conforto_termico_estabelecimento

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  UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE JOSÉ COUTINHO DO CARMO FILHO CONFORTO TÉRMICO EM ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS) SALVADOR-BAHIA 2008

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Relação entre homem e natureza baseando-se em tecnicas de conforto ambiental.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA

    ESPECIALIZAO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

    SADE

    JOS COUTINHO DO CARMO FILHO

    CONFORTO TRMICO EM ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAIS DE SADE (EAS)

    SALVADOR-BAHIA 2008

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA

    ESPECIALIZAO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

    SADE

    JOS COUTINHO DO CARMO FILHO

    CONFORTO TRMICO EM ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAIS DE SADE (EAS)

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obteno do Ttulo de Especialista em Arquitetura em Sistemas de Sade. Orientadora: Mrcia Rebouas (Mestre, UFRS, 1996)

    SALVADOR-BAHIA 2007

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) 0.00 Carmo Filho, Jos Coutinho do 0.00 Conforto Trmico em Estabelecimentos Assistenciais

    de Sade - Belm PA / Jos Coutinho do Carmo Filho. Salvador: UFBa / Faculdade de Arquitetura 2008.

    57 f. il.: 30cm Monografia (Especializao) Programa de Ps-graduao

    em Arquitetura. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura, 2008.

    1. Arquitetura e Clima 2. Arquitetura de Hospitais - Clima I. Ttulo. II Universidade Federal da Bahia.

    Faculdade de Arquitetura. III Monografia CDD: 20.ed.720.472

  • JOS COUTINHO DO CARMO FILHO

    CONFORTO TRMICO EM ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAIS DE SADE (EAS)

    MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO submetida em satisfao parcial dos requisitos ao grau de

    ESPECIALISTA EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SADE

    Cmara de Ensino de Ps-Graduao e Pesquisa da

    Universidade Federal da Bahia

    Aprovado: Comisso Examinadora

    ...........................................................

    ...........................................................

    ...........................................................

    Data da Aprovao: ......./......./......... Conceito:

    SALVADOR-BAHIA 2008

  • AGRADECIMENTOS

    A DEUS, pela minha pela minha persistncia, aos familiares toleraram a

    ausncias com apoio incondicional minha orientadora, Mrcia Rebouas, pela

    pacincia que disponibilizou para construo deste trabalho, ao professor Dr. Antonio

    Pedro de Carvalho e aos professores pelo trabalho sem par realizado em prol da

    Arquitetura e Engenharia Hospitalar no Brasil e que contriburam grandemente para

    elaborao desta pesquisa e para a obteno do grau de especialista, aos amigos e

    companheiros do ARQSADE-2007, que em momentos difceis me incentivaram com

    confortveis e motivadoras palavras e aes, a Neila, por seu carinho e dedicao com

    todos os alunos do Curso e, em especial, ao Nuno pelo suporte acolhedor em Salvador.

  • RESUMO

    Com o levantamento de informaes e dados coletados em livros, internet e entrevistas com arquitetos da cidade, bases de fundamentao para este trabalho, definiram-se quais aspectos arquitetnicos so necessrios ao conforto trmico em Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS), situados em regies de clima tropical mido, caso particular da cidade de Belm (Estado do Par). Palavras Chave: Belm, Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS), Conforto Trmico, Aspectos Arquitetnicos.

  • SUMRIO

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE TABELAS LISTA DE GRFICO LISTA DE FIGURAS 1. INTRODUO

    2. CLIMATOLOGIA

    2.1 Definies e conceitos 2.2 A climatologia e a arquitetura 2.3 O conforto trmico

    2.3.1 Classificao de ndices de conforto 2.4 Classificao climtica 2.5 Classificao climtica de Kppen-Geiger 2.6 O clima tropical mido - caractersticas 2.7 O clima no Brasil

    2.7.1 Diviso climtica e territorial 2.7.2 Carta bioclimtica do Brasil

    2.8 Classificao climtica do Par pelo mtodo de Kppen

    3. A CIDADE DE BELM

    3.1 caractersticas fsico-ambientais de Belm 3.1.1 Clima 3.1.2 Carta bioclimtica de Belm 3.1.3 Carta solar de Belm 3.1.4 Precipitao pluviomtrica na cidade de Belm 3.1.5 Rosa dos ventos da cidade de Belm 3.1.6 Hidrografia 3.1.7 Vegetao

    4. FATORES E LEMENTOS CLIMTICOS

    4.1 Radiao solar 4.2 Superfcie do solo 4.3 Topografia 4.4 Vegetao 4.5 Precipitao 4.6 Movimento do ar 4.7 Fatores e elementos climticos a serem controlados 4.5 Os princpios da fsica

    5. PAISAGEM

  • 6. PROCEDIMENTOS BSICOS 6.1 O envolver 6.1.1 Cobertura 6.1.2 Paredes 6.1.2 Pisos elevados do solo 6.2 Aberturas 6.2.1 Janelas 6.1.2 Portas 7. ASPECTOS ARQUITETNICOS A CONSIDERAR 7.1 A orientao e a forma do prdio 7.2 Dispositivos para aproveitamento dos ventos 7.3 Pavimentao 8. REQUISITOS A CONSIDERAR EM PROJETOS DE EAS EM REGIES DE CLIMA TROPIAL MIDO

    9. A RDC 50 E AS CONDIES DE CONFORTO AMBIENTAL 9.1 Conforto higrotmico e a qualidade do ar 9.2 Conforto acstico 9.3 Conforto luminoso a partir da fonte natural 9.4 Ar condicionado 10. CONCLUSO . . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 01 Classificao Climtica de Kppen-Geiger

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 01 ndices Pluviomtrico de Belm

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01 Mapa Climtico do Brasil Figura 02 Carta Bioclimtica do Brasil Figura 03 Carta Bioclimtica de Belm Figura 04 Carta solar de Belm Figura 05 Rosa dos ventos para Belm Figura 06 Inclinao do sol Norte/Sul Figura 07 - Inclinao do sol Leste/Oeste Figura 08 - Inclinao do sol Norte/Sul Figura 09 Beiral ventilado Figura 10 Parede dupla com isolamento trmico Figura 11 - Aplicao de brises Figura 12 Piso elevado ventilado Figura 13 Proposta de ventilao cruzada

  • 1. INTRODUO

    Como componente da natureza, o homem, para atender suas diversas

    necessidades, nela interfere. Dentre os diversos tipos de interferncias, destacam-se a

    criao de espaos para morar, trabalhar, divertir-se, tratar da sade, aprisionar, etc. No

    s nesses espaos, mas como em todos os ambientes em que o homem est presente, o

    clima e a paisagem so fatores preponderantes para questes de conforto, alimentao,

    atividades laborais, lazer, moradia, natureza, etc.

    Com as mudanas climticas no planeta, a questo ambiental est no foco das

    discusses da sociedade mundial. A conservao da natureza e a preocupao com a

    utilizao racional dos recursos naturais fazem com que tenhamos que projetar edifcios

    focados tambm nesta vertente, ou seja, projetos que minimizem o consumo energtico

    e de materiais que no agridam a natureza. O projeto de edifcios, considerando os

    fatores naturais (clima e paisagem) e tcnico-construtivas (forma da edificao e

    orientao, cobertura, paredes, materiais, aberturas, etc), proporciona conforto, alm de

    economia de materiais e energia.

    Nas edificaes situadas em regies de clima tropical mido, os elementos e

    fatores climticos: temperatura do ar, radiao solar, precipitao pluviomtrica,

    ventilao e umidade, solo, vegetao, topografia, etc desempenham papel

    importantssimo na concepo de espaos para as diversas atividades desenvolvidas

    pelo homem. E dentre as concepes de conforto (trmico, luminoso, sonoro, visual,

    etc), as condies de conforto trmico nas edificaes merece destaque. As condies

    de conforto trmico implicam necessariamente na definio de ndices em que o ser

    humano sinta confortabilidade em decorrncia de condies trmicas agradveis ao

    corpo.

  • A construo de edificaes com caractersticas adequadas ao clima, paisagem e

    ao tipo de ocupao (atividade) de fundamental importncia para a obteno de

    ambientes que atendam as expectativas humanas quanto ao conforto trmico, tendo

    tambm como objetivo a racionalizao da energia com sistemas de iluminao,

    ventilao, refrigerao e desumidificao.

    O trabalho foi desenvolvido atravs de pesquisa bibliogrfica (livros), internet e

    entrevistas com os arquitetos Jos Freire e Alberto Rubim, expoentes maiores nos

    projetos hospitalares em Belm. Levantou os aspectos arquitetnicos necessrios para

    proporcionar conforto trmico em Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS),

    situados em regies de clima tropical mido, no caso particular, a cidade de Belm

    (Par), considerando que as influncias climticas atuam mais precisamente na parte

    externa da edificao, e que a parte interna sofre os reflexos desta atuao externa.

