Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

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3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1.0. Nome Do Estagiário 1.1. Coordenador Do Estágio 1.2. Supervisor Acadêmico 1.3. Período Do Estágio 1.4. Área De Concentração 1.5. Turnos De Trabalho 1.6. Público-alvo 1.7. Local Do Estágio Base De Desenvolvimento Do Plano 1.8. Endereço/Telefone 1.9. Responsável Local 1.10. Nome Da Atividade 1.11. Pró-Reitoria/Coordenadoria/Centro/Campi/Núcleo 1.12. Número Do Centro De Custo 1.13. Classificação Da Atividade 1.14. Área De Conhecimento 1.14.0. Área Temática 1.14.1. Linha De Extensão 1.15. Responsável 1.15.0. Fone 1.15.1. E’mail 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 09 2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO 2.0. Descrição Da Estrutura e Funcionamento Do Local 2.0.0. Público Atendido Pela Instituição 2.0.1. Histórico 2.0.2. Missão 2.0.3. Objetivos Da Instituição 2.0.4. Estrutura Física Da Instituição 2.0.5. Serviços Oferecidos 2.1. Aspectos Dinâmicos E Entendimento Do Funcionamento Institucional 10 10 10 10 10 10 11 11 12

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O trabalho em Psicologia Comunitária nos faz pensar, desenvolver, implantar e implementar novas técnicas, fundamentais para a atuação do psicólogo em diversos contextos, na visão do ser humano como sujeito da história e no entendimento do indivíduo e dos grupos como membros indissociáveis. No trabalho com a comunidade podemos promover novas formas de subjetividade, possibilitando a construção de novos sentidos, novos registros diante do sofrimento humano, pois, fazer Psicologia Comunitária é estudar as condições internas e externas ao homem que o impedem de ser sujeito e, as condições que o fazem sujeito numa comunidade, ao mesmo tempo que, no ato de compreender, se trabalha com esse homem a partir dessas condições, na construção de sua singularidade bio-psico-sócio-cultural.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.0. Nome Do Estagiário

1.1. Coordenador Do Estágio

1.2. Supervisor Acadêmico

1.3. Período Do Estágio

1.4. Área De Concentração

1.5. Turnos De Trabalho

1.6. Público-alvo

1.7. Local Do Estágio – Base De Desenvolvimento Do Plano

1.8. Endereço/Telefone

1.9. Responsável Local

1.10. Nome Da Atividade

1.11. Pró-Reitoria/Coordenadoria/Centro/Campi/Núcleo

1.12. Número Do Centro De Custo

1.13. Classificação Da Atividade

1.14. Área De Conhecimento

1.14.0. Área Temática

1.14.1. Linha De Extensão

1.15. Responsável

1.15.0. Fone

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2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO

2.0. Descrição Da Estrutura e Funcionamento Do Local

2.0.0. Público Atendido Pela Instituição

2.0.1. Histórico

2.0.2. Missão

2.0.3. Objetivos Da Instituição

2.0.4. Estrutura Física Da Instituição

2.0.5. Serviços Oferecidos

2.1. Aspectos Dinâmicos E Entendimento Do Funcionamento

Institucional

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2.1.0. Procedimentos

2.1.1. Funcionamento E Estrutura Hierárquica

2.1.2. Dinâmica Instituição X População

2.1.3. Objetivos Acadêmicos Gerais

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3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

3.0. FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE A VIOLÊNCIA

3.0.0. Apresentação

3.0.1. Explicações Teóricas Sobre O Fenômeno Da Violência

3.0.1.0. Etologia

3.0.1.1. Psicanálise

3.0.1.2. Behaviorismo

3.0.1.3. Aprendizagem Social

3.0.1.4. Cognitivismo Neo-Associacionista

3.0.1.5. O Processamento Da Informação Social

3.0.1.6. Interacionismo Social

3.0.1.7. Modelo Geral Da Agressão Baseado Em

Estruturas De Conhecimento

3.1. IMPLICAÇÕES NA E DA VIOLÊNCIA

3.2. DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA

3.2.0. Dimensões Econômicas e Sociais

3.2.1. Dimensões Simbólicas

3.2.2. Dimensões Corporais

3.3. FATORES DE PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA

3.3.0. Fator Estrutural

3.3.1. Fator De Resistência

3.3.2. Fator Da Delinqüência

3.4. JUSTIFICATIVA

3.5. OBJETIVOS

3.5.0. Objetivo Geral

3.5.1. Objetivos Específicos

3.6. RECURSOS HUMANOS

3.7. RESULTADOS GLOBAIS ESPERADOS

3.7.0. Resultados Quantitativos

3.7.0.1. Procedimentos Administrativos E Operacionais

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3.7.0.2. Cursos

3.7.0.3. Eventos

3.7.0.4. Prestação De Serviços

3.7.0.5. Publicações E Outros Produtos Acadêmicos De

Extensão

3.7.1. Resultados Qualitativos

3.8. PARCERIAS FORMAIS E INFORMAIS

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4.0. PROGRAMA DE ATIVIDADES

4.0.0. Projeto Defesa A Vida - PDV

4.0.0.0. Público Alvo

4.0.0.1. Justificativa

4.0.0.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

4.0.0.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico

4.0.0.3. Investimento

4.0.0.4. Estrutura Física

4.0.0.5. Instrumentos

4.0.0.6. Procedimentos

4.0.0.7. Fluxograma

4.0.0.8. Resultados Esperados

4.0.1. Oficina Violência Não

4.0.1.0. Público Alvo

4.0.1.1. Justificativa

4.0.1.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

4.0.1.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico

4.0.1.3. Investimento

4.0.1.4. Estrutura Física

4.0.1.5. Instrumentos

4.0.1.6. Procedimentos

4.0.1.7. Fluxograma

4.0.1.8. Resultados Esperados

4.0.2. Oficina Kronos – Laboratório Vivencial

4.0.2.0. Público Alvo

4.0.2.1. Justificativa

4.0.2.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

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4.0.2.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico

4.0.2.3. Investimento

4.0.2.4. Estrutura Física

4.0.2.5. Instrumentos

4.0.2.6. Procedimentos

4.0.2.7. Fluxograma

4.0.2.8. Resultados Esperados

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ANÁLISE DAS ATIVIDADES PROPOSTAS 48

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50

APÊNDICE 56

ANEXOS

ANEXO A: CIRCUITO DE PALESTRAS

A1 – Violência: O que é? Tipos? Como é

(comportamento do agressor)? O que causa (comportamentos

das vítimas)?

A2 – Violência: Leis de defesa as vítimas – Como

proceder?

A3 - Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?

ANEXO B: PALCO VIVO

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.0.4. Estrutura Física.

Tabela 3.0. Fundamentos Teóricos Sobre A Violência.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.1. Implicações na e da violência.

Figura 4. Esquema conceitual referencial operativo.

Figura 4.0.0.7. Fluxograma.

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5. PARECERES 61

Page 5: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

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INTRODUÇÃO

O termo Psicologia Comunitária é novo e amplo e varia de acordo com o

referencial teórico considerado e/ou a práxis do psicólogo que o define. Partindo deste

pressuposto, levando em consideração o aporte teórico bio-psico-sócio-cultural, neste

plano de estágio, inicio esta introdução referenciando o surgimento da Psicologia

Comunitária, a partir do questionamento advindo da prática em clínicas, escolas e

organizações, o qual interpela os modelos teórico-metodológicos da Psicologia,

construídos em solos sociais, políticos e econômicos.

Segundo Arendt (1997), a Psicologia Comunitária, enquanto disciplina emergente

no contexto da Psicologia Social, é um analisador da Psicologia. Ele propõe um retorno às

questões psicológicas enriquecidas nos últimos vinte e cinco anos pela crítica sócio–

histórica, antropológica e política. Relata que, admitindo-se o aspecto clínico da formação

em Psicologia, evidencia-se a possibilidade desta estar em franca vantagem sobre as outras

disciplinas das ciências sociais, sendo o papel do psicólogo, o de provocar, propiciar novos

olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos e grupos com os quais vier a atuar.

No estágio, em Psicologia Comunitária, se ampliam os domínios tradicionais da

Psicologia, sendo assim, é inevitável que o acadêmico recorra a referenciais sociológicos,

antropológicos, históricos e outros para enriquecer suas experiências, e é a partir desta

possibilidade que o mesmo se questiona quanto a sua atuação, se esta sendo psicólogo ou

se esta agindo como antropólogo, sociólogo e etc. Esta postura indica uma herança que

ainda resta do mito da neutralidade científica, da recusa do diálogo com outros saberes e de

um distanciamento dos fazeres do psicólogo da realidade de opressão da maioria da

população brasileira, independente de condições sócio-financeiras.

Logo, o trabalho em Psicologia Comunitária nos faz pensar, desenvolver, implantar

e implementar novas técnicas, fundamentais para a atuação do psicólogo em diversos

contextos, na visão do ser humano como sujeito da história e no entendimento do indivíduo

e dos grupos como membros indissociáveis. No trabalho com a comunidade podemos

promover novas formas de subjetividade, possibilitando a construção de novos sentidos,

novos registros diante do sofrimento humano, pois, fazer Psicologia Comunitária é estudar

as condições internas e externas ao homem que o impedem de ser sujeito e, as condições

que o fazem sujeito numa comunidade, ao mesmo tempo que, no ato de compreender, se

trabalha com esse homem a partir dessas condições, na construção de sua singularidade

bio-psico-sócio-cultural.

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Para Zamora (2004), compartilhado por outros autores em Psicologia Comunitária,

consciência, afeto e atividade se relacionam, é a falta desse continuum que produz o

sofrimento e a impotência em lutar contra ele. Segundo Sawaia (1995b), esses elementos

orientam a relação do homem com o mundo e com o outro.

A Psicologia Social ao qualificar-se de Comunitária, explicita o objetivo de

colaborar com a criação de espaços relacionais, que vinculam os indivíduos a territórios

físicos e/ou simbólicos e a temporalidades partilhadas na busca do sentido da dignidade

humana. Enfim ela delimita seu campo de competência na luta contra a exclusão de

qualquer espécie. (Sawaia, 1999b p.51)

A Psicologia Comunitária possibilita que a prática psicológica produza

transformações no plano subjetivo, social, político e clínico, e é a partir deste pressuposto

que este plano de estágio em Psicologia Comunitária I é desenvolvido, tendo como linha

de pesquisa-ação a violência.

