Consciencia e iluminação

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III Simpósio Fronteiras da Consciência Consciência e Iluminação Fausto Lyra de Aguiar 5 de maio de 2007 – Inap, RJ (rev 24/05)

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III Simpósio Fronteiras da Consciência

Consciência e

Iluminação

Fausto Lyra de Aguiar

5 de maio de 2007 – Inap, RJ (rev 24/05)

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Consciência e Iluminação são conceitos além da lógica e dos modelos mentais com que estamos habituadosVamos procurar construir esses conceitos ao longo da palestraProcurando:

– Ampliar o entendimento sobre fenômenos– Ir além do que nos imaginamos ser– Ir além do Ego– Conectar com a "Mente Pura"

Premissas

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"Estar no Presente” Importante No “aqui e agora” em “plena atenção”

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Pilares do Trabalho

Consciência e

Iluminação

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A Ciência1915: Einstein

“Teoria Geral da Relatividade”

- Mudou a visão newtoniana

- Deformação do “tecido do espaço-tempo”

1905: Einstein publica “Teoria da Relatividade Especial”Tempo e espaço não são absolutosMedidas de tempo e espaço - função da velocidade relativa entre observadoresCada observador tem tempo e espaço próprios

350 anos atrás

Descartes e NewtonMetáfora: “mecanismo de relógio” Realidade pensada e analisada em partes: fragmentação do todo; exemplo: Medicina: especialidades

Antiga lógica começa a separar-se do desenvolvimento científico- Campo eletro-magnético- Velocidade da luz constante, independente do observador

Século XIXSéculo XX

~ 1930: Mecânica Quântica - a “estranha realidade”

• Partícula e Onda• Entrelaçamento• O colapso das

possibilidades• O “Observador” e• O “Real”

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Afastamento cada vez maior entre a física e a lógica tradicionalConceitos novos surgindo a todo momento:- “Big Bang”, expansão inflacionária, oceano de Higgs,

branas, universo holográfico, vácuo cheio, cordas vibrantes, espaço de onze dimensões, não localidade, ...

De que é feito nosso Universo?- Partículas / Ondas (fótons, elétrons e quarks)- Matéria Negra, Energia Negra

O conceito do ObservadorA física se aproximando do que os grandes sábios viam em suas meditações

A Ciência

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Observem que ao longo do tempo:Temos um "diálogo interno" - permanentemteSão pensamentos “soltos”

Atuando a partir de “arquivos” já existentes no cérebro, na memória

Estes “arquivos” constituídos moldam a forma como: vemos, ouvimos, julgamos e filtramos- “isso é bom”, “isso é ruim”-“isso é certo”, “isso é errado”

Estamos em um contexto social que possui seus "paradigmas"

A Cognição

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CULTURA

FAMÍLIAVALORES

ESCUTA/PERCEBE

O MUNDO

EXPER.PESSOAIS

“FÓRMULAS”DE

SOBREVIVÊNCIA

Espermatozóide

CarmaÓvulo

A Cognição

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"Quem descobriu a água com certeza não foi um peixe"Pensamentos gerados por cultura, família, valoresInformações que vemos diz mais sobre nós do que a própria “realidade”Filtros modelam aquilo que vemosAgimos conforme estas CRENÇASO valor “científico” e “lógico” das informações é função do “conhecimento” em voga na sociedade

A Cognição: a Mente Ilusória

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Somos moldados por essas informações pré-existentes”Estamos sob controle desses “arquivos”Esse arquivo é herdado dos ancestrais pelos cromossomos e por informações trazidas pela consciência na concepçãoO novo ser combina as 3 fontes de informação

• O DNA do espermatozóide• O DNA do óvulo e• O Carma

Como as percepções são moldadas?

O Mund

o

MemóriaExperiênciasPessoais

CulturaValoresFamília

Conheci-mentos

A Cognição

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• O que tomamos por um objeto concreto é percebido como uma imagem mentalmente construída

• Suas características dependem de fatores externos e fatores subjetivos

• Os fatores subjetivos pertencem ao próprio processo de percepção, como emoções e desejos

• A imputação de conceitos sobre esse objeto em formação afeta sua construção perceptual

• Há uma mistura de conceitos e imagens mentais com o objeto observado pela percepção nua

Percepção-Concepção: Sujeito e Objeto

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Percepção e Concepção‘Sujeito e Objeto’ em cada momento de percepção

A moldagem da Informação

1º Momento 2º Momento

3º Momento

Julgamento“arquivo”/ carma

ConceitoImputado O que é

registradopela mente

ilusória

O Objeto

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• Analítico, linear, temporal, seqüencial

• Dominante em nossa cultura

• Foco específico• Sobrevivência (lutar

ou fugir), linguagem, auto-imagem

• Julga as informações com base em arquivos pré-estabelecidos - sistema de crenças

O Cérebro Esquerdo

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• Focado no todo, percepção ilimitada

• Não julga, não tem medo, é criativo e espacial

• Onde aparecem os “insights”

• Os grandes breakthrough’s científicos

• As visões dos místicos

O Cérebro Direito

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O “presente” está no lobo frontalQuando concentramos energia nesse local os “arquivos” perdem efetividade– Com treino meditativo pode-se estar no

“presente”– Sem esse treino há um meio simples:

• Focar energia nas áreas adjuntas aos ossos frontal e occipital

– Vamos fazer essa ‘experiência’?

