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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO ELIETE ALVES MELLO CONHECIMENTO SOBRE FATORES DE RISCO, DANOS E AGRAVOS RELACIONADOS ÀS QUEDAS EM IDOSOS SÃO PAULO 2014

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

ELIETE ALVES MELLO

CONHECIMENTO SOBRE FATORES DE RISCO,

DANOS E AGRAVOS RELACIONADOS ÀS QUEDAS EM IDOSOS

SÃO PAULO

2014

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

ELIETE ALVES MELLO

CONHECIMENTO SOBRE FATORES DE RISCO,

DANOS E AGRAVOS RELACIONADOS ÀS QUEDAS EM IDOSOS

Dissertação apresentada à Universidade Anhanguera de São Paulo - UNIAN, como exigência para obtenção do Título de Mestre no Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social. Orientador: Prof. Dr. Vagner Raso Coorientadora: Profa. Dra. Fátima Cristina Alves Branco-Barreiro

SÃO PAULO

2014

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M477c Mello, Eliete Alves

Conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos. / Eliete Alves Mello. – São Paulo, 2014.

64 f ; il. ; 30 cm Dissertação (Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio

Corporal e Inclusão Social) – Coordenadoria de Pós- graduação, Universidade Anhanguera de São Paulo, 2014.

Orientador: Prof. Dr. Vagner Raso Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª. Fátima Cristina Alves Branco-Barreiro

1. Envelhecimento. 2. Quedas. 3. Enfermagem. I. Título. II.

Universidade Anhanguera de São Paulo. CDD 613.7

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ELIETE ALVES MELLO

CONHECIMENTO SOBRE FATORES DE RISCO,

DANOS E AGRAVOS RELACIONADOS ÀS QUEDAS EM IDOSOS

Dissertação apresentada à Universidade Anhanguera de São Paulo - UNIAN, como exigência para obtenção do Título de Mestre no Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social sob orientação do Prof. Dr. Vagner Raso e coorientação do Profa. Dra. Fátima Cristina Alves Branco-Barreiro

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Prof. Dr. Vagner Raso (Presidente) - UNIAN

____________________________________________________

Profa. Dra. Maria Rita Aprile - UNIAN

____________________________________________________

Profa. Dra. Silmara dos Santos Luz - USP

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DEDICATÓRIA

Exclusivamente a Jesus Cristo o meu único Deus, que preparou esta oportunidade

mais uma vez em minha vida para que eu pudesse ter novo crescimento em minha

profissão e também me concedeu muita graça e força para chegar até o final.

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AGRADECIMENTOS

Deus mais uma vez, porque sem ele nada tem valor algum.

A minha família que mais uma vez ficou com minha ausência em suas vidas por um

período de dois anos.

Ao meu esposo Álvaro juntamente com meu filho Gustavo Henrique que me ajudou

muito com sua habilidade de digitação no momento de tabular os dados coletados

que não foram poucos.

Ao professor Vagner Raso que com sua paciência e dedicação sempre esteve ao

meu lado.

Aos professores do Programa de Mestrado, que além de exímios professores, são

excelentes profissionais nas mais diversas áreas. Em especial as professoras

Maria Rita Aprile e Erica Peluso que compuseram a banca avaliadora na

qualificação e apontaram sugestões pertinentes e de grande valor no

desenvolvimento deste projeto.

Aos meus colegas professores Suely Aquino e Thaiana Camargo que sempre

estiveram ao meu lado com palavras amiga e de coragem.

A todos os coordenadores de campo: Belenzinho, ABC, Osasco, Maria Cândida,

Vila Mariana e Campo Limpo que levaram aos diretores e colaboraram para que

meu trabalho se tornasse possível.

E a todos os alunos da graduação em enfermagem que concordaram em participar

desta pesquisa.

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Em especial a aluna Caroline Caseiro Oliveira da Unidade de Campo Limpo e ao aluno

Rodolofo Fernando e Caio Henrique Godoy da Unidade de Maria Candida.

Não poderia deixar de agradecer aos professores que aceitaram em participar

como banca na minha defesa que são: Maria Rita Aprile e Erica Peluso novamente

a professora Silmara e Paulo Pardi como convidados externos.

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RESUMO

Mello, E.A. Conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravo s relacionados às quedas em idosos. 2014. 64f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social – Universidade Anhanguera de São Paulo, São Paulo, 2014.

OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência do nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos por acadêmicos de Enfermagem. MÉTODOS: Para tanto, a amostra foi constituída por 1082 voluntários de ambos os gêneros regularmente matriculados no curso de Enfermagem. Foram aplicados questionários semiaberto com informações sóciodemográficas, além de questões de múltipla escolha com alternativas verdadeiro, falso e não sei responder, sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos. As alusões referentes aos fatores de risco consideraram os distúrbios cognitivos, distúrbios de mobilidade, uso de medicamentos, comorbidades, déficit sensorial e medo de cair. Os danos e agravos relacionados às quedas também foram determinados por assertivas sobre as principais consequências de ocorrências de queda da própria altura. Foram desenvolvidos escores parciais que representaram respectivamente cada parte do instrumento (i.e., fatores de risco e danos e agravos) e outro escore total por meio da somatória das assertivas. RESULTADOS: Cerca de dois terços dos voluntários do primeiro e quase todos do último ano acadêmico indicam escore autorelatado acima de cinco. Os voluntários com escore autorelatado acima de cinco são mais velhos e com mais anos completos de estudos, além de serem frequentemente técnicos ou auxiliares de enfermagem. Existe maior frequência desses voluntários que ouviram falar e participaram de curso sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos; e também maior proporção dos mesmos sugere ter tido conhecimento do tema na graduação. A participação em cursos e o conhecimento autorelatado foram preditores dos escores de fatores de risco, danos e agravos e do escore total. Os voluntários com escore igual ou maior que cinco relatam as estratégias ambientais como as principais medidas de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em idosos. CONCLUSÃO: Os dados do presente estudo permitem concluir que a prevalência do nível de conhecimento tende a incrementar linearmente em função da idade. Os voluntários demonstraram maior nível de conhecimento sobre danos e agravos do que sobre os fatores de risco. Tanto o conhecimento autorelatado como a participação em curso representaram os principais preditores dos escores de fatores de risco, danos e gravos e do escore total. Além disso, as estratégias ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos e agravos em idosos foram predominantemente sugeridas pelos voluntários com conhecimento autorelatado igual ou maior que cinco. Palavras-chave: 1. Envelhecimento 2. Quedas 3. Enfermagem

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ABSTRACT

Mello, EA. Knowledge about risk factors, damages and injuries related to falls in elderly individuals. 2014. 64p. Dissertation (Master´s Degree) – Rehabilitation Program of the Body Balance and Social Inclusion – University Anhanguera de São Paulo, São Paulo, 2014.