    Contudo no esqueceu de relacionar os requisitos propostos pelas normas, em especial a

    RDC 50 (Resoluo de Diretoria Colegiada da ANVISA), que classifica os ambientes

    pelas atividades desenvolvidas que abrigam e a abordagem do controle das condies de

    conforto ambiental (higrotrmico, qualidade do ar, acstico e luminoso).

    O trabalho mostra que, com o conhecimento sobre os elementos e fatores

    climticos e as tecnologias construtivas, podemos produzir edifcios com ambientes

    termicamente confortveis. Isto no quer dizer que se descartar o uso de aparelhos

    eletromecnicos, mas que, na regio, podemos retirar o maior aproveitamento da relao

    climas natural e clima artificial.

    O conhecimento dos aspectos arquitetnicos que devem ser aplicados na

    concepo de projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS), levando-se

    em considerao o conforto trmico, mesmo existindo estudos na rea, significativo

  • pela complexidade ou peculiaridade de um edifcio assistencial de sade,

    principalmente em relao biossegurana.

    Do que foi dito acima, os exemplos mais significativos so os projetos do

    Arquiteto Joo Filgueiras, que, dependendo do clima ou microclima, cria condies para

    produzir conforto nos ambientes. H projetos seus que o uso de equipamentos de

    condicionamento de ar foi usado em 100% do edifcio devido adversidade dos

    elementos e fatores climticos, como ocorre com o Hospital de Rede Sarah em Recife.

    Mas tambm h hospitais que utilizam dessa tecnologia somente em ambientes em que

    as normas preconizam, como o caso do Hospital de Rede Sarah de Salvador e

    Fortaleza, Natal, etc.e h tambm casos onde existe a alternncia ou reversibilidade do

    uso de equipamentos de climatizao, dependendo da mudanas climticas, como o

    caso do Hospital de Rede Sarah do rio de Janeiro.

    Mrcia Freire, (CARVALHO, 2002) ilustra bem quando diz que: a cada

    projeto, h uma adaptao s caractersticas climticas e microclimticas

    do stio onde est inserido, levando, principalmente, em considerao o

    seu potencial de ventilao e o percurso do sol, de acordo com a latitude

    do lugar.

    Diante disso, afirmar que em regies de clima severo (quente e mido) s

    possvel conforto trmico com o uso de equipamentos de climatizao

    desconhecimento de causa, e falta de se aprofundar no assunto e projetar sem

    responsabilidade.

  • 2. CLIMATOLOGIA

    Definies e conceitos

    Climatologia (s.f) a Cincia que descreve os climas, que os explica e os

    classifica por zonas. Tratado ou descrio das influncias exercidas pelas

    condies climticas sobre os seres vivos. http://www.kinghost.com.br/

    Se a Climatologia aplicada com seres vivos, e denominada bioclimatologia,

    podendo ser humana, animal ou vegetal.

    Defini-se a Bioclimatologia como um campo cientfico interdisciplinar que

    tem como objeto de estudo as interaes entre a biosfera e a atmosfera

    terrestre, tendo como escala temporal as estaes do ano ou intervalos de

    tempo superiores. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioclimatologia).

    A Climatologia esclareceu dois conceitos: Fatores climticos e elementos

    climticos. Fatores climticos so parmetros fixos que do origem ou determinam as

    variaes nos elementos climticos. Elementos climticos ou meteorolgicos so os

    parmetros mensurveis, cujas variaes definem o clima.

    Na climatologia, trs questes delimitam seu estudo:

    1 A escala espacial;

    2 - A escala territorial;

    3 - A escala locacional.

    Baseado no exposto acima, foi hierarquizada em fatores climticos globais e

    locais; e elementos climticos. So exemplos de fatores climticos globais a radiao

    solar, a latitude, a altitude, os ventos e a massa de gua e terra; de fatores climticos

    locais a topografia, vegetao e a superfcie do solo; de elementos climticos a

    temperatura, a umidade do ar, a precipitao e o movimento do ar.

  • A climatologia e a arquitetura

    A climatologia aplicada arquitetura teve como pioneiros J. M. Fitch (1940)

    com a publicao American Buildings: The environment forces that shape it, V.

    Olgyay e A. Olgyay (1963) com a publicao Design with climate: bioclimatic

    approach to architetctural regionalism e B. Givoni (1969) com a publicao Man,

    Climate, and Architecture.

    A arquitetura bioclimtica, tambm definiu alguns conceitos, conforme

    descrito abaixo: (IZARD e GUYOT; MASCAR, BARDOU e ARZOUMANIAN,

    apud BOGO, 1994;8)

    1 Ativo: Princpio da captao de energia, armazenamento ou distribuio

    que para seu funcionamento absorve energia externa, com aplicao de alta

    tecnologia;

    2 Passivo: Princpio da captao de energia, armazenamento ou

    distribuio que no necessita para seu funcionamento de energia externa,

    com aplicao de tcnica simples;

    3 Solarizada: Arquitetura cuja concepo no deve s tendncias solares

    e que seus componentes passivos s foram superpostos envoltria sem que

    sua forma tenha qualquer carter especfico

    4 Solar: Arquitetura composta em seu invlucro por elementos

    utilizadores da energia solar;

    5 Tecnologismo: Tendncia de integrar arquitetura um conjunto de

    tcnicas de helioengenharia, destinadas a satisfazer as necessidades de

    condicionamento de interiores, independente da reao da prpria

    arquitetura;

    6 Bioclimatismo: Princpio de concepo em arquitetura que pretende

    utilizar, por maio da prpria arquitetura, os elementos favorveis do clima

    com o objetivo de satisfazer as exigncias de bem estar higrotrmico.

  • Baseados nos conceitos anteriores, so listados abaixo trs movimentos de

    interveno arquitetnica.

    1 Arquitetura autnoma ou arquitetura de energia zero: Concepo

    arquitetnica com total autonomia energtica;

    2 Arquitetura solarizada: Usa sistemas de captao energtica, baseados

    em helioengenharia, sem auxlio dos elementos da prpria arquitetura,

    chamada erroneamente de arquitetura solar;

    3 Arquitetura bioclimtica: concepo arquitetnica que utiliza tecnologia

    com base na aplicao de elementos arquitetnicos, com fins de propiciar

    ambientes com alto grau de conforto higrotrmico e baixo consumo de

    energia.

    Na arquitetura bioclimtica, o prprio ambiente construdo que atua como

    mecanismo de controle das variveis do meio, atravs de sua envoltura (paredes, pisos,

    coberturas), seu entorno (gua, vegetao, sombras, terras) e, ainda, atravs do

    aproveitamento dos elementos e fatores do clima para o melhor controle do vento e do

    sol.

    O conforto trmico

    Para ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating Air-Coditioning

    Engineers), conforto trmico definido como: Um estado de esprito que reflete a

    satisfao com o meio ambiente trmico que envolve a pessoa.

    Como as condies de conforto trmico so funo de uma srie de variveis

    climticas, atividades desenvolvidas e vestimentas, podendo ainda considerar sexo,

    idade, raa, hbitos alimentares, etc pesquisadores desenvolveram ndices de conforto

    trmico. Estes ndices tentam englobar o efeito dessas variveis em um parmetro,

    geralmente fixando uma atividade e uma vestimenta.

  • Classificao de ndices de conforto

    A primeira classificao : (FROTA, 1988:17)

    1 ndices biofsicos: ... baseiam na trocas de calor entre o corpo e o

    ambiente, correlacionando elementos do conforto com as trocas de calor

    que do origem a esses elementos;

    2 ndices fisiolgicos: ... baseiam nas relaes fisiolgicas originadas

    por condies conhecidas de temperatura seca do ar, temperatura radiante

    mdia, umidadae do ar e velocidadae do ar;

    3 ndices subjetivos: ... baseiam nas sensaes subjetivas de conforto

    experimentadas em condies em que os elementos de conforto trmico

    variam.

    A segunda classificao : (VILLAS BOAS, apud BOGO, 1994:17)

    1 ndices metereolgicos: ... so expressos em termos de elementos do

    clima, neste caso, todas as variveis do modelo se referem s caractersticas

    dos elementos do clima e tempo...;

    2 ndices fisiolgicos: ... entrando no modelo as respostas

    fisiolgicas....

    A terceira classificao : (SCARAZZATTO BOAS, apud BOGO, 1994:17)

    1 ndices termomtricos ou fisiolgicos: ... medem o desgaste fsico ou o

    esforo que o indivduo emprega sob certas condies de trabalho...;

    2 ndices subjetivos: ... tentam predizer sob que condies de elementos

    do clima pode uma pessoa sentir-se confortvel;

    3 ndices psico-fisiolgicos: ... embora subjetivos, desenvolve-se a partir

    de dados fisiolgicos mensurveis.