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2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.0. Nome Do Estagiário

Soraia De Figueiró De Lima.

1.1. Coordenador Do Estágio

Raquel Furtado Conte.

1.2. Supervisor Acadêmico

Alice Maggi – CRP 2060.

1.3. Período Do Estágio

01/03/2011 a 11/07/2011.

1.4. Área De Concentração

Psicologia Comunitária.

1.5. Turnos De Trabalho

Segunda e sexta-feira das 09:00 as 12:00.

1.6. Público-alvo

Comunidade local.

1.7. Local Do Estágio – Base De Desenvolvimento Do Plano

Universidade de Caxias do Sul – Curso de Psicologia

Serviço de Psicologia Aplicada – SEPA.

1.8. Endereço/Telefone

Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130.

CEP 95070-560 Caxias do Sul/RS.

(54) 3218-2187.

1.9. Responsável Local

Denise Rasia Bosi.

1.10. Nome Da Atividade

1.11. Pró-Reitoria/Coordenadoria/Centro/Campi/Núcleo

1.12. Número Do Centro De Custo

1.13. Classificação Da Atividade

1.14. Área De Conhecimento

1.14.0. Área Temática

1.14.1. Linha De Extensão

1.15. Responsável

1.15.0. Fone

1.15.1. E’mail

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2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO

2.0. Descrição Da Estrutura e Funcionamento Do Local

2.0.0. Público Atendido Pela Instituição

Homens, mulheres e crianças.

2.0.1. Histórico

Conforme determinações da Lei 4119 de 27 de agosto de 1962, que dispõe sobre os

cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo, os mesmos

deverão contemplar em seu funcionamento, serviços de psicologia orientados e dirigidos

pelo conselho dos professores do curso, com vistas ao atendimento público, gratuito ou

remunerado, conforme a renda da pessoa que busca este serviço.

Seguindo esta indicação, o curso de Psicologia desta universidade oferece desde

novembro de 1981, uma importante ferramenta de formação acadêmica, o serviço de

psicologia aplicada – SEPA, espaço de ensino, prática e pesquisa que objetiva articular,

ampliar, coordenar e possibilitar aos alunos do curso as práticas profissionais destinadas a

desenvolver competências e habilidades básicas e específicas da formação do psicólogo,

lhes permitindo vivenciar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Supervisionados pelos professores, os acadêmicos do curso de Psicologia,

acompanham e realizam atendimentos, individuais e/ou em grupo, para a comunidade local

nas áreas de psicologia escolar, comunitária, organizacional e clínica. O SEPA constitui-se

numa alternativa que supre a demanda por atendimento psicológico em relação ao serviço

público, que carece de vagas, e em relação aos planos de saúde pagos, por representarem

um componente de despesa que não pode ser acrescido ao orçamento familiar da

população de baixa renda.

2.0.2. Missão

Ser um espaço de ensino, prática e pesquisa que objetiva articular, ampliar,

coordenar e possibilitar aos alunos do curso as práticas profissionais destinadas a

desenvolver competências e habilidades básicas e específicas da formação do psicólogo,

lhes permitindo vivenciar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

2.0.3. Objetivos Da Instituição

Oferecer aos acadêmicos do curso de Psicologia condições para prática de

métodos e técnicas psicológicas;

Integrar serviços clínicos, educacionais, comunitários e do trabalho, tanto

para o estágio, como para práticas disciplinares e para a prática de método e

Page 9: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

11

prestação de serviços à comunidade, contando com a efetiva participação

dos docentes do curso para sua realização.

2.0.4. Estrutura Física Da Instituição

O SEPA tem uma estrutura de departamentalização combinada, com

interdependência de tarefas e organização funcional, conforme se observa na Tabela 2.0.4.

Estrutura Física.

2.0.5. Serviços Oferecidos

Avaliação psicológica;

Avaliação de desempenho escolar e aprendizagem;

Psicoterapia individual com crianças, adolescentes e adultos;

Terapia de casal e familiar;

Orientação profissional;

Atendimento a famílias, crianças e adolescentes encaminhados pelos

Conselho Tutelar e abrigos;

Atendimento a mulheres, crianças e adolescentes vítimas da violência

doméstica;

Atendimento a casais em processo de litígio

Assessoria a instituições escolares;

Assessoria a empresas;

Page 10: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

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Assessoria a comunidades;

Atendimento clínico a crianças, adolescentes, adultos, família e casal.

2.1. Aspectos Dinâmicos E Entendimento Do Funcionamento Institucional

O aspecto histórico da instituição foi considerado para o estudo, mas não foi

necessário determinar nenhum recorte específico, tendo em vista o tipo de enfoque bio-

psico-sócio-cultural. O nível de análise foi constituído pelos grupos hierárquicos. Os

dados primários foram obtidos por meio das conversas informais com a população desta,

acompanhadas de inúmeras observações dos participantes, na tentativa de delimitar e

compreender o universo a ser explorado. Dentre essas observações, deu-se a definição da

linguagem e os termos técnicos utilizados corriqueiramente no ambiente.

Paralelamente a essa coleta, foi utilizada a observação direta sobre o processo

normal de funcionamento e as relações habituais entre os membros. Essa observação

auxiliou na captação de comportamentos importantes para o projeto, bem como sua

contextualização.

Para a análise dos dados institucionais elencaram-se as abordagens da Psicologia

Social, Fenomenologia Existencial, Teoria Cognitivo Comportamental, Ecro, Psicohigiene

e Sociologia do Trabalho, que consideram a subjetividade, exigindo uma concepção

teórico-metodológica fundamentada em uma teoria analítica que não se contente apenas

com as aparências dos fenômenos, remetendo ao questionamento sobre os aspectos

biológicos, sociais, políticos, culturais, ideológicos, imaginários, psicodinâmicos e

simbólicos, analisando os princípios gerais que regem o funcionamento da instituição, no

sentido de levantar questionamentos sobre os indivíduos e grupos em relação ao

reconhecimento de si e para si, e do outro (seus papéis e identidade no plano social), o seu

lugar na hierarquia e a estrutura das relações sociais que aí se estabelecem.

2.1.0. Procedimentos

Uma vez informada pela coordenadora do estágio sobre as normas, diretrizes e

supervisora designada, a estagiária se apresentou a supervisora para acordar os horários de

supervisão e estágio, sendo alocada no SEPA, onde recebeu o manual do estagiário. Na

primeira supervisão, em 20/04/2011 as 10:00, foram passados o plano de estágio, assuntos

a serem abordados e prazo de entrega do mesmo.

2.1.1. Funcionamento E Estrutura Hierárquica

O funcionamento é complexo e envolve diversos segmentos e atividades diferentes

para servir a objetivos também diferentes, embora interdependentes. Práticas de disciplina,

estágios supervisionados, os interesses e necessidades da população e a necessidade de

disponibilizar e estruturar dados que possam ser utilizados para pesquisas coexistem e

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precisam ser atendidos neste espaço. Estas três vertentes – ensino, pesquisa e extensão –

não são de fácil articulação numa proposta única de trabalho, muito embora façam parte de

um só projeto que, de uma forma mais ampla, tratar-se do projeto político pedagógico do

curso de Psicologia, espaço no qual se pretende produzir, transmitir e aplicar

conhecimentos.

2.1.2. Dinâmica Instituição X População

No SEPA esta dinâmica (movimento) envolve vários aspectos que se entrelaçam:

A recepção, tanto dos funcionários, profissionais/professores, estagiários,

quanto dos clientes (comunidade que procura pelo atendimento

psicológico);

A construção do kit de prontuário, com seus formulários;

A pré-seleção de clientes, segundo a clientela-alvo ou o critério de

existência de vagas;

O sistema de registro dos dados e sua uniformidade;

As inter-relações oriundas do uso do espaço físico e dos serviços pelos

funcionários, profissionais/professores e estagiários, com diferentes

propósitos.

Dentro deste panorama, se fazem necessários, apesar de nem sempre serem

aplicados pela população que utiliza este espaço e seus serviços, o respeito e a

compreensão quanto ao fato de que o SEPA é uma organização viva, com todas as

necessidades de gestão que lhe são peculiares.

2.1.3. Objetivos Acadêmicos Gerais

Possibilitar aproximação, interação e compreensão da estagiária de

psicologia quanto ao contexto institucional, sua estrutura, funcionamento e

dinâmica, facilitando o conhecimento e diagnóstico de suas características e

necessidades, vislumbrando parcerias no planejamento de intervenções

adequadas a realidade e necessidades desta e de sua população;

Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a

formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas

pertinentes as mesmas;

Transmutar teorias, técnicas e práticas da área de Psicologia em ações que

visem o desenvolvimento bio-psico-sócio-cultural do ser humano e de sua

qualidade de vida.

Page 12: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

14

3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Ao longo da existência humana sempre houve a preocupação em entender a

essência do fenômeno da violência, sua natureza, suas origens e meios apropriados para

atenuá-la, preveni-la e eliminá-la da convivência social. O nível de conhecimento atingido,

em todas as áreas do saber, permite inferir alguns elementos consensuais sobre o tema e, ao

mesmo tempo, compreender o quanto este é controverso, em quase todos os seus aspectos.

Logo, se deve adotar uma postura metodológica relacional e dialética para reflexão

acadêmica sobre o tema violência, conforme seguem:

Em primeiro lugar, adotar uma perspectiva histórica na análise, isto é,

especificar a sua dinâmica no tempo e no espaço, correlacionando-a com

outros fatores, sem abandonar o seu caráter de universalidade e abrangência;

Evitar uma discussão de viés valorativo e normativo, ou seja, um discurso a

favor ou contra, que dificulta o entendimento do fenômeno. Assim, como

todo fenômeno social, a violência é um desafio para a sociedade, e não

apenas um mal. Ela pode ser elemento de mudanças;

Relacionar o crime à norma, o desvio à regra, o conflito à solidariedade, a

ordem à desordem, o cinismo à consciência e ação sociais, uma vez que o

crime e o castigo, a ordem e a desordem, a violência e a concórdia revelam,

também, as formas de propriedade e de governo, bem como as leis do

mercado.