OBJECTIVE: This study, carried out by nursing students, aimed to determine the prevalence of the level of knowledge about risk factors, damages and injuries related to falls in elderly individuals. METHODS: In order to accomplish such objective, a sample of 1082 volunteers, of both genders, regularly enrolled in the nursing program was taken. In addition to multiple-choice questions with true, false and I do not know alternatives, semi-open questionnaires with sociodemographic information on risk factors, damages and injuries related to falls in the elderly individuals were applied. The allusions regarding risk factors considered cognitive and motility disorders, the use of medications, comorbidities, sensory loss and fear of falling. The damage and injuries related to falls were also determined by statements about the main consequences of falling from height occurrences. Partial scores, which respectively accounted for each of the instrument (ie, risk, damage and injury factors), as well as other total score by the sum of the statements were developed. RESULTS: About two-thirds of the first year volunteers and almost all of the last academic year indicate self reported score above five. Volunteers with self reported score above five are older and have completed more years of study, and are often technical or nursing assistants. There is a higher frequency of those volunteers who have heard and participated in course on risk factors, damages and injuries related to falls in the elderly; and also a higher proportion of them suggests have had knowledge of the subject at graduation level. Participation in courses and self reported knowledge were predictors of the scores of risk factors, damage and injuries as well as the total score. Volunteers with a score equal to or greater than five report environmental strategies as the main intervention measures to reduce the risk of falls and injury in elderly individuals. CONCLUSION: The data from this study showed that the prevalence of knowledge level tends to increase linearly as a function of age. Volunteers showed higher level of knowledge about damage and injuries than about risk factors. Both knowledge about self reported and the ongoing participation in courses represented the main predictors of the scores of risk factors, damage and injuries as well as the total score. In addition, environmental intervention strategies for reducing the risk of falls and injuries and diseases in elderly were predominantly suggested by volunteers with self reported knowledge equal to or greater than five. Keywords: 1. Aging 2. Falls 3. Nursing

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Proporção de acadêmicos regularmente matriculados (população) e de voluntários (amostra) ........................................... 34

Tabela 2 – Prevalência do nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos de acordo com o conhecimento autorelatado .................................................... 35

Tabela 3 – Características sóciodemográficas, educação formal e escores de acordo com o conhecimento autorelatado ................................. 35

Tabela 4 – Proporção de voluntários que respondem corretamente sobre os fatores de risco relacionados às quedas em idosos de acordo com o conhecimento autorelatado ...................................... 37

Tabela 5 – Predição dos escores de fatores de risco, danos e agravos e total em função da participação em curso e do conhecimento autorelatado ajustados para idade, sexo, ano acadêmico e anos completos de estudo .............................................................................. 38

Tabela 6 – Ordem selecionada das três principais estratégias individuais e ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em idosos de acordo com o conhecimento autorelatado ................................................................................ 39

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa das relações entre o ano letivo (círculo escuro) e estratégias individuais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em idosos .................................................................... 40

Figura 2 – Mapa das relações entre o ano letivo (círculo escuro) e estratégias ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em idosos ...................................................................... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVD Atividades da vida diária

CEP Comitê de ética em pesquisa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

UNIAN Universidade Anhanguera de São Paulo

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 24

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 26

2.1 ENVELHECIMENTO......................................................................................... 26

2.1.1 Definições........................................................................................... 26

2.1.2. Demografia do Envelhecimento............................................................ 26

2.1.3. Alterações associadas à idade.............................................................. 27

2.2. QUEDAS.................................................................................................. 27

2.2.1. Definição............................................................................................... 27

2.2.2. Prevalências e incidência...................................................................... 28

2.2.3. Fatores de Risco.................................................................................. 28

2.2.4. Danos e agravos.................................................................................... 29

2.3 CONHECIMENTO ..................................................................................... 30

3 OBJETIVO ................................................................................................................ 31

4 MATERIAL E MÉTODO ......................................................................................... 32

4.1 Voluntários................................................................................................. 32

4.2 Instrumentos.............................................................................................. 32

4.3 Fatores de risco para quedas.................................................................... 33

4.4 Danos e agravos relacionados a queda..................................................... 33

4.5 Análise Estatística...................................................................................... 33

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5 RESULTADOS ......................................................................................................... 35

6 DISCUSSÕES........................................................................................................... 43

7 CONCLUSÕES......................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 47

ANEXOS....................................................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade mundial tem vivenciado incremento significativo no número de

idosos. No Brasil, este fenômeno parece ser predominantemente caracterizado

pelo decréscimo da taxa de crescimento populacional e por transformações

profundas na composição da estrutura etária populacional. Existem mudanças

significativas nos indicadores de morbimortalidade (Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística, 2009; ZASLAVSKY, GUS, 2002).

Entre esses indicadores, as quedas representam um dos fenômenos mais

comuns associados ao envelhecimento, que, por sua vez, estão entre os principais

problemas de saúde pública (CHAIMOWICZ, 1997), em virtude dos inúmeros

danos, agravos de condições preexistentes, incapacidade temporária ou

permanente, e elevado risco de mortalidade no idoso (URBANETTO et al., 2012;

GONÇALVES, et al., 2008; Fabrício et al., 2004). O tempo de internação e a

presença de comorbidades são ainda importantes fatores agravantes

(URBANETTO et al., 2012).

Geralmente, as quedas ocorrem como um somatório de fatores de risco

intrínsecos e extrínsecos (GAWRYSZEWSKI, 2010). A debilidade muscular,

alterações do padrão de marcha, deterioração cognitiva, sensorial e da função

física para realizar as atividades mais comezinhas da vida diária são importantes

fatores intrínsecos. Enquanto que as características do ambiente (e.g., iluminação

inadequada, piso escorregadio, tapetes não fixos) são fatores de risco extrínsecos

(GAWRYSZEWSKI, 2010) frequentemente encontrados no ambiente domiciliar

(PINHO et al., 2012).

