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    Michael Sattler

    A Confisso

    SchleitheimJaneiro de 2010

    Traduzido porRailton de Sousa Guedes

    Em um mundo de medo, osanabatistas introduziram a

    liberdade... um crimepassvel de morte

    legendas em portugus dofilmeThe Radicals:http://tiny.cc/bE78f

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    Prlogo

    Silenciosamente, cada vez mais marcam presena em vrias partes domundo em nossos dias. No precisam de presidentes, prefeitos,

    governadores, Ministrio de Planejamento, departamentos de propaganda,chamadas na tv e no rdio, institutos de previdncia social, economistas,bombeiros, oficiais de justia, nem sobem em palanques para convencerningum de nada. No necessitam de guerrilheiros nem de homens bomba.No promovem nem participam das necessidades executivas e legislativasda poltica e l nem existe poltica, nem registram contratos em cartrios, e lnem existem cartrios.

    Mesmo seguindo a risca os ensinamentos de Cristo, foram severamente

    perseguidos pelo clero, tanto catlico, como protestante. Mesmo exercendo ademocracia absoluta, real e direta, foram duramente perseguidos pelosgovernantes europeus e dos Estados Unidos da Amrica. Emboracomunistas exemplares foram perseguidos pelos governantes da extintaUnio Russa Socialista Sovitica. Embora anarquistas prticos nuncaprecisaram ler Proudhon. Eles nunca precisaram ler teorias revolucionriasde Marx ou Bakunin, porque a teoria deles se aperfeioa e se desenvolve naprtica do dia-a-dia. O nico poder terrestre ao qual se submetem o poderda palavra que sempre cumprida.

    Labutam como jardineiros no den, e muitas de suas comunidades so ricas,pelo prprio suor, pois no admitem explorados nem exploradores. Noprecisam de tribunais, funcionrios pblicos, nem soldados, nem delegadosde polcia, nem postos de sade, ou hospitais, mdicos, engenheiros,advogados, enfermeiras e empregados subalternos. L no h classessociais, nem classe poltica, nem classe alguma.

    Eles mesmos educam suas crianas em suas prprias escolas, mantidas edirigidas por eles mesmos. Cada homem vale um homem e cada mulher valeuma mulher. Eles tem um fundo comum mas esse dinheiro no circulaescondido em cuecas e meias de parlamentares e empresrios, est sempre

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    acessvel s necessidades reais da comunidade como um todo e de cada umindividualmente, e nem mesmo um centavo desviado. Nessascomunidades no h prises, entre as casas no h cercas. A luz enganosa

    do espetculo no brilha ali, em seu lugar noite desfila a lua e as estrelas edurante o dia reina o sol soberano. No "ruspringa" os jovens so incentivadosa sair e visitar o "parque de diverses do diabo", nome que deram ao mundoonde ns vivemos, so rarssimos os que no retornam. L no hnecessitados nem viciados em crack perambulando como ces pelas ruas.Ningum depende de migalhas lanadas de cima pelos servios sociais dogoverno. No entregam seus filhos para a guerra, nem pagam impostos deespcie alguma.

    Mas esse salutar estilo de vida custou um alto preo, muitos foram presos emortos queimados em fogueiras, afogados, ou trespassados por tridentes epela espada, mas o movimento continuou e est mais vivo do que nunca.

    Escrita h exatos 482 anos, a Confisso Schleitheim, o documento singeloque teve o poder de agregar pessoas para o projeto acima, mais do que odocumento mais importante dos remanescentes anabatistas, tambm, peloque representa, um monumento verdadeira cristandade, uma luz deesperana para o presente e para o porvir. Vale para todas as raas, todasas culturas, todos os povos. Um osis de paz e simplicidade em meio a uma

    terra atribulada pela mentira, seca de amor e encharcada de ambio e dio.

    Fevereiro de 2010, Railton de Sousa Guedes

    Introduo

    Que a alegria, a paz, a misericrdia de nosso Pai - por meio da Expiao [31]do sangue de Jesus Cristo, juntamente com os dons do Esprito que soenviados pelo Pai a todos os crentes para fora, consolao e constncia emtoda a tribulao at o fim, amm - estejam com todos os que amam a Deuse com todos os filhos da luz, que esto espalhados por toda parte, onde querque eles possam ter sido colocados [32] por parte de Deus nosso Pai, ondequer que se renam em unidade de esprito no Deus e Pai de todos ns. Quea graa e a paz do corao estejam com todos vs. Amm.

    Amados irmos e irms no Senhor, em primeiro lugar estamos semprepreocupados com o seu consolo e com os protestos da sua conscincia (que

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    esteve em algum momento confusa), para no estarem sempre separadosde ns como estrangeiros e por direito quase completamente excludos, [33],mas que vocs possam tornar-se verdadeiros membros implantados de

    Cristo, armados com pacincia e conhecimento de si e, assim, reunirem-senovamente conosco no poder de um esprito cristo devoto e zeloso paracom Deus.

    patente a multiplicidade de astcias que o diabo vem usando para nosdesviar, para poder destruir e subjugar o trabalho de Deus que em nsmisericordiosa e graciosamente comeou parcialmente. Mas o verdadeiroPastor das nossas almas, Cristo, que comeou essa obra em ns, vai nosdirigir e ensinar [34] o mesmo at o fim, para a Sua glria e nossa salvao,amm.

    Queridos irmos e irms, reunidos no Senhor em Schleitheim nas [colinas]de Randen [35] faamos saber, em pontos e artigos, a todos os que amam aDeus, que estamos unidos [36] e permanecemos firmes no Senhor, comofilhos obedientes de Deus, filhos e filhas, que esto e permaneceroseparados do mundo em tudo o que fazemos e deixamos de fazer, e (louvore glria a Deus somente) sem contradio por todos os irmos,completamente em paz.[37] Nistas coisas percebemos a unidade do Pai e donosso Cristo, presente entre ns em seu esprito. Porque o Senhor Deus

    de paz e no de brigas, como Paulo indica. [38] Para que vocscompreendam em que pontos isto ocorre, vocs devem observar o seguinte:

    Uma enorme ofensa foi introduzida por alguns falsos irmos entre ns, [39]fazendo com que vrios desviassem da f, julgando praticar e respeitar aliberdade do Esprito e de Cristo. Mas por ficaram aqum da verdade e (parasua prpria condenao) [40] se entregaram lascvia e licena da carne.Eles acham que a f e o amor pode fazer e permitir tudo e que nada podeprejudicar nem conden-los, pois eles so "crentes".

    Notem bem, vocs membros [41] de Deus em Cristo Jesus, que a f no Paicelestial atravs de Jesus Cristo no se forma assim: ela no produz e nemtraz essas coisas que esses falsos irmos e irms praticam e ensinam.Estejam atentos e precavidos com tais pessoas, pois elas no servem nossoPai, mas o pai deles, o diabo.

    Mas vocs no so assim, porque os que so de Cristo Jesus crucificaram acarne com todos os seus desejos e anseios [42]. Vocs me entendem [43]

    bem, e sabem o que queremos dizer. Apartai-vos deles porque sopervertidos. Orem ao Senhor para que eles possam ter conhecimento para oarrependimento, e por ns para que possamos permanecer e perseverar no

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    Artigo III. Sobre o partir do po

    Concernente ao partir do po, nos tornamos um e concordamos [52] que:

    Todo aquele que deseja partir o po em memria do corpo partido de Cristo edeseja beber como lembrana do sangue derramado de Cristo, deve serpreviamente unido [53] no corpo de Cristo que a igreja de Deus e cujacabea Cristo. Porque no podemos, como Paulo assinala, [54] ao mesmotempo beber o clice do Senhor e o clice do diabo. Ou seja, todos aquelesque tm comunho com as obras mortas das trevas no tm parte na luz.Portanto, todos os que seguem o diabo e o mundo no tm parte comaqueles que so chamados por Deus para fora do mundo. Todos os que seencontram no mal no tm parte no bem.

    Por isso, e deve ser assim: Quem no foi chamado por Deus a uma s f,um s batismo, um s Esprito, um s corpo, com todos os filhos da igreja deDeus, no pode ser feito um s po com eles. E deve ser feito em verdade,se a pessoa deseja realmente repartir o po de acordo com o mandamentode Cristo. [55]

    Artigo IV. Estamos de acordo sobre a separao efetiva

    Estamos de acordo sobre a separao efetiva do mal e da maldade que odiabo plantou no mundo, assim simplesmente; no devemos ter nenhumcompanheirismo com eles, [56] e no colaborar com eles na confuso desuas abominaes. Ou seja: uma vez que todos aqueles que no entraramna obedincia da f, nem se uniram a Deus para fazer Sua vontade so umagrande abominao diante de Deus, ento nada pode realmente crescer ouvir deles a no ser coisas abominveis. Agora no h nada no mundo e emtoda a criao alm de bem ou mal, crentes e descrentes, escurido e luz, o

    mundo e os que esto [saram] fora do mundo, o templo de Deus e templosde dolos. Cristo e Belial, e nenhum ter parte com o outro.

