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1 CONJUNTURA MACROECONÔMICA SEMANAL Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Conjuntura Macroeconômica Semanal 18 de maio de 2012 Fabiana D’Atri Robson Rodrigues Pereira Magnitude da desaceleração da economia chinesa nos próximos meses será dada pela disposição do governo em lançar novas políticas de estímulo Após a frustração com os indicadores de atividade de abril, divulgados na semana passada, novas perguntas voltaram-se para a economia chinesa. Rapidamente, as apostas mais otimistas de uma aceleração da atividade do país se reverteram em expectativas de uma desaceleração mais brusca. Da mesma forma que não acreditávamos em uma aceleração forte no segundo trimestre, também não apostamos em um cenário de hard landing. Ainda assim, este cenário tem que ser condicionado aos desdobramentos da nova rodada da crise europeia e à expectativa para a condução da política econômica daqui para frente. Ainda enxergamos importantes fatores a serem observados nos próximos meses, que nos dão um viés de baixa para o crescimento do segundo trimestre. Acreditamos que o governo continuará relutante em adotar uma política agressiva de estímulos, como a observada em 2008, mas mesmo assim, no curto prazo será importante dar sinais mais emblemáticos de que, a despeito da maior tolerância com taxas de expansão mais moderadas, não colocará em risco a estabilidade do crescimento. Das poucas opções que o governo tem na mão, além da continuidade das políticas de ajuste fino, concentramos nossas apostas de recuperação nos investimentos públicos, cujo impacto é mais rápido sobre a economia e que está reprimido há bastante tempo. Mas o risco deste instrumento de estímulo reside na possível deterioração das condições fiscais e/ou a necessidade de financiamentos bancários, que constituirão o funding dessas obras. Ao mesmo tempo, não esperamos a retirada das medidas restritivas voltadas ao setor imobiliário, já que o processo de ajustes dos preços para baixo ainda está em curso. Com isso, reforçamos nossa expectativa de que o crescimento será menor neste ano, ao redor de 8%, com as políticas de estímulo agindo para limitar uma desaceleração adicional. Indicadores do primeiro trimestre e começo do segundo evidenciam crescimento menor do que o imaginado até poucos meses atrás A síntese do que vimos no primeiro trimestre pode ser capturada nos dados do IBC-Br, uma proxy mensal de PIB estimada pelo Banco Central. O dado de março surpreendeu negativamente ao apontar recuo de 0,35% na margem (esperávamos alta de 0,42%; mercado contava com expansão de 0,49%, segundo coleta da Bloomberg). Trata-se da terceira queda mensal consecutiva. O resultado aponta para uma leitura realmente fraca dos dados, o que fica claro quando notamos que a variação interanual, de apenas 0,9%, ocorreu sobre uma base de comparação bastante fraca (março de 2011). Com isso, o IBC-Br registrou alta de 0,15% no primeiro trimestre ante o anterior. Uma vez que há diferenças entre o dado do Banco Central e o resultado efetivo do PIB, devemos ler essa variação com cuidado. Contudo, ela sugere um crescimento da economia de no máximo 0,5% ante o quarto trimestre (depois da alta de 0,3% observada entre outubro e dezembro). Os dados mais recentes têm reforçado a percepção de que a atividade econômica como um todo apresentou desempenho aquém do esperado no primeiro trimestre. É sabido que a política econômica, principalmente a monetária, opera com defasagens – muitas vezes longas e variáveis –, mas acreditávamos que alguns dos vários estímulos que começaram a ser aplicados a partir de agosto surtiriam efeito mais evidente nos primeiros meses do ano. O panorama global – mais volátil e com riscos intensificados – e a incorporação dos últimos dados domésticos impõem a necessidade de uma revisão em nosso cenário, o que será feito em breve. Continuamos avaliando que o segundo semestre será melhor do que o atual, mas diante do exposto, será necessário revisarmos a nossa projeção de crescimento para este ano, inevitavelmente para baixo.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos EconômicosConjuntura Macroeconômica Semanal18 de maio de 2012

Fabiana D’Atri

Robson Rodrigues Pereira

Magnitude da desaceleração da economia chinesa nos próximos meses será dada pela disposição do governo em lançar novas políticas de estímulo

• Após a frustração com os indicadores de atividade de abril, divulgados na semana passada, novas perguntas voltaram-se para a economia chinesa. Rapidamente, as apostas mais otimistas de uma aceleração da atividade do país se reverteram em expectativas de uma desaceleração mais brusca. Da mesma forma que não acreditávamos em uma aceleração forte no segundo trimestre, também não apostamos em um cenário de hard landing. Ainda assim, este cenário tem que ser condicionado aos desdobramentos da nova rodada da crise europeia e à expectativa para a condução da política econômica daqui para frente.