  • Com base nos ndices, so montadas zonas de conforto trmico em grficos

    (monogramas e/ou diagramas), que limitam parmetros fsicos e definem o domnio

    onde se estabelecem as zonas de conforto. As cartas bioclimticas so o resultado das

    informaes baseadas na zona de conforto trmico e elementos de previso do

    comportamento trmico das edificaes. Nestas cartas, esto contidas trs informaes:

    1 O comportamento climtico;

    2 Estratgias para a correo desse comportamento climtico por meio do

    desempenho da edificao;

    3 Zona de conforto trmico.

    H diversos ndices de conforto. Atualmente, os mais usados so: Carta

    bioclimtica de Olgyay (1963), Zona de conforto da ASHRAE, Zona de conforto

    Szokolay (1987), Carta bioclimtica de Watson e Labs (1983), Carta bioclimtica para

    edifcios de Givoni (1969), Carta atualizada de Givoni (1992) para pases em

    desenvolvimento.

    (BOGO, 1994;75) prope adotar a carta bioclimtica para edifcios de Givoni

    (Givoni, 1992) por apresentar as melhores condies para o Brasil, considerando que:

    1 Givoni desenvolveu trabalhos para pases quentes e em

    desenvolvimento;

    2 O estudo baseou-se na aclimatao das pessoas a climas quentes e

    midos, confirmados em experimentos realizados na Tailndia;

    3 Sua metodologia adota limites maiores para a velocidade do ar para

    temperaturas mais elevadas, mais prximas da realidade brasileira;

    4 Considerou a possibilidade de refrigerao do espao interno, se

    necessrio, com menos consumo de energia.

  • Classificao climtica

    A classificao climtica um conjunto de parmetros que expressa condies

    mdias da atmosfera terrestre. Embora haja variaes dirias, mensais e sazonais, so

    representadas por faixas climticas que mantm um certa uniformidade, dentro de um

    padro mdio de oscilao. Estas condies geralmente so afetadas por microclimas

    locais, visto que seus parmetro so macros.

    Classificao climtica de Kppen-Geiger

    Classificao climtica de Kppen-Geiger

    Temperatura

    do arPrecipitao

    T F M S W f m w s

    A Tropical Equatorial

    Af

    Savana,

    chuva de

    Vero Aw

    Savana,

    chuva de

    Inverno As

    Mones

    Am

    B rido Esteprio

    BS

    Desrtico

    BW

    C Temperado

    Subtropical

    Cfa,

    Ocenico

    Cfb

    Pampeano

    Cwa,

    Cwb

    Mediterrnico

    Csa, Csb

    Quadro 1-Classificao climtica de Kppen-Geiger

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica

  • 9

    O clima tropical mido - caractersticas

    As caractersticas do clima tropical mido so as seguintes:

    1 Pequenas variaes de temperatura durante o dia, amplitude das variaes diurnas

    fracas, dias quentes e midos e noites com umidade excessiva;

    2 Duas estaes no muito definidas: vero e inverno, com pequena variao de

    temperatura entre elas.

    3 Radiao difusa muito intensa devido ao vapor dgua contido nas nuvens;

    4 Alta umidade relativa do ar;

    5 Localizao entre os trpicos de Cncer (23 27 N) e capricrnio (23 27 S);

    6 Ventos fracos com direo dominante sudeste.

    O clima no Brasil

    Diviso climtica e territorial

    Fig.1 Mapa climtico do Brasil Fonte: Hwww.ibge.gov.brH, acesso 03/03/2008

  • 10

    Carta bioclimtica do Brasil

    Fig. 02 Carta Bioclimtica de givoni para o Brasil

    Classificao climtica do Par pelo mtodo de Kppen

    Nesta classificao, foram identificadas os trs sub-tipos climticos para o

    Estado do Par: "Af", "Am", "Aw", pertencentes ao clima tropical chuvoso,

    que se caracterizam por apenas apresentar temperaturas mdias mensal

    sempre superior a 18C e se diferenciam pela quantidade de precipitao

    pluviomtrica mdia mensal e anual.

    1 - SUBTIPO CLIMTICO "Af" Este subtipo no apresenta estao seca e

    a precipitao do ms menos chuvoso igual ou superior a 60 mm. De

    acordo com a variao da precipitao pluviomtrica mdia anual,

    apresenta as seguintes diviso climticas:

  • 11

    Af - Representa a faixa de maior precipitao pluviomtrica do Estado do

    Par, com uma mdia anual superior a 3000 mm. Ocorrer em duas reas,

    sendo uma noroeste da Ilha do Maraj e a outra na regio de Santa Izabel

    do Par, as quais abrangem aproximadamente 4.485 km ou 0.4 % do

    Estado.

    Af2 Apresenta precipitao pluviomtrica mdia anual, variando entre

    2.500mm e 3000mm. As reas sob a influncia deste subtipo localizando-se,

    basicamente, a nordeste e a oeste do Estado, ficando uma pequena a oeste

    da Ilha do Maraj. Essas reas totalizam 34.441 km, correspondendo a 2.7

    % do Par.

    Af3 Este subtipo apresenta precipitao pluviomtrica mdia anual,

    variando entre 2000 mm e 2500 mm. Est representado por trs reas,

    sendo uma em So Domingos do Capim a outra em Breves, e a ultima em

    forma de arco localizada a oeste do Estado do Par, no limite com Estado

    do Amazonas. A superfcie abrangida por esse subtipo de 14.804 km ou

    1.2 % do Territrio Paraense.

    2 - SUBTIPO CLIMTICO " Am" Apresenta caracterstica de clima de

    mono, com moderada estao seca e ocorrncia de precipitao mdia

    mensal inferior a 60 mm. considerado um clima intermedirio entre "Af" e

    o " Aw". No Estado do Par este subtipos subdivide-se em:

    Am1 Este sub- tipo caracterizado por apresentar precipitao

    pluviomtrica mdia anual superior a 3000 mm. Ocorre em trs reas; uma

    na parte norte, nordeste da Ilha do Maraj, outra na regio de Soure e a

    ltima no litoral de onde se prolonga at Santa Izabel do Par. Essas reas

    somam 7.530 km e corresponde a 0.6 % do Estado.

    Am2 - Representa condies climticas, onde a precipitao pluviomtrica

    mdia anual variando entre 2500 mm e 3000 mm. Ocorre basicamente, na

    faixa litornea paraense, com penetrao para o continente. Tambm

    verifica-se a ocorrncia de uma pequena rea, localizada nas mediaes da

    confluncia dos rios Tapajs e Juruena. Essas reas correspondem a 66.399

    km ou 5.3 % do Estado do Par.

  • 12

    Am3 Este subtipo climtico, acha-se caracterizado por uma faixa, onde a

    precipitao pluviomtrica mdia anual varia de 2000 mm 2500 mm. Est

    representado por duas reas que totalizam 492.720 km ou 39.5%, sendo a

    maior rea de abrangncia no Estado. Elas esto assim localizadas: uma na

    parte sul sudeste do Par que se prolonga por quase toda a rea limtrofe

    com os Estados do Amazonas e Roraima, alm das Guianas, enquanto que a

    outra encontra-se mais ou menos centrada na parte norte, com ramificao

    mais pronunciada nas direes nordeste e noroeste, onde chegam a fazer

    limites com os Estados do Maranho e Amap, respectivamente.

    Am4 o subtipo climtico caracterizado por apresentar precipitao

    pluviomtrica mdia anual variando entre 1500 mm e 2000 mm. Est

    representando por uma faixa irregular, que ocorre predominantemente na

    direo noroeste sudoeste do Estado. Em termos de extenso a segundo

    maior rea correspondendo a 331.415 km ou 26.6 %.

    3 - SUBTIPO CLIMTICO "Aw" Caracteriza-se por apresentar inverno

    seco bem definido e ocorrncia de precipitao mdia mensal inferior a 60

    mm. Apresentase no Estado em trs divises.

    Aw3 Este subtipo climtico est condicionado a valores de precipitao

    pluviomtrica mdia anual, que variam de 2000 mm a 2500 mm. Est

    representado por uma nica rea que se acha localizada no extremo Sul do

    Par, limite com o Estado do Mato Grosso. Quanto a sua superfcie,

    abrange 105.328 km ou 8.4 % do territrio Paraense.