    A ns, ento, o mandamento do Senhor tambm bvio, por meio dele Elenos ordena ser e nos tornar separados do mal, e assim Ele ser nosso Deuse ns seremos seus filhos e filhas.[57]

    Mais adiante, Ele nos previne sair da Babilnia e do Egito terrestre, para queno sejamos partcipes no tormento e sofrimento que Deus trar sobre eles.

    [58]

    A partir disso, devemos aprender que tudo o que no est unido [59] com

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    nosso Deus em Cristo no pode ser outra coisa seno uma abominao quedevemos evitar.[60] Por abominao se entende toda idolatria [62] e servioseclesiais catlicos e protestantes [61], reunies e frequncia igreja, [63]

    chs nas casas, juramentos e compromissos de incrdulos, [64] e outrascoisas desse tipo, que embora altamente respeitadas por todo mundo, socarnais ou praticadas em evidente contradio com o mandamento de Deus,e de acordo com toda a injustia que est no mundo. De todas essas coisasdevemos estar separados e no ter parte com elas, pois elas no so outracoisa seno abominao, e elas so a causa de sermos odiados como anteso foi Jesus Cristo, que nos libertou da escravido da carne e proveu-nos parao servio de Deus atravs do Esprito que Ele nos deu.

    Assim tambm devemos [65] abolir de nosso meio [66] as diablicas armasda violncia como a espada, armaduras e similares, e todo uso delas paraproteger amigos ou contra inimigos em virtude da palavra de Cristo: "vocno resistir ao mal".[67]

    Artigo V. Quanto aos pastores na igreja de Deus, concordamos oseguinte:

    Quanto aos pastores na igreja de Deus, concordamos o seguinte: O pastorna igreja ser uma pessoa de acordo com a regra de Paulo, [68] plena e

    completamente, que tenha um bom discernimento com relao aos queesto fora da f. Essa funo inclui ler, admoestar, ensinar, advertir,disciplinar, banir da Igreja, e corretamente dirigir os irmos e irms emorao, e no partir do po, [69] e em todas as coisas cuidar do corpo deCristo, para que cresa e se desenvolva para que possamos louvar e honraro nome de Deus, e calar a boca do caluniador.

    Ele ser apoiado, no que ele precisar, pela congregao que o escolheu, deforma que aquele que serve o Evangelho viva do Evangelho como o Senhor

    ordenou. (1 Cor. 9:14). [70] Mas, se um pastor fizer algo merecedor dereprimenda, nada ser feito contra ele sem o depoimento de duas ou trstestemunhas. Se eles pecarem sero repreendidos publicamente, de formaque outros possam temer.[71]

    Mas se o pastor tiver que ser afastado ou conduzido ao Senhor pela cruz [72]na mesma hora outro deve ser nomeado [73] para o lugar dele, de forma queo pequeno povo e o pequeno rebanho de Deus no possa ser destrudo, masseja preservado pelas advertncias e seja consolado.

    Artigo VI. Concordamos com o seguinte sobre a espada:

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    Concordamos com o seguinte sobre a espada: A espada uma ordenaode Deus fora da perfeio de Cristo. Ela pune e mata os maus e guarda eprotege o bem. A lei da espada foi estabelecida [74] contra os mpios para

    punio e morte, e os governantes seculares foram estabelecidos para us-la.

    Mas, dentro da perfeio de Cristo, apenas o banimento utilizado, para aadvertncia e excluso de quem pecou, sem a morte da carne, [75] simplesmente aviso e mandamento para no mais pecar.

    Agora, muitos, que no entendem a vontade de Cristo para ns, voperguntar se um cristo pode ou no usar a espada contra os mpios para aproteo e defesa do bem, ou por causa do amor.

    Nossa resposta unnime : Cristo nos ensina e nos ordena a aprender comele, pois Ele manso e humilde de corao e assim acharemos descansopara nossas almas. [76] Agora, Cristo diz, com relao mulher que foiapanhada em adultrio, [77], que ela no deveria ser apedrejada segundo alei de Seu Pai (e sobre isso diz: "O que o Pai me ordenou, eu fao") [78],mas, com misericrdia e perdo, advertiu-a para no mais pecar, dizendo:"Vai, no peques mais". Exatamente assim tambm devemos proceder, de

    acordo com a regra do banimento.

    Segunda questo relativa espada: se um cristo deve participar de disputase contendas em assuntos mundanos como os incrdulos fazem entre si. Aresposta: Cristo evitou decidir ou emitir julgamento entre irmo e irmo sobreherana, se recusou a faz-lo. [79] Ento, devemos tambm fazer assim.Terceira questo relativa espada: se o cristo poderia ser um magistradocaso fosse indicado. Essa pergunta respondida assim: Cristo seria feitoRei, mas Ele evitou e no discerniu [isso] na ordem do Seu Pai [80]. Assim

    tambm devemos fazer como Ele fez e segui-lo, assim no andaremos nastrevas. Pois ele mesmo diz: "Quem quiser vir aps mim, negue-se a simesmo, tome a sua cruz e siga-me". [81] Ele mesmo ainda probe a violnciada espada, quando diz: "Os prncipes deste mundo tm poder sobre elas,etc, mas entre vocs no ser assim." [82] Alm disso, Paulo diz: "A quemDeus pr-conheceu, ele tem tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho", etc [83] Pedro tambm diz: "Cristo sofreu (nogovernou), deixando-lhes exemplo para que sigam seus passos". [84]

    Enfim pode-se ver nos seguintes pontos que no convm a um cristo serum magistrado: a regra do governo segundo a carne, a dos cristossegundo o esprito. As casas onde moram permanecem neste mundo, a dos

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    cristos est no cu. A cidadania deles est neste mundo, a dos cristos estno cu. [85] As armas de batalha deles so carnais, e somente contra acarne, mas as armas dos cristos so espirituais, contra a fortificao do

    diabo. O mundano est armado com ao e ferro, mas os cristos estoarmados com a armadura de Deus, com a verdade, justia, paz, f, salvaoe com a Palavra de Deus. Em suma: Cristo a nossa cabea, e os membrosdo corpo de Corpo de Cristo devem ser conduzidos por Ele, para que nohaja diviso no corpo pela qual seria destrudo. [86] Desde ento, Cristo oque Dele est escrito. Assim, devem Seus membros tambm ser, de modoque seu corpo possa permanecer inteiro e unificado para seu prprio avanoe edificao. Pois todo reino dividido contra si mesmo ser destrudo. [87]

    Artigo VII. Concordamos o seguinte sobre juramento:

    Concordamos o seguinte sobre juramento: O juramento um compromissoentre aqueles que esto disputando ou fazendo promessas. Na Lei ordenado que seja feito em nome de Deus, verdadeiramente, nofalsamente. Cristo, que ensina a perfeio da lei, probe a Seus [discpulos]todo juramento sobre algo ser verdadeiro ou falso; nem pelo cu, nem pelaterra, nem por Jerusalm, nem pela nossa cabea; e Ele explica a razo,"porque vocs no podem tornar um cabelo branco ou preto". Como vem,todo juramento proibido: no podemos executar o que prometemos ou

    juramos, pois no podemos mudar a menor parte de ns mesmos. [88]

    Agora h alguns que no do crdito ao mandamento simples de Deus, edizem: "Mas o prprio Deus fez promessas a Abrao, porque Ele era Deus(prometeu estar com ele, prometeu ser o Deus dele caso guardasse Seusmandamentos). Por que ento eu no deveria tambm prometer algo aalgum?" Resposta: Oua o que diz a Escritura: "Deus, pois, queria mostrarmais abundantemente aos herdeiros a imutabilidade de sua promessa,inserindo uma promessa. (Por ser impossvel a Deus mentir), poderemos ter

    uma forte consolao". [89] Observe o significado desta passagem: Deustem o poder de fazer o que Ele probe para ns, pois tudo possvel paraEle. Deus fez uma promessa a Abrao, diz a Escritura, para mostrar que Seuconselho imutvel. Ou seja, ningum pode resistir, nem impedir seusdesgnios. Mas ns no podemos, como Cristo disse acima, cumprir ouexecutar nossos juramentos, portanto, no devemos prometer nada.

    Outros dizem que o juramento no pode ser proibido por Deus no NovoTestamento pois foi autorizado no Velho, apenas foi proibido jurar pelo cu,

    pela terra, por Jerusalm, e por nossa cabea. Resposta: Ouvi a Escritura:Aquele que jura pelo cu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele estassentado. [90] Observe: se proibido jurar pelo cu, que apenas o trono

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    de Deus: quanto mais pelo prprio Deus! Insensatos e cegos, quem maior,o trono ou aquele que nele est sentado?

