Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Junho … · 2016-07-29 · Conselho Regional...

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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Junho 2016– Ano V – nº 20 Pag. 24 Pag. 16 Pag. 06 Levantamento feito junto às entidades ligadas ao setor mostra que a situação econômica brasileira afetou sobremaneira a construção civil paraense, seja no setor imobiliário ou de obras públicas. Pag. 10 ÁGUAS Belém abre eventos preparatórios ao Fórum Mundial Pag. 22 Raio-X da construção civil DEFESA Luciano Guedes detalha o trabalho da Adepará À DISTÂNCIA Cursos de pós- graduação on line são ótima opção 82 ANOS Crea-PA foi homenageado com sessão solene na ALEPA foto:123RF

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REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Junho 2016– Ano V – nº 20

Pag. 24

Pag. 16

Pag. 06

Levantamento feito junto às entidades ligadas ao setor mostra que a situação econômica brasileira afetou sobremaneira a construção civil paraense, seja no setor imobiliário ou de obras públicas.

Pag. 10

ÁGUAS

Belém abre eventos preparatórios ao Fórum Mundial

Pag. 22

Raio-X da construção civil

DEFESA

Luciano Guedes detalha o trabalho da Adepará

À DISTÂNCIA

Cursos de pós-graduação on line são ótima opção

82 ANOS

Crea-PA foi homenageado com sessão solene na ALEPA

foto:123RF

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CONSTRUÇÃO

PARQUES

ENTREVISTA1610

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ÁGUAS 22

NOSSAS SEÇÕESEm Curso 4Expressas 5Artigo Técnico 9Mercado de Trabalho 24Por Dentro do Crea 26Livros 27

PALAVRA DO PRESIDENTE

Prezado profissional,

Este ano, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA) completou 82 anos.

Somos um dos Creas mais antigos e queremos reforçar o compromisso de proporcionar aos nossos profissio-

ENGENHEIRO AGRÔNOMO ELIAS LIMAPRESIDENTE DO CREA-PA

nais, usuários e sociedade em geral o melhor atendimento. Devemos sem-pre buscar melhorias e avanços em nossa estrutura, fiscalização, inspeto-rias e concentramos nossos esforços para alcançar esses objetivos.

Como parte das comemorações, o Crea-PA foi homenageado com uma sessão solene na Assembleia Legis-lativa do Estado do Pará, momento que muito nos honrou.

No mês de maio realizamos as reu-niões preparatórias para o 9º Congresso Estadual dos Profissionais (CEP). Esti-vemos nos municípios de Paragominas, Marabá e Santarém. As reuniões foram eventos importantes, onde pudemos nos aproximar dos profissionais que atuam no interior do estado para debatermos os caminhos que estamos percorrendo e os desafios que nos aguardam.

Merece destaque também a partici-pação dos estudantes durante os even-

tos. É sempre estimulante estar em con-tato com a nova geração de profissionais. As reuniões preparatórias culminam com a realização do 9º CEP, em Belém. É mais uma oportunidade de reunir profissionais competentes e participa-tivos para a compilação de propostas e ideias que serão enviadas para o Con-gresso Nacional de Profissionais (CNP), em setembro, em Foz do Iguaçu. Essas discussões são de extrema importância e nortearão as atualizações e mudanças necessárias à legislação profissional.

Nesta edição da nossa revista tra-zemos um panorama sobre a defesa agropecuária no Pará, as conquistas e os desafios que ainda precisam ser en-frentados. Na coluna “Mercado de Tra-balho”, o ensino à distância é o assunto da vez, como mais uma ferramenta para o crescimento profissional.

Aproveite o conteúdo e boa leitura.Um abraço,

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Revista

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S11D O projeto Ferro Carajás S11D, em fase de

implantação simultaneamente no Pará e no Mara-nhão, promete aumentar a produção de minério de ferro de maior qualidade do planeta. Para o gerente-executivo de Planejamento Estratégico e Desenvolvimento de Negócios Ferrosos da Vale, Lúcio Cavalli, o projeto é vital também para a ma-nutenção e até mesmo a ampliação da produção de minério de ferro em Minas Gerais. Segundo ele, as siderúrgicas não consomem somente minérios de alto teor ou de baixo teor, mas sim um produto intermediário. “A proposta é entregar a carga do alto-forno pronta, nos teores certos”, afirmou o executivo. Nesse sentido, o minério produzido no Pará, de alto teor, é complementado pelo minério de teor menor de Minas Gerais. Com uma carga metálica média, em torno de 62% de ferro, “vamos tirar a competitividade dos [mineradores] australianos”, declarou durante o Fórum Minas e Mineração no Século XXI, reali-zada em Belo Horizonte em meados de junho.

PACTOO Programa Municípios Verdes está percor-

rendo várias cidades paraenses para a renovação do Pacto pelo Meio Ambiente, uma parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente, que está readequando as demandas locais às metas que visam o controle do desmatamento e o desen-volvimento econômico de cada cidade, de forma legal e sustentável. Em 2016 já renovaram o pacto municípios como Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abaetetuba, Moju, Marabá, Rurópolis, Itupiranga, Novo Progresso, Itaituba, Redenção, entre outros.

AÇÃOInvestidores da Vale nos Estados Unidos que-

rem um ressarcimento de mais de US$ 1 bilhão na ação coletiva movida contra a mineradora no país. O montante, segundo os acusadores, é referente à desvalorização das ADRs preferenciais e ordinárias da companhia no período abordado pelo processo, que vai de novembro de 2013 a novembro de 2015. Segundo os investidores, a desvalorização das ações aconteceu depois que o mercado tomou conhecimento dos “comunica-dos falsos e enganosos publicados pela Vale sobre seu suposto compromisso com segurança e meio ambiente e sobre sua responsabilidade pela barra-gem do Fundão”. As declarações constam no texto do processo consolidado contra a mineradora, ajuizado na Justiça americana em maio e assinado pelo escritório de advocacia americano Bernstein Litowitz Berger & Grossmann.

GT TAPAJÓS Por meio do Decreto n° 1.535, o Governo

do Estado criou o Grupo de Trabalho Perma-nente do Tapajós com a finalidade de estabelecer estratégias de atuação, com ações dirigidas ao desenvolvimento sustentável da região. O GT

EM CURSOSEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66.035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª a 6ª feira. Das 8h às 14hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2016Presidente

Eng. Agrônomo Elias da Silva Lima1º Vice-Presidente

Eng. Civil Maria do Carmo Pereira de Melo2º Vice-Presidente

Engenheiro Sanitarista Augusto Alves Ordonez1º Secretário

Eng. Agrônomo Pedro Paulo da Costa Mota2º Secretário

Eng. Civil Dionisio Bentes Rodrigues do Couto Júnior1º Tesoureiro

Eng. Agrônomo Roberto das Chagas Silva2º Tesoureiro

Eng. de Produção Vitor William Batista Martins

CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia e Engenharia Florestal

Coordenador: Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho FrazãoAdjunto: Eng. Agrônomo Raimundo Cosme de Oliveira Jr.

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho,

Geologia e MinasCoordenador: Eng. Civil Antonio dos Santos Ferreira Neto

Adjunto: Eng. Civil José da Silva Neves

Câmara Especializada de Engenharia ElétricaCoordenador: Eng. Eletricista José Emmanoel de Carvalho Mesquita Jr.

Adjunto: Eng. Eletricista Fernando Augusto Silva de Lima

Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e MetalúrgicaCoordenador: Eng. Naval Juarez Botelho da Costa Jr.Adjunto: Eng. Mecânico Grácio Paulo Pessoa Serra

COMISSÃO EDITORIALCoordenador

Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho FrazãoCoordenador Adjunto

Geólogo José Waterloo Lopes LealCoordenador do Núcleo de Relações Institucionais - NRI

Relações Públicas Marcelo Rodrigo da Silva PantojaAscom CREA-PA: Ercília Wanzeler

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA)

executada pela Holy Comunicação e Editora(Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430 / Produção: Luciana Cavalcante

Reportagens e textos: Elielton Amador Fotos: Ascom CREA-PA,

Agência Pará, e banco de imagensDiagramação e arte: Holy Comunicação Tratamento de imagens: Elias Portilho

Comercialização: Olinda Rodrigues e Rodrigo PinhoImpressão: Gráfica Halley

Revista

PAREA

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

pretende identificar problemas e desafios para atuar, a partir de uma proposta comum de trabalho, possuindo foco na mineração, assim como articular, integrar, acompanhar e gerir as ações necessárias para solucionar as questões decorrentes da atividade de mineração, além de promover a implementação de um plano de ação para aprimorar a governança no território.

FALHASPesquisa realizada pela Confederação Nacio-

nal da Indústria apontou que 67% das empresas que utilizam a eletricidade como principal fonte em seu processo produtivo sofrem prejuízos por causa das falhas no fornecimento de energia elétrica. E esse problema, por incrível que pareça, é mais frequente na região Norte, onde o percentual de empresas que reclamam das falhas chega a 69%. Na sequência, aparecem o Centro-Oeste (55%), Sudeste (49%), Sul (45%) e Nordeste (42%). Os setores que acumularam maiores perdas em razão de quedas na distribuição são os de extração de mi-nerais não metálicos, de plásticos e de metalurgia.

