EDUCAÇÃO EM DEFESA CIVIL E PROTEÇÃO COMUNITÁRIA – CONSTRUINDO CIDADES RESILIENTES
Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.
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3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.0. Nome Do Estagiário
1.1. Coordenador Do Estágio
1.2. Supervisor Acadêmico
1.3. Período Do Estágio
1.4. Área De Concentração
1.5. Turnos De Trabalho
1.6. Público-alvo
1.7. Local Do Estágio – Base De Desenvolvimento Do Plano
1.8. Endereço/Telefone
1.9. Responsável Local
1.10. Nome Da Atividade
1.11. Pró-Reitoria/Coordenadoria/Centro/Campi/Núcleo
1.12. Número Do Centro De Custo
1.13. Classificação Da Atividade
1.14. Área De Conhecimento
1.14.0. Área Temática
1.14.1. Linha De Extensão
1.15. Responsável
1.15.0. Fone
1.15.1. E’mail
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2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.0. Descrição Da Estrutura e Funcionamento Do Local
2.0.0. Público Atendido Pela Instituição
2.0.1. Histórico
2.0.2. Missão
2.0.3. Objetivos Da Instituição
2.0.4. Estrutura Física Da Instituição
2.0.5. Serviços Oferecidos
2.1. Aspectos Dinâmicos E Entendimento Do Funcionamento
Institucional
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2.1.0. Procedimentos
2.1.1. Funcionamento E Estrutura Hierárquica
2.1.2. Dinâmica Instituição X População
2.1.3. Objetivos Acadêmicos Gerais
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3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS
3.0. FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE A VIOLÊNCIA
3.0.0. Apresentação
3.0.1. Explicações Teóricas Sobre O Fenômeno Da Violência
3.0.1.0. Etologia
3.0.1.1. Psicanálise
3.0.1.2. Behaviorismo
3.0.1.3. Aprendizagem Social
3.0.1.4. Cognitivismo Neo-Associacionista
3.0.1.5. O Processamento Da Informação Social
3.0.1.6. Interacionismo Social
3.0.1.7. Modelo Geral Da Agressão Baseado Em
Estruturas De Conhecimento
3.1. IMPLICAÇÕES NA E DA VIOLÊNCIA
3.2. DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA
3.2.0. Dimensões Econômicas e Sociais
3.2.1. Dimensões Simbólicas
3.2.2. Dimensões Corporais
3.3. FATORES DE PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA
3.3.0. Fator Estrutural
3.3.1. Fator De Resistência
3.3.2. Fator Da Delinqüência
3.4. JUSTIFICATIVA
3.5. OBJETIVOS
3.5.0. Objetivo Geral
3.5.1. Objetivos Específicos
3.6. RECURSOS HUMANOS
3.7. RESULTADOS GLOBAIS ESPERADOS
3.7.0. Resultados Quantitativos
3.7.0.1. Procedimentos Administrativos E Operacionais
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3.7.0.2. Cursos
3.7.0.3. Eventos
3.7.0.4. Prestação De Serviços
3.7.0.5. Publicações E Outros Produtos Acadêmicos De
Extensão
3.7.1. Resultados Qualitativos
3.8. PARCERIAS FORMAIS E INFORMAIS
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4.0. PROGRAMA DE ATIVIDADES
4.0.0. Projeto Defesa A Vida - PDV
4.0.0.0. Público Alvo
4.0.0.1. Justificativa
4.0.0.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
4.0.0.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico
4.0.0.3. Investimento
4.0.0.4. Estrutura Física
4.0.0.5. Instrumentos
4.0.0.6. Procedimentos
4.0.0.7. Fluxograma
4.0.0.8. Resultados Esperados
4.0.1. Oficina Violência Não
4.0.1.0. Público Alvo
4.0.1.1. Justificativa
4.0.1.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
4.0.1.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico
4.0.1.3. Investimento
4.0.1.4. Estrutura Física
4.0.1.5. Instrumentos
4.0.1.6. Procedimentos
4.0.1.7. Fluxograma
4.0.1.8. Resultados Esperados
4.0.2. Oficina Kronos – Laboratório Vivencial
4.0.2.0. Público Alvo
4.0.2.1. Justificativa
4.0.2.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
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4.0.2.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico
4.0.2.3. Investimento
4.0.2.4. Estrutura Física
4.0.2.5. Instrumentos
4.0.2.6. Procedimentos
4.0.2.7. Fluxograma
4.0.2.8. Resultados Esperados
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ANÁLISE DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 48
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50
APÊNDICE 56
ANEXOS
ANEXO A: CIRCUITO DE PALESTRAS
A1 – Violência: O que é? Tipos? Como é
(comportamento do agressor)? O que causa (comportamentos
das vítimas)?
A2 – Violência: Leis de defesa as vítimas – Como
proceder?
A3 - Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?
ANEXO B: PALCO VIVO
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57
58
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.0.4. Estrutura Física.
Tabela 3.0. Fundamentos Teóricos Sobre A Violência.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 3.1. Implicações na e da violência.
Figura 4. Esquema conceitual referencial operativo.
Figura 4.0.0.7. Fluxograma.
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5. PARECERES 61
7
INTRODUÇÃO
O termo Psicologia Comunitária é novo e amplo e varia de acordo com o
referencial teórico considerado e/ou a práxis do psicólogo que o define. Partindo deste
pressuposto, levando em consideração o aporte teórico bio-psico-sócio-cultural, neste
plano de estágio, inicio esta introdução referenciando o surgimento da Psicologia
Comunitária, a partir do questionamento advindo da prática em clínicas, escolas e
organizações, o qual interpela os modelos teórico-metodológicos da Psicologia,
construídos em solos sociais, políticos e econômicos.
Segundo Arendt (1997), a Psicologia Comunitária, enquanto disciplina emergente
no contexto da Psicologia Social, é um analisador da Psicologia. Ele propõe um retorno às
questões psicológicas enriquecidas nos últimos vinte e cinco anos pela crítica sócio–
histórica, antropológica e política. Relata que, admitindo-se o aspecto clínico da formação
em Psicologia, evidencia-se a possibilidade desta estar em franca vantagem sobre as outras
disciplinas das ciências sociais, sendo o papel do psicólogo, o de provocar, propiciar novos
olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos e grupos com os quais vier a atuar.
No estágio, em Psicologia Comunitária, se ampliam os domínios tradicionais da
Psicologia, sendo assim, é inevitável que o acadêmico recorra a referenciais sociológicos,
antropológicos, históricos e outros para enriquecer suas experiências, e é a partir desta
possibilidade que o mesmo se questiona quanto a sua atuação, se esta sendo psicólogo ou
se esta agindo como antropólogo, sociólogo e etc. Esta postura indica uma herança que
ainda resta do mito da neutralidade científica, da recusa do diálogo com outros saberes e de
um distanciamento dos fazeres do psicólogo da realidade de opressão da maioria da
população brasileira, independente de condições sócio-financeiras.
Logo, o trabalho em Psicologia Comunitária nos faz pensar, desenvolver, implantar
e implementar novas técnicas, fundamentais para a atuação do psicólogo em diversos
contextos, na visão do ser humano como sujeito da história e no entendimento do indivíduo
e dos grupos como membros indissociáveis. No trabalho com a comunidade podemos
promover novas formas de subjetividade, possibilitando a construção de novos sentidos,
novos registros diante do sofrimento humano, pois, fazer Psicologia Comunitária é estudar
as condições internas e externas ao homem que o impedem de ser sujeito e, as condições
que o fazem sujeito numa comunidade, ao mesmo tempo que, no ato de compreender, se
trabalha com esse homem a partir dessas condições, na construção de sua singularidade
bio-psico-sócio-cultural.
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Para Zamora (2004), compartilhado por outros autores em Psicologia Comunitária,
consciência, afeto e atividade se relacionam, é a falta desse continuum que produz o
sofrimento e a impotência em lutar contra ele. Segundo Sawaia (1995b), esses elementos
orientam a relação do homem com o mundo e com o outro.
A Psicologia Social ao qualificar-se de Comunitária, explicita o objetivo de
colaborar com a criação de espaços relacionais, que vinculam os indivíduos a territórios
físicos e/ou simbólicos e a temporalidades partilhadas na busca do sentido da dignidade
humana. Enfim ela delimita seu campo de competência na luta contra a exclusão de
qualquer espécie. (Sawaia, 1999b p.51)
A Psicologia Comunitária possibilita que a prática psicológica produza
transformações no plano subjetivo, social, político e clínico, e é a partir deste pressuposto
que este plano de estágio em Psicologia Comunitária I é desenvolvido, tendo como linha
de pesquisa-ação a violência.
9
2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.0. Nome Do Estagiário
Soraia De Figueiró De Lima.
1.1. Coordenador Do Estágio
Raquel Furtado Conte.
1.2. Supervisor Acadêmico
Alice Maggi – CRP 2060.
1.3. Período Do Estágio
01/03/2011 a 11/07/2011.
1.4. Área De Concentração
Psicologia Comunitária.
1.5. Turnos De Trabalho
Segunda e sexta-feira das 09:00 as 12:00.
1.6. Público-alvo
Comunidade local.
1.7. Local Do Estágio – Base De Desenvolvimento Do Plano
Universidade de Caxias do Sul – Curso de Psicologia
Serviço de Psicologia Aplicada – SEPA.
1.8. Endereço/Telefone
Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130.
CEP 95070-560 Caxias do Sul/RS.
(54) 3218-2187.
1.9. Responsável Local
Denise Rasia Bosi.
1.10. Nome Da Atividade
1.11. Pró-Reitoria/Coordenadoria/Centro/Campi/Núcleo
1.12. Número Do Centro De Custo
1.13. Classificação Da Atividade
1.14. Área De Conhecimento
1.14.0. Área Temática
1.14.1. Linha De Extensão
1.15. Responsável
1.15.0. Fone
1.15.1. E’mail
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2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.0. Descrição Da Estrutura e Funcionamento Do Local
2.0.0. Público Atendido Pela Instituição
Homens, mulheres e crianças.