    Outros dizem: se errado usar o nome de Deus para confirmar a verdade, entoos apstolos Pedro e Paulo tambm juraram [91]Resposta: Pedro e Paulo apenastestemunharam o que Deus prometeu a Abrao, e que ns tambm temosrecebido. Mas quando algum testemunha, a pessoa faz isso interessada no queest presente, se bom ou mal. Simo falou de Cristo para Maria e testemunhou:"Eis que este posto para queda e elevao de muitos em Israel". [92]Cristo nos ensina de forma semelhante quando diz: [93] "Deixe sua palavraser sim, sim; no, no, porque tudo o que mais do que isso provm domal". Ele diz que seu discurso ou palavra deve ser sim e no, de forma queningum poderia entender que Ele tenha permitido isto. Cristo simplesmente

    sim e no, e todos aqueles que O buscam simplesmente entendero aPalavra dele. Amm. [94]

    Os 7 artigos de SchleitheimCanto de Schaffhausen, Sua,24 de fevereiro de 1527

    Nota explicativa sobre a relao do documento abaixo

    com a Confisso de Schleitheim

    Para a Compreenso Fraterna, que nas duas geraes passadas veio serreconhecida amplamente como um marco teolgico, ns juntamos outrotexto que poderia ter sido na ocasio igualmente significativo. Este conjuntode instrues concernentes ordem congregacional e ao culto foi divulgadoem 17 de abril de 1527, junto com o texto de Schleitheim, aparentementeconjuntamente com o texto de Bern da Unio Fraterna. Deve ter sido juntadoento ao mesmo tempo em abril, dentro das seis semanas do encontro em

    Schleitheim. H bases circunstanciais para ser considerado ligado aSchleitheim e Sattler. o mais antigo texto que se conhece que trata desseassunto, e nunca foi previamente publicado integralmente. --JHY

    Ordem Congregacional [99]

    Uma vez que o eterno, poderoso e misericordioso Deus fez sua maravilhosaluz brilhar neste mundo e [nesta] poca perigosa, ns reconhecemos o

    mistrio da vontade divina, que a Palavra nos seja pregada de acordo com oordenamento adequado do Senhor [100] por meio da qual fomos chamadospara a Sua comunho. Portanto, de acordo com o mandamento do Senhor e

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    os ensinamentos de Seus apstolos, no ordenamento cristo, devemosobservar o novo mandamento, [101] no amor mtuo, de modo que o amor ea unidade possa ser mantida, o qual todos os irmos e irms de toda a

    congregao devem concordar em manter:Os irmos e irms devem se reunir pelo menos trs ou quatro vezes por semana,para se exercitar [102] no ensinamento de Cristo e seus apstolos e cordialmenteexortar uns aos outros para permanecerem fiis ao Senhor, como prometeram.Quando os irmos se reunirem, devem trazer algo para ler juntos. [103]Aquele a quem Deus deu melhor compreenso deve explicar, [104], osoutros devem prestar ateno e ouvir, de modo que no hajam dois ou trstravando uma conversa privada, incomodando os outros. O Saltrio deve serlido diariamente em casa. [105]

    Que ningum seja leviano na igreja de Deus, nem em palavras nem emaes. A boa conduta deve ser mantida por todos e tambm perante ospagos. [106]

    Quando um irmo v seu irmo cometer um erro, ele deve adverti-lo deacordo com o mandamento de Cristo [107] e repreend-lo de uma formacrist e fraterna, pois todos esto vinculados e obrigados a fazer por amor.

    No conjunto dos irmos e irms desta congregao ningum ter algumacoisa prpria, mas, como os cristos no tempo dos apstolos tero tudo emcomum e, especialmente, armazenados num fundo comum do qual pode-seajudar os pobres, de acordo com a necessidade de cada um, [108] e, comono tempo apstolos, no permitir que nenhum irmo passe necessidade.

    Toda glutonaria deve ser evitada entre os irmos que esto reunidos nacongregao; sirva uma sopa ou um mnimo de vegetais e carne, pois comere beber no o reino dos cus. [109]

    A Ceia do Senhor deve ser realizada sempre que os irmos se reunirem,[110], anunciando a morte do Senhor, e assim instando cada um a relembrarcomo Cristo deu a Sua vida por ns e derramou seu sangue por ns, paraque possamos tambm estar dispostos a dar o nosso corpo e nossa vida poramor de Cristo, o que significa pelo bem de todos os irmos.

    Concluso (Bno)

    Queridos Irmos e Irms no Senhor: estes so os artigos que alguns irmospreviamente entenderam de modo errado, diferente do verdadeiro

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    significado. Assim muitas conscincias fracas ficaram confusas, pelo fato donome de Deus ter sido caluniado foi necessrio chegarmos a um acordo [95]no Senhor. A Deus seja dado o louvor e a glria!

    Agora que voc compreendeu plenamente a vontade de Deus revelada por nsneste momento, voc deve realiz-la com convico, persistncia e fidelidade.Para que voc saiba bem qual a recompensa do servo que conscientemente peca.Tudo que voc fez inadvertidamente e que agora confessa ter agidoinjustamente est perdoado. Nessa reunio com f suplicamos, por causa detodas nossas faltas e culpas, pelo gracioso perdo de Deus, em nome deJesus Cristo. Amm.

    Afaste-se de tudo que no se enquadre na simplicidade da verdade divina

    que foi declarada por ns nesta carta em nossa reunio, de forma que todospossamos ser governados pela regra da proibio, para que daqui em diantea entrada de falsos irmos e irms entre ns possa ser prevenida.

    Afastem-se de tudo que mau, e o Senhor ser seu Deus, e vocs seroSeus filhos e filhas. [96]

    Queridos irmos, lembrem-se do aviso que Paulo deu a Tito: [97] "A graa deDeus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a

    renunciar impiedade e s paixes mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nessa era presente, enquanto aguardamos a benditaesperana: a gloriosa manifestao de nosso grande Deus e Salvador, JesusCristo. Ele se entregou por ns a fim de nos remir de toda a maldade epurificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado prtica deboas obras". Pensem nisto, e coloquem isso em prtica, e o Deus de pazestar com vocs.

    Que o nome de Deus seja sempre e grandemente bendito e louvado, Amm.

    Que Deus possa lhe dar-lhe Sua paz, Amm.

    Schleitheim, dia de So Mateus, [98] 1527.

    Introduo de John Howard Yoder, emThe Legacy of Michael Sattler, Classics of the Radical Reformation, Vol.

    1, Herald Press, 1973

    No comeo de 1527 o movimento dos Irmos Suos corria srio perigo dedesintegrao. A represso pelos protestantes alcanara pela primeira vez onvel da pena de morte, com a execuo de Felix Mantz em Zrich, em 5 de

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    janeiro. No Leste da Suia, onde o movimento alcanara uma onda inicial desucesso popular, foi duramente esmagado cidade de St. Gall, mas asautoridades continuaram tendo dificuldade na zona rural circunvizinha,

    especialmente no canto de Appenzell onde a combinao de pressogovernamental, liderana inadequada, e o fermento socioeconmico daqueletempo conduziu enormemente para a desordem que Conrad Grebelprovavelmente estava tentando controlar quando morreu doente no vero de1526. Strasbourg era o lugar onde havia maior probabilidade de aberturapara um entendimento, ou pelo menos a possibilidade de alcanar umcontnuo dilogo entre os anabatistas e a Reforma oficial; mas estapossibilidade teve que ser abandonada aps a visita de Sattler a Strasbourg.[1]

    Strasbourg foi a melhor e tambm a ltima chance para estabelecer umacordo srio com os "lderes" do Movimento da Reforma. Entre os principaisreformadores, Martin Bucer foi o mais dotado de esprito ecumnico epastoral, Capito era mais aberto a idias radicais, e o governo de Strasbourgera mais cauteloso e tolerante. Quando as conversaes se romperam l,quase dois anos depois da primeira fratura em Zrich, ficou definitivamenteclaro que o anabatismo teria que seguir em frente sozinho, no apenas nosterritrios que permaneceram estritamente catlicos, mas em todos oslugares.

    Isto marca o fim do investimento de Sattler nas "relaes intereclesisticas".Ele abandonou o esforo para convencer os lderes reformadores; ao mesmotempo em que abandonou a possibilidade de estender seu movimento nosterritrios protestantes onde seria um tanto mais fcil (devido correntesimpatia pelas suas preocupaes) e mais seguro (devido perseguioligeiramente mais moderada). Dali em diante ele atuaria nas cidadesmenores da Floresta Negra. Parte desta rea era controlada pela soberaniaaustraca (ou seja, fielmente catlica), sob a administrao de Statthalter de

    Ensisheim da Austria, e sob o controle dos aliados e vassalos da ustria,como Count Joachim von Zollern de Hohenberg, que veio a ser o juiz deSattler.

    Esta rea de zona rural catlica, sem cidades proeminentes entre Ulm eFreiburg ou entre Tbingen e Schaffhausen, poderia ser qualificada como opolo crescente do movimento dos Irmos Suos. No tringuloSchaffhausen/Waldshut/Zrich cujo territrio cruzava com a ala sulista,Sattler e Wilhelm Rubli/Reublin foram os nicos lderes proeminentes nesta

    primeira fase.

    Sattler tinha muita conscincia do pouco tempo que dispunha para consolidar

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    o movimento que plantara. Da mesma maneira que o perodo de outubro adezembro de 1523 marcou a primeira autoconscincia dos radicais de Zriche o perodo de dezembro de 1524 a janeiro de 1525 abriu a primeira violao

    formal, o incio de 1527 deve ser reconhecido como a maturidade de umcompanheirismo distinto, visvel com uma responsabilidade de longo alcancepela sua ordem e pela sua f.

