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SUPLEMENTO DO AÇORIANO ORIENTAL ABRIL DE 2012 n 07 COORDENAÇÃO: GRAÇA BORGES DE SOUSA MENESES MARGARIDA FREIRE DE ANDRADE COORDENAÇÃO: GRAÇA BORGES DE SOUSA MENESES MARGARIDA FREIRE DE ANDRADE A propósito da homenagem a Zeca Afonso e a Adria- no Correia de Oliveira, programada para o dia de maio em Lisboa com o intuito de assinalar o desapare- cimento desses arautos da revolução de abril, vie- ram-nos simultaneamente à memória os versos ini- ciais do «Cantar de Emigração» e o conselho não há muito dado pelo Secretário de Estado da Juventude (SEJ) àqueles que, sendo portugueses, teimosa e co- modamente ficavam à espera de encontrar trabalho no seu país. Afigurou-se-nos, tristemente, que a mu- dança operada na sociedade consubstanciara o re- gresso ao nosso fado: emigrar para sobreviver. «Este parte, aquele parte e todos, todos se vão...», pa- lavras interpretadas por Adriano Correia de Oliveira, que, quando ouvidas após a Revolução dos Cravos, nos remetiam para o negrume de vidas sem esperança, condenadas à emigração por circunstâncias que, achávamos, estavam historicamente ultrapassadas... O alvitre feito recentemente pelo SEJ fez-nos perceber que, afinal, não estamos tão distantes quanto deseja- ríamos da realidade que ilusoriamente remetíamos para o passado. Marçal Grilo, há poucos dias, desafiou os nossos alu- nos a encararem a sua formação como uma priorida- de nunca descurável, dada a velocidade a que se pro- cessa a informação, afirmando que, se aquela fosse muito avançada, teriam emprego em qualquer parte do mundo. Convite à emigração?! Mensagem de esperança?! Onde estás, abril? Editorial Portugal: País dos cravos ou definitivamente (en)crav(ado)?! Marçal Grilo na ESLaranjeiras Se não estudas, estás tramado Conferência Paula de Sousa Lima Plano Regional de Leitura: um trabalho “em marcha” página Alexandre Raposo Jogos Matemáticos: Medalha de bronze na fase nacional página Fotografia Concurso: a natureza e os seus fenómenos físicos e químicos página O «dia do estudante», comemorado a 24 de março, numa evocação da crise académica que há meio século atrás contribuiu para abalar a estrutura do Estado Novo, foi assinalado, na véspe- ra, pela ESLaranjeiras, com uma inter- venção de Marçal Grilo sobre a impor- tância do saber nos dias de hoje. O ex-ministro, não obstante o contex- to da sua intervenção, não incentivou os jovens à revolta contra uma socieda- de que, na situação em que se encon- tra, rouba aos jovens a esperança num futuro promissor. Não deixou, porém, de indicar a arma que os presentes de- veriam usar para, enfrentando as ad- versidades do presente, alicercarem so- lidamente o porvir, eximindo-o da sua insuportável carga de imprevisibili- dade. Munir-se de uma formação de base sólida foi, então, apontado como o escudo que melhor protege os jovens, pois, não se deixem enganar, mais for- mação é vencer mais depressa o de- semprego. Assim, Se não estudas, estás tramado, título do livro em que Marçal Grilo reu- niu um conjunto de reflexões suscita- das pela análise a frio dos problemas da educação em Portugal nas últimas décadas, foi mote da conversa tida com os alunos. O ex-ministro quis, acima de tudo, de- monstrar-lhes que tinham de se assu- mir como autores do seu próprio desti- no, de segurar convicta e corajosamen- te o leme da embarcação que os conduziria ao futuro. Mas, se essa for- mação era imprescindível, não se bas- tava a si própria: tinha de ser coadju- vada pela assumção de atitudes ade- quadas. Havia que, portanto, saber trabalhar em grupo, ser autónomo, ter capacidade de liderança. E tudo isto ancorado num quadro axiológico que integrasse os valores democráticos e de paz representados pela Europa. Saber é o que é preciso para vencer. O associativismo: uma escola dos valores democráticos É amplamente reconhecido o papel determinante que os sindicatos têm desempenhado, ao longo dos tempos, na defesa de quem trabalha. O cami- nho trilhado até aos dias de hoje foi duro e demonstrou claramente o po- der da vontade coletiva dos trabalha- dores para melhorar as suas condições de trabalho e de vida, vencer injustiças e atenuar desigualdades sociais. De sa- lientar que a luta travada, como, por exemplo, pela jornada de trabalho de 8 horas, entre outras, custou a vida a alguns. Hoje, assistimos a um ataque brutal aos direitos dos trabalhadores, o que consubstancia um retrocesso social e civilizacional sem precedentes no Por- tugal do pós 25 de Abril de 1974. Os sin- dicatos assumem,por isso, uma impor- tância redobrada na atualidade. É, pois, decisivo, para uma intervenção eficaz na sociedade, que os cidadãos, nas escolas, cultivando os valores da demo- cracia, se associem, desenvolvam a sua consciência social e política e com- preendam que só coletivamente pode- rão encontrar a força necessária para in- verter essa tendência e construir uma sociedade mais justa e equitativa.