FLEXIBILIDADE Em outra pesquisa realizada pela Con-

federação Nacional da Indústria em parceria com o IBOPE, desta vez sobre flexibilidade no mercado de trabalho, apontou que mais de 70% dos entrevistados gostariam de ter liberdade para definir horário e local de trabalho. Outro desejo é poderem dividir os 30 dias anuais de férias em mais de dois períodos. Ou seja, ter mais opções para sua rotina, mesmo que isso signifique flexibi-lizar regras trabalhistas. A pesquisa mostra ainda que 58% dos entrevistados gostariam de reduzir o intervalo de almoço para sair mais cedo para, por exemplo, evitar o horário de pico no trânsito, enquanto 63% concordariam em trabalhar mais horas por dia para poder tirar folgas depois. Para a CNI, modernizar e desburocratizar as relações do trabalho no Brasil é urgente e necessário, uma vez que o mundo do trabalho evoluiu ao passo que as leis trabalhistas continuam antigas. Mas é claro, é preciso ter segurança para que empresas e sindicatos de trabalhadores negociem rotinas de trabalho, como as especificadas na pesquisa, mesmo que haja normas trabalhistas contrárias, respeitando o legítimo interesse das partes.

FORDLÂNDIAA Justiça Federal ordenou ao Instituto

de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ao município de Aveiro, no oeste do Pará, que promovam medidas emergenciais para a preservação do patrimônio histórico de Fordlândia, cidade criada por Henry Ford na década de 1920. A decisão coloca em xeque a morosidade do Iphan em concluir o tomba-mento do local, iniciado em 1990, e da falta de cuidados da prefeitura, o que vem provocando o deterioramento rápido da cidade.

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EXPRESSAS

CREA-PA promove Congresso Estadual de Profissionais

A nona edição do CEP - Congres-so Estadual de Profissionais do CREA--PA movimentou o auditório Louri-val Bahia, na sede do Crea-PA, em Belém, entre os dias 27 a 29 de junho. Trabalhando a temática “Defesa da Engenharia e da Agronomia Brasilei-ra”, através dos três eixos temáticos aprovados - Defesa e Fortalecimento da Engenharia e da Agronomia junto à Sociedade; Tecnologia e Inovação; e Carreira e Prerrogativas da Enge-nharia e da Agronomia, o 9º CEP é a culminância dos encontros regionais preparatórios ocorridos no mês de maio em Paragominas (4), Marabá (10) e Santarém (24), quando o Con-selho Regional e a Caixa de Assistên-cia Mútua estiveram presentes, condu-zindo debates, esclarecendo dúvidas, aprovando pautas que representem os anseios dos profissionais e, ainda, elegendo delegados estaduais.

Ainda durante as reuniões pre-paratórias os profissionais também participaram de palestras de interesse do Sistema Confea/Crea/Mútua, como “Programa Estadual de Agricultura de Baixo carbono - ABC/PA”, com o Eng.

Agr. Carlos Damasceno, e “A riqueza mineral do estado do Pará”, com José Maria do Nascimento Pastana.

O 9º CEP é um importante fórum de debate das pautas norteadas pelos eixos temáticos já mencionados, moti-vo do convite para que os profissionais da área Tecnológica se façam presen-tes, contribuindo efetivamente com o propósito do evento, que é discutir e deliberar questões e propostas dentro dos assuntos elencados, em prol de toda classe tecnológica do estado. As propostas aprovadas no CEP serão levadas ao Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que será reali-zado nos dias 2 e 3 de setembro, na 73ª Semana Nacional da Engenharia e Agronomia (Soea), em Foz do Iguaçu.

Para o presidente do CREA--PA, Eng. Agrônomo Elias Lima, é necessário buscar alternativas e esses eventos locais são importantes para o crescimento da engenharia. “A en-genharia é a locomotiva do país. Sem engenharia não há desenvolvimento. E precisamos opinar e mostrar a realidade de cada região e área de atuação”, afirmou.

Diretoria visita o “Mangueirinho” O presidente, diretores e conselheiros do Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia do Pará visitaram o Ginásio Poliesportivo do Estádio Olímpico do Pará, o “Mangueirinho”, e conheceram em detalhes o projeto executado pelas empresas paraenses Lage Engenharia, Mape e Quadra Engenharia. A obra, orçada em R$ 94 milhões, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), iniciou em 2013 e segue os padrões internacionais de infraestrutura. Tem capacidade para receber 11.970 pessoas e uma composição que respeita a questão da acessibilidade, com banheiros adaptados para portadores de deficiência, vestiários e lugares reservados na arquibancada. O ginásio, construído dentro do complexo esportivo do Mangueirão, também será o primeiro do Esta-do completamente refrigerado. Um espaço moderno, com placar eletrônico de última geração e cadeiras antifogo.

Confea e Ordem dos Engenheiros de Portugal definem requisitos para emissão de registro profissional recíproco

O trânsito de engenheiros entre Brasil e Portugal está mais facilitado. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e a Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP) apro-varam no dia 15 de abril regras para emissão de registros de engenheiros, com base no Termo de Reciprocidade assinado pelas duas entidades em setembro de 2015.

De acordo com as regras, os candi-datos à mobilidade profissional deverão estar regularmente registrados nas duas entidades e precisarão apresentar formulário de requerimento preenchido com informações pessoais e profissio-nais, anexado de foto e cópia autentica-da do passaporte e da cédula profissio-nal. Devem ser profissionais graduados que tenham cursado, no mínimo, 3.600 horas no Brasil, e cinco anos de estudos em Portugal. Para o presidente do Confea, o acordo irá proporcionar novas oportunidades de emprego para os brasileiros. “Especialmente para os jovens engenheiros, o Termo de Reci-procidade abre as portas do mundo, a começar por Portugal”, disse o eng. civ. José Tadeu da Silva.

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Prêmio Mútua de Empreendedorismo Uma novidade irá compor a programa-

ção da Mútua na 73ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Foz do Iguaçu (PR): a primeira edição do “Prêmio Mútua de Empreendedorismo”, uma parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendi-mentos Inovadores (Anprotec).

Profissionais registrados nos Creas e estudantes de nível médio, tecnológico, graduação e pós-graduação de cursos reconhecidos pelo Confea e de pós--graduação de áreas correlatas e afins ao Sistema Confea/Crea e Mútua poderão inscrever projetos relacionados a pro-cessos, produtos e serviços inovadores, para serem identificadas como iniciati-vas passíveis de apoio. Autores dos três melhores projetos, a serem julgados pelo corpo técnico da Anprotec, serão levados para a 73ª Soea - de 29 de agosto a 1º de

setembro deste ano - para apresentação da proposta e recebimento do certificado da premiação. Além disso, a ideia é que a Anprotec direcione os projetos vence-dores a instituições de fomento (parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras, entre outras), para oportunizar apoio e parceria para futuros negócios.

O projeto poderá ser encaminhado individualmente ou por equipe, sendo que em ambos os casos o autor principal deve ser profissional registrado e adim-plente com o Crea ou estudantes de nível médio (técnicos), superior (tecnólogos ou graduação) ou de pós-graduação. As inscrições estarão abertas até 31 de julho. Os interessados devem enviar a proposta em formulário próprio disponível no www.anprotec.org.br, devidamente pre-enchido, exclusivamente, para o e-mail: [email protected]..

Consulta PúblicaA Lei da Biodiversidade,

“Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade” está em consulta pública. Os interessados em opinar podem enviar suas contribuições via [email protected]

Entidades promovem ação pelo Dia do Meio Ambiente

Preservar o meio ambiente e incen-tivar a arborização da cidade. Esses foram alguns dos objetivos que uma parceria entre o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará, a Mú-tua-PA e a Embrapa Amazônia Oriental projetou através de doações de mudas de árvores nativas da Amazônia, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado dia 5 de junho.

A ação principal foi realizada no dia 4 de junho, na Praça Batista Campos, com a doação à população de mudas de espécies como açaí, mamorana, pau preto, ipês. Mas a doação continuou

até o dia 10, na sede da Mútua-PA. A iniciativa atraiu a atenção de quem passava pelo local. O engenheiro civil Gilberto Lopes e seu filho Gilberto Ela-no, 2 anos, escolheram duas espécies. “Adorei esta ação. Estou levando mudas de cumaru e pau preto para plantar em uma área próxima à minha casa, assim o benefício será de todos”, afirmou.

A diretora geral da Mútua-PA, Eng. Agr. Ana Maria Faria também ressaltou a importância da conscien-

tização ambiental. “A preocupação com o meio ambiente não é só nossa, queremos chamar atenção da socie-dade para a causa, para a importância de plantar árvores”. As mudas foram disponibilizadas pelo Laboratório de Sementes Florestais, da Embrapa. Segundo a pesquisadora Noemi Via-na, o trabalho do laboratório envolve a pesquisa de espécies da floresta e o incentivo ao plantio de árvores de espécies nativas da Amazônia.

