CONDECORADOS CONHEÇA A LISTAanuais na gestão da qualidade. - A centralização da manuten-ção da...

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ANO 2 | Nr.15 MENSAL | 4 JULHO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€ pub Notícias de Loures Valorsul continua em ebulição O fim de "Loures em Congresso" 100 anos a ajudar o próximo Câmara contesta parecer da Autoridade da Concorrência e aumenta críticas após conhecer a proposta vencedora da privatização. Pág. 3 Mais de 3000 pessoas presenciaram as dezenas de iniciativas do “Loures em Congresso” durante 100 dias. Resta agora fazer o balanço de uma iniciativa que visa preparar o futuro. Pág. 6 A Associação Luís Pereira da Mota celebrou o seu centenário demonstrando que não quer parar no tempo, apresentando objectivos para o futuro. Pág. 8 Festival do Caracol a chegar Um dos festivais mais aguardados do ano está a chegar. De dia 10 a 26 de Julho aproveite para saborear esta iguaria de todas as maneiras e feitios. Pág. 11 Pág. 4 CONDECORADOS CONHEÇA A LISTA São oito os homenageados, quatro lourenses, um a título póstumo (Herberto Goulart) e quatro instituições. Este é o rescaldo das distinções de 2015 do Munícipio.

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ANO 2 | Nr.15 MENSAL | 4 JULHO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

pub

Notícias de

LouresValorsul continua em ebulição

O fim de "Loures em Congresso"

100 anos a ajudar o próximo

Câmara contesta parecer da Autoridade da Concorrência e aumenta críticas após conhecer a proposta vencedora da privatização.

Pág. 3

Mais de 3000 pessoas presenciaram as dezenas de iniciativas do “Loures em Congresso” durante 100 dias. Resta agora fazer o balanço de uma iniciativa que visa preparar o futuro.

Pág. 6

A Associação Luís Pereira da Mota celebrou o seu centenário demonstrando que não quer parar no tempo, apresentando objectivos para o futuro.

Pág. 8

Festival do Caracol a chegarUm dos festivais mais aguardados do ano está a chegar. De dia 10 a 26 de Julho aproveite para saborear esta iguaria de todas as maneiras e feitios.

Pág. 11

Pág. 4

CONDECORADOS

CONHEÇA A LISTASão oito os homenageados, quatro lourenses, um a título póstumo (Herberto Goulart) e quatro instituições. Este é o rescaldo das distinções de 2015 do Munícipio.

Notícias de

Loures2 EDITORIAL

O mês de Julho é o mês do ani-versário do Município. No dia 26 celebrar-se-ão 129 anos. Mais de um século de altos e baixos, mais de 100 anos sem que a zona saloia se conseguisse assumir como algo mais do que um subúr-bio. As razões serão díspares, seguramente, mas está na altura de Loures e os lourenses emer-girem. Alguns passos já foram dados nesse sentido, casos da criação da associação A2S, que poderá trazer investimento para o Concelho, assim exista empreen-dedorismo da nossa parte, do Festival do Caracol, que ano

após ano se vai afirmando no panorama de festividades nacio-nais, o “Bairro i o Mundo”, que no Conselho da Europa é visto como um caso de sucesso e um exemplo a seguir. A apro-vação do PDM e, esperemos, que a resolução de mais algu-mas AUGI’s e um ordenamento planeado, a luta contra a priva-tização da Valorsul, mostrando que quando é necessário tam-bém batemos o pé. Aliado a isto temos paisagem natural, temos gastronomia, temos monumen-tos, temos associações activas, temos cultura, temos desporto

e campeões, temos história e temos pessoas com valor, como atestam as condecorações muni-cipais. Com tanta coisa temos de ir mais longe e deixar de viver à sombra da capital. Não por inveja ou desdém, longe disso, sentimentos menores não devem fazer parte do nosso vocabu-lário, mas porque nós também somos fantásticos e inovadores e queremos contribuir para que este País evolua, o que só é possível se também nós formos maiores. Para isso é necessário deixarmo-nos de rivalidades, de perceber que o Túnel do Grilo

só serve para unir os habitantes deste Município e não para gerar uma divisão. Devemos vibrar com os feitos de um sacavenen-se, da mesma forma que vibra-mos com os de um bucelense. Numa altura em que os projectos inter-municipais estão na moda, devíamos unir-nos e criar projec-tos inter-freguesias, fazendo das fraquezas forças e aproveitando as sinergias. E que não seja uma obrigatoriedade serem da mesma cor política, pois qualidade e mediocridade existem em todos os partidos. Temos de dar mais valor ao que somos e ao que

fazemos, sem nunca esquecer que temos uma tarefa árdua pela frente, mas que temos capacida-des para a ultrapassar. A melhor forma de ir melhorando o Mundo é começando com aqueles que nos estão mais próximos. Vamos aproveitar este aniversário para renovar votos de optimismo e de disponibilidade para uma Terra que precisa de nós e que estes durem, pelo menos, até ao 130º aniversário, aí voltamos a reno-vá-los. Valorizar o Concelho é valorizarmo-nos todos.

Pedro Santos PereiraDirector

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Francisco Rocha, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Lucília Bahleixo, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rui Pinheiro, Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: [email protected] Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: [email protected] Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

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Crónicas saloias

Julho – o mês de Loures

Notícias de Loures

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Loures 3ACTUAL

A concentração da SUMA e da EGF viola a Lei da Concorrência ao criar entraves significativos à concorrência no mercado dos resíduos e ao permitir que a SUMA venha a adquirir posição dominante no mercado dos resí-duos em Portugal. É desta forma que o Município de Loures vê o projecto de decisão da AdC, apontando-lhe ainda “falhas gra-ves”. Para a Câmara de Loures, a AdC “ignorou informação per-tinente que lhe foi providenciada, quer pelo Município de Loures como pelos outros contra interes-

sados, bem como não realizou investigação com a profundidade que lhe era legalmente devida”.Em maio de 2015, o Município teve, por decisão do tribunal, acesso à informação da propos-ta vencedora. Nessa proposta vinculativa, o consórcio vencedor refere que irá tomar uma série de medidas – para o univer-so das empresas participadas da Empresa Geral de Fomento (EGF), onde se inclui a Valorsul – que irão pôr em causa o desem-penho ambiental, económico e social da Valorsul de onde se

destacam:- A diminuição de 512 mil euros anuais em despesas de conser-vação e reparação.- A diminuição de 96.500 euros anuais em despesas com segu-rança e saúde no trabalho.- A diminuição de 500 mil euros anuais na gestão da qualidade.- A centralização da manuten-ção da Valorsul numa entidade externa.- A diminuição do número de trabalhadores, já que, segundo o consórcio, existe um excedente de 25% de trabalhadores.

- A fusão da Valorsul com a Amarsul (empresa de valorização e tratamento de resíduos sólidos da Margem Sul).- A construção da 4ª linha de inci-neração para receber resíduos da Amarsul e de outras zonas do país.Para além das questões com for-tes impactes ambientais, sociais e económicos, está também pre-visto o aumento em 25 por cento das tarifas a pagar pelo tratamen-to dos resíduos, aumento esse que será pago pela população.Foram estas as razões que leva-

ram o Município a convocar uma sessão pública, que se realizou no dia 30 de Julho, pelas 21 horas, no Pavilhão José Gouveia, em São João da Talha.Entretanto várias associações, colectividades e sindicatos marcaram uma concentração, para dia 8 de Julho às 18 e 30, no Largo da Sociedade 1º de Agosto, em Santa Iria de Azóia.

Valorsul continua a dar que falarMunicípio indignado com parecer favorável da Autoridade da Concorrência (AdC) para a privatização da EGF. Preocupações aumen-tam após acesso à informação da proposta vencedora, da SUMA.

Notícias de

Loures4 ACTUAL

Nasceu a 10 de Maio de 1934, nos Açores, Herberto de Castro Goulart da Silva. Fundou o Welker Futebol Clube e promovia sessões de cinema, na garagem do avô paterno.Em 1948, Herberto Goulart vem para o Continente. A sua primei-ra morada foi na vila de Loures, localidade em que viveu durante cerca de quatro anos.Em 1951, ingressou no curso de "Económicas", no então Instituto Superior de Economia e Finanças, actual ISEG. Regressa ao concelho de Loures. Em Sacavém descobriu a vida

dura da classe operária e apren-deu com a sua determinação na luta por direitos e por um salário digno.Despediu-se da condição de bur-guês (embora sem nunca rene-gar as suas origens). Foi sempre um intelectual comprometido com a classe operária.Participante activo no movimento estudantil antes do 25 de Abril tendo sido dirigente de várias associações estudantis. A PIDE desencadeia a célebre perseguição ao chamado "grupo dos Economistas" e Herberto Goulart, militante do PCP e com

tarefas na organização do grupo, inicia, a pé, a fuga para França, sendo detido em Espanha.Preso no Aljube, depois em Caxias e sujeito ao tribunal ple-nário que o sentenciou a prisão. Nas longas horas de interrogató-rios fazia sempre a mesma exi-gência: "só respondo quando me tratar por doutor". Exigência que apenas lhe valeu a célebre "tortu-ra do sono".No final de 1964, sai da prisão de Caxias. Candidato à Assembleia Nacional pela Comissão Democrática Eleitoral/CDE de Lisboa, em

1973, é nessa qualidade que Herberto Goulart é novamente preso pela PIDE.Foi também membro da Comissão Executiva da CDE, desde 1970 até à sua passagem a partido político, o MDP/CDE, em 1974. Intimamente ligado a Sacavém, Herberto Goulart foi co-funda-dor das Salas de Estudo e da Secção Cultural do Sport Grupo Sacavenense, onde se instalou a primeira biblioteca "pública" de Sacavém. Candidato nas listas das coli-gações FEPU, APU e CDU,

Herberto Goulart pertenceu à Comissão Administrativa da Câmara de Loures, onde foi vereador.Foi deputado na Assembleia da República entre 1980 e 1983, eleito pelo MDP/CDE.Os laços ao concelho de Loures perduram, passando recente-mente a estar ligado à futura Biblioteca Municipal Ary dos Santos, a quem a sua família doou um fundo documental con-siderável.

Herberto de Castro Goulart da Silva (a título póstumo)

Fundado a 21 de Janeiro de 1951, tem por objectivo a dinami-zação cultural, recreativa e des-portiva, devendo a sua fundação a uma formação de jazz. Em Setembro de 1967 foi fundado o Rancho Folclórico, pelo qual têm passado centenas de elementos que se dedicam à preservação e conhecimento da cultura da região.Em 1997, foi inaugurada a nova sede, fruto da união e do traba-lho das pessoas da Bemposta.

Conta com cerca de 600 sócios.Tem como actividades regulares: o rancho adulto; o rancho infan-til; quatro classes de ginástica; futebol feminino; formação de concertinas; orquestra; e museo-logia.O Rancho de Folclore e Etnografia "Os Ceifeiros da Bemposta", fun-dado em 1967, dedica-se sobre-tudo à recolha, estudo e divulga-ção das mais antigas tradições populares da região saloia, no que respeita a trajes, cantigas,

danças e costumes. O cantar ao desafio, o abegão, os pregões e a encenação, tão característicos do final do século XIX e início do século XX. Em 1969 é criado o rancho infan-til, que em 1991 assume um carácter mais específico.O grupo possui ainda um vasto núcleo museológico — o Núcleo Museológico Luís Serra - que expõe peças raríssimas, que ser-viram de suporte à elaboração dos trajes.