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ABRIL DE 2012

n 07

COORDENAÇÃO: GRAÇA BORGES DE SOUSA MENESES MARGARIDA FREIRE DE ANDRADE

COORDENAÇÃO: GRAÇA BORGES DE SOUSA MENESES MARGARIDA FREIRE DE ANDRADE

A propósito da homenagem a Zeca Afonso e a Adria-no Correia de Oliveira, programada para o dia de maio em Lisboa com o intuito de assinalar o desapare-cimento desses arautos da revolução de abril, vie-ram-nos simultaneamente à memória os versos ini-ciais do «Cantar de Emigração» e o conselho não há muito dado pelo Secretário de Estado da Juventude (SEJ) àqueles que, sendo portugueses, teimosa e co-modamente ficavam à espera de encontrar trabalho no seu país. Afigurou-se-nos, tristemente, que a mu-dança operada na sociedade consubstanciara o re-gresso ao nosso fado: emigrar para sobreviver. «Este parte, aquele parte e todos, todos se vão...», pa-lavras interpretadas por Adriano Correia de Oliveira, que, quando ouvidas após a Revolução dos Cravos, nos remetiam para o negrume de vidas sem esperança, condenadas à emigração por circunstâncias que, achávamos, estavam historicamente ultrapassadas... O alvitre feito recentemente pelo SEJ fez-nos perceber que, afinal, não estamos tão distantes quanto deseja-ríamos da realidade que ilusoriamente remetíamos para o passado. Marçal Grilo, há poucos dias, desafiou os nossos alu-nos a encararem a sua formação como uma priorida-de nunca descurável, dada a velocidade a que se pro-cessa a informação, afirmando que, se aquela fosse muito avançada, teriam emprego em qualquer parte do mundo. Convite à emigração?! Mensagem de esperança?! Onde estás, abril?

Editorial Portugal: País dos cravos ou definitivamente (en)crav(ado)?!

Marçal Grilo na ESLaranjeiras Se não estudas, estás tramado

Conferência

Paula de Sousa Lima Plano Regional de Leitura: um trabalho “em marcha”

página

Alexandre Raposo Jogos Matemáticos: Medalha de bronze na fase nacional

página

Fotografia Concurso: a natureza e os seus fenómenos físicos e químicos

página

O «dia do estudante», comemorado a 24 de março, numa evocação da crise académica que há meio século atrás contribuiu para abalar a estrutura do Estado Novo, foi assinalado, na véspe-ra, pela ESLaranjeiras, com uma inter-venção de Marçal Grilo sobre a impor-tância do saber nos dias de hoje. O ex-ministro, não obstante o contex-to da sua intervenção, não incentivou os jovens à revolta contra uma socieda-de que, na situação em que se encon-tra, rouba aos jovens a esperança num futuro promissor. Não deixou, porém, de indicar a arma que os presentes de-veriam usar para, enfrentando as ad-

versidades do presente, alicercarem so-lidamente o porvir, eximindo-o da sua insuportável carga de imprevisibili-dade. Munir-se de uma formação de base sólida foi, então, apontado como o escudo que melhor protege os jovens, pois, não se deixem enganar, mais for-mação é vencer mais depressa o de-semprego. Assim, Se não estudas, estás tramado, título do livro em que Marçal Grilo reu-niu um conjunto de reflexões suscita-das pela análise a frio dos problemas da educação em Portugal nas últimas décadas, foi mote da conversa tida com os alunos.