Gilberto Lopes e o filho com suas mudas

EMBRAPA, CREA-PA e MÚTUA-PA durante ação na Praça Batista Campos

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ConciliaçãoVai até o dia 29 de julho a III Campanha de Conciliação do CREA-PA voltada

aos profissionais do Sistema com atraso na anuidade ou com algum auto de infração pendente. Para fazer a conciliação o profissional precisa ir à sede do Crea, em Belém, ou nas inspetorias regionais. Também é possível fazer a conciliação pelo Sitac, através do site do Crea-Pa.

Lideranças do Sistema traçam estratégias de manutenção da ART

Lideranças do Sistema Confea/Crea e Mútua reuniram-se em abril, na sede da Caixa de Assistência, em Brasília (DF), para definir estratégias conjuntas de defesa da Engenharia e da sociedade, com a manutenção da Anota-ção de Responsabilidade Técnica (ART). As instituições do Sistema realizam campanha de valorização da taxa, mostrando sua importân-cia para salvaguarda da sociedade e dos profis-sionais da área tecnológica, além de promover iniciativas institucionais e jurídicas.

“Desde que a Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, instituiu a ART e autorizou o Confea a criar a Mútua - o que foi efetivado por meio da Resolução nº 252, de 17 de dezembro de 1977 -, o objetivo do legislador foi o de defender a sociedade, estabelecendo a responsabilidade técnica entre o profissional e seu cliente. De fato, temos de defender a ART, pois, assim,

estamos defendendo a sociedade”, destacou o presidente da Mútua, Paulo Guimarães. Na avaliação do presidente do Confea, José Tadeu, não só o Sistema Confea/Crea e Mútua, mas a organização profissional como um todo passa por um momento singular. “Observamos um movimento em favor da desregulamentação profissional e de extinção dos conselhos. Temos que lutar pela permanência da regulamentação profissional. No caso do Sistema Confea/Crea e Mútua, somos lideranças, eleitas pe-los profissionais para defendê-los. E vamos fazer isso”, disse José Tadeu, completando: “A ART é fiscalização, o que nos remete aos nossos fiscais e o importante trabalho que executam. Vemos que muitos falam de ART de forma distorcida. A ART é a garan-tia de profissionais e empresas certificadas e qualidade para a sociedade”.

Projeto brasileiro é reconhecido como mais inovador na América Latina

A Votorantim Cimentos recebeu o Prêmio Clemente Greco, na cate-goria Melhor Projeto de Inovação, Ambiental ou de Sustentabilidade do Cimento. O projeto vencedor “Uso de escórias não tradicionais como adição aos cimentos da Votorantim Cimentos” apresenta uma inovação de impacto tanto na destinação do passivo das grandes mineradoras – as escórias ácidas – quanto no meio ambiente, já

que o cimento é produzido com menos emissão de CO2. Implantado com sucesso nas fábricas da Votorantim Cimentos, o uso das escórias como adição já provocou uma queda de 10% no uso do clínquer das fábricas da Vo-torantim Cimentos da Região Sudeste. Esta ação é resultante da calcinação de uma mistura de calcário, argila e de componentes químicos como o silício, o alumínio e o ferro, entre 2013 e 2015.

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Os 82 anos do Crea-PA, completa-dos no dia 23 de abril, foram comemo-rados em uma Sessão Solene no plená-rio Newton Miranda, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), no dia 25 de abril. Funcionários, cola-boradores e conselheiros participaram da sessão, proposta pelo deputado Celso Sabino e aprovada por unanimidade. A deputada Cilene Couto presidiu a sessão a parabenizou a iniciativa. “É uma homenagem justa, meritória e legítima”, afirmou.

A presidente em exercício do Crea--PA, Eng. Civ. Maria do Carmo Pereira de Melo dedicou a homenagem aos funcionários do Conselho e destacou a relevância do momento. “O Crea-PA se sente honrado com a homenagem, que mostra a importância da engenharia

para o mundo. Ela (engenharia) está em todos os lugares e esse reconhe-cimento valoriza os trabalhos, que contribuem diretamente para o desen-volvimento do Estado”.

O trabalho desenvolvido pelo Con-selho foi elogiado pelo deputado Celso Sabino. Ele lembrou a importância das profissões abrangidas pela área tecno-lógica. “Estou feliz por estarmos hoje comemorando os 82 anos do Crea-PA, sobretudo pelo papel da instituição na fiscalização de obras do Estado. Recebam o reconhecimento dos parla-mentares que aprovaram a realização desta sessão”.

Também esteve presente na sessão o chefe da Casa Civil da Governadoria do Estado, José Megale, que destacou a presença do Crea-PA em grandes

projetos desenvolvidos no Pará, além da relevância dos trabalhos dos profis-sionais para o crescimento do mesmo. “O Crea-PA é um pilar da construção deste Estado”, ressaltou.

Prestigiaram ainda a sessão solene o presidente do Clube de Engenharia do Pará, Gilmário Drago; o vice-reitor da Universidade Federal Rural da Ama-zônia (Ufra), Paulo Santos; Ana Maria Pereira de Faria, diretora da Mútua--PA; o Capitão de Mar e Guerra do 4º Distrito Naval, Alberto da Silva Santos; o presidente da Associação dos Enge-nheiros Agrônomos do Pará (Aeapa), Amintas de Oliveira Brandão; Pedro Paulo Mota, coordenador da Comis-são de Relações Públicas do Crea-PA; e José Waterloo Leal, presidente da APGAM.

AGENDA

Sessão Solene na Alepa homenageia os 82 anos do Conselho

Após a Sessão foi cortado o bolo comemorativo

Curso GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADOS dias 18 e 19 de julho, em Brasília, no Centro de Treinamento da One Cursos. Informações [email protected] e [email protected].

Curso ORÇAMENTO DE OBRAS E CÁLCULO DO BDI, nos dias 29 e 30 Julho, pelo IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos), de São José dos Campos/SP. Informações (12) 3027-5040.

13º COBEE – Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência 2016, dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo.

XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS e XX Encontro Nacional de Perfuradores de Poços, de 20 a 23 de setembro, em Campinas/SP. Informações no www.abas.org/xixcabas/

Curso de AUDITORIA AMBIENTAL, em Belém, dias 11 e 12 de julho, no Hotel Sagres. Inscrições pelo site www.maxiambiental.com.

WORD MINING CONGRESS (WMC 2016), um dos mais importantes eventos de mineração do mundo, entre 18 e 21 de outubro, no Rio de Janeiro/RJ. Informações e inscrições no site do IBRAM (www.ibram.org.br).

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Algumas personalidades foram homenageadas pelo Crea-Pa

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Realização Patrocínio

Apoio

Avenida Gen�l Bi�encourt, 237 - Nazaré - Belém-PA - CEP.: 66.035-340Tel.: (91) 3212-8222 / (91) 3212-8180 - [email protected]

A Mútua-PA tem orgulho

de ser parceira do

2º Congresso Amazônico

de Meio Ambiente e

Energias Renováveis.

Inscreva-se, faça a

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Informações: [email protected](91) 99303-2905

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Revista

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CAPACAPA

Raio-X Empresários e sindicalistas falam sobre as causas e como o mercado deve superar a crise que afeta fortemente o setor

da construção civil no Pará

Revista

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ELIELTON ALVES AMADOR

Demissões, recuo nas vendas de unidades, queda nos lucros e es-cândalos políticos envolvendo as

maiores empreiteiras do Brasil atormen-tam hoje o mercado da construção civil no Brasil. A crise econômica, agravada pela crise política brasileira, afeta drasti-camente o setor produtivo e consequen-temente a engenharia paraense de modo amplo. Para ter uma dimensão do de-semprego provocado, em 2015 estima-se que 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego. Engenheiros recém-formados que antes podiam escolher onde traba-lhar agora encontram dificuldades para se posicionar no mercado de trabalho.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2003 a 2013, com o aquecimento da economia, o número de empregos para engenheiros subiu cerca de 87%. Mas em 2014 o nú-mero de profissionais demitidos superou o número de contratados. Entre os 52.012 contratados e os 55.160 demitidos houve um saldo negativo de 3.148. O saldo per-maneceu negativo no ano passado e as demissões continuam este ano. As empre-sas demitem os mais novos profissionais e isso cria instabilidade e preocupação.

O presidente do Sindicato da Indús-tria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Marcelo Gil Castelo Branco, estima que o setor perdeu ape-nas este ano na Região Metropolitana de Belém cerca de 20 mil empregos. Dos cerca de 100 mil postos de trabalho que existiam há três anos no Estado, hoje permanecem apenas a metade. Segun-do ele, o setor precisa principalmen-te de decisões de governo para reagir e para ele a crise é de confiança.

O balanço do Departamento Inter-sindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos (Dieese-PA) afirma que o setor acumula nos últimos 12 meses a perda de 26 mil postos de trabalho. O último levan-

tamento, realizado em março, constatou um saldo negativo de 1.333 postos, quan-do comparado o número de admissões (4.229) contra os desligamentos (5.562).