    A presso do exterior, a confuso no interior, a falta de influncia diretiva(que nunca era especialmente clara ou determinante) dos fundadores deZrich, e a crescente percepo de que em vez de aceitar uma viso derenovao difusa o jovem movimento teria que aceitar uma continuaseparao combinada com uma identidade sofredora, para possibilitar aafluncia de todo movimento para fora do solo.

    Foi esta necessidade que gerou o encontro de Schleitheim. Nada sabemossobre como a reunio foi convocada, sobre o que precisamente fez com queela fosse realizada naquele momento, ou quem participou. A tradio apontaMichael Sattler como a liderana espiritual na reunio, e o autor dodocumento reproduzido acima, to difundido quanto confivel, [2] emboranenhuma das primeiras tradies tenha emitido relatos de testemunhasoculares. Esta tradio confirmada por paralelos bvios entre opensamento e fraseado de Schleitheim e outros documentos definitivamente

    reconhecidos como escritos por Sattler.

    Os Sete Artigos que so o corao do texto, foram presumivelmentediscutidos, reescritos, e aprovados no curso da reunio. Aqui a contribuiode Sattler pode ter sido alguma elaborao antes da reunio. Os Sete Artigosso encaixados em uma carta escrita na primeira pessoa, depois da reunio,que presumivelmente saiu completamente da caneta de Sattler.

    Os pesquisadores durante algum tempo divergiram sobre qual seria o foco

    primrio desta reunio. Jan Kiwiet expressou o forte argumento de que ofoco polmico primrio estava relacionado s ameaas ao movimentoanabatista, representadas pelas mentes de homens como Hans Denck naAlemanha, com sua crtica rigorosa disciplina do movimento irmos suos.[3] A fora dessa interpretao no reside nos Sete artigos em si, mas nacarta de apresentao, e no esprito de alguns dos outros escritos dessacoleo [4].

    Outra interpretao comea com a observao de que, diferindo de um credo

    ou catecismo equilibrado, Schleitheim destaca pontos onde os irmosdiferiam do resto do Protestantismo. Foi, assim, um manual do homemcomum de distintos anabatistas. Esta interpretao fundamentada pelo

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    contedo dos prprios Sete Artigos, que circulou freqentemente sem a cartade apresentao. Este foi o modo como este texto foi compreendido pelosReformadores [5] e apoiado hoje por Beatrice Jenny. [6]

    O presente editor no v nenhuma real necessidade de escolher entre asduas interpretaes. Se houvesse pessoas competindo pela liderana dentrodo jovem movimento anabatista, a direo mais bvia que seguiriam, emconflito com a orientao fixada pelos iniciantes de Zrich e por MichaelSattler, tenderia para uma espiritualizao das distintas congregaesanabatistas visveis, com o efeito de maior subservincia, pelo menossuperficialmente, para com as autoridades da igreja estatal, e maiorconformidade para os padres de comportamento que eles requeriam. Osdocumentos posteriores nesta coleo confirmam que o trao do "falsoprofeta" e do "mal-feitor" a participao em encontros que justificam aigreja estatal. [7] At mesmo a antinomiana "liberdade carnal" dos quedefendiam que a pessoa que est em Cristo pode fazer qualquer coisa semdano [8] para sua f, pode ser aplicada a argumentos em conformidade coma igreja estatal, sobre externalidades como embriaguez ou relaes sociaisdesordenadas. A idia de que sendo crente a pessoa pode fazer qualquercoisa sem nenhum dano para sua f no foi uma inveno peculiar elicenciosa de algum anabatista marginal; foi (pelo menos de acordo com ainterpretao da mente popular) mais uma das elaboraes da pregao

    luterana se adequando aos desejos dos ouvintes. [9]

    No h nenhuma razo para decidir por um dos dois argumentos acima. [10]A evidncia clara que distingue o movimento dos Irmos Suos das igrejasprotestantes e catlicas foi a slida defesa contra a confuso e propsitosdbios nas fileiras das irmandades que comeavam a tomar forma como ummovimento autnomo.

    A importancia estratgica da realizao de Schleitheim bem demonstrada

    pela circulao rpida e ampla de seu texto. Zwinglio recebeu sua primeiracpia em abril pelas mos de Johannes Oekolampad em abril, o qual, porsua vez, a recebera de Johannes Grell, um pastor do interior perto de Basel.Logo ele recebeu outra cpia de Berchtold Haller em Berna. Esta cpia foraobtida pela polcia de Berna no curso de uma investigao nas casas, natrilha de um esforo de quatro anabatistas para conversar com Haller. Hallerchamou-a de "seus objetivos e razes". Zwinglio respondeu imediatamentecom uma refutao. [11] at Zwinglio escrever seu Elenchus pelo verodaquele ano, ele j tinha em mos quatro cpias diferentes que chegaram a

    ele de muitas fontes diferentes. Inspecionamos acima [l2] o nmero dereimpresses e tradues com a Unio Fraterna, juntamente com alguns dosoutros materiais seguintes, comparando-os a estes panfletos foi o texto de

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    primeira testemunha moderna a reconhecer o profundo significado deSchleitheim, comentrios do texto e de sua importncia passaram a serfrequentes. [26] Vrios resumos da histria do texto esto disponveis. [27]

    Tradues modernas esto sendo desenvolvidas em ingls [28] e francs[29] e Heinold Fast publicou uma verso alem moderna como tambm umareedio do original. [3O]

    Ao Entendimento Fraternal que nas duas geraes passadas vem sendoamplamente reconhecido como um marco teolgico, ns juntamos outrotexto que, na ocasio, pode ter sido igualmente significante. Este documentoque fixa instrues relativas ordem congregacional e adorao estavacirculando em 17 de abril de 1527, junto com o texto de Schleitheim,aparentemente na mesmo calhamao do texto de Bern da Unio Fraterna.Portanto, deve ter sido juntado aos demais, na mesma poca, em abril, noprazo de seis semanas do encontro Schleitheim. H provas circunstanciaispara ser considerado no contexto de Schleitheim e de Sattler. o textoconhecido mais antigo sobre esse assunto, e ainda no publicado porcompleto.

    Extrado de John Howard Yoder, Introduction to "The Schleitheim Brotherly Union,"(Chapter 2), The Legacy of Michael Sattler, Herald Press, 1973, pp. 27-34.

    Ponto de vista de Jan Gleysteen sobre Schleitheim

    No caminho da famosa Floresta Negra da Alemanha para a espetacularCatarata do Reno na Schaffhausen Sua h um despretencioso vilarejochamado Schleitheim. A maioria dos viajantes passam apressadamente poresse caminho preocupada com as grandes cenas frente.

    Para ns, a cidade e o nome de Schleitheim detm um maior interesse, pois

    foi aqui que, em fevereiro 1527 que ocorreu uma importante reunio dosanabatistas suos e alemes. De acordo com tradio Michael Sattler pediue presidiu a reunio. O jovem movimento anabatista corria o perigo dedesintegrar-se sob a presso da violenta perseguio de fora e da ntidadiferena de opinies de dentro.

    No curso da assembleia as vrias faces chegaram a um acordo epublicaram suas vises em um folheto chamado A Unio Fraternal (ouAcordo), uma confisso de f.

    Com este documento o livre e espiritual movimento dos Irmos Suos foimoldado em um ordeiro e bem organizado movimento. Se esta reunio no

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    tivesse acontecido naquela poca o movimento anabatista poderia termorrido bem como a viso de seus lderes. Agora, os anabatistas tem umaplataforma para resistir perseguio sangrenta das naes crists,

    calnia bem escrita de seus oponentes do clero e do estado, e ao desvio defanticos tentando usar o movimento para seus prprios fins.

    Texto extrado e traduzido de Purpose, February 6, 1977, pp. 4-5.

    Notas de Rodap

    1. JF Gerhard Goeters, (Ludwig Hatzer, espiritualista e Antitrinitariano, 1957,p. 94), defende a hiptese de que, quando esteve em Estrasburgo, Sattlerainda tinha alguma esperana de trabalhar junto com Bucer e Capito, ouseja, de conquist-los e conduzir o movimento de reforma in loco em direoao Anabatismo. Goeters sublinha que os vinte artigos de Estrasburgo diferemdos sete artigos de Schleitheim, principalmente porque os de Estrasburgono reconhecem a necessidade de um gabinete pastoral, enquantoSchleitheim reconhece. Isso sugere que at o incio de 1527 ainda haviaesperana de acordo com os reformadores.

    2. O testemunho mais antigo que explicita essa tradio est em um

    documento de Leopold Scharnschlager que cita o artigo VI sobre o governo(ARG, 1956, p. 212). Ver tambm H. Stricker, MGB, 21, 1964, p. 15.

    3. Ian Kiwiet, Pilgram Marpeck, Kassel, 1957, pp. 43FF.; Cf. tambmHuntston George Williams, The Radical Reformation, Filadlfia, 1962, p.182,cf. abaixo p. 48, nota 33.

    4. Veja abaixo pp. 126 e ss.

    5. "Em Sete Artigos eles resumiram o que contrrio tanto a ns como aospapistas. . ." Calvin, Brieve Instruction, op. cit., p. 44.