O ex-ministro quis, acima de tudo, de-monstrar-lhes que tinham de se assu-mir como autores do seu próprio desti-no, de segurar convicta e corajosamen-te o leme da embarcação que os conduziria ao futuro. Mas, se essa for-mação era imprescindível, não se bas-tava a si própria: tinha de ser coadju-vada pela assumção de atitudes ade-quadas. Havia que, portanto, saber trabalhar em grupo, ser autónomo, ter capacidade de liderança. E tudo isto ancorado num quadro axiológico que integrasse os valores democráticos e de paz representados pela Europa. Saber é o que é preciso para vencer.

O associativismo: uma escola dos valores democráticosÉ amplamente reconhecido o papel determinante que os sindicatos têm desempenhado, ao longo dos tempos, na defesa de quem trabalha. O cami-nho trilhado até aos dias de hoje foi duro e demonstrou claramente o po-der da vontade coletiva dos trabalha-dores para melhorar as suas condições de trabalho e de vida, vencer injustiças e atenuar desigualdades sociais. De sa-lientar que a luta travada, como, por exemplo, pela jornada de trabalho de 8 horas, entre outras, custou a vida a alguns. Hoje, assistimos a um ataque brutal

aos direitos dos trabalhadores, o que consubstancia um retrocesso social e civilizacional sem precedentes no Por-tugal do pós 25 de Abril de 1974. Os sin-dicatos assumem,por isso, uma impor-tância redobrada na atualidade. É, pois, decisivo, para uma intervenção eficaz na sociedade, que os cidadãos, nas escolas, cultivando os valores da demo-cracia, se associem, desenvolvam a sua consciência social e política e com-preendam que só coletivamente pode-rão encontrar a força necessária para in-verter essa tendência e construir uma sociedade mais justa e equitativa.

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02 ABRIL DE 2012

Realizada pela primeira vez em 2002, numa iniciativa da comu-nidade educativa da ES Laran-jeiras, a Romaria Escolar apre-senta os seguintes objetivos: pensar a Escola como um lugar de desafios pessoais; realizar uma caminhada de procura e de afirmação de Fé; compreender a religiosidade popular; promo-ver o respeito pela tradição e criar um espaço de reflexão e de comunicação. A partir de 2002, contou com a participação de várias escolas e,

desde 2008, pela sua dimensão e características, passou a ser organizada pelo Serviço Dioce-sano da Pastoral Escolar, pre-tendendo-se que todas as Co-munidades Escolares Cristãs vi-vam a tradição de uma Romaria Quaresmal. Sob o lema "Respeitar a Tradi-ção - Caminhar na Luz", os pe-regrinos são acompanhados por professores, pessoal não docen-te, pais, familiares e amigos. Esta romaria conta com a cola-boração de Irmãos Romeiros,

sendo coordenada por um Ir-mão Mestre. Este ano, no dia 24 de março, pe-las 05h30, as escolas de Ponta Delgada partiram da Escola Se-cundária das Laranjeiras rumo à Igreja de Nossa Senhora das Candeias, na freguesia da Can-delária, onde, pelas 16h00, foi celebrada Eucaristia. O rancho de 115 peregrinos integrou alu-nos e respetivos familiares, pro-fessores e assistentes operacio-nais de várias escolas de Ponta Delgada.

Respeitar a Tradição- Caminhar na LuzRomaria Escolar

Bronze no jogo de “Rastros” para Alexandre Raposo Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos

Alcançar o terceiro lugar no jogo de «Rastros», no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, que se realizou em Coimbra, foi, para mim, um motivo de orgulho e de grande satisfação, pois re-presentou não só uma conquista, mas também um desafio, que es-pero poder continuar a vencer. Esta foi também uma excelente oportunidade para representar e dignificar a nossa região a nível nacional, pois os Açores merecem ser conhecidos por boas razões. Nesse campeonato tive a possibi-lidade de jogar contra os melho-res praticantes do jogo de «Ras-tros» do país, experiência única e gratificante. Graças ao trabalho desenvolvido pelas professoras Sandra Dutra e Maria João Soares e ao imprescin-dível patrocínio da Direção Regio-nal da Juventude, da Ordem dos

Engenheiros Técnicos e do hiper-mercado Continente, os alunos da Escola Secundária das Laranjeiras que tinham vencido a fase regional do Campeonato dos Jogos Mate-máticos tiveram a oportunidade de

se confrontar com os seus colegas de todo o país, num encontro que reuniu mais de dois mil jovens, congregados por um saudável es-pírito competitivo e pelo natural gosto pela matemática.