O Cérebro: Estar no Presente - ‘Experiência’

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É a experiência dos “olhos da mente e do espírito”A meditação permite:

- Ter o insight dos estados mais elevados de consciência

- Ter percepção da ‘mente pura e cristalina’- Estar no eterno presente”

- Sem a experiência da meditação– Ficamos sem base– Sem compreensão

Meditação

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Muitas maneiras de meditar- Cada um deve procurar a

suaPode variar com a idadeExemplos:

– Jovem: Zazen– Meia idade: Dançar– Terceira idade: “Plena

atenção”Osho dizia:

– deve-se meditar todo o tempo

– A ‘plena atenção’Plena Atenção é estar com a atenção concentrada no que se estiver fazendo, no “aqui e agora”

Meditação

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Lá está o contato com a Existência, com Deus, com o Tao, com Buda

Cérebro e coração parecem trabalhar em conjunto

Na China o coração é considerado a sede da

mente: - 心 No ‘caminho da iluminação’ o meditador precisa conseguir percepções e concepções válidas

Enquanto nossas percepções e concepções forem moldadas pelo “carma” estaremos sendo guiados por ele

Meditação, Cérebro e Coração

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Depois das questões urgentes da vida cotidiana:- saúde, amor, estudos, carreira, trabalho e dinheiro,

Aparece a questão espiritual– O que somos?– O que viemos fazer neste mundo?

Religião e Religiosidade

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Religião e Religiosidade

Mestre Osho• Distinguia

religião de religiosidade

• A busca pela religiosidade deve ser constante

• Plena atenção, a porta do divino

Santo Agostinho• Falava da

“Cidade de Deus” X “Cidade dos Homens”

• Cidade de Deus: atingida pela fé, pela introspecção no próprio divino

Buda• Estar presente• Além do ego,

das circunstâncias, do mundo das ilusões, desejos e apegos

• Não dualidade• A ‘Mente

Única’, o ‘Um Coração

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Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em:• Busca religiosa, com práticas ascéticas e

disciplinas mentais, conhecidas por “ioga” Alcançou duas concentrações iogue1. O estado de “nada” e2. O estado de “nem percepção nem não

percepção”• As sétima e oitava dhyanas

(concentração / meditação) Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo

• que ensinava que esses estados de meditação liberariam das aflições do mundo

Budadarma: Experiência de Shakyamuni

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Ao perceber que as práticas ascéticas da época (jejum, mortificação do corpo) enfraqueciam a mente

– Criou o Caminho do Meio– Nem luxo nem ascetismo

Então, sentou-se sob árvore “bodhi” (iluminação) fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo

– Episódio do ataque de Mara• A iluminação ocorre após

– As oito dhyanas, e– A eliminação dos conceitos de ‘eu’ e

‘meu’21

Budadarma: Experiência de Shakyamuni

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1º estágio de dhyana: pensamento aplicado, visando desapego e alegria

2º estágio: concentração, coração sereno, isento de pensamento aplicado

3º estágio: a mente equilibrada, em atenção consciente; alegria

4º estagio: nem doloroso nem prazeroso – na total pureza da

mente atenta.

Os Níveis Tradicionais de Meditação na Iluminação de

Sidarta Gautama

A Visão da Iluminação do Budana Tradição Budista

Níveis de Consciência

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5º estagio: além de percepção de forma, ‘vendo’ o “espaço sem fim”; permanece na ‘estação de espaço ilimitado.

6º estagio: além da ‘estação de espaço ilimitado, ‘vendo’ ‘consciência sem fim’, permanece na realização da ‘estação de consciência ilimitada’.

7º estagio: além da ‘estação de consciência ilimitada’, ‘vendo’ ‘não há nada’, ele permanece na realização da ‘estação de realmente nada’.

8º estagio: além do ‘campo de realmente nada; permanece na realização da ‘estação de nem percepção nem não percepção’.

Os NíveisTradicionais de Meditação na Iluminação de

Sidarta Gautama

A Visão da Iluminação do Budana Tradição Budista

Níveis de Consciência

Então, Sidarta elimina pela raiz todo sentido de “eu” e ‘meu’, deixando de existir como “pessoa”; torna-se o

Buda Shakyamuni

Page 24: Consciencia e iluminação

Então, para a iluminação seria necessário:

Obter os 8 níveis de meditação, as 8 Dhyanas

Entrar no “Caminho de Ver”, com percepções

válidas que duram mais que um momento

Mas, ainda sem remover a concepção da

existência inerente dos fenômenos

Inata aos seres desde o tempo sem começo

Iluminação e as Duas Verdades

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Page 25: Consciencia e iluminação

No nível seguinte, o “Caminho da Meditação”:

1º - Fenômenos – inclusive o self - parecerão

existir inerentemente,

2º - Até que, quando todas as concepções inatas

de existência inerente são removidas,

3º - O meditador obtém o “Caminho de Não Mais

Aprendizado”; tornou-se um Buda

Iluminação e as Duas Verdades

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Quando todas as concepções inatas de existência inerente são removidas, as duas verdades(1) A verdade convencional – a aparência convencional de fenômenos, inclusive as idéias de ‘eu’ e ‘meu’, e (2) A verdade fundamental – o vazio de todas as coisas e ausência de self (ou ego ou personalidade)