• Ainda enxergamos importantes fatores a serem observados nos próximos meses, que nos dão um viés de baixa para o crescimento do segundo trimestre. Acreditamos que o governo continuará relutante em adotar uma política agressiva de estímulos, como a observada em 2008, mas mesmo assim, no curto prazo será importante dar sinais mais emblemáticos de que, a despeito da maior tolerância com taxas de expansão mais moderadas, não colocará em risco a estabilidade do crescimento.

• Das poucas opções que o governo tem na mão, além da continuidade das políticas de ajuste fi no, concentramos nossas apostas de recuperação nos investimentos públicos, cujo impacto é mais rápido sobre a economia e que está reprimido há bastante tempo. Mas o risco deste instrumento de estímulo reside na possível deterioração das condições fi scais e/ou a necessidade de fi nanciamentos bancários, que constituirão o funding dessas obras. Ao mesmo tempo, não esperamos a retirada das medidas restritivas voltadas ao setor imobiliário, já que o processo de ajustes dos preços para baixo ainda está em curso. Com isso, reforçamos nossa expectativa de que o crescimento será menor neste ano, ao redor de 8%, com as políticas de estímulo agindo para limitar uma desaceleração adicional.

Indicadores do primeiro trimestre e começo do segundo evidenciam crescimento menor do que o imaginado até poucos meses atrás

• A síntese do que vimos no primeiro trimestre pode ser capturada nos dados do IBC-Br, uma proxy mensal de PIB estimada pelo Banco Central. O dado de março surpreendeu negativamente ao apontar recuo de 0,35% na margem (esperávamos alta de 0,42%; mercado contava com expansão de 0,49%, segundo coleta da Bloomberg). Trata-se da terceira queda mensal consecutiva. O resultado aponta para uma leitura realmente fraca dos dados, o que fi ca claro quando notamos que a variação interanual, de apenas 0,9%, ocorreu sobre uma base de comparação bastante fraca (março de 2011). Com isso, o IBC-Br registrou alta de 0,15% no primeiro trimestre ante o anterior. Uma vez que há diferenças entre o dado do Banco Central e o resultado efetivo do PIB, devemos ler essa variação com cuidado. Contudo, ela sugere um crescimento da economia de no máximo 0,5% ante o quarto trimestre (depois da alta de 0,3% observada entre outubro e dezembro).

• Os dados mais recentes têm reforçado a percepção de que a atividade econômica como um todo apresentou desempenho aquém do esperado no primeiro trimestre. É sabido que a política econômica, principalmente a monetária, opera com defasagens – muitas vezes longas e variáveis –, mas acreditávamos que alguns dos vários estímulos que começaram a ser aplicados a partir de agosto surtiriam efeito mais evidente nos primeiros meses do ano. O panorama global – mais volátil e com riscos intensifi cados – e a incorporação dos últimos dados domésticos impõem a necessidade de uma revisão em nosso cenário, o que será feito em breve. Continuamos avaliando que o segundo semestre será melhor do que o atual, mas diante do exposto, será necessário revisarmos a nossa projeção de crescimento para este ano, inevitavelmente para baixo.