No mesmo período do ano passado, também houve saldo negativo entre con-tratados e demitidos, mas ele foi bem me-nor, num total de 792, na diferença entre 6.080 admissões contra 6.872 desligamen-tos. Ou seja, além do saldo ser menor, o total absoluto de contratações ainda de-monstrava certo volume de trabalho.

Ainda segundo o Dieese-PA, em toda a Região Norte apenas os estados de Tocantins (122) e Roraima (61) ti-veram saldo positivo naquele mês. Dos sete estados, o Pará teve o maior déficit, com número negativo quase cinco ve-zes maior do que o segundo colocado no ranking dos piores, o estado de Ron-dônia, que teve 277 postos perdidos no mês. Provavelmente essa colocação ne-gativa no Pará se deve ao fato do Estado ainda concentrar investimentos princi-palmente em obras de infraestrutura.

Para se ter uma ideia mais clara do cenário enfrentado na construção civil por aqui, o Sinduscon-PA tem hoje 128 associados. Muitas dessas empresas sur-giram no boom do crescimento imobi-liário. “As nossas (empresas paraenses e filiadas) devem sobreviver porque são as fortes. Mas ainda há muita desunião no nosso setor”, afirma o presidente do Sinduscon Marcelo Gil.

Outro índice que mostra que o mer-cado não vai bem pode ser constatado nos cartórios de registro de imóveis, onde a referência é o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Segundo Marcelo Gil, houve 30% de queda na arrecadação desse tributo. “Quando existe desconfian-ça tudo cai, ainda mais com a limitação do crédito, aí mesmo é que as coisas pio-ram. Com juros altos e sem crédito, não tem comprador, se não tem investimento, caem as vendas no comércio também, en-fim, toda a cadeia sofre”, explica.

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O presidente da Associação das Construtoras de Obras Públicas do Es-tado do Pará (ACOP-PA), Luiz Maia Jr., garante que o setor de obras públicas (ligado principalmente à estradas, por-tos e outras) está bagunçado. “A gente não tem uma resposta efetiva do gover-no, não sabe se vai continuar ou como vai continuar, porque o governo, em todas as esferas, municipal, estadual ou federal, não chama a gente para conver-sar e renegociar as obras”, reclama.

Para ele, existem obras de progra-

mas que são consideradas prioridades, mas as prioridades não são comunica-das. “Essas (obras) que são prioridades continuam recebendo, mas as outras ficam paradas sem respostas à nossa de-manda. É uma situação drástica, em que falta confiança e seriedade para definir as coisas”, opina.

O programa que ainda sustenta parte do setor no Pará é o Minha Casa, Minha Vida, onde há cerca de 50 mil unidades sendo construídas, aproxima-damente 10 mil estão em Belém.

Alex Carvalho, que é vice-presiden-te do Sinduscon tem uma empresa que trabalha com o programa e afirma que houve momentos difíceis no passado, entre 2014 e 2015, mas que o governo está repactuando as obras especifica-mente desse programa. “Foram anos dificílimos quando tivemos altos in-vestimentos em nível de competência e, por outro lado, uma lucratividade baixíssima. E no último ano eleitoral houve muitos atrasos nos pagamentos”, contou.

Obra pública também enfrenta dificuldades e paralisação de projetos SUPER

MASSA

O que garantiu a continuidade do Minha Casa, Minha Vida foi a medida do Governo Federal, que em novembro do ano passado, permitiu que recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) fossem usados para obras de cunho social como as do programa. “Foi então que conseguimos re-pactuar esses contratos, em seis meses, oito meses. É menos pior ter esse tipo de prejuízo do que não ter recurso suficiente para tocar as obras. Para as empresas que se planejam, es-ses são contratos de extremo risco porque a gente compra material em larga escala”, explicou Carvalho.

Dos entrevistados pela Revista CREA-PA para fazer esse panorama da crise no setor, o presidente da Associa-ção de Dirigentes de Empreendimentos Imobiliários (Ade-mi), Andrei Morgado, foi o mais otimista. Basicamente, ele afirmou que o setor vai se recuperar em algum tempo. Ele também disse que a Caixa não está cumprindo muitos contratos hoje, mas isso é por causa do momento de insta-bilidade e porque teve que redirecionar recursos para ou-tros programas. Mas Morgado acredita que assim que a estabilidade do governo for retomada, a iniciativa privada e os bancos públicos devem voltar a investir.

“Os bancos privados que ainda não estão investindo com força poderão voltar a investir tão logo a crise política passe. Os bancos nunca pararam de investir, na verdade. Diminu-íram apenas os investimentos, hoje com a situação instável não é tão fácil conceder crédito porque muita gente está no vermelho, mas as coisas podem melhorar. O déficit habita-cional é muito grande e isso não vai mudar de uma hora para outra, vai ser preciso voltar a construir”, resumiu.

Já para o empresário Alex Carvalho a crise política--econômica ainda vai piorar bastante antes do País se esta-bilizar. Ele lembrou que parte da situação foi promovida pela relação promíscua entre o governo e a iniciativa pri-vada. “O noticiário é claro. A Operação Lava Jato tem pu-nido não somente no setor político como também no setor empresarial. As relações precisam ser renascidas porque o sistema está desgastado. É preciso que as relações entre se-tor público e setor privado sejam renascidas dentro de um critério da prática de boas condutas”, afirmou.

O empresário concluiu sua entrevista com uma reflexão sobre a questão. “Essa talvez seja a maior crise que o Brasil já enfrentou. Para que a gente possa sair dela, temos que ter equilíbrio, bom senso, e trabalhar o máximo na razoabilida-de, porque é preciso ter um esforço coletivo e o setor da cons-trução precisa se engajar procurando cada vez mais ações éticas, respaldadas. É preciso cumprir os contratos e fazer a sua parte. Acho que nos cabe, assim como a todos os entes do setor produtivo, fazer uma reflexão sobre o que se pode fazer melhor em prol do Brasil. O Brasil só vai conseguir sair dessa crise se a sociedade organizada e cada indivíduo procurar fazer o melhor para sair dessa crise”, resumiu.

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ARTIGO TÉCNICO

Noemi Vianna Martins LeãoPesquisadora do Laboratório de Sementes Florestais da Embrapa Amazônia Oriental

Pesquisas de silvicultura tropical na Amazônia Oriental tiveram um marco inicial na implantação de estudos na re-

gião de Santarém, oeste do Pará, pela chamada “Missão FAO”, na década de 50. Essas pesquisas tiveram grande avanço na década de 70 com os experimentos implantados em Santarém e Belterra (PA), pelo PRODEPEF (Projeto de Desenvolvimento e Pesquisas Florestais), com a realização de estudos de métodos silvicul-turais visando apoio de projetos de reflores-tamento e de povoamentos florestais com espécies nativas da região, posteriormente re-passados para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), criada em 1973.

A partir de 1979 foram iniciadas pesquisas com sementes de espécies florestais nativas, na Embrapa Amazônia Oriental, priorizando aque-las com alto valor econômico e silvicultural. No início da década de 80 foi implantado o “Parque Fenológico”, da Floresta Nacional do Tapajós (FLONA Tapajós). A área experimental com um total de 400 hectares foi selecionada em mata de terra firme, localizada no Km 67, da Rodovia Santarém-Cuiabá, para desenvolver pesquisas sobre fenologia reprodutiva de espécies florestais nativas de valor econômico e ecológico.

Na década de 90, no ano de 1996 foi inau-gurado o Laboratório de Sementes e Mudas Florestais, na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA) e, em 1997, mais um Labora-tório de Sementes Florestais foi instalado em Benevides (PA), através de uma iniciativa da AIMEX (Associação das Indústrias Expor-tadoras de Madeiras do Pará), em parceria técnica com a Embrapa Amazônia Oriental, e, recursos financeiros da Secretária Estadu-al de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM), do Estado do Pará e, do Mi-nistério do Meio Ambiente (MMA)/Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).

O trabalho em parceria continuou, na região sudeste do Estado do Pará, onde os índices de desmatamento são elevados e com registro de muitas serrarias e siderurgias atu-ando na área. Essas empresas demandam gran-de quantidade de madeira e de carvão para seu funcionamento, havendo necessidade de fortalecer ações que viabilizassem projetos de

REFLORESTAR É PRECISO: PRODUÇÃO E PESQUISAS COM SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO PARÁ

silvicultura de produção. Com essa finalidade foi implantado um Laboratório de Sementes Florestais, na cidade de Marabá, em 2002, em parceria técnica com a Embrapa Amazônia Oriental e suporte financeiro da Prefeitura Mu-nicipal de Marabá, da ASSIMAR (Associação das Indústrias Madeireiras de Marabá e Região), e do MMA, através do FNMA.