2.0.1. Histórico
Conforme determinações da Lei 4119 de 27 de agosto de 1962, que dispõe sobre os
cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo, os mesmos
deverão contemplar em seu funcionamento, serviços de psicologia orientados e dirigidos
pelo conselho dos professores do curso, com vistas ao atendimento público, gratuito ou
remunerado, conforme a renda da pessoa que busca este serviço.
Seguindo esta indicação, o curso de Psicologia desta universidade oferece desde
novembro de 1981, uma importante ferramenta de formação acadêmica, o serviço de
psicologia aplicada – SEPA, espaço de ensino, prática e pesquisa que objetiva articular,
ampliar, coordenar e possibilitar aos alunos do curso as práticas profissionais destinadas a
desenvolver competências e habilidades básicas e específicas da formação do psicólogo,
lhes permitindo vivenciar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Supervisionados pelos professores, os acadêmicos do curso de Psicologia,
acompanham e realizam atendimentos, individuais e/ou em grupo, para a comunidade local
nas áreas de psicologia escolar, comunitária, organizacional e clínica. O SEPA constitui-se
numa alternativa que supre a demanda por atendimento psicológico em relação ao serviço
público, que carece de vagas, e em relação aos planos de saúde pagos, por representarem
um componente de despesa que não pode ser acrescido ao orçamento familiar da
população de baixa renda.
2.0.2. Missão
Ser um espaço de ensino, prática e pesquisa que objetiva articular, ampliar,
coordenar e possibilitar aos alunos do curso as práticas profissionais destinadas a
desenvolver competências e habilidades básicas e específicas da formação do psicólogo,
lhes permitindo vivenciar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
2.0.3. Objetivos Da Instituição
Oferecer aos acadêmicos do curso de Psicologia condições para prática de
métodos e técnicas psicológicas;
Integrar serviços clínicos, educacionais, comunitários e do trabalho, tanto
para o estágio, como para práticas disciplinares e para a prática de método e
11
prestação de serviços à comunidade, contando com a efetiva participação
dos docentes do curso para sua realização.
2.0.4. Estrutura Física Da Instituição
O SEPA tem uma estrutura de departamentalização combinada, com
interdependência de tarefas e organização funcional, conforme se observa na Tabela 2.0.4.
Estrutura Física.
2.0.5. Serviços Oferecidos
Avaliação psicológica;
Avaliação de desempenho escolar e aprendizagem;
Psicoterapia individual com crianças, adolescentes e adultos;
Terapia de casal e familiar;
Orientação profissional;
Atendimento a famílias, crianças e adolescentes encaminhados pelos
Conselho Tutelar e abrigos;
Atendimento a mulheres, crianças e adolescentes vítimas da violência
doméstica;
Atendimento a casais em processo de litígio
Assessoria a instituições escolares;
Assessoria a empresas;
12
Assessoria a comunidades;
Atendimento clínico a crianças, adolescentes, adultos, família e casal.
2.1. Aspectos Dinâmicos E Entendimento Do Funcionamento Institucional
O aspecto histórico da instituição foi considerado para o estudo, mas não foi
necessário determinar nenhum recorte específico, tendo em vista o tipo de enfoque bio-
psico-sócio-cultural. O nível de análise foi constituído pelos grupos hierárquicos. Os
dados primários foram obtidos por meio das conversas informais com a população desta,
acompanhadas de inúmeras observações dos participantes, na tentativa de delimitar e
compreender o universo a ser explorado. Dentre essas observações, deu-se a definição da
linguagem e os termos técnicos utilizados corriqueiramente no ambiente.
Paralelamente a essa coleta, foi utilizada a observação direta sobre o processo
normal de funcionamento e as relações habituais entre os membros. Essa observação
auxiliou na captação de comportamentos importantes para o projeto, bem como sua
contextualização.
Para a análise dos dados institucionais elencaram-se as abordagens da Psicologia
Social, Fenomenologia Existencial, Teoria Cognitivo Comportamental, Ecro, Psicohigiene
e Sociologia do Trabalho, que consideram a subjetividade, exigindo uma concepção
teórico-metodológica fundamentada em uma teoria analítica que não se contente apenas
com as aparências dos fenômenos, remetendo ao questionamento sobre os aspectos
biológicos, sociais, políticos, culturais, ideológicos, imaginários, psicodinâmicos e
simbólicos, analisando os princípios gerais que regem o funcionamento da instituição, no
sentido de levantar questionamentos sobre os indivíduos e grupos em relação ao
reconhecimento de si e para si, e do outro (seus papéis e identidade no plano social), o seu
lugar na hierarquia e a estrutura das relações sociais que aí se estabelecem.
2.1.0. Procedimentos
Uma vez informada pela coordenadora do estágio sobre as normas, diretrizes e
supervisora designada, a estagiária se apresentou a supervisora para acordar os horários de
supervisão e estágio, sendo alocada no SEPA, onde recebeu o manual do estagiário. Na
primeira supervisão, em 20/04/2011 as 10:00, foram passados o plano de estágio, assuntos
a serem abordados e prazo de entrega do mesmo.
2.1.1. Funcionamento E Estrutura Hierárquica
O funcionamento é complexo e envolve diversos segmentos e atividades diferentes
para servir a objetivos também diferentes, embora interdependentes. Práticas de disciplina,
estágios supervisionados, os interesses e necessidades da população e a necessidade de
disponibilizar e estruturar dados que possam ser utilizados para pesquisas coexistem e
13
precisam ser atendidos neste espaço. Estas três vertentes – ensino, pesquisa e extensão –
não são de fácil articulação numa proposta única de trabalho, muito embora façam parte de
um só projeto que, de uma forma mais ampla, tratar-se do projeto político pedagógico do
curso de Psicologia, espaço no qual se pretende produzir, transmitir e aplicar
conhecimentos.
2.1.2. Dinâmica Instituição X População
No SEPA esta dinâmica (movimento) envolve vários aspectos que se entrelaçam:
A recepção, tanto dos funcionários, profissionais/professores, estagiários,
quanto dos clientes (comunidade que procura pelo atendimento
psicológico);
A construção do kit de prontuário, com seus formulários;
A pré-seleção de clientes, segundo a clientela-alvo ou o critério de
existência de vagas;
O sistema de registro dos dados e sua uniformidade;
As inter-relações oriundas do uso do espaço físico e dos serviços pelos
funcionários, profissionais/professores e estagiários, com diferentes
propósitos.
Dentro deste panorama, se fazem necessários, apesar de nem sempre serem
aplicados pela população que utiliza este espaço e seus serviços, o respeito e a
compreensão quanto ao fato de que o SEPA é uma organização viva, com todas as
necessidades de gestão que lhe são peculiares.
2.1.3. Objetivos Acadêmicos Gerais
Possibilitar aproximação, interação e compreensão da estagiária de
psicologia quanto ao contexto institucional, sua estrutura, funcionamento e
dinâmica, facilitando o conhecimento e diagnóstico de suas características e
necessidades, vislumbrando parcerias no planejamento de intervenções
adequadas a realidade e necessidades desta e de sua população;
Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a
formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas
pertinentes as mesmas;
Transmutar teorias, técnicas e práticas da área de Psicologia em ações que
visem o desenvolvimento bio-psico-sócio-cultural do ser humano e de sua
qualidade de vida.
14
3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Ao longo da existência humana sempre houve a preocupação em entender a
essência do fenômeno da violência, sua natureza, suas origens e meios apropriados para
atenuá-la, preveni-la e eliminá-la da convivência social. O nível de conhecimento atingido,
em todas as áreas do saber, permite inferir alguns elementos consensuais sobre o tema e, ao
mesmo tempo, compreender o quanto este é controverso, em quase todos os seus aspectos.
Logo, se deve adotar uma postura metodológica relacional e dialética para reflexão
acadêmica sobre o tema violência, conforme seguem:
Em primeiro lugar, adotar uma perspectiva histórica na análise, isto é,
especificar a sua dinâmica no tempo e no espaço, correlacionando-a com
outros fatores, sem abandonar o seu caráter de universalidade e abrangência;
Evitar uma discussão de viés valorativo e normativo, ou seja, um discurso a
favor ou contra, que dificulta o entendimento do fenômeno. Assim, como
todo fenômeno social, a violência é um desafio para a sociedade, e não
apenas um mal. Ela pode ser elemento de mudanças;
Relacionar o crime à norma, o desvio à regra, o conflito à solidariedade, a
ordem à desordem, o cinismo à consciência e ação sociais, uma vez que o
crime e o castigo, a ordem e a desordem, a violência e a concórdia revelam,
também, as formas de propriedade e de governo, bem como as leis do
mercado.
Pois, a violência é um complexo e dinâmico fenômeno bio-psico-sócio-cultural,
portanto, para entendê-la, há necessidade de compreender a especificidade histórica, logo,
se conclui que, na configuração da violência se cruzam fatores ideológicos, políticos,
geográficos, econômicos, étnicos, religiosos, sexuais, de nacionalidade, de comunicação,
de saúde, de moradia, de alimentação, de educação, familiares, profissionais, de lazer,
institucionais e subjetivos, aqui assinalado como comportamento frente a todos estes
fatores anteriormente citados.
15
3.0. FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE A VIOLÊNCIA
3.0.0. Apresentação
O fenômeno da agressão entre os seres humanos tem sido abordado em disciplinas
tão distintas como a sociologia, a biologia, a antropologia e a psicologia. Cada área do
conhecimento vê o tema sob uma diferente perspectiva e desenvolve hipóteses, algumas
mais amplas, com a utilização de fatores demográficos, culturais ou de princípios
evolucionistas, outras mais específicas, utilizando-se de alterações metabólicas ou
processos cognitivos para explicar as origens do comportamento agressivo (Tedeschi &
Felson, 1994).