    Assim, foi muito adequado a Calvino tomar este texto como esboo de suaprpria refutao. Zwinglio igualmente considera os sete artigos um esquemamais adequado para refutao, imediatamente aps o recebimento doprimeiro manuscrito de Berchtold Haller de Berna, ele respondeu longamentecom uma carta, respondendo ponto por ponto, em 28 de abril de 1527 (Z, vol.IX, carta n 610, p. 108), novamente o uso dos sete artigos em Zwingli's

    Elenchus testemunha seu carter representativo. No pretendemos aquientrar no mrito destas refutaes pelos Reformadores ou das diferenasentre eles, mencionamos aos textos de Zwinglio e Calvino apenas como

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    elementos auxliares na crtica textual.

    6. Beatrice Jenny, Das Schleitheimer Tauferbekenntnis, Thayngen, 1951, p.

    39.7. Veja abaixo especialmente pp. 60, 127 e ss.

    8. A nfase evidente especialmente nos pargrafos introdutrios da cartade cobertura de Michael Sattler. A referncia a uma preocupao semelhantepode ser vista tambm nas negociaes posteriores (abaixo pp. 108 ss).149.170.172).

    9. Zwinglio aponta para o mesmo perigo em seu posicionamento dedezembro de 1524, "Wer gibt Ursache zu Aufruhr" (Z, Ill, pp. 374 ss). Aprincipal fonte de instabilidade social, diz Zwinglio, vem daquelas pessoasque interpretam mal a pregao do evangelho como um afrouxamento davoz das exigncias morais. Este tema mais tarde se tornaria uma dasdiscordncias candentes entre anabatistas e o clero protestante. (cf. HaroldBender, "Walking in the Resurrection", MQR, XXXV, abril de 1961, pp. 96Se.). A popularidade de tica contextual no protestantismo americano nadcada de 1960 testemunha que tal posio completamente impensvelnos crculos protestantes.

    10. Cf. abaixo nota 39 mais uma referncia a este tema.

    11. Cf. nota 5.

    12. Note above survey of printing, 13 f.

    13. Z, VI, pg. 106. O tratado principal dele, Contra CatabaptistarumStrophas Elenchus, "Refutation of the Catabaptists' Knaveries" (1527), foi a

    palavra final de Zwinglio sobre a questo anabatista, o nico escrito latinodele neste assunto. Alm dos Sete Artigos refuta tambm o "confutationbooklet", escrito talvez por Conrad Grebel e especificamente dirigido contra oprprio Zwinglio (Yoder, Gesprache, pp. 91 se.). O Elenchus est disponvelem traduo inglesa; veja debaixo na nota 28.O termo catabaptist usado aqui predominantemente por Zwinglio foi pedidoemprestado de Oekolampad, mas no pegou, sendo substitudoprogressivamente por anabatista. O prefixo alemo "wider" pode significar"contra" ou "re"; assim o widertauff do ttulo pode suportar trs ou quatro

    possveis significados: (a) anti-batismo no sentido de ser praticado emoposio ao batismo infantil tradicional; (b) anti-batismo no sentido de seruma perverso ou uma pardia do verdadeiro sacramento; (c) re-batismo; (d)

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    poderia significar "imerso" e at mesmo (kata - tambm"meios" "abaixo" ou"debaixo de"). Assim parece ter sido compreendido por Oekolampad. O usode Zwinglio de "kata" pretendido por preservar a fora da polivalncia no

    singificado de certas palavras da lngua alem, com o acento no sentido daperverso (vide b acima). Cf. nota extensa explicativa de Fritz Blanke, Z, queVI, pg. 21, nota I.

    14. CR, XXXV, p. 54.

    15. James M. Stayer que escreveu sobre essa temtica em "The Doctrine ofthe Sword in the First Decade of Anabaptism", Cornell PhD dissertation 1964,d grande ateno ao desenvolvimento cronolgico, detalhando-o emperodos " antes e depois do impacto de Schleitheim".

    Clarence Bauman, Gewaltlosigkeit 1m Tiiufertum, Leiden, 1968, qualificaSchleitheim como "o documento mais importante desde a fundao doanabatismo" (p. 45).

    Hans J. Hillerbrand, Die Politische Ethik des Oberdeutschen Tiiufertums,Leiden/Koln 1962, e "The Anabaptist View of the State" (MQR, XXXIL AprilIQ58, pp. 83 If.), d pouca ateno ao aspecto do desenvolvimentocronolgico e destaca textos posteriores e mais longos.

    16. Blaupot ten Cate, Geschiedenis der Doopsgezlnden in Groningen, emz.1842, L pp. 258 If., and Hulshof, Geschiedenls van de Doopsgezinden teStraatsburg van 1525 tot 1557, Amsterdam, 1905, p. 229. Esta parte deuma carta que descreve a conferncia anabatista principal em Strasbourg em1557, um dos marcos principais da relao entre os anabatistas do sul daAlemanha e os Menonitas do Pases Baixos. A carta foi traduzida para oholands antes de 1587, e s foi preservado naquela verso.

    17. Cf. nota 2 acima.

    18. Z, VI, pp. 107-155. Vide traduo abaixo na nota 28.

    19. UP SO.

    20. The print identified above 13 as A.

    21. The print identified above 13 as B.

    22. Rudolf Wolkan, Geschichtsbuch der Hutterischen Bruder, Vienna, 1918,p. 42.

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    23. Josef Beck, Die Geschichtsbucher der Wiedertiiufer. . . ,Vienna, 1883, pp.41 ff.

    24. Lydia Muller, Glaubenszeugntsse Oberdeutscher Taufsgesinnten, Leipzig,1938, p.37.

    25. Primeira impresso em MQR, XIX, No.4, outubro de 1945, pp. 247 ff.,and then in Wenger's Doctrines of the Mennonites, Scottdale, 1952;reproduced from Wenger by Harry Emerson Fosdick: Great Voices of theReformation, New York, 1952; John H. Leith, Creeds of the Churches,Garden City, 1963; and Robert L. Ferm, Readings in the History of ChristianThought, New York, 1964, pp. 528 ff.

    26. "Desta forma to breve, to clara, to facil de assimilar, eles prestaramum servio aos anabatistas de seu tempo e do porvir, pelo qual eles nopodem ser suficientemente gratos. Certamente eles fizeram o que fizeramcom toda simplicidade de corao, sem ideias de conquista mundial. Elesforam dirigidos por nenhuma outra meta a no ser a responsabilidade paracom a igreja deles, de acordo com o que Deus queria para ela. Elesrealmente no tiveram nada para ver com ideais elevados; pois elesdefiniram regras, prescries e proscries por meio das quais a igreja

    presente poderia seguir em frente e continuar o que haviam comeado.Assim eles executaram um bom trabalho no interesse de um futuro ao qualeles quase nem imaginavam. Eles trouxeram firmeza e definio nomovimento espiritual no qual eles tinham sido colocados. Eles o salvaram doperigo de se tornar uns caos de instabilidade, confuso, e ideias obscuras,de grupos flutuantes, fomentados por dez das mais variadas tendncias,principalmente contraditrias, ainda [fossem] na maior parte (nem sempre)pessoas bem-intencionadas. Atravs de sua formulao desenharam asfronteiras de seu movimento e tornou possvel que um companheirismo

    integrado, uma organizao, modesta como era, viesse a existir. Atravs dacriao de tais formas slidas para o cristianismo original, a irmandade deles,Sattler e os ancies da mesma categoria dele preservaram o movimento dadesintegrao, o que ajudou nos dias sombrios de perseguio sangrenta, egarantiu-lhe um futuro. No h uma nica caracterstica da 'Unio Fraternal'que no seja encontrada novamente mais tarde nos Irmos Menonitas.Dificilmente h uma frase que no se repita". Cramer, Berna, V. 1909, p. 593.A primeira declarao de Cramer sobre o significado do Schleitheim encontrado em seu artigo Mennoniten em RPTK vol. XII, p. 600.

    A nossa prpria estimativa da importncia da reunio foi primeiramenteindicada, independentemente da Cramer, em Gesprache, pp. 98 f.: "Que isso

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    pudesse acontecer, que no decurso de uma reunio homens pudessem mudarsuas opinies e chegar unidade, no apenas uma raridade impressionantena histria da Reforma, tambm o mais importante evento em toda a histria

    do anabatismo. Se no tivesse acontecido, o anabatismo de Grebel, Blaurock,Mantz e Sattler, teria morrido junto com seus fundadores. Mas assumiu umaforma vivel e assumiu condies de resistir licenciosidade dos fanticos, acoao dos governos cristos e o poder de persuaso dos pregadores".Uma concluso muito semelhante feita por W. Kohler: "No menosimportante, o significado dos artigos Schleitheim foi a criao de uma ordempara as pequenas comunidades, que, em sua luta contra a igrejaestabelecida poderia facilmente desintegrar-se na anarquia e no fanatismo".Flugschrlften, p. 285. Na ocasio da inaugurao de um monumento a Sattlerem 1957 na igreja da aldeia em Rottenburg, Dean N. van der Zijpp, entodecano dos historiadores menonitas europeus, disse: "Sattler, como MennoSimons, no foi fundador, mas sim organizador dos anabatistas. Para ambosfoi necessrio liderar um movimento espiritual, vivo, fervoroso, proftico,efervescente, para o caminho de uma igreja organizada. Para um movimentoespiritual, como aquele em Zurique, em 1525-1526, no poderia continuarsendo 'movimento' se no estivesse disposto a enfrentar o perigo para noacabar em um grande mar de fanatismo. Sattler sabia muito claramente: omovimento tinha que ter forma, e ele lutou por uma forma que fixaria limites eao mesmo tempo preservaria a liberdade. Ele escolheu como slogan 'a

    esgrima das Escrituras Sagradas', da mesma maneira que Menno Simonsenfatizou o valor do texto bblico, posteriormente. Esse, talvez, tambm correperigo. Mas onde est o evangelho de Jesus Cristo estaria perfeitamenteseguro entre ns, homens da terra?