Quatro décadas volvidas, impor-ta preservar o património do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta. Se o global pode transformar o local, não é menos verdade que um local forte, enraizado e entro-nizado, saberá sempre aproveitar o melhor que o global tem para oferecer, sem perder a sua alma. Com o trabalho do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, a "alma saloia" encontra-se defen-dida e disponível para partilha.

Grupo Musical e Recreativo da Bemposta

Os condecorados de 2015Numa das várias iniciativas para comemorar o 129º aniversário do município de Loures, a Câmara irá distinguir várias personalidades que muito têm feito em prol do Concelho. Deixamos aqui os homenageados e o suporte para tal distinção.

MEDALHA DE HONRA DO CONCELHO

Nasceu em Março de 1969 e foi nadador de competição até aos 18 anos de idade, altura em que, por doença, foi força-do a abandonar a prática da modalidade, dedicando-se ao seu ensino.Trabalhador da GesLoures com a categoria de técnico de natação desde 1992, Carlos Mota deu aulas desta moda-lidade até 2000, ano em que é convidado a exercer fun-ções de treinador da equipa de natação adaptada, grupo que acompanha até hoje. Contribui, assim, para o ensi-no da natação a pessoas com deficiência, tendo alguns dos seus atletas atingido o mais elevado patamar competitivo através da participação em Jogos Paralímpicos.

A nível de formação, alcançou a classificação nacional de treinador de 3º nível, com trei-no de alto rendimento de nata-ção, na Federação Portuguesa de Natação. Actualmente é o técnico de natação adapta-da, em Portugal, com maior número de nadadores presen-tes e medalhados nas várias competições, sendo titulares de elevado número de recor-des nacionais e mundiais. Várias têm sido, também, as suas participações em con-gressos, conferências e semi-nários, designadamente como prelector no Congresso Anual da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação.Desde o ano 2000 que Carlos Mota tem construído uma carreira de relevo enquanto

treinador de natação, acom-panhando os seus nadado-res em Jogos paralímpicos e Campeonatos da Europa e do Mundo, de Natação Adaptada. A participação mais recente foi no campeonato do mundo que se realizou em Glasgow, na Escócia, já este ano, com apuramento de dois nadado-res.Entre outros galardões em 2015 foi eleito o "Treinador do Ano" pela Associação Portuguesa de Técnicos de Natação.Carlos Mota tem contribuí-do, de forma notável, para a divulgação, desenvolvimen-to, formação e promoção da Natação Adaptada no conce-lho de Loures.

Carlos Manuel Ramalheiro Mota

MEDALHA MUNICIPAL DE SERVIÇOS DISTINTOS

Notícias de

Loures 5ACTUAL

António Alberto Bastos Pimparel ou Beto como é conhecido, nasceu em Loures, a 1 de Maio de 1982. Iniciando a sua carreira na União Desportiva Ponte de Frielas, um dos mais emblemáticos clubes de futebol do Concelho de Loures, cedo deu nas vistas tendo sido transferido para o Sporting Clube de Portugal, onde completou a sua formação como jogador.Para além do seu palmarés de vitórias, é presen-ça assídua na Seleção Nacional, notabilizando-se enquanto jogador de futebol. "Beto" como é cari-nhosamente chamado pela comunidade que o viu nascer, participa em diversas acções de sensibili-zação junto de escolas e associações do concelho de Loures.Joga actualmente no Sevilha FC, clube onde ven-ceu as duas últimas edições da Liga Europa da UEFA, troféu que já tinha conquistado em 2010/11 ao serviço do FC Porto.Por todos os serviços prestados ao futebol nacio-nal e à nação, pelo prestígio que traz à cidade de Loures, pelo carinho que nutre pela nossa cidade e seus conterrâneos, é um exemplo a seguir.

Nascido em Junho de 1988, em Lisboa, Marlon Silva adopta para si o nome artístico DJ Marfox, quando começa a actuar como DJ, em 2001.Filho de emigrantes de São Tomé e Príncipe, é influen-ciado pelos ritmos africanos do kuduro, quizomba, funa-ná e tarraxinha, misturan-do-os com os sons urbanos do house e techno. Cria um conceito de música original

que os jornalistas estran-geiros descrevem como "ghetto sound of Lisbon".Em 2006, publicou a com-pilação "DJ's do Ghetto Vol. I", considerada como o pri-meiro álbum do novo som afro-português. Fez história na música de dança por-tuguesa devido à rapidez com que se propagou atra-vés dos meios digitais.DJ Marfox é a figura prin-cipal do conjunto de músi-

cos da segunda geração de emigrantes das ex-coló-nias africanas, já nascidos e criados em Portugal, fre-quentemente em bairros sociais dos arredores da capital.Este som rapidamente ultrapassou as fronteiras portuguesas e é hoje apre-sentado em festivais e clu-bes europeus, mas também do outro lado do Atlântico, no Brasil e Estados Unidos

da América.DJ Marfox é já um ícone da cultura urbana e subur-bana, uma referência no "Ghetto Sound" e no pano-rama musical e artístico contemporâneo, aquém e além fronteiras.É uma referência para todos os que se empenham em dar aos bairros — como a Quinta do Mocho — a dignidade a que têm direito.

A constituição Portuguesa de 1976 define, nas tarefas fundamentais do Estado, o assegurar o ensino e a valorização permanente (art. 92). Na mesma cons-tituição está defendido o direito a aprender e a ensi-nar (art. 432). Por fim, a constituição dedica todo um artigo (742) ao ensino, defi-nindo as competências e obrigações do Estado nesta

matéria.Foi neste espírito nascido da Constituição de Abril que a Escola Pública assu-miu um papel charneira no desenvolvimento nacional. Não se torna necessário um grande esforço de memória para nos recordarmos das tremendas dificuldades de acesso ao ensino no perío-do anterior a Abril de 1974.O conceito de uma edu-

cação universal, gratuita e de qualidade permitiu mul-tiplicar o número de licen-ciados, bacharéis e outros diplomados no país.O estabelecimento de um sistema de ensino obrigatório, que trata em plano de igualdade todos os cidadãos, é a melhor garantia de igualdade de oportunidades que existe no nosso país. Assim, e

querendo valorizar a Escola Pública, mas também os seus intervenientes - alu-nos, professores, assisten-tes operacionais e técni-cos, e demais comunidade educativa — o município de Loures pretende reco-nhecer este insubstituível papel no desenvolvimento do país e naturalmente do concelho.

Rita Pereira, natural de Loures, nasceu a 10 de Julho de 1981, manifes-tando desde cedo uma enorme vocação artística.Integrou, enquanto bateris-ta, logo aos 15 anos, o Grupo de Teatro Ita Vero da Escola Secundária José Afonso, em Loures, esta-belecimento de ensino que frequentou.Em 2000, Rita Pereira é teclista e vocalista dos "Atomic Bees", banda cria-

da juntamente com o seu irmão e um grupo de ami-gos, sendo convidada em 2003 para integrar a banda de David Fonseca, onde acaba por assumir o nome artístico de Rita Redshoes, permanecendo até 2009.Cantora e compositora, Rita Redshoes lançou o seu primeiro álbum a solo em 2008. Desde então acres-centou mais dois álbuns de originais à sua discografia.Já em 2012, Rita Redshoes

é agraciada, pela revista Portugal Protocolo, com o Prémio Femina por méri-to nas Artes Musicais, um galardão que visa premiar as mulheres portuguesas que se tenham distinguido na sociedade Portuguesa.Com o ano de 2015, veio a aposta na escrita, com a publicação do seu primeiro livro "Sonhos de uma rapa-riga quase normal". Neste mesmo ano é convidada, no âmbito das comemora-

ções municipais do Março Jovem, a partilhar a sua experiência de vida numa conversa com alunos das escolas secundárias do concelho de Loures.Esta já longa e premiada carreira, permite a Rita Redshoes ser considerada, aos 34 anos, como uma das mais talentosas com-positoras da sua geração e uma intérprete de rara capacidade.

Constituída no ano 2000, a Associação Empresarial de Bucelas nasce para fazer face à necessidade de resolução de problemas transversais a todos os sectores económicos, que afectavam gravemente os interesses da freguesia. Actualmente, é compos-ta por 54 empresas.Em Julho de 2010 a actual direcção tomou posse e, desde então, a associação estabeleceu objectivos que são a colaboração no processo de legalização das empresas, o desenvolvimento de actividades culturais e a elaboração de parcerias com algumas empresas. Luta ainda pela legalização de algumas instalações empresariais. De relevar o seu papel na discussão pública do Plano Director Municipal, o empenhamento no processo que abriu caminho à futura construção da variante a Bucelas, bem como a permanente disponibilidade para trabalhar em parceria com as instituições públicas.Contribuem para o progresso, a par de uma signifi-cativa actividade de responsabilidade social.

António Alberto Bastos Pimparel (Beto)

Dj Marfox

Escola Pública

Rita Redshoes

Associação Empresarial de Bucelas

MEDALHA MUNICIPAL DE MÉRITO

Notícias de

Loures6 LOCAL

A iniciativa Loures em Congresso termina no dia 27 de Junho, com uma ses-são pública que teve lugar às 10 horas, no Pavilhão Paz e Amizade. Depois de cem dias de debate em torno do futuro do conce-lho, foram apresentadas as conclusões do congres-so, visando contribuir para a elaboração do Plano Estratégico do Município de Loures. Segundo

Bernardino Soares são “100 dias para o futuro, com a participação de mais de 3000 pessoas”, cujo objec-tivo “não é ser um ponto de chegada, mas um impul-so para projectos futuros. Precisamos projectar a pró-xima década, para que pos-samos tomar boas decisões todos os dias”.Foi um amplo debate, ini-ciado a 12 de março pela Câmara Municipal de

Loures, com dezenas de iniciativas que juntaram por todo o concelho autarcas, empresários, dirigentes associativos, professores, diversos convidados e enti-dades de dentro e de fora do concelho e a população.Começando com a temá-tica do poder local, pas-sando pelos serviços públicos, transportes e mobilidade, educação, cul-tura e desporto, coesão

social e integração, turis-mo e economia local, até ao desenvolvimento rural, segurança e proteção civil, espaço urbano e ambiente, habitação, conhecimento e inovação, ao longo dos últi-mos meses discutiram-se temas concretos da vida da população e procuraram-se caminhos para o futuro do concelho de Loures.