De acordo com a perspectiva utilizada, pode-se incluir sob o tema da agressão,
eventos tão díspares quanto homicídios, violência intra-familiar ou mesmo guerras.
Entretanto, a compreensão de fenômenos complexos exige que os modelos explanatórios
sejam elaborados a partir de uma perspectiva integradora.
As teorias sobre o fenômeno violência, são aqui apresentadas destacando as
contribuições da Etologia, Psicanálise, Behaviorismo, Aprendizagem Social, o
Cognitivismo Neo-Associacionista, o Processamento da Informação Social, o
Interacionismo Social e o Modelo Geral da Agressão, baseado em Estruturas de
Conhecimento.
Contudo, para entender estes níveis, se faz necessário falar sobre causalidade, que,
para os seres vivos, pode ser de dois tipos:
Causas próxima – dizem respeito ao indivíduo e seus modos de
funcionamento, sejam esses bioquímicos ou psicológicos;
Causas últimas – também chamadas de históricas ou evolutivas, são as que
procuram explicar por que os indivíduos, como conjunto, são de uma certa
maneira e não de outras tantas possíveis (Mayr, 1998).
E, para se compreender o ser humano a partir de uma concepção biopsicossocial, a
análise se dá em ambos os níveis, pois os fenômenos humanos devem ser resultantes de
múltiplas determinações, sendo assim, nas causas próximas o questionamento se direciona
ao “como” e nas causas últimas, o questionamento se direciona sobre o "porquê" (Alcock,
1998).
Esse questionamento só pode ser respondido a partir de considerações históricas, e
a história dos processos psicobiológicos é, por definição, evolução darwiniana (Lumsden,
1988). Dentro destes parâmetros, é importante distinguir os termos agressão e violência
que, apesar de semelhantes, não designam, exatamente, o mesmo fenômeno:
16
A agressão (do latim aggressione) significa disposição para agredir,
disposição para o encadeamento de condutas hostis e destrutivas (Ferreira,
1999). Significa ainda ataque à integridade física ou moral de alguém ou
ato de hostilidade e provocação (Houaiss, Villar & Franco, 2001).
A violência deriva do latim violentia, significando a qualidade de violento,
qualidade daquele que atua com força extrema ou grande intensidade,
empregando a ação violenta, opressão ou tirania, ou mesmo qualquer força
contra a vontade, liberdade ou resistência de pessoa ou coisa, podendo
significar também, constrangimento físico ou moral exercido sobre alguma
pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem (Ferreira, 1999).
Conforme Niehoff (1999), agressão é um comportamento adaptativo entendido
como a utilização de força física ou verbal em reação a uma percepção de ameaça. Por sua
vez, violência é um comportamento mal-adaptativo, que consiste em uma agressão
direcionada ao alvo errado, no lugar errado, no tempo errado e com a intensidade errada.
Operacionalmente, o comportamento agressivo é uma categoria que engloba atos que
variam de acordo com manifestações típicas para cada idade, severidade e escolha do
oponente ou vítima (Loeber & Hay, 1997).
3.0.1. Explicações Teóricas Sobre O Fenômeno Da Violência
3.0.1.0. Etologia
Em seu último livro, de 1872, A expressão das emoções no homem e nos animais,
Darwin (1998), afirma que o comportamento humano é controlado pelos mesmos
mecanismos que governam o comportamento dos demais organismos. Nas décadas de 30 e
40 um grupo de cientistas, que se auto-determinavam etologistas, como Niko Tinbergen,
Konrad Lorenz e Karl von Frisch, e geneticistas de insetos, como Seymour Benzer,
defenderam que as rotinas e sub-rotinas comportamentais, tanto de humanos quanto de
animais, apresentavam um componente genético que poderia ser "dissecado" pelos
métodos tradicionais da biologia, e que existiam genes que regulavam os ritmos da vida, a
memória e o esquecimento e os modos de identificar parceiros sexuais.
Nesta hierarquia, instinto é diferente de um reflexo, que é uma simples resposta
dada instantaneamente pelo organismo a algum estímulo, sem o envolvimento de um
centro cerebral. Os instintos tornam-se mais complexos à medida que o sistema nervoso
de uma espécie evolui. Para Lorenz (1966), o "instinto da agressão" é um contribuinte da
preservação e organização da vida, pois, dentre todas as lutas entre espécies diferentes, a
função preservadora é ainda mais evidente na agressão intra-específica.
17
Segundo ele, as funções básicas do comportamento agressivo animal são reguladas
pelos instintos de hierarquia, territorialidade e defesa da prole, e irão agir, ou serão
suprimidos, de acordo com a situação em que o animal se encontra, pois as pulsões
agressivas são o resultado da pressão da seleção intra-específica, comportamento para o
qual o ser humano não encontra um escape adequado na sociedade atual.
Finalmente, outra contribuição da etologia se refere à definição de diferentes
classes de comportamento agressivo. A classificação mais amplamente reconhecida é a de
Moyer (1976), diferenciando o comportamento agressivo em predatório, territorial, inter-
machos, defensivo, induzido pelo medo, maternal, irritável e instrumental. Para este autor,
cada subtipo é controlado por substratos neuroanatômicos e neuroquímicos distintos e,
algumas vezes, sobrepostos.
3.0.1.1. Psicanálise
Embora Freud, especialmente na parte inicial de sua obra, não tenha atribuído muita
relevância ao tema, a partir da década de 20, começou um escalonamento no estudo do
comportamento agressivo. Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905/1989),
apresenta a idéia de que, na fase sádico-anal, a criança desenvolve um componente de
crueldade da pulsão sexual, mas sem objetivo o sofrimento alheio, apenas não o considera.
Essa crueldade seria um traço normal da infância, pois a clivagem que limita esta pulsão,
considerando o outro, só se desenvolve posteriormente, logo, conclui que a agressividade
começa a se formar junto ao desenvolvimento do indivíduo.
Em O ego e o id (1923/1989), ele fala sobre duas classes de pulsões, Eros, ou
pulsão de vida e Thanatos, ou pulsão de morte. O primeiro abrange o conjunto das pulsões
que criam ou mantém a unidade (pulsões sexuais e pulsões de auto-conservação), em
contra-partida, as pulsões de morte visam a redução completa das tensões, sendo voltada
inicialmente para o interior e tendendo à auto-destrutividade. Secundariamente se dirigiria
para o exterior, manifestando-se então sob a forma da pulsão de agressão ou de destruição.
A pulsão de morte torna-se pulsão de agressão quando é desviada para o mundo
externo, fazendo notar-se através da agressividade e destruição, pois o organismo, quando
escoa para fora esta energia, destrói outro objeto ao invés de destruir seu próprio eu (self).
Inversamente, se houvesse qualquer restrição dessa agressividade dirigida para fora, só
aumentaria a autodestruição, por isso Freud acreditava na necessidade de atividades
sociais, que servissem como válvula de escape para toda a energia armazenada.
Em O mal-estar na civilização (1930/1989), Freud assinala que a agressão é o
maior impedimento à civilização, sendo o fator que perturba os relacionamentos com o
próximo. Por outro lado, afirma que sem a agressão o homem não se sente confortável.
18
3.0.1.2. Behaviorismo
Todavia, Freud não especificou se a energia psíquica tratava-se de uma energia real,
ou metafórica. Caso ela seja metafórica, não pode ser medida, logo, não há como provar
que a energia aumenta com a frustração, ou se dissipa com a catarse, expressão da
agressividade (Tedeschi & Felson, 1994). Baseados nesta crítica, alguns discípulos de
Clark Leonard Hull, procuraram desenvolver a hipótese da frustração-agressão.
Dollard, Doob, Miller, Mower e Sears (1939, citados em Berkowitz, 1998), em um
estudo interdisciplinar, definiram frustração como um ato ou evento que impede alguém de
atingir um objetivo, seja isto uma barreira física ou social. A frustração produz energia
agressiva e esta, por sua vez, instiga o comportamento agressivo (Miller, Sears, Mowrer,
Doob, & Dollard, 1941).
A manifestação de um ato agressivo vai depender, entre outras coisas, da posição
hierárquica ocupada pela instigação à agressão. Já a intensidade da resposta irá variar de
acordo com diversos fatores, a força com que se tenta chegar a um objetivo, o valor
atribuído a este e o grau de interferência. Partindo deste princípio, também as respostas
agressivas como reações catárticas, por reduzirem a energia negativa provocada pela
frustração, são auto-reforçadoras e devem reduzir, além da energia agressiva, a
probabilidade da pessoa voltar a agredir alguém.
Porém, foram muito mais freqüentes os experimentos que demonstraram o
contrário, afirmando que reações catárticas aumentam ainda mais a agressividade
(Tedeschi & Felson, 1994). A exposição a mensagens pró-catárticas e a oportunidade de
expressar fisicamente a raiva aumentaram a probabilidade de envolvimento em
subseqüente comportamento agressivo, ao invés de promover o relaxamento e reduzir a
raiva (Bushman, Baumeister & Stack, 1999). O redirecionamento, sendo uma forma de
substituição do alvo a ser atacado em resposta a um estímulo, também foi considerado,
uma vez que, quanto maior a semelhança com a fonte de frustração, maiores são as
chances de alguém ou algo ser atacado.
3.0.1.3 Aprendizagem Social
Sob um enfoque diferente, no qual a agressividade não depende de impulsos
internos nem é provocada pela frustração, Albert Bandura (1973, citado em Berkowitz,
1998) desenvolveu a teoria da aprendizagem social. Para ele, a maior causa da agressão é o
incentivo e as recompensas oferecidas pelo ato. A pessoa, frente a uma situação
identificada, pesa os benefícios e os custos potenciais em expressar um comportamento
agressivo. Caso os benefícios sejam maiores, ela optará pela agressão, a fim de atingir os
seus objetivos.