Em 2006, a ELETRONORTE inaugurou um Laboratório de Sementes Florestais, em sua sede, no município de Tucuruí (PA), além de um completo Banco de Germoplasma Flo-restal instalado na área de influência da UHE Tucuruí, em parceria com a Embrapa Amazô-nia Oriental, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e o Museu Paraense Emílio Goeldi. Com relação à produção de sementes florestais foram introduzidas “Áreas de Cole-ta de Sementes (ACS)” nas chamadas Base 3 e Base 4, além da Ilha de Germoplasma, totalizan-do 467 hectares de florestas nativas inventaria-das, demarcadas e com matrizes selecionadas, dos quais 200ha nas duas bases e mais 67ha na Ilha. Complementarmente, um programa de capacitação em fenologia reprodutiva, coleta de sementes e produção de mudas foi implementa-do para dar suporte às ações de reflorestamento e recuperação de áreas alteradas na região do entorno do lago formado pela hidrelétrica.

Deve-se ressaltar a preocupação com as po-pulações tradicionais que mantém preservadas extensas áreas de floresta nativa e que precisam gerar renda para sua manutenção. Por esta ra-zão, foi firmada parceria entre o Programa Parakanã e a Embrapa Amazônia Oriental, a UFRA e o Museu Emílio Goeldi para a insta-lação de ACS, na Terra Indígena Parakanã, em Novo Repartimento (PA), que tem uma área total igual a 360.000 hectares, com tipologias florestais representativas da região e muito bem preservadas. Este trabalho foi pensado devido

à necessidade de promover ações produtivas e de geração de renda visando à manutenção da floresta em pé e promover o desenvolvimento sustentável da Terra Indígena Parakanã.

Pesquisas com fenologia reprodutiva fo-ram realizadas, além de testes de germinação de sementes, métodos de colheita e produção de mudas de diferentes espécies. Um progra-ma de capacitação em manejo de produtos florestais não-madeireiros, com ênfase na coleta de frutos e sementes foi desenvolvido e mais de 50 indígenas foram capacitados para os trabalhos de colheita de sementes nas copas das árvores para manter o programa de produção de sementes florestais.

Outro aspecto relevante foi o aumento e a consolidação do fomento florestal através da doação das mudas, após a avaliação dos expe-rimentos. Anualmente, mais de 25 mil mudas de, pelo menos, quarenta espécies têm sido distribuídas a interessados, desde o pequeno produtor até comunidades tradicionais dis-postas a plantar árvores em suas propriedades. A silvicultura urbana também tem sido bem fortalecida por este programa de distribuição de mudas de espécies arbóreas nativas.

As pesquisas com sementes florestais têm grande importância nas atividades silvicultu-rais. A partir do novo marco legal, com a apro-vação da Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, e, alterada pela Lei 12.727, de 17 de outubro de 2012, chamada de “Novo Código Florestal”, ficou evidente a necessidade de desenvolver estratégias de atendimento aos programas de reflorestamento para a recuperação de áreas alteradas em Áreas de Preservação Permanen-te (APP) e em Áreas de Reserva Legal (RL), esta última representando 80% da proprieda-de rural na Amazônia. Aumentou a demanda por sementes e mudas de espécies nativas de boa qualidade física e fisiológica para serem utilizadas nos plantios, conhecendo-se a sua tecnologia e os métodos adequados de arma-zenamento. Sementes de alto valor permi-tem um aumento do potencial de plantação e uma redução nos custos de implantação.

Neste ano de 2016, no mês de junho, o Laboratório de Sementes e Mudas Florestais da Embrapa Amazônia Oriental completa 20 anos de atuação efetiva no apoio ao reflores-tamento com espécies nativas no Pará e na região amazônica. Há muito a ser feito, o tra-balho continua sempre contando com parce-rias institucionais e projetos de diversas fontes de fomento. O importante é lembrar que a região precisa e “reflorestar é preciso”.

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ENTREVISTA

Luciano Guedes Diretor Geral da Adepará

Mineiro nascido em Teófilo Otoni, Luciano Guedes está no Pará há quase 30 anos, ten-do como base a região sul paraense, onde já desenvolveu muitas atividades, desde pro-

dutor rural, passando pela presidência do Sindica-to Rural de Redenção, até prefeito do município de

Pau D’arco e presidente da Associação dos Mu-nicípios do Araguaia-Tocantins (AMAT).

Desde janeiro de 2015 ele assumiu a direção geral da Agência de Defesa

Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), e hoje ainda acumu-

la a vice-presidente da Federa-ção de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa). Toda essa experiência faz de Guedes um gestor técnico à frente da Adepará, ou seja, aque-le que entende do assunto e sabe exatamente o que pre-cisa ser feito para garantir a proteção animal e ve-getal, e assim conquistar novos e melhores mer-cados para a produção rural e da agroindústria paraense. Confira a se-guir a entrevista.

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ARÁ Qual o papel da Adepará para os

paraenses, para o Estado?A Adepará cuida da sanidade animal e vege-tal em todo o território paraense e certifica a qualidade dos alimentos comercializados dentro do Estado através da realização da inspeção animal e vegetal. Colocando todos os produtos alimentares produzidos no Pará em conformidade com as exigências dos mercados nacional e internacional.

Como agência de defesa, o órgão é rela-tivamente novo e muita gente confunde as atividades da Adepará com outros ór-gãos do governo ligados à agropecuária. Qual a diferença primordial da Adepará?A Adepará acompanha o produtor rural e a indústria nos processos de produ-ção desde o uso dos insumos, manejo e procedimentos quanto à manipulação dos alimentos até o transito animal e vegetal em todas as etapas. Entretanto, a atribuição da Agência sempre está re-lacionada com a qualidade dos alimen-tos produzidos, preservando a saúde de quem consome, mantendo sempre a preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida da sociedade.

Hoje é cada vez maior a preocupação das pessoas com o que estão comendo, se está dentro dos padrões sanitários. Com o Estado do tamanho do nosso, como a Adepará implementa as políti-cas sanitárias necessárias?Temos uma capilaridade imensa no estado do Pará com mais de 195 pontos de aten-dimento para os produtores rurais e públi-co em geral. São 20 gerências regionais, 65 unidades locais de sanidade agropecuária (Ulsas), 88 escritórios de atendimento, 22 postos de fiscalização agropecuária nas divisas estaduais, além de indústrias ins-pecionadas nas áreas de laticínios, frigorí-ficos, e agroindústrias de produtos animais e vegetais. Temos uma equipe grande de servidores, são cerca de 1.100 em várias áreas: médicos veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnista, agentes de fisca-lização agropecuária, além de administra-tivos e estagiários. Temos áreas complexas como a Gerência de Trânsito, que movi-menta dezenas de veículos, embarcações e até aeronaves todos os dias por distâncias continentais, e a Coordenadoria de Educa-ção Sanitária, que educa e prepara crianças e adultos para compreender a importância da sanidade para o dia a dia. Temos ainda a Gerência de Tecnologia da Informação, que leva nosso sistema a pontos distantes para

expansão dos grãos no Estado, já que a soja avança e nos propicia divisas importantes. Em breve, vamos nos tornar o maior pro-dutor de cacau, já somos o segundo maior produtor nacional. Temos ainda várias ou-tras atividades, tais como a citricultura, que já desponta como uma importante área a receber centenas de milhões de dólares em investimento nos próximos anos, os pescados também estão sendo trabalhados e, em breve, terão papel de destaque na-cional. Enfim, a vocação do Pará é a pro-dução agropecuária e esta atividade tem excelente condição natural do Estado, a localização estratégica e a vocação do povo paraense em trabalhar e produzir.

Com um estado tão grande e cheio de particularidades, qual o desafio enfren-tado para manter o status e livre de af-tosa e ainda garantir o posto de maior exportador de carne bovina no Brasil?Contamos com a colaboração de cada ser-vidor e de cada produtor rural. Precisamos bater metas e manter nosso gado com sa-nidade. A exportação necessita de cumprir protocolos nacionais e internacionais. O Pará assina estes protocolos de compromis-sos comerciais nacionais com outros estados e com vários países do mundo. A Adepará tem a função e a responsabilidade de certi-ficar esses acordos para que nós tenhamos a garantia de ocupar esses mercados com a nossa produção agropecuária. Não só com a produção de produtos primários, mas também com produtos industrializados da agroindústria originários do estado do Pará.

que os produtores rurais acessem e fiquem em dia com as vacinações e campanhas de prevenção. Temos também as áreas fins que são a Defesa e Inspeção Animal e também a Vegetal, que garantem a segurança ali-mentar para todos os cidadãos paraenses, brasileiros e até estrangeiros. Digo isso por-que o Pará já se tornou grande exportador de carne, açaí e cacau, dentre outros. Nos-so desafio é grande, mas nossa disposição para resolvê-los é maior ainda.