Loures em Congresso terminou

Rui PinheiroSociólogo

Fora do Carreiro

A salamandra alpina e o PDM

Do que consegui apurar, a salamandra alpina é a espécie cujo tempo de gestação é o mais prolongado de todos os que se conheciam. Uns módicos 3 anos e 2 meses. Quer dizer, era. Porque já não é. Agora, o recorde abso-luto e, seguramente, imbatível por muitos e muitos anos é o da gestação de um PDM, em Loures, durante 15 anos e 2 meses.De facto, a revisão do PDM de Loures teve início em Abril do ano 2000, com a gestão CDU da Câmara Municipal à época. O parto, por cesariana, teve lugar, em Junho de 2015, e coube à CDU, que regressou à gestão municipal 12 anos depois, a operação. O PS teve portanto o nascituro, no saco amniótico, durante 12 longuíssimos anos. Na natureza, há uma explicação para tudo. Com o PS, não houve explicação para nada.O PDM agora aprovado, teve ainda de ser alvo de um novo período de discussão públi-ca – com o PS ninguém teria sido ouvido – e, com isso, introduzidas variadíssimas melho-rias, tornando o documento menos mau do que se temia.Não nos deteremos em detalhes técnicos, mas não pode deixar-se de assinalar a sua enfermidade estrutural, que é a de não ter qualquer visão ou rumo estratégico para o Concelho.Ou seja, com o PS, não se conseguia per-ceber o que se queria ou para onde se ia. Apenas se consegue perceber que o docu-mento procurava corresponder a uma amál-gama de interesses privados e particulares.Por isso, se saúda a iniciativa do actual Presidente da Câmara Municipal, Bernardino Soares que, não podendo (e não devendo) recomeçar um PDM de novo, avançou com melhorias ao documento, fê-lo aprovar e desencadeou os trabalhos da elaboração de um Plano Estratégico, com a organização de um “Loures em Congresso”.O Loures em Congresso decorreu em 100 dias de seminários, debates, visitas, análi-ses, diagnósticos e propostas e uma apre-ciável participação para as circunstâncias. O processo e metodologias e, sobretudo, os horários, estiveram longe de ser perfei-tos, mas não há dúvida que constituiu uma oportunidade única de participação comple-tamente aberta e voltada a pensar o futuro.Paineis há, dos quais não se percebeu bem, na sessão de encerramento, que pro-postas apuraram para verter para o Plano Estratégico, mas certamente serão perceptí-veis no relatório final do oportuno Congresso.Do que se trata agora é de avançar com o Plano Estratégico, materializar desde já alguns dos projectos como o “Parque da Várzea e Costeiras”, a “Revitalização Urbana de Camarate, Loures, Moscavide e Sacavém” e a “Viragem ao Tejo”.Mas importa ter-se bem presente, que o PDM salamandrico que agora entrou em vigor, vai precisar da mais breve revisão que for possível, para incorporar o rumo estra-tégico que o Plano Estratégico definir, pelo que este último terá de ser célere e objectivo.

Notícias de

Loures8 ASSOCIAÇÃO

Associação Luís Pereira da Mota 100 anos a ajudarA Associação Luís Pereira da Mota fez 100 anos e o Concelho engalanou-se a rigor para aplaudir e comemorar a data. O presidente da associação promete mais projectos para o futuro e a autarquia critica os cortes nos apoios às instituições sociais.

Foi no passado dia 6 de Junho que a Associação Luís Pereira da Mota assinalou o centená-rio da sua existência, com uma festa alegre e muito concorri-da, a condizer com os sorrisos que faz nascer nas faces de muitas das gentes do concelho. Numa jornada quente e tipica-mente veraneante, a festa contou com a presença de centenas de crianças, idosos e respectivas famílias, contando ainda com um elenco de visitantes VIP. Deste rol, fizeram parte o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, a presidente da Assembleia Municipal e diver-sos vereadores, assim como o presidente da Junta de Freguesia de Loures e várias altas figuras da sociedade lourense.O dia começou com uma visi-ta à exposição sobre os 100 anos da Associação, onde foram exibidas fotografias, filmes alu-sivos à época, indumentária e vários objectos pertencentes ao fundador. A animar a festa, bri-lhavam na grelha sardinhas e bifanas, que iam saindo e sacian-do os convivas. Refrescos varia-dos acompanhavam os comes e refrescavam as bocas mais sedentas.

«Uma instituição que ultrapassa o concelho»

O dia era de festa e de conví-vio. Na cerimónia de abertura da festa, ou sessão solene, o presidente da instituição, José Maria Lourenço, era o espelho da satisfação. «Hoje é dia de festa, porque estamos a comemorar o sétimo aniversário do Centro de Acolhimento Temporário para

Crianças em Risco, festa porque estamos a comemorar o segundo aniversário do Centro de Apoio Integrado e festa porque estamos a celebrar os 100 anos desta instituição», afirmou. «Cem anos de luta contra a pobreza e a exclusão social é a imagem de marca de uma instituição que soube adaptar-se à realidade de cada momento», defendeu o res-ponsável.«Foi a sua ação, durante déca-das, quando os direitos da pes-soa humana eram renegados, os ‘desvalidos da sorte’ como lhes chamava Luiz Pereira Motta, tiveram na Associação de Assistência e Beneficência Luís Pereira da Mota um porto de abrigo que os soube acolher e apoiar nos momentos mais difí-ceis de uma vida», acrescentou. «Durante estes 40 anos, muitos homens e mulheres deram as mãos e percorreram este cami-nho que nos trouxe até aqui, muitas respostas sociais foram criadas, milhares e milhares de crianças, jovens, idosos e famí-lias foram beneficiários da sua acção», disse ainda José Maria Lourenço.O presidente da Associação Luís Pereira da Mota exemplificou a importante acção social da insti-tuição a que preside com a cria-ção da creche, da creche familiar, do jardim-de-infância, do ATL, da comunidade terapêutica, dos centros de dia, das estruturas residenciais para idosos e de tantos outros projectos que, ao longo de 100 anos, contribuíram para tornar a vida de milhares de pessoas bastante melhor.Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures,

referiu, por seu turno, que a Associação Luís Pereira da Mota «é uma instituição de referên-cia na área social, cujo prestí-gio ultrapassa as fronteiras do concelho». O edil afirmou ainda que «é de valorizar um conjun-to muito alargado de respostas sociais que esta instituição dá, congregando à sua volta muitas vontades que dão vida e ajudam ao seu funcionamento».Bernardino Soares lamentou ainda que «instituições como a Luís Pereira da Mota tenham hoje de substituir o trabalho que entidades da Administração Central deveriam ter, sobretudo num altura em que os apoios da Segurança Social diminuem cada vez mais». O autarca concluiu, defendendo a necessidade de «haver mais intervenção das ins-tituições do Estado para ajudar a apoiar o trabalho de instituições como a Luís Pereira da Mota, um parceiro privilegiado da Câmara Municipal de Loures e da popula-ção do concelho».

Comemorações do centenário até Dezembro

As comemorações do centená-rio da Associação Luís Pereira da Mota não se esgotaram no dia 6 de Junho. A 12 de Julho, terá lugar o descerramen-to de uma placa alusiva a Luiz Pereira Motta, na Travessa Luís Pereira da Mota, em Loures e, em Dezembro, mês em que a Associação completa, de facto, os 100 anos, haverá lugar a uma homenagem de todos os asso-ciados e beneméritos que contri-buíram para a resolução dos pro-blemas sociais da comunidade.

Uma acção, em muito elogia-da por Maria Eugénia Coelho, vereadora com os pelouros da Coesão Social, Educação e Habitação da Câmara Municipal de Loures: «A Associação Luís Pereira da Mota tem um trabalho muito importante no concelho, na área social e de grande méri-to, procurando sempre soluções para os problemas existentes. Fazem um trabalho fundamental no apoio às populações mais carenciadas, por vezes com pou-cos apoios do Estado Central e da Segurança Social, que deve-ria ser a entidade que assumiria a responsabilidade nestas áreas. É uma entidade de referência, pois são 100 anos a apoiar quem precisa».A responsável adiantou ainda

alguns projectos em parceria com a autarquia: «Temos um conjunto de projectos que incentivamos e para os quais contamos com a Luís Pereira da Mota ao nível das redes sociais e de outras áreas, como um ante-projecto conjunto para os sem-abrigo que estamos a desenvolver. É com grande satisfação que vemos que a Luís Pereira da Mota aceitou o repto lançado às instituições do con-celho de constituírem Centros de Actividades Ocupacionais. Temos trabalhado no sentido de incentivarmos as instituições a partilhar esta valência, por isso sentimos com muita satisfação que esta parceria dá resultados e, por isso, é para continuar».

André Julião

PRÓXIMOS PROJECTOS DA ASSOCIAÇÃO• Apoio às famílias, em parceria com o Banco Alimentar Contra a Fome (iniciado a 5 junho)• Projeto «Desfazemos Nós, Criando Laços», destinado a idosos e deficientes em risco social• Estruturas de apoio aos deficientes – um CAO (Centro de Atividades Ocupacionais) e um Lar Residencial• Estruturas de apoio a idosos (Residências Assistidas)

Unida, alegre e solidária. É assim que Soares Parente, pre-sidente da Casa da Guiné, clas-sifica a comunidade guineense a viver em Loures. Empenhado em ajudar todos os que preci-sam, Soares Parente luta contra a falta de meios e o aumen-to das necessidades das famí-lias, sobretudo em zonas como a Quinta do Mocho, onde as pessoas estão a passar muitas dificuldades.

Qual a dimensão da comunidade guineense do concelho de Loures?É-me difícil neste momento dar um número exacto. No entanto, há três ou quatro anos, tentámos saber ao certo quantas pessoas temos no concelho de Loures, mas não conseguimos. A nossa estimativa é que sejam acima dos 10 mil guineenses a viver em Loures.

Como caracteriza a comunidade?É uma comunidade que inclui

pessoas que já nasceram cá, jovens, pessoas com mais idade e reformados. Relativamente à escolaridade, temos pessoas com formação superior, embora estejam grandemente a trabalhar nas obras. Eu próprio conhe-ço, cinco famílias com formação superior no concelho de Loures, que, dada a situação que o país atravessa, têm trabalhos pre-cários. Há ainda pessoas com escolaridade média e outras com baixa formação e algumas difi-culdades.

É uma comunidade aberta?Sim, muito aberta. O guineense tem um espírito muito bom, tem um coração de ouro. O guineen-se é aquele que, numa situação normal, dá o que tem e o que não tem. Já assisti a situações aqui em Portugal em que, com o espírito de solidariedade e de ajuda, as pessoas deram de boa vontade. Por vezes pensamos que, se alguém dá um quilo de arroz é porque tem três quilos, mas com os guineenses não é

assim. Nós sabemos abraçar e temos um grande espírito de solidarie-dade. A comunidade guineense é uma comunidade que gosta da terra, que respeita Portugal e com que se pode conviver sem problemas.Qual a religião predominante?Não temos dados concretos, mas diria que há um equilíbrio entre a religião católica e muçul-mana. Há também muitos que não praticam nenhuma religião.

A comunidade guineense de Loures tem sofrido muito os efeitos da crise?É uma situação comum a todos. Neste momento, algumas pes-soas já estão a regressar à Guiné-Bissau, outras estão a tentar a sorte noutras paragens, nomeadamente em Inglaterra e em França. Numa situação de dificuldade, a comunidade emi-grante é que a sofre mais. Há situações em que as pessoas não têm documentos porque não têm trabalho. Sem trabalho, não se consegue a documentação, por isso é um jogo de ping-pong complicado. No entanto, a comu-nidade guineense tem muita coragem, encara a vida com sentido positivo, na esperança de que melhores dias cheguem. Isto, embora haja pessoas que não têm, às vezes, nem um euro para gastar. As pessoas estão a passar mal. Temos a informação de que a autarquia de Loures tem apoiado a comunidade, sobretudo em termos de alimen-tação das crianças nas escolas, mas há sempre o problema do fim-de-semana.