19
Afirma que os atos extremamente violentos não podem ser espontâneos, mas
precisam ser aprendidos e treinados para que sejam executados. Além disto, eles são
aprendidos lentamente e necessitam de modelos que os pratiquem (família, sociedade ou
ídolos), que demonstrem tipos de ações que são recompensadoras ou passíveis de punição.
A aprendizagem da agressividade através da modelação (aprendizagem vicariante), dá-se
através de quatro processos interligados:
O indivíduo deve estar atento às dicas ou pistas que lhe são dadas;
As observações devem ser codificadas de alguma forma, a fim de serem
representadas na memória;
Estas representações são transformadas em padrões de imitação de
comportamento;
São necessários incentivos apropriados à atuação do que foi aprendido.
Ao selecionar o tipo de modelo a ser seguido, a pessoa é mais inclinada a utilizar
critérios como inteligência e status, sendo mais provável que alguém que ocupe uma
posição mais alta que a dela na hierarquia social seja o modelo eleito, logo, uma vez
aprendido o comportamento agressivo, basta haver uma situação apropriada para que ele se
manifeste.
O sujeito passa então a fazer uma antecipação da recompensa ou punição resultante
do ato, conforme o resultado desta avaliação cognitiva, o comportamento agressivo será
expresso. É interessante observar que nem sempre a punição evita a continuidade do
comportamento agressivo, ao contrário ínsita a mais envolvimento em brigas, servindo
como um reforço do modelo agressivo.
Preocupados com a variedade de fatores empregados na explanação da agressão em
seres humanos, alguns teóricos procuraram, mais notadamente a partir da década de 1990,
formular sínteses que pudessem dar conta da diversidade nesta área de estudo. Nesta seção
são apresentados aqueles modelos teóricos que mais recentemente têm se destacado:
cognitivismo neo-associacionista, processamento de informação social, interacionismo
social e modelo geral de agressão baseado em estruturas de conhecimento.
3.0.1.4. Cognitivismo Neo-Associacionista
Berkowitz (1988, citado em Tedeschi & Felson, 1994), definiu a frustração como o
não-recebimento de uma gratificação esperada, para ele, experiências desagradáveis são
reconhecidas e acabam por gerar um afeto negativo que desencadeia tendências
relativamente primitivas de luta e fuga, consideradas como redes de componentes
emocionais, cognitivos, fisiológicos e motores associativamente ligados. Essa perspectiva
assume, ainda, que deve existir uma associação entre as dicas ou pistas apresentadas
20
durante determinada situação aversiva, a referida situação e as respostas eliciadas pela
situação atual (Anderson & Bushman, 2002).
Conforme Geen (1998), a perspectiva neo-associacionista procura explicar um
potencial de agressividade que havia sido previamente abordado a partir da utilização de
outros construtos, como a frustração, oferecendo um mecanismo causal através do conceito
de afeto negativo (Anderson & Bushman, 2002). Na concepção de Berkowitz, nem toda
frustração leva necessariamente à expressão do comportamento agressivo, pois nem
sempre a frustração apresenta um caráter aversivo, dependendo basicamente de como o
sujeito experiencia determinado evento.
Podem ser utilizados, então, dois sistemas de comportamento agressivo:
A agressão reativa ou afetiva – refere-se à reação agressiva provocada por
estímulos aversivos, de tal forma que a agressão consiste na propensão inata
de atacar impulsivamente a fonte do estímulo aversivo, ou outro alvo
qualquer. Um indivíduo irá expressar menos agressividade logo após ter
dado uma resposta agressiva, pois o objetivo de agredir foi atingido, mas
isto não o impedirá de ser mais agressivo da próxima vez em que for
estimulado. O componente raiva, neste modelo, atua não como
determinante da resposta violenta, mas como um facilitador desta.
A agressão instrumental – é o comportamento apreendido com o objetivo de
alcançar recompensas e evitar punições. Embora o sistema de agressão
instrumental estabeleça-se a partir do sistema anterior, é o sistema de
agressão reativa impulsiva aquele mais significativo na compreensão da
agressão em humanos.
Considerando os dois sistemas, Dodge e Coie (1987) mostraram que os processos
cognitivos envolvidos no ato agressivo estão presentes na forma de mecanismos
semelhantes tanto na agressão reativa quanto na instrumental, embora os objetivos sejam
diferenciados.
3.0.1.5. Processamento Da Informação Social
Embora a utilização de modelos de processamento de informação, na explicação do
comportamento social, remonte às décadas de 1950 e 1960, sua aplicação ao problema da
agressão física ocorreu a partir da década de 1980, a partir do esforço de Kenneth A.
Dodge e Nicki R. Crick, por um lado, e a equipe de L. Rowell Huesmann, por outro. A
abordagem de Dodge e colegas foi, inicialmente formulada, tendo em vista o ajustamento
social em crianças a partir de quatro processos mentais, a codificação das dicas
21
situacionais, a representação e interpretação dessas dicas, a busca mental por possíveis
respostas à situação e a seleção de uma resposta (Dodge & Coie, 1987).
Apoiados em reformulações na própria ciência cognitiva, Dodge e colegas (Crick &
Dodge, 1994), desenvolveram um modelo com estrutura cíclica, procurando representar o
processamento da informação em paralelo, neste, seis passos são descritos:
Codificação de dicas internas e externas;
Interpretação e representação mental destas dicas;
Clarificação ou seleção de um objetivo;
Construção ou acesso à resposta;
Decisão da resposta;
Realização do comportamento.
Uma vez que a criança recebe um retorno de seu comportamento no estágio seis, e
que este retorno contribui para a codificação do estímulo no início da seqüência, temos
então o caráter cíclico do modelo (Geen, 1998). Sendo assim, dependendo do tipo de
interação entre o indivíduo e o ambiente, é possível que se desenvolva uma tendência
atributiva hostil, na qual o indivíduo tende a atribuir intenções agressivas a seus pares.
Já Huesmann (1988), ofereceu inicialmente um modelo centrado na aprendizagem
observacional, posteriormente propôs o modelo unificado de processamento de informação
para a agressão, que integra, não somente seu modelo anterior, mas também aquele
proposto por Dodge e colegas.
Um conceito chave nesta abordagem é o de script mental, o qual sugere ao
indivíduo que eventos que aconteceram num determinado ambiente podem se repetir,
gerando estratégias de comportamento e reação, prevendo os possíveis resultados, logo,
fantasias e expectativas, sobre a agressão, estão correlacionadas com a expressão de
inúmeros tipos de comportamentos agressivos, em ambos os sexos. Estas cognições se
desenvolvem na infância e, uma vez cristalizadas, tornam-se resistentes à mudança
(Huesmann, Moise, Podolski & Eron, 1997).
No modelo unificado de Huesmann (1998), o processamento de informação social
envolve quatro partes, a primeira refere-se à percepção de hostilidade frente a situações
ambíguas, a segunda parte consiste na aquisição, permanência e recuperação de scripts e
esquemas mentais para o comportamento social (Beck & Freeman, 1993). As primeiras
experiências de aprendizado de uma criança têm um papel fundamental na aquisição destes
esquemas, que são compostos pela interação de diferenças biológicas e ambientais, e
moldarão tanto o mecanismo do processamento cognitivo, como o comportamento
apresentado pela pessoa.
22
Outro fator importante na obtenção e estabelecimento de esquemas mentais consiste
em observar certos comportamentos, bem como a obtenção de reforço. Quanto à ativação
de esquemas mentais, a memória de ações recentemente observadas, assim como o estado
emocional em que a pessoa se encontra, exercem grande influência sobre a manifestação
de determinados comportamentos (Beck, 2000; Huesmann, 1998). Já a permanência de
um script dependerá de quanto o seu uso produzirá as conseqüências desejadas pelo
sujeito, fator este que constitui a chamada aprendizagem instrumental.
A terceira parte trata da avaliação e seleção do script, que uma vez ativado, poderá
não ser empregado, caso seja avaliado negativamente. Já a quarta parte, fundamenta-se na
interpretação que o indivíduo faz das respostas oferecidas pelo ambiente à suas ações. A
interpretação destas conseqüências - sejam elas compensadoras ou punitivas - influenciará
a permanência ou não do script, uma vez que nem sempre o sujeito irá atribuir, por
exemplo, uma resposta negativa da sociedade diretamente ao ato agressivo que cometeu.
3.0.1.6. Interacionismo Social
Nesta, desenvolvida por James T. Tedeschi e Richard B. Felson (1994), a principal
questão é compreender porque os indivíduos escolhem realizar comportamentos agressivos
(ou, na terminologia dos autores, ações coercivas). Aqui, é utilizado um modelo de
decisão no qual o indivíduo, ou o ator, examina meios alternativos para chegar a um
objetivo ou, mais especificamente, a um dos seguintes três objetivos:
Controlar comportamento de outros;
Restaurar justiça;
Assegurar e proteger identidades.
Na busca destes objetivos, o ator tem suas escolhas direcionadas pela recompensas
esperadas, custos e probabilidades de resultados (Anderson & Bushman, 2002).
É interessante notar como a opção por adotar um vocabulário próprio remonta às
afinidades teóricas dos autores. Assim, estão presentes termos como "ação coerciva" e
"atores", que guardam maior identificação com a literatura sobre poder, conflito, justiça e
identidades sociais. Usualmente, conforme mencionado, define-se agressão como a
intenção de causar dano, mas "intenção" é um termo bastante impreciso. Nesta abordagem,
intenção é definida no contexto de tomada de decisões, referindo-se a um valor associado à
ação escolhida, logo, temos um objetivo, ou resultado imediato, que é a submissão. Assim,
mesmo a agressão reativa pode ter um objetivo racional subjacente, como punir o
provocador no intuito de diminuir futuras provocações (Anderson & Bushman, 2002).