    Aw4 o subtipo climtico caracterizado por apresentar precipitao

    pluviomtrica mdia anual variando entre 1500 mm a 2000 mm. So

    encontradas quatro reas com essas caractersticas. Destas, trs so de

    pequena extenso e se acham localizadas uma na Ilha do Maraj (Ponta de

    Pedra); outra no mdio Amazonas (Abrangendo Monte Alegre, Prainha,

    Cercanias); e a terceira na parte central do Estado. A quantidade de rea

    de maior extenso representada por uma faixa que abrange a parte leste e

    sudeste do Par, fazendo limite com os Estados do Maranho e Tocantins.

  • 13

    Elas somam 170.391 km, o que corresponde a 13.7 % da superfcie

    estadual.

    Aw5 Neste subtipo climtico, ocorre o menor ndice Pluviomtrico mdio

    anual do Estado, compreendendo valores que esto entre 1000 mm a 1500

    mm. Acha-se representado por duas pequenas reas, estando uma

    localizada no municpio de Alenquer e suas cercanias, enquanto que a

    outra, situa-se na fronteira do Par com o Estado do Tocantins, nas

    mediaes do Bico do Papagaio. Estas reas totalizam 20.529 km

    correspondendo a 1.6 % do Estado do Par.

  • 14

    3. A CIDADE DE BELM

    Nascida das expedies da Coroa Portuguesa na foz do rio Amazonas, Belm

    foi fundada a 12 de janeiro de 1616.

    O Censo 2000 informa que a populao de aproximadamente 1.281.279

    habitantes, dos quais 54.052 pessoas habitam as 55 ilhas que constituem dois teros do

    territrio do municpio.

    Criada por Lei Complementar Federal em 1973, alterada em 1995, a Regio

    Metropolitana de Belm, com mais de 2.043.543 de habitantes (estimativa do IBGE -

    2007), compreende os municpios de Ananindeua, Belm, Benevides, Marituba e Santa

    Brbara do Par.

    Caractersticas fsico-ambientais de Belm

    Clima

    Na classificao de Kppen, o clima de Belm pertence categoria Afi, sendo

    suas principais caractersticas:

    1 - Altas temperaturas;

    2 - Ventos com velocidade reduzida e constantes momentos de calmaria;

    3 - Altos ndices de umidade relativa do ar;

    4 - Precipitaes abundantes.

    Segundo os dados do Servio de Meteorologia do Ministrio da Agricultura

    (normas de 1931/1960), as maiores freqncias anuais dos ventos de Belm

    so nordeste (29%), norte (10%) e leste (9%). A freqncia nos demais

  • 15

    insignificante, a velocidade mdia entre 2,6 e 2,9ms/ e a calmaria de 45%

    nos 12 meses (Nascimento,1995, apud: Pr-Belm,1998).

    As caractersticas de Belm so: o clima tropical mido (quente e mido),

    influncia direta da floresta amaznica devido sua localizao geogrfica (prximo

    linha do equador e o mar), com chuvas constantes, pequena amplitude trmica e sem

    estaes climticas definidas. As temperaturas mais elevadas ocorrem de julho a

    novembro, a mdia de 26; a mxima, de 38; a mxima mdia, de 31; a mnima, de 20

    e mnima mdia de 21 garus. Considera-se inverno o perodo mais chuvoso, que vai

    de dezembro a maio. A cidade de Belm se encontra na latitude 0123'.6 Sul e

    longitude 04829'.5 Oeste, portanto muito prximo linha do equador. Sua extenso

    territorial 1.065,00 km. Nesta regio, a irradiao solar global apresenta uma mdia

    anual de 5,05 kWh/m2/dia.

    Carta biclimtica de Belm

    Nesta carta, observa-se que o maior problema se encontra na rea de ventilao.

    1- Zona de conforto ; 2 Ventilao; 3 Resfriamento evaporativo; 4 Massa trmica para resfriamento; 5 Ar condicionado; 6 Umidificao; 7 Massa trmica e aquecimento solar passivo; 8 - Aquecimento solar passivo; 9 Aquecimento artificial.

    Fig. 03 Carta Bioclimtica com TRY de Belm

  • 16

    Carta solar de Belm lar de Belm

    Fig. 04 - Carta solar para a cidade de Belm: (1) 22/dez a 21/jun, (2) 22/jun a 21/dez

    Precipitao pluviomtrica na cidade de Belm Precipitao pluviomtrica na cidade de Belm

    Graf. 1 - ndices pluviomtricos mdios mensais para a cidade de Belm

  • 17

    Rosa dos ventos da cidade de Belm

    Fig. 05 Rosa dos ventos - Belm

    Hidrografia

    Belm cidade banhada pela baa do Guajar e pelo rio Guam. A cidade

    formada por uma parte continental, onde se encontra a cidade de Belm propriamente

    dita e uma regio insular, separadas por pequenos rios, igaraps e canais de mar.

    VEGETAO

    Belm formada por reas altas (centro) e de baixadas (prximo a baia do

    Guajar, rio Guam e igaraps. Nas reas consideradas altas, a vegetao ainda

    existente tpica de terra firme e grande parte delas so pblicas. As reas de baixadas

  • 18

    se caracterizam por serem alagadas, solo extremanete orgnico e com pouqussima

    resistncia. Nesta rea, densamente povoada, as caractersticas da vegetao,

    espassamente encontrada, so as encontradas na vegetao de vrzea e matas de igap.

  • 19

    4. FATORES E ELEMENTOS CLIMTICOS

    O modo pelo qual o tempo se modifica habitualmente ao longo do ano

    caracteriza o clima do lugar. As condies de cada clima so determinadas pela

    interao de diversos elementos, que vo influir no ambiente. Conhecer e controlar seus

    efeitos propicia a obteno de edifcios confortveis.

    Radiao solar

    O Sol a principal fonte de energia trmica e luminosa do planeta, cuja

    transmisso por ondas eletromagnticas. A quantidade de energia que chega a um

    ponto da terra sofre variao influenciada pelo movimento de rotao (giro da terra

    sobre seu prprio eixo, cuja durao 24 horas), pelo movimento de translao (giro

    que a terra faz em torno do sol, cuja durao um ano), pela latitude (ngulo formado

    de qualquer ponto da terra ao eixo imaginrio do equador), pela altitude (altura de

    qualquer ponto em relao ao nvel mdio do mar) e pela reflexo pelas nuvens e

    componentes da atmosfera (oxignio, nitrognio, vapor dgua,)

    No movimento de rotao, o eixo imaginrio no sentido Norte/Sul no vertical, ou

    seja, faz um ngulo de 232654 em relao ao eixo do sol. Esse movimento propicia a

    sucesso de dias e noites. Nas regies prximas ao equador (baixa latitude), a durao

    dos dias e das noites so aproximadamente iguais.

    No movimento de translao, o percurso feito em torno do sol no circular,

    mas elptico e excntrico. Esse movimento propicia as estaes do ano. Nas regies

    tropicais midas, as estaes do ano so marcadas por um perodo chuvoso,

    caracterizado por chuva intensas e dirias, cu encoberto por nuvens, grande umidade

    do ar e radiao difusa mais intensa; e por um perodo seco, caracterizado por chuvas

    espaas, cu claro, umidade do ar reduzida e radiao direta mais intensa. O perodo

    chuvoso vai de janeiro a junho; o seco, de julho a dezembro.

  • 20

    Em relao latitude, quanto menor for seu ngulo, ou seja, mais prximo do

    equador, maior ser a energia solar recebida pela terra.

    Conhecer o percurso do sol fundamental para o controle da radiao solar

    sobre o edifcio. A locao do edifcio, criao de aberturas, artifcios para

    sombreamento, uso de materiais isolantes, disposio da relao comprimento x largura,

    etc. esto relacionados diretamente com o conhecimento do percurso do sol sobre o

    edifcio.

    A figura abaixo mostra que, no sentido norte / sul, o ngulo mximo para

    quem est no equador um ngulo de 60, portanto ideal para a colocao para a

    orientao de um edifcio. Como veremos mais a frente, nas regies de clima tropical

    mido, a orientao em relao ventilao prevalece sobre a orientao em relao ao

    sol. Para o sentido leste / oeste, o uso de materiais com isolamento trmico o mais

    indicado, visto a amplitude de deslocamento do sol. No sentido norte / sul, a colocao

    de elementos arquitetnicos tipo marquises, varandas, jiraus, ect surte um bom efeito.

    Fig. 06 Inclinao do sol norte/sul Fig. 07 Inclinao do sol lesto/oeste

    Fig. 00 Inclinao do sol norte/sul

  • 21

    Superfcie do solo

    Os materiais que cobrem a superfcie do solo, dependendo de suas

    caracterstica, podem reduzir ou ampliar a produo de calor, atravs da absoro ou

    reflexo.

    Topografia

    A implantao do edifcio para aproveitar a influncia da ventilao

    proporciona a moderao da temperatura e areao dos ambientes.