Qual a história comum da comunidade guineense em Portugal?Trata-se de pessoas que vieram em busca de uma vida melhor. Acabaram por ficar, também em parte por causa da situação polí-tica da Guiné-Bissau, que, em muitos momentos, não oferecia às pessoas a segurança míni-ma indispensável para viver num determinado país. Mas, neste momento, as pessoas já estão a regressar. Os voos para Bissau normalmente estão cheios, quer de guineenses, quer de portu-gueses, que estão a investir no país.

Que tipo de iniciativas organizam para manter viva a cultura e as tradições da Guiné-Bissau?Temos um grupo cultural que é o nosso orgulho. São pessoas que gostam de dançar, de cantar e de transmitir os valores indis-pensáveis da cultura guineense. O guineense, em particular, e o africano, no geral, é uma pessoa alegre, que gosta de convívios, gosta de partilhar e de conta-giar alegria. De vez em quando, organizamos festas, colóquios, encontros de reflexão, de modo a aproximar as pessoas. Esses momentos de confraternização ajudam a que lancemos temas de reflexão, para que as pessoas pensem e evitem comportamen-tos desviantes.Gostamos de respeitar o País e de dar a conhecer os valores da nossa cultura e a nossa identida-de. No próximo dia 1 de Agosto, vamos fazer uma grande peregri-nação ao Santuário de Fátima. É o encontro anual da pere-

grinação africana. Em meados de Setembro, comemoramos o Dia do Imigrante e, a 24 desse mês, o Dia da Independência da Guiné. A partir de Novembro, estaremos já dedicados a pre-parar o nosso Natal solidário. Houve um ano em que, no Dia de Natal, organizámos um almo-ço numa escola para pessoas carenciadas, que correu muito bem.Além disso, ainda este mês, vou pedir uma reunião com a Câmara de Loures para ver o que podemos fazer em conjunto. Temos uma comunidade muito forte em Loures e tudo justifica que haja uma maior interacção entre a Casa da Guiné e as ins-tituições da autarquia. Já orga-nizámos encontros na Quinta do Mocho, com estudantes gui-neenses, e estamos em contacto com as famílias daquela zona, por vezes, até para mediar confli-tos e fazer face a problemas que as famílias hoje enfrentam, como penhoras, processos judiciais e outros.Na Casa da Guiné, temos um gabinete jurídico, um gabinete de acção social e um gabinete de desporto e cultura. Gostaríamos de fazer muito mais, mas não é possível porque todas as pes-soas trabalham aqui em regime de voluntariado. Mas, é prefe-rível fazer pouco do que não fazer nada. Há dois ou três anos, tivemos que apoiar 133 famílias dos concelhos de Sintra, Loures, Odivelas e até da Moita. Demos bens alimentares, roupas, livros e material didático diverso. Mas, não damos para tudo!

André Julião

Em tempos difíceis, a comunidade guineense de Loures tem estado mais unida do que nunca para enfrentar a falta de trabalho e de dinheiro. A Casa da Guiné tem-se multiplicado em iniciativas de apoio social.

Guineenses de Loures são prova de solidariedade

Notícias de

Loures 9COMUNIDADES

Notícias de

Loures10 OS ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

Biografia do autor

“My work is around and about,around Lisbon and about colours around animals and about portraitsMy work is about everything and around nothing about the streets and around my work space”.

Também conhecido por OzeArv, José Carvalho é um artista plás-tico sempre à procura do espaço, da cor e do movimento. O seu espaço de criação é uma mistura entre a rua e o atelier. As suas representações, idealizadas a par-tir de pessoas e personagens e vandalizadas pelo uso diário de tintas e camadas de cor, enalte-cem a necessidade de preencher o branco que existe no dia-a-dia de cada um. É perito em retratos, paisagens e pássaros coloridos porque, como diz, “Tenho inveja dos pássaros. Eles sabem voar!”

Biografia da obra

A obra que deixou na Quinta do Mocho intitula-se “Sonhos Coloridos” porque pretende preci-samente ser um reflexo do “sonho de cores desenhado com amor” pelo artista. Foi inspirada nos padrões que dão cor ao Bairro, às capulanas, às terras de África.

José Carvalho

O Festival do Caracol Saloio é uma iniciativa que remonta a 2000, ano em que decorre a primeira edição, junto ao Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.É um evento com características únicas, proporcionando aos visitantes um leque variado de pratos destes gastrópodes, desde o tra-dicional caracol cozido/caracoleta assada ao mais elaborado, servidos por tasquinhas presentes no certame em representação dos mais afamados restaurantes do concelho de Loures.No primeiro ano o festival teve a duração de 5 dias (4ª feira a Domingo) e contou com a participação de 8 tasquinhas e um stand para divulgação de informação turística e apoio ao evento.Nos anos seguintes, e devido ao sucesso da 1ª edição, pensaram-se em novos espaços (mais amplos – que albergassem mais visi-tantes e mais tasquinhas), numa promoção mais alargada e uma animação variada, na tentativa de fidelizar e atrair mais visitantes. Neste âmbito o nº de lugares sentados tem vindo igualmente a aumentar, tendo atualmente 1200 lugares sentados, distribuídos por 10 tasquinhas, que ao longo de 17 dias confecionam os caracóis das maneiras mais variados que possamos imaginar.O artesanato é igualmente um dos pilares deste evento, onde mais de 50 artesãos demonstram a sua arte.A animação é uma constante, tanto no espaço infantil como animação de palco, onde vários artistas atuam durante os 17 dias do evento.O interesse neste evento já passou fronteiras. Assim foi em 2009 quando Loures entrou para o Guiness com o maior tacho de caracóis do mundo (1.111 kg de caracóis confecionados num tacho com 3 metros de diâmetro) e em 2014 com a filmagem de um programa do “Bizarre Foods”.

Festival do Caracol Saloio

www.cm-loures.ptfacebook.com/MunicipiodeLoures

CaracolFESTIVAL

Saloio 10›26 JULHO

PAV. PAZ E AMIZADE

JUNTO AO

2015

ANIMAÇÃO MUSICALTASQUINHASARTESANATO

ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENILSEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00

SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

ENTRADA GRATUITA

ProgramaAnimação20:30 > 23:30

10 julho Nelo Ribeiro e Ricardo Fernandes

11 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico do Bairro da Fraternidade

11 julhoDuo Café Creme

12 julho Banda Azul e Amarelo

13 julho Jorge Nice Show

14 julho Filipe Alves

15 julho Abel Fava

16 julho Pedro Ribeiro

17 julho Duo Fora de Série

18 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico e Etnográfico “Os Frieleiros”

18 julhoTrio Maravilha

19 julho 17:00 > 18:00 Grupo Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares Verde Minho

19 julho CT Duo

20 julho Rafael Vargas 21 julho Rockustico

22 julho Nuno Ess

23 julho Kris Rosa & Zé Carolino

24 julho The Wine A-Billy Rollers

25 julho 17:00 > 18:00 União Cultural e Folclórica da Bobadela

25 julho Kamané

26 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico e Etnográfico do Cabeço de Montachique

26 julho Bruno de Jesus

Apolo 78› Caracol à Bulhão Pato› Çahroi (folhado com recheio de caracol)› Empada de caracol› Caracol à Andaluza› Caracol à Rossini› Caracoleta à Saint Germain› Caracoleta à Parisiense› Fuzilli de caracoleta› Pastel de nata de caracol› Bombom de caracol

Briónia› Omeleta de caracol› Caracoleta à Bulhão Pato› Caracoleta guisada› Feijoada de caracoleta› Rissóis de caracol› Paté de caracol› Pica-pau de caracol

Cantinho do Limiano› Caracoleta à marinheira› Caracol à Limiano› Pasta de caracol› Caracoleta no tacho com chouriça de cebola à moda do chefe› Caracoleta à primavera à moda do chefe› Feijoada de caracoleta› Caracoleta al ajillo› Caracoleta de coentrada› Pataniscas de caracol› Crepes de caracol› Rissóis de caracol

Grelhador de Loures› Feijoada de caracóis› Caril de caracóis› Massada de caracóis› Açorda de caracóis› Arroz de caracóis› Caracoletas de coentradas› Caracol à Bulhão Pato› Empadas, rissóis, pataniscas

Ímpar› Caracol à saloia› Açorda de caracol› Feijoada de caracol› Caracoleta al ajillo› Salada de caracol› Pataniscas de caracol› Rissóis de caracol› Almofadinhas de caracol› Paté de caracol› Caracol à Bulhão Pato

Ludecénio› Chili de caracoleta› Champignon de caracol› Caracoleta à Bulhão Pato› Caracoleta au cerveja› Mitra à Espanhola

Retiro do Minhoto› Caracoleta no forno com manteiga de ervas› Espetada de caracoleta› Ensopado de caracoleta› Caracoleta à Bulhão Pato› Caracoleta à minhota› Caril de caracoleta com arroz› Caracoleta à mexicana› Rissóis de caracol› Pataniscas de caracol› Caracoleta em manteiga perfumada com alho e salsa

R&R Café› Caracoleta à lagareiro› Ensopado de caracoleta› Feijoada de caracoleta› Caril de caracoleta

Salero› Guilho de caracoleta com camarão salteado› Caracoleta com pimentos padron ao alhinho e azeite› Caracoleta assada com molho ardente de manteiga e mostarda› Risoto Al Néro di Sépia com caracoleta e choco algarvio› Caracoleta frita à Bulhão Pato› Revuelto de ovos c/ farinheira, caracoleta e estaladiços de Milho› Caril de caracoleta com manga tropical à moda de Gôa e arroz basmati› Feijoada de caracoleta com búzios e chouriço de Barrancos› Caracoleta à saloia em cama de cebolada e piripiri sacana› Rissol de caracol› Chamuça de caracol à moçambicana

Xurrasku´s› Farinheira com ovos e caracóis› Tiborna medieval com caracóis na telha› Caracoleta assada com molho especial› Caracoletas salteadas com migas saloias› Feijoada de caracoleta› Caracoletas à Bulhão Pato› Caracoleta com molho de cervejeira› Salada fria com gambas e caracoletas

De 10 a 26 de julho, Loures recebe a 16ª edição do Festival do Caracol Saloio, o mais emblemático evento gastronómico onde o caracol é rei. Nesta edição, as 10 tasqui-nhas dos restaurantes participantes voltam a servir variadíssimos pratos, dos mais tra-dicionais, como os caracóis cozidos ou a caracoleta assada, aos mais criativos, como a Feijoada de Caracoleta ou as Pataniscas de Caracol, passando pelas opções mais inesperadas, como o Pastel de Nata de Caracol. A excelência dos pratos mantém-se através dos rigorosos critérios de seleção adotados para a esco-lha dos restaurantes presentes, o que eleva o Festival ao nível qua-litativo que queremos que seja constante.Também os sabores de Loures estarão pre-sentes através do arin-to de Bucelas, do quei-

jo de Lousa e do pão Saloio, proporcionan-do várias experiências enogastronómicas. A já habitual feira artesa-nal, que costuma estar associada ao evento, volta a marcar presen-ça junto ao Pavilhão Paz e Amizade, com cerca de 50 artesãos a mostrar um trabalho de imensa criativida-de, ficando os momen-tos culturais a cargo de ranchos folclóricos locais.De facto, o Festival do Caracol Saloio tem, por um lado, ganho uma dimensão nacio-nal, estimando-se que tenha trazido a Loures, na sua edição anterior, cerca de 100.000 pes-soas de todo o país. Mas tem também, por outro lado, desper-tado a atenção inter-nacional, recebendo em 2014, a visita de Andrew Zimmern, apresentador de Bizarre Foods, do Travel Channel, para a gravação de mais um

episódio do conheci-do programa de tele-visão. Já em 2009, Loures tinha sido notí-cia com o reconhe-cimento do Guiness Book pelo maior tacho de caracóis do mundo. Sendo um petisco tradicional, de forte identidade por-tuguesa, poderá ser também um veículo de divulgação da nossa cultura e gastronomia. É com muito orgulho que verificamos que temos o público e a oferta turística neces-sários ao sucesso do evento.São 17 dias de ani-mação nos quais a tradição saloia se eleva e

ganha maior dimen-são. Se a quiser conhecer, aliada a uma experiência gastronó-mica única, marcada por vários apontamen-tos culturais como os ranchos folclóricos ou o artesanato típico, não deixe de visitar o Festival do Caracol Saloio em Loures. Em família, pois existe um espaço infantil com toda a segurança para as crianças, ou com os amigos, a diversão é garantida. Viva Loures – Capital do Caracol Saloio.

