Considerações sobre o clima e os recursos hídricos

31
HELVECIO DAVI XISLENE JOSE WILSON UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- UFPI UAB/EAD/ESPERANTINA-PI CURSO: LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

Transcript of Considerações sobre o clima e os recursos hídricos

CONSIDERAES SOBRE O CLIMA E OS RECURSOS HDRICOS DO SEMIRIDO NORDESTINO

HELVECIODAVI XISLENEJOSE WILSONUNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU-UFPIUAB/EAD/ESPERANTINA-PICURSO: LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

Rio Parnaba

Rio Parnaba

Rio So Francisco

CONSIDERAES SOBRE O CLIMA E OS RECURSOS HDRICOS DO SEMIRIDO NORDESTINORio Poty

A histria do Nordeste brasileiro est associada a histria da seca, a falta de gua. Os efeitos da seca se apresentam sob diversas formas, seja pela perda da safra agrcola, pelo aumento do desemprego rural, pela falta de gua para as populaes, pelas migraes campo-cidade que sempre estiveram presente no semirido.

Umas das grandes preocupaes a migrao do homem para a cidade devido as perdas agrcolas em virtude da seca que castiga a o semirido nordestino.

Os problemas ligados a gua vem gerando preocupao e motivando estudos em diferentes reas do conhecimento.

As caractersticas climticas do Nordeste brasileiro, representadas pela sazonalidade da precipitao e pela alta variabilidade das chuvas, mantm uma relao direta com o comportamento fluvial.

A distribuio da chuva no tempo e no espao, associada s formaes geolgicas dominantemente cristalinas, so fatores condicionantes do regime dos rios e das reservas subterrneas. Portanto, da disponibilidade dos recursos hdricos superficiais e subterrneos para a regio.

Com baixas amplitudes trmicas, elevadas temperaturas o semirido nordestino apresenta elevadas taxas de insolao e ndice pluviomtricos baixos.Breves consideraes sobre o clima do Nordeste As elevadas taxas de insolao e as altas temperaturas so decorrncia da sua posio latitudinal j que a regio submetida a forte radiao solar durante o ano todo.

Dinmica atmosfrica regional, distribuio das chuvas e problemas associadosA dinmica atmosfrica da Regio controlada por diferentes massas de ar e seus respectivos centros de ao.Tais massas de ar, em funo de sua vorticidade anticiclnica e subsidncia superior trazem estabilidade para o tempo, estabelecendo o perodo seco para a regio que no semirido pode durar at 9 meses.

A estabilidade interrompida pela atuao de diferentes sistemas atmosfricos que causam chuva em reas e perodos sazonais diferenciados.

O mecanismo produtor de chuva mais importante na regio nordeste a Zona de Convergncia Intertropical ZCIT, que atua na regio entre fevereiro e maio, atingindo os estados do MA, PI, CE, RN, PB e PE e extremo norte da BA. Ela se forma na confluncia dos alsios de NE e SE e se desloca para a regio em meados de vero, atingindo sua posio mais meridional no outono.

Fenmenos ocenicos-atmosfricos so os responsveis pela variabilidade que ocorre de um ano para outro.

Um destes fenmenos o El Nio que muda as caractersticas do tempo na regio nordeste, quando as guas do Pacfico esto mais aquecidas no centro-leste, toda a conveco se desloca para leste, alterando o posicionamento da Clula de Walker, nome dado ao Sir Gilbert Walker. De acordo com a intensidade desta clula de circulao e de sua fase de ocorrncia, pode haver inibio da formao de nuvens e da descida da ZCIT para posies mais meridionais, e como consequncia diminuio das chuvas no Nordeste Brasileiro. Evento de El Nio e La Nia tem uma tendncia a se alternar cada 3-7 anos. Porm, de um evento ao seguinte o intervalo pode mudar de 1 a 10 anos;

13

Em anos com totais pluviomtricos muito baixos, registram-se secas para a regio, com repercusses socioeconmicas srias, enquanto em anos muito chuvosos so observadas inundaes que causam muitos prejuzos, principalmente para as reas urbanas.