3.0.1.7. Modelo Geral Da Agressão Baseado Em Estruturas De Conhecimento
23
O modelo geral de agressão (Anderson & Bushman, 2002; Anderson & Dill, 2000;
Bushman & Anderson, 2001) representa uma das mais recentes tentativas de integração
teórica sobre a agressão humana. Nos fundamentos deste modelo encontramos estruturas
de conhecimento para percepção, interpretação, tomada de decisão e ação.
Especificamente, três subtipos de estruturas são enfatizados, os esquemas perceptuais, os
esquemas pessoais e os scripts comportamentais.
Estas, que se desenvolvem a partir da experiência dos sujeitos, acabam por
influenciar as percepções em diferentes níveis, pois, na medida em que vão sendo
utilizadas, tendem a se tornar automatizadas, mantendo-se associadas com estados afetivos
e orientando a resposta comportamental do sujeito frente às demandas ambientais.
Conforme Anderson e Bushman (2002), o modelo focaliza a pessoa na situação,
chamada de um episódio, consistindo em um ciclo de uma interação social continuada.
Esta argumentação encontra sustento na Psicologia Social, especialmente na vertente
representada por Higgins (1990), para o qual, os padrões e o conhecimento social, crenças
pessoais, que são uma função tanto da pessoa quanto da situação, são determinantes
básicos da significância psicológica dos eventos ou episódios, influenciando assim na
reação das pessoas aos eventos.
Sendo aspectos centrais:
Inputs referentes a pessoa – traços, sexo, crenças, atitudes, valores, objetivos
e scripts;
Inputs referentes a situação – incentivos, frustração, provocação, drogas,
dor, desconforto e dicas agressivas;
Rotas do estado interno atual – cognição, afeto, excitação;
Os resultados decorrentes dos processos de avaliação – imediata ou
automática, secundária ou controlada;
Decisão.
O caráter cíclico deste modelo é ressaltado quando os resultados finais do processo
de decisão servem como inputs a um próximo episódio.
Observando os modelos teóricos integrativos acima apresentados (Anderson &
Bushman, 2002; Berkowitz, 1998; Crick & Dodge, 1994; Huesmann, 1998; Tedeschi &
Felson, 1994), verifica-se que tais abordagens concentram-se no nível de análise das causas
próximas. Ainda que de maneira simplificada, pode ser útil sua visualização a partir da
tabela 3.0.
24
25
3.1. IMPLICAÇÕES NA E DA VIOLÊNCIA
Conforme observa-se na figura 3.1., os dispositivos de poder sobre o outro, usados
pela e na violência são a coerção e/ou a força, produzindo danos nas dimensões materiais
(bens imóveis, móveis e semoventes), corporais e simbólicas (identidade subjetiva, valores,
ideais, relações e afetos). A violência se estabelece na incapacidade de negociação,
inserindo uma rede de dominação de classe (profissional, financeira, ideológica,
filosófica), sexo (masculino ou feminino), gênero (aqui entendido enquanto escolha
sexual), religião, posição política e etnia.
26
3.2. DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA
3.2.0. Dimensões Econômicas e Sociais
Se manifestam e se expressam no plano material e da reprodução do homem.
3.2.1. Dimensões Simbólicas
Se expressam no plano do psíquico, da subjetividade, dos afetos, das idéias, dos
valores, das relações interpessoais e sociais.
3.2.2. Dimensões Corporais
Se manifestam no plano físico, agressões físicas, estupro, abuso sexual, falta de
respeito, sexualidade precoce.
27
3.3. FATORES DE PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA
3.3.0. Fator Estrutural
Entende-se como aquela que oferece um marco à violência do comportamento e se
aplica tanto às estruturas organizadas e institucionalizadas da família como aos sistemas
econômicos, culturais e políticos que conduzem à opressão de grupos, classes, nações e
indivíduos, aos quais são negadas conquistas da sociedade, tornando-os mais vulneráveis
que outros ao sofrimento e à morte. Conforme assinala Boulding (l981), essas estruturas
influenciam profundamente as práticas de socialização, levando os indivíduos a aceitar ou
a infligir sofrimentos, segundo o papel que lhes corresponda, de forma "naturalizada".
3.3.1. Fator De Resistência
Constitui-se das diferentes formas de resposta dos grupos, classes, nações e
indivíduos oprimidos à violência estrutural. Esta categoria de pensamento e ação
geralmente não é "naturalizada", pelo contrário, é objeto de contestação e repressão por
parte dos detentores do poder político, econômico e/ou cultural. É também objeto de
controvérsia entre todas as áreas do conhecimento. Já, na opinião do homem comum:
Justificaria responder à violência com mais violência?
Seria melhor a prática da não-violência?
Haveria uma forma de mudar a opressão estrutural, profundamente
enraizada na economia, na política e na cultura (e perenemente reatualizada
nas instituições), através do diálogo, do entendimento e do reconhecimento?
Segundo Denisov (1986), tais dificuldades advêm do fato de a fonte da ideologia da
justiça, da mesma forma que qualquer outra ideologia, estar em relação dinâmica com as
relações sociais e com as condições materiais. Na realidade social, a violência e a justiça se
encontram numa complexa unidade dialética e, segundo as circunstâncias, pode-se falar de
uma violência que pisoteia a justiça ou de uma violência que restabelece e defende a
justiça.
3.3.2. Fator Da Delinqüência
Se revela nas ações fora da lei socialmente reconhecida, sua análise necessita passar
pela compreensão da violência estrutural, que confronta os indivíduos uns com os outros, e
os corrompe e impulsiona ao delito. A desigualdade, a alienação do trabalho e nas relações,
o menosprezo de valores e normas em função do lucro, o consumismo, o culto à força e o
machismo são alguns destes fatores. Portanto, sadismos, seqüestros, guerras entre
quadrilhas, delitos sob a ação do álcool e drogas, roubos e furtos devem ser compreendidos
dentro do marco referencial da violência estrutural, dentro de especificidades históricas.
28
3.4. JUSTIFICATIVA
Trabalhar com a Psicologia Comunitária é trabalhar com o individual e o coletivo,
com o que é comum e o que é incomum entre sujeitos sociais concretos que ocupam um
determinado espaço histórico, físico e geográfico. O psicólogo comunitário trabalha com
sujeitos sociais, em condições ambientais específicas, atento as suas respectivas
peculiaridades. As condições ambientais são, com freqüência, objeto de demandas por
transformações, tanto na zona rural quanto urbana. A subjetividade, objeto da pesquisa
psicológica, só pode ser compreendida e trabalhada considerando-se essas condições
ambientais. Portanto, as noções de ecologia, que nos remetem às questões de urbanização,
saneamento, enfim, condições de sobrevivência, são centrais no trabalho comunitário.
Embora grande parte do trabalho do psicólogo comunitário seja desenvolvido em
comunidades carentes, periféricas ou faveladas, isto não significa que o atendimento da
Psicologia Comunitária esteja restrita a esta, pois, onde houver movimentos humanos,
rurais ou urbanos, associações de moradores, associações religiosas, sindicatos, grupos
minoritários, associações de consumidores, associações de profissionais, grupos de
mulheres, de donas de casa, organizações ecológicas, centros culturais e outras formas de
reunião, é, não só possível, como essencial, a atuação do psicólogo, pois é seu objeto de
estudo e trabalho o ser humano bio-psico-sócio-cultural e sua qualidade de vida.
Partindo destas premissas, este plano de estágio em Psicologia Comunitária I
concretiza uma disposição firme da comunidade acadêmica do curso de Psicologia, a qual
se encontra em torno de uma questão comum, a representação psicológica das questões
sociais. Aqui se apresentam contribuições de professores e alunos, debatem-se questões
teóricas, relato de experiências desenvolvidas e a desenvolver nos contornos da Psicologia.
Aqui se busca um caminho para superar aparentes dicotomias, entre teoria e prática, entre o
trabalho intramuros e o extra-muros, entre o ensino e a prestação de serviços, o que
significa a possibilidade concreta de um diálogo entre universidade e sociedade, de uma
resposta mais efetiva da instituição acadêmica aos problemas sociais, enfim, o resgate dum
aspecto essencial da universidade, o de servir à sociedade.
29
3.5. OBJETIVOS
3.5.0. Objetivo Geral
Prevenção, orientação e ressignificação de vivências e comportamentos permeados
pela violência.
3.5.1. Objetivos Específicos
Contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento de projetos e políticas
de prevenção da violência, por meio da disseminação de conhecimentos e da
sensibilização da comunidade geral, no engajamento de projetos;
Desenvolver, implantar, implementar, manter e multiplicar medidas e
atitudes que facilitem estratégias/redes de suporte para as vítimas de
violência que, concomitantemente, possam contribuir para quebrar o ciclo
da violência;
Desenvolver instrumentos e contextos que possibilitem o registro e análise
de informações, tendo em vista uma avaliação mais real das necessidades
emergentes das vítimas e dos agressores, no domínio da violência intra-
familiar;
Identificar, conhecer e promover estratégias de prevenção a violência, em
parceria com órgãos governamentais ou não, do setor da saúde, do setor da
justiça, do setor da segurança pública e privada, do setor de saneamento e
iluminação, do setor de moradia, do setor de geração de renda e da
comunidade em geral;
Desenvolver cartilhas, protocolos e guidelines, visando melhorar a
acessibilidade, continuidade e rapidez na prestação de assistência e
cuidados.
30
3.6. RECURSOS HUMANOS
Os recursos humanos disponibilizados para desenvolvimento, implantação,
implementação, manutenção e multiplicação destas intervenções virão das parcerias
firmadas e a firmar, tanto com órgãos públicos como particulares, nas diferentes áreas
profissionais e do saber, envolvendo docentes, discentes, voluntários, comunidade geral e
governo.
