CONSUMO DE NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E RISCO DE DOENÇAS...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO CONSUMO DE NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PESSOAS COM MAIOR E MENOR RISCO CARDIOVASCULAR EMILLY DELLA PASQUA ESPINDOLA Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

Transcript of CONSUMO DE NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E RISCO DE DOENÇAS...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CONSUMO DE NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E RISCO DE

DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PESSOAS COM

MAIOR E MENOR RISCO CARDIOVASCULAR

EMILLY DELLA PASQUA ESPINDOLA

Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CONSUMO DE NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E RISCO DE

DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PESSOAS COM

MAIOR E MENOR RISCO CARDIOVASCULAR

EMILLY DELLA PASQUA ESPINDOLA

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato

Grosso como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob

orientação da professora MSc. Naoel Hassan

Feres.

Cuiabá-MT, fevereiro de 2019

4

DEDICATÓRIA

A Deus, por permanecer ao meu lado em todos

os momentos me sustentando e guiando meu

caminho.

Aos meus pais, Marcus e Dea, meu pilar e

força. Muito obrigada por tudo que me

proporcionam, por acreditarem em mim e,

principalmente, pelo amor incondicional, foi

ele que me deu forças para chegar até aqui.

A minha família, por todo apoio, incentivo e

esforço que fizeram por mim durante toda a

faculdade.

Ao meu namorado, Luiz Felipe, por toda

paciência, pelo ouvido amigo e por me trazer

paz na correria de cada semestre.

AGRADECIMENTOS

A Faculdade de Nutrição, corpo docente, direção e administração por me

proporcionarem o melhor aprendizado possível durante minha formação profissional.

A minha orientadora, Naoel Hassan Feres, por toda dedicação, suporte e orientação

na elaboração deste trabalho. Além disso, agradeço por me permitir vivenciar a prática da

nutrição, cada dia no Projeto Cardio, foi um aprendizado constante e enriquecedor. Levarei

essa experiência para sempre.

A professora Silvia Regina Lima Reis por toda dedicação, mesmo em meio ao

doutorado, em analisar os dados deste trabalho. Também lhe agradeço por todo conhecimento

que me passou nas tardes em que estive no Projeto Cardio.

A professora Ana Carolina Pinheiro Volp por auxiliar com a indicação e me

despertar o interesse acerca do tema deste trabalho. Muito obrigada pela assistência a mim

prestada.

A todos os participantes desse trabalho, por se empenharem em relatar suas

alimentações e nos dar o privilegio de fazerem parte dessa amostra.

A todos que direta ou diretamente fizeram parte da minha formação acadêmica, o

meu muito obrigado.

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................................7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................................................8

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS................................................................................9

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10

1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES..............................................................10

1.2 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES....................11

1.3 DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ESTRESSE OXIDATIVO...............12

1.4 NUTRIENTES ANTIOXIDANTES.................................................................13

2. OBJETIVO..................................................................................................................15

2.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................15

3. MATERIAL E MÉTODO..........................................................................................16

3.1 DELINIAMENTO E LOCAL DO ESTUDO...................................................16

3.2 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................16

3.3 AMOSTRA........................................................................................................16

3.4 CASUÍSTICA E MÉTODO..............................................................................17

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA...............................................................................18

4. RESULTADOS............................................................................................................19

5. DISCUSSÃO................................................................................................................25

6. CONCLUSÃO.............................................................................................................31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................32

ANEXOS..................................................................................................................................35

APÊNDICE 1...........................................................................................................................36

APÊNDICE 2...........................................................................................................................37

APÊNDICE 3...........................................................................................................................38

APÊNDICE 4...........................................................................................................................41

APÊNDICE 5...........................................................................................................................42

APÊNDICE 6...........................................................................................................................43

APÊNDICE 7...........................................................................................................................44