    Vegetao

    O conhecimento das caractersticas da flora proporciona o uso da vegetao

    para sombreamento, ao purificadora da atmosfera, efeito de barreira (bloqueio, desvio

    ou direcionamento do fluxo de ar), excelente efeito visual, reduo dos nveis de rudo,

    etc.

    O sombreamento ocorre pelo impedimento da passagem da luz pela vegetao,

    principalmente pela copa das rvores, onde parte da energia refletida, parte

    absorvida e parte consegue passar (luz difusa).

    A ao de purificao da atmosfera se d pela captao e/ou reteno de

    material particulado, pela absoro de gases e pelos mecanismos fotossintticos. Na

    captao e/ou reteno de partculas (fuligem, poeiras de materiais de construo, etc),

    esta ao ter sua eficincia conforme as caractersticas morfolgicas, anatmicas e

    fsicas do vegetal, do grau de fechamento das copas, do tipo de concentrao dos

    poluentes e das condies metereolgicas. Nos mecanismos de fotossntese, a

    assimilao se d em presena da luz e em tecidos com clorofila, onde a gua

  • 22

    absorvida pelos vegetais e se transforma quimicamente, ocorrendo o desprendimento de

    oxignio.

    O efeito de barreira se d pela colocao da vegetao como obstculo. Como

    ocorre no sombreamento, a copa das rvores tem papel importantssimo neste artifcio.

    A reduo dos nveis de rudo segue quase os mesmos princpios das ondas

    das radiaes luminosas, ou seja, parte absorvida, parte refletida.

    Precipitao

    Conseqncia do vapor dgua contido na atmosfera, obtido pela evaporao

    das guas superficiais da terra, mares, lagos, rios, transpirao animal e vegetal, etc, a

    precipitao da gua (chuva) causada pelo resfriamento deste vapor quando em

    contato com camadas mais firas da atmosfera.

    A intensidade, o tempo e a freqncia das chuvas so fatores indicadores para

    o uso adequado de materiais para a drenagem pluvial, para o sentido de inclinao da

    cobertura, para o tamanho dos beirais e uso de abrigos e passarelas cobertas.

    No perodo chuvoso, a umidade relativa do ar atinge seu maior ndice,

    portanto, neste perodo, h maior probabilidade da proliferao de microorganismos e o

    uso de desumidificadores ou entrada da radiao trmica solar ou artificial se faz

    necessrio.

    Nas regies de clima tropical mido, no perodo chuvoso, a precipitao

    diria; no perodo mais seco, embora no diria, a falta de chuvas no longa, logo

    sempre h chuvas. Considerando ainda que a chuva acompanha o sentido dos ventos, o

    projeto de edifcios deve prever artifcios ou elementos impedidores da penetrao dela

    e da proteo das paredes, mas no da ventilao.

    O uso de grandes beirais ou varandas e o posicionamento das aberturas

    contrrias ao sentido da chuva nos telhados so algumas opes de elementos ou

    artifcios a serem empregados, que no prejudicam a circulao do ar em edifcios.

  • 23

    Movimento do ar

    o movimento do ar causado pela diferena de temperatura e presso

    atmosfrica, cujo sentido da zona de alta presso (temperatura mais baixa) para a de

    baixa presso (temperatura mais alta). Devido s diferenas de temperatura e presso

    atmosfrica e o movimento de rotao da terra, a direo dos ventos se d dos trpicos

    para o equador, dirigindo-se parte para os plos. Defini-se ventilao como a ao do

    vento; movimento do ar. A aerao a renovao do ar feita naturalmente ou

    artificialmente (mecanicamente).

    Em regies de clima tropical mido, os ventos se caracterizam por pequena

    intensidade, velocidade e oscilao de direo. Com exceo de fatores

    microclimticos, os ventos alseos se movimentam no sentido nordeste (NE) e Sudoeste

    (SW). Os fatores microclimticos alteradores do regime dos ventos so o relevo

    (montanhas, serras, depresses, etc), florestas, rios, lagos, mares, etc. Em regies

    montanhosas, surgem ventos peridicos conhecidos como brisas de montanhas (de dia

    no sentido vale/montanha; de noite, montanha/vale) e, em regies prximas a grandes

    superfcies de guas; ventos peridicos conhecidos como brisas litorneas (de dia no

    sentido gua/terra; de noite, terra/gua).

    A ventilao o elemento do clima mais importante para a condio de

    conforto e para o controle dos efeitos da umidade e temperatura(Machado,

    1986:94).

    Em termos de orientao, a direo dos ventos dominantes o elemento

    preponderante (Anais II, 1998:74)

    Considerando que a predominncia da ventilao nesta regio o sentido

    nordeste (NE), as maiores aberturas projetadas devem ser perpendiculares a este

    sentido. importante lembrar que fatores microclimticos podem alterar este sentido,

    portanto, o conhecimento desses fatores de fundamental importncia para que no

    sejam cometidos erros. Outro item a considerar que os lotes devem ter dimenses

    suficientes para permitir afastamentos com edificaes vizinhas, pois favorece a

    ventilao entre os edifcios, no formando barreira ao movimento do ar.

  • 24

    Para que haja deslocamento natural do ar sem muita perda de energia,

    obstculos no seu caminho devem ser removidos, logo aberturas, os afastamentos

    laterais, frontais, e de fundo so imprescindveis para a movimentao do ar.

    Em Belm, s ocorre o segundo tipo por ser uma cidade praticamente plana e

    possuir a baia do Guajar e o rio Guam como grandes superfcies de gua.

    Fatores e elementos climticos a serem controlados

    Os principais elementos do clima a serem controlados para que as condies

    ambientais se enquadrem dos nos parmetro de conforto trmico so:

    1 Em relao temperatura, reduzir da produo de calor (diminuio da

    temperatura), principalmente pela evaporao e conveco;

    2 Em relao ventilao, aumentar seu movimento;

    3 Em relao umidade, evita a absoro da umidade e promover a sua evaporao;

    4 - Em relao radiao, minimizar a absoro da radiao;

    5 - Em relao s chuvas, mxima proteo dos espaos.

    Os princpios da fsica e biofsica

    Conhecer os princpios da transmisso da radiao solar (radiao, conduo e

    conveco), as trocas trmicas com os materiais empregados nos fechamentos

    (coberturas, paredes piso e entorno), os princpios biofsicos do corpo humano, a

    influncia da temperatura, produo do seu prprio calor ,os artifcios para seu controle

    e os equipamentos geradores de calor formam base de fundamentao para a concepo

    de excelentes projetos em relao ao conforto trmico.

  • 25

    5. A VEGETAO

    Na regio de clima tropical mido brasileira, a fauna se caracteriza por trs

    tipos bsicos: a floresta, o cerrado e a vrzea.

    As caractersticas das florestas so:

    1- Ecossistema auto-equilibrado;

    2 Pouca penetrao da radiao solar no solo, devido filtragem dos raios na copa das

    rvores;

    3 Predominncia de rvores de grande porte, muito prximas e com grandes copas.

    4 Ventilao ao nvel do solo prejudicada pela barreira das rvores;

    5 Solo com espessa camada orgnica e rvores com razes pouco profundas;

    6 Manuteno do clima durante o ano com pouca variao de temperatura e umidade.

    As caractersticas do cerrado so:

    1 rvores espaadas, tortuosas, de pequeno porte e solo encoberto por capim;

    2 Solo empobrecido em conseqncia da lixivigao ou processo de queimada;

    3 Incidncia direta da radiao solar no solo devido ao espaamento entre as rvores e

    o seu porte;

    4 Ventilao que alcana o solo;

    5 Umidade reduzida;

    6 Transio entre a floresta e a vrzea.

  • 26

    As caractersticas da vrzea so:

    1 Regies de plancies aluviais com periodicidade de reas alagadas e solo bastante

    frtil;

    2 Diversidade de agrupamentos vegetais, tais como: florestas, campos inundveis,

    mangues, siriubais, etc;

    3 Constituda de reas mais altas (tesos), menos propcia a inundaes, onde

    prepondera as ilhas de florestas de vrzeas, difereciando-se da floresta de terra firme em

    funo de sua diversidade vegetal, adensamento menor, penetrao de fentilao; e as

    terras baixas (baixios), mais propcia a inundaes, paisagem aberta e plana, umidade

    elevada e radiao solar direta e intensa. Os campos limpos inundveis originam os

    lagos temporrios; as reas prximas aos rios, originam os manguezais e os siruibais.

    (devido proximidade com as superfcies das guas, h formao de brisa constante).

    Em Belm, a gua dos rios penetra terra adentro, formando os chamados

    igaraps, onde, em alguns casos, o nvel das guas influenciado pelas mars.