Nesse sentido, a identificação dos fatores de risco, danos e agravos

relacionados às quedas em idosos pode contribuir para a melhor compreensão dos

potenciais fenômenos causais, que por sua vez, possibilitariam não apenas o

desenvolvimento de medidas preventivas precoces, mas, provavelmente também

auxiliariam na elaboração de estratégias mais eficientes no decréscimo dos

distúrbios secundários induzidos pela queda, sobretudo nos idosos.

A enfermagem deve ter habilidades de forma especializada e adequada ao

individuo idoso, para isto torna-se necessário que o discente de enfermagem

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adquira consciência e preparação apropriada ao processo de envelhecimento

(MONTANHOLI et al., 2006).

O conhecimento fornecido pode contribuir para o desenvolvimento de uma

visão mais positiva referente ao envelhecimento (VERAS, 1997), mas, também no

adequado treinamento de futuros profissionais preparados nas peculiaridades

relacionadas às necessidades dos indivíduos idosos (FREITAS e MENDES, 2003).

Isso certamente influenciaria a prática diária contribuindo significativamente na

execução de medidas de prevenção e de redução de danos e agravos relacionados

aos mais diversos desfechos de saúde (RABELO e LIMA, 2011; MARTINS, 2006).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ENVELHECIMENTO

2.1.1 Definição

O envelhecimento tem sido definido cronológica e subjetivamente através da

passagem do tempo numa idade específica que está entre 60 a 65 anos

(SMELTZER et al., 2009) e pode ser caracterizado como um processo dinâmico e

progressivo que culmina em modificações morfológicas, funcionais, psicológicas e

sóciocomportamentais que, na maioria das vezes, resulta em diminuição da

reserva funcional (SCALZO et al., 2007).

A magnitude e velocidade dessas modificações representarão importantes

fatores na tênue linha entre o envelhecimento fisiológico e patológico (SANTOS et

al., 2009).

O envelhecimento é um processo único normalmente acompanhado por

alterações, orgânicas, fisiológicas, psicológicas e mentais, independente do

processo de transição que atualmente se vive (SILVANO e SILVA, 2013).

2.1.2 Demografia do envelhecimento

O envelhecimento populacional é um desafio especialmente nos países em

desenvolvimento em virtude de o fenômeno de transição demográfica nessas

regiões ser exponencialmente acelerado (FREITAS e MENDES, 2003). A França

demorou mais de um século para dobrar o número de pessoas acima de 65 anos.

Enquanto que no Brasil a velocidade de crescimento populacional desse grupo

etário será significativamente maior (GRAGNOLATI et al., 2011).

Isso implica em profundas mudanças estruturais e funcionais político-sociais.

No entanto, a sociedade não está suficientemente organizada, tampouco no

espectro comportamental (TEIXEIRA et al., 2006). Por exemplo, o incremento

exponencial ocorrido na expectativa de vida nos últimos 100 anos (SMELTZER et

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al. ,2009), inclusive no Brasil (IBGE, BBC BRASIL, 2013), exigirá mudança de

paradigma, por exemplo, comportamental, dos demais grupos etários no convívio

com uma população idosa que viverá muito mais anos e representará o grupo com

maior quantidade de anos vividos em toda história da humanidade.

2.1.3 Alterações associadas à idade

O envelhecimento está associado a significativas modificações no sistema

de processamento dos estímulos vestibulares, visuais e proprioceptivos (MANN, et

al., 2007). Muitas dessas modificações associadas ao decréscimo da força e da

massa musculares comprometem a capacidade do indivíduo na manutenção do

equilíbrio corporal (POWERS, 2000).

Os mecanismos envolvidos contemplam distintos processos desde o nível

molecular até aspectos sóciocomportamentais que remetem a atenção aos mais

variados espectros modificáveis e não modificáveis (CAETANO et al., 2008), além

de significativa variabilidade inter-individual (NETTO; YUASO; KITADAI, 2005).

Por essas razões, o envelhecimento é frequentemente associado ao

surgimento ou agravamento de doenças, que no caso do último, pode ser

potencializado, como, por exemplo, por distúrbios primários e polifarmácia

(COSTA, 2010; TIER; FONTANA; SOARES, 2004).

2.2 QUEDAS

2.2.1 Definição

As quedas podem ser definidas como um evento não intencional que

provoca alteração do centro de gravidade induzindo a uma posição ao chão a

partir da própria altura (PERRACINI, 2002).

Essa inabilidade na correção da manutenção da própria altura (posição

inicial) pode ser causada por fatores ambientais (e.g., piso escorregadio) ou

relacionados à condição de saúde do indivíduo (e.g., distúrbios vestibulares)

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(ALMEIDA, 2001) que comprometem a preservação da estabilidade do controle

postural.

2.2.2 Prevalência e incidência

A prevalência e incidência de queda é proporcional e diretamente associada

à idade, com a presença de uma curva exponencial nas idades mais avançadas

(ZASLAVSKY e GUS, 2002; MACIEL, 2005).

Após a primeira queda, aumenta muito o risco de cair novamente e, por

medo de cair, os idosos diminuem sua mobilidade e sociabilidade e sabe-se que

em torno de 13% das pessoas idosas são “caidores” recorrentes (IWAMOTO, J. et

al. 2009).

Cerca de um terço dos idosos acima de 65 anos de idade sofre pelo menos

uma queda, sendo que a recorrência ocorre na metade desses casos (TINETTI,

2003). Os achados são similares para os idosos que vivem em instituições de longa

permanência. Para esses indivíduos, a incidência de uma queda ao ano é de 25%

aos 70 anos e de 35% na faixa etária acima dos 75 anos (BEVERLY et al., 2005).

2.2.3 Fatores de risco

Os riscos ambientais, sobretudo o ambiente domiciliar, estão entre alguns

dos principais fatores de risco para quedas, no entanto, os fatores individuais

associados ao risco de quedas são caracterizados por distúrbios cognitivos e de

mobilidade, uso de medicamentos, comorbidades, déficits sensoriais e o próprio

medo de cair (RUBENSTEIN, 2006).