31
3.7. RESULTADOS GLOBAIS ESPERADOS
Os resultados esperados, das intervenções propostas, neste plano de estágio, podem
ser medidos quantitativamente e qualitativamente. Os resultados quantitativos serão
respaldados pela análise do preenchimento de relatórios específicos, que visam avaliar o
atendimento e acompanhamento dos casos, mesmo que encaminhados para outros serviços,
verificando a eficácia das ações e grau de satisfação, através de questionário a ser
respondido pelos profissionais e instituições participantes das atividades. Os resultados
qualitativos serão respaldados através do acompanhamento sistemático da população-alvo,
com a pretensão de avaliar o grau de integração das vivências sofridas, as possibilidades de
ressignificação das vivências e comportamentos permeados pela violência, bem como a
conscientização quanto a prevenção.
3.7.0. Resultados Quantitativos
3.7.0.1. Procedimentos Administrativos E Operacionais
3.7.0.2. Cursos
3.7.0.3. Eventos
3.7.0.4. Prestação De Serviços
3.7.0.5. Publicações E Outros Produtos Acadêmicos De Extesão
3.7.1. Resultados Qualitativos
32
3.8. PARCERIAS FORMAIS E INFORMAIS
As parcerias constituídas e a se constituir são/serão oriundas das mais diferentes
áreas governamentais, não-governamentais, profissionais e do saber, compostas por
inúmeros setores da sociedade e comunidade em geral.
33
4.0. PROGRAMA DE ATIVIDADES
Ratifica-se, nesta parte do plano, que a criação destas propostas agregam,
complementam, implantam e implementam os serviços já disponibilizados na instituição
SEPA. Cabe salientar que as intervenções aqui propostas embasam-se nas seguintes
teorias e técnicas:
A Psicohigiene, que trabalha com a promoção da saúde (terapêutica,
profilaxia, reabilitação, diagnóstico precoce) e sua ressignificação;
A Dinâmica de grupo, que trabalha com as noções básicas do campo grupal,
das diferentes formas de liderança e do exercício de autoridade;
A Psicanálise, que lida com a compreensão das motivações inconscientes
das ações humana e a teoria dos afetos;
O Psicodrama, que tem por objetivo favorecer as relações vivas e diretas
com as emoções, sentimentos e fantasias do sujeito, graças às possibilidades
expressivas que permeiam a representação teatral, considerando o exercício
da espontaneidade, criatividade, aprendizagem de papéis e o
desenvolvimento das redes relacionais, elementos facilitadores e
transformadores do desenvolvimento social e pessoal do ser humano;
A Metáfora da espiral ascendente, uma releitura de Luis C. Osório sobre o
processo grupal, sendo um paradigma circular onde o todo é considerado
maior que as partes, e estas só devem ser entendidas no contexto do todo,
pois a mudança de uma das partes acarretará mudança no todo, este
mecanismo é considerado/conhecido como retroalimentação;
A Teoria sistêmica, que baseia-se na percepção e discriminação do jogo
interativo dos indivíduos no grupo, catalisando as mudanças possíveis no
sistema, trabalhando os elementos fornecidos, esclarecendo e desfazendo
nós na comunicação;
A Teoria motivacional de Abraham Maslow – Hierarquia das Necessidades,
que versa sobre as necessidades dos seres humanos e sua disposição
hierárquica em função de seu caráter de urgência e sua força;
A Teoria dos vínculos e Grupos operativos através do Esquema conceitual
referencial operativo, baseados na interdisciplinaridade que vai dar origem a
necessidade de heterogeneidade nos grupos operativos, onde a maior
heterogeneidade entre seus membros corresponde a maior homogeneidade
34
na tarefa, sendo instrumental e operativo no sentido que a aprendizagem do
grupo se estrutura como um processo contínuo e com oscilações,
articulando momentos do ensinar e do aprender, sendo assim terapêutico,
como um todo estrutural e dinâmico, conforme se observa na Figura 4.
35
4.0.0. Projeto Defesa A Vida - PDV
4.0.0.0. Público Alvo
Famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por
ocorrência de maus-tratos.
4.0.0.1. Justificativa
Este projeto surgiu da participação do Curso de Psicologia da UCS na reunião de
outubro de 2007 da Coordenadoria da Mulher, na qual houve a explicitação da situação
atual da rede de apoio às Mulheres Vítimas de Violência. Na ocasião, após relato de
situações que evidenciavam a fragilidade de funcionamento da rede e a inexistência de
suporte psicológico para mulheres vítimas de violência, foi possível identificar uma lacuna
significativa, assinalando para a necessidade de um serviço especializado voltado a atender
esta demanda.
De acordo com o código de ética profissional do(a) psicólogo(a), toda profissão
define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado
por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada
relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Dessa
forma, priorizar o atendimento à mulher vítima de violência, considerando a inclusão de
seus filhos, bem como posteriormente, dos agressores, pressupõe uma prática de resgate da
cidadania, bem como a re-construção dos vínculos familiares.
As ações com famílias visam a intervir em seu sofrimento produzindo uma
intervenção complexa que integre a dimensão individual e social, a partir da análise da
forma como se dão as relações entre indivíduos e/ou entre indivíduos e instituições, da co-
construção de conhecimentos sobre a realidade e possibilidades de mudança (Freitas,
Guareschi e Ricci apud Costa, Brandão, 2005).
Assim sendo, o trabalho que a Psicologia procurará desenvolver neste projeto leva
em conta as políticas e ações relacionadas à violência contra a mulher, direcionando o
enfoque para a violência de gênero, com vistas também a contribuir com a realização de
projetos da área social e/ou definição de políticas públicas.
Os atendimentos, estudos, pesquisas e supervisão sobre temas pertinentes à
violência contra a mulher tem como intuito a promoção, a problematização e a construção
de proposições que também qualifiquem o trabalho e a formação da Psicologia. As ações
devem ser integradas com outros(as) profissionais dentro do serviço, bem como com
outros serviços visando o trabalho em rede.
De acordo com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004), este
projeto tem como enfoque atender casos complexos, em que já houveram violação de
36
direitos, sendo que, portanto, buscam este serviço para atendimento. Segundo a PNAS, o
atendimento prestado refere-se a uma modalidade de atendimento de proteção especial,
destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social,
por ocorrência de maus-tratos.
À medida que o projeto visa contribuir com as políticas e ações voltadas á área da
violência, pode-se pensar que ela pode também atuar com vistas à prevenção de situações
de risco, inserindo ações na comunidade em geral que possam fortalecer os vínculos
familiares e comunitários em geral, dessa forma, estaremos também incluídos na Proteção
Social Básica referida no PNAS (2004).
4.0.0.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
Apresentar trabalhos e discutir idéias em público;
Atuar inter e multi-profissionalmente, sempre que a compreensão dos
processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar;
Atuar profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo
ou terapêutico, considerando as características das situações e dos
problemas específicos com os quais se depara;
Desenvolver modalidades de atendimento psicológico eficazes às mulheres
vítimas de violência, bem como aos seus familiares e ao agressor, através de
um trabalho em conjunto com a rede de apoio à mulher de Caxias do Sul;
Executar ações de coordenação ou direção em serviços e programas;
Elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras
comunicações profissionais, inclusive materiais de divulgação;
Prestar serviços de assessoria ou consultoria para órgãos públicos
e/ou privados;
Promover o tratamento global da vítima, da família e do agressor, através de
Grupoterapias, prestando também, quando necessário, o encaminhamento
para outros órgãos competentes;
Realizar diagnóstico psicossocial que viabilize a construção de projetos de
intervenção;
Realizar orientação, aconselhamento psicológico e atendimento psicológico
no âmbito da proteção social especial.
4.0.0.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico
37
Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a
formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas
pertinentes as mesmas;
Apreender na prática, o significado, sentido, objetivo e dinâmica das teorias
ensinadas no curso de Psicologia;
Possibilitar, as famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, dentro da linha de pesquisa-ação deste plano, a
reconstrução da própria imagem e, posteriormente, a recuperação da
palavra, que faz mediação com o Outro;
Auxiliar na reinserção social, isto é, desenvolver capacidades e
competências das famílias e indivíduos que se encontram em situação de
risco pessoal e social, dentro da linha de pesquisa-ação deste plano, para que
os mesmos retomem suas atividades profissionais, estudantis,
relacionamentos, enfim, para que ocupem seu espaço enquanto cidadãos de
direito, que buscam continuar seu processo de recuperação, podendo viver,
além de dignamente, viver produtivamente.
4.0.0.3. Investimento
Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.
4.0.0.4. Estrutura Física
Será implantado e implementado nos locais que solicitarem os serviços oferecidos
por esta atividade.
4.0.0.5. Instrumentos
Fichas de agendamento, acompanhamento e finalização do atendimento;
Relatórios e questionário de atividades;
Atestado Psicológico;
Declaração;
Relatório Psicológico;
Parecer Psicológico;
Laudo Psicológico;
Cartilhas, folders, artigos e slides;
Palestras, debates e fóruns.
4.0.0.6. Procedimentos
Na primeira etapa se dá o contato com os locais afins, Coordenadoria da Mulher,
Defensoria Pública, Delegacia da Mulher, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e
38
etc., já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,
desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários
previamente definidos para o acolhimento e agendamento dos casos e o atendimento inicial
às vítimas para posterior direcionamento ao atendimento mais adequado a demanda.
Sendo que, o critério para inclusão neste projeto é, a princípio, que um dos órgãos
competentes, citados acima, encaminhe.