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Crescimento trimestral e semestral da massa

salarial ampliada de rendimentos em

termos reais (dados dessazonalizados e

anualizados) (*)

Robson Rodrigues Pereira

Fonte: IBGE, TesouroElaboração: BRADESCO

Crescimento trimestral da produção industrial (PIM) e do volume de vendas no comércio varejista ampliado (PMC ampliada)

Indicadores do primeiro trimestre e começo do segundo evidenciam crescimento menor do que o imaginado até poucos meses atrás

No primeiro trimestre, a produção industrial registrou queda de 0,5% ante o período anterior, já descontados os efeitos sazonais. É claro que alguns fatores de natureza pontual contribuíram para esse desempenho fraco, mas o que chama a atenção é que essa queda foi a quarta consecutiva na série da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), algo inédito até então. Desde 2010 notamos um baixo dinamismo do setor, a despeito do bom desempenho do consumo de bens por parte das famílias. Já mencionamos em outras oportunidades que há fatores conjunturais que têm potencializado os problemas estruturais do setor manufatureiro, resultando em pressão para baixo nas margens de lucros de várias empresas. Já os

dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) na sua versão ampliada (que considera as vendas de todos os segmentos) mostram uma expansão de 3% entre janeiro e março. Essa taxa, que é a maior deste o terceiro trimestre de 2010, constitui uma aceleração expressiva ante o período anterior, o que ocorreu a despeito dos fracos resultados de vendas no segmento de veículos, cujos estoques estão bem elevados. Essa aceleração, a nosso ver, deve ser lida à luz da retomada no crescimento da massa salarial nos últimos meses. Cabe destacar que o hiato entre as taxas de variação da indústria e do comércio no primeiro trimestre é o maior desde o terceiro trimestre de 2010.

0,67%1,26% 1,67%

-10,42%

-6,58%

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4,32%

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PIM

PMC Ampliada

Fonte: IBGEElaboração: BRADESCO

5,6%

16,2%

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Trimestral

Semestral

(*) A massa ampliada é construída a partir da soma da massa do trabalho

com as despesas do governo com benefícios previdenciários, benefícios

sociais (LOAS e Bolsa Família) e seguro-desemprego.

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Evolução do Índice Bradesco de Atividade Econômica (IBAE) - média móvel de 3 meses

Diante dessas tendências distintas entre indústria e comércio, a qual conclusão podemos chegar? A resposta pode ser encontrada através da observação do Índice Bradesco de Atividade Econômica (IBAE), elaborado a partir da mesma metodologia utilizada pelo Federal Reserve de Chicago, para construir o CFNAI (Chicago Fed National Activity Index). O IBAE, construído a partir da utilização de 64 séries de atividade econômica, não tem unidade de medida e deve ser lido da seguinte forma: números positivos indicam que a economia cresce em ritmo superior ao da tendência

histórica (uma proxy de crescimento potencial); resultados negativos, por outro lado, indicam expansão abaixo da tendência. Conforme ilustrado no gráfi co a seguir, houve a interrupção temporária da trajetória de deterioração entre novembro e dezembro, o que nos fez supor à época que poderia ser uma infl exão. Contudo, a atualização dos dados até abril nos revela que aquela trajetória foi retomada, o que refl ete, de forma agregada, o menor percentual de componentes que apresentaram alta na margem na média dos últimos três meses diminuiu de forma considerável.

62,0%

47,4%

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Percentual de indicadores do

IBAE apresentando expansão na margem

- média móvel de 3 meses

Fonte e elaboração: BRADESCO

A síntese do que vimos no primeiro trimestre pode ser capturada nos dados do IBC-Br, uma proxy mensal de PIB estimada pelo Banco Central. O dado de março surpreendeu negativamente ao apontar recuo de 0,35% na margem (esperávamos alta de 0,42%; mercado contava com expansão de 0,49%, segundo coleta da Bloomberg). Trata-se da terceira queda mensal consecutiva. O resultado aponta para uma leitura realmente fraca dos dados, o que fica claro quando notamos que a variação

interanual, de apenas 0,9%, ocorreu sobre uma base de comparação bastante fraca (março de 2011). Com isso, o IBC-Br registrou alta de 0,15% no primeiro trimestre ante o anterior. Uma vez que há diferenças entre o dado do Banco Central e o resultado efetivo do PIB, devemos ler essa variação com cuidado. Contudo, ela sugere um crescimento da economia de no máximo 0,5% ante o quarto trimestre (depois da alta de 0,3% observada entre outubro e dezembro).