Pois, a violência é um complexo e dinâmico fenômeno bio-psico-sócio-cultural,

portanto, para entendê-la, há necessidade de compreender a especificidade histórica, logo,

se conclui que, na configuração da violência se cruzam fatores ideológicos, políticos,

geográficos, econômicos, étnicos, religiosos, sexuais, de nacionalidade, de comunicação,

de saúde, de moradia, de alimentação, de educação, familiares, profissionais, de lazer,

institucionais e subjetivos, aqui assinalado como comportamento frente a todos estes

fatores anteriormente citados.

Page 13: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

15

3.0. FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE A VIOLÊNCIA

3.0.0. Apresentação

O fenômeno da agressão entre os seres humanos tem sido abordado em disciplinas

tão distintas como a sociologia, a biologia, a antropologia e a psicologia. Cada área do

conhecimento vê o tema sob uma diferente perspectiva e desenvolve hipóteses, algumas

mais amplas, com a utilização de fatores demográficos, culturais ou de princípios

evolucionistas, outras mais específicas, utilizando-se de alterações metabólicas ou

processos cognitivos para explicar as origens do comportamento agressivo (Tedeschi &

Felson, 1994).

De acordo com a perspectiva utilizada, pode-se incluir sob o tema da agressão,

eventos tão díspares quanto homicídios, violência intra-familiar ou mesmo guerras.

Entretanto, a compreensão de fenômenos complexos exige que os modelos explanatórios

sejam elaborados a partir de uma perspectiva integradora.

As teorias sobre o fenômeno violência, são aqui apresentadas destacando as

contribuições da Etologia, Psicanálise, Behaviorismo, Aprendizagem Social, o

Cognitivismo Neo-Associacionista, o Processamento da Informação Social, o

Interacionismo Social e o Modelo Geral da Agressão, baseado em Estruturas de

Conhecimento.

Contudo, para entender estes níveis, se faz necessário falar sobre causalidade, que,

para os seres vivos, pode ser de dois tipos:

Causas próxima – dizem respeito ao indivíduo e seus modos de

funcionamento, sejam esses bioquímicos ou psicológicos;

Causas últimas – também chamadas de históricas ou evolutivas, são as que

procuram explicar por que os indivíduos, como conjunto, são de uma certa

maneira e não de outras tantas possíveis (Mayr, 1998).

E, para se compreender o ser humano a partir de uma concepção biopsicossocial, a

análise se dá em ambos os níveis, pois os fenômenos humanos devem ser resultantes de

múltiplas determinações, sendo assim, nas causas próximas o questionamento se direciona

ao “como” e nas causas últimas, o questionamento se direciona sobre o "porquê" (Alcock,

1998).

Esse questionamento só pode ser respondido a partir de considerações históricas, e

a história dos processos psicobiológicos é, por definição, evolução darwiniana (Lumsden,

1988). Dentro destes parâmetros, é importante distinguir os termos agressão e violência

que, apesar de semelhantes, não designam, exatamente, o mesmo fenômeno:

Page 14: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

16

A agressão (do latim aggressione) significa disposição para agredir,

disposição para o encadeamento de condutas hostis e destrutivas (Ferreira,

1999). Significa ainda ataque à integridade física ou moral de alguém ou

ato de hostilidade e provocação (Houaiss, Villar & Franco, 2001).

A violência deriva do latim violentia, significando a qualidade de violento,

qualidade daquele que atua com força extrema ou grande intensidade,

empregando a ação violenta, opressão ou tirania, ou mesmo qualquer força

contra a vontade, liberdade ou resistência de pessoa ou coisa, podendo

significar também, constrangimento físico ou moral exercido sobre alguma

pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem (Ferreira, 1999).

Conforme Niehoff (1999), agressão é um comportamento adaptativo entendido

como a utilização de força física ou verbal em reação a uma percepção de ameaça. Por sua

vez, violência é um comportamento mal-adaptativo, que consiste em uma agressão

direcionada ao alvo errado, no lugar errado, no tempo errado e com a intensidade errada.

Operacionalmente, o comportamento agressivo é uma categoria que engloba atos que

variam de acordo com manifestações típicas para cada idade, severidade e escolha do

oponente ou vítima (Loeber & Hay, 1997).

3.0.1. Explicações Teóricas Sobre O Fenômeno Da Violência

3.0.1.0. Etologia

Em seu último livro, de 1872, A expressão das emoções no homem e nos animais,

Darwin (1998), afirma que o comportamento humano é controlado pelos mesmos

mecanismos que governam o comportamento dos demais organismos. Nas décadas de 30 e

40 um grupo de cientistas, que se auto-determinavam etologistas, como Niko Tinbergen,

Konrad Lorenz e Karl von Frisch, e geneticistas de insetos, como Seymour Benzer,

defenderam que as rotinas e sub-rotinas comportamentais, tanto de humanos quanto de

animais, apresentavam um componente genético que poderia ser "dissecado" pelos

métodos tradicionais da biologia, e que existiam genes que regulavam os ritmos da vida, a

memória e o esquecimento e os modos de identificar parceiros sexuais.

Nesta hierarquia, instinto é diferente de um reflexo, que é uma simples resposta

dada instantaneamente pelo organismo a algum estímulo, sem o envolvimento de um

centro cerebral. Os instintos tornam-se mais complexos à medida que o sistema nervoso

de uma espécie evolui. Para Lorenz (1966), o "instinto da agressão" é um contribuinte da

preservação e organização da vida, pois, dentre todas as lutas entre espécies diferentes, a

função preservadora é ainda mais evidente na agressão intra-específica.

Page 15: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

17

Segundo ele, as funções básicas do comportamento agressivo animal são reguladas

pelos instintos de hierarquia, territorialidade e defesa da prole, e irão agir, ou serão

suprimidos, de acordo com a situação em que o animal se encontra, pois as pulsões

agressivas são o resultado da pressão da seleção intra-específica, comportamento para o

qual o ser humano não encontra um escape adequado na sociedade atual.

Finalmente, outra contribuição da etologia se refere à definição de diferentes

classes de comportamento agressivo. A classificação mais amplamente reconhecida é a de

Moyer (1976), diferenciando o comportamento agressivo em predatório, territorial, inter-

machos, defensivo, induzido pelo medo, maternal, irritável e instrumental. Para este autor,

cada subtipo é controlado por substratos neuroanatômicos e neuroquímicos distintos e,

algumas vezes, sobrepostos.

3.0.1.1. Psicanálise

Embora Freud, especialmente na parte inicial de sua obra, não tenha atribuído muita

relevância ao tema, a partir da década de 20, começou um escalonamento no estudo do

comportamento agressivo. Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905/1989),

apresenta a idéia de que, na fase sádico-anal, a criança desenvolve um componente de

crueldade da pulsão sexual, mas sem objetivo o sofrimento alheio, apenas não o considera.

Essa crueldade seria um traço normal da infância, pois a clivagem que limita esta pulsão,

considerando o outro, só se desenvolve posteriormente, logo, conclui que a agressividade

começa a se formar junto ao desenvolvimento do indivíduo.

Em O ego e o id (1923/1989), ele fala sobre duas classes de pulsões, Eros, ou

pulsão de vida e Thanatos, ou pulsão de morte. O primeiro abrange o conjunto das pulsões

que criam ou mantém a unidade (pulsões sexuais e pulsões de auto-conservação), em

contra-partida, as pulsões de morte visam a redução completa das tensões, sendo voltada

inicialmente para o interior e tendendo à auto-destrutividade. Secundariamente se dirigiria

para o exterior, manifestando-se então sob a forma da pulsão de agressão ou de destruição.

A pulsão de morte torna-se pulsão de agressão quando é desviada para o mundo

externo, fazendo notar-se através da agressividade e destruição, pois o organismo, quando

escoa para fora esta energia, destrói outro objeto ao invés de destruir seu próprio eu (self).

Inversamente, se houvesse qualquer restrição dessa agressividade dirigida para fora, só

aumentaria a autodestruição, por isso Freud acreditava na necessidade de atividades

sociais, que servissem como válvula de escape para toda a energia armazenada.

Em O mal-estar na civilização (1930/1989), Freud assinala que a agressão é o

maior impedimento à civilização, sendo o fator que perturba os relacionamentos com o

próximo. Por outro lado, afirma que sem a agressão o homem não se sente confortável.

Page 16: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

18

3.0.1.2. Behaviorismo

Todavia, Freud não especificou se a energia psíquica tratava-se de uma energia real,

ou metafórica. Caso ela seja metafórica, não pode ser medida, logo, não há como provar

que a energia aumenta com a frustração, ou se dissipa com a catarse, expressão da

agressividade (Tedeschi & Felson, 1994). Baseados nesta crítica, alguns discípulos de

Clark Leonard Hull, procuraram desenvolver a hipótese da frustração-agressão.

Dollard, Doob, Miller, Mower e Sears (1939, citados em Berkowitz, 1998), em um

estudo interdisciplinar, definiram frustração como um ato ou evento que impede alguém de

atingir um objetivo, seja isto uma barreira física ou social. A frustração produz energia

agressiva e esta, por sua vez, instiga o comportamento agressivo (Miller, Sears, Mowrer,

Doob, & Dollard, 1941).

A manifestação de um ato agressivo vai depender, entre outras coisas, da posição

hierárquica ocupada pela instigação à agressão. Já a intensidade da resposta irá variar de

acordo com diversos fatores, a força com que se tenta chegar a um objetivo, o valor

atribuído a este e o grau de interferência. Partindo deste princípio, também as respostas

agressivas como reações catárticas, por reduzirem a energia negativa provocada pela

frustração, são auto-reforçadoras e devem reduzir, além da energia agressiva, a

probabilidade da pessoa voltar a agredir alguém.