    "A ao de Sattler, como posteriormente a de Menno Simons, fixou omovimento anabatista em uma pedra slida, sim, salvou a igreja". (DasEvangelium von Jesus Christus in der Welt:Vortrage und Verhandlungen der

    Sechsten Mennonitischen Weltkonferenz, Karlsruhe, 1958, p. 340).

    27. Friedmann, op clt., "The Schleitheim Confession. . ." p. 82 If. Wenger, opclt., "The Schleitheim Confession of Faith" p, 243 ff. Fritz Blanke,"Beobachtungen zorn Altesten Tiiuferbekenntnis," ARG, XXXVII, 1940, pp,242 If. ME, Vol. I, p. 447.Heinrich Bohmer, Urkunden zur Geschichte des Bauemkrieges und derWiedertaufer, De Gruyter, Berlin, 1933, pp, 25 If.

    28. Samuel Macauley Jackson que traduziu o Elenchus de Zwinglio emSelected Works of Huldreich Zwingli (Philadelphia and New York, 1001) pp.123-258, tambm traduziu de segunda mo os Sete Artigos em ingls.

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    Jackson desconhecia a existncia do original alemo e a importnciahistrica do documento. Ele apenas recorreu ao texto como "a confisso dosbatistas" de Bernese. Esta provavelmente foi a primeira traduo inglesa do

    texto, desde que Calvino publicou sua "A Short Instruction" em Londres em1549, incluindo apenas fragmentos do texto de Schleitheim. W. J. McGlothlinestava mais atento que Jackson acerca do significado do original alemomas ainda desavisado da existncia de vrias impresses no Sculo XVI,reproduziu a traduo "Bernese Baptist" conforme Jackson tinha apurado doElenchus, em sua Baptist Confessions of Faith, Philadelphia, 1911, pp. 3 If.,de onde foi tomado por Wm. Lumpkin, Baptist Confessions, 1959, 22 ff.. Atraduo por Wenger (veja nota 25) que em muito contribuiu para alertar ospesquisadores americanos sobre o significado de Schleitheim o nicatraduo moderna antes da presente reedio.

    29. Pierre Widmer and John Yoder, "Princlpes et Doctrines Mennonites,"Brussels and Montbeliard, 1955, pp. 49-55.

    30. Heinold Fast, Der linke Flugel der Reformation; Klassiker desProtestantismus, Band IV; Sammlung Dietrich, Bremen, 1962, pp. 60 If. Fastpreparou tambm, a reedio definitiva do texto original, mencionada emBand II (Ost-Schweiz) de Quellen zur Geschichte der Taufer in der Schweiz,Zwingli-Verlag, Zrich, editors L.von Muralt and H. Fast.

    31. Um conceito significativo no pensamento de Michael Sattler o doVereinigung, que, de acordo com o contexto, ser pode ser traduzido demuitas maneiras diferentes, no ttulo o que significa "Unio", aqui nasaudao pode ser traduzido mais naturalmente por "reconciliao" ou"expiao", mais tarde, no texto, na forma passiva do particpio, significa "serconduzido unidade". Assim, a mesma palavra pode ser utilizada para aconciliao na obra de Jesus Cristo, para o procedimento pelo qual osirmos chegam a um pensamento comum, para o estado de concordncia

    em que se encontram, e para o documento que determina o acordo a quechegaram. H. Fast sugere que aqui, em conexo com "o sangue de Cristo", osignificado pode ser "comunho"; conforme 1 Cor, 10:16.

    32. Ou, literalmente, "ordenado"; a proposio de J. C, Wenger, "se espalhoupor todos os lugares conforme ordenado por Deus, nosso Pai" uma boaparfrase se "ordenado" puder ser entendido sem conotao sacramental oupredestinativa.

    33. Este termo "estrangeiros" foi interpretado por Cramer Berna, 605, nota 1,em um sentido geogrfico ou poltico, referindo-se a no-suos. Kiwiet, op.CLT., p. 44, concebe o mesmo significado mas vai mais longe dizendo que os

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    anabatistas suos quebraram a comunho com os alemes. Mas esseentendimento impossvel por vrias razes:

    Em 1520 no era to forte assim o senso de identidade nacional, dividido emclaras linhas geogrficas; Sattler e Reublin, lderes na reunio, no eramsuos;

    Os libertinos a que Schleitheim se referia, embora Denck (ou Bucer)pudessem ser includos, eram (se anabatistas) certamente em sua maiorparte suios, ou seja, os entusiastas de St. Gall (H. Fast "Die SonderstellungTaufer der em St. Gallen e Appenzell, "Zwlngllana XI, 1960, pp. 223ff.), eLudwig Hatzer.

    Este termo tem uma referncia bem diferente, uma aluso a Efsios. 2:12 e19, comprovando o efeito conciliador do Evangelho em homensanteriormente alienados pela incredulidade.

    34. "Dirigir" e "ensinar" tm como objeto "o mesmo", isto , a "obra de Deusparcialmente iniciada em ns". parfrase de Wenger, "dirige a mesma e (nos)ensina" mais suave, mas enfraquece a imagem impressionante da "obra deDeus" no homem que pode ser "parcialmente iniciada", "proclamada","dirigida" e "ensinada". H, no entanto, motivo para Bohmer conjecturar que

    originalmente pode ter sido usada a palavra keren (guiar) ao invs de leren(ensinar).

    35. "Langer Randen" e "Hoher Randell, so colinas com vista paraSchleitheim e no, como um leitor moderno poderia pensar, uma refernciaao fato de Schleitheim ser prxima da fronteira (no mundo polticocontemporneo).

    O original diz "Schlaten am Randen". Uma meia dzia de aldeias no sul da

    Alemanha suportar nomes como Schlat, Schlatt, ou Schlatten. Uma delas,perto de Engen em Baden, tambm identificada como "am Randen", e atrecentemente alguns acreditavam ser ali o local de origem dos sete artigos.As provas, agora geralmente aceitas, com relao a Schleitheim perto deSchaffhausen, so facilmente encontradas:

    JJ Riiger, um cronista de Schaffhausen, escrevendo por volta de 1594,identifica Schleitheim com os sete artigos. No dialeto local, o equivalente a"ei" no modemo alemo longo como em Schlaten, ao passo que em outras

    aldeias Schlatten ou Schlat tem um "a" curto; Sendo sujeita a jurisdiessobrepostas e, portanto, difcil para a polcia, com Klettgau e Schleitheim emsua borda, era relativamente segura e acessvel para os anabatistas e,

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    assim, mais um ponto de encontro ligando os principais centros naAlemanha, e no sudoeste e nordeste da Sua. Esta foi a primeira rea ondeW. Reublin, amigo de Sattler, esteve ativo aps sua expulso do Zurique no

    incio de 1525. Esta situao jurdica continuou ao longo do sculo; O prof F.Blanke analisa a questo do lugar em Z, VI, pp. 104 f.; tambm o faz WernerPletscher, "Wo entstand das Bekenntnis von 1527?" MGB, V, 1940, pp. 20 f.

    36. Segundo Bohmer, uma linha de impresso foi deslocada na impressora.O texto parece dizer literalmente, " fomos montados em pontos e artigos". Overbo aqui novamente "verelnlgt". Na traduo de Wenger, "somos uma smente permanecendo no Senhor" a melhor parfrase, mas sacrifica aconstruo passiva verbal que importante para o escritor. "Os pontos eartigos" podem muito bem permanecer no resto da frase, no texto original:"fomos unidos em pontos e artigos" ou "manter-se firme no Senhor nestespontos e artigos".

    37. Comeando com os parnteses "(louvor e glria a Deus somente)", asfrases de encerramento do presente nmero no se refere simplesmente auma determinao comum para ser fiel ao Senhor, mas muito maisespecificamente experincia real em Schleitheim e o sentido de unidade(Verelnlgung) que os membros portaram no decorrer da reunio. "Todos osirms sem contradio" a descrio formal e "completamente em paz" a

    definio subjetiva deste senso de orientao do Esprito Santo. Zwinglioconsiderou a meno "ns viemos juntos" como a prova de culpa, sectarismoe do carter conspiratrio do anabatismo (Elenchus, Z, VI, p. 56).

    38. 1 Corntios. 14:33.