-4,28

7,38

-1,97-0,98

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4,963,53

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Fonte e elaboração: BRADESCO

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Fonte: IBGE, MTEElaboração: BRADESCO

Fonte: BCBElaboração: BRADESCO

Índice de Atividade Econômica do Banco Central - crescimento em relação ao mês anterior - com ajuste sazonal

1,00%1,06%

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-0,24%

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Não devemos ignorar que há sinais mais favoráveis em maio, como os que têm sido apontados pelos dados de vendas de veículos, após vários meses de recuo. Contudo, reconhecemos que a incerteza em relação ao segundo trimestre também aumentou, ainda mais diante do quadro global mais adverso e de sinais emitidos pelo mercado de trabalho. Continuamos avaliando que o mercado laboral está aquecido, mas há sinais de desaceleração no ritmo de geração de vagas, conforme apontado pelo

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). À exceção dos setores de construção civil (provavelmente refletindo contratações para obras iniciadas no passado e ainda não concluídas) e de comércio, os demais têm mostrado desaceleração no ritmo de criação líquida de vagas. Até mesmo o setor de serviços, cujo desempenho recente estava relativamente insulado da desaceleração dos últimos trimestres, já mostra sinais de inflexão, ainda que a criação de vagas continue elevada.

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36.111

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Geração líquida de emprego formal dessazonalizada - Média Móvel 3 meses

Fonte: CagedElaboração: BRADESCO

Mantemos nossa visão de que o mercado de trabalho continuará bem nos próximos meses, mas acreditamos que o espaço para queda adicional da taxa de desemprego é menor hoje do que foi no passado recente. Esse ponto fi ca claro com dois argumentos:

(1) O ritmo atual de geração de vagas segundo o Caged está abaixo do patamar neutro para manter a taxa de desemprego estável (segundo nossas estimativas, algo entre 120 e 140 mil vagas na série com ajuste sazonal);

y = -71268x + 125287R² = 0,2096

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Variação da taxa de desemprego

Corrrelação entre a geração líquida de emprego média e variação da taxa de desemprego no trimestre2005 - 2011

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Taxa de desemprego (PME) e percentual de pessoas que consideram estar difícil encontrar emprego no momento atual - dados dessazonalizados

(2)O percentual de respostas de consumidores q u e d i z e m q u e e s t á “ d i f í c i l e n c o n t r a r emprego” continua baixo para os padrões

históricos da Sondagem do Consumidor da FGV, mas aumentou um pouco nos últimos meses.

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Taxa Desemprego PME (dessaz)

Percentual de respostas "está difícilencontrar emprego no momento atual"

Fonte: IBGE, FGVElaboração: BRADESCO

Os dados mais recentes têm reforçado a percepção de que a atividade econômica como um todo apresentou desempenho aquém do esperado no primeiro trimestre. É sabido que a política econômica, principalmente a monetária, opera com defasagens – muitas vezes longas e variáveis –, mas acreditávamos que alguns dos vários estímulos que começaram a ser aplicados a partir de agosto surtiriam efeito mais evidente nos

primeiros meses do ano. O panorama global – mais volátil e com riscos intensifi cados – e a incorporação dos últimos dados domésticos impõem a necessidade de uma revisão em nosso cenário, o que será feito em breve. Continuamos avaliando que o segundo semestre será melhor do que o atual, mas diante do exposto, será necessário revisarmos a nossa projeção de crescimento para este ano, inevitavelmente para baixo.

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Fabiana D’Atri

Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

China: variação anual das exportações - para União Europeia e demais regiões do mundo

Magnitude da desaceleração da economia chinesa nos próximos meses será limitada pela disposição do governo em lançar novas políticas de estímulo

Após a frustração com os indicadores de atividade de abril, divulgados na semana passada, novas perguntas voltaram-se para a economia chinesa. Rapidamente, as apostas mais otimistas de uma aceleração da atividade do país se reverteram em expectativas de uma desaceleração mais brusca. Da mesma forma que não acreditávamos em uma aceleração forte no segundo trimestre, também não apostamos em um cenário de hard landing. Ainda assim, este cenário tem que ser condicionado aos desdobramentos da nova rodada da crise europeia e à expectativa para a condução da política econômica daqui para frente.