A Adepará tem pouco mais de uma déca-da de existência e junto com o crescimen-to da agência o Pará conquistou a certifi-cação de Livre de Febre Aftosa. Essa é hoje a maior conquista da Agência?É uma das grandes conquistas, pois a cer-tificação como livre de febre aftosa com vacinação deu ao Pará acesso aos mercados da carne e subprodutos da pecuária bovina. E como produzimos um excedente muito grande, necessitamos dos mercados exter-nos. Mas temos outras também, como a

O trabalho da Adepará é de grande importância, especialmente para que tenhamos alimentos seguros na mesa do consumidor

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O Pará tem uma cultura culinária forte, com vários alimentos produzidos de forma artesanal. Hoje a Adepará vem desenvolvendo protocolos para garan-tir a qualidade desses produtos, como é o caso da farinha, goma de mandio-ca, tucupi, maniva, caranguejo e quei-jo do Marajó. Como vem sendo feito esse trabalho junto aos produtores, revendedores e consumidores?Nós temos vários polos de produção da agri-cultura familiar no estado. Como é de baixa escala, tem dificuldade para conseguir certi-ficação. Para isso nós temos dois programas específicos, a certificação de produtos arte-sanais na área animal e da área vegetal, volta-dos para a agricultura familiar. Nós estamos dando a condição para aquele que produz em pouca quantidade, certificar a sua pro-dução e garantir que seu produto possa ser comercializado. Um exemplo disso é a me-renda escolar. Para que o produtor consiga fornecer para a merenda escolar, é preciso estar com a produção certificada e, por lei, no mínimo 30% da merenda escolar tem que ser adquirida da agricultura familiar. Grande parte dos municípios paraenses não consegue adquirir esta produção porque o

agricultor familiar não tem a sua produção certificada. Para resolver a questão, esta-mos no campo com equipes qualificadas, para termos a condição de certificar esses produtores de pequena escala, para que eles possam comercializar a sua produção. A agricultura familiar é viável sim desde que tecnificada e certificada para que o produtor não apenas possa produzir de forma econo-micamente viável, mas também comercia-lizar o produto de acordo com o mercado, que exige essa certificação sanitária, seja ela na área animal, seja ela na área vegetal.

Existe hoje um calcanhar de Aqui-les para a Adepará na questão da defesa agropecuária? Qual é?Calcanhar de Aquiles é quando existe um problema que não é resolvido. Na Agência não temos isso. Existem problemas difíceis, mas nada é impossível de ser solucionado. Nossa luta é diária diante de graves proble-mas de toda ordem, mas nossa gestão não se intimida diante das dificuldades.

Hoje a Adepará tem seis linhas de fren-te: educação sanitária, defesa animal, inspeção animal, defesa vegetal, inspe-

ção vegetal e trânsito. Qual dessas cate-gorias requer hoje maior atenção?Todas são importantes. Elas estão interliga-das para cumprir sua própria meta. Com certeza, a defesa animal e a defesa vegetal são os nossos objetivos. Diante dessa prio-rização, a agência inteira se movimenta para adequar seu trabalho e cumprir as exigências dessas duas áreas. A inspeção e a educação sanitária também são funda-mentais. O trabalho da Adepará é de gran-de importância, especialmente para que tenhamos alimentos seguros na mesa do consumidor, ou seja, possamos garantir a segurança alimentar do cidadão paraense e do consumidor nacional e internacional da nossa produção agropecuária.

Qual o seu grande desafio à frente da Adepará?Temos muitos desafios, mas acredito que um dos principais deles é, a todo dia, dar continuidade com a formação da nossa equipe técnica para atender às demandas da sociedade, que, a cada dia, se torna mais exigente na forma e qualidade de produção dos alimentos, que devem ser socialmente justos e ambientalmente sustentáveis.

ESPECIAL

ELIELTON ALVES AMADOR

Passear em um parque, sozinho ou com a família, é um momento bas-tante prazeroso. Isso porque o parque

ambiental é um espaço que qualifica a vida, a sociabilidade e mantém as reservas flores-tais e de recursos naturais imprescindíveis, como água potável, oxigênio, áreas verdes, etc. Essas coisas que são fundamentais à vida. E o grande diferencial desses espaços que ficam na cidade ou nas áreas ao entor-no, diferente de outras unidades de preserva-ção mais distantes, têm o ser humano como parte integrante do ecossistema.

Tomemos como exemplo, em nosso

contexto amazônico, o município de Pa-ragominas, que durante muito tempo o drama ambiental e social. Desde os anos 1980 até a década de 1990 ficou conhe-cida como “Paragobala”, uma cidade que era dominada pela exploração irrefrea-da e ilegal de madeira, onde prosperava o crime e quase nenhuma sociabilidade urbana. Hoje a cidade é bem urbanizada e modelo de gestão municipal.

Essa virada ocorreu dentro da própria sociedade local, que elegeu governantes que decidiram debater e apontar soluções para os problemas comuns. Uma delas foi

a legislação que dividia com a população a responsabilidade de reflorestamento e arborização da cidade. O resultado disso já é história. Paragominas se transformou em Município Verde e virou referência para o mundo todo, além de modelo do programa do Governo do Estado.

Monumento vivo dessa história é o Par-que Ambiental Adhemar Monteiro. Criado em 2005, teve como uma das funções a edu-cação ambiental nas escolas do município. No parque é possível encontrar diversos animais típicos da região, como araras, co-elhos, cutias e outras aves que passeiam pelo

Parques

ambientais Preservação de recursos naturais = qualidade de vida social

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Parque Ambiental de Paragominas

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espaço livremente. O secretário municipal de urbanismo Odilson Picanço, que tam-bém é engenheiro agrônomo, explica que o parque era uma área antropizada, parti-cular, que foi incorporada pela dinâmica de recuperação das áreas verdes da cidade. “Grande parte da vegetação não é nativa, mas há muitas partes ainda onde se pode ver a vegetação original, principalmente na

mata ciliar”, conta o secretário, ressaltando que o parque fica às margens do Rio Uraim, que corta a cidade. São 13 hectares, sendo que destes 10 são urbanizados, isto é, pos-suem estrutura de passeio, que inclui lagos artificiais com pedalinhos, brinquedos, pontes, trapiches, lanchonete, etc.

Pela importância e representatividade que tem para a população local, o parque

é uma das “sete maravilhas do Estado do Pará”, de acordo com a Secretaria Estadual de Turismo. Aos domingos, lota com cen-tenas dos mais de 110 mil habitantes da cidade. “Eu vim com a minha família aqui no parque. É uma delícia. Aqui você respi-ra a natureza”, diz a assistente social Jacia-ra Barbosa em um vídeo institucional do local que pode ser visto na internet.

Em Belém, Utinga e Gunnar Vingren estão inseridos em áreas estratégicasPouco conhecido da população de

Belém, o parque Gunnar Vingren existe desde 1991 e ocupa uma imensa área de 39 hectares entre os bairros da Marambaia e Val-de-Cans, envolvendo os conjuntos habitacionais Médici, Bela Vista, o Centro de Adestramento da Marinha e a avenida Júlio Cezar, influenciando no ecossistema ambiental da capital. Abriga o Igarapé do Burrinho, com rico bioma e ecossistema de característica Amazônica, com floresta de terra firme e uma floresta de várzea pre-dominante, nascente que origina o canal São Joaquim virando esgoto em seu pro-longamento até a baía do Guajará.

Criado por Lei Municipal, a área foi doada á Prefeitura pela Associação dos Moradores do Conjunto Médici, que reivindicavam a criação do Parque Eco-lógico para preservar a biodiversidade local. Mas cercado de áreas periféricas, o parque fica um tanto escondido da di-nâmica social da capital paraense. Quase esquecido. Tanto que o conselho gestor só foi instituído uma única vez, por por-taria, em 2010. Existiu no papel por dois anos e não funcionou mais.

No ano passado, a Prefeitura de Be-

lém retomou o debate com a sociedade para recriar o conselho gestor. Ana Lúcia Muniz, engenheira florestal concursada que responde atualmente pela Chefia da Divisão de Parques da Secretaria Muni-cipal de Meio Ambiente (Semma), expli-ca que ainda faltavam, até o final do mês de maio deste ano, duas entidades para compor o conselho, que é paritário. Hoje o conselho consultivo conta com repre-

sentantes da Embrapa, Ideflor-bio, CREA--PA, Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil, entre outros.

Com a estrutura prejudicada, o parque não está aberto ao público. A prefeitura aguar-dava o repasse de R$ 100 mil por meio de um convênio com o Ideflor-bio (Instituto de Desenvol-vimento Florestal e da Biodiver-

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Convênio assinado entre Ideflor-Bio e PMB vai revitalizar o Gunnar Vingren

sidade do Estado do Pará), que é o órgão estadual que responde pela área ambiental. E no dia do Meio Ambiente, no Bosque Ro-drigues Alves, foi assinado o convênio para a revitalização do parque. Serão investidos R$ 115 mil para a revitalização da área, sen-do R$ 100 mil repassados pelo Ideflor-bio, através do Fundo Nacional de Desenvolvi-mento Florestal do Pará (FUNDEFLOR), e R$ 15 mil de contrapartida da PMB.

O valor será aplicado na melhoria das principais estruturas onde as atividades fundamentais do parque acontecerão após sua reabertura, aumentando o número de visitas e de práticas de educação am-biental, além de dar maior funcionalidade ao remanescente florestal existente nesta área urbana, possibilitando atividades de educação ambiental e proteção da área.