"São 17 dias de animação nos quais a tradição saloia se eleva e ganha maior dimensão.

Nuno Miguel BotelhoVereador da Câmara Municipal de Loures

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CaracolFESTIVAL

Saloio 10›2

6 JULHO

PAV. PAZ E AMIZADE

JUN

TO AO

2015

ANIMAÇÃO MUSICALTASQUINHASARTESANATO

ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENILSEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00

SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

ENTRADA GRATUITA

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CaracolFESTIVAL

Saloio 10›26 JULHO

PAV. PAZ E AMIZADE

JUNTO AO

2015

ANIMAÇÃO MUSICALTASQUINHASARTESANATO

ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENILSEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00

SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

ENTRADA GRATUITA

A Câmara Municipal de Loures vai retomar, ainda em 2015, a entrega do Galardão de Mérito Empresarial. As inscrições estão a decorrer e encerram a 15 de Julho. Este prémio do Município de Loures visa o reconhecimento da actividade empresarial desen-volvida no concelho. Esta distin-ção vai galardoar as empresas que contribuem para o desen-volvimento do Município, através da criação de riqueza, valor e de emprego e que se destaquem pela sua acção empresarial nas áreas de inovação, capacidade empreendedora e internaciona-lização.O Galardão de Mérito Empresarial terá uma Comissão de Avaliação, composta pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, um vereador de cada força política com represen-tação na Câmara Municipal e representantes da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE), Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS), Associação Empresarial de Comércio e Serviços dos Concelhos de Loures e Odivelas (AECSCLO), Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), União Geral de Trabalhadores (UGT), Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures e Instituto Superior Técnico (IST).

Em reunião de Câmara, no passado dia 24 de Junho, foi votado favoravelmente a extinção da União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, a favor da criação da Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros e da Junta de Freguesia de Frielas, tal como existia antes da re-organização autár-quica. A votação contou com os votos favoráveis dos veradores da CDU e PS e os votos contra dos vereadores da Coligação Loures Sabe Mudar, encabe-çada pelo PSD. Este ponto foi debatido em função da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República – sob a ini-ciativa do grupo parlamentar do Partido Comunista Português – ter solicitado ao Município de Loures pareceres referentes aos projectos de Lei números 909/XII e 910/XII, relativos à criação das fregue-sias de Frielas e de Santo António dos Cavaleiros, respectivamente.Os projectos de Lei propõem a reposição destas duas freguesias, com os mesmos limites existentes até à entrada em vigor da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janei-ro e a consequente extinção da União das Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, criada no âmbito da reorganização administrativa territorial autárquica, operada pela Lei n.º 22/2012, de 30 de Maio.Para a instalação dos órgãos autárquicos das novas freguesias, o Projecto de Lei propõe a nomeação de uma comissão instaladora, que funcionará no período de seis meses que antecede o termo do actual mandato autárquico.

O regresso do Galardão de Mérito Empresarial

Câmara a favor da separação de Santo António dos Cavaleiros e Frielas

Notícias de

Loures 15ACTUAL

Quinta do Mocho já tem transportes

Desde o dia 1 de Julho, a Carreira 300 da Rodoviária de Lisboa, que faz a ligação entre o Campo Grande e a Praça da República, em Sacavém, passará a circular pelo interior da Quinta do Mocho, com paragens na Alameda das Comunidades e na Avenida Amílcar Cabral. Pela primeira vez uma carreira da Rodoviária de Lisboa passa por este bairro, o que significa uma abertura desta empresa em relação à Quinta do Mocho, o que permitirá aos moradores um melhor serviço. Esta melhoria de serviço resul-

ta dos contactos que a Câmara Municipal de Loures tem vindo a estabelecer com a Rodoviária de Lisboa no sentido de procu-rar ajustar a oferta de transporte público existente às reais neces-sidades da população.

Novo Plano Director Municipal já está em vigor

O novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Loures já está em vigor, depois da sua publicação em Diário da República, no pas-sado dia 18 de Junho.Este plano municipal de ordena-mento do território, que abrange toda a área do concelho, estabe-

lece as regras a que deve obe-decer a ocupação, uso e trans-formação do solo, bem como a estratégia de desenvolvimento concelhio, atendendo às poten-cialidades e necessidades locais e tinha sido aprovada em reu-nião da Assembleia Municipal de 14 de Maio, sob proposta da Câmara.Das alterações introduzidas no novo PDM de Loures, destacam-se a diminuição da área urbani-zável, a reserva de espaço-canal para concretização das novas vias rodoviárias; as alterações na estrutura do regulamento do PDM, com particular destaque às introduzidas com vista à lega-lização futura de habitações em

mais Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI); a criação de novas áreas destinadas a polos de actividades económicas, identi-ficadas como oportunidades de desenvolvimento para o concelho e a ampliação de espaços públi-cos de lazer, como é o caso do Parque Urbano de Santa Iria de Azóia.A revisão do PDM surge no seguimento do segundo perío-do de discussão pública, que decorreu de 18 de Dezembro de 2014 a 30 de Janeiro de 2015. Desta discussão, foram recebi-das 63 participações escritas, das quais 58 foram objecto de ponderação. Importa relembrar que a proposta de revisão do

PDM já havia sido submetida a discussão pública entre 17 de Setembro de 2013 e 23 de Abril de 2014. Durante esse período, a Autarquia recebeu várias con-tribuições e introduziu algumas alterações na proposta aprovada no mandato anterior, patentes na versão que seguiu para o segundo período de discussão pública. Ao todo, a este processo há ainda que somar mais de 20 sessões públicas, realizadas em todas as freguesias do concelho, que contaram com a participação de cerca de 2100 pessoas e um debate sobre o PDM dirigido aos eleitos da Assembleia Municipal, anterior à aprovação agora deli-berada.

Notícias de

Loures16 CULTURA

Celebra-se, no próximo dia 22 de Julho, mais um aniversário da constituição do concelho de Loures, criado em 1886, data em que, por decreto do Diário do Governo, este território se autonomizou administrativamen-te, passando a sede do conce-lho dos Olivais para o lugar de Loures, que à época tinha não só uma maior centralidade, mas sobretudo um peso económico mais significativo. O Artigo 3º da referida publicação menciona que “É transferida para a povoação de Loures a sede dos Olivaes, que passará a denominar-se con-celho de Loures”. Aliás, o pró-prio Diário do Governo aludia a que esta decisão se justificava porque a zona de Loures era a área do distrito de Lisboa que apresentava o maior rendimento colectável, ou seja, esta altera-ção deveu-se essencialmente a

questões financeiras. Apesar da sua criação naquela data, a nova entidade administrativa só come-çou a funcionar em pleno no ano seguinte, mais precisamente a 2 de janeiro de 1887, data da primeira assembleia, na qual foi eleito o seu primeiro Presidente, Anselmo Braamcamp Freire. Apesar de nesta altura a agricul-tura ser a actividade económi-ca predominante, não podemos deixar de referenciar a crescen-te industrialização que acompa-nhava a margem do rio Tejo, e essencialmente a via-férrea (eixo estruturante para a implantação das indústrias e dos operários que nelas laboravam), com des-taque para a Fábrica de Loiça de Sacavém e também para a Fábrica de Papel da Abelheira (São Julião do Tojal). Assim, a área que actualmente pertence ao município de Loures

esteve durante séculos ligada à evolução da cidade de Lisboa e do seu Termo, sendo este uma zona de influências e de inter-câmbios, cujos limites variaram ao longo dos anos, mas que abrangia uma vasta região a norte da capital. Conforme nos refere Augusto Santos Silva, na sua obra “Dispersos”, “Desde épocas bastante remotas, a juris-dição da Câmara de Lisboa e das outras autoridades que presidiam à representação, polícia e admi-nistração da cidade não se limita-va à área citadina (…) mas esten-dia-se por um vasto território, ao norte e ao ocidente do povoa-do que compreendia um certo número de freguesias eclesiásti-cas de aldeias e lugares, a que se chamava o Termo de Lisboa”. Apesar de ser difícil demarcar com precisão a geografia desse Termo de Lisboa, devido ao facto de ter variado ao longo do tempo, em finais do século XIV, mercê dos benefícios outorgados por D. João I, em 1385 (como prova de gratidão pelos serviços pres-tados durante a Revolução de 1383-85), o Termo é ampliado, desde o Tejo até Torres Vedras e Alenquer, incluindo Sintra, Vila Verde, Colares, Ericeira e Mafra, tendo sido portanto substancial-mente alargado. Já em finais do século XV, parte das terras doa-das por D. João I foram desa-nexadas, pois não figuram no Termo de Lisboa no censo de 1527. Durante o período medie-

val Loures era assim parte do Termo, sendo uma região rica em hortas, em pastagens e, também, em matas. Já em 1251 o rei D. Dinis adquirira matas em Loures, mais precisamente na zona do Correio-mor e esteve muitas vezes em Frielas nas suas casas, as quais mandou melhorar, de forma a ter aqui uma residência condigna de um rei e sua corte.A primeira diminuição significati-va da área do Termo é de 1759, com a elevação de Oeiras a vila. Se em 1822 o Termo possuía 33 freguesias, incluindo a de Loures, entre 1826 e 1835 assistiu-se à criação de várias subdivisões administrativas do Termo, o que irá culminar em 1836 com a sepa-ração da zona norte deste, ficado ele então apenas com 22 fregue-sias, a saber: Campo Grande, Charneca, São João da Talha, Olivais, Sacavém, Via Longa, Loures, Bucelas, Ameixoeira, Apelação, Camarate, Santo Estêvão das Galés, Fanhões, Frielas, Lousa, Lumiar, Odivelas, Póvoa de Santo Adrião, Tojal, Tojalinho, Unhos e Benfica. Em 1852 o Termo é extinto e cons-tituem-se dois novos concelhos: Belém e Olivais. Finalmente, uma nova remodelação em 1886, como referido, cria o concelho de Loures.A importância estratégica da cidade de Lisboa e do seu porto é muito antiga, anterior até à antiguidade clássica, havendo várias descrições sobre este

núcleo urbano, uma delas de autoria de Osberno (persona-gem histórico associado ao cerco de Lisboa de 1147, quando D. Afonso Henriques conquista esta cidade aos mouros com a ajuda de cruzados provenientes do Norte da Europa), que nos diz nas suas memórias sobre a dita conquista: “Era o mais opulento centro comercial de toda a África e duma grande parte da Europa (…). Separa o mundo do céu, as terras e os mares, por isso que ali se acaba o litoral da Espanha, e em volta dela começa o oceano da Gália, e o limite setentrional, terminando ali o oceano Atlântico e o ocidente. Diz-se, por isso, que Lisboa é uma cidade fundada por Ulisses. Os seus terrenos, bem como os campos adjacentes, podem comparar-se aos melho-res, e a nenhuns inferiores, pela abundância do solo fértil, quer se atenda à produtividade das árvo-res, quer à das vinhas. É abun-dante de todas as mercadorias, ou sejam de elevado preço ou de uso corrente; tem ouro e prata.” A cidade de Lisboa no seu sentido amplo sempre compreendeu o núcleo urbano e a sua respectiva área de influência, ou seja, o seu Termo. Para assinalar os limites deste, e dado que eles variaram no tempo conforme já foi aludido, foram colocados marcos com o símbolo da cidade, a nau e os corvos, representações herál-dicas que aliás também foram sofrendo alterações.