Nossa visão de acomodação reside na combinação de forças ainda de desaceleração com novos vetores que impulsionarão a atividade, especialmente no segundo semestre. Tanto as exportações (e a cadeia industrial ligada ao setor exportador) como os investimentos voltados ao setor imobiliário ainda deverão mostrar deterioração adicional antes de mostrar estabilização. O governo segue determinando em ajustar os preços dos imóveis, mantendo as políticas restritivas em

curso, com indicadores importantes sugerindo que este ajuste ainda levará alguns meses: as vendas de terras, as obras iniciadas e as vendas de imóveis acumularam quedas respectivas de quase 20%, 5% e 15% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Notícias recentes sugerem medidas adicionais de restrição, como por exemplo, (i)a decisão de Shanghai de proibir a venda do segundo imóvel para pessoas solteiras, (ii) alguns descontos para a taxa de fi nanciamento imobiliário para os compradores de primeiros imóveis foram suspensos por grandes bancos e (iii) o governo trouxe de volta a discussão de ampliar o número de cidades, em fase de teste, que terão uma taxação sobre a propriedade como forma de conter a especulação, especialmente nas grandes cidades. Ao mesmo tempo, reconhecemos que a recente deterioração do cenário externo, concentrada na Zona do Euro – que respondeu por 17% das vendas externas chinesas neste ano – também deve postergar uma reação mais favorável das exportações e diretamente da indústria e dos investimentos ligados a esta cadeia.

39,4%

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exportações para Europa

exportações excluindo Europa

Analisando o desempenho recente da indústria, que mostrou crescimento de apenas 9,3% em abril, em relação ao mesmo período do ano passado, notamos que esta desaceleração se concentrou na indústria pesada, que cresceu 8,9% enquanto que a o segmento da indústria leve mostrou expansão de 10,3%. Vale dizer que abril foi o primeiro mês de mudança de

metodologia da coleta de informações, sendo que anteriormente os dados relativos à produção industrial eram obtidos pelas províncias e depois reportados ao escritório de estatísticas chinesas. Atualmente, as empresas reportam diretamente para o escritório, o que poderia explicar o tamanho da surpresa negativa com este resultado. Ainda assim, acompanhando

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Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

China: Indicadores selecionados - variação anual do trimestre

China: índice de clima de negócios

Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

outros indicadores, como movimento de cargas em ferrovias, importação de commodities e consumo

de energia elétrica, verifi camos que a tendência de enfraquecimento do setor industrial se confi rma.

1T11 2T11 3T11 4T11 jan-abril/12

Produção industrial 14,8% 13,9% 13,7% 12,8% 11,0%

Vendas da indústria para o setor externo 18,1% 12,9% 12,1% 8,4% 8,4%

Movimento de cargas em ferrovias 9,3% 7,3% 9,3% 5,8% 4,1%

Consumo de energia elétrica 11,1% 12,5% 11,1% 13,7% 6,0%

Vale também analisar diversos indicadores que podem nos ajudar a antecipar os investimentos. Há uma percepção de cautela por parte do setor privado. Neste sentido, chega-se, atualmente, a acreditar que parte do enfraquecimento do crédito resida na demanda que está avançando em ritmo lento. A taxa interbancária – importante indicador de liquidez – segue em patamares baixos, sugerindo que as condições da oferta de crédito não estão tão restritivas. Do lado do consumo, pesquisas

mostram que os consumidores acreditam em quedas adicionais dos preços dos imóveis, o que explica a desaceleração ainda em curso. É interessante notar também a composição das concessões bancárias de crédito, cada vez mais concentradas em linhas de curto prazo, em detrimento das linhas de médio e longo prazo, mais ligadas ao ciclo de investimento. Na mesma direção, pesquisas de confiança do empresário ainda apontam para cautela nos meses a seguir.