Penso que estivemos todos à al-tura do desafio, dignificando o nosso arquipélago. De referir ainda a excelência da organização, pois não é fácil co-locar num pavilhão mais de dois

mil jogadores e conseguir man-ter a disciplina necessária à rea-lização de um evento com as ca-racterísticas do aqui referido. Foi uma experiência empolgan-te para todos nós.

Sucesso no combate à descriminação nas redes sociais

Parlamento dos Jovens

O projeto "Parlamento dos Jo-vens", ao qual a nossa escola aderiu e do qual fomos eleitas represen-tantes, deu-nos a oportunidade de iniciarmos uma nova aventura. A nossa ida à Assembleia Legisla-tiva Regional dos Açores (ALRA) foi, numa só palavra, enriquece-dora. Para além das inúmeras amizades que fizemos e dos mo-mentos únicos que passámos com

professores e colegas das outras escolas, também vivenciamos e sentimos na pele o que é ser depu-tado por um dia. Ao defendermos as nossas pro-postas no âmbito do combate à descriminação nas redes sociais, apercebemo-nos da verdadeira gravidade deste problema. A breve, mas intensa, participação na sessão de trabalho na ALRA, no

Faial, estimulou a nossa mente em vários aspetos. A capacidade de raciocínio, de argumenta-ção, de ilustração e de comuni-cação foram algumas das mui-tas competências que desenvol-vemos na apresentação das nossas propostas. O círculo de deputados elegeu quatro escolas para irem a Lisboa. Não queríamos acreditar quando soubemos que tínhamos ficado em 3.º lugar! Depois de tanto tra-balho e de tanto nervosismo, vale-ra a pena o nosso esforço. Ainda não acreditamos que fazemos par-te do grupo de jovens premiados. Acima de tudo, sentimo-nos hon-radas por termos representado a nossa escola na Assembleia Re-gional. Temos grandes expetativas para a aventura que se segue: a ida à Assembleia da República.

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03ABRIL DE 2012

Escrevendo com...

Ninguém nasce leitor Crescendo com os livros

O Plano Regional de Leitura pre-tende, tal como o Plano Nacional de Leitura (PNL), com o qual tem estabelecido estreitas relações, "ali-ciar" um maior número de pessoas para o prazer de contatar com os li-vros. No nosso país - e em particu-lar na nossa região - não se lê mui-to, ou não se lê o suficiente. Há, de resto, estudos que confirmam esta não muito desejável realidade. Se o PNL foi um passo determi-nante para a promoção da leitura, a verdade é que a particularidade de nove ilhas no meio do Atlânti-co exigia uma atenção particular - daí o nascimento do PRL. Conhe-cer o que é nosso não pode (ou não deve) ser secundarizado. Há nas nossas ilhas autores de valor in-contornável - é premente lê-los e apreciá-los. Vitorino Nemésio ou Natália Correia são nomes de que nos orgulhamos, mas que não fa-zem parte de muitas bibliotecas particulares. E é urgente reverter esta situação. Assim, a Comissão Científica do PRL propôs uma lis-ta de livros de autores açorianos

que merecem destaque pela sua qualidade. Tal lista, porém, não de-verá ser tomada como um "índex"; é, tão-só, um conjunto de suges-tões. De resto, a lista será atualiza-da periodicamente. À Comissão Coordenadora do PRL compete a tarefa de "engen-drar" estratégias que chamem a atenção para a importância da lei-tura e que levem os açorianos a ler mais. Não é num ano letivo que se