  • 27

    6. PROCEDIMENTOS BSICOS

    Segundo Machado (1986), para a obteno de um ambiente confortvel e

    salubre, o controle natural das aes dos elementos bsicos do clima e da paisagem

    sobre as edificaes podem ser obtidos pela adoo dos procedimentos cobrir, plantar e

    abrir. O termo cobrir, neste caso, estar subtendido a funo de envolver, includo a

    cobertura e paredes.

    O cobrir (envolver) protege da radiao solar, da chuva, das inundaes, da

    ventilao, da umidade, etc. Na floresta, o aspecto preocupante a umidade; no cerrado,

    a radiao solar direta; e na vrzea, os dois. Em Belm, h grande rea urbanizada e

    reas de vrzeas prximas ao rio Gum e aos diversos igaraps existentes.

    O abrir est principalmente relacionado com a ventilao e a aerao. A

    aerao proporciona a renovao do ar no edifcio, tornando o ar menos viciado (ar no

    renovado) e produzindo a sensao de conforto pela troca trmica entre o corpo e o

    ambiente.

    Em regies de clima tropical mido, a temperatura elevada provoca perda de

    calor do corpo pela transpirao, contudo, devido a grande saturao do ar pela

    umidade, a evaporao do suor fica prejudicada, causando a sensao de desconforto

    trmico. A importncia da ventilao se d pela facilidade de remoo do ar saturado e

    quente envolto do corpo, acelerando a evaporao do suor e as trocas trmicas,

    consequentemente, trazendo a sensao de conforto. importante no esquecer que o

    abrir, no edifcio, no deve ocasionar a entrada de radiao solar direta, das chuvas, dos

    animais, do ar externo mais quente. A entrada da radiao solar direta s benfica

    quando existe algum lugar onde h excessiva umidade e no exista outro meio de

    minimiz-la ou quando se quer aproveitar a iluminao natural.

    O plantar ou preservar est relacionado ao uso adequado da flora para

    promover a proteo do edifcio radiao solar direta e difusa, o controle do fluxo de

    ar (ventilao), a absoro da energia pelos vegetais, a preservao do solo e o

    embelezamento da paisagem.

  • 28

    O envolver

    O procedimento envolver abrange a cobertura, paredes e pisos.

    Cobertura

    a superfcie mais exposta s intempries: sol, chuva, ventos, etc. Em regies

    de clima tropical mido, pela ao da chuva, a cobertura deve ser impermevel, permitir

    fcil escoamento das guas e proteger as paredes e aberturas; pela radiao solar, deve

    ser isolante e permitir sua ventilao. O uso de clarabias, lanternins, cumeeiras

    ventiliadas, chaminis, etc, facilita a ventilao da cobertura.

    Na cobertura, podem-se utilizar material para aproveitamento da energia solar

    ou para expurg-la. Para aproveitamento, utilizam-se clulas fotovotaicas, que

    convertem energia solar em energia eltrica. Utilizam-se tambm coletores solares,

    acumuladoras de energia para aquecimento de gua atravs de sistemas com boiler. J

    para expurg-la, utilizam-se materiais de excelente reflexo (material com superfcie

    polida e clara), baixa inrcia trmica, durveis e isolantes termo-acsticos. Em algumas

    coberturas, pequenas e baixas, podemos sombre-las utilizando a copa de rvores; se for

    laje impermeabilizada, a introduo de vegetao na construo de jardins uma

    excelente opo.

    Fig. 09 Beiral ventilado

  • 29

    Em Belm, o uso telhas de alumnio ou ao zincado termoacuticas est tendo

    grande aceitao. O arquiteto Jos Freire e o Alberto Rubim as utilizaram, mais

    recentemente, nos projetos dos hospitais regionais do Par, mas somente no pavimento

    tcnico. Na minha opinio, dependendo dos recursos iniciais aportados, toda a cobertura

    com este tipo de telha uma excelente opo para a regio, pois quando no tm

    isolamento, transmitem muita energia trmica para a laje.

    Paredes

    PAREDES EXTERNAS

    Exposta tambm s intempries, tem funo de divisria entre o meio externo e

    interno, podendo tambm, s vezes, ter a funo estrutural. Nestas funes, permitem a

    privacidade, segurana, proteo s intempries, etc. Como nos materiais usados na

    cobertura, baixa inrcia trmica, durabilidade, reflexo e isolamento termo-acstico

    devem ser suas caractersticas tambm.

    Quando possvel, a eliminao de paredes ou o uso de elementos vazados ou

    combongs, tambm contribui para reduo da capacidade de acumulao da energia

    trmica dos materiais bem como uma melhor ventilao e, conseqentemente, melhor

    troca trmica.

    Uma excelente opo a colocao de paredes duplas ventiladas com

    isolamento trmico. O material pode ser alumnio, zinco, fibrocimento ou argamassa

    armada com isolante trmico. (Fig. 09). Outro elemento arquitetnico muito usado so

    os quebras-sois ou brises. Existem de diversas formas e materiais, fixos ou mveis. Os

    mveis podem ser automatizados ou manuais. Dependendo do ngulo de incidncia

    solar, podem ser verticais e horizontais.

    O uso de varandas, jiraus e marquises tambm protege as paredes contra a

    incidncia da radiao solar sem comprometer a ventilao.

  • 30

    Fig. 09 Parde dupla com isoslamento trmico

    Fig. 10 Aplicao de brises

    Pisos elevados do solo

    A principal funo da elevao do piso reduzir o excesso de umidade

    proveniente do solo. A elevada umidade contribui para a proliferao de

    microorganismos e prejudica o desempenho e manuteno dos equipamentos,

    principalmente pela oxidao de componentes metlicos.

    Fig. 00 Piso elevado ventilado

  • 31

    Pisos externos

    As caractersticas dos materiais empregados no piso externo devem ser

    resistentes s intempries, terem baixa inrcia e alta condutibilidade trmicas. Essa

    preocupao est no fato de que materiais, com caractersticas contrrias s citadas

    anteriormente, aquecem o ar externo e os conduz para o interior do edifcio. Quando

    possvel, o uso de vegetao, tipo gramnea, propicia conforto trmico, visual e

    ambiental. O uso de bloco permevel de cimento (blocos com furos para a colocao de

    gramneas) uma alternativa para a reduo da temperatura na pavimentao em reas

    de estacionamento e manobras para carga e descarga. Alm do mais, facilita a

    permeabilidade do solo.

    Aberturas

    Como integrante do invlucro parede, as aberturas tm suas mesmas funes,

    diferenciando-se pelas funes de: permitir a entrada e sada de ventilao, iluminar,

    propiciar a visualizao do exterior. A ventilao natural pode ser obtida pela diferena

    de presso na horizontal (ventilao cruzada) e na vertical (efeito chamin). Quando o

    vento encontra um obstculo, cria-se uma zona de alta presso na face exposta a ele; e

    outra, de baixa presso, na face oposta. Para a circulao interna do vento em um

    obstculo necessrio abertura para sua entrada na zona de alta presso e abertura para

    sua sada na zona de baixa presso.

    Fig. 12 Ventilao cruzada

  • 32

    Na ventilao cruzada, a obteno da mxima velocidade interna ocorre quando

    a rea de sada maior que a da entrada.

    A sada correta do ar para propiciar ventilao e aerao :

    1 Caso haja preponderncia somente de um sentido de ventilao, a abertura na zona

    de alta presso deve ser menor que a da zona de baixa presso;

    2 - Caso possa haver inverso de sentido da ventilao devido a fatores

    microclimrticos, considerar abertura nas duas zonas com rea iguais ou implantar

    dispositivos que possam varia esta abertura, conforme mencionado acima;

    3 Uso de vrios nveis de aberturas para a sada, inclusive, se possvel, no forro ou

    ente a ele, por causa da conveco (efeito chamin);

    4 Forro em material liso e com pequena inclinao em direo sada.

    O procedimento abrir abrange a colocao de portas, janelas, vos, aberturas,

    etc.

    Janelas

    Para melhor eficincia da ventilao, a janela deve permitir a sua mxima

    abertura. So exemplos: janelas de correr horizontal ou vertical com 100% de abertura,

    janelas de abrir, janelas pivotantes e basculantes.

    Outros elementos controladores da radiao solar so:

    2 Cobongs ou elementos vazados;

    3 Maxarabis ou treliados;

    4 Caramanches ou pergulados.

  • 33

    7. ASPECTOS ARQUITETNICOS A CONSIDERAR

    O modelo de arquitetura internacional de edificaes j no mais encontra

    amparo no meio arquitetnico local. Projetar e construir sobre modelos de edificaes

    baseadas em tipologias externas, sem considerar a cultura, o clima, a vegetao, a

    tradio, os materiais disponveis, a tecnologia, a ventilao, etc idia errnea e

    superada.

