Constituições brasileiras (resumo)

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AS 7 CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS HISTÓRIA & ATUALIDADES PROF. ELTON ZANONI OUTUBRO/2013 Uma Constituição para o Império Ela garantia direitos políticos para uma pequena elite agrária. Em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorgou a primeira Carta constitucional do Brasil monárquico. Redigida por uma comissão especial o Conselho de Estado nomeada pelo imperador, que centralizava poder em suas mãos, ela atendia aos interesses dos grupos dominantes na sociedade brasileira. Só possuíam direitos políticos os indivíduos com renda anual superior a 800 mil-réis, comparada à obtida em 150 alqueires de mandioca. A Velha República e a Legalidade Na Carta republicana predomina a tendência liberal. Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a Constituição imperial de 1824 é revogada. O Governo Provisório convoca um novo Congresso Constituinte. Sua tarefa era clara: elaborar a Carta Magna do regime nascente, que deveria responder à nova realidade política do país e atender, principalmente, aos interesses dos poderosos fazendeiros de café de São Paulo e Minas Gerais. A partir do governo de Prudente de Moraes (1894 a 1898), representantes do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM) ocupam alternadamente a Presidência da República. Esse monopólio do poder perdura até a deposição de Washington Luís, na Revolução de 1930. Da Era Vargas ao Período Militar Em quatro décadas o Brasil teve quadro Constituições. O Brasil chegou à década de 1920 com uma superprodução cafeeira. Este problema e a Quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, provocaram uma crise político-econômica que desemboca na Revolução de 1930, movimento formado por grupos que não se sentiam representados na União. Getúlio Vargas lidera o movimento e atrai o operariado. A chamada República Velha chega ao fim, mas a Constituição de 1891 se mantém até 1934, quando é promulgada a terceira Constituição do país. Entre 1934 e 1967, a promulgação e a outorga de quatro diferentes Constituições refletem mudanças no quadro das instituições e no dia a dia dos brasileiros. Durante o regime militar, que se estende de 1º de abril de 1964 até a redemocratização em 1985, o plano político foi marcado pelo autoritarismo, pela repressão dos direitos constitucionais, pela perseguição policial e militar e pela imposição da censura prévia aos meios de comunicação. A Constituição Atual É a primeira Carta do país a aceitar emendas populares. Com a redemocratização do país em 1985, após duas décadas de regime militar, era preciso eliminar da legislação o chamado “entulho autoritário”. Para isso, tornava-se cada dia mais urgente a convocação de uma Assembleia Constituinte. O Congresso, eleito em 15 de novembro de 1986, ganhou poderes constituintes. Em 1º de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães, começou seu trabalho. Vinte meses mais tarde, em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a sétima Constituição do país. Adaptado de: Help! História (O Estado de São Paulo), 1997.

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AS 7 CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

HISTÓRIA & ATUALIDADES – PROF. ELTON ZANONI – OUTUBRO/2013

Uma Constituição para o Império Ela garantia direitos políticos para uma pequena elite agrária.

Em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorgou a primeira Carta constitucional do Brasil monárquico. Redigida por uma comissão especial – o Conselho de Estado – nomeada pelo imperador, que centralizava poder em suas mãos, ela atendia aos interesses dos grupos dominantes na sociedade brasileira. Só possuíam direitos políticos os indivíduos com renda anual superior a 800 mil-réis, comparada à obtida em 150 alqueires de mandioca.

A Velha República e a Legalidade Na Carta republicana predomina a tendência liberal.

Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a Constituição imperial de 1824 é revogada. O Governo Provisório convoca um novo Congresso Constituinte. Sua tarefa era clara: elaborar a Carta Magna do regime nascente, que deveria responder à nova realidade política do país e atender, principalmente, aos interesses dos poderosos fazendeiros de café de São Paulo e Minas Gerais. A partir do governo de Prudente de Moraes (1894 a 1898), representantes do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM) ocupam alternadamente a Presidência da República. Esse monopólio do poder perdura até a deposição de Washington Luís, na Revolução de 1930.

Da Era Vargas ao Período Militar Em quatro décadas o Brasil teve quadro Constituições.

O Brasil chegou à década de 1920 com uma superprodução cafeeira. Este problema e a Quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, provocaram uma crise político-econômica que desemboca na Revolução de 1930, movimento formado por grupos que não se sentiam representados na União. Getúlio Vargas lidera o movimento e atrai o operariado. A chamada República Velha chega ao fim, mas a Constituição de 1891 se mantém até 1934, quando é promulgada a terceira Constituição do país. Entre 1934 e 1967, a promulgação e a outorga de quatro diferentes Constituições refletem mudanças no quadro das instituições e no dia a dia dos brasileiros. Durante o regime militar, que se estende de 1º de abril de 1964 até a redemocratização em 1985, o plano político foi marcado pelo autoritarismo, pela repressão dos direitos constitucionais, pela perseguição policial e militar e pela imposição da censura prévia aos meios de comunicação.

A Constituição Atual É a primeira Carta do país a aceitar emendas populares. Com a redemocratização do país em 1985, após duas décadas de regime militar, era preciso eliminar da legislação o chamado “entulho autoritário”. Para isso, tornava-se cada dia mais urgente a convocação de uma Assembleia Constituinte. O Congresso, eleito em 15 de novembro de 1986, ganhou poderes constituintes. Em 1º de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães, começou seu trabalho. Vinte meses mais tarde, em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a sétima Constituição do país.

Adaptado de: Help! História (O Estado de São Paulo), 1997.