leva a cabo tão hercúlea tarefa. To-davia, muito trabalho já está em "marcha". Cartazes e spots tele-visivos chamarão a atenção para a importância de ler. Além disso, temos trabalhado em conjunto com as escolas quer orientando a criação de Clubes de Leitura, quer inteirando-nos do acervo e das condições das biblio-tecas. Foi feita formação para quem tra-

balha nas bibliotecas e será feita também no âmbito da Leitura (para professores). Porque a leitu-ra deve ser experienciada o mais cedo possível, temos como projetos fulcrais, neste momento, espetá-culos centrados na Leitura para os mais jovens e um conjunto de ma-teriais atrativos que permitirão às crianças do 1º ciclo levar livros para casa e fazer a permuta dos mes-mos. E muito mais virá.

Plano Regional de Leitura

No âmbito das sextas-feiras HOT (Histórias Oralmente Transmis-síveis), os alunos do 7.º ano vie-ram à Biblioteca partilhar as suas leituras recreativas. As leituras feitas pelos alunos ra-dicaram num Plano Anual de Leituras da Turma, composto quer por obras selecionadas da li-teratura portuguesa e universal, quer por obras que figuram no Plano Nacional de Leitura e no Plano Regional de Leitura. Assim, as alunas Sofia Vieira Bo-telho e Diana Maria Raposo, do 7.º A, apresentaram, respetiva-mente, "A lenda da Atlântida" e "A lenda da lagoa das Furnas". Os alunos Ana Paula Benevides e Diogo Bento Oliveira, do 7.º F, le-ram A guerra dos doces, um livro da autoria de antigos alunos da

escola, e O gigante egoísta, de Ós-car Wilde. Para além das referidas turmas, assistiram à sessão os alunos do 7.º D e do 8.º E. No final, todos participaram num concurso ba-seado nas apresentações feitas pelos colegas. Este concurso con-sistia na resolução de um cruci-grama e de questões de escolha múltipla. Como de entre os sessenta e nove concorrentes, vinte e cinco acer-taram na totalidade das questões, efetuou-se um sorteio, tendo sido premiadas duas alunas do sétimo ano: Ana Raquel Furtado, da turm A, e Maria João Vicente, da turma D. Com esta atividade, pretendeu-se criar a intrínseca vontade de ler em quantos assistiram à sessão.

Leitores exemplares criam gosto pela leitura

Sexta-Feira HOT

Ano europeu do envelhecimento ativo e da solidariedade entre gerações

Para o ignorante, a velhice é o inverno

da vida; para o sábio, é a época da colheita

(Talmude) Na sociedade moderna, o res-peito pelos anciãos é um valor que tem vindo a ser errada-mente descurado. É importante valorizar os idosos, pois, como já passa-ram por muitas experiências, adquiriram saberes que não são ensinados na escola. São, portanto, fonte de ensina-mento para os mais jovens. Estes beneficiam dos frutos por eles amadurecidos ao longo da sua existência. É essencial valorizar as pes-soas mais velhas, pois as suas vidas foram marcadas por di-ficuldades a que as gerações mais novas foram poupadas. O testemunho dessas vivên-cias ajuda os jovens a com-preender melhor o tempo em que vivem. Assim, a velhice não é o in-verno da vida, mas tempo da colheita dos frutos que a ex-periência amadureceu. O diálogo entre as gerações é, portanto, muito frutífero. Sá-bio é quem a respeita.

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04 ABRIL DE 2012

Leonor Rego Costa “Há tempo de plantar. Há tempo de colher”

O Departamento de Ciências Fí-sico- Químicas e Geográficas ho-menageou, no passado mês de março, a colega Leonor de Sousa Bastos Rego Costa na sequência da sua aposentação. Na sessão de homenagem, foi apresentado um documento em PowerPoint, focando várias face-tas da sua vida profissional, e um vídeo evocativo da preparação de uma sessão de "Ciência Diverti-da", já que uma das paixões da

homenageada era despertar o gosto pela Ciência. No final, os colegas fizeram a lei-tura, em jogral, de um texto so-bre o conceito de impermanência. Na ocasião, Teófilo Braga, Coor-denador do Departamento, des-tacou a profunda admiração da colega pela obra do professor, pe-dagogo, historiador da ciência e da educação, divulgador cien-tífico e poeta Rómulo de Carva-lho/António Gedeão.