    Alguns dos requisitos abaixo fazem parte do conjunto de informaes que o

    arquiteto deve ter para fazer um projeto de boa qualidade, contudo, em regies de clima

    tropical mido, alguns deles se destacam pela importncia ou peso que tm na

    concepo do edifcio, principalmente em relao ao conforto trmico e a reduo do

    uso de equipamentos quando estes requisitos no so considerados.

    O projeto de EAS, como qualquer outro, fora os aspectos relacionados s

    normas de construo especficas (ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria,

    MS Ministrio da Sade, ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas,

    Normas das Concessionrias locais e Agncias Reguladoras, Legislao Urbanstica,

    etc), deve considerar aspectos arquitetnicos relacionados ao clima tropical mido, a

    natureza, materiais e tcnicas locais.

    Conhecimento sobre aspectos naturais locais, relacionados ao clima, como

    iluminao natural, ventilao, radiao trmica solar, regime pluviomtrico, materiais

    regionais, umidade, etc; conhecimento sobre aspectos relacionados construtibilidade

    (materiais e tcnicas construtivas) como relao de espao, aberturas, afastamentos,

    materiais usados, coberturas, etc, obedecendo a requisitos de biossegurana e que

    proporcionem conforto trmico, acstico, luminoso, etc; conhecimento sobre aspectos

    relacionados natureza, como solo, cobertura vegetal, relevo, hidrografia, etc;

    conhecimento sobre princpios da fsica usados na obteno do conforto, conexos com

    requisitos construtivos e de biosseguarna e conhecimento do microclima da regio

    onde, em alguns casos, a homogeneidade dentro de uma mesma regio na existe, pois

    so diferentes a cobertura vegetal, a superfcie das guas, o relevo, o tipo de solo, etc,

    so indispensveis nesta hora e fundamental na concepo do projeto.

  • 34

    Esses conhecimentos proporcionam edifcios bem projetados, dentro da

    realidade local, adequado ao clima, energeticamente e economicamente eficientes e

    ambientalmente correto.

    Como citamos anteriormente, os principais elementos do clima a serem

    controlados para que as condies ambientais se enquadrem dos nos parmetro de

    conforto trmico so a reduo da temperatura e umidade, o aumento da ventilao, a

    minimizao da absoro da radiao e a proteo das pessoas e espaos da chuva.

    A orientao e partido do prdio

    Essa regio, como frisamos anteriormente, caracteriza-se por uma forte

    radiao solar, pequena amplitude trmica, fraca ventilao, alto ndice pluviomtrico e

    alta umidade.

    A orientao do edifcio est relacionada influncia dos seguintes elementos

    do clima: a radiao solar, a chuva e a ventilao. As cartas solares do informaes

    necessrias ao posicionamento do edifcio e para a aplicao dos elementos

    arquitetnicos usados para a proteo solar.

    Como dito anteriormente, a ventilao favorece a aerao e as trocas trmicas

    entre o ar, os materiais constituintes do edifcio e os seus habitantes. Por outro lado,

    quanto maior e mais duradoura a exposio das paredes, coberturas ou outro qualquer

    elemento do edifcio radiao solar, maior ser o acmulo de energia trmica nestes

    materiais, podendo propagar-se para o interior da edificao pela troca de energia.

    Baseados nas afirmaes anteriores, a forma do edifcio deve ser aquela a permitir:

    1 Maior exposio ventilao;

    2 Menor exposio radiao solar.

    Quanto radiao solar, no sentido norte / sul, o ngulo mais desfavorvel

    com o sol 60. Portanto, baseado no exposto acima, a conclumos ser a orientao

    norte/sul a mais adequada, portanto, as maiores superfcies do edifcio devem estar

  • 35

    posicionadas segundo este sentido, pois esta orientao facilita a adoo de elementos

    ou dispositivos de proteo contra a radiao solar direta com dimenses reduzidas.

    Sabemos tambm, que a ventilao quanto mais prxima do solo menor

    devido ao atrito com o solo, vegetao, pessoas, etc e, como citamos, anteriormente, a

    preferncia para a orientao no sentido da ventilao, portando, dependendo do

    microclima favorecedor da ventilao, o partido placa torre o mais adequado para a

    regio.

    Minimizao dos efeitos da umidade e temperatura

    A minimizao dos efeitos da mida feita com a aerao. Entende-se aerao

    como a renovao do ar no ambiente e que pode ser obtida naturalmente ou

    artificialmente. A aerao natural geralmente conseguida com o uso de aberturas

    (portas, janelas, vos, etc) e a corrente de ventos; artificialmente, atravs de

    equipamentos mecnicos (exaustores, ventiladores, etc)

    A minimizao dos efeitos da temperatura pode ser obtida pelo sombreamento,

    pela renovao do ar (entra ar frio, sai ar quente). O sombreamento obtido com uso de

    vegetao, coberturas, paredes, varandas, passarelas, etc; a renovao do ar, semelhante

    citada a cima.

    Lembro que os ventos tambm podem ser redirecionados ou desviados com a

    colocao de elementos como vegetao (rvores ou arbustos), muros, marquises,

    persianas, beirais ventilados, prgulas, quebra-sois (brises), etc.

  • 36

    Proteo do edifcio e pessoas da precipitao pluviomtrica (chuvas)

    A proteo se dar com o procedimento envolver. Para as pessoas, a proteo

    se dar atravs de coberturas e/ou paredes; para o edifcio, pelo uso de materiais

    resistentes s intempries. A cobertura tambm pode servir de proteo s paredes.

    Coberturas, paredes, varandas, passarelas, beirais, etc so elementos arquitetnicos

    usados para esta finalidade.

    .

  • 37

    8. A RDC 50 E AS CONDIES DE CONFORTO AMBIENTAL

    A RDC 50 aborda o controle das condies de conforto ambiental dos

    Estabelecimentos Assistenciais de sade (EAS) a partir da interao das expectativas

    especficas de cada sub-aspecto (higrotrmico, qualidade do ar, acstico e luminoso) e

    os ambientes, segundo as atividades que abrigam.

    Conforto higrotrmico e qualidade do ar

    Os diversos ambientes funcionais dos EAS solicitam sistemas de controle das

    condies de conforto higrotrmico e de qualidade do ar diferentes, em funo dos

    grupos populacionais que os freqentam, das atividades que neles se desenvolvem e das

    caractersticas de seus equipamentos. Os ambientes contidos em cada um destes grupos

    de sistemas de controle de conforto higrotrmico e de qualidade do ar sero

    apresentados a seguir, e correspondem classificao funcional utilizada nesta norma.

    1 - Ambientes funcionais que demandam sistemas comuns de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e de qualidade do ar.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de temperatura, umidade e qualidade do ar. Sua ventilao e

    exausto podem ser diretas ou indiretas.

    2 - Ambientes funcionais que demandam sistemas comuns de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e especiais de controle de qualidade do ar, em funo

    de deverem apresentar maiores nveis de assepsia.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que exigem

    controle de qualidade do ar interior.

  • 38

    3 - Ambientes funcionais que demandam sistemas comuns de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e especiais de controle de qualidade do ar, em funo de que

    as atividades neles desenvolvidas produzem odores.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de temperatura e umidade, mas necessitam de exausto

    mecnica.

    4 - Ambientes funcionais que demandam sistemas comuns de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e especiais de controle de qualidade do ar, em funo de

    que as atividades neles desenvolvidas poluem o ar.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de temperatura e umidade, mas necessitam de ventilao direta

    associada exausto mecnica.

    5 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e de controle de qualidade do ar, em funo do tempo de

    permanncia dos pacientes nos mesmos.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de temperatura, umidade e qualidade do ar, devendo-se buscar as

    melhores condies das mesmas por meio de ventilao e exausto diretas.

    6 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e de controle de qualidade do ar, em funo das

    caractersticas particulares dos equipamentos que abrigam.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de temperatura, umidade e qualidade do ar, demandando

    climatizao artificial e necessitando de exausto mecnica.

    7 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais higrotrmicas e de controle de qualidade do ar, em funo das caractersticas

    particulares dos equipamentos que abrigam e das atividades que neles se desenvolvem.

  • 39

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de temperatura, umidade e qualidade do ar, pois, por abrigarem

    equipamentos e atividades geradoras de calor, demandam ventilao direta associada

    necessidade de exausto mecnica.

    Conforto acstico

    H uma srie de princpios arquitetnicos gerais para controle acstico nos

    ambientes, de sons produzidos externamente. Todos agem no sentido de isolar as

    pessoas da fonte de rudo, a partir de limites de seus nveis estabelecidos por normas

    brasileiras e internacionais.