Paisagens & PatrimóniosLoures e o Termo de Lisboa

Florbela EstêvãoArqueóloga e museóloga

Termo da cidade de Lisboa, Chafariz de Bucelas.

Notícias de

Loures 17CULTURA

João AlexandreMúsico e Autor

Chet Faker Fenómeno

A propósito de não uma, mas sim de três actuações de Chet Faker em Lisboa, no espaço de oito dias, se escreve este texto sobre o fenómeno australiano, Nicholas Murphy de seu verdadeiro nome.Depois da excelente apre-sentação ao vivo no NOS Alive 2014, confirma-se agora a devoção do públi-co português nos coliseus esgotados para as datas de 3 e 4 de Julho e uma repes-cagem para, praticamente, encerrar o mesmo festival em 2015, mais precisamen-te no dia 11 de Julho.Entre as compilações de chillout de seu pai e álbuns vocais de jazz de Chet Baker passa muito da for-mação, influência e apren-dizagem deste músico aus-traliano, nascido em 1988 em Melbourne.Murphy decidiu utilizar o nome artístico “Chet Faker” quando se apercebeu que, algumas pessoas, se diri-giam para os seus espectá-culos à espera de um outro artista já consagrado e que se chamava igualmente Nick Murphy. Assim apare-ce Chet Faker num misto de homenagem a Chet Baker, à sua música e estilo de vocalização.A primeira realização de Chet Faker foi dada a conhe-

cer ao público em 2011, através de uma versão de um tema dos Blackstreet “No diggity” e que se tor-nou viral online, impulsio-nando o lançamento de um EP “Thinking textures”, com excelentes críticas da imprensa e descrito como um “lounge maravilhoso” subtilmente misturado.Desse EP destaca-se o tema “I’m into you”, que conquista posições de des-taque em diversos charts por esse mundo fora.Em 2013 e após algumas colaborações com outros artistas, como Flume ou Temper Trap, e um prémio como melhor novo artista independente, atribuído pela Rolling Stone austra-liana, Chet Faker lança o single “Melt”, com o convi-dado Kilo Kish. O álbum de estreia “Built in glass” inclui “Melt” e ainda os singles “Talk is cheap”, “Gold” e “1998”, tendo sido lançado em Abril do ano passado e atingido o 1º lugar do prin-cipal top de vendas austra-liano. Muitos destaques, a rampa para muitos concer-tos pelo mundo e uma vasta tournée pelo seu País. Este trabalho conquistou, de forma assombrosa, público e crítica.A voz vibrante e poderosa de Chet Faker não deixa

margem para dúvidas e consola-nos emocional-mente, mas são as suas subtis e originais composi-ções electrónicas que des-tacam o ritmo singular dos seus temas. Ao vivo Chet Faker entrega-se de corpo e alma e essa entrega é tão acentuada e de forma tão apaixonada que não deixa ninguém indiferente, mesmo num estilo que é acima de tudo “downtem-po”. O concerto no festival em 2014 prova-o inequivo-camente.“Bend” um single lançado formalmente neste mês de Junho, antecipa provavel-

mente um próximo trabalho de maior duração e apesar de conter o mesmo bombo de drumbox, característico do som Chet Faker, deixa-nos um ar talvez mais funky do seu trabalho, sem aban-dono da electrónica e que por certo agradará a todos os que ansiosamente espe-ram pelos seus espetáculos e num ápice esgotaram os bilhetes para o dia 3 de Julho, “obrigando” a orga-nização a concretizar nova data a 4 de Julho e abrindo portas para a inclusão no line up do palco principal do NOS ALIVE.

Ninho de CucosO rei D. Afonso Henriques, tendo conhecimento da história, deu ordem para se ir buscar as relíquias de São Vicente, de modo a serem depositadas na Sé de Lisboa. Durante a viagem das ditas relíquias até Lisboa, na barca dos despojos do mártir, poisaram dois corvos, um à proa e outro à popa, que o guar-daram durante o percurso.Conhecer a história de um território é saber que essa realidade foi variando, incluindo as suas fron-teiras, com a sedimentação de culturas, vivências, e administrações, ou seja, que este território onde hoje vivemos já teve muitas outras configurações, e que elas deixaram traços, vestígios na paisagem, os quais nos apelam para outros tempos, outras pessoas, outros quotidianos, e variados sentidos de identidade e de fronteira. A fronteira, linha simbólica demarcatória do nosso espaço e do dos outros, é um elemento fundamental, até para a compreensão das diferentes representações do território, que foram sendo reelaboradas.Em Bucelas, no largo do coreto, um chafariz ostenta mais uma vez um marco do referido Termo, com a imagem de uma embarcação imponente, de múlti-plas velas enfunadas, sugerindo movimento. E para finalizar, existem ainda mais dois marcos do Termo localizados na povoação de Vila de Rei, um deles também junto ao rio, e um outro perto do Casal da Cruz. Estes dois marcos, em termos heráldicos, são semelhantes ao marco de Ponte de Lousa. A referida imagem do município de Lisboa, uma nau e dois corvos, remonta à época de D. Afonso Henriques, e tem as suas raízes na lenda de São Vicente. Segundo tal lenda, no ano de 304, Vicente, diácono do bispo de Saragoça, foi martirizado e lan-çado ao mar por ordem de Daciano, prefeito roma-no, tendo o seu corpo sido recolhido por alguns cristãos. Temendo que os restos mortais do santo fossem profanados durante as invasões árabes, colocaram-no numa barca, que aportou junto ao promontório de São Vicente.

Ora, se estivermos atentos enquanto deambulamos pelo actual município de Loures, ainda podemos observar alguns marcos do antigo Termo da cidade de Lisboa, num total de seis. Um dos marcos está quase escondido dos nossos olhares, junto à ponte do lugar de Ponte de Lousa, na margem esquerda do rio, e praticamente encostado a uma casa térrea; nele são visíveis os símbolos da cidade (a embarca-ção e os corvos).Na povoação de Fanhões subsistem dois marcos, um deles encimando um portal privado, localizado junto do largo do coreto, ou seja, próximo da Igreja dedicada a São Saturnino (santo que cuidava das crianças com quebranto); está pintado de branco e azul, facto que possivelmente disfarça a sua antiguidade. Ainda na mesma povoação podemos observar outro marco que encima a magnífica fonte de Fanhões, junto aos lavadouros e ao rio, no qual está representada uma embarcação diferente da anterior.

Termo da cidade de Lisboa, Vila de Rei.

Notícias de

Loures18 CULTURA

A fotobiografia de Mário Viegas por Filipe Esménio

Sacavenense campeão distritalA equipa de Juniores B do Sacavenense sagrou-se campeã dis-trital de futebol. Na final defrontou o Belenenses, tendo empatado em casa a dois e, uma semana mais tarde, foi ao Restelo empatar a três golos. A equipa de Sacavém tornou-se assim campeã, pois marcou mais golos fora. Uma vez mais, a formação do Sacavenense volta a dar alegrias aos seus sócios e a prestigiar o Concelho.

Ai! a Dança enche ColiseuAs Academias do Ai! a Dança de Loures, Santa Iria de Azóia, Sintra e Pontinha voltaram a encantar o Coliseu dos Recreios no dia 27 de Junho. Mais um grande espectácu-lo, cuja assistência pode comprovar, num recinto repleto. É um hábito no final de cada ano lectivo as diversas Academias do Ai! a Dança juntarem-se, a exemplo do que acontece no Natal, e espalharem toda a sua magia por todos aqueles que assistem. Um momento em que os aprendizes se tornam estrelas.

"O Sonho ao Poder, uma foto-biografia de Mário Viegas", foi lançada ao final da tarde de dia 25 no Museu Nacional do Teatro, em Lisboa, pro-curando transmitir os valores de um homem multifacetado que “não deixava ninguém indiferente”.Filipe Esménio, autor da foto-biografia, procurou dar ao livro a “leveza” suficiente para ser lido pelas novas gera-ções, mantendo a “força” de uma personagem que “agitou consciências”.Com dezenas de fotografias do espólio de Mário Viegas, o livro mostra o homem, o actor, o “diseur” (declamador), o activista político, o boémio, o homossexual assumido numa época “difícil”.Filipe Esménio afirmou que

mais do que a memória, o livro quer passar os valores que marcaram a vida de Mário Viegas, como o de provar que as crianças podem acreditar nos seus sonhos — começou a fazer teatro aos quatro anos com dois pequenos fantoches – e que é possível fazer dife-rente (ele próprio assumiu a diferença), ter mais escolhas e mais liberdade. Depois, há a “paixão” pelo teatro e a “mis-são” de “defesa intransigente da língua portuguesa e dos

seus poetas”.“Mário Viegas agitou cons-ciências e abanou estruturas. Foi desafiante e provoca-dor. Um menino que tinha desde pequeno o sonho do palco e concretizou-o. Nunca desistiu das suas convicções, embora, no fim, talvez tenha desistido parcialmente de si, mas nunca daquilo em que acreditava”, afirma o texto de apresentação do livro.Filipe Esménio, que não conheceu o actor, acabou por, pela circunstância de ter casado com a sua sobrinha, “cheirar, viver, respirar” o uni-verso, público e privado, de Mário Viegas, de forma que se tornou uma “quase obses-são”.Na que foi a casa dos seus pais, em Santarém, escreveu mesmo uma peça de teatro, compulsivamente, num fim de semana, um texto que, com a decisão da Câmara de Lisboa de retirar a Sala Mário Viegas

(um anexo ao Teatro São Luiz) à Companhia Teatral do Chiado, ficou “engavetado”.A saída de Juvenal Garcês do Teatro Estúdio Mário Viegas, que obrigou à retirada de todo o “valiosíssimo” espólio de Mário Viegas (propriedade da companhia), foi, segun-do Filipe Esménio, o “gati-lho” para se dedicar à tarefa de dar a conhecer a quem nunca conheceu um homem que “não era indiferente a ninguém” e todo o conjunto de valores que marcaram a sua vida.Para esta fotobiografia, Filipe Esménio inspirou-se na “Auto-Photo Biografia Não Autorizada” de Mário Viegas e no livro de José Carlos Alvarez, actual director do Museu Nacional do Teatro. O livro, com 120 páginas e uma primeira edição de 800 exem-plares, está à venda em livra-rias de todo o país, nomeada-mente Fnac e Almedina.