A fim de relevar o inestimável contributo da homenageada como membro da Comissão Ins-taladora da Escola Secundária das Laranjeiras e, essencialmen-te, como professora, Teófilo Bra-ga, citando Schumacher (1977), sublinhou as vicissitudes do exercício da docência na atuali-dade: Difícil, e por vezes, peno-so e esgotante, pelo que, para ser realmente exaltante e eficaz, tem de ser exercido com paixão e con-

vicção, aquela convicção que leva a acreditar, mesmo nos momen-tos mais desesperados (...) [n]a possibilidade de formar (...) um número suficiente de pessoas ca-pazes de (...) salvar o mundo a tempo e horas. Por fim, o Coordenador reconhe-ceu que, embora a aposentação da colega entristecesse o Departa-mento, era sinal de que, doravan-te, ela teria tempo para concreti-zar os seus projetos pessoais.

Departamento de Ciências Físico-Químicas e Geográficas

O grupo de Geografia, do Depar-tamento de Ciências Físico-Quí-micas e Geográficas, planificou, para o corrente ano letivo, oito atividades, que envolvem docen-tes e alunos dos diferentes anos de escolaridade. Assim, no início de janeiro, reali-zou-se, na sala de estudo da nos-sa escola, a Mostra Fotográfica: "Situações reveladoras das desi-gualdades do desenvolvimento a nível mundial", iniciativa a cargo dos alunos do 9º ano.

Ainda no mesmo mês, Rui Faria, coordenador do Museu do Emi-grante, dinamizou uma sessão de trabalho subordinada ao tema "Emigração nos Açores", desti-nada aos alunos do 8º e do 10º anos. Em fevereiro, foi realizada uma visita de estudo à Central Geo-térmica da Ribeira Grande, com os alunos do 10º ano. No mês de março, os alunos do 9º ano tiveram a oportunidade de refletir sobre uma problemá-

Pedagogia Ativa Da teoria à prática: caminhando rumo ao sucesso

Fenómenos físicos e químicos

O Grupo Disciplinar de Físi-ca e Química está a promover o Concurso de Fotografia "A natureza e os fenómenos físi-cos e químicos", com o objeti-vo de despertar o gosto pela fotografia e pela ciência, esti-mulando simultaneamente a criatividade. Pretende-se, com este con-curso, desafiar os alunos a captar os fenómenos físicos e/ou químicos que têm lugar no dia-a-dia e refletir sobre os conceitos científicos subja-centes aos mesmos. Destinado a todos os alunos da escola, este concurso visa premiar fotografias originais, acompanhadas de um texto descritivo do fenómeno re-tratado. Na atribuição dos prémios, serão tidos em conta a quali-dade artística e o rigor cientí-fico.

tica de grande atualidade, na se-quência da palestra "Alterações na Atmosfera", proferida pelo Mestre Teófilo Braga, coordena-dor do Departamento. Os alunos do 10º ano assistirão ainda a uma preleção, sobre a temática "As Espécies Piscícolas do Mar dos Açores", da responsabilidade de uma docente do Departa-mento de Biologia da Universi-dade dos Açores. Estão ainda agendadas duas visi-tas de estudo: uma ao centro his-tórico de Ponta Delgada e outra às estufas de ananases da Coope-rativa Profrutos, para as turmas do 8º ano. O Grupo de Geografia prevê ain-da a realização de um percurso pedestre, com o objetivo de cons-ciencializar os alunos do 9º ano para a importância de preservar a natureza e os seus múltiplos re-cursos, levando-os a refletir so-bre os problemas que afetam o ambiente , numa perspetiva do desenvolvimento sustentável.

FICHA TÉCNICA: Equipa Editorial: Graça Meneses e Margarida Freire de Andrade. Colaboraram neste número: Luísa Cordeiro, Alexandre Raposo, Ana Rita Sousa, Sara Goulart, Gabriela Porto Canotilho, Paula de Sousa Lima, Fernanda Raposo, Ana Paula Benevides, OKsana Zagoruy, Teófilo Braga, Helena Câmara, Lorena Freitas, M.ª da Conceição Rodrigues e Sandrina Miranda.

A Natureza

Grupo de Geografia