107,7

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índice de confiança do empresário

índice de confiança do empresário industrial

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linhas de curto prazo

linhas de longo prazo

Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

China: concessões de crédito -

participação das linhas de curto prazo

e de médio e longo prazo (média móvel

dos últimos 12 meses)

Diante desses sinais, acreditamos que o governo limitará esta desaceleração, impulsionando o crédito e ampliando a liquidez do sistema fi nanceiro. O corte

do compulsório anunciado no sábado passado, logo após a divulgação dos dados, revela a disposição de o governo também não deixar as coisas saírem

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do controle. Além disso, diversas notícias dão conta que o governo voltou a aprovar diversas obras de infraestrutura, antecipando inclusive algumas programadas para o ano que vem. Este movimento acontece após quase dois anos marcados pela restrição impostas aos investimentos, que estavam se ajustando após o forte impulso na saída da crise. O segmento de casas populares e as obras de saneamento também têm mostrado avanços

consideráveis. Nos primeiros quatro meses deste ano, notamos aceleração dos gastos públicos (ao crescer 26% no acumulado de janeiro a abril), a despeito da moderação da expansão da arrecadação (que avançou 12,5% neste mesmo período), reforçando nossa percepção de que o governo dará início a um novo ciclo de reaquecimento dos investimentos, ainda mais quando se leva em conta a recente deterioração do cenário externo.

15,5

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bancos grandes

bancos pequenos

China: compulsório bancário (%)

Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

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5,0%

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infraestruturatotalindústriasetor imobiliário

Fonte: CEICElaboração: BRADESCO

Investimentos em ativos fi xos urbanos (variação em relação

ao mesmo período do ano anterior)

Outro fator importante que se refere aos embates políticos presentes nos últimos meses, culminando com a expulsão do importante membro Bo Xilai do partido comunista. De forma resumida, este atrito pode ter contribuído para a redução das atenções do partido para o crescimento e ao mesmo tempo revela a disposição do atual governo em não provocar importantes rupturas nesta transição dos principais líderes do partido, que acontecerá no fi nal deste ano.

Em suma, ainda enxergamos importantes fatores a serem observados nos próximos meses, que nos dão um viés de baixa para o crescimento do segundo trimestre. Acreditamos que o governo continuará relutante em adotar uma polít ica agressiva de estímulos, como a observada em 2008,

mas mesmo assim, no curto prazo será importante dar sinais mais emblemáticos de que, a despeito da maior tolerância com taxas de expansão mais moderadas, não colocará em risco a estabilidade do crescimento.

Das poucas opções que o governo tem na mão, além da continuidade das políticas de ajuste fi no, concentramos nossas apostas de recuperação nos investimentos públicos, cujo impacto é mais rápido sobre a economia e que está reprimido há bastante tempo. Mas o risco deste instrumento de estímulo reside na possível deterioração das condições fi scais e/ou a necessidade de fi nanciamentos bancários, que constituirão o funding dessas obras. Ao mesmo tempo, não esperamos a retirada das medidas restritivas

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voltadas ao setor imobiliário, já que o processo de ajustes dos preços para baixo ainda está em curso. Com isso, reforçamos nossa expectativa de que o

crescimento será menor neste ano, ao redor de 8%, com as políticas de estímulo agindo para limitar uma desaceleração adicional.

Instrumentos condição atual impacto para PIB

Compulsório em queda: expansionista importante alívio para as condições de liquidez

Taxa interbancária em queda: expansionista importante alívio para as condições de liquidez

Taxa de juros estável não esperamos queda da taxa de juros

Restrições para compra de imóveis

seguem em curso: contracionista

vetor de desaceleração da economia

Gastos fi scais em infraestrutura

aprovações de obras reacelerando: expansionista

vetor de aceleração para a economia no segundo

semestre

Segmento de casas populares seguem em curso: expansionista

vetor de sustentação da atividade imobiliária

Estímulo ao consumo das famílias

redução tributação sobre a renda e outras medidas em discussão: expansionista

vetor de sustentação do consumo

China: resumo políticas econômicas em curso

Elaboração: BRADESCO

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p = (projeção).(*) projeção referente ao ano fi scal.