O processo de envelhecimento é associado ao decréscimo da função

cognitiva assim como das sensoriais. A magnitude desse decréscimo pode

comprometer o adequado funcionamento das habilidades cognitivas (MACIEL,

2005) e no controle das informações somatosensoriais, visuais e vestibulares com

repercussão nas atividades da vida diária e, como consequência, na perda da

autonomia e da independência (CLEMENTE e FILHO, 2008).

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Isso pode alterar a atividade diária espontânea, sobretudo quando associado

a comorbidades, e interferir tanto na mobilidade como no equilíbrio corporal e

controle postural do indivíduo, e incrementar a susceptibilidade a incapacidade

física e quedas (SOARES et al., 2003). Por exemplo, o decréscimo da mobilidade

pode modificar a qualidade muscular (i.e., produção de força muscular pela área de

secção transversa muscular) refletindo negativamente na manutenção do equilíbrio

corporal e no risco de quedas e fraturas (TIMIRAS, 2013).

As comorbidades estão geralmente associadas com distúrbios secundários

que comprometem direta ou indiretamente A função física do indivíduo para realizar

as atividades da vida diária (ZASLAVSKY, GUS, 2002; MORELAND et al., 2003). A

terapia farmacológica representa uma das principais estratégias empregadas no

gerenciamento das comorbidades. No entanto, o uso de medicamentos (e.g.,

benzodiazepínicos, neuropiléptico, sedativo-hipnóticos, antidepressivos, diuréticos,

antiarrítmico e digoxina) é um potencializador das alterações associadas à idade no

risco de quedas devido ao fato de, frequentemente, os efeitos colaterais induzirem

sonolência, alterações no equilíbrio corporal e hipotensão (HAMRA, RIBEIRO,

MIGUEL, 2007; OATES & BROWN, 2001; LEIPZIG, CUMMING, TINETTI, 1999).

Evidentemente, o conjunto desses fatores é primordial na percepção de

saúde do indivíduo idoso e na consequente influência sobre o medo de cair

(WONG, 2006). Por exemplo, o histórico de quedas está diretamente associado à

recorrência das quedas e inversamente à mobilidade e ao engajamento em

atividades sociais (IWAMOTO, J. et al. 2009) em virtude de perda da autoconfiança

e o medo de cair novamente (WONG, 2006; NETTO, 2002).

2.2.4 Danos e agravos

As quedas causam danos tanto físicos como psicológicos, além de estarem

associadas com o incremento da demanda dos recursos e serviços dos sistemas

de saúde, isso ocorre devido ao fato de serem importantes preditoras das

condições prospectivas de saúde, institucionalização e morte (SANTOS. 2013).

O decréscimo da qualidade de vida relacionado aos domínios físico,

psicológico e social é rapidamente observado nos indivíduos que experimentam o

evento da queda, existem sérios agravantes caracterizados por fraturas e lesões

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neurológicas, o risco de mortalidade também está diretamente associado ao evento

da queda (FABRICIO et al., 2004).

2.3 CONHECIMENTO

A inclusão de conteúdo sobre o processo do envelhecimento numa

disciplina específica parece representar uma medida comum dos cursos de

graduação na área de saúde (FREITAS; MENDES, 2003).

O conhecimento fornecido poderia contribuir no desenvolvimento de uma

visão mais positiva referente ao envelhecimento (VERAS, 1997), mas, também no

adequado treinamento de futuros profissionais preparados nas peculiaridades

relacionadas às necessidades dos indivíduos idosos (FREITAS e MENDES,

2003). Isso certamente influenciaria a prática diária contribuindo significativamente

na execução de medidas de prevenção e de redução de danos e agravos

relacionados aos mais diversos desfechos de saúde (RABELO e LIMA, 2011;

MARTINS, 2006).

A enfermagem deve ter habilidades de forma especializada e adequada ao

individuo idoso, para isto torna-se necessário que o discente de enfermagem

adquira consciência e preparação apropriada ao processo de envelhecimento

(MONTANHOLI et al., 2006).

Devido ao crescimento da população idosa no País torna-se necessário a

adequação dos serviços de saúde bem como a formação de profissionais para

assistir com eficácia esta nova demanda de idosos que podem na maioria das

vezes desenvolver doenças crônico-degenerativas (PICCINII et al., 2007).

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3 OBJETIVOS

Este estudo teve como principal objetivo determinar a prevalência do nível

de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas

em idosos por acadêmicos de Enfermagem. Os objetivos secundários foram

analisar (i) os principais preditores dos fatores de riscos e dos danos e agravos

relacionados às quedas, assim como (ii) a ordem de importância das estratégias

individuais e ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de

danos em idosos.

Foram avaliadas as hipóteses de que: (1) existe baixo nível de

conhecimento sobre os fatores de riscos, danos e agravos relacionados às

quedas em idosos; (2) existe maior nível de conhecimento sobre fatores de risco

do que sobre danos e agravos relacionados às quedas em idosos; (3) as

características relacionadas à formação profissional, desempenho na graduação

e conhecimento autorelatado representam os principais preditores do nível de

conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em

idosos; e (4) as estratégias ambientais de intervenção (ambiente domiciliar e risco

ambiental) serão as mais indicadas para a diminuição do risco de quedas e de

danos em idosos.

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4 MATERIAIS E MÉTODO

4.1 Voluntários

A seleção dos voluntários ocorreu por meio de informações divulgadas

para acadêmicos de nível superior matriculados no curso de Enfermagem da

Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN). A amostra foi constituída por

1082 voluntários de ambos os gêneros regularmente matriculados no curso de

Enfermagem. Os voluntários foram aleatoriamente estratificados por unidade,

sexo e ano dos turnos matutinos e noturnos nos campi ABC, Belém, Campo

Limpo, Maria Cândida, Osasco e Vila Mariana (Tabela 1 e Anexo D). O único

critério de exclusão foi a não concordância à voluntariedade no estudo ou falta de

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Todos foram informados de que a participação no estudo era voluntária e

que poderiam desistir a qualquer momento. Também foram esclarecidos sobre os

possíveis benefícios e riscos à saúde, critérios de inclusão e exclusão, e

procedimentos adotados. Após estas orientações, um termo de consentimento

livre e esclarecido (Anexo B), foi obtido de cada voluntário de acordo com as

normas regulamentadas pela resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde. O Projeto de Pesquisa assim como o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido foi submetido à análise da Comissão de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da Universidade Anhanguera de São Paulo (Anexo A).