Porém, foram muito mais freqüentes os experimentos que demonstraram o

contrário, afirmando que reações catárticas aumentam ainda mais a agressividade

(Tedeschi & Felson, 1994). A exposição a mensagens pró-catárticas e a oportunidade de

expressar fisicamente a raiva aumentaram a probabilidade de envolvimento em

subseqüente comportamento agressivo, ao invés de promover o relaxamento e reduzir a

raiva (Bushman, Baumeister & Stack, 1999). O redirecionamento, sendo uma forma de

substituição do alvo a ser atacado em resposta a um estímulo, também foi considerado,

uma vez que, quanto maior a semelhança com a fonte de frustração, maiores são as

chances de alguém ou algo ser atacado.

3.0.1.3 Aprendizagem Social

Sob um enfoque diferente, no qual a agressividade não depende de impulsos

internos nem é provocada pela frustração, Albert Bandura (1973, citado em Berkowitz,

1998) desenvolveu a teoria da aprendizagem social. Para ele, a maior causa da agressão é o

incentivo e as recompensas oferecidas pelo ato. A pessoa, frente a uma situação

identificada, pesa os benefícios e os custos potenciais em expressar um comportamento

agressivo. Caso os benefícios sejam maiores, ela optará pela agressão, a fim de atingir os

seus objetivos.

Page 17: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

19

Afirma que os atos extremamente violentos não podem ser espontâneos, mas

precisam ser aprendidos e treinados para que sejam executados. Além disto, eles são

aprendidos lentamente e necessitam de modelos que os pratiquem (família, sociedade ou

ídolos), que demonstrem tipos de ações que são recompensadoras ou passíveis de punição.

A aprendizagem da agressividade através da modelação (aprendizagem vicariante), dá-se

através de quatro processos interligados:

O indivíduo deve estar atento às dicas ou pistas que lhe são dadas;

As observações devem ser codificadas de alguma forma, a fim de serem

representadas na memória;

Estas representações são transformadas em padrões de imitação de

comportamento;

São necessários incentivos apropriados à atuação do que foi aprendido.

Ao selecionar o tipo de modelo a ser seguido, a pessoa é mais inclinada a utilizar

critérios como inteligência e status, sendo mais provável que alguém que ocupe uma

posição mais alta que a dela na hierarquia social seja o modelo eleito, logo, uma vez

aprendido o comportamento agressivo, basta haver uma situação apropriada para que ele se

manifeste.

O sujeito passa então a fazer uma antecipação da recompensa ou punição resultante

do ato, conforme o resultado desta avaliação cognitiva, o comportamento agressivo será

expresso. É interessante observar que nem sempre a punição evita a continuidade do

comportamento agressivo, ao contrário ínsita a mais envolvimento em brigas, servindo

como um reforço do modelo agressivo.

Preocupados com a variedade de fatores empregados na explanação da agressão em

seres humanos, alguns teóricos procuraram, mais notadamente a partir da década de 1990,

formular sínteses que pudessem dar conta da diversidade nesta área de estudo. Nesta seção

são apresentados aqueles modelos teóricos que mais recentemente têm se destacado:

cognitivismo neo-associacionista, processamento de informação social, interacionismo

social e modelo geral de agressão baseado em estruturas de conhecimento.

3.0.1.4. Cognitivismo Neo-Associacionista

Berkowitz (1988, citado em Tedeschi & Felson, 1994), definiu a frustração como o

não-recebimento de uma gratificação esperada, para ele, experiências desagradáveis são

reconhecidas e acabam por gerar um afeto negativo que desencadeia tendências

relativamente primitivas de luta e fuga, consideradas como redes de componentes

emocionais, cognitivos, fisiológicos e motores associativamente ligados. Essa perspectiva

assume, ainda, que deve existir uma associação entre as dicas ou pistas apresentadas

Page 18: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

20

durante determinada situação aversiva, a referida situação e as respostas eliciadas pela

situação atual (Anderson & Bushman, 2002).

Conforme Geen (1998), a perspectiva neo-associacionista procura explicar um

potencial de agressividade que havia sido previamente abordado a partir da utilização de

outros construtos, como a frustração, oferecendo um mecanismo causal através do conceito

de afeto negativo (Anderson & Bushman, 2002). Na concepção de Berkowitz, nem toda

frustração leva necessariamente à expressão do comportamento agressivo, pois nem

sempre a frustração apresenta um caráter aversivo, dependendo basicamente de como o

sujeito experiencia determinado evento.

Podem ser utilizados, então, dois sistemas de comportamento agressivo:

A agressão reativa ou afetiva – refere-se à reação agressiva provocada por

estímulos aversivos, de tal forma que a agressão consiste na propensão inata

de atacar impulsivamente a fonte do estímulo aversivo, ou outro alvo

qualquer. Um indivíduo irá expressar menos agressividade logo após ter

dado uma resposta agressiva, pois o objetivo de agredir foi atingido, mas

isto não o impedirá de ser mais agressivo da próxima vez em que for

estimulado. O componente raiva, neste modelo, atua não como

determinante da resposta violenta, mas como um facilitador desta.

A agressão instrumental – é o comportamento apreendido com o objetivo de

alcançar recompensas e evitar punições. Embora o sistema de agressão

instrumental estabeleça-se a partir do sistema anterior, é o sistema de

agressão reativa impulsiva aquele mais significativo na compreensão da

agressão em humanos.

Considerando os dois sistemas, Dodge e Coie (1987) mostraram que os processos

cognitivos envolvidos no ato agressivo estão presentes na forma de mecanismos

semelhantes tanto na agressão reativa quanto na instrumental, embora os objetivos sejam

diferenciados.

3.0.1.5. Processamento Da Informação Social

Embora a utilização de modelos de processamento de informação, na explicação do

comportamento social, remonte às décadas de 1950 e 1960, sua aplicação ao problema da

agressão física ocorreu a partir da década de 1980, a partir do esforço de Kenneth A.

Dodge e Nicki R. Crick, por um lado, e a equipe de L. Rowell Huesmann, por outro. A

abordagem de Dodge e colegas foi, inicialmente formulada, tendo em vista o ajustamento

social em crianças a partir de quatro processos mentais, a codificação das dicas

Page 19: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

21

situacionais, a representação e interpretação dessas dicas, a busca mental por possíveis

respostas à situação e a seleção de uma resposta (Dodge & Coie, 1987).

Apoiados em reformulações na própria ciência cognitiva, Dodge e colegas (Crick &

Dodge, 1994), desenvolveram um modelo com estrutura cíclica, procurando representar o

processamento da informação em paralelo, neste, seis passos são descritos:

Codificação de dicas internas e externas;

Interpretação e representação mental destas dicas;

Clarificação ou seleção de um objetivo;

Construção ou acesso à resposta;

Decisão da resposta;

Realização do comportamento.

Uma vez que a criança recebe um retorno de seu comportamento no estágio seis, e

que este retorno contribui para a codificação do estímulo no início da seqüência, temos

então o caráter cíclico do modelo (Geen, 1998). Sendo assim, dependendo do tipo de

interação entre o indivíduo e o ambiente, é possível que se desenvolva uma tendência

atributiva hostil, na qual o indivíduo tende a atribuir intenções agressivas a seus pares.

Já Huesmann (1988), ofereceu inicialmente um modelo centrado na aprendizagem

observacional, posteriormente propôs o modelo unificado de processamento de informação

para a agressão, que integra, não somente seu modelo anterior, mas também aquele

proposto por Dodge e colegas.

Um conceito chave nesta abordagem é o de script mental, o qual sugere ao

indivíduo que eventos que aconteceram num determinado ambiente podem se repetir,

gerando estratégias de comportamento e reação, prevendo os possíveis resultados, logo,

fantasias e expectativas, sobre a agressão, estão correlacionadas com a expressão de

inúmeros tipos de comportamentos agressivos, em ambos os sexos. Estas cognições se

desenvolvem na infância e, uma vez cristalizadas, tornam-se resistentes à mudança

(Huesmann, Moise, Podolski & Eron, 1997).

No modelo unificado de Huesmann (1998), o processamento de informação social

envolve quatro partes, a primeira refere-se à percepção de hostilidade frente a situações

ambíguas, a segunda parte consiste na aquisição, permanência e recuperação de scripts e

esquemas mentais para o comportamento social (Beck & Freeman, 1993). As primeiras

experiências de aprendizado de uma criança têm um papel fundamental na aquisição destes

esquemas, que são compostos pela interação de diferenças biológicas e ambientais, e

moldarão tanto o mecanismo do processamento cognitivo, como o comportamento

apresentado pela pessoa.

Page 20: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

22

Outro fator importante na obtenção e estabelecimento de esquemas mentais consiste

em observar certos comportamentos, bem como a obtenção de reforço. Quanto à ativação

de esquemas mentais, a memória de ações recentemente observadas, assim como o estado

emocional em que a pessoa se encontra, exercem grande influência sobre a manifestação

de determinados comportamentos (Beck, 2000; Huesmann, 1998). Já a permanência de

um script dependerá de quanto o seu uso produzirá as conseqüências desejadas pelo

sujeito, fator este que constitui a chamada aprendizagem instrumental.

A terceira parte trata da avaliação e seleção do script, que uma vez ativado, poderá

não ser empregado, caso seja avaliado negativamente. Já a quarta parte, fundamenta-se na

interpretação que o indivíduo faz das respostas oferecidas pelo ambiente à suas ações. A

interpretação destas conseqüências - sejam elas compensadoras ou punitivas - influenciará

a permanência ou não do script, uma vez que nem sempre o sujeito irá atribuir, por

exemplo, uma resposta negativa da sociedade diretamente ao ato agressivo que cometeu.

3.0.1.6. Interacionismo Social

Nesta, desenvolvida por James T. Tedeschi e Richard B. Felson (1994), a principal

questão é compreender porque os indivíduos escolhem realizar comportamentos agressivos

(ou, na terminologia dos autores, ações coercivas). Aqui, é utilizado um modelo de

decisão no qual o indivíduo, ou o ator, examina meios alternativos para chegar a um

objetivo ou, mais especificamente, a um dos seguintes três objetivos:

Controlar comportamento de outros;

Restaurar justiça;

Assegurar e proteger identidades.

Na busca destes objetivos, o ator tem suas escolhas direcionadas pela recompensas

esperadas, custos e probabilidades de resultados (Anderson & Bushman, 2002).