Tais fenmenos repercutem em srios problemas associados as chuvas. Esperantina

Os recursos hdricos superficiais e subterrneos do Semirido Trata-se de uma regio pobre em volume de escoamento de guas superficiais. Tal situao deve-se s caractersticas climticas e tambm estrutura geolgica dominante.

Os rios de regime temporrios so encontrados principalmente na rea que vai do estado do Cear, at a parte setentrional da Bahia.

Os rios perenes, cujo exemplo mais importante so: o So Francisco e o Parnaba. Com grande potencial, tais como gerao de energia e escoao de gros , alm de abastecimento das populaes em geral.

Com relao aos recursos hdricos subterrneos, o nordeste semirido formado dominantemente por rochas cristalinas, perfazendo aproximadamente 80% de seu territrio. As rochas cristalinas no se constituem em um bom aqufero, principalmente no semirido onde o manto de decomposio pouco espesso. Alm disso, as rochas cristalinas so menos porosas e dificultam a penetrao e o acmulo de gua subterrnea.

Contudo h reas importantes do territrio nordestino cuja constituio geolgica sedimentar, havendo grandes reservas de gua subterrnea. Destaque aqui para os estados que se localizam na Bacia Sedimentar do Parnaba, a exemplo do Piau, onde grande parte do territrio est nos domnios do clima semirido e em virtude das caractersticas geolgicas sedimentares apresenta elevado potencial de guas subterrneas.

18

Do ponte de vista da gesto dos recursos hdricos as principais polticas pblicas em desenvolvimento no semirido brasileiro so a construo de audes, a perfurao de poos artesianos, a construo de cisternas rurais, a implantao de barragens subterrneas, a dessalinizao a aproveitamento da gua salobra, o reaproveitamento de guas servidas e no transporte de gua a grandes distncias a partir de adutoras e canais.

A audagem uma das prticas de maior destaque das polticas de armazenamento de gua e amplamente adotada no semirido nordestino.

Em se tratando da perfurao de poos artesianos, deve-se considerar que a potencialidade de guas subterrneas do Nordeste bastante limitada devido predominncia de embasamento cristalino. Os poos perfurados no cristalino nordestino, para aproveitar gua de suas fraturas, apresentam, em geral, vazo limitada e alto teores de sais.Do ponto de vista das bacias subterrneas sedimentares do Nordeste, de acordo com Rebouas (1997), h possibilidade de captao anual da ordem de 20 bilhes de m3. Apesar do alto potencial, deve-se observar que tais bacias concentram-se principalmente no Piau e na Bahia, e que a gua se situa a grandes profundidades, limitando a viabilidade econmica da sua explorao.

As cisternas rurais tm sido outra forma de captao de guas das chuva que realizada a partir telhados de casas e que tem sido fundamental para o abastecimento domstico da populao rural do semirido.As ONGs vem tendo importante contribuio no processo de instalao das cisternas, envolvendo inclusive, amplas discusses acerca da distribuio e uso da gua.

As barragens subterrneas so construdas transversalmente aos vales aluviais, a partir da impermeabilizao total ou parcial do fluxo, afim de interceptar o escoamento em sub superfcie. So indicadas em vales de reduzida espessura da zona saturada e onde as guas no apresentam elevados teores de sais. Vrios so os exemplos de sucesso de implantao de barragens subterrneas que tem possibilitado o cultivo de diversos produtos agrcolas

A instalao de dessalinizadores, associados poos artesianos localizados no cristalino tem se constitudo em ao governamental, tanto a nvel federal quanto estadual. Inmeras comunidades rurais vem se beneficiando com o sistema embora os custos de manuteno e operao dos dessalinizadores ainda sejam bastante elevados.

Em se tratando do reaproveitamento de guas servidas as iniciativas ainda so bastante tmidas. As Universidades e Centros de Pesquisa tm desenvolvido estudos e aprimorado tecnologias para os tratamentos de guas servidas e para a disposio controlada de esgotos com tratamento primrio ou secundrio ao solo.