4.2 Instrumentos

Foram aplicados questionários semiabertos com informações sócio

demográficas, além de questões de múltipla escolha com alternativas

verdadeiras, falsas e não sei responder, sobre fatores de risco, danos e agravos

relacionados às quedas em idosos (Santos, 2011). Foram desenvolvidos escores

parciais que representaram respectivamente cada parte do instrumento, i.e.,

fatores de risco (0 a 7) e danos e agravos (0 a 16). Foi também desenvolvido um

escore total por meio da somatória que varia de 0 a 23. Para tanto, foi concedido

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um ponto para a alternativa correta (i.e., verdadeira) e zero quando o voluntário

selecionou a alternativa falsa ou a opção não sei responder.

4.3 Fatores de risco para quedas

Os fatores de risco para quedas foram determinados por meio de inúmeras

assertivas sobre os potenciais fatores de incrementam o risco de quedas. As

opções verdadeiras, falsas ou não sei responder serão disponibilizadas para cada

assertiva. No entanto, todas as assertivas serão verdadeiras (SANTOS 2011). As

alusões (A a G [anexo C]) referentes aos fatores de risco consideraram os

distúrbios cognitivos (B), distúrbios de mobilidade (C), uso de medicamentos (D),

comorbidades (E), déficit sensorial (F) e medo de cair (G). A alusão (A) foi

excluída da análise.

4.4 Danos e agravos relacionados às quedas

Os danos e agravos relacionados às quedas também foram determinados

por assertivas sobre as principais consequências de ocorrências de queda da

própria altura. As opções verdadeiras, falsas ou não sei responder serão

disponibilizadas para cada assertiva. No entanto, todas as assertivas são

verdadeiras (SANTOS, 2011).

4.5 Análise Estatística

O teste de Levene foi empregado para a análise da igualdade das

variâncias com relação à idade. O teste de qui-quadrado foi empregado para a

análise da proporcionalidade com relação ao ano acadêmico e unidade de ensino.

O qui-quadrado foi ainda empregado na análise das mais diversas associações

(e.g., idade, sexo, ano acadêmico, nível de conhecimento). O teste Mann-Whitney

foi usado na análise comparativa do conhecimento autorelatado (i.e., < 5

comparado a > 5) para as variáveis contínuas, enquanto que o teste qui-quadrado

para as categóricas; o último foi ainda usado na análise da prevalência de

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conhecimento de acordo com o ano acadêmico. A análise de regressão logística

hierárquica simples e multivariada foi utilizada na análise dos potenciais fatores

preditores do nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos

relacionados às quedas em idosos. Finalmente, a análise de correspondência foi

empregada para a análise das relações multidimensionais das distâncias entre a

ordem de importância (primeira à terceira) das estratégias ambientais (risco

ambiental, ambiente domiciliar) e individuais (atividade física, alimentação,

medicamentos, acuidade visual, protetor de quadril) de intervenção para a

diminuição do risco de quedas e de danos em idosos e o ano acadêmico (primeiro

ao quarto). Os dados foram apresentados como média ± desvio-padrão, além de

frequência e porcentagem. O nível de significância adotado foi p<0,05. O software

Predictive Analytics Software (PASW, versão 18.0) foi empregado para a análise.

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5 RESULTADOS

A amostra total representou 57% (N=1082), com variação de 54% (N=302

[primeiro ano] e N=271 [segundo ano]) a 65% (N=302 [quarto ano]) (Tabela 1).

Tabela 1 – Proporção de acadêmicos regularmente matriculados (população) e

de voluntários (amostra)*.

Total Ano acadêmico

População Amostra

Primeiro 565 302 (54)

Segundo 501 271 (54)

Terceiro 361 207 (57)

Quarto 462 302 (65)

Total 1889 1082 (57)

*Os valores referem-se ao número de voluntários (porcentagem).

Existe maior número de voluntários com escore > 5 independente do ano

acadêmico. Cerca de dois terços (i.e., 70%) dos voluntários do primeiro ano

acadêmico indicaram escore autorelatado acima de cinco (numa escala de zero a

10). Por outro lado, quase todos (i.e., 96%) os voluntários do último ano

acadêmico indicaram escore acima de cinco. Isto sugere que existe tendência de

incremento linear em função do ano acadêmico no número de voluntários que

indica escore acima de cinco (numa escala de zero a 10) quando se analisa o

nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às

quedas em idosos de acordo com o conhecimento autorelatado (Tabela 2).

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Tabela 2 – Prevalência do nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e

agravos relacionados às quedas em idosos de acordo com o conhecimento

autorelatado1.

Conhecimento autorelatado

Ano acadêmico < 5 > 5

Primeiro 96 (32) 205 (68)*

Segundo 71 (26) 200 (74)*

Terceiro 21 (10) 186 (90)*

Quarto 11 (4) 289 (96)*

*O sombreamento escuro indica diferenças significativas (P<0,05); 1Os valores referem-se ao número de voluntários (porcentagem).

Os dados referentes às características sociodemograficas, educação

formal e escores (conhecimento autorelatado, desempenho na graduação, fatores

de risco, danos e agravos, total) de acordo com o conhecimento autorelatado

sobre os fatores de riscos danos e agravos relacionado às quedas em idosos são

apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Características sóciodemográficas, educação formal e escores de

acordo com o conhecimento autorelatado.

Conhecimento autorelatado

< 5 > 5

Idade, anos (Md, IC 95%) 27,0 (27,3 - 29,8) 32,0 (31,4 - 32,6)*

Sexo, masculino (N, %) 35 (18) 147 (17)

Anos completos de estudo (Md, IC 95%) 14,0 (13,3 - 14,1) 15,0 (15,6 - 16,0)*

Nível socioeconômico (Md, IC 95%) 10,0 (9,4 - 10,6) 10,0 (10,6 - 11,1)

Técnico em enfermagem, sim (N, %) 34 (17) 428 (49)*

Auxiliar de enfermagem (sim) (N, %) 23 (12) 306 (35)*

Outra graduação (sim) (N, %) 2 (1) 18 (2)

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Continuação da Tabela 3.