    39. Ds. HW Meihuizen respondeu recentemente com grande eficcia aquesto: "quem eram os 'falsos irmos', mencionados nos artigosSchleitheim?" (op. CLT., pp. 200 e ss.). O mtodo de Meihuizen coloca na

    cena da Reforma anabatistas de todos os matizes, bem como reformadores,especialmente aqueles em Estrasburgo que Sattler havia deixadorecentemente. Comparando as posies teolgicas conhecidas desteshomens com as declaraes de Schleitheim, Meihuizen conclui queSchleitheim deve ter sido dirigida contra Denck, Hubmaier, Hut, Hiitzer, Bucere Capito. possvel concordar com esta descrio das posies em questo,sem ser convencido que a reunio era claramente dirigida contra algunshomens em particular que especificamente no foram convidados. Se halgum se enquadra a, este provavelmente seria Hiitzer com quem Sattler

    estivera h pouco em Strasbourg, e que era o nico deles que poderia seracusado de tendncias libertinas. Para o presente propsito, ou seja, a fimde compreender o significado deste documento, basta ser claro a partir da

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    evidncia interna (de acordo com Meihuizen):

    Que algumas pessoas previamente ligadas a algumas das posies

    condenados estavam presentes em Schleitheim a fim de serem participantesdo evento e de "serem trazidos unidade", os "falsos" irmos mencionadosna carta secreta no eram apenas os Reformadores do estado-igreja, pelomenos alguns deles estavam dentro do Anabatismo;Que a nfase maior nos sete artigos recai sobre os pontos de separaoteolgica final da reforma: o batismo, a relao entre a proibio e a ceia, aespada, e o juramento. Aqui a lista to paralela ao documento a partir deEstrasburgo, que se supe que Sattler possa ter desenvolvido seu esbooquando ele ainda estava em Estrasburgo;

    Que, na justaposio da carta de apresentao e os sete artigos, Sattlerafirma uma articulao interna entre as posies dos anabatistas marginais eespiritualistas, que diferia das de Zrich Schleitheim, e dos reformadoresevanglicos.

    40. H.W. Meihuizen l a frase "para sua prpria condenao" no sentido deque a assemblia Schleitheim tomasse medidas para excomungar oslibertinos aos quais o texto se refere. "The Concept of Restitution in theAnabaptism of Northwestern Europe", MQR, vol. XLIV, abril 1970, p. 149.

    Isso no possvel. O verbo "ergeben" refere-se ao abandono lascvialibertina, no ao anabatista. Para que a interpretao de Meihuizenprevalea deve-se omitir os parnteses presentes no original.

    41. "Glieder" (membros) em alemo tem apenas o significado relacionadocom a imagem do corpo, o tom de "pertinncia" de um grupo, o que torna afrase "os membros de Deus" incomum em portugus, no est presente nooriginal.

    42. Gal. 5:24.

    43. O uso da primeira pessoa do singular aqui a demonstrao de que acarta de apresentao foi escrita, provavelmente aps a reunio, por umindivduo.

    44. Esta a concluso da carta introdutria e do estilo epistolar. A "carta deapresentao" no est no manuscrito de Berna, e os sete artigosprovavelmente circularam na maioria das vezes sem ela.

    45. Com uma exceo, cada artigo comea com a mesma utilizao dapalavra "vereinigt" como particpio passivo, a qual ns reproduzimos assim

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    literalmente como uma lembrana do significado de "Vereinigung" paraSattler.

    46. Aqui a verso impressa identifica as seguintes passagens das Escrituras(dando apenas o nmero do captulo): Mt. 28:19; Mc. 16:6; Atos 2:38, Atos8:36, Atos 16:31-33; 19:4.

    47. Nachwandeln, a andar depois, a aproximao mais ntima do texto deSchleitheim ao conceito de discipulado (Nachfolge), que mais tarde se tornouespecialmente corrente entre os anabatistas.

    48. Duas interpretaes desta frase so possveis. "Ser flagradoinadvertidamente" poderia ser uma descrio de cair em pecado, em paralelocom a anterior expresso "de alguma forma escorregar e cair". Isto significaque o pecado para o discpulo de Cristo, em parte, uma questo deignorncia ou desateno. Cramer, Berna, p. 607, nota 2, e Jenny, p. 55,busca explicar que todo o pecado de alguma forma involuntrio, isto , que,no momento da deciso o pecador enganado e no est plenamenteconsciente da sua gravidade. Calvin (por alguma razo baseado na traduofrancesa) explica essa passagem dizendo que os anabatistas diferenciavampecados perdoveis e imperdoveis, com apenas os inadvertidos sendomotivo da preocupao conciliadora da congregao. Ou a referncia pode

    estar ligada maneira como a pessoa culpada foi descoberta.

    49. A verso impressa insere "ou banido".

    5O. Esta referncia a Mt. 18 a nica referncia na Escritura aos primeirostextos manuscritos. "Regra de Cristo" ou "Comando de Cristo" umadesignao comum para este texto, Cf, J. Yoder: "ligar e desligar". Concern14, Scottdale, 1967, esp. pp. 15. Se, outras citaes das Escriturasidentificadas nas notas de rodap no esto marcadas no texto, a citao

    abundante da linguagem bblica sem interesse em indicar a fonte da citao uma indicao da fluncia com que os anabatistas manejavam ovocabulrio bblico e , provavelmente, provavelmente tambm umaindicao de que eles pensavam nesses textos enquanto expresso de umaverdade significante em vez de "textos de prova".

    51. Neste ponto, Walter Kohler, o editor da verso impressa, sugere apassagem de Mt. 5:23. Se "a ordenao do esprito" refere-seespecificamente a "antes de partir o po" e significa apontar para um texto da

    Escritura, esta poderia ser uma provvel; ou 1 Corntios 11 poderia ter sidoaludida, mas "ordenao do esprito" no a maneira usual com que osanabatistas se referem a uma citao da Bblia, a frase pode significar

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    tambm um convite a uma atitude pessoal e flexvel, guiada pelo EspritoSanto, na nfase pela reconciliao.

    52. Este o nico ponto em que a palavra "vereinigt" no utilizada no inciode um artigo, presumivelmente porque ocorre mais tarde na mesma frase.

    53. Vereinigt: aqui a palavra no tem nenhum dos sentidos detalhadosacima, mas aponta para outro, para a obra de Deus na constituio daunidade da Igreja Crist.

    54. 1 Corntios 10:21, alguns textos tem aqui "So Paulo".

    55. A maior parte do debate ecumnico sobre a validade dos sacramentosfocaliza tanto o status sacramental do oficiante como o entendimentodoutrinrio do significado dos emblemas. Convm salientar que acompreenso dos anabatistas da comunho no se refere ao sacramentomas aos participantes. No invalidada por um oficiante no autorizado oupor um conceito insuficiente sobre o sacramento, mas pela ausncia de umaverdadeira comunho entre os presentes.

    56. Observe a mudana de "mundo" para "eles". "O mundo" no discutidoindependente das pessoas que constituem a ordem regenerada.

    57. 2 Cor.6: 17.

    58. Rev. 18:4. Alguns textos lem "que o Senhor pretende trazer sobre eles".

    59. Vereinigt.

    60. A verso impressa acrescenta "e fugir".

    61. O prefixo mais amplo pode significar tanto "contra" como "pr" (omoderno wieder). Ambos os significados so obviamente aplicveis tanto sigrejas da Reforma de Estrasburgo como s das cidades suas, ambas soanti-papistas (tendo quebrado com a comunho romana) e pr-papistas(tendo mantido ou reintegrado certas caractersticas do catolicismo). Astradues anteriores preferiram registrar como "papista e anti-papista", masoutra leitura traz uma maior agudeza de sentido, e apoiada pela traduode Zwinglio. Assim, a alegao de que as novas igrejas protestantes so emalguns pontos cpias do que havia de errado com o catolicismo j um dado

    adquirido no incio de 1527.

    62. Gazendienst. O manuscrito de Berna e as primeiras impresses

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    registram Gottesdienst ("adorao"); mas Zwinglio, que tinha outrosmanuscritos, traduziu como" idolatria". Uma vez que as duas palavras sereferem freqncia na igreja, "idolatria" menos redundante. "Idolatria" era

    uma designao corrente em todo o movimento Zwingliano para com asesttuas e imagens no culto catlico.

    63. Ktlchgang, que literalmente significa freqncia igreja, no temdimenso de congregao para ele, mas refere-se a conformidade compadres estabelecidos por todos aqueles que, embora talvez simpatizandocom os anabatistas, ainda evitavam qualquer censura pblica sendo vistosregularmente nos cultos da igreja estado.

    64. O manuscrito de Berna registra "Brgschaft", ou seja, uma garantia desegurana ou apoio a uma promessa, e pertence esfera econmica esocial. Se a "descrena" aqui se refere a uma falta de sinceridade, ento as"garantias e compromissos de 'incredulidade' significaria questes como aassinatura de notas e hipotecas e depoimentos em questes de boa f.Martinho Lutero declarou fortemente que tais garantias, mesmo em boa f,eram no s imprudentes, como tambm imorais, uma vez que o fiador secoloca no lugar de Deus". ("Sobre o comrcio e usura, 1524, em Works ofMartin Luther, Muhlenburg, Filadlfia, 1001, vol. IV, pp. 9 Se. ). Seuargumento , portanto, muito paralelo ao dos anabatistas sobre o juramento.