Na quarta etapa ocorrem:
A formação dos grupos de apoio às vitimas, bem como a seus filhos, com
atendimento grupal semanal, em média de 4 encontros para a preparação para a audiência e
de 16 encontros para os grupos de mulheres pós-audiência;
O atendimento ludoterápico para os filhos destas vítimas de violência, de
caráter profilático e terapêutico, finalizando em média com 16 encontros;
A formação de grupos reflexivos e educativos para os agressores, após
aplicada as medidas cabíveis, nas formas da lei;
Capacitação semanal para recursos humanos que atenderão junto ao serviço,
com discussão de textos, discussão de casos e com colaboradores de entidades;
Intervenções sistemáticas nos locais previamente agendados, definido como
estratégicos;
Planejamento e execução de cursos de extensão, fóruns, etc.
Organização de material para publicação e divulgação.
4.0.0.7. Fluxograma
Conforme se observa na Figura 4.0.0.7. Fluxograma, esta atividade segue as
seguintes etapas:
Acolhimento;
Confirmação do encaminhamento por escrito aos órgãos competentes;
Atendimento;
Comunicação da evolução ou não dos casos, através de relatórios mensais,
aos órgãos competentes;
Reunião com a equipe e as redes de apoio, para desenvolvimento,
implantação e implementação dos serviços oferecidos.
39
4.0.0.8. Resultados Esperados
Os resultados podem ser medidos quantitativamente e qualitativamente, sendo que:
Espera-se que, com a demanda dos atendimentos as mulheres que aguardam
pela audiência, haja um menor número de desistência ou de abstenção;
Espera-se que, com os atendimentos contínuos as vítimas e seus familiares
consigam, através de todo suporte da rede, reconstituir suas vidas,
modificando padrões de relacionamentos e buscando relações mais
satisfatórias;
40
Espera-se que, os grupos a serem realizados com os agressores possam
qualificar suas relações afetivas e minimizar os padrões repetitivos de
violência.
4.0.1. Oficina Violência Não
4.0.1.0. Público Alvo
Homens, mulheres e crianças.
4.0.1.1. Justificativa
Segundo Bronfenbrenner (1996), o ser humano é caracterizado pela sua diversidade
bio-psico-histórico-sócio-cultural, definindo-se pelo conjunto de processos através dos
quais suas particularidades e as do ambiente onde se encontra interagem, produzindo tanto
equilíbrio quanto desequilíbrio ao longo do percurso de sua vida. Seu desenvolvimento se
dá em 4 níveis dinâmicos, a pessoa, o processo, o contexto e o tempo:
A pessoa – refere-se ao fenômeno de constâncias e mudanças na vida do ser
humano em desenvolvimento, no decorrer de sua existência. Considera as
características do indivíduo em desenvolvimento, como suas convicções,
nível de atividade, temperamento, além de suas metas e motivações.
Estes tem considerável impacto na maneira pela qual os contextos são
experimentados, tanto quanto os tipos de contextos nos quais o sujeito se
insere. Características como gênero, etnia, valores e expectativas que se têm
na relação social devem ser consideradas. Qualidades pessoais como estas
podem nutrir ou romper a operação de processos de crescimento
psicológico. Além disso, o autor aponta que nenhuma característica da
pessoa pode existir ou exercer influência sobre o desenvolvimento
isoladamente;
O processo – refere-se as ligações entre os níveis, e se acha constituído
pelos papéis e atividades diárias da pessoa em desenvolvimento. Para se
desenvolver intelectual, emocional, social e moralmente um ser humano,
criança, adolescente ou adulto, requer participação ativa em interação
progressivamente mais complexa, recíproca com pessoas, objetos e
símbolos no ambiente imediato. Para ser efetiva, a interação tem que ocorrer
em uma base bastante regular em períodos estendidos de tempo;
O contexto – refere-se ao meio ambiente global em que o indivíduo está
inserido e onde se desenrolam os processos de desenvolvimento, tanto os
ambientes mais imediatos nos quais vive, como os mais remotos, onde
41
nunca esteve, mas que se relacionam e têm o poder de influenciar o curso de
seu desenvolvimento;
O tempo – pode ser entendido como o desenvolvimento no sentido
histórico. A passagem de tempo em termos históricos tem efeitos profundos
em todas as sociedades. Pequenos episódios da vida familiar, por exemplo,
como a entrada da criança na escola, o nascimento de um irmão ou a
mudança de trabalho dos pais, podem ter significativa influência no
desenvolvimento das pessoas da família num dado momento de suas vidas.
Logo, para que haja um desenvolvimento harmônico do ser humano, se faz
necessário desenvolver as cinco dimensões que permeiam sua existência, enquanto cidadão
de direitos bio-psico-sócio-culturalmente constituído e constituinte.
As dimensões são assim elencadas:
Dimensão psico-afetiva – desenvolvimento da capacidade de
autoconhecimento e autocrítica. Através desta dimensão, a pessoa se torna
capaz de analisar as situações com objetividade, de administrar os conflitos
e de se relacionar com outros de maneira equilibrada;
Dimensão psicossocial – essa dimensão acentua a importância das relações
entre as pessoas que acontecem, por exemplo, na amizade, nos grupos, na
vida em comunidade, na família e no meio ambiente, sendo baseada na
igualdade e não no medo, levando em conta o amor e a responsabilidade,
despertando a auto-estima e, principalmente, o cuidado com a saúde e a
prevenção;
Dimensão mística – essa dimensão refere-se a espiritualidade, mas nessa
oficina é entendida enquanto esperança, perseverança, superação e fé nas
próprias capacidades e na conquista de qualidade de vida;
Dimensão sócio-político-ecológica – esta dimensão busca promover a
cidadania, o resgate de direitos e deveres como seres humanos;
Dimensão de capacitação – esta dimensão visa trabalhar habilidades
presentes em cada pessoa, bem como estimular a organização pessoal,
habilidades diárias e recursos presentes no processo de aprendizagem para
seu trabalho posterior.
4.0.1.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
Orientar e prevenir comportamentos e vivências permeadas pela violência;
Desenvolver as cinco dimensões que permeiam a existência humana.
42
4.0.1.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmicos
Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a
formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas
pertinentes as mesmas;
Apreender na prática, o significado, sentido, objetivo e dinâmica das teorias
ensinadas no curso de Psicologia;
Auxiliar no desenvolvimento harmônico da identidade bio-psico-sócio-
cultural e na manutenção da auto-estima e da autonomia, dentro das
capacidade e limitações de cada participante.
4.0.1.3. Investimento
Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.
4.0.1.4. Estrutura Física
Será implantado e implementado nos locais que solicitarem os serviços oferecidos
por esta atividade.
4.0.1.5. Instrumentos
Relatórios e questionário de atividades;
Relatório Psicológico;
Cartilhas, folders, artigos e slides;
Jogos;
Simulações;
Artes cênicas.
4.0.1.6. Procedimentos
Na primeira etapa se dá o contato com os locais que solicitarem e/ou nos quais a
oficina possa vir a contribuir com a prevenção, orientação e ressignificação das demandas
emergentes, já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,
desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários
previamente definidos para apresentação da mesma, suas normas e diretriz ao conselho
diretivo, o qual decidirá pela sua adoção ou não. Na quarta etapa ocorre a escolha do tipo
de atividade a ser implantada na instituição, considerando sua demanda, população,
funcionamento e estrutura, uma vez que a oficina subdivide-se em:
Circuito De Palestras
o Violência: O que é? Tipos? Como é (comportamento do agressor)?
O que causa (comportamentos das vítimas)?
o Violência – Leis de defesa as vítimas: Como proceder?
43
o Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?
Palco Vivo – Através das artes cênicas (aqui entendido enquanto
Psicodrama) conscientizar a comunidade quanto as formas de violência e os
diversos comportamentos que podem ser adotados diante da mesma e suas
conseqüências.
4.0.1.7. Fluxograma
O fluxo de desenvolvimento desta atividade segue:
O planejamento e desenvolvimento dos instrumentos inerentes ao processo,
desenvolvidos junto a coordenadora e a supervisora do estágio de
comunitária;
O agendamento de reuniões junto as instituições para apresentação do
projeto, considerando suas características e demandas;
A contratação dos serviços pela instituição contatada;
A visita a instituição para conhecer suas normas, diretrizes, população e
demandas emergentes;
O detalhamento do processo de implantação e implementação;
A caracterização da população a ser atendida;
Planejamento quanto ao início e encerramento da atividade, elencando
duração, dias e horários;
Apresentação da atividade, suas normas, diretrizes e objetivos;
Confecção do termo de compromisso em parceria com os participantes;
Inicio das atividades.
4.0.1.8. Resultados Esperados
Os resultados esperados por esta intervenção podem ser medidos quantitativamente
e qualitativamente. Salientando que esta ocorrerá a partir do segundo semestre deste
respectivo estágio, desde que aprovada até lá, logo, se aprovada, ela terá a missão de
trabalhar com comportamentos, vivências e emoções e, que se bem executada, poderá dar
novo sentido e leitura aos comportamentos e vivências permeadas pela violência,
resgatando a identidade subjetiva dos integrantes, devolvendo-lhe a voz, enquanto cidadão
de direito e ser humano bio-psico-sócio-cultural.
4.0.2. Oficina Kronos – Laboratório Vivencial
4.0.2.0. Público Alvo
Vítimas de violência.
4.0.2.1. Justificativa
44
O ser humano só pode ser concebido em sua singularidade dentro de processos
mais amplos da história e da cultura, pois é nos espaços de convivência que ele cria,
mantêm e resgata as capacidades adaptativas, sua identidade e auto-estima, passando a
usufruir do intercâmbio das relações com a sua família, com a sociedade e o meio em que
se encontra, interagindo neste ambiente de forma a respeitar e ser respeitado, a valorizar e
ser valorizado em sua diversidade bio-psico-sócio-cultural.