São vistas simultaneamente (onisciência) Não há mais distinção entre o período de meditação e o período de não meditação Todas as cognições Búdicas são diretas e válidas

Iluminação e as Duas Verdades

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Consciência e seus Níveis

Bege 0 a 1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência

Púrpura 1 a 3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico

Vermelho 3 a 6 - Egocêntrico, heróico, poder, mundo selva

Azul 7 a 10 - Mítico, rebanho, certo x errado, religião, membro, viver pela regra

Laranja 12 a 14 - Científico, sucesso individualista, ganhos materiais, objetivo

Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia

Amarelo Integrativo, flexibilidade, espontaneidade, conhecimento, competência

Turquesa 25/30 - Holístico, sentimento, conhecimento, espiritualidade

(Estudos Ocidentais; Wilber, Beck e Cowan) 27

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Consciência e seus Níveis

Testemunha Dual

Sujeito e objeto diferenciados

Equanimidade Unicidade - o Um igual ao Todo e vice versa

Testemunha Não Dual

Nem isso nem aquilo – sujeito e objeto indiferenciados

OM Nem dual nem não dual, isso, suchness

Mente Única A grande mente onde tudo surge e cessa

A visão oriental: em geral, depois dos 40 anos essa busca se inicia28

Page 29: Consciencia e iluminação

8. Turquesa (holístico)7. Amarelo (integrativo)6. Verde (pluralista)5. Laranja (científico)

4. Azul (mítico)3. Vermelho (egocêntrico)

2. Púrpura (animista)1. Bege (instintivo)

Níveis de Consciência Adotados 13. A Mente Única (onde tudo

surge e cessa) – o Um Coração12. Om (nem dual nem não dual) 11. Testemunha Não Dual (sujeito

e objeto indiferenciados)10. Equanimidade (unicidade) 9. Testemunha Dual (sujeito e

objeto diferenciados)

Wilber, Beck e Cowan (*)

(*) Integral Psychology e Spiral Dynamics

KW, Budadarma eExperiência Própria

Consciência E Seus Níveis

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Níveis de Consciência em Memes(meme - grupamento humano que tem

a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)

Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder

Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder

Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder

Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder

Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder

Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder

Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder

Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1%

(Wilber, Beck e Cowan)

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O que acontece depois de se chegar aos estados mais elevados de consciência? Será que chegamos à iluminação?– É provável que não!- Essa experiência é geralmente localizada- Com o tempo vão aparecendo outros estresses, dentre as inumeráveis dislexias que trazemos no ‘arquivo’, que nos trazem para níveis mais baixos

Andando no “Caminho”, usando a “plena atenção” vamos ficando cada vez mais estáveis nos níveis mais elevados, mas esse caminho é longo eEm cada estado almejado descobrimos que há algo mais adiante

Afinal qual é o objetivo?Onde queremos chegar?

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Page 32: Consciencia e iluminação

Podemos voltar a níveis mais baixos– porque estão incorporados a nossa estrutura e– podem ser chamados a atuar dependendo das circunstâncias

Desde o nascimento crescemos partindo do nível bege (instintivo) em direção aos níveis mais elevados, Em cada um dos níveis– a visão do mundo é feita através dessa perspectiva– que é diferente de quem estiver em outro nível– isso é razão de muitos desencontros

A experiência do Buda diz que– somente a eliminação da idéia de “eu” e “meu”,

que nos é inata, leva à iluminação

Afinal qual é o objetivo?Onde queremos chegar? *

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Page 33: Consciencia e iluminação

Buda: seus ensinamentos não incluem um Deus criador do universo como nas religiões “judaico - cristã - islâmica”Sua metáfora mais próxima é a Mente Única (o Um Coração 一心 )O conceito de self e outros fenômenos são manifestações (ou flutuações) desta menteO termo Consciência Universal poderia ser usada como metáfora desse “Um Coração” Os ‘nomes sagrados’ como Deus, Jeová, Alá, Brahman, Shiva e mesmo Iluminação, estão carregados de estresse emocional e energéticoÉ preciso meditação para melhor aceitar os aparentes conflitos de crença entre seus seguidoresDeus ou (o Um Coração 一心 ) é um só, qualquer que seja a metáfora usada

Deus e Mente Única 一心

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O estado “normal” é o da mente límpida sem pensamentos; pensar é um ato autônomoO “normal” parece sem graça para a mente ilusória e seu gosto pelo drama!Na tranqüilidade da mente búdica, não há– felicidade ou infelicidade– pesar nem desespero, nem ansiedades– nem tragédias, nem ciúmes, nem amores, nem

ódios, nem ânsias de poder, nem desilusões– nem gols do Flamengo, nem novela da Globo, nem

BBBÉ o interesse pelo carnaval (bhava) – bom ou ruim – que nos faz ficar (ou voltar) para a mente ilusóriaSofrimento e alegria são dualidades de mesma natureza; pertencem a mesma festa de carnaval

Qual a principal dificuldade paraalcançar a Iluminação?