    1 - Ambientes funcionais que demandam sistemas comuns de controle das condies

    ambientais acsticas.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de nveis de rudo e que no o produzem em grau elevado. No

    necessitam de barreiras nem de isolamento sonoro especial.

    2 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais acsticas porque, apesar de no abrigarem atividades nem equipamentos

    geradores de altos nveis de rudo, os grupos populacionais que os freqentam

    necessitam dos menores nveis de rudo possveis.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de nveis de rudo e que no o produzem em grau elevado.

    Necessitam de isolamento sonoro especial. (ex. Cabine de audiometria).

    3 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais acsticas porque abrigam atividades e equipamentos geradores de altos

    nveis de rudo e os grupos populacionais que os freqentam necessitam os

    menores nveis de rudo possveis.

  • 40

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de nveis de rudo e que o produzem em grau elevado. Necessitam

    de barreiras acsticas que garantam a no interferncia desses rudos em outros

    ambientes. (ex. atendimentos de emergncia e urgncia, ultra-sonografia, litotripsia

    extracorprea, etc).

    4 - Ambientes funcionais que demandam sistemas especiais de controle das condies

    ambientais acsticas porque abrigam atividades e equipamentos geradores de nveis de

    rudo muito altos e necessitam serem isolados como fonte.

    Estes ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de nveis de rudo, mas que o produzem em grau elevado.

    Necessitam de barreiras acsticas, em relao aos demais ambientes do EAS. (ex.

    nutrio e diettica - rea de produo, ultra-sonografia, litotripsia extracorprea,

    processamento de roupa - rea para lavagem e centrifugao, manuteno - oficinas de

    manuteno, reas ou salas para grupo gerador, casa de bombas, para ar comprimido,

    para equipamentos de ar condicionado).

    Conforto luminoso a partir de fonte natural

    1 - Ambientes funcionais dos EAS que demandam sistemas comuns de controle das

    condies ambientais luminosas.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que no carecem

    de condies especiais de iluminao. No necessitam de incidncia de luz de fonte

    natural direta nem de iluminao artificial especial.

    2 - Ambientes funcionais dos EAS que demandam sistemas de controle natural das

    condies ambientais luminosas.

    Estes ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de iluminao, no sentido de necessitarem de incidncia de luz de

    fonte natural direta no ambiente. (ex. sala de observao, quartos e enfermarias da

  • 41

    internao geral, quartos ou reas coletivas de UTI E UTQ, sala para tratamento

    hemodialtico, salas para DPI).

    3 - Ambientes funcionais dos EAS que demandam sistemas de controle artificial das

    condies ambientais luminosas.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de

    condies especiais de iluminao. Necessitam de iluminao artificial especial no

    campo de trabalho.

    Todos os ambientes onde os pacientes so manipulados, em especial os

    consultrios, salas de exames e terapias, salas de comando dessas, salas de cirurgias e

    de partos, quartos e enfermarias e salas de observao.

    4 - Ambientes funcionais dos EAS que demandam obscuridade.

    Esses ambientes correspondem a certas unidades funcionais que carecem de condies

    especiais de iluminao, pois necessitam de obscuridade. (ex. consultrios de

    oftalmologia, salas para exames de oftalmologia, salas da imagenologia, sala de

    revelao de gis em laboratrio de biologia molecular, laboratrio para revelao de

    filmes e chapa, sala de revelao, etc).

    Ar condicionado

    Os setores com condicionamento para fins de conforto, como salas

    administrativas, quartos de internao, etc., devem ser atendidos pelos parmetros

    bsicos de projeto definidos na norma da ABNT NBR 6401. Os setores destinados

    assepsia e conforto, tais como: salas de cirurgias, UTI, berrio, nutrio parenteral, etc,

    devem atender s exigncias da NBR-7256. No atendimento dos recintos citados acima,

    devem ser tomados os devidos cuidados, principalmente por envolver trabalhos e

    tratamentos destinados anlise e erradicao de doenas infecciosas, devendo

    portanto ser observados os sistemas de filtragens, trocas de ar, etc. Toda a

    compartimentao do EAS estabelecida pelo estudo arquitetnico, visando atender

  • 42

    segurana do EAS e, principalmente, evitar contatos de pacientes com doenas

    infecciosas, deve ser respeitada quando da setorizao do sistema de ar

    condicionado. (ANVISA, 2004)

  • 43

    9. ARQUITETOS E SEUS PROJETOS

    A arquitetura bioclimtica de Joo Filgueiras (Lel)

    Unanimidade nacional quando a questo envolve projetos de arquitetura

    bioclimtica e o uso industrial da argamassa armada, os projetos do arquiteto Joo

    Filgueiras se diferenciam pela concepo do aproveitamento dos benefcios que o clima

    nos oferece. Seus projetos so verdadeiras aulas de como se pode projetar utilizando

    elementos ou artifcios de engenharia e arquitetura para obter a mximo aproveitamento

    do conforto trmico e luminoso, da ventilao, da sensibilidade espacial.

    O emprego dessa concepo est em seus vrios projetos, destacando-se, mais

    precisamente, os projetos dos Hospitais da Rede Sarah, espalhados pelo Brasil.

    Seus projetos se destacam pelo uso de sistemas de ventilao atravs de

    galerias, uso de cobertura tipo shed para propiciar conforto trmico e luminoso, forros

    retrteis ou mveis (dependendo do tipo de climatizao natural ou mecnica),

    incorporao de jardins internos e dispositivos de climatizao como espelhos dguas e

    nebulizadores, alm de muitas outras engenhosidades.

    ARQUITETURA HOSPITALAR EM BELM.

    Os dois mais renomados arquitetos que atuam no Par, Jos Freire (DPJ

    Arquitetos Associados) e Alberto Rubim (Couceiro e Rubim Arquitetos Associados),

    informaram que para conforto e racionalizao de energia, usaram, nos seus mais

    recentes projetos de hospitais, telhas termoacsticas no pavimento tcnico, chuveiro

    aquecidos com sistema de aproveitamento de energia solar e iluminao zenital em

    enfermarias, lavanderias e cozinha.

    O aproveitamento da gua de chuva aps tratamento, para lavagem de piso e

    jardinagem tambm j esto sendo concebidos em seus projetos. Jos Freire frisou que a

    orientao e a utilizao de elementos arquitetnicos para a proteo solar sempre

    fizeram parte de seus projetos.

  • 44

    10. CONCLUSO

    Os aspectos arquitetnicos mais importantes a considerar, em um projeto

    qualquer, em regies de clima tropical mido, so a orientao e o partido do edifcio, a

    minimizao dos efeitos da umidade e temperatura e a proteo do edifcio e pessoas da

    precipitao pluviomtrica (chuvas). Considerando projetos de EAS, esses aspectos

    devem estar conexos com os procedimentos de biossegurana, principalmente quando

    se tratar de ambientes internos onde a legislao preconiza o uso de equipamentos de

    refrigerao, filtragem do ar, aerao e exausto mecnicas.

    Uma questo importante a frisar que, nos matrias bibliogrficas, internet ou

    entrevistas, no existe referncia sobre o uso de dados climticos no horrio noturno e a

    explicao mais provvel talvez seja porque a condio climtica mais desfavorvel

    ocorra justamente durante o dia, contudo h dd se notar que para edifcios que foram

    projetados somente levando em considerao o rigor do clima de dia, de pensar quanta

    energia est sendo gasta, pois no aproveitamos os benefcios climticos noturnos.

    Nota-se que neste horrio, principalmente no perodo mais chuvoso (dezembro

    a junho), o conforto trmico muito bom, inclusive com sensao de frio.

    Se neste perodo e horrio, o edifcio tambm for projetado com este enfoque,

    podemos ter alternncia ou reversibilidade da aplicao de equipamentos de

    climatizao em alguns ambientes flexveis de um EAS. Portanto, os arquitetos devem

    projetar seus edifcios levando em considerao as condies climticas noturnas, pois a

    sensao promovida naturalmente por uma temperatura baixa e uma brisa suave bem

    mais confortvel que com a aplicao de aparelhos climatizadores.

    A alternncia do uso de equipamento de climatizao, como dito

    anteriormente, tambm uma soluo eficiente para a reduo do gasto com o consumo

    de energia, equipamentos e manuteno.

    Na minha opinio, o projeto perfeito, nas regio de clima tropical mido,

    aquele que, quando possvel, utiliza a alternncia do uso de equipamentos de

    climatizao (conforto trmico artificial) e os elementos ou artifcios arquitetnicos que

  • 45

    propiciam o conforto natural, e dentro do conforto natural, elementos arquitetnicos

    flexveis para o uso dirio e noturno, em resumo, o projeto que se utiliza todos os

    conhecimentos para produzir um edifcio termicamente confortvel com o mnimo de

    equipamentos.

  • 46

    BIBLIOGRAFIA

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