4.0.2.2. Objetivos Específicos Da Intervenção
Ser um espaço interventivo, de prevenção, orientação e ressignificação de
comportamentos e vivencias permeadas pela violência;
Desenvolver, implantar e implementar a auto-estima;
Oportunizar a apropriação da identidade subjetiva enquanto ser humano bio-
psico-sócio-cultural;
Fomentar a capacidade de auto-gestão na busca de melhor qualidade de
vida, aqui entendida como global, ou seja, saúde, alimentação, moradia,
educação, renda e lazer.
4.0.2.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico
Fornecer espaço interventivo, de prevenção, orientação e ressignificação de
comportamentos e vivencias permeadas pela violência;
Possibilitar novas maneiras de interagir/agir/lidar com as
demandas/angustias, de forma mais equilibrada, harmoniosa e adaptativa,
visando uma melhor qualidade de vida;
Fortalecer a auto-imagem e a capacidade de administrar as frustrações,
evitando e/ou minimizando os danos do adoecimento bio-psico-sócio-
cultural do participante.
4.0.2.3. Investimento
Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.
4.0.2.4. Estrutura Física
Será desenvolvido, testado e aprimorado no SEPA, para, após ser aprovado,
implantado e implementado nos locais que solicitarem esta atividade.
4.0.2.5. Instrumentos
Dinâmica de grupos;
Linguagem corporal;
4.0.2.6. Procedimentos
Na primeira etapa se dá o contato com os locais que solicitarem e/ou nos quais a
oficina possa vir a contribuir com a prevenção, orientação e ressignificação das demandas
45
emergentes, já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,
desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários
previamente definidos para apresentação da mesma, suas normas e diretriz ao conselho
diretivo, o qual decidirá pela sua adoção ou não. Na quarta etapa ocorre a escolha do tipo
de atividade a ser implantada na instituição, considerando sua demanda, população,
funcionamento e estrutura, uma vez que a oficina subdivide-se em:
Grupo Recontando Histórias – Crianças de 04 a 10 anos;
Grupo Fala Sério – Pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 18 anos
incompletos;
Grupo Café & Cia – Adultos de 18 a 55 anos;
Grupo Chá Das Cinco – Adultos de 56 anos em diante.
A quinta etapa refere-se ao processo vivencial de aprendizagem, que segue a
seguinte ordem:
Vivência – onde as atividades propostas são experimentadas pelos
participantes;
Análise – onde os participantes discutem criticamente o percebido e vivido
durante a experiência, podendo expor seus sentimentos e percepções,
novamente dependendo do movimento de abertura de cada um. Geralmente,
esta etapa acontece inicialmente em duplas e, em seguida, no grande grupo;
Conceituação – os participantes são convidados a incluir na análise insumos
cognitivos, informações e fundamentos teóricos. Para tanto, eles são
orientados previamente quanto a textos pertinentes a cada atividade
vivencial proposta;
Conexão - o grupo é convidado a sentar em círculo e compartilhar de forma
livre sua experiência, fazendo conexões com o real e com as futuras
aplicações destas aprendizagens em sua vida.
Sendo que, nesta intervenção, o desenvolvimento interpessoal é orientado para três
níveis:
Nível individual, onde o foco predominante é intrapessoal e interpessoal, na
forma de díade. Trabalham-se as motivações, os objetivos pessoais, a
problemática de inter-relação, de afetividade e intimidade. Procura-se obter
autoconhecimento e conscientização, habilidades de percepção, diagnose e
comunicação para expressão verbal e emocional, para dar e receber
46
feedback. O indivíduo que se conhece e aceita pode fazer opções mais
realísticas de mudanças pessoais e preservar sua autenticidade;
Nível grupal, onde o foco é interpessoal, intra-grupal e grupal, examinado-
se os eventos de díade, subgrupos e grupo total. Trabalham-se as
motivações e objetivos comuns ao conjunto e a vários subconjuntos, bem
como a problemática do poder, da autoridade controle e influência social.
Procura-se aperfeiçoar habilidades de comunicação efetiva, de dar e receber
feedback, diagnosticar e administrar conflitos, de liderança e participação
em grupo. Se a competência interpessoal é alcançada nesse nível, os
membros do grupo podem se dispor a trabalhar em equipe de forma real e
não apenas no rótulo.
Nível institucional, onde o foco predominante é o sistema, a organização
toda. Trabalham-se as motivações e objetivos individuais, grupais e
organizacionais e a problemática de diferenciação e integração de
subsistemas. Procura-se ampliar e aperfeiçoar a capacidade de trabalho em
equipe, de diagnóstico e administração de conflitos intergrupais, a
competência interpessoal de comunicação, interdependência e integração.
Nesse nível, o desenvolvimento interpessoal é orientado para
interdependência de subsistemas e trabalho em equipe e para o desempenho
institucional como um todo.
4.0.2.7. Fluxograma
O fluxo de desenvolvimento desta atividade segue:
O planejamento e desenvolvimento dos instrumentos inerentes ao processo,
desenvolvidos junto a coordenadora e a supervisora do estágio de
comunitária;
O agendamento de reuniões junto as instituições para apresentação do
projeto, considerando suas características e demandas;
A contratação dos serviços pela instituição contatada;
A visita a instituição para conhecer suas normas, diretrizes, população e
demandas emergentes;
O detalhamento do processo de implantação e implementação;
A caracterização da população a ser atendida;
Planejamento quanto ao início e encerramento da atividade, elencando
duração, dias e horários;
47
Apresentação da atividade, suas normas, diretrizes e objetivos;
Confecção do termo de compromisso em parceria com os participantes;
Inicio das atividades.
4.0.2.8. Resultados Esperados
Os resultados esperados por esta intervenção podem ser medidos quantitativamente
e qualitativamente. Salientando que esta ocorrerá a partir do segundo semestre deste
respectivo estágio, desde que aprovada até lá, logo, se aprovada, ela terá a missão de
trabalhar com comportamentos, vivências e emoções e, que se bem executada, poderá dar
novo sentido e leitura aos comportamentos e vivências permeadas pela violência,
resgatando a identidade subjetiva dos integrantes, devolvendo-lhe a voz, enquanto cidadão
de direito e ser humano bio-psico-sócio-cultural.
48
ANÁLISE DAS ATIVIDADES PROPOSTAS
As atividades propostas por este plano de estágio serão analisadas através de dados
quantitativos, a partir do preenchimento de relatórios específicos, que visam avaliar o
atendimento e acompanhamento dos casos, mesmo que encaminhados para outros serviços,
verificando a eficácia das ações e grau de satisfação, através de questionário a ser
respondido pelos profissionais e instituições participantes das atividades. Postula-se que,
através do acompanhamento sistemático da população-alvo, se pretende avaliar o grau de
integração das vivências sofridas, as possibilidades de ressignificação das vivências e
comportamentos permeados pela violência, bem como a conscientização quanto a
prevenção.
49
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A Psicologia Comunitária é um campo de atuação em desenvolvimento, o que
inclui ainda a conquista de espaços, bem como a introdução de novas formas de
intervir através da pesquisa-ação, adequando os referenciais teóricos à prática em si, pois
a Psicologia vem se transformando, de um modelo médico de intervenção para um
modelo que, além de médico, inclui a realidade objetiva, o mundo social e cultural.
Ainda está em construção o modelo de relação entre estes mundos, que se influenciam e
colocam o compromisso social como uma possibilidade, como uma exigência,
como um critério de qualidade da e na intervenção.
Logo, o trabalho do psicólogo deve apontar para a transformação social, para a
mudança das condições de vida da população atendida, uma vez que ele não pode mais ter
uma visão estreita de sua intervenção, pensando-a como um trabalho voltado para um
indivíduo, como se este vivesse isolado, não tivesse a ver com a realidade social,
construindo e sendo construído por ela. É preciso ver qualquer intervenção, mesmo que
no nível individual, como uma intervenção social e, neste sentido, posicionada. Temos
que acabar com a idéia de que mundo psicológico não tem nada a ver com mundo
social, que sofrimento psíquico não tem nada a ver com condições objetivas de vida.
Nós, futuros profissionais da Psicologia e os profissionais, precisamos ter clareza de
que, ao fazer ou saber Psicologia, estamos com a prática e o conhecimento interferindo
na sociedade. É preciso inovar, e inovar a partir das características da população a ser
atendida. Nossa formação nos ensina teorias e técnicas prontas para aplicar. Precisamos
nos tornar capazes de criar Psicologia, adaptando nossos saberes à demanda e à realidade
que a nós se apresenta.
Assumir um compromisso social em nossa profissão é estar voltado para uma
intervenção crítica e transformadora, a partir da perspectiva de nossa ciência e de nossa
prática, rompendo com a desigualdade social que caracteriza a história brasileira e com
um saber que oculta esta desigualdade atrás de conceitos e teorias naturalizadoras da
realidade social. Compromisso social é estranhar, é inquietar-se com a realidade e não
aceitar as coisas como estão, buscando saídas. É ter e agir com ética, tendo como base, o
bem estar comum. É esta a Psicologia que quero e construirei, estando em busca
permanente e em movimento sempre, pois é direito, dever e responsabilidade da
Psicologia compreender a relação entre os processos bio-psico-sócio-culturais e os
processos de produção desta demanda, enquanto técnica, ciência e práxis, fomentando
maior interface com outras áreas do saber.
50
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Rio. Rio de Janeiro.
56
APÊNDICE
57
ANEXO A: CIRCUITO DE PALESTRAS
A1 – Violência: O que é? Tipos? Como é (comportamento do agressor)? O que
causa (comportamentos das vítimas)?
A2 – Violência: Leis de defesa as vítimas – Como proceder?
A3 - Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?
58
ANEXO B: PALCO VIVO
59
LISTAS DE TABELAS
Tabela 2.0.4. Estrutura Física. 11
Tabela 3.0. Fundamentos Teóricos Sobre A Violência. 24
60
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 3.1. Implicações na e da violência. 25
Figura 4. Esquema conceitual referencial operativo. 34
Figura 4.0.0.7. Fluxograma. 39
61
5. PARECERES