O engenheiro agrônomo Pedro Paulo Mota, conselheiro do CREA-PA, é um dos integrantes do conselho gestor do Gunnar Vingren, explica que a ideia sempre foi de que o parque deve fazer parte do cotidiano da cidade. “Era quase esquecido. A estrutura lá dentro estava abandonada. Agora com a ampla reforma vai ter restaurante, academia ao ar livre e trilhas, com visitação”, conta.

Mas Ana Lúcia alerta que esse sistema é o ideal, mas ainda não estará funcionando com-pletamente este ano. “Temos o ano eleitoral, que limita o orçamento e as obras. Esperamos que até agosto elas comecem. Depois dessas obras iniciais, aumentarão as visitas dos estu-dantes, supervisionadas. Mas abrir totalmen-te, esse ano ainda não acontecerá”, explicou.

UTINGAO contexto de Belém é mesmo comple-

xo do ponto de vista ambiental. O Parque Estadual do Utinga, por exemplo, é área de proteção ambiental que, além de servir à população pela própria área verde, guarda o manancial que fornece água potável para toda a Região Metropolitana. Pela lateral dele passa a obra de extensão da Avenida João Paulo II, administrada pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolita-no (NGTM), do governo estadual.

A obra já foi tema de reportagem da Revista CREA-PA por conta da polêmica causada pela construção prevista de um sis-tema de fitorremediação – espécie de trata-mento de água por meio de plantas aquáticas que foi questionado por um pesquisador da

UFPA. Como a área é cercada por uma invasão que não tem tratamento de esgoto, os dejetos acabam indo parar dentro do manancial. O problema é de longa data e já foi identificado. A solução final é de competência da Companhia de Saneamen-to do Pará, dentro do colegiado que gere o parque, também de maneira paritária.

Ainda está nos planos para o Utin-ga, um “amazonário”, um centro turístico de referência internacional que terá uma amostra de espécies da Amazônia. A obra, idealizada pelo arquiteto e secretário de cultura Paulo Chaves, demanda recursos que o Estado ainda não tem. Por enquan-to, as obras previstas são o centro de aco-lhimento e a reforma da pista central do parque, que está fechado para reforma.

Júlio Meyer, gerente das Unidades de Conservação da Região Administrativa de Belém do Ideflor-bio, explica que as obras acontecem fragmentadas em vários órgãos e ocorrem pela dinâmica de gestão compartilha-da. “A crítica do pesquisador da UFPA rever-berou, mas é preciso entender que isso criou uma ideia de que a obra de fitorremediação era a única solução, o que não é verdade. A obra foi necessária por causa do planejamento da Avenida João Paulo II, porque foi feito um l evantamento e foi constatado isso”, comenta.

Para Meyer, as ações do NGTM não tiram a responsabilidade da Cosanpa, que precisa fazer o sistema de esgotamento sa-nitário no local. Enquanto isso não acontece

(está nos pla-nos, mas por falta de recurso não foi feita), o sistema de fitorreme-diação vai amenizar o

problema. “Dentro de um planejamento e do

diagnóstico comparti-lhado por todos os órgãos

e entidades que participam do conselho gestor do Utinga,

inclusive a UFPA. Agora, claro que não podemos ter todos os pesquisadores da UFPA no conselho”, explica.

O Parque do Utinga faz parte da Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém. Mas a região tem ainda outra APA, a da Ilha do Combu; e o Refúgio de Vida Sil-vestre da Amazônia, que era a antiga Área da Pirelli, em Marituba. Nessa extensão de terra de 15 mil hectares existem mais de 14 quilô-metros de trilhas que já podem ser percorri-dos por grupos interessados. O Ideflor treinou 15 agentes condutores de trilha que estarão disponíveis daqui a um mês, segundo Meyer, agendando o serviço com os interessados.

Nessa extensão de mata, tem registros de onça pintada, sucuris, pirarucus, 200 es-pécies de aves e todo tipo de fauna amazôni-ca de pequeno, médio e grande porte. Um passeio, portanto, mais complexo do que um “domingo no parque com a família”.

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No Utinga, muitas pessoas fazem caminhadas e trilhas e praticam ciclismo

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ÁGUA

O Fórum Mundial da Água, im-portante por buscar dar reco-nhecimento global à temática

dos recursos hídricos, será realizado pela primeira vez na América Latina, desta vez em Brasília, em março de 2018. Mas até lá, vários eventos preparatórios serão realizados, a fim de reunir propostas que serão debatidas na oitava edição do Fó-rum. Belém foi a primeira de seis cida-des escolhidas a debater o tema água, em evento ocorrido no início de junho, de onde resultou a Carta de Belém, assinada no dia 11 de junho, no encerramento dos debates interativos propostos pelo evento Rumo a Brasília/Norte das Águas.

O documento foi resultado de dis-cussões com pesquisadores renomados, representantes dos Ministérios Públi-cos do Estado e Federal, secretários de Estado, além de representantes da so-ciedade, operadores de água, esgoto e resíduos, representantes da academia, reguladores, investidores, financiadores, sindicatos e fornecedores de soluções.

O governador do Conselho Mun-dial da Água (CMA), Newton Azevedo disse que o evento atingiu o objetivo que foi produzir conhecimento, debater pro-postas e formatar soluções para o melhor uso dos recursos hídricos em Belém, na região Norte, no Brasil e no mundo.

A assinatura da Carta de Belém mar-cou o penúltimo dia da programação do Norte das Águas, que contou com atividades como oficinas nas áreas de jornalismo, cinema e fotografia. A gas-tronomia também teve vez, com alunos de escolas públicas estaduais participan-do de uma oficina gastronômica com o

Norte das Águas apresentou propostas para o 8º Fórum Mundial da Água

chef de cozinha Thiago Castanho, além de regata na Baía do Guajará e show com artistas da terra.

A programação do Norte das Águas vai continuar em setembro, na cidade de Tijuana, no México. Em novembro, irá até Salvador, Bahia. Já em 2017, será a vez de Santiago, no Chile, no mês de março; de Foz do Iguaçu, Paraná, no mês de julho e em novembro, o ciclo de de-bates com vistas ao Fórum Mundial da Água será encerrado em São Paulo. Em cada uma dessas cidades, no final do evento, será produzida uma carta com todas as opiniões e reflexões acerca das atividades realizadas. Os documentos vão ajudar a formular a proposta brasi-leira e da América Latina a ser discutida no Fórum Mundial, que pela primeira vez será realizado no hemisfério sul.

A 8ª edição do Fórum Mundial da Água terá como tema “Compartilhando

a Água”. O evento é promovido a cada três anos e foi realizado pela última vez em abril de 2015, nas cidades de Daegu e Gyeongbuk, na Coreia do Sul.

A escolha do Estado do Pará para sediar o pontapé dos debates que antece-dem o evento não poderia ser mais preci-sa para o governador do Conselho Mun-dial da Água, Newton Azevedo. “Foram três dias muito úteis, nos quais pudemos ter uma visão da água em toda a sua di-mensão, em sua relação com saneamen-to, energia e alimento. Foi fundamental também a participação das comunidades ribeirinhas e povos indígenas nos deba-tes. Saio daqui muito satisfeito”, disse.

Newton Azevedo, governador do Conselho Mundial da Água, e Adenauer Góes, secretário de Turismo do Estado, que representou o governador Simão Jatene na assinatura da Carta de Belém.

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MERCADO DE TRABALHO

Educação à distância: ferramenta para o desenvolvimento profissional

Uma nova realidade vem ganhando cada vez mais corpo no âmbito da formação profissional. Com o avan-

ço da tecnologia no mundo virtual o en-sino a distância (EaD) se transformou em aliado para quem quer estudar, continuar a se qualificar, mas não tem muito tempo ou disponibilidade para cursar a modalidade tradicional, a presencial. Através da EaD é possível incrementar o currículo e abrir ca-minhos para novas áreas de atuação.

O ensino a distância começou a dar seus primeiros passos no Brasil no final da década de 1990, quando recebeu incentivo a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional. Desde então cresce a cada ano, principalmente porque é uma opção viável de formação quando há limitações físicas, geográficas e até mesmo econô-micas. Mas é bom deixar claro que nessa modalidade quem almeja o crescimento profissional ou o reposicionamento na car-reira deve manter o foco nos estudos, com

disciplina, assiduidade e determinação, afi-nal os resultados só dependem do próprio esforço.

Num mercado competitivo como o que vivemos atualmente, quem está melhor preparado tem mais chances de conquistar as vagas existentes. E não é por acaso que a dedicação exercida no EaD tem conquistado pontos no merca-do de trabalho, onde os recrutadores en-xergam um possível colaborador cheio de determinação e disciplina.

No EaD encontra-se uma variedade de cursos e instituições, que oferecem qualifi-cação desde níveis técnicos até graduações e pós-graduações. Isto amplia muito mais o campo de atuação e leva oportunidade de aprendizado a pessoas em locais que não te-riam chances de conquistar este novo mun-do ao utilizar o ensino presencial. “Essa é uma saída democrática para a qualificação de muitas pessoas, afinal, é impossível pen-sar em educação num país continental sem

esses recursos tecnológicos”, afirma Leo-nardo Moraes, diretor de Pós-Graduação e Pesquisa do IPOG, instituição com unida-de de ensino em Belém e que possui convê-nio com o Crea-PA e MÚTUA-PA.