Finalmente o transporte de gua a grande distncias por meio de adutoras e canais, tem sido utilizado para captar gua a partir de reservatrios de grande porte ou de poos profundos de reas sedimentares, sendo vrias as obras deste tipo no semirido, a exemplo do Canal da Integrao, no estado do Cear, e a ampla rede de adutoras no Rio Grande do Norte. A Adutora do Paje outro sistema importante que possibilitar atender a 19 municpios no estado de Pernambuco.

A transposio do rio So Francisco se destaca neste aspecto. Ela tem como objetivo conduzir gua para 12 milhes de habitantes do Agreste e do Serto dos estados de Pernambuco, Cear, Paraba e Rio Grande do Norte. Essas guas sero destinadas, prioritariamente, ao consumo da populao urbana de 390 municpios daqueles estados.

Mais detalhes sobre a transposio podem ser encontrados no site do Ministrio da Integrao pode-se dispor de informaes sobre o andamento atual das obras de transposio.

A associao de baixas precipitaes, distribuio irregular das chuvas, delgado manto intemprico, vegetao esparsa (caatinga) interferem sobremaneira na quantidade dos recursos hdricos superficiais e subterrneos no semirido nordestino. Consideraes Finais

Em se tratando da gesto dos recursos hdricos as principais polticas pblicas para o semirido brasileiro tm sido a construo de audes, a perfurao de poos artesianos, a construo de cisternas para abastecer as populaes rurais, a implantao de barragens subterrneas, a dessalinizao a aproveitamento da gua que apresenta elevados teores de sais, o reaproveitamento de guas servidas e o transporte de gua a grades distncias a partir de adutoras e canais, destacando-se a transposio do rio So Francisco.

As diversas alternativas para minimizar o problema da gua sempre estiveram em pauta por parte dos gestores pblicos, contudo, a falta desse recurso ainda largamente evidenciada, principalmente em anos com baixos totais pluviomtricos, mostrando que h muito a ser feito para que o problema seja definitivamente solucionado e toda a populao possa ter acesso a gua e, de boa qualidade.

Referncias Bibliogrficas ANA Agncia Nacional das guas Atlas Nordeste Abastecimento urbano de gua. Braslia, DF, 2005 Brasil. Ministrio da Integrao Nacional. Projeto de transposio de guas do rio So Francisco para o Nordeste setentrional. Braslia, DF, 2000. 10v CIRILO, J.A. Polticas pblicas de recursso hdricos para o semi-rido. Estudos Avanados, n. 22(63), 61-82, 2008. DEMETRIO, J.G.A. et.al. Aquferos fissurais. IN: CIRILO J.A. et.al.(Org) O uso sustentvel dos recursos hdricos em regies-semi-ridas. Recife, ABRH. Editora Universitria, UFPE, 2007, p. 508. FERREIRA, A.G.; MELLO, N.G.S. Principais sistemas atmosfricos atuantes sobre a regio Nordeste do Brasil e a influncia dso ocenaos pacfico e Atlntico no clima da regio. Revista Brasileira de Climatologia, ACLIMA, ano 1, dez. 2005. GAMACHE, J. F.; HOUZE JR, R.A. Mesoscale air motions associated with a tropical squall line. Mon. Wea. Rev., 110, 118-135, 1982. GAN, M.A.; KOURSKY, V. E. Um estudo observacional sobre as baixas frias da alta troposfera nas latitudes subtropicais do AtLngtico Sul e Leste do Brasil. INPE, So Jos dos Campos, 1982.

www.google.com.br/search?q=desidrata%C3%A7%C3%A3o&espv=2&biw=1242&bih=545&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI3ozw28H8xwIVxBuQCh1DVQ2L#tbm=isch&q=charge+pol%C3%ADtica+recursos+hidricos+nordeste&imgrc=V962GXXTLnS7YM%3A