Ricardo AndradeComissário de Bordo

Juventude no jardim

Há poucos dias tive a oportunidade de, ao abrigo de funções políticas que desempenho, estar na Tomada de Posse dos novos órgãos dirigentes da JSD Loures. Foi num belo jardim do nosso Concelho, num final de tarde pleno de calor, que se reuniu um grande grupo de jovens (e alguns poucos menos jovens). Ao ar livre e com direito a momentos de convívio encontraram-se muitos jovens de diversos pontos do nosso Concelho mas também do Distrito de Lisboa.Uma concentração de um grupo alargado de jovens não é nada de estranho no nosso País e nem é algo de estranho em Loures e dificilmente seria até mesmo algo que me pusesse a pensar durante muitos minutos. Mas num Portugal onde é costume dizer-se que os jovens fogem da política e dos partidos, penso que é de realçar que um grupo pequeno de jovens (neste caso os novos dirigentes da JSD Loures) consiga motivar e mobilizar para um evento político e partidário um núme-ro alargado de outros jovens.Foram jovens livres que quiseram ir até aquele jardim ouvir falar sobre política. Foram jovens descomprometidos que quiseram ir até aquele jardim escutar outros jovens e os seus projectos para o futuro. Foram jovens interessados que quiseram ir até aquele jardim mostrar que, afinal, os jovens se preocupam com o que se passa na política em Portugal. Confesso que nunca concordei com a análise negativista de que os jovens não se interessam por nada que os rodeia em geral e pela política em particular. Admito que olho para os jovens portugueses e vejo gente interessada. Afirmo mesmo que olho para os nossos jovens e não vejo gente alienada e despreocupada. Mas não me cabe apenas a mim acre-ditar que a juventude do meu Concelho é interessada e preocupada com o seu futuro. Cabe também a todos os respon-sáveis políticos do Concelho. Cabe a todos aqueles que passaram de jovens a adultos a pensar política e que hoje se esquecem do caminho que percorreram. Cabe igualmente aos mais velhos confia-rem nos mais jovens.Mas, não sejamos hipócritas! Cabe, acima de tudo, aos jovens mostrarem que não estão fora da sociedade e que não pretendem viver numa redoma de vidro em que outros os protejam. Cabe aos jovens subir a pulso atropelando preconceitos e ideias pré-concebidas de que a juventude é amorfa. Cabe às insti-tuições como a JSD quebrar essa ideia de que a juventude não vive no mundo real em que a política marca a sociedade e vice-versa.Por isso não poderia falar de outro assun-to que não fosse aquela moldura humana naquele jardim no Concelho de Loures!! Por isso não poderia deixar de desejar um bom trabalho a quem verdadeira-mente representa os jovens do meu Concelho!!

Notícias de

Loures20 SAÚDE

Introdução

A pele é o maior órgão do corpo: protege-o do calor, da luz do sol, de feridas e de infecções; ajuda a regular a temperatura corporal; armazena água e gordura; e pro-duz vitamina D.A pele tem várias estruturas e vários tipos de células. Um tipo de células são os melanócitos, que produzem melanina, o pig-mento que dá à pele a sua cor natural. Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos produzem mais pigmento, fazendo com que a pele bronzeie, ou seja, escu-reça.

Por vezes, surgem proeminên-cias de grupos de melanócitos e de tecido circundante, chamados sinais ou nevos, muito comuns. A maioria das pessoas tem 10 a 40 sinais em todo o corpo. Os sinais podem ser rosados, castanhos-claros ou escuros, ou de uma cor muito parecida com o tom normal da pele. Os sinais podem ser achatados ou volumosos. São, geralmente, redondos ou ovais e mais peque-nos do que a borracha de um lápis, podendo estar presentes desde o nascimento ou aparecer mais tarde – geralmente antes dos 40 anos e tendem a desapa-recer nas pessoas mais velhas.

Como é do conhecimento geral, o Melanoma é um tipo de Cancro de Pele. Surge quando os mela-nócitos se tornam malignos, repli-cando-se descontroladamente. O Cancro de Pele pode aparecer em qualquer local do corpo, mas é mais comum em áreas expos-tas ao sol, como a cara, pescoço, mãos e braços.Existem vários tipos e, apesar do melanoma não ser o tipo de cancro de pele mais frequente, é o mais agressivo e o que causa o maior número de mortes. Se o melanoma for reconhecido e tratado precocemente é quase sempre curável, caso contrário, pode evoluir e espalhar-se por outras partes do corpo, tornan-do-se mais difícil de tratar e, por vezes, fatal. A incidência do Melanoma tem vindo a aumentar nas últimas décadas, com um aumento esti-mado em 4-8%/ ano. Em Portugal, a incidência estimada é de 6-8 casos por cada 100.000 habitan-tes. Actualmente, é o 5º cancro mais frequente em homens e o 7º em mulheres. A chave para prevenir mortes por Melanoma

continua a ser a sua prevenção e detecção precoce, numa fase em que a sua remoção cirúrgica ainda é curativa.

Factores de RiscoUm factor de risco é algo que aumenta a probabilidade de con-trair uma doença. Ter um factor de risco não é sinónimo de doen-ça, tal como não ter um factor de risco não significa o oposto.Todos estamos em risco de sofrer de melanoma, mas um risco aumentado depende de vários factores:• Exposição a luz solar e luz artificial – Tanto as radiações UVA e UVB são perigosas para a pele. Os típicos factores de risco para o aparecimento de Melanoma são os vulgares “escaldões”, exposição acumula-da ao longo da vida e utilização regular de solários. Contudo, o factor de risco mais significativo são as queimaduras solares com bolhas na infância precoce.• Sinais – Existem dois tipos de sinais: Sinais normais – peque-nos sinais castanhos, que apa-recem nas primeiras décadas de vida; e Sinais atípicos – que podem ser precursores de mela-noma. Independentemente do tipo, quantos mais sinais se tem, maior o risco de melanoma.• Tipos de pele – Tal como em qualquer tipo de cancro de pele, pessoas com pele mais clara estão em maior risco. Isto não significa que pessoas de pele mais escura não estejam em risco e que não possam ter can-cro de pele.• Idade - A probabilidade de desenvolver melanoma aumenta com a idade, embora a doença afecte pessoas de todas as ida-des.• História Pessoal – Quando se tem melanoma, está-se em maior risco para recorrência. Igualmente, o risco de mela-noma aumenta quando se tem outro tipo de cancro de pele.• História Familiar – A heredita-riedade tem um papel importante no melanoma. Cerca de 1 em cada 10 doentes diagnosticados, tem um familiar com história de melanoma.

Como prevenir A prevenção do Cancro é um conjunto de acções que procura

diminuir a probabilidade de con-trair a doença. É fundamental a prevenção. Nunca se esqueça: “Mais vale prevenir do que reme-diar!”.

A Fundação do Cancro da Pele recomenda SEMPRE o uso de protector solar como pilar desta estratégia preventiva. Porém, apenas o uso de protector não é suficiente. Fica uma lista de dicas de prevenção:• Evitar a exposição solar entre as 11:00h e as 17:00h e as quei-maduras solares.• Evite solários artificiais;• Proteja-se do sol utilizando roupa clara, chapéu com abas e óculos de sol com lentes que bloqueiem os raios UV;• Use protector solar de largo espectro (UVA e UVB), aplican-do no corpo inteiro 30 minutos antes da exposição solar, e rea-plicar de 2 em 2 horas e após os banhos;• Mantenha os bebés longe do sol e ensine a protecção solar às crianças desde muito cedo. No 1º ano de idade, as crianças não devem ser expostas directamen-te ao sol;• Conheça a sua pele, efectue um auto-exame da pele de 2 em 2 meses;• As pessoas ruivas, loiras, com sardas e muitos sinais, devem proteger-se com maior rigor;• Recorrer ao seu médico anual-mente para examinar a sua pele.

Como diagnosticarExistem duas técnicas específi-cas para o reconhecimento pre-coce da doença: Sinal do Patinho Feio e o ABCDE.

O Princípio do Patinho Feio

Este princípio baseia-se no achado de um sinal de morfologia distinta dos restante e/ou que, ao longo do tempo, evolui também de maneira diferente.

O ABCDE do melanoma:Para um auto exame de sucesso, é necessário saber o que se está à procura. Tome nota de algum sinal novo ou sinais antigos que cresçam ou alterem o seu aspec-to. Lesões que causem comi-chão, sangrem ou não cicatrizem são sinais de alarme. Aspectos a ter em atenção:• Assimetria – Se desenhar uma linha pelo meio do sinal, e se as

duas metades não corresponde-rem igualmente, significa que o sinal é assimétrico. • Bordos – Um sinal benigno tem os bordos suaves e regulares. No melanoma, os bordos ten-dem a ser irregulares, podendo ser entalhados ou recortados; • Cor – A maioria dos sinais benignos costumam tem apenas uma cor – geralmente um tom de castanho. O melanoma, por sua vez, pode apresentar vários tons de castanho, preto ou mesmo vermelho ou branco; • Diâmetro – Os sinais benignos são geralmente menores do que os melanomas. Geralmente, estes últimos apresentam um diâmetro maior a uma borracha de ponta de lápis. • Evolução – Os sinais benignos mantêm as suas características ao longo do tempo. Qualquer alteração acima descrita, ou o aparecimento de novos sintomas como comichão, dor ou sangra-mento, devem levantar suspeita para melanoma.A maioria dos melanomas con-segue ser detectada a olho nu, apesar de ser sempre necessá-ria biopsia para confirmação.

TratamentoO primeiro passo no tratamento é a remoção cirúrgica.É importante sublinhar que não

existe nenhum tipo de medica-mento provado que diminua o risco de melanoma ou cancro da pele na população geral.

Conclusões e Recomendações• A prevenção, detecção e trata-mento precoces são fundamen-tais.• Faça um auto-exame à sua pele regularmente.• Ter em atenção o ABCDE (Assimetria; Bordos; Cor; Diâmetro e Evolução) do Melanoma, e procurar um médi-co quando detetar alguma alte-ração nas características de um sinal.• Ter os devidos cuidados de protecção contra a radiação solar.• Lembrar que o cancro resul-ta de exposição acumulada. Comece já hoje a pensar na sua saúde e evite a exposição excessiva ao sol!

Internos do Internato do Ano Comum

Alberto de Sousa PrataCláudia SilvaMário Pereira Rute Branco

Médica Coordenadora da USP – Elvira Martins

MelanomaO que é e como prevenir

Notícias de

Loures 21SAÚDE

A época de exames é uma altura de grande desgaste físico e psi-cológico, causando um aumento das necessidades energéticas diárias. Nesta fase é fundamental garan-tir um aporte nutricional adequa-do e evitar períodos de fadiga extrema e baixa produtividade.Existem alguns conselhos úteis para melhorar o rendimento inte-lectual na época de exames.

