Consciência e verdade
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Filosofia
8as séries
Adeilsa Ferreira
Consciência e verdade
“Todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer.”
Aristóteles, Metafísica
Conhecimento
É o pensamento que resulta da relação que se
estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido
Pode designar o ato de conhecer, enquanto
relação que se estabelece entre a
consciência que conhece e o mundo conhecido
Sujeito(consciência que conhece) + Objeto (mundo a ser
conhecido) = relação estabelecida (conhecimento)
A apreensão do conhecimento não se dá de maneira mecânica e uniforme, ela é produzida, também, na reflexão, no questionamento sobre o que se quer conhecer. Podendo ser obtido através da racionalidade ou da intuição.
A intuição é um pensamento que se faz presente sem que tenhamos controle sobre ele e ela pode ser dividida em três formas:
Como se obtém o conhecimento
Intuição sensível: é o conhecimento imediato que nos é dado pelos órgãos dos sentidos: sentimos que faz calor; vemos que a blusa é vermelha: ouvimos o som de um instrumento.
Intuição inventiva: é a do sábio, do cientista, quando repentinamente descobrem uma nova hipótese, um tema original. Também na vida diária enfrentamos situações que exigem soluções criativas, verdadeiras invenções súbitas.
Intuição intelectual: é a que se esforça por captar diretamente a essência do objeto. Por exemplo a descoberta de Descartes do cogito (eu pensante) enquanto primeira verdade indubitável.
O primeiro princípio encontrado por Descartes com caráter de indubitabilidade (verdadeiro) é a ideia de Cogito, de eu pensante: mesmo que todos os seus conhecimentos sejam duvidosos ou errados, mesmo que não consiga ter certeza de nada e que todos os pensamentos sejam errados, não pode duvidar de que está a pensar e que, como tal é uma coisa pensante (res cogitans): se pensa (quer o faça com correção ou com erro), então é ou existe (cogito ergo sum) enquanto tal, enquanto ser pensante.
A teoria do conhecimento é uma disciplina filosófica que investiga quais são os problemas decorrentes da relação entre sujeito e objeto do conhecimento, bem como as condições do conhecimento verdadeiro.
O conhecimento pode ser teorizado?
Teoria do conhecimento
Todo conhecimento coloca o problema da verdade. Pois quando conhecemos, sempre nos perguntamos se o enunciado corresponde ou não à realidade.
Comecemos distinguindo verdade e realidade. Na linguagem cotidiana, frequentemente os dois conceitos são confundidos. Se nos referimos a um colar, a um quadro, a um dente, só podemos afirmar que são reais e não verdadeiros ou falsos. Se dizemos que o colar ou o dente são falsos, devemos reconhecer que o “falso” colar é uma verdadeira bijuteria e o dente um verdadeiro dente postiço.
Isso porque a falsidade ou veracidade não estão na coisa mesma, mas no juízo, e portanto no valor da nossa afirmação. Há verdade ou não dependendo de como a coisa aparece para o sujeito que conhece. Por isso dizemos que algo é verdadeiro quando é o que parece ser.
A verdade
Na época medieval a resposta vigente consistia em afirmar que através da fé o homem iluminava seu intelecto e auxiliado por Deus percebia a verdade revelada.
A filosofia moderna teve seu inicio quando filósofos contestaram a forma medieval de conceber a verdade, e postaram no centro da discussão a questão do conhecimento.
Isso nos remete para a discussão a respeito do critério da verdade. Qual o sinal que permite reconhecer a verdade e distingui-la do erro? Não pretendemos analisar passo a passo as discordâncias dos autores a respeito do assunto, devido à complexidade e à necessidade de aprofundamento da questão. Bastam nos algumas pistas.
Para Descartes, o critério da verdade é a evidência. Evidente é toda ideia clara e distinta, que se impõe imediatamente e por si só ao espírito, Trata-se de uma evidência resultante da intuição intelectual.
Para Nietzsche é verdadeiro tudo o que contribui para fomentar a vida da espécie e falso tudo o que é obstáculo ao seu desenvolvimento.
Para o pragmatismo (William James, Dewey, Peirce), a prática é o critério da verdade. Nesse caso, a verdade de uma proposição se estabelece a partir de seus efeitos, dos resultados práticos.
Nos dois últimos casos (Nietzsche e pragmatismo), o critério da verdade deixa de ser um valor racional e adquire um valor de existência, que pode ser sintetizado na frase de Saint Éxupery: “A verdade para o homem é o que faz dele um homem”.
A capacidade humana para conhecer, para saber que conhece e para saber o que sabe que conhece. A consciência é um conhecimento (das coisas e de si) e um conhecimento desse conhecimento (reflexão).
Modalidades de consciência: ①A consciência psicológica : o Eu;②Do ponto de vista ético e moral: a
Pessoa;③Do ponto de vista político: o Cidadão;④Do ponto de vista da teoria do
conhecimento: o Sujeito.
O que se entende por consciência?
consciência passiva: aquela na qual temos uma vaga e uma confusa percepção de nós mesmos e do que se passa à nossa volta, como no devaneio, no momento que precede o sono ou o despertar, na anestesia e, sobretudo, quando somos muito crianças ou muito idosos;
consciência vivida, mas não reflexiva: é nossa consciência efetiva, que tem a peculiaridade de ser egocêntrica, isto é, de perceber os outros e as coisas apenas a partir de nossos sentimentos com relação a eles, como, por exemplo, a criança que bate numa mesa ao tropeçar nela, julgando que a mesa “fez de propósito” para machucá-la.
De um modo geral, distinguem-se os seguintes graus de consciência:
consciência ativa e reflexiva: aquela que reconhece a diferença entre o interior e o exterior, entre si e os outros, entre si e as coisas. Esse grau de consciência é o que permite a existência da consciência em suas quatro modalidades, isto é, eu, pessoa, cidadão e sujeito.