“A procura por cursos nessa modalida-de vem crescendo no Brasil e no mundo. O aumento do número de usuários conecta-dos à internet por computadores e dispo-sitivos móveis, certamente contribuíram para esse cenário. Por isso, o IPOG atende a essa demanda. São novos paradigmas a serem enfrentados em um mercado cada vez mais dinâmico em que nossos alunos, certamente, não abrirão mão de uma ex-periência de aprendizagem sedutora, capa-citada, com qualidade e responsabilidade”, afirma Carlo Guizeline, diretor de Gradua-ção do IPOG, lembrando que a instituição recebeu nota máxima do Ministério da Educação no credenciamento para oferta de cursos de pós-graduação lato sensu na modalidade EaD.

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VANTAGENS DO USO DA TECNOLOGIA NA EAD

O ensino à distância oferta uma série de variedade de cursos em di-versas instituições brasileiras, que oferecem desde a qualificação em ní-veis técnicos até pós-graduações. O tema vinha causando preocupação nos CREAs e no Confea quanto à forma-ção dos profissionais na graduação em engenharias. Tanto que em agosto de 2015 o GT Educação à Distância do Confea apresentou o relatório final sobre o assunto. O relatório concluiu que não há base legal para indeferir o registro de egressos de cursos de graduação nessa modalidade.

O documento do GT traz os re-sultados de ampla pesquisa a respeito do histórico sobre a Educação à Dis-tância e dados sobre a modalidade no Brasil e outros documentos. Mas é bom deixar claro, que a Decisão Plenária resultante do relatório apre-sentado determina que os Creas ca-

CONFEA tem posição definida sobre EaDdastrem as instituições de ensino e os cursos de educação à distância (EaD) que tenham o devido reconhecimento pelos órgãos competentes (Ministério da Educação, Secretarias de Educa-ção, Conselho Nacional de Educação, etc), exigindo, no momento do cadas-tramento, os documentos que com-provem esse reconhecimento. Consi-derando a natureza e a complexidade do ensino à distância no segmento da área tecnológica, o GT fez outras recomendações, conforme explicou o eng. agr. Daniel Salati, conselheiro federal e um dos integrantes do gru-po de trabalho. “O balizamento dos cursos na modalidade EaD também deve seguir as Diretrizes Curriculares Nacionais e a legislação profissional. Na etapa de cadastramento, os Creas devem verificar se laboratórios, do-centes, tutores e bibliotecas estão de acordo com a legislação”, orientou.

•Os métodos de ensino utilizados na EaD possibilitam a troca de experiências entre os alunos;•As mídias e os ambientes virtuais permitem a interação entre o aluno e o professor em tempo real;•Através dos tutores que ficam disponíveis nos ambientes virtuais, os estudantes tem a possibilidade de tirar suas dúvidas no momento que necessitarem;•As aulas ficam disponíveis para qualquer aluno que desejar acessá-las novamente, e, com isso, aqueles que perderam alguma aula ou não entenderam algum conteúdo poderão revisá-los quando necessário.

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POR DENTRO DO CREA

“Atividade que envolve a ins-peção e o controle técnicos sistemáticos de obra ou ser-

viço, com a finalidade de examinar ou verificar se sua execução obedece ao projeto e às especificações e prazos es-tabelecidos”. Essa é a definição básica da atividade de fiscalização exercida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, em conformidade à Re-solução nº 1010 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, Anexo I.

Já na Lei Federal nº 8666, a fiscali-zação é considerada um serviço técnico profissional especializado. Somadas à Lei nº 5.194, de 1966, que dá competên-cia aos CREAs para fiscalizar, e ao art. 77 da Lei nº 5.194, que confere a prerroga-tiva de designar funcionários com atri-buições para lavrar autos de infração às disposições da lei, a fiscalização exercida pelo Conselho é um instrumento de de-fesa dos profissionais e da sociedade.

“Ou seja, todas as leis reunidas re-

forçam o papel legal do ato da verificação do exercício profissional da Engenharia e Agronomia, a fim de que a prestação de serviços nestas áreas seja feita por pro-fissional habilitado e qualificado, com observância de princípios éticos, econô-micos, tecnológicos e ambientais compa-tíveis com as necessidades da sociedade”, explica o coordenador de Fiscalização do CREA-PA, Manolo Costa.

Hoje o Conselho utiliza duas for-mas de fiscalização: orientativa ou pre-ventiva, que é praticada no sentido de orientar e informar aos profissionais e empresas; e a punitiva, iniciando com a aplicação do auto de infração, multa e instauração de processo fiscal.

“Estamos trabalhando também para conscientizar os profissionais so-bre a importância do exercício legal da profissão. Pois quando efetuamos a fis-calização, seja ela em obras civis, públi-cas ou em qualquer área das profissões que têm registro no Conselho, tanto

nas cidades como em zonas rurais, es-tamos impedindo a atuação de leigos e garantindo a atuação no mercado de trabalho para os profissionais legal-mente habilitados. Para a comunida-de, a atuação do CREA significa segu-rança e qualidade nas obras e serviços prestados”, reforça Manolo Costa.

Ainda de acordo com o coordena-dor de Fiscalização, as principais dificul-dades enfrentadas para exercer o servi-ço no Pará são a extensão territorial do estado e o acesso a áreas remotas, além da pouca integração entre órgãos fiscali-zadores municipais, estaduais e federais. “Estamos buscando fazer parcerias para desenvolvermos ações conjuntas, o que vai melhorar o serviço prestado à popu-lação”, afirma, lembrando que nas obras e serviços públicos, por exemplo, a fisca-lização reveste-se de grande importância social, pois os recursos públicos devem ser utilizados seguindo os princípios da economicidade, eficiência e eficácia.

Fiscalização é instrumento de defesa profissional

LIVROS

A obra HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO tem como objetivo suprir

a ausência de um livro texto que pudesse ser utilizado nos cursos de graduação de engenharia de produção das universidades brasileiras. Ele é fruto da contribuição de 23 autores e coautores de diversas instituições de ensino e pesquisa do país e com diferen-tes formações e experiências profissionais e acadêmicas. Sua estrutura contempla de for-ma instigante para o leitor, através dos seus 17 capítulos, os campos de conhecimentos vivenciados pelo profissional de Engenharia durante a sua atuação em estudos de HST.

A proposta básica de MATERIAIS E DISPOSI-TIVOS ELETRÔNICOS - 4ª ED. é introduzir

os materiais e dispositivos eletrônicos no estágio inicial dos cursos de graduação de engenharia elé-trica, eletrônica e de computadores, física, infor-mática e outros cursos de ciências e engenharia. A compreensão da finalidade e da operação básica dos dispositivos é essencial para projetar equi-pamentos eletrônicos. Entretanto, as disciplinas de dispositivos, quando constam dos currículos, exigem inúmeros pré-requisitos que acarretam sua apresentação em estágio avançado dos cursos universitários. O livro tem caráter introdutório e não entra nos detalhes técnicos mais específicos dos dispositivos e dos métodos de fabricação de materiais. Editora Livraria da Física.

Com linguagem simples e didática, METRO-LOGIA NA INDÚSTRIA - 10ª ED. auxilia

no trabalho de medições, de modo que elas sejam exatas, consistentes e compatíveis com as normas vigentes. Discorre sobre unidades de medida, sua correta aplicação e a maneira de falar e de escrevê-las. Descreve os instrumentos de uso co-mum nos laboratórios e indústrias, manipulação para minimizar os erros e cuidados na utilização e no armazenamento. Trata ainda da questão da instrumentação industrial, enfatizando o funcio-namento de sensores, transdutores, transmisso-res, controladores programáveis e programas de monitoramento e controle, e explana o conceito e a prática do instrumento virtual.

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM TEMPOS DE CRISE, da Artmed,

discute a escassez e a má qualidade em quase todas as águas interiores do planeta, bem como auxilia na busca de soluções. Inicia abordando a importância ambiental das reservas de água doce e resume os principais problemas por elas enfrentados. Também são discutidas al-ternativas para superar a atual crise das águas – com destaque para as vertentes educação, ci-ência, tecnologia e governança –, encerrando com um alerta sobre como seria nosso futuro sem o equilíbrio e a abundância de recursos que tivemos nas últimas décadas.

PETRÓLEO E GÁS - PRINCÍPIOS DE EXPLORAÇÃO PRODUÇÃO E RE-

FINO, de Marcelo Gauto e editado pela Bookman, aborda os conceitos de toda a cadeia petroquímica: exploração, produ-ção e refino de petróleo e gás. O texto uti-liza esquemas, fluxogramas e destaques para as principais ideias com o objetivo de reforçar o aprendizado. Os capítulos se-guem a sequência dos eventos da indústria, de forma que o leitor perceba como a ca-deia do petróleo está estruturada, desde a exploração das jazidas até os derivados que chegam ao mercado consumidor.

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