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Page 35: Consciencia e iluminação

A energia do corpoSem ela o corpo é mortoO momento da morte é o momento em que a consciência deixa o corpo

O fantasma na máquinaNo Mahayana (*), o primeiro momento de consciência, antes que se misture com os conceitos pré-existentes na mente ilusória - o CarmaA consciência que encarna é chamada de Alma (judaico cristãs); Carma (Budadarma)Talvez só exista informação e a matéria um mito

• * Budismo Mahayana

O que é Consciência? Reflexões:

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Page 36: Consciencia e iluminação

1º - Em “plena atenção”,

2º - Simultaneamente nas “Duas Verdades” –

a Fundamental e a Convencional

3º - Tendo eliminado pela raiz qualquer idéia de

eu, meu, mim

4º - No espaço onde tudo surge e cessa 一 心

O que é Iluminação? Reflexões:

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Page 37: Consciencia e iluminação

Sugestões de percurso:

1º - Estando em “plena atenção”2º - Ter coragem para “parar e ver” – meditação e

insight3º - Encontrar um Mestre4º - Evitar processos que reforcem ego e

personalidade5º - Ir pouco a pouco subindo nos níveis de meditação

e de consciência

6º - Chegar à “Mente Única” 一 心7º - Encontrar as “Duas Verdades” 8º - Eliminar pela raiz qualquer idéia de eu, meu, mim

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Qual o Caminho para a Iluminação?

Page 38: Consciencia e iluminação

– A mente cada vez mais quieta, no aqui e agora

– Diminuição progressiva de sofrimentos ligados ao ego• Ciúme, inveja, cobiça, ressentimento, raiva• Visões de poder e similares da “mente

ilusória”– A pessoa opera com atenção plena, com

percepções e concepções cada vez menos moldadas

– Pensa no presente; livre de conceitos e formulas pré-existentes na mente ilusória

Experiência Fruto do Crescimento

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Page 39: Consciencia e iluminação

Visão das Grandes Tradições

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Visão Budista Os Povos da Bíblia

- Não há dificuldade em relação a morte

- O conceito de sofrimento está ligado ao carma (ações no passado)

- Eliminação do “ciclo de nascimento e morte”,

- A reencarnação do carma é a questão principal

- Os infernos aparecem através do carma; inclusive onde renasce, de que pais, com que habilidades

• Percebem tudo que é ‘bom’ ou ‘mal’ com relação a regras ditadas por Deus

• A figura todo poderosa de um Deus e o medo de Deus

• A oração - encontro com Deus (pedidos)

• Ressurreição do corpo; vida eterna após a morte no céu ou no inferno

• O medo da morte

Page 40: Consciencia e iluminação

- Lembrando que iluminação é difícil e deve-se estar preparado para um período longo de “ficar cada vez melhor”,

- E que meditação é condição necessária para uma vida mais plena, podemos concluir:

“Quando você descansa na clareza cristalina da percepção sempre presente, você não é Buda ou Bodhisattva, você não é isso ou aquilo, você não está aqui ou acolá; quando você relaxa na simples percepção eternamente presente, você é o grandioso não-nascido, liberado de quaisquer qualidades”.

Ken Wilber, The Eye of Spirit

Conclusão

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Page 41: Consciencia e iluminação

Sutras Budistas (tradução de F. Aguiar)- Sutra de Hui-neng (3 versões)- Sutra Lótus- Sutra Coração- Os Três Sutras da Terra Pura- Sutra Vimalakirti- Sutra Sandhinirmorcana- Sutra Avatamsaka – A Escritura do Ornamento de Flores

- Livro 1 a livro 24- Livro 31 a livro 36

Uma Psicologia Budista–Introdução ao livro ‘As Setenta Stanzas’ de Nagarjuna, David Komito, PhD

Palestras de Osho Integral Psychology, K. Wilber Uma Nova e Milenar Maneira de Ver a Vida – F. Aguiar

Fontes Principais

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Page 42: Consciencia e iluminação

Anexos

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Níveis Emocionais e de Consciência

• Níveis Emocionais

• Aceitação x Oposição• Disposição x Apatia ou

Raiva• Segurança x Vergonha• Igualdade x Culpa• União x Separação• No presente x Ausente

Níveis de Consciência

•OM•Testemunha Não Dual•Equanimidade•Testemunha Dual•Causal (êxtase, sida)•Sutil (amor incondicional)•Coral (mente psíquica)•Turquesa (holístico)•Amarelo (integrativo)•Verde (pluralista)•Laranja (científico)•Azul (mítico)•Vermelho (egocêntrico)•Púrpura (animista)•Bege (instintivo)

Os Espaços

Om, Mente Única e Buda

são usados para

auxiliar na “Cura”43

Page 44: Consciencia e iluminação

Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em– Busca religiosa, com práticas ascéticas e disciplinas

mentais– Conhecidas por “ioga”

Alcançou duas concentrações iogue1. O estado de “nada” e2. O estado de “nem percepção nem não percepção”- As sétima e oitava dhyanas (concentração / meditação)

Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo

– que ensinava que esses estados de meditação liberaria das aflições do mundo

A Experiência de ShakyamuniO Budadarma

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Page 45: Consciencia e iluminação

