

    Sabe-se tambm que o adensamento do concreto, visa eliminar os vazios estruturais

    existentes, o adensamento realizado experimentalmente para moldagem dos corpos de prova,

    foi feito manualmente, e pode no ter sido realizado da maneira correta, o que pode ter

    comprometido a resistncia do concreto.

    O grau de hidratao do cimento depende das condies de cura. A cura inadequada

    ou a alta temperatura pode ocasionar perda de gua prematura do concreto, deixando espaos

    vazios, e assim reduzindo a resistncia.

    Com relao ao seu comportamento esttico, o corpo de prova analisado obteve uma

    colorao uniforme e homognea. Apenas no corpo-de-prova que foi separado para fazer o

    teste de capilaridade e por ter ficado algumas horas na estufa, perdeu um pouco sua colorao.

    O uso do concreto colorido no Brasil ainda pouco conhecido ou difundido, mais vem

    ganhando adeptos, e utilizado principalmente na diferenciao e indicao de reas, alm de

    agregar valor esttico aos projetos arquitetnicos.

    O concreto colorido sempre uma boa opo para reduzir o custo das pinturas e

    minimizar os gastos com os revestimentos e uma boa sada para reduzir os impactos

    ambientais. Isso sem contar a beleza que proporciona a estrutura.

  • 25

    REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ABNT - ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5739:2007 -

    Concreto - Ensaio de compresso de corpos de prova cilndricos. Rio de Janeiro, 2007.

    ABNT - ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7222:1994 -

    Argamassa e concreto - Determinao da resistncia trao por compresso diametral de

    corpos de prova cilndricos. Rio de Janeiro, 1994.

    AITCIN, Pierre-Claude. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. So

    Paulo: Pini, 2000.

    BAUER, L.A Falco. Materiais de Construo. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2003, p.

    88-90.

    MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estruturas, propriedades e materiais. So

    Paulo: Pini, 1994.

    MICROXCOLOR. Pigmento. Disponvel em: http://www.microxcolor.com.br/pigmentos-

    concreto-colorido.php. Acesso em 14/02/2014.

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    PINIWEB. Pigmento. Disponvel em: http://www.piniweb.com.br/construcao/noticias/cores-

    na-construcao-82826-1.asp. Acessado em 14/02/2014.

    RODRIGUES, P. P. F.,Parmetros de dosagem do concreto. 3.Ed. So Paulo, Associao

    Brasileira de Cimento Portland, 1998. 32p.

    UNISANTA. Apostila de ensaios de concretos e agregados. Disponvel em:

    http://cursos.unisanta.br/civil/arquivos/Apostila_Ensaios_de_Concretos_e_Agregados_2011.p

    df. Acesso em: 29 de maro 2014.

    UFJF. Concreto Colorido. Disponvel em: http://blogdopetcivil.com/2010/08/05/concreto-

    colorido. Acesso em: 29/03/2014.

    WATANABE, Paula Sumie. Concretos especiais propriedades, materiais e aplicaes.

    Bauru, SP: Unesp, 2008.