É interessante notar como a opção por adotar um vocabulário próprio remonta às

afinidades teóricas dos autores. Assim, estão presentes termos como "ação coerciva" e

"atores", que guardam maior identificação com a literatura sobre poder, conflito, justiça e

identidades sociais. Usualmente, conforme mencionado, define-se agressão como a

intenção de causar dano, mas "intenção" é um termo bastante impreciso. Nesta abordagem,

intenção é definida no contexto de tomada de decisões, referindo-se a um valor associado à

ação escolhida, logo, temos um objetivo, ou resultado imediato, que é a submissão. Assim,

mesmo a agressão reativa pode ter um objetivo racional subjacente, como punir o

provocador no intuito de diminuir futuras provocações (Anderson & Bushman, 2002).

3.0.1.7. Modelo Geral Da Agressão Baseado Em Estruturas De Conhecimento

Page 21: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

23

O modelo geral de agressão (Anderson & Bushman, 2002; Anderson & Dill, 2000;

Bushman & Anderson, 2001) representa uma das mais recentes tentativas de integração

teórica sobre a agressão humana. Nos fundamentos deste modelo encontramos estruturas

de conhecimento para percepção, interpretação, tomada de decisão e ação.

Especificamente, três subtipos de estruturas são enfatizados, os esquemas perceptuais, os

esquemas pessoais e os scripts comportamentais.

Estas, que se desenvolvem a partir da experiência dos sujeitos, acabam por

influenciar as percepções em diferentes níveis, pois, na medida em que vão sendo

utilizadas, tendem a se tornar automatizadas, mantendo-se associadas com estados afetivos

e orientando a resposta comportamental do sujeito frente às demandas ambientais.

Conforme Anderson e Bushman (2002), o modelo focaliza a pessoa na situação,

chamada de um episódio, consistindo em um ciclo de uma interação social continuada.

Esta argumentação encontra sustento na Psicologia Social, especialmente na vertente

representada por Higgins (1990), para o qual, os padrões e o conhecimento social, crenças

pessoais, que são uma função tanto da pessoa quanto da situação, são determinantes

básicos da significância psicológica dos eventos ou episódios, influenciando assim na

reação das pessoas aos eventos.

Sendo aspectos centrais:

Inputs referentes a pessoa – traços, sexo, crenças, atitudes, valores, objetivos

e scripts;

Inputs referentes a situação – incentivos, frustração, provocação, drogas,

dor, desconforto e dicas agressivas;

Rotas do estado interno atual – cognição, afeto, excitação;

Os resultados decorrentes dos processos de avaliação – imediata ou

automática, secundária ou controlada;

Decisão.

O caráter cíclico deste modelo é ressaltado quando os resultados finais do processo

de decisão servem como inputs a um próximo episódio.

Observando os modelos teóricos integrativos acima apresentados (Anderson &

Bushman, 2002; Berkowitz, 1998; Crick & Dodge, 1994; Huesmann, 1998; Tedeschi &

Felson, 1994), verifica-se que tais abordagens concentram-se no nível de análise das causas

próximas. Ainda que de maneira simplificada, pode ser útil sua visualização a partir da

tabela 3.0.

Page 22: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

24

Page 23: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

25

3.1. IMPLICAÇÕES NA E DA VIOLÊNCIA

Conforme observa-se na figura 3.1., os dispositivos de poder sobre o outro, usados

pela e na violência são a coerção e/ou a força, produzindo danos nas dimensões materiais

(bens imóveis, móveis e semoventes), corporais e simbólicas (identidade subjetiva, valores,

ideais, relações e afetos). A violência se estabelece na incapacidade de negociação,

inserindo uma rede de dominação de classe (profissional, financeira, ideológica,

filosófica), sexo (masculino ou feminino), gênero (aqui entendido enquanto escolha

sexual), religião, posição política e etnia.

Page 24: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

26

3.2. DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA

3.2.0. Dimensões Econômicas e Sociais

Se manifestam e se expressam no plano material e da reprodução do homem.

3.2.1. Dimensões Simbólicas

Se expressam no plano do psíquico, da subjetividade, dos afetos, das idéias, dos

valores, das relações interpessoais e sociais.

3.2.2. Dimensões Corporais

Se manifestam no plano físico, agressões físicas, estupro, abuso sexual, falta de

respeito, sexualidade precoce.

Page 25: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

27

3.3. FATORES DE PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA

3.3.0. Fator Estrutural

Entende-se como aquela que oferece um marco à violência do comportamento e se

aplica tanto às estruturas organizadas e institucionalizadas da família como aos sistemas

econômicos, culturais e políticos que conduzem à opressão de grupos, classes, nações e

indivíduos, aos quais são negadas conquistas da sociedade, tornando-os mais vulneráveis

que outros ao sofrimento e à morte. Conforme assinala Boulding (l981), essas estruturas

influenciam profundamente as práticas de socialização, levando os indivíduos a aceitar ou

a infligir sofrimentos, segundo o papel que lhes corresponda, de forma "naturalizada".

3.3.1. Fator De Resistência

Constitui-se das diferentes formas de resposta dos grupos, classes, nações e

indivíduos oprimidos à violência estrutural. Esta categoria de pensamento e ação

geralmente não é "naturalizada", pelo contrário, é objeto de contestação e repressão por

parte dos detentores do poder político, econômico e/ou cultural. É também objeto de

controvérsia entre todas as áreas do conhecimento. Já, na opinião do homem comum:

Justificaria responder à violência com mais violência?

Seria melhor a prática da não-violência?

Haveria uma forma de mudar a opressão estrutural, profundamente

enraizada na economia, na política e na cultura (e perenemente reatualizada

nas instituições), através do diálogo, do entendimento e do reconhecimento?

Segundo Denisov (1986), tais dificuldades advêm do fato de a fonte da ideologia da

justiça, da mesma forma que qualquer outra ideologia, estar em relação dinâmica com as

relações sociais e com as condições materiais. Na realidade social, a violência e a justiça se

encontram numa complexa unidade dialética e, segundo as circunstâncias, pode-se falar de

uma violência que pisoteia a justiça ou de uma violência que restabelece e defende a

justiça.

3.3.2. Fator Da Delinqüência

Se revela nas ações fora da lei socialmente reconhecida, sua análise necessita passar

pela compreensão da violência estrutural, que confronta os indivíduos uns com os outros, e

os corrompe e impulsiona ao delito. A desigualdade, a alienação do trabalho e nas relações,

o menosprezo de valores e normas em função do lucro, o consumismo, o culto à força e o

machismo são alguns destes fatores. Portanto, sadismos, seqüestros, guerras entre

quadrilhas, delitos sob a ação do álcool e drogas, roubos e furtos devem ser compreendidos

dentro do marco referencial da violência estrutural, dentro de especificidades históricas.

Page 26: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

28

3.4. JUSTIFICATIVA

Trabalhar com a Psicologia Comunitária é trabalhar com o individual e o coletivo,

com o que é comum e o que é incomum entre sujeitos sociais concretos que ocupam um

determinado espaço histórico, físico e geográfico. O psicólogo comunitário trabalha com

sujeitos sociais, em condições ambientais específicas, atento as suas respectivas

peculiaridades. As condições ambientais são, com freqüência, objeto de demandas por

transformações, tanto na zona rural quanto urbana. A subjetividade, objeto da pesquisa

psicológica, só pode ser compreendida e trabalhada considerando-se essas condições

ambientais. Portanto, as noções de ecologia, que nos remetem às questões de urbanização,

saneamento, enfim, condições de sobrevivência, são centrais no trabalho comunitário.

Embora grande parte do trabalho do psicólogo comunitário seja desenvolvido em

comunidades carentes, periféricas ou faveladas, isto não significa que o atendimento da

Psicologia Comunitária esteja restrita a esta, pois, onde houver movimentos humanos,

rurais ou urbanos, associações de moradores, associações religiosas, sindicatos, grupos

minoritários, associações de consumidores, associações de profissionais, grupos de

mulheres, de donas de casa, organizações ecológicas, centros culturais e outras formas de

reunião, é, não só possível, como essencial, a atuação do psicólogo, pois é seu objeto de

estudo e trabalho o ser humano bio-psico-sócio-cultural e sua qualidade de vida.

Partindo destas premissas, este plano de estágio em Psicologia Comunitária I

concretiza uma disposição firme da comunidade acadêmica do curso de Psicologia, a qual

se encontra em torno de uma questão comum, a representação psicológica das questões

sociais. Aqui se apresentam contribuições de professores e alunos, debatem-se questões

teóricas, relato de experiências desenvolvidas e a desenvolver nos contornos da Psicologia.

Aqui se busca um caminho para superar aparentes dicotomias, entre teoria e prática, entre o

trabalho intramuros e o extra-muros, entre o ensino e a prestação de serviços, o que

significa a possibilidade concreta de um diálogo entre universidade e sociedade, de uma

resposta mais efetiva da instituição acadêmica aos problemas sociais, enfim, o resgate dum

aspecto essencial da universidade, o de servir à sociedade.

Page 27: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

29

3.5. OBJETIVOS

3.5.0. Objetivo Geral

Prevenção, orientação e ressignificação de vivências e comportamentos permeados

pela violência.

3.5.1. Objetivos Específicos

Contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento de projetos e políticas

de prevenção da violência, por meio da disseminação de conhecimentos e da

sensibilização da comunidade geral, no engajamento de projetos;

Desenvolver, implantar, implementar, manter e multiplicar medidas e

atitudes que facilitem estratégias/redes de suporte para as vítimas de

violência que, concomitantemente, possam contribuir para quebrar o ciclo

da violência;

Desenvolver instrumentos e contextos que possibilitem o registro e análise

de informações, tendo em vista uma avaliação mais real das necessidades

emergentes das vítimas e dos agressores, no domínio da violência intra-

familiar;

Identificar, conhecer e promover estratégias de prevenção a violência, em

parceria com órgãos governamentais ou não, do setor da saúde, do setor da

justiça, do setor da segurança pública e privada, do setor de saneamento e

iluminação, do setor de moradia, do setor de geração de renda e da

comunidade em geral;

Desenvolver cartilhas, protocolos e guidelines, visando melhorar a

acessibilidade, continuidade e rapidez na prestação de assistência e

cuidados.