Logo, tentou purificação com jejum e– Percebeu que isso enfraquecia a mente– Criou o Caminho do Meio

Então, sentou-se sob de árvore “bodhi” (iluminação)– Fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo– Logo Mara atacou tentando Shakyamuni ou teria

recebido impulsos derivados de seu próprio instinto de viver; ameaçado por seu voto de imobilidade

Após a oitava dhyana, seguiu-se:– Na 1a vigília da noite, viu suas vidas passadas; como

uma fita de cinema de sua biografias

A Experiência de ShakyamuniO Budadarma

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Page 46: Consciencia e iluminação

Na 2a vigília, viu todo o universo de nascimento e morte– Viu a morte e renascimento de todos os seres– Viu os cinco domínios em que os seres poderiam renascer– E isso seria resultado de suas próprias ações– Seus renascimentos seriam determinados por seus

carmas (ações) Na 3a, viu as “Quatro Nobres Verdades”, os “Doze Elementos da Originação Dependente” e o “Nobre Caminho Óctuplo”

– Formulações de solução lógica para a lei do carma e– A verdade do não self, que é a percepção fundamental

que leva a iluminação Na 4a vigília, obteve onisciência e, quando o sol nasceu, não era mais Shakyamuni, mas ‘um Buda’, ‘um iluminado’ Essa experiência é a base de seu ensinamentoA historia subseqüente do Budadarma é uma progressiva explicação e interpretação dessa experiência

A Experiência de ShakyamuniO Budadarma

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Page 47: Consciencia e iluminação

Causalidade e suas implicações

Não no sentido físico mecanicista ocidental onde a ação de um objeto provoca a ação de outro objeto; ex. bilhar

Essa causalidade é a “originação dependente”:Quando isso está presente, isso vem a ser;Do surgimento d’isso, isso surge.Quando isso está ausente, isso não vem a ser,Na cessação d’isso, isso cessa.

“Depende” é a palavra chave; seria incorreto dizer que ‘nome e forma’ causa os ‘seis campos dos sentidos’

Mas, a forma (matéria) é necessária para o aparecimento dos sentidos

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 48: Consciencia e iluminação

1. Ignorância2. Formações Cármicas3. Consciência4. Nome e Forma5. Seis Campos dos Sentidos6. Contato7. Sentimentos8. Desejo9. Ganância10. Vir a ser (bhava, carnaval)11. Nascimento12. Morte, tristeza, sofrimento

Representam os vários ‘aspectos do ser humano em conjunção com seu ambiente’; é um todo dinâmico; os skandhas são estáticos O sistema funciona em círculo Bhava – os 3 níveis de realidade ou modos de existência; os domínios do desejo, forma e não forma – o gosto pelo “carnaval”

Os Doze Elementos da Originação Dependente - Pratitya samutpada

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Page 49: Consciencia e iluminação

Cada elemento depende do anterior Começando a descrição desde o 4º até o 7º elemento: O 4º elemento é identificado como ‘nome e forma’, que é

o termo técnico Budista para a entidade psicológica chamada “uma pessoa”

‘Nome’ identifica consciência e seus vários aspectos ‘Forma’ identifica matéria e seus vários aspectos Em ‘nome’ estão os agregados (skandhas) de:

Sentimento, percepção, formações cármicas e consciência

Isto é, todos os aspectos imateriais de um ser O 5º - “os seis campos dos sentidos” ou ‘portões’ ou

‘entradas’; os seis campos pelos quais a consciência opera

São os campos do olho, ouvido, nariz, língua, corpo (sensos táteis) e mente

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 50: Consciencia e iluminação

Mente é um órgão cujos objetos são conceitos, imagens mentais e outros sentidos de consciência; o conceito de “mim”; a imagem de uma pessoa - identificada como “eu”

O 6º é “contato”, isto é, a JUNÇÃO de um objeto de percepção, um órgão dos sentidos e uma consciência; um olho, uma forma material e uma consciência visual.

O 7º - é identificado como “sentimentos”, podendo ser agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos

Há 6 classes de sentimentos, conforme o órgão dos sentidos do qual depende

O fenômeno sentimento surge em dependência do fenômeno contato, o fenômeno do contato surge em dependência do fenômeno de um campo de sentidos e o fenômeno de um campo dos sentidos surge em dependência do fenômeno ‘nome e forma’, o ser psicológico!

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 51: Consciencia e iluminação

O 8º - Desejo surge em dependência de contato e ganância surge em dependência de desejo

Nós desejamos experiências sensoriais agradáveis e cobiçamos sua continuação; para experiências dolorosas desejamos cessação

Buda viu que todos os fenômenos surgem e cessão Desejamos que o agradável permaneça e que o

desagradável cesse; e nos apegamos a ambos Daí surge o 9º elemento - ganância ou apego - por objetos

e sentimentos Esse apego ao carnaval é função do desejo por objetos

dos sentidos e dos prazeres ou sofrimentos associados Esse ciclo de desejar o transitório é a natureza de nossa

existência; é o 10º elemento ‘vir a ser’ (bhava; apego ao carnaval)

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 52: Consciencia e iluminação

Esse ciclo de desejos é apropriado pelo “Eu”; um conceito que é objeto do órgão dos sentidos “Mente”

O ‘vir a ser’ (bhava; atração pelo “carnaval”; os modos de existência, os domínios do desejo, forma e não forma) não começou nessa vida em, nem acaba com ela

Buda viu sua própria serie de vidas sem começo e o continuum de vidas dos seres sencientes

Esse contínuo de vida depende do apego à continua existência do “EU”, com suas experiências dos sentidos

Por isso, após uma vida obtém-se outra Como o que quer que nasça irá morrer; ‘nascimento’

ocorre em dependência de ‘vir a ser’ e, na dependência de nascimento está ‘morte’.