Fonte: FMIElaboração e estimativas: BRADESCO

Quadro de Projeções - PIB real Mundial e países selecionados 2003-2012

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012pPaíses Desenvolvidos 1,8 3,0 2,5 2,8 2,5 0,4 -3,3 2,5 1,5 1,1Estados Unidos 2,5 3,6 3,1 2,7 1,9 0,0 -2,6 2,8 1,7 2,2Zona do Euro 0,8 2,2 1,7 3,0 2,8 0,6 -4,1 1,8 1,5 -0,5Alemanha -0,2 0,7 0,9 3,6 2,8 0,7 -4,7 3,5 3,0 0,2França 1,1 2,3 2,0 2,4 2,3 0,1 -2,5 1,5 1,6 0,0Itália 0,0 1,5 0,7 2,0 1,5 -1,3 -5,2 1,3 0,5 -1,2Reino Unido 2,8 3,0 2,2 2,8 2,7 -0,1 -4,9 1,3 0,8 0,5Japão 1,4 2,7 1,9 2,0 2,4 -1,2 -6,3 3,9 -0,9 2,2

Países Emergentes 6,0 7,3 6,9 7,7 8,1 5,8 2,1 7,3 6,4 5,7China 10,0 10,1 11,3 12,7 14,2 9,6 9,2 10,3 8,8 8,2Coréia 2,8 4,6 4,0 5,2 5,1 2,3 0,2 6,1 3,5 3,0Rússia 7,3 7,2 6,4 8,2 8,5 5,2 -7,8 4,0 3,0 3,2Índia* 8,5 7,5 9,5 9,7 9,0 6,8 8,4 8,5 7,8 7,8

América Latina 2,9 5,7 4,5 5,4 5,9 4,3 -1,9 6,7 4,1 3,6Brasil 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 -0,3 7,5 2,7 3,4Argentina 9,0 8,9 9,2 8,5 8,6 6,8 0,8 9,2 8,9 3,0Chile 7,0 6,0 5,5 4,6 4,6 3,7 -1,7 5,3 6,0 3,9Colômbia 3,9 5,3 4,7 6,7 6,9 3,5 1,5 4,3 5,9 4,6México 1,4 4,0 3,2 5,2 3,2 1,5 -6,1 5,5 4,0 2,6Peru 4,0 5,0 6,8 7,7 8,9 9,8 0,9 8,8 6,9 5,3

Mundo 3,6 4,9 4,6 5,2 5,4 2,9 -0,5 5,0 3,8 3,3

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Fonte: Dados ofi ciais para números efetivosElaboração: BRADESCO

(1): A partir de 2002 com dados calculados de acordo com a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego.Atualizado com dados até 18/maio/2012

Quadro de Projeções Macroeconômicas - Ano base 2003-2012

(*) Projeções.(**) Este número exclui as receitas extraordinárias do processo de capitalização da Petrobras.nd = não disponível.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,1 -0,3 7,5 2,7 3,4Agropecuária (%) 5,8 2,3 0,3 4,8 4,8 5,7 -3,1 6,3 3,9 1,5Indústria (%) 1,3 7,9 2,1 2,2 5,3 4,4 -5,6 10,4 1,6 2,3Serviços (%) 0,8 5,0 3,7 4,2 6,1 4,8 2,1 5,5 2,7 3,5Consumo Privado (%) -0,8 3,8 4,5 5,2 6,1 7,0 4,4 6,9 4,1 4,5Consumo da Adm. Pública (%) 1,2 4,1 2,3 2,6 5,1 1,6 3,1 4,2 1,9 3,7 Investimento (FBKF) (%) -4,6 9,1 3,6 9,8 13,9 13,4 -6,7 21,3 4,7 5,6 Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 10,4 15,3 9,3 5,0 6,2 -0,6 -9,1 11,5 4,5 6,5 Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -1,6 13,3 8,5 18,4 19,9 18,0 -7,6 35,8 9,7 6,6PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 1.700 1.941 2.147 2.369 2.661 3.032 3.239 3.770 4.135 4.474PIB (US$) - bilhões 552,3 663,5 881,8 1.088,9 1.366,3 1.652,8 1.621,7 2.141,9 2.468,7 2.420,2População - milhões 178,7 181,1 183,4 185,6 187,6 189,6 191,5 193,3 194,9 196,5PIB per capita - US$ 3.086 3.654 4.789 5.715 7.281 8.717 8.469 11.084 12.664 12.315Produção Industrial - IBGE (%) 0,1 8,3 3,1 2,8 6,0 3,1 -7,4 10,5 0,3 1,5Taxa de Desemprego Aberto (30 dias) - IBGE (1) 12,3 11,5 9,9 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5Vendas no Comércio Varejista - Restrita (%) -3,7 9,2 4,8 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,0IPCA - IBGE (%) 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,2IPC - FIPE (%) 8,2 6,6 4,5 2,5 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 4,7IGP-M - FGV (%) 8,7 12,4 1,2 3,8 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 4,6IGP-DI - FGV (%) 7,7 12,1 1,2 3,8 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 4,8Taxa Selic (fi nal de período) % 16,50 17,75 18,00 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 8,00Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 23,33 16,24 19,04 15,08 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 9,38Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 12,6 8,0 12,6 11,6 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 4,0Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 13,5 3,4 17,6 10,8 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 4,6