    Uma perspectiva mais provvel que "descrente" sinnimo de "mundano",uma referncia a guildas e clubes sociais. Zwinglio traduz com foedera,"convnios". Bullinger confirma essa interpretao por repreender osanabatistas quanto ao comprimento (Von dem unverschampten frafel..., Pp.Cxxi para cxxviii) pela sua oposio s associaes e sociedades(pundtnussen gselschafften und), concrdia e amizade (Vertragfruntschafft unnd) com os incrdulos, e alegria temporal (Froud zytlichezymliche). O texto impresso mais tarde mudou para Brgschaft Brgerschaft(cidadania), que menor, no lugar do art. IV. Em abril 1527 Zwinglio no

    tinha certeza do que aquilo significava, mas inclinou-se a "servir como fiador"(Z, IX, p. 112); em agosto, quando ele escreveu o Elenchus ele interpretaisso como "cidadania", talvez referindo-se aos anabatistas pela recusa emcumprir o juramento do cidado. Mas se Brgerschaft deve significar acidadania, os "compromissos da incredulidade" ainda devem significar algumtipo de envolvimento, jurdica, econmico ou social com os infiis (Z, VI, p.121). Lc. 16:15, a referncia a "abominaes" pode ser aludida.

    65. A verso impressa acrescenta: "sem dvida".

    66. A verso impressa consta "e anticristo".

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    67. Mt. 5:39.

    68. 1 Tm. 3:7. Os intrpretes no so claros sobre onde repousa o foco do

    art. V. Seu primeiro impulso proclamar o pastor como uma pessoamoralmente digna, ou seja, h uma crtica prtica de nomear-se em razode sua educao ou conexes sociais sem levar em conta sua estaturamoral. A traduo de Zwingli move o foco por traduzir "o pastor deve ser umda congregao", ou seja, no algum de outro lugar. Era do conhecimentode Zwinglio que os anabatistas rejeitavam a nomeao de um ministro deuma parquia para o conselho de uma cidade distante, e ele deixou talconhecimento influenciar sua traduo.

    69. A verso impressa acrescenta, "para conduzir os irmos e irms emorao, para comear a partir do po...."

    70,1 Corntios. 9:14.

    71. A mudana no nmero aqui de "pastor" para "se eles pecarem" explicada pelo fato dessa frase ser uma citao de 1 Tm. 5:20.

    72. "Cruz" j por esta altura um clich muito claro ou "termo tcnico"designativo de martrio.

    73. Talvez "instalado" seria menos inclusivo ao mal sacramental. Verordnetno tem nenhum significado sacramental.

    74. "Lei" aqui uma referncia especfica ao Antigo Testamento.Significativamente o verbo aqui no verordnet mas apenas geordnet,transmitindo mais um sentido de permanncia ou da instituio divinaespecfica. Deve-se notar que em toda essa discusso "espada" refere-se competncia judiciria e policial do Estado, no h nenhuma referncia

    guerra no art. VI, h uma breve no IV.

    75. "Sem a morte da carne" uma leitura clara do manuscrito mais antigo.Zwinglio, no entanto, entendeu "em direo entrada para a morte dacarne", uma possvel aluso a 1 Cor. 5; a diferena no original apenasentre a e o.

    76. Mt. 11:29.

    77. In. 8:11.

    78. Jn. 8:22.

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    79. Ltc:. 12:13.

    80. Duas interpretaes so possveis para "no discernir a ordem de SeuPai". Isso pode significar que Jesus no respeita, como sendo umaobrigao para ele, o servio no estado no ofcio de rei, embora a existnciado Estado seja uma ordenana divina. O mais provvel seria a interpretaoque Jesus avaliou a ao das pessoas que queriam faz-lo rei como noprovocada (ordenada) por Seu Pai.

    81. Mt. 16:24.

    82. Mt. 20:25.

    83. Rom. 8:30.

    84. 1 Ped. 2:21.

    85. Fil. 3:20.

    86. Aqui a verso impressa acrescenta Mt. 12:25: "Pois todo reino divididocontra si mesmo ser destrudo". A referncia se solidariza com Cristo comoCabea ecoa diretamente os pontos 4 e seguintes da carta de Estrasburgo.

    87. Mt. 12:25.

    88. Mt. 5:34-37.

    89. Heb. 6:7 ss.

    90. Mt. 5:35.

    91. A traduo de Zwinglio contem um argumento aqui: "Se ruim jurar, ou

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    at mesmo usar o nome do Senhor para confirmar a verdade, ento osapstolos Pedro e Paulo pecaram, porque juraram".

    92. Lc. 2:34.

    93. A diferena entre o "ensinado" e "diz que" est no original, que resulta dofato de as referncias bblicas estarem sempre no presente: "Cristo diz",Paulo diz", "Pedro diz".

    94. Isto conclui o artigo Sete.

    95. Vereinigt.

    96. A segunda referncia a 2 Corntios. 6: 17.

    97. Tit. 2:11-14.

    98, 24 de fevereiro.

    99. Este documento no tem ttulo, o ttulo escolhido aqui reflete o rtulodado na (moderna) tabela de contedo do volume de materiais de arquivoUP 80 no Arquivo do Estado de Berna. Nenhuma traduo completa para oIngls foi publicada; o texto foi desenvolvido por Delbert Gratz, Bernese

    anabaptists, Scottdale, 1953, p. 25, e por Robert Friedmann, MQR, 1955, p.162. Jean Sguy publicou uma traduo e comentrios no Cristo Seul (Jornaldos menonitas franceses) No.1 (p. 13) e N 2 (p. 5), 1967. O texto pareceser idntico a cpia dos sete artigos, de modo que pode-se presumir quecircularam juntos e foram concebidos simultaneamente. (Cf. p. 32.)

    100. Pode significar: "na providncia de Deus, a Palavra pregada parans", segundo a qual "Ordnung" remete para as obras de Deus em realizar aReforma e a pregao do evangelho, ou "a Palavra de Deus pregada de

    acordo com o padro divino", com a nfase no redescobrimento doverdadeiro legado divino na ordem da igreja. O seguinte "segundo a qual"pode, portanto, se referir pregao ou ordem correta.

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    101. In 1. 2:8.

    102. "Sich ben": talvez inclua um elemento de aprendizagem mecnica danarrativa do evangelho e do ensino, uma vez que a alfabetizao e a possede Bblias era rara.103. "Ler" inclui exposio. "Leituras" foi um dos primeiros nomes dados sreunies de estudo realizadas em Zurique e St. Gall, antes da fundao dascongregaes anabatistas.

    104. "Aquele a quem Deus deu o melhor entendimento deve explicar isso"pode significar que, para cada passagem em particular, quem entende o seusignificado deveria falar. Ento, teramos um retrato de uma reunio comuma liderana assente, sem nenhum papel de controle por parte do "pastor"mencionado no Artigo V. Ento, pode-se inferir, como faz Jean Sguy, queeste texto testemunha um tempo antes das decises de Schleitheim, quandocongregaes funcionavam sem um lder nomeado. , no entanto, tambmpossvel que "aquele a quem Deus deu o melhor entendimento" possa serum circunlquio para um lder reconhecido espontaneamente no grupo local.

    105. Esta "leitura" pode muito bem ser recitao mecnica. Esta referncia

    ao Saltrio uma das raras referncias anabatistas primitivas a exercciosdevocionais no-congregacionais. Pode ser mais um trao (veja acima p. 23,nota 19) de uma herana do monasticismo.

    106. 1 Tm. 2:8.

    107. Mt. 18: IS, cf. nota acima.

    108. O fundo comum visto aqui como uma bolsa especial para

    necessidades especficas, no como um comunismo total de consumo, talcomo foi estabelecido, no muito tempo depois na Morvia. significativoque o anabatista no-huterita tambm considerasse seguir o exemploeconmico dos primeiros cristos de Jerusalm.

    109. Rom. 14:17. A suposio de que a congregao que se renefreqentemente em torno de uma simples refeio pode estar ligada a suaevaso de clubes sociais e corporaes (acima, p. 38, art. IV.

    110. A Ceia do Senhor, especificamente identificada como tal, evidentemente distinta das demais refeies, embora ambas fossempraticadas to freqentemente quanto quando os irmos se encontravam.

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    (Cfr. Art. 1).

    Endereo do texto original em alemo:http://www.museum-schleitheim.ch/bekenntnis/artikel1.htm

    Em ingls:http://www.mcusa-archives.org/library/resolutions/schleithiem/sword.html

    http://www.cresourcei.org/creedschleitheim.html ehttp://www.anabaptists.org/history/schleith.html

    (*) Esta traduo est inconclusa e longe de ser definitiva, portanto, qualquercontribuio dos leitores no sentido de melhor-la ser muito bem vinda.

    A Irmandade de Schleitheim

    (Brderlich Vereinigung etzlicher Kinder Gottes seiben Artikel betreffend . . . )

    "The Legacy of Michael Sattler" por John Howard Yoder, Herald Press, 1973.Fonte digital em ingls: http://tiny.cc/vykky

    FIM

    http://tiny.cc/vykkyhttp://tiny.cc/vykky