A noção de que esse apego pela existência continuada de um self, isto é da experiência de “mim mesmo”, poderia levar a um novo nascimento é particularmente estranha à mente judeu-cristã. Como explicar?

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 53: Consciencia e iluminação

A coisa mais próxima de “uma pessoa é “nome e forma” Buda ensinou que ‘nome e forma’ (o 4º) se origina em

dependência do 3º – ‘consciência’; nenhum corpo (forma) poderia existir sem consciência, porque estaria morto

Sono é considerado como sendo total desatenção aos objetos dos sentidos, isto é, consciência de nada e, não a não existência de consciência

Consciência não é experenciada sem influencias de experiências prévias, que deixam traços na memória que moldam a consciência

Por isso, ‘consciência (3º)’ depende do 2º elemento, ‘disposições’ ou ‘formações cármicas’

Os traços deixados por ações anteriores (carma) somam ao formar a consciência

Porque para o não iluminado a percepção nunca é “consciência crua” sem influência de ações passadas

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 54: Consciencia e iluminação

As ‘formações cármicas’ surgem em dependência do 1º elemento, ‘ignorância’

Ignorância significando desconhecimento da natureza real - ou o estado existencial dos fenômenos internos e externos

Devido as experiências passadas (carma, DNA’s), coisas e fenômenos são interpretados e

Se reage a eles dentro de um contexto de desejo e aversão; onde se superestima seus aspectos atrativos e repulsivos

As pessoas não vêem as coisas como elas são, mas de forma distorcida e de forma habitual

Por isso, a consciência que surge em dependência das ‘formações cármicas’ é distorcida pela ignorância

• Essa ignorância profunda não depende das experiências de uma única vida, mas sim de múltiplas vidas e por isso,

• Depende dos elementos anteriores (11º e 12º), ‘nascimento’ e ‘morte’

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 55: Consciencia e iluminação

Os prazeres e sofrimentos dessas vidas deixam traços que distorcem a consciência; a contração em relação ao desagradável e a cobiça pelo agradável

Os principais traços são a dor do parto, o terror da morte, envelhecer e ficar frágil

Coisas agradáveis são buscadas com desejo que superestima os prazeres e seguidas por constante medo de perda

Os doze elementos descrevem o desenrolar da existência de seres de forma dinâmica

Vida após vida, os seres se apegam a satisfações transitórias de maneira ignorante

A ganância depende da ignorância (entendimento incorreto da natureza real dos fenômenos) e sua conseqüente atração ou aversão para com esses fenômenos

É a ganância que impele os seres para o fluxo de renascimento

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 56: Consciencia e iluminação

Buda viu os seres circulando sem fim por essa existência cuja natureza é descrita pelos doze elementos, momento a momento; a isso chamou de samsara

Buda também viu a saída do ciclo: Cada um dos doze elementos é condição da qual os

demais dependem Se qualquer uma delas for destruída, todo o ciclo

cessará A cessação desse ciclo é o nirvana

Buda também viu a verdade do não self: A ‘coisa’ mais próxima de uma pessoa é nome e forma (4º);

matéria é composta dos “quatro grandes elementos”: terra, ar, fogo e água (talvez quarks, elétrons, fótons e espaço)

Quando percebemos algo, é essa forma que estamos percebendo; a base física de “uma pessoa”; o corpo

“Nome” é a ‘consciência’ que faz ‘o perceber das formas’; é o que é entendido como “mente”

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 57: Consciencia e iluminação

O corpo é um composto de fatores: sentimentos – agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos; percepções – seis, conforme a base dos órgãos dos sentidos; formações cármicas – traços de experiências passadas mais características básicas de atenção e memória e consciência bruta, nua - atenção pura ainda não moldada pelas formações cármicas ou percepções

O conceito de skandha - os cinco “agregados” da mente ilusória em que se baseia a ilusão de uma individualidade separada - são formas, sensações, percepções, formações cármicas (ou atividade) e consciência

Os skandhas se referem ao perceber dos objetos (não aos órgãos como nos elementos) e a consciência skandha é consciência considerada no abstrato, sem moldagens

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 58: Consciencia e iluminação

O sistema skandha é estático e analítico; descreve os componentes que fazem ‘uma pessoa’

O sistema dos doze elementos é dinâmico – descreve como os skandhas interagem ao longo do desabrochar da existência humana - e como afetam um ao outro no tempo

Em nenhum local da descrição dos skandhas encontramos referência a uma pessoa; pode-se identificar um pensamento subjetivo “EU” dentro desse sistema como uma memória ou um nome, caindo no skandha de formações cármicas