EXTERNO, CÂMBIO, RISCO E BOLSABalança Comercial (US$ bilhões) 24,8 33,7 44,8 46,5 40,0 24,7 25,3 20,2 29,8 21,2 Exportações (US$ bilhões) 73,1 96,5 118,3 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 268,3 Importações (US$ bilhões) 48,3 62,8 73,5 91,4 120,6 173,2 127,7 181,7 226,2 247,1Corrente de Comércio (% PIB) 24,0 26,4 24,1 21,0 20,6 22,5 17,3 17,9 19,5 21,3Défi cit em serviços e rendas (US$ bilhões) 23,5 25,2 34,3 37,1 42,5 57,3 52,9 70,4 85,2 85,9Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) 4,2 11,7 14,0 13,6 3,6 -28,2 -19,9 -64,7 -52,6 -63,3Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,75 1,75 1,57 1,25 0,11 -1,70 -1,55 -2,27 -2,13 -2,47Investimento Direto Estrangeiro (US$ bilhões) 10,1 18,1 15,1 18,8 34,6 45,1 25,9 48,5 66,7 55,0Risco País (EMBI+) fi nal de período 463 382 311 192 221 428 197 189 190 150Taxa de câmbio (fi nal de período) R$ / US$ 2,89 2,65 2,34 2,14 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 1,85Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,07 2,93 2,43 2,18 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,86Desvalorização nominal ponta (%) -18,38 -8,13 -11,82 -8,66 -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,32 -1,38Desvalorização nominal média (%) 4,78 -4,75 -16,80 -10,56 -10,53 -5,82 8,89 -11,89 -4,85 11,06Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 47,1 54,0 62,1 85,8 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 384,8Dívida Externa Total Médio e Longo Prazo (US$ bilhões) 214,9 201,4 168,9 172,5 193,2 198,4 202,3 255,2 261,5 296,4Dívida Externa Líquida / Exportações 2,3 1,5 0,9 0,6 0,1 0,0 -0,2 -0,2 -0,4 -0,3Reservas Internacionais / Importações 1,0 0,9 0,8 0,9 1,5 1,2 1,9 1,6 1,6 1,6Rating Soberano Moody's B2 B1 Ba3 Ba2 Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 -Rating Soberano S&P B+ BB- BB- BB BB+ BBB- BBB- BBB- BBB -IBOVESPA - Pontos 22.236 26.196 33.456 44.474 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 -Resultado primário do setor público (R$ bilhões) 55,6 72,2 81,3 75,9 88,1 103,6 64,8 69,5 128,7 111,4Resultado primário do setor público (% PIB) 3,3 3,7 3,8 3,2 3,3 3,4 2,0 2,7 3,1 2,5Resultado nominal do setor público - sem câmbio (% PIB) -5,2 -2,9 -3,6 -3,6 -2,8 -2,0 -3,4 -2,5 -2,6 -2,0Dívida Líquida do Setor Público (R$ bilhões) 934 982 1.035 1.113 1.201 1.154 1.345 1.457 1.509 1.625Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 54,8 50,6 48,4 47,3 45,5 38,5 42,1 39,1 36,4 36,4

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Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida / Daniela Cunha de Lima /Igor Velecico / Thomas Henrique Schreurs Pires / Matheus Ribeiro Machado Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Bast / Andrea Marcos Angelo / Priscila Pereira DeliberalliAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara NegrãoEstagiários: Mirella P. Amaro Hirakawa / Priscila Monteiro Ortega / Ricardo Romano / Ana Beatriz Ract Pousada / Thiago Chaves-Scarelli / Andre Kengi Alves Hirata

Equipe Técnica

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