Comer Regularmente

Comer regularmente ao longo do dia permite manter os níveis de glicose adequados no sangue. Saltar refeições, especialmente o pequeno-almoço, origina uma diminuição da glicémia, que pode

causar mau humor, irritabilidade e cansaço. Deve optar por alimentos ricos em hidratos de carbono comple-xos e de baixo índice glicémico, como o pão/cereais integrais, fru-tas com casca, leite e derivados com pouca gordura. Evite alimen-tos ricos em açúcares simples e processados, bolachas, bolos, refrigerantes, uma vez que contri-buem para um aumento da sen-sação de cansaço e dificultam a memória.

Manter o organismo hidratado

A época de estudo intensivo potencia uma necessidade de hidratação ainda maior.

Não beber a quantidade suficien-te de líquidos pode ter graves implicações para a saúde mental. Se não forem compensadas as perdas de água, poderão sur-gir sintomas como: irritabilidade, perda de concentração e aten-ção.Aconselha-se a beber, no míni-mo, 1,5 litros de água ao longo dia, assim como a ingerir outros líquidos, como sopa e chá sem adição de açúcar.

Ingerir alimentos ricos em ómega 3

Em fase de estudo e de prepa-ração para os exames é muito importante privilegiar alimentos ricos em ómega 3 para evitar

correr riscos de dificuldade de memória, raciocínio, aprendiza-gem e concentração.Os alimentos mais ricos em ómega 3 são os peixes de águas profundas, como salmão, aren-que, atum e sardinha. São tam-bém boas fontes as sementes de chia e linhaça que podem colocar nos iogurtes e frutos secos como: nozes, amêndoas e cajus.

Boa escolha alimentar na véspera do exame

Na véspera do exame deve pri-vilegiar alimentos ricos em tripto-fano, substância anti-stress que ajuda na formação de serotonina e proporciona uma sensação de bem-estar, contido em alimentos

como as bananas, ovos e frutos secos.Para o jantar do dia anterior ao exame, opte por consumir alimentos ricos em ferro e em vitaminas do complexo B, como leguminosas (feijão, grão de bico, ervilhas, lentilhas), espinafres, couves, carne/peixe ou ovos e arroz/massa integral. Estes ali-mentos são essenciais ao bom funcionamento do sistema ner-voso.

Não se esqueça no dia do exame, de levar uma garrafa de água e evitar comer alimentos açucara-dos, para evitar a fadiga rápida e a quebra de raciocínio.

Boa sorte!

Anabela Pereira Nutricionista

Saiba o que comer em época de exames

Todos sabemos que as birras fazem parte do desenvolvimen-to da criança. Todos os pais já experienciaram a frustração de ver o seu filho a espernear, a gri-tar ou a chorar desalmadamente num espaço público e sentir os olhares reprovadores dos outros, como que a dizerem “Não sabe dar educação!”.

Mas porque fazem as crianças birras?

Falta de atenção, cansaço, fome, sono, frustração ou estimula-ção em demasia… É através do comportamento que as crianças manifestam os seus estados emocionais. As birras costumam surgir entre o 2º e o 4º ano de vida da criança, período em que a linguagem ainda está em desenvolvimento, pelo que o seu comportamento é no fundo a sua linguagem.

Para as crianças, este perío-do é uma fase de descobertas, em que estão a tentar perceber como funciona o mundo e qual a melhor maneira de agir nele. Quando não conseguem alcan-çar os seus objectivos, recorrem à única maneira que conhecem para libertar a frustração, angús-tia e tensão, fazer uma birra. É também uma fase em que começam a dar os primeiros pas-sos para serem independentes, quando ao mesmo tempo ainda necessitam de sentir a proxi-midade dos pais. É com estes sentimentos de ambivalência que surgem as primeiras birras. Outra característica desta faixa etária é o uso da palavra “Não”, que, aliada à teimosia, tende a explorar os limites de tolerância dos pais. A criança torna-se mais afirmativa e começa a desafiar ordens, não lhes obedecendo ou fazendo birras, testam os pais

para ver se afinal a regra existe ou se só é aplicada nalgumas situações. É nestas alturas que é completamente necessário que os pais aprendam a dizer "Não" com convicção. Um “Não” firme, torna-o assertivo e não autoritário! Lembre-se de que o pai é você!Quando impostas, as regras devem ser cumpridas. O facto de não as levar até ao fim provoca comportamentos futuros seme-lhantes, pois o seu filho sabe que o pode fazer, sem ter conse-quências.A birra pode ser uma oportunida-de ideal de educar a criança, de lhe mostrar como superar a frus-tração, a ser tolerante e a respei-tar as regras impostas pelos pais.Como lidar com as birras?Não ceder! As crianças precisam de regras coerentes e claras. Ceder apenas resolve o proble-ma no imediato, fazendo com

que a criança pare de fazer birra. Estas cedências fazem com que a frequência do comportamento aumente. Mas não se esqueça de que deve dar o exemplo atra-vés do seu comportamento!Ignore a birra! Dê espaço à crian-ça, afaste-se e deixe que a birra perca a força. Os esforços fei-tos para controlar uma birra por vezes só a aumentam mais. Ao dar-lhe espaço, transmite-lhe que ele por si próprio se conseguirá controlar.Seja consistente! Se o compor-tamento da criança não for de comum acordo entre os dois pais, a criança facilmente o captará. Poderá usar o lado que a benefi-cie. Estar de acordo nem sempre é fácil, tente arranjar um denomi-nador comum, mas tente resolver estas divergências na ausência do seu filho. Se as crianças se apercebem da falta de consistên-cia na comunicação dos pais, vão

assumir atitudes de transgressão e manipulação das regras. Crie uma rotina! Situações novas criam instabilidade e insegurança nas crianças, tornando-as resis-tentes às mesmas. Torne a rotina do dia a dia previsível de maneira a que o seu filho se sinta seguro. A hora de adormecer, a hora em que o vão buscar ao jardim-de-infância ou à escola, o direito a brincar (mal chega a casa), o banho e o jantar.Observe o seu filho! Esteja atento a alturas em que o seu com-portamento seja melhor e pior. Tente perceber quais são os prin-cipais “gatilhos” que activam este comportamento. Tente encontrar um padrão! Saber o quando, o porquê e o onde vai ajudá-lo a desenvolver estratégias de pre-venção.

As birras só existem quando há plateia!

Patrícia Duarte e SilvaPsicóloga Clínica

Notícias de

Loures22 SAÚDE

Notícias de

Loures 23ACTUAL

”O Bairro i o Mundo” brilha em Bruxelas

In Festa, um sucesso no Infantado

Já por diversas vezes “O Bairro i o Mundo” foi e continuará a ser referen-ciado no Notícias de Loures. Um mérito indiscutível daqueles que o tornaram real, pondo em prática uma ideia que em muito dignificou a Quinta do Mocho. Foi com enorme orgulho que, no dia 23 de Junho, fiz parte de um painel que discu-tia o projecto sob a alçada do Conselho da Europa, o C4i (Communication for Integration), no qual o Festival estava integrado. Nesse mesmo dia tive a opor-tunidade de constatar a importância que “O Bairro i o Mundo” teve dentro desse quadro, que visava a comunicação e a integração de emigrantes, combatendo os rumores e boatos que estas comuni-dades acabam por sofrer no dia-a-dia. O destaque era óbvio, com constantes referências à Galeria de Arte Urbana da Quinta do Mocho. Posso afirmar, com alguma vaidade, é certo, que nenhum outro projecto teve o mesmo destaque que o “nosso”. A vaidade não tem a ver com a incapacidade dos outros, porque

não é disso que se trata, os outros tam-bém foram competentes na sua função, tem a ver com a criatividade e geniali-dade do “nosso”. Tive oportunidade de referir que, mais do que a arte espalhada pelo bairro, o mais importante foi o senti-mento de orgulho que a população desta zona de Sacavém voltou a sentir. Esse é sem dúvida o grande feito, devolver orgulho nos dias de hoje é muito com-plicado, então quando os receptores são de um bairro carenciado parece mesmo impossível. Mas não foi, graças aos mentores, excelente ideia, aos artistas, brilhante desempenho e à população local, que soube e continuará a saber receber todos aqueles que os visitam. Volto a endereçar os parabéns, nunca é demais, a todos os que fizeram deste projecto um sucesso. São iniciativas como esta que vão contribuindo para um Mundo melhor e, neste caso, para um Concelho melhor. Esperamos por mais no futuro.

A exemplo do sucedido no ano passado, a Associação de Moradores do Infantado, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Loures e o apoio dos comerciantes do Infantado, das freguesias de Santo Antão e S. Julião do Tojal e Camarate, Unhos e Apelação, voltou a organizar um evento que encheu as principais artérias deste bairro. O dia 27 de Junho iniciou-se

com muita animação, tendo começado às 10 horas e prolongado até à meia-noite. Um exemplo de como iniciativas deste tipo podem trazer pessoas para a rua, promovendo o relacionamento entre vizinhos, sejam de bairro ou de outras freguesias. Felizmente iniciativas como esta têm tido sequência e vão proliferan-do em várias freguesias do Concelho.

AGENDA

CULTURALAté Dezembro de 2016Exposição Móveis OlaioMuseu de Cerâmica de SacavémEntrada gratuita

2-5 JulhoI Festival Gastronómico de Street FoodJardim Almeida Garrett - PortelaEntrada gratuita

8 Julho – 19 horasInauguração da Colecção “Jardins da Vitória”Jardim Almeida Garrett - PortelaEntrada gratuita

10-26 JulhoFestival do Caracol Saloio de LouresJunto ao Pavilhão Paz e Amizade em LouresEntrada gratuita

LOURESRua Avelar Brotero

\ 092150103

3 1 2 158 308 E

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSRua Fernão Mendes Pinto

\ 092140276

2 1 0 65 0 C

PÓVOA SANTO ADRIÃORua Padre António Vieira

\ 092150037

2 1 0 85 0 C

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSRua Adelaide Cabete

\ 092130151

3 2 0 95 0 D

QUINTA DAS FLORESAvenida Salgado Zenha

\ 092150075

2 1 0 75 0 C

QUINTA DAS FLORESRua José Augusto Gouveia

\ 092140325

2 1 0 75 0 C

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSRua Joaquim Alves

\ 092150094

2 1 0 55 0 C

LOURESRua Cesário Verde

\ 092140330

2 1 0 90 0 C

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSRua Maria Veleda

\ 092150107

3 2 0 99 0 D

ALMIRANTEAv. Infantes Dom Henrique

\ 092150062

3 2 1 150 0 A

LOURESRua Terra das Minas

\ 092090243

4 3 0 176 500 C

PÓVOA SANTO ADRIÃORua Padre Manuel da Nobrega

\ 092140308

3 1 0 80 0 C

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSRua Antero de Quental

\ 092150141

3 2 2 91,76 0 E

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSPraceta Moreira Feio

\ 092150010

3 2 0 95 0 D

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROSPraceta Moreira Feio

\ 092150098

3 2 0 73 0 D