Page 28: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

30

3.6. RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos disponibilizados para desenvolvimento, implantação,

implementação, manutenção e multiplicação destas intervenções virão das parcerias

firmadas e a firmar, tanto com órgãos públicos como particulares, nas diferentes áreas

profissionais e do saber, envolvendo docentes, discentes, voluntários, comunidade geral e

governo.

Page 29: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

31

3.7. RESULTADOS GLOBAIS ESPERADOS

Os resultados esperados, das intervenções propostas, neste plano de estágio, podem

ser medidos quantitativamente e qualitativamente. Os resultados quantitativos serão

respaldados pela análise do preenchimento de relatórios específicos, que visam avaliar o

atendimento e acompanhamento dos casos, mesmo que encaminhados para outros serviços,

verificando a eficácia das ações e grau de satisfação, através de questionário a ser

respondido pelos profissionais e instituições participantes das atividades. Os resultados

qualitativos serão respaldados através do acompanhamento sistemático da população-alvo,

com a pretensão de avaliar o grau de integração das vivências sofridas, as possibilidades de

ressignificação das vivências e comportamentos permeados pela violência, bem como a

conscientização quanto a prevenção.

3.7.0. Resultados Quantitativos

3.7.0.1. Procedimentos Administrativos E Operacionais

3.7.0.2. Cursos

3.7.0.3. Eventos

3.7.0.4. Prestação De Serviços

3.7.0.5. Publicações E Outros Produtos Acadêmicos De Extesão

3.7.1. Resultados Qualitativos

Page 30: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

32

3.8. PARCERIAS FORMAIS E INFORMAIS

As parcerias constituídas e a se constituir são/serão oriundas das mais diferentes

áreas governamentais, não-governamentais, profissionais e do saber, compostas por

inúmeros setores da sociedade e comunidade em geral.

Page 31: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

33

4.0. PROGRAMA DE ATIVIDADES

Ratifica-se, nesta parte do plano, que a criação destas propostas agregam,

complementam, implantam e implementam os serviços já disponibilizados na instituição

SEPA. Cabe salientar que as intervenções aqui propostas embasam-se nas seguintes

teorias e técnicas:

A Psicohigiene, que trabalha com a promoção da saúde (terapêutica,

profilaxia, reabilitação, diagnóstico precoce) e sua ressignificação;

A Dinâmica de grupo, que trabalha com as noções básicas do campo grupal,

das diferentes formas de liderança e do exercício de autoridade;

A Psicanálise, que lida com a compreensão das motivações inconscientes

das ações humana e a teoria dos afetos;

O Psicodrama, que tem por objetivo favorecer as relações vivas e diretas

com as emoções, sentimentos e fantasias do sujeito, graças às possibilidades

expressivas que permeiam a representação teatral, considerando o exercício

da espontaneidade, criatividade, aprendizagem de papéis e o

desenvolvimento das redes relacionais, elementos facilitadores e

transformadores do desenvolvimento social e pessoal do ser humano;

A Metáfora da espiral ascendente, uma releitura de Luis C. Osório sobre o

processo grupal, sendo um paradigma circular onde o todo é considerado

maior que as partes, e estas só devem ser entendidas no contexto do todo,

pois a mudança de uma das partes acarretará mudança no todo, este

mecanismo é considerado/conhecido como retroalimentação;

A Teoria sistêmica, que baseia-se na percepção e discriminação do jogo

interativo dos indivíduos no grupo, catalisando as mudanças possíveis no

sistema, trabalhando os elementos fornecidos, esclarecendo e desfazendo

nós na comunicação;

A Teoria motivacional de Abraham Maslow – Hierarquia das Necessidades,

que versa sobre as necessidades dos seres humanos e sua disposição

hierárquica em função de seu caráter de urgência e sua força;

A Teoria dos vínculos e Grupos operativos através do Esquema conceitual

referencial operativo, baseados na interdisciplinaridade que vai dar origem a

necessidade de heterogeneidade nos grupos operativos, onde a maior

heterogeneidade entre seus membros corresponde a maior homogeneidade

Page 32: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

34

na tarefa, sendo instrumental e operativo no sentido que a aprendizagem do

grupo se estrutura como um processo contínuo e com oscilações,

articulando momentos do ensinar e do aprender, sendo assim terapêutico,

como um todo estrutural e dinâmico, conforme se observa na Figura 4.

Page 33: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

35

4.0.0. Projeto Defesa A Vida - PDV

4.0.0.0. Público Alvo

Famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por

ocorrência de maus-tratos.

4.0.0.1. Justificativa

Este projeto surgiu da participação do Curso de Psicologia da UCS na reunião de

outubro de 2007 da Coordenadoria da Mulher, na qual houve a explicitação da situação

atual da rede de apoio às Mulheres Vítimas de Violência. Na ocasião, após relato de

situações que evidenciavam a fragilidade de funcionamento da rede e a inexistência de

suporte psicológico para mulheres vítimas de violência, foi possível identificar uma lacuna

significativa, assinalando para a necessidade de um serviço especializado voltado a atender

esta demanda.

De acordo com o código de ética profissional do(a) psicólogo(a), toda profissão

define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado

por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada

relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Dessa

forma, priorizar o atendimento à mulher vítima de violência, considerando a inclusão de

seus filhos, bem como posteriormente, dos agressores, pressupõe uma prática de resgate da

cidadania, bem como a re-construção dos vínculos familiares.

As ações com famílias visam a intervir em seu sofrimento produzindo uma

intervenção complexa que integre a dimensão individual e social, a partir da análise da

forma como se dão as relações entre indivíduos e/ou entre indivíduos e instituições, da co-

construção de conhecimentos sobre a realidade e possibilidades de mudança (Freitas,

Guareschi e Ricci apud Costa, Brandão, 2005).

Assim sendo, o trabalho que a Psicologia procurará desenvolver neste projeto leva

em conta as políticas e ações relacionadas à violência contra a mulher, direcionando o

enfoque para a violência de gênero, com vistas também a contribuir com a realização de

projetos da área social e/ou definição de políticas públicas.

Os atendimentos, estudos, pesquisas e supervisão sobre temas pertinentes à

violência contra a mulher tem como intuito a promoção, a problematização e a construção

de proposições que também qualifiquem o trabalho e a formação da Psicologia. As ações

devem ser integradas com outros(as) profissionais dentro do serviço, bem como com

outros serviços visando o trabalho em rede.

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004), este

projeto tem como enfoque atender casos complexos, em que já houveram violação de

Page 34: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

36

direitos, sendo que, portanto, buscam este serviço para atendimento. Segundo a PNAS, o

atendimento prestado refere-se a uma modalidade de atendimento de proteção especial,

destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social,

por ocorrência de maus-tratos.

À medida que o projeto visa contribuir com as políticas e ações voltadas á área da

violência, pode-se pensar que ela pode também atuar com vistas à prevenção de situações

de risco, inserindo ações na comunidade em geral que possam fortalecer os vínculos

familiares e comunitários em geral, dessa forma, estaremos também incluídos na Proteção

Social Básica referida no PNAS (2004).

4.0.0.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

Apresentar trabalhos e discutir idéias em público;

Atuar inter e multi-profissionalmente, sempre que a compreensão dos

processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar;

Atuar profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo

ou terapêutico, considerando as características das situações e dos

problemas específicos com os quais se depara;

Desenvolver modalidades de atendimento psicológico eficazes às mulheres

vítimas de violência, bem como aos seus familiares e ao agressor, através de

um trabalho em conjunto com a rede de apoio à mulher de Caxias do Sul;

Executar ações de coordenação ou direção em serviços e programas;

Elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras

comunicações profissionais, inclusive materiais de divulgação;

Prestar serviços de assessoria ou consultoria para órgãos públicos

e/ou privados;

Promover o tratamento global da vítima, da família e do agressor, através de

Grupoterapias, prestando também, quando necessário, o encaminhamento

para outros órgãos competentes;

Realizar diagnóstico psicossocial que viabilize a construção de projetos de

intervenção;

Realizar orientação, aconselhamento psicológico e atendimento psicológico

no âmbito da proteção social especial.

4.0.0.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico

Page 35: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

37

Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a

formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas

pertinentes as mesmas;

Apreender na prática, o significado, sentido, objetivo e dinâmica das teorias

ensinadas no curso de Psicologia;

Possibilitar, as famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco

pessoal e social, dentro da linha de pesquisa-ação deste plano, a

reconstrução da própria imagem e, posteriormente, a recuperação da

palavra, que faz mediação com o Outro;

Auxiliar na reinserção social, isto é, desenvolver capacidades e

competências das famílias e indivíduos que se encontram em situação de

risco pessoal e social, dentro da linha de pesquisa-ação deste plano, para que

os mesmos retomem suas atividades profissionais, estudantis,

relacionamentos, enfim, para que ocupem seu espaço enquanto cidadãos de

direito, que buscam continuar seu processo de recuperação, podendo viver,

além de dignamente, viver produtivamente.

4.0.0.3. Investimento

Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.

4.0.0.4. Estrutura Física

Será implantado e implementado nos locais que solicitarem os serviços oferecidos

por esta atividade.

4.0.0.5. Instrumentos

Fichas de agendamento, acompanhamento e finalização do atendimento;

Relatórios e questionário de atividades;

Atestado Psicológico;

Declaração;

Relatório Psicológico;

Parecer Psicológico;

Laudo Psicológico;

Cartilhas, folders, artigos e slides;

Palestras, debates e fóruns.

4.0.0.6. Procedimentos

Na primeira etapa se dá o contato com os locais afins, Coordenadoria da Mulher,

Defensoria Pública, Delegacia da Mulher, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e

Page 36: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

38

etc., já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,

desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários

previamente definidos para o acolhimento e agendamento dos casos e o atendimento inicial

às vítimas para posterior direcionamento ao atendimento mais adequado a demanda.

Sendo que, o critério para inclusão neste projeto é, a princípio, que um dos órgãos

competentes, citados acima, encaminhe.