Fatores de risco, danos e agravos ——————————

Ouviu falar (sim) (N, %) 127 (65) 836 (95)*

Participou de curso (N, %) 14 (7) 310 (35)*

Último curso (12 meses anteriores) (N, %) 9 (56) 170 (54)

Abordagem do tema na graduação ——————————

Sim (N, %) 22 (12) 422 (49)*

Ano em que teve contato (terceiro) (N, %) 9 (33) 170 (40)

Escore ——————————

Conhecimento autorelatado (Md, IC 95%) 3,0 (2,7 - 3,1) 7,0 (6,6 - 6,8)*

Desempenho na graduação (Md, IC 95%) 5,0 (5,1 - 5,7) 7,0 (6,8 - 7,0)*

Fatores de risco (Md, IC 95%)1 5,0 (4,4 - 4,7) 6,0 (5,1 - 5,2)*

Danos e agravos (Md, IC 95%)1 8,0 (7,6 - 8,7) 10,0 (10,0 - 10,5)*

Total (Md, IC 95%)1 13,0 (12,0 - 13,4) 15,0 (15,1 - 15,6)*

*O sombreamento escuro indica diferenças significativas (P<0,05); 1O escore mais baixo indica melhor conhecimento (relação inversa).

Os voluntários com escore autorelatado acima de cinco (numa escala de

zero a 10) são mais velhos (32 anos versus 27 anos) e com mais anos completos

de estudos (15 anos versus 14 anos), além de serem frequentemente técnicos

(49% versus 17%) ou auxiliares de enfermagem (35% versus 12%). Existe maior

frequência desses voluntários que ouviram falar (95% versus 65%) e participaram

de curso (35% versus 7%) sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados

às quedas em idosos; e também maior proporção dos mesmos sugere ter tido

conhecimento do tema na graduação (49% versus 12%) (Tabela 3).

Os escores de conhecimento autorelatado, desempenho na graduação,

fatores de risco, danos e agravos e total são sempre maiores para os voluntários

com escore autorelatado acima de cinco. A maior diferença relativa está no

estabelecimento do escore autorelatado com relação ao nível de conhecimento

em fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos (7,0

versus 3,0) (Tabela 3).

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Mais de 70% dos voluntários respondem corretamente sobre os fatores de

riscos relacionados às quedas em idosos (exceção para os distúrbios cognitivos

nos voluntários que autorelataram conhecimento abaixo de cinco) (Tabela 4).

Tabela 4 – Proporção de voluntários que respondem corretamente sobre os

fatores de risco relacionados às quedas em idosos de acordo com o

conhecimento autorelatado*.

Conhecimento autorelatado

Fatores de risco < 5 > 5

Distúrbios cognitivos 120 (61) 635 (72)

Distúrbios de mobilidade 175 (88) 835 (95)

Uso de medicamentos 143 (72) 775 (88)

Comorbidades 148 (75) 711 (81)

Déficit sensorial 168 (85) 804 (92)

Medo de cair 148 (75) 743 (85)

*Os valores referem-se ao número de voluntários (porcentagem).

A participação em cursos e o conhecimento autorelatado sobre fatores de

risco, danos e agravos relacionados às quedas foram preditores dos escores de

fatores de risco, danos e agravos e total, após ajustamento para a idade, sexo, ano

acadêmico e anos completos de estudos (Tabela 5).

Foi observado que o conhecimento autorelatado e a participação em curso

(somente para o escore de danos e agravos) representaram os principais

preditores dos escores de fatores de risco, danos e gravos e total, mesmo após

correção pelo Bonferroni. No entanto, o escore de fatores de risco foi dependente

do ano acadêmico, enquanto que o de danos e agravos da idade; o escore total

foi dependente tanto da idade como do ano acadêmico (Tabela 5).

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Tabela 5 – Predição dos escores de fatores de risco, danos e agravos e total em

função da participação em curso e do conhecimento autorelatado ajustados para

idade, sexo, ano acadêmico e anos completos de estudo.

Escore

Fatores de risco Danos e agravos Total

Idade (anos) 1,02 (1,00 - 1,03)* 1,03 (1,02 - 1,05)** 1,03 (1,01 - 1,05)**

Sexo1 0,89 (0,64 - 1,24) 1,21 (0,86 - 1,69) 1,27 (0,91 - 1,79)

Ano acadêmico2 1,87 (1,43 - 2,44)** 1,22 (0,93 - 1,60) 1,52 (1,16 - 2,00)**

Anos completos3 1,02 (0,98 - 1,06) 0,98 (0,94 - 1,02) 0,98 (0,94 - 1,02)

Participação4 1,27 (0,96 - 1,68) 1,45 (1,10 - 1,91)** 1,37 (1,04 - 1,82)*

Conhecimento autorelatado5 1,71 (1,19 - 2,45)** 2,26 (1,55 - 3,30)** 2,25 (1,55 - 3,27)**

*P<0,05; **P<0,005 (após correção por Bonferroni); 1Sexo representa masculino e feminino; 2Ano acadêmico representa o primeiro e segundo anos comparados ao terceiro e quarto; 3Anos completos de estudos desde a alfabetização formal; 4Participação (não, sim) em curso sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos; 5Conhecimento autorelatado representa os voluntários que autorelataram nível de conhecimento abaixo de cinco (< 5) comparados aos acima de cinco (> 5). O sombreamento escuro indica coeficientes beta significativos.

Não houve maior incremento do risco relativo quando foram gerados

modelos simples (i.e., nível de conhecimento autorelatado per se como variável

preditora) ou associados à idade (i.e., idade como varável de controle e nível de

conhecimento autorelatado per se como variável preditora) (dados não

apresentados). Além disso, os títulos de técnico em enfermagem ou auxiliar de

enfermagem não influenciaram significativamente os modelos; o mesmo

fenômeno foi observado quando a variável ouviu falar sobre fatores de risco,

danos e agravos relacionados às quedas em idosos foi adicionada aos modelos

(dados não apresentados).

A ordem selecionada para as três principais estratégias individuais e

ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em

idosos de acordo com o conhecimento autorelatado é apresentada na tabela 6.

Houve tendência de os voluntários com escore abaixo de cinco

selecionarem a atividade física como principal estratégia individual, enquanto que

os voluntários com escore igual ou acima de cinco optaram pelo protetor de

quadril; tanto a segunda como a terceira opções ficaram intercambeavelmente

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entre a acuidade visual e os medicamentos independente da localização dos

voluntários (< 5 ou > 5).