Também pode-se identificar o pensamento “EU” como um objeto de percepção do sentido “mente”, em cujo caso cairia no skandha de percepção

Em nenhum lugar pode-se encontrar um órgão ou entidade que seja um ‘eu’ ou ‘self’ real

É esse self que só pode ser encontrado como um rótulo aplicado a experiências subjetivas, que é identificado pelo Buda como o não self de uma pessoa

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 59: Consciencia e iluminação

Há um “Eu” subjetivo, mas não há nenhuma pessoa real para agir como um equivalente para o conceito “Eu”

Todos usamos o rótulo “Eu” e todos experimentamos um “Eu” como sujeito aparente de “nossas” experiências

Mas, se houvesse um self ou pessoa ou ser que corresponda ao sentido subjetivo de “Eu”, então deveria ser encontrado na analise do ser humano, feita através dos 5 skandhas

Se o skandha da forma for removido, um self será encontrado? Ou se o skandha da consciência for removido, um self será encontrado?

Onde se olhar dentro dos 5 skandhas nenhum self real é encontrado, somente uma idéia de um “Eu”, imaginado como self

A essência da ignorância é acreditar self existe no cerne dos seres e se agarrar a ele; é a razão pela qual ‘seres’ renascem

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 60: Consciencia e iluminação

A crença da existência de algo que atende pelo rótulo “Eu” ou a experiência “mim” é apenas um caso especial do hábito ignorante geral de acreditar que haja entidades reais de qualquer natureza

Ou objetos de referência para quaisquer rótulos e que carreguem as características atribuídas a elas por esses rótulos

É a destruição dessa crença ignorante e distorcida que ‘self’s e coisas’ são o que parecem ser que quebra a cadeia dos doze elementos e trás o nirvana

Todos elementos surgem em dependência da ignorância, que é primariamente a crença num self

Então com a cessação dessa crença incorreta: todo o complexo dos doze elementos se quebra os cinco skandhas não têm mais nenhuma base onde se

juntar renascimento para e sofrimento cessa

Causalidade e os Doze Elementos

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Page 61: Consciencia e iluminação

A doutrina fundamental do Budismo enunciado pelo Buda Shakyamuni em seu primeiro sermão (Dharma cakra pravartana sutra) ensina que:

1. Duhkha - toda existência é frustrante e sofrida2. Samudaya (surgimento) – sofrimento surge devido ao desejo

por sensações e experiências prazerosas3. Nirodha (cessação) – é possível livrar-se do sofrimento e

conseguir nirvana4. Marga - existe uma maneira de atingir este objetivo,

Consiste de 8 fatores que coletivamente podem levar ao Nirvana – o Nobre Caminho Óctuplo

As Quatro Nobres Verdades

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Page 62: Consciencia e iluminação

• 1. Visão Correta – aceitação do Ensinamento (Darma); relacionado com insights e prajna

• 2. Decisão Correta – ter perspectiva positiva; determinação pela iluminação

• 3. Fala correta – falar de forma positiva e produtiva, em lugar de mentir, enganar ou ferir;

• 4. Ação correta – manter os 5 preceitos básicos; proibindo matar, roubar, má conduta sexual, mentir e usar drogas

• 5. Meio de vida correto – evitar profissões que possam ferir a outros

• 6. Esforço correto – dirigir a mente para religiosidade; nutrir os estados saudáveis da mente

• 7. Plena atenção correta – estar todo o tempo presente e atento,no que estiver fazendo, pensando ou sentindo

• 8. Meditação correta – treinar a mente para alcançar o estado de atenção focada necessária para entrar nas 8 dhyanas

Grupamentos: (1) e (2) – Insight (prajna; sabedoria); (3) a (5) – Moralidade (sila); (6) a (8) – Meditação (samadhi)

O Nobre Caminho Óctuplo

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Page 63: Consciencia e iluminação

CAMPO OBJETIVO CONSCIÊNCIA ÓRGÃO DOS SENTIDOS

Formas Consciência Visual Olho

Sons Consciência Auditiva Ouvido

Cheiros Consciência Olfativa Nariz

Paladares Consciência de Sabor Língua

Tangíveis Consciência Tátil Corpo

Conceitos Consciência Mental Mente

Consciência e Percepção no Budismo

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Page 64: Consciencia e iluminação

Uma percepção ocorre quando há contato entre um órgão dos sentidos, um objeto em seu campo e consciência; por exemplo

Ver: contato entre forma - olho - consciênciaEsses três – órgão, objeto e campo de consciência -

surgem e cessam juntos ao longo da seqüência de momentos

Um momento é um pequeno intervalo de tempo; diz-se que há 65 desses momentos no ‘estalar um dedo’

A tabela parece identificar seis tipos de consciência; mas, há apenas uma consciência fundamental a “consciência primária”, ou “consciência”.