Na quarta etapa ocorrem:

A formação dos grupos de apoio às vitimas, bem como a seus filhos, com

atendimento grupal semanal, em média de 4 encontros para a preparação para a audiência e

de 16 encontros para os grupos de mulheres pós-audiência;

O atendimento ludoterápico para os filhos destas vítimas de violência, de

caráter profilático e terapêutico, finalizando em média com 16 encontros;

A formação de grupos reflexivos e educativos para os agressores, após

aplicada as medidas cabíveis, nas formas da lei;

Capacitação semanal para recursos humanos que atenderão junto ao serviço,

com discussão de textos, discussão de casos e com colaboradores de entidades;

Intervenções sistemáticas nos locais previamente agendados, definido como

estratégicos;

Planejamento e execução de cursos de extensão, fóruns, etc.

Organização de material para publicação e divulgação.

4.0.0.7. Fluxograma

Conforme se observa na Figura 4.0.0.7. Fluxograma, esta atividade segue as

seguintes etapas:

Acolhimento;

Confirmação do encaminhamento por escrito aos órgãos competentes;

Atendimento;

Comunicação da evolução ou não dos casos, através de relatórios mensais,

aos órgãos competentes;

Reunião com a equipe e as redes de apoio, para desenvolvimento,

implantação e implementação dos serviços oferecidos.

Page 37: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

39

4.0.0.8. Resultados Esperados

Os resultados podem ser medidos quantitativamente e qualitativamente, sendo que:

Espera-se que, com a demanda dos atendimentos as mulheres que aguardam

pela audiência, haja um menor número de desistência ou de abstenção;

Espera-se que, com os atendimentos contínuos as vítimas e seus familiares

consigam, através de todo suporte da rede, reconstituir suas vidas,

modificando padrões de relacionamentos e buscando relações mais

satisfatórias;

Page 38: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

40

Espera-se que, os grupos a serem realizados com os agressores possam

qualificar suas relações afetivas e minimizar os padrões repetitivos de

violência.

4.0.1. Oficina Violência Não

4.0.1.0. Público Alvo

Homens, mulheres e crianças.

4.0.1.1. Justificativa

Segundo Bronfenbrenner (1996), o ser humano é caracterizado pela sua diversidade

bio-psico-histórico-sócio-cultural, definindo-se pelo conjunto de processos através dos

quais suas particularidades e as do ambiente onde se encontra interagem, produzindo tanto

equilíbrio quanto desequilíbrio ao longo do percurso de sua vida. Seu desenvolvimento se

dá em 4 níveis dinâmicos, a pessoa, o processo, o contexto e o tempo:

A pessoa – refere-se ao fenômeno de constâncias e mudanças na vida do ser

humano em desenvolvimento, no decorrer de sua existência. Considera as

características do indivíduo em desenvolvimento, como suas convicções,

nível de atividade, temperamento, além de suas metas e motivações.

Estes tem considerável impacto na maneira pela qual os contextos são

experimentados, tanto quanto os tipos de contextos nos quais o sujeito se

insere. Características como gênero, etnia, valores e expectativas que se têm

na relação social devem ser consideradas. Qualidades pessoais como estas

podem nutrir ou romper a operação de processos de crescimento

psicológico. Além disso, o autor aponta que nenhuma característica da

pessoa pode existir ou exercer influência sobre o desenvolvimento

isoladamente;

O processo – refere-se as ligações entre os níveis, e se acha constituído

pelos papéis e atividades diárias da pessoa em desenvolvimento. Para se

desenvolver intelectual, emocional, social e moralmente um ser humano,

criança, adolescente ou adulto, requer participação ativa em interação

progressivamente mais complexa, recíproca com pessoas, objetos e

símbolos no ambiente imediato. Para ser efetiva, a interação tem que ocorrer

em uma base bastante regular em períodos estendidos de tempo;

O contexto – refere-se ao meio ambiente global em que o indivíduo está

inserido e onde se desenrolam os processos de desenvolvimento, tanto os

ambientes mais imediatos nos quais vive, como os mais remotos, onde

Page 39: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

41

nunca esteve, mas que se relacionam e têm o poder de influenciar o curso de

seu desenvolvimento;

O tempo – pode ser entendido como o desenvolvimento no sentido

histórico. A passagem de tempo em termos históricos tem efeitos profundos

em todas as sociedades. Pequenos episódios da vida familiar, por exemplo,

como a entrada da criança na escola, o nascimento de um irmão ou a

mudança de trabalho dos pais, podem ter significativa influência no

desenvolvimento das pessoas da família num dado momento de suas vidas.

Logo, para que haja um desenvolvimento harmônico do ser humano, se faz

necessário desenvolver as cinco dimensões que permeiam sua existência, enquanto cidadão

de direitos bio-psico-sócio-culturalmente constituído e constituinte.

As dimensões são assim elencadas:

Dimensão psico-afetiva – desenvolvimento da capacidade de

autoconhecimento e autocrítica. Através desta dimensão, a pessoa se torna

capaz de analisar as situações com objetividade, de administrar os conflitos

e de se relacionar com outros de maneira equilibrada;

Dimensão psicossocial – essa dimensão acentua a importância das relações

entre as pessoas que acontecem, por exemplo, na amizade, nos grupos, na

vida em comunidade, na família e no meio ambiente, sendo baseada na

igualdade e não no medo, levando em conta o amor e a responsabilidade,

despertando a auto-estima e, principalmente, o cuidado com a saúde e a

prevenção;

Dimensão mística – essa dimensão refere-se a espiritualidade, mas nessa

oficina é entendida enquanto esperança, perseverança, superação e fé nas

próprias capacidades e na conquista de qualidade de vida;

Dimensão sócio-político-ecológica – esta dimensão busca promover a

cidadania, o resgate de direitos e deveres como seres humanos;

Dimensão de capacitação – esta dimensão visa trabalhar habilidades

presentes em cada pessoa, bem como estimular a organização pessoal,

habilidades diárias e recursos presentes no processo de aprendizagem para

seu trabalho posterior.

4.0.1.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

Orientar e prevenir comportamentos e vivências permeadas pela violência;

Desenvolver as cinco dimensões que permeiam a existência humana.

Page 40: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

42

4.0.1.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmicos

Desenvolver competências e habilidades básicas e específicas para a

formação profissional, vivenciando na prática as teorias e técnicas

pertinentes as mesmas;

Apreender na prática, o significado, sentido, objetivo e dinâmica das teorias

ensinadas no curso de Psicologia;

Auxiliar no desenvolvimento harmônico da identidade bio-psico-sócio-

cultural e na manutenção da auto-estima e da autonomia, dentro das

capacidade e limitações de cada participante.

4.0.1.3. Investimento

Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.

4.0.1.4. Estrutura Física

Será implantado e implementado nos locais que solicitarem os serviços oferecidos

por esta atividade.

4.0.1.5. Instrumentos

Relatórios e questionário de atividades;

Relatório Psicológico;

Cartilhas, folders, artigos e slides;

Jogos;

Simulações;

Artes cênicas.

4.0.1.6. Procedimentos

Na primeira etapa se dá o contato com os locais que solicitarem e/ou nos quais a

oficina possa vir a contribuir com a prevenção, orientação e ressignificação das demandas

emergentes, já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,

desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários

previamente definidos para apresentação da mesma, suas normas e diretriz ao conselho

diretivo, o qual decidirá pela sua adoção ou não. Na quarta etapa ocorre a escolha do tipo

de atividade a ser implantada na instituição, considerando sua demanda, população,

funcionamento e estrutura, uma vez que a oficina subdivide-se em:

Circuito De Palestras

o Violência: O que é? Tipos? Como é (comportamento do agressor)?

O que causa (comportamentos das vítimas)?

o Violência – Leis de defesa as vítimas: Como proceder?

Page 41: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

43

o Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?

Palco Vivo – Através das artes cênicas (aqui entendido enquanto

Psicodrama) conscientizar a comunidade quanto as formas de violência e os

diversos comportamentos que podem ser adotados diante da mesma e suas

conseqüências.

4.0.1.7. Fluxograma

O fluxo de desenvolvimento desta atividade segue:

O planejamento e desenvolvimento dos instrumentos inerentes ao processo,

desenvolvidos junto a coordenadora e a supervisora do estágio de

comunitária;

O agendamento de reuniões junto as instituições para apresentação do

projeto, considerando suas características e demandas;

A contratação dos serviços pela instituição contatada;

A visita a instituição para conhecer suas normas, diretrizes, população e

demandas emergentes;

O detalhamento do processo de implantação e implementação;

A caracterização da população a ser atendida;

Planejamento quanto ao início e encerramento da atividade, elencando

duração, dias e horários;

Apresentação da atividade, suas normas, diretrizes e objetivos;

Confecção do termo de compromisso em parceria com os participantes;

Inicio das atividades.

4.0.1.8. Resultados Esperados

Os resultados esperados por esta intervenção podem ser medidos quantitativamente

e qualitativamente. Salientando que esta ocorrerá a partir do segundo semestre deste

respectivo estágio, desde que aprovada até lá, logo, se aprovada, ela terá a missão de

trabalhar com comportamentos, vivências e emoções e, que se bem executada, poderá dar

novo sentido e leitura aos comportamentos e vivências permeadas pela violência,

resgatando a identidade subjetiva dos integrantes, devolvendo-lhe a voz, enquanto cidadão

de direito e ser humano bio-psico-sócio-cultural.

4.0.2. Oficina Kronos – Laboratório Vivencial

4.0.2.0. Público Alvo

Vítimas de violência.

4.0.2.1. Justificativa

Page 42: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

44

O ser humano só pode ser concebido em sua singularidade dentro de processos

mais amplos da história e da cultura, pois é nos espaços de convivência que ele cria,

mantêm e resgata as capacidades adaptativas, sua identidade e auto-estima, passando a

usufruir do intercâmbio das relações com a sua família, com a sociedade e o meio em que

se encontra, interagindo neste ambiente de forma a respeitar e ser respeitado, a valorizar e

ser valorizado em sua diversidade bio-psico-sócio-cultural.

4.0.2.2. Objetivos Específicos Da Intervenção

Ser um espaço interventivo, de prevenção, orientação e ressignificação de

comportamentos e vivencias permeadas pela violência;

Desenvolver, implantar e implementar a auto-estima;

Oportunizar a apropriação da identidade subjetiva enquanto ser humano bio-

psico-sócio-cultural;

Fomentar a capacidade de auto-gestão na busca de melhor qualidade de

vida, aqui entendida como global, ou seja, saúde, alimentação, moradia,

educação, renda e lazer.