Tabela 6 – Ordem selecionada das três principais estratégias individuais e

ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em

idosos de acordo com o conhecimento autorelatado1.

Conhecimento autorelatado

< 5 > 5

Estratégia 1 2 3 1 2 3

Individual

Atividade física 49 (48) 35 (34) 19 (18) 127 (32) 120 (30) 154 (38)

Alimentação 19 (24) 30 (38) 31 (39) 65 (22) 118 (39) 116 (39)

Acuidade visual 18 (20) 35 (40) 35 (40) 92 (21) 164 (37) 192 (43)

Medicamentos 9 (13) 23 (33) 37 (54) 49 (16) 126 (41) 133 (43)

Protetor de quadril 10 (36) 8 (29) 10 (36) 46 (57) 17 (21) 18 (22)

Ambiental —————————— ——————————

Ambiente domiciliar 70 (49) 42 (29) 31 (22) 407 (60) 155 (23) 119 (17)

Risco ambiental 26 (33) 22 (28) 31 (39) 68 (20) 156 (46) 118 (35)

1Os valores referem-se ao número de voluntários (porcentagem).

O ambiente domiciliar foi selecionado como a principal estratégia ambiental

para ambos os grupos; medidas de correção do risco ambiental foram também

sugeridas pelos voluntários com conhecimento autorelatado igual ou maior que

cinco.

A relação entre o ano acadêmico e as estratégias individuais (Figura 1) e

ambientais (Figura 2) de intervenção para a diminuição do risco de quedas, danos

e agravos em idosos é apresentada. Os voluntários do primeiro ano tendem a

priorizar a atividade física, e os hábitos alimentares são indicados pelos do

segundo e terceiro ano. O uso de medicamentos são também indicados pelos do

segundo ano. E os do quarto priorizam a acuidade visual e medidas relacionadas

aos protetores de quadril; no caso da última, também os do primeiro ano.

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A. Atividade física (quadrado escuro). B. Alimentação (quadrado escuro).

C. Medicamentos (quadrado escuro). D. Acuidade visual (quadrado escuro).

E. Protetor de quadril (quadrado escuro).

Figura 1. Mapa das relações entre ano acadêmico (círculo escuro) e as estratégias individuais de intervenção para a

diminuição do risco de quedas, danos e agravos em idosos.

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As estratégias ambientais foram caracterizadas pelo risco ambiental e pelo

ambiente domiciliar (Figura 2). Os voluntários do primeiro ano parecem priorizar as

modificações dos riscos ambientais como estratégia de intervenção para

diminuição dos riscos de quedas e danos ao idoso. Por outro lado, os do quarto

ano priorizam o ambiente domiciliar.

A. Risco ambiental (quadrado escuro). B. Ambiente domiciliar (quadrado escuro).

Figura 2. Mapa das relações entre ano acadêmico (círculo escuro) e as estratégias ambientais de intervenção para a

diminuição do risco de quedas, danos e agravos em idosos.

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6 DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo oferecem dados consistentes do nível de

conhecimento de acadêmicos de Enfermagem sobre fatores de risco, danos e

agravos relacionados às quedas em idosos e podem servir como importante

padrão de referência em decorrência da representatividade da amostra.

Existe consistentemente tendência de incremento linear em função do ano

acadêmico na prevalência do nível de conhecimento, corroborando a hipótese de

que o conteúdo curricular parece contemplar o conhecimento necessário

associado aos fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em

idosos. Foi observado que os voluntários com escore autorelatado igual ou maior

que cinco (i) são mais velhos, (ii) têm mais anos completos de estudos, (iii) são

frequentemente técnicos ou auxiliares de enfermagem, (iv) ouviram falar, (v)

participaram de curso sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às

quedas em idosos, (vi) relatam ter tido conhecimento do tema na graduação e (vii)

têm maior desempenho na graduação. Não foi analisada qualquer associação com

o sexo em virtude de o número de mulheres neste estudo ser significativamente

maior (N=900; 65%); que está em consonância com a descoberta de que a

proporção de mulheres no ensino superior é maior que a de homens (SOARES,

2001).

Os distúrbios de mobilidade foram considerados os principais fatores de

risco para quedas em idosos independente da localização do indivíduo, sugerindo

que as alterações funcionais que interferem na deambulação exercem importante

efeito. Isso pode ser explicado pelo fato de os idosos possuírem baixa reserva

funcional que diretamente provoca diminuição da capacidade física. Outro

importante aspecto está relacionado ao decréscimo cognitivo que interfere na

qualidade e quantidade das informações necessárias para a integridade do sistema

osteomioarticular, assim como para a eficiência do controle postural (GIRMAM et

al., 2002). É possível que muitas dessas alterações exerçam pouco efeito na

execução das atividades da vida diária para a maioria dos idosos. No entanto, é

ainda possível que alguns outros tenham maior predisposição aos distúrbios do

equilíbrio em virtude de provável menor limiar de tolerância às mudanças ocorridas

nos sistemas sensorial, neurológico e musculoesquelético (NERI, 2002). A

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coordenação óculo-motora também participa efetivamente na integração das

informações somatosensoriais e contribui decisivamente na integração das

informações vestibulares e proprioceptivas tomados todos juntos, o idoso altera o

padrão de caminhada aumentando a base de sustentação e diminuindo a

velocidade de modo que possa modelar o comportamento motor de acordo com as

alterações comuns associadas à idade, mas, mesmo assim, existe risco

significativo de queda (CARTIER, 2OO2). Talvez por esses fatores que os

voluntários com maior escorem autorelatado sugeriram o protetor de quadril como

uma das principais estratégias individuais para diminuição do risco de quedas e de

danos em idosos.

As comorbidades têm elevado potencial em provocar incapacidade

funcional, sobretudo nos indivíduos idosos (FRIED; GURALNIK, 1997; FRIED;

FERRUCI; DARER, 2004; GIACOMIN; UCHOA; FIRMO, 2005) em virtude da

possibilidade de desenvolvimento de distúrbios secundários ocasionados pela

doença per se ou associados ao uso de medicamentos. Os benzodiazepínicos têm

sido frequentemente associados ao aumento no risco de quedas e fraturas

(LEIPZIG et al., 1999).