Consciência e Percepção no Budismo Mahayana

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Page 65: Consciencia e iluminação

Shariputra pergunta à AvalokiteshvaraComo deveria treinar quem deseja se engajar na prática da

perfeição da sabedoria?”A resposta resumida:• Os cinco agregados são vazios de existência intrínseca• Forma é vazio, vazio é forma, vazio não é outro que

forma, forma também não é outro que vazio• Da mesma forma, sentimentos, percepções, formações

mentais e consciência são todos vazios• Todos os fenômenos são vazios e sem características

definidoras• Não nascem, não cessam, não são deficientes, não são

completos

Sutra Coração (resumido)

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Page 66: Consciencia e iluminação

• No vazio não há forma, nem sentimentos, nem percepções, nem formações mentais, e nem consciência• Não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, nem mente• Não há forma, som, cheiro, sabor, textura ou objetos

mentais• Não há ignorância, não há extinção de ignorância, não há

envelhecimento e morte, nem extinção de envelhecimento e morte

• Não há sofrimento, origem, cessação ou caminho• Não há sabedoria, nem realização, nem não realização

• Mantra:Tadyatha gaté gaté paragaté parasamgaté bodhi svaha!

Sutra Coração (resumido)

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Page 67: Consciencia e iluminação

67

• “Da mesma maneira, sentimentos, percepções, formações mentais (atividades) e consciência são todos vazios”.

• Perceber o isso (suchness) de todos os fenômenos é a verdade fundamental sobre a natureza da realidade.

• As duas verdades (convencional e fundamental) são dois aspectos de uma única realidade 

• A pessoa pode perceber diretamente a ausência completa de realidade independente em todas as coisas e eventos

• Em tal estado, não há formas, nem sentimentos, nem sensações, nem percepção, nem formações mentais, ou seja, nada mesmo!

• Para uma pessoa imersa na realização direta do vazio, características como originação e cessação - ou qualquer dualidade – não são encontradas

Conselho: Não se baseie meramente no entendimento intelectual, mas na experiência direta

Sutra CoraçãoComentários do Dalai Lama

Page 68: Consciencia e iluminação

1. Alegria Extrema– Fazem as práticas dos seres iluminandos e

beneficiam os seres sencientes com alegria; desenvolvem raízes de bondade; foco nos votos

2. Pureza– Honestidade total, seguindo o caminho do insight

correto para o domínio da realidade; remoção de todos aviltamentos

3. Refulgência– Realizam as oito dhyanas; plena atenção correta;

desapego; comprometimento com a iluminação

( ‘Escritura do Ornamento de Flores’)

Os Dez Estágios de Iluminaçãodos Seres Iluminandos

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Page 69: Consciencia e iluminação

4. Fulgor– Entrando na luz do Darma; atenção; concentração; fé;

cooperação; energia; mente pura– Igualdade; imparcialidade; equanimidade;

entendimento das duas verdades, a convencional e a fundamental

6. Difícil de Conquistar– Participar do mercado com profissões mundanas;

desenvolver seres sencientes7. Presença

– Entrando no Ensinamento profundo; equanimidade; não dualidade de existência e não existência de todas as coisas; vendo coisas por sua natureza intrínseca; analise de ignorância; prajna

Os Dez Estágios de Iluminação

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Page 70: Consciencia e iluminação

7. Indo Longe– O Caminho, meios expedientes, intenção pura; prajna;

não dualidade da essência de ser e não ser; todos elementos de iluminação são cumpridos momento a momento

– Parecem praticar os caminhos de não budistas e seguem ocupações mundanas

8. Imóvel- Todos os elementos acima são executados sem esforço;

contemplação em prajna; foco no Caminho BúdicoOs níveis(9) Mente Boa e (10) Nuvem de Pensamento

– são aprofundamentos na onisciência

Os Dez Estágios de Iluminação

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Page 71: Consciencia e iluminação

Níveis Emocionais e de Consciência

Níveis Emocionais

Aceitação x OposiçãoDisposição x Apatia ou Raiva

Segurança x VergonhaIgualdade x CulpaUnião x Separação

No presente x Ausente

Níveis de Consciência

OMTestemunha Não Dual

EquanimidadeTestemunha Dual

Causal (êxtase, sida)Sutil (amor incondicional)

Coral (mente psíquica)Turquesa (holístico)

Amarelo (integrativo)Verde (pluralista)

Laranja (científico)Azul (mítico)

Vermelho (egocêntrico)Púrpura (animista)Bege (instintivo) 71

Os Espaços

Om, Mente Única e Buda

são usados para “cura”

Page 72: Consciencia e iluminação

Níveis de Consciência em Memes(meme - grupamento humano que tem

a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)

Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder

Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder

Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder

Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder

Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder

Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder

Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder

Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1%

(Wilber, Beck e Cowan)

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Qualquer assunto – aprendizado, amor, sexo, dinheiro, trabalho, sucesso, felicidade, iluminação - pode ser fonte de estresse e desequilíbrio energético Utiliza-se sistema holístico com base em bio-feedback para determinar dislexias que forem prioridades para o corpo da pessoa Como as respostas são binárias é necessário ter listagem de dislexias para nomear as prioridades Conhecendo-se e medindo-se esses estresses é possível desativá-los Os métodos para desativação podem ser vários, desde que o facilitador tenha intimidade com eles O sistema Terapia do Swami Amano pode ajudar nessa tarefa, com suas tabelas de estressores e o uso de bio-feedback

Bio-feedback , Estresse e Terapia

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