4.0.2.2.0. Objetivos Específicos Do Acadêmico

Fornecer espaço interventivo, de prevenção, orientação e ressignificação de

comportamentos e vivencias permeadas pela violência;

Possibilitar novas maneiras de interagir/agir/lidar com as

demandas/angustias, de forma mais equilibrada, harmoniosa e adaptativa,

visando uma melhor qualidade de vida;

Fortalecer a auto-imagem e a capacidade de administrar as frustrações,

evitando e/ou minimizando os danos do adoecimento bio-psico-sócio-

cultural do participante.

4.0.2.3. Investimento

Uso dos recursos já disponibilizados pela instituição.

4.0.2.4. Estrutura Física

Será desenvolvido, testado e aprimorado no SEPA, para, após ser aprovado,

implantado e implementado nos locais que solicitarem esta atividade.

4.0.2.5. Instrumentos

Dinâmica de grupos;

Linguagem corporal;

4.0.2.6. Procedimentos

Na primeira etapa se dá o contato com os locais que solicitarem e/ou nos quais a

oficina possa vir a contribuir com a prevenção, orientação e ressignificação das demandas

Page 43: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

45

emergentes, já na segunda etapa há o planejamento dos instrumentos inerentes ao processo,

desenvolvidos junto ao SEPA e, na terceira etapa procede-se a marcação de dias e horários

previamente definidos para apresentação da mesma, suas normas e diretriz ao conselho

diretivo, o qual decidirá pela sua adoção ou não. Na quarta etapa ocorre a escolha do tipo

de atividade a ser implantada na instituição, considerando sua demanda, população,

funcionamento e estrutura, uma vez que a oficina subdivide-se em:

Grupo Recontando Histórias – Crianças de 04 a 10 anos;

Grupo Fala Sério – Pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 18 anos

incompletos;

Grupo Café & Cia – Adultos de 18 a 55 anos;

Grupo Chá Das Cinco – Adultos de 56 anos em diante.

A quinta etapa refere-se ao processo vivencial de aprendizagem, que segue a

seguinte ordem:

Vivência – onde as atividades propostas são experimentadas pelos

participantes;

Análise – onde os participantes discutem criticamente o percebido e vivido

durante a experiência, podendo expor seus sentimentos e percepções,

novamente dependendo do movimento de abertura de cada um. Geralmente,

esta etapa acontece inicialmente em duplas e, em seguida, no grande grupo;

Conceituação – os participantes são convidados a incluir na análise insumos

cognitivos, informações e fundamentos teóricos. Para tanto, eles são

orientados previamente quanto a textos pertinentes a cada atividade

vivencial proposta;

Conexão - o grupo é convidado a sentar em círculo e compartilhar de forma

livre sua experiência, fazendo conexões com o real e com as futuras

aplicações destas aprendizagens em sua vida.

Sendo que, nesta intervenção, o desenvolvimento interpessoal é orientado para três

níveis:

Nível individual, onde o foco predominante é intrapessoal e interpessoal, na

forma de díade. Trabalham-se as motivações, os objetivos pessoais, a

problemática de inter-relação, de afetividade e intimidade. Procura-se obter

autoconhecimento e conscientização, habilidades de percepção, diagnose e

comunicação para expressão verbal e emocional, para dar e receber

Page 44: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

46

feedback. O indivíduo que se conhece e aceita pode fazer opções mais

realísticas de mudanças pessoais e preservar sua autenticidade;

Nível grupal, onde o foco é interpessoal, intra-grupal e grupal, examinado-

se os eventos de díade, subgrupos e grupo total. Trabalham-se as

motivações e objetivos comuns ao conjunto e a vários subconjuntos, bem

como a problemática do poder, da autoridade controle e influência social.

Procura-se aperfeiçoar habilidades de comunicação efetiva, de dar e receber

feedback, diagnosticar e administrar conflitos, de liderança e participação

em grupo. Se a competência interpessoal é alcançada nesse nível, os

membros do grupo podem se dispor a trabalhar em equipe de forma real e

não apenas no rótulo.

Nível institucional, onde o foco predominante é o sistema, a organização

toda. Trabalham-se as motivações e objetivos individuais, grupais e

organizacionais e a problemática de diferenciação e integração de

subsistemas. Procura-se ampliar e aperfeiçoar a capacidade de trabalho em

equipe, de diagnóstico e administração de conflitos intergrupais, a

competência interpessoal de comunicação, interdependência e integração.

Nesse nível, o desenvolvimento interpessoal é orientado para

interdependência de subsistemas e trabalho em equipe e para o desempenho

institucional como um todo.

4.0.2.7. Fluxograma

O fluxo de desenvolvimento desta atividade segue:

O planejamento e desenvolvimento dos instrumentos inerentes ao processo,

desenvolvidos junto a coordenadora e a supervisora do estágio de

comunitária;

O agendamento de reuniões junto as instituições para apresentação do

projeto, considerando suas características e demandas;

A contratação dos serviços pela instituição contatada;

A visita a instituição para conhecer suas normas, diretrizes, população e

demandas emergentes;

O detalhamento do processo de implantação e implementação;

A caracterização da população a ser atendida;

Planejamento quanto ao início e encerramento da atividade, elencando

duração, dias e horários;

Page 45: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

47

Apresentação da atividade, suas normas, diretrizes e objetivos;

Confecção do termo de compromisso em parceria com os participantes;

Inicio das atividades.

4.0.2.8. Resultados Esperados

Os resultados esperados por esta intervenção podem ser medidos quantitativamente

e qualitativamente. Salientando que esta ocorrerá a partir do segundo semestre deste

respectivo estágio, desde que aprovada até lá, logo, se aprovada, ela terá a missão de

trabalhar com comportamentos, vivências e emoções e, que se bem executada, poderá dar

novo sentido e leitura aos comportamentos e vivências permeadas pela violência,

resgatando a identidade subjetiva dos integrantes, devolvendo-lhe a voz, enquanto cidadão

de direito e ser humano bio-psico-sócio-cultural.

Page 46: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

48

ANÁLISE DAS ATIVIDADES PROPOSTAS

As atividades propostas por este plano de estágio serão analisadas através de dados

quantitativos, a partir do preenchimento de relatórios específicos, que visam avaliar o

atendimento e acompanhamento dos casos, mesmo que encaminhados para outros serviços,

verificando a eficácia das ações e grau de satisfação, através de questionário a ser

respondido pelos profissionais e instituições participantes das atividades. Postula-se que,

através do acompanhamento sistemático da população-alvo, se pretende avaliar o grau de

integração das vivências sofridas, as possibilidades de ressignificação das vivências e

comportamentos permeados pela violência, bem como a conscientização quanto a

prevenção.

Page 47: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

49

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A Psicologia Comunitária é um campo de atuação em desenvolvimento, o que

inclui ainda a conquista de espaços, bem como a introdução de novas formas de

intervir através da pesquisa-ação, adequando os referenciais teóricos à prática em si, pois

a Psicologia vem se transformando, de um modelo médico de intervenção para um

modelo que, além de médico, inclui a realidade objetiva, o mundo social e cultural.

Ainda está em construção o modelo de relação entre estes mundos, que se influenciam e

colocam o compromisso social como uma possibilidade, como uma exigência,

como um critério de qualidade da e na intervenção.

Logo, o trabalho do psicólogo deve apontar para a transformação social, para a

mudança das condições de vida da população atendida, uma vez que ele não pode mais ter

uma visão estreita de sua intervenção, pensando-a como um trabalho voltado para um

indivíduo, como se este vivesse isolado, não tivesse a ver com a realidade social,

construindo e sendo construído por ela. É preciso ver qualquer intervenção, mesmo que

no nível individual, como uma intervenção social e, neste sentido, posicionada. Temos

que acabar com a idéia de que mundo psicológico não tem nada a ver com mundo

social, que sofrimento psíquico não tem nada a ver com condições objetivas de vida.

Nós, futuros profissionais da Psicologia e os profissionais, precisamos ter clareza de

que, ao fazer ou saber Psicologia, estamos com a prática e o conhecimento interferindo

na sociedade. É preciso inovar, e inovar a partir das características da população a ser

atendida. Nossa formação nos ensina teorias e técnicas prontas para aplicar. Precisamos

nos tornar capazes de criar Psicologia, adaptando nossos saberes à demanda e à realidade

que a nós se apresenta.

Assumir um compromisso social em nossa profissão é estar voltado para uma

intervenção crítica e transformadora, a partir da perspectiva de nossa ciência e de nossa

prática, rompendo com a desigualdade social que caracteriza a história brasileira e com

um saber que oculta esta desigualdade atrás de conceitos e teorias naturalizadoras da

realidade social. Compromisso social é estranhar, é inquietar-se com a realidade e não

aceitar as coisas como estão, buscando saídas. É ter e agir com ética, tendo como base, o

bem estar comum. É esta a Psicologia que quero e construirei, estando em busca

permanente e em movimento sempre, pois é direito, dever e responsabilidade da

Psicologia compreender a relação entre os processos bio-psico-sócio-culturais e os

processos de produção desta demanda, enquanto técnica, ciência e práxis, fomentando

maior interface com outras áreas do saber.

Page 48: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

50

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56

APÊNDICE

Page 55: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

57

ANEXO A: CIRCUITO DE PALESTRAS

A1 – Violência: O que é? Tipos? Como é (comportamento do agressor)? O que

causa (comportamentos das vítimas)?

A2 – Violência: Leis de defesa as vítimas – Como proceder?

A3 - Violência: Onde buscar ajuda? Como ajudar?

Page 56: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

58

ANEXO B: PALCO VIVO

Page 57: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

59

LISTAS DE TABELAS

Tabela 2.0.4. Estrutura Física. 11

Tabela 3.0. Fundamentos Teóricos Sobre A Violência. 24

Page 58: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

60

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.1. Implicações na e da violência. 25

Figura 4. Esquema conceitual referencial operativo. 34

Figura 4.0.0.7. Fluxograma. 39

Page 59: Construindo O Plano De Estágio Em Psicologia Comunitária.

61

5. PARECERES