Foi também possível desenvolver modelos multivariados de predição

relacionados aos escores dos fatores de risco e de danos e agravos, assim como

o escore total. O conhecimento autorelatado e a participação em curso

representam os principais preditores dos escores de fatores de risco, danos e

agravos e do escore total. Mas esse efeito preditivo parece ser mediado pelo ano

acadêmico (escore sobre fatores de risco, escore total) e a idade (escore sobre

danos e agravos, escore total). O título de técnico em enfermagem ou de auxiliar

de enfermagem, ou ainda, a variável ouviu falar sobre fatores de risco, danos e

agravos relacionados às quedas em idosos não parecem ser importantes

preditores. Também não foram observadas quaisquer associações quando o nível

socioeconômico ou de escolaridade foram analisados. Isso sugere maior influência

da percepção de conhecimento que pode estar significativamente relacionada à

participação em cursos do que necessariamente de indicadores sóciodemográficos

tradicionais.

As estratégias ambientais parecem representar as principais medidas de

intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos em idosos naqueles

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voluntários com escore igual ou maior que cinco; enquanto as estratégias

individuais são mais relatadas pelos demais voluntários. Existem evidências

convincentes de que o micro- (e.g., domiciliar) e macro-ambiente (e.g., redondezas

do bairro) são fatores primários relacionados ao risco de quedas, pois a presença

de inúmeros desafios físicos a serem transpostos exige a habilidade de o indivíduo

em reagir apropriadamente a circunstâncias desestabilizantes, sobretudo nos

casos de vulnerabilidade e instabilidade do idoso (FABRÍCIO; RODRIGUES;

COSTA JÚNIOR, 2004; SANTOS; ANDRADE, 2005). Isso justifica o fato de

geralmente a maioria das quedas ocorrerem dentro de casa ou nos arredores

enquanto se realiza as atividades da vida diária (e.g., caminhar, mudar de posição,

ir ao banheiro) (MASCARENHAS et al.,2009)

A atividade física foi uma das principais estratégias individuais de

intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos sugerida pelos

voluntários com conhecimento autorelatado menor que cinco. A prática regular de

atividade física tende a diminuir a magnitude de decréscimo de determinada

alteração tipicamente associada à idade, mantém ou melhora importantes variáveis

da aptidão física (e.g., equilíbrio, força) essenciais para prolongar a função física do

idoso e, como consequência, na prevenção do risco de quedas (BARNETT et al.,

2003; SPIRDUSO, 2005). A atividade física também tem sido sugerida como

importante medida para a melhora da saúde global do idoso (BARBOSA, 2001).

Certamente, os programas de educação em saúde deveriam enfatizar

medidas relacionadas ao conhecimento dos fatores de risco assim como de danos

e agravos envolvidos no fenômeno da queda. Outro aspecto importante está

relacionado ao conhecimento dos fatores individuais e ambientais que

significativamente contribuem para o risco de quedas e de danos e agravos e que

podem ser efetivamente manipulados tanto pelos profissionais da área da saúde,

como pela própria comunidade. Portanto, devem ser priorizadas ações educativas

para o encorajamento de atitudes e mudanças de comportamento nessas esferas

de conhecimento (i.e., fatores de risco, danos e agravos, estratégias individuais e

ambientais) em ambos os grupos (i.e., profissionais e comunidade).

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7 CONCLUSÃO

Os dados do presente estudo permitem concluir que (1) a prevalência do

nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às

quedas em idosos tende a incrementar linearmente em função da idade, (2) os

voluntários demonstraram maior nível de conhecimento sobre danos e agravos do

que sobre os fatores de risco, (3) tanto o conhecimento autorelatado como a

participação em curso representaram os principais preditores dos escores de

fatores de risco, danos e agravos e do escore total, e que (4) as estratégias

ambientais de intervenção para a diminuição do risco de quedas e de danos e

agravos em idosos foram predominantemente sugeridas pelos voluntários com

conhecimento autorelatado igual ou maior que cinco.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO – A

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ANEXO – B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa Conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos

Pesquisador responsável Prof. Dr. Vagner Raso (9 8578 7780; [email protected]) Pesquisadora executante Eliete Alves Mello (9 7542 3964; [email protected]) Comissão de Ética (11) 2967 9015 ou pelo e-mail [email protected]

O(a) sr.(sra.) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem como finalidade analisar o

conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos relacionados às quedas em idosos por acadêmicos de

Enfermagem. Ao participar deste estudo o(a) sr.(sra.) permitirá que o pesquisador colete dados sobre nível

socioeconômico, além de informações sobre conhecimento de fatores de risco, danos e agravos relacionado ao

idoso. Os itens referentes aos riscos de quedas e possíveis danos relacionado ao risco de quedas, serão

determinados de acordo com o seu nível de conhecimento sobre a respectiva do nível de conhecimento. O(a)

sr.(sra.) tem liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da

pesquisa, sem qualquer prejuízo. Sempre que quiser poderá pedir mais informações sobre a pesquisa através do

telefone do pesquisador do projeto e, se necessário através do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa. Riscos

e desconforto. A participação nesta pesquisa não traz complicações legais, tampouco possíveis riscos e

desconfortos. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos critérios de ética em pesquisa com

seres humanos conforme a resolução número 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos

procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Confidencialidade. Todas as informações coletadas

neste estudo são estritamente confidenciais. Somente o pesquisador terá conhecimento dos dados. Benefícios.

Ao participar desta pesquisa o(a) sr.(sra.) não terá nenhum benefício direto. Entretanto, esperamos que este

estudo traga informações importantes sobre o nível de conhecimento sobre fatores de risco, danos e agravos

relacionados às quedas em idosos por acadêmicos de Enfermagem, de modo que o conhecimento que será

construído a partir deste estudo possa contribuir para a prática clínica diária; nesse sentido, o pesquisador se

compromete a divulgar os resultados obtidos. Pagamento. O(a) sr.(sra.) não terá nenhum tipo de despesa para

participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação. Após estes esclarecimentos,

solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto, preencha, por favor, os

itens que se seguem: Confiro que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do trabalho

de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo. Observação. Não assine este termo se ainda tiver

dúvida. Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu

consentimento em participar desta pesquisa.

Nome do Participante da Pesquisa Assinatura do Participante da Pesquisa

Nome do Pesquisador Assinatura do Pesquisador

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ANEXO – C

INSTRUMENTO UTILIZADO

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ANEXO – D

DOCUMENTO DE CONSENTIMENTO DA UNIDADES

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