7

RESUMO

Existe comparação inversa entre ingestão de antioxidantes e eventos cardiovasculares. Alimentos com

propriedades antioxidantes estão associados à diminuição da disfunção endotelial, redução do processo

aterosclerótico e consequentemente redução de doença cardiovascular. Este trabalho teve como objetivo avaliar

associação entre consumo de nutrientes antioxidantes e risco cardiovascular em servidores públicos. O estudo

totalizou uma amostra de 20 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 59 anos, participantes do

projeto de extensão CÁRDIO-UFMT, entre período de junho a dezembro de 2018. Análise do consumo de

nutrientes antioxidantes baseou-se na média de consumo de três recordatórios alimentares de 24h, analisando

características nutricionais de macro e micronutrientes (vitamina A, C, E, selênio e zinco), utilizando-se,

principalmente Tabela Brasileira de Composição de Alimento. O risco coronariano foi calculado com base na

relação cintura-quadril, segundo classificação de risco de valores para mulheres ≥0,85cm e para homens

≥1,00cm. Dados secundários (estilo de vida, exames bioquímicos e dados antropométricos) foram coletados dos

prontuários de atendimento. Para análise estatística utilizou-se SPSS, versão 17.0, teste Shapiro Wilk e teste t de

student (p<0,05). Idade média da amostra estudada foi 43,95±10,1 anos, sendo 55% sexo masculino, 95% com

excesso de peso e 55% com risco cardiovascular. Houve diferença significativa no consumo de lipídios, gorduras

mono e poliinsaturadas, vitamina A e selênio da dieta entre os grupos, além de frequência elevada de

inadequação de consumo de nutrientes antioxidantes, principalmente em relação à vitamina A, E e selênio (100%

de inadequação).

PALAVRAS-CHAVE: Risco cardiovascular; dieta; nutrientes antioxidantes.

ABSTRACT

There is an inverse comparison between ingestion of antioxidants and cardiovascular events. Foods with

antioxidant properties are associated with decreased endothelial dysfunction, reduction of the atherosclerotic

process and consequently reduction of cardiovascular disease. This study aimed to evaluate the association

between antioxidant nutrient intake and cardiovascular risk in public servants. The study comprised a sample of

20 individuals of both sexes, aged between 20 and 59 years old, participants of the CÁRDIO-UFMT extension

project, between June and December of 2018. Analysis of the consumption of antioxidant nutrients was based on

the average consumption of three 24-hour food reminders, analyzing nutritional characteristics of macro and

micronutrients (vitamin A, C, E, selenium and zinc), using, mainly, the Brazilian Food Composition Table.

Coronary risk was calculated based on the waist-to-hip ratio, according to the risk score of values for women

≥0.85cm and for men ≥1.00cm. Secondary data (lifestyle, biochemical exams and anthropometric data) were

collected from patient records. Statistical analysis was used SPSS, version 17.0, Shapiro Wilk test and student t

test (p <0.05). Mean age of the studied sample was 43.95 ± 10.1 years, being 55% male, 95% overweight and

55% with cardiovascular risk. There was a significant difference in the consumption of lipids, monounsaturated

and polyunsaturated fats, vitamin A and selenium of the diet between the groups, besides a high frequency of

inadequate consumption of antioxidant nutrients, mainly in relation to vitamin A, E and selenium (100% ).

KEY WORDS: Cardiovascular risk; diet; antioxidant nutrients.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1. Caracterização da população estudada em relação ao sexo, hábitos de vida e

parâmetros antropométricos, Cuiabá-MT.................................................................................18

Figura 1. Frequência de excesso de peso de acordo com o índice de massa corporal (IMC),

segundo o sexo, de servidores públicos de uma universidade, Cuiabá-MT,

2018...........................................................................................................................................19

Figura 2. Frequência de fatores de risco cardiovascular em servidores públicos de uma

universidade, Cuiabá-MT,

2018...........................................................................................................................................20

Figura 3. Frequência de risco cardiovascular de acordo com a razão cintura quadril (RCQ),

segundo o sexo, de servidores públicos de uma universidade, Cuiabá-MT, 2018...................20

Tabela 2. Média da ingestão alimentar segundo o risco cardiovascular, em servidores

públicos de uma universidade, Cuiabá-MT..............................................................................21

Tabela 3. Percentual de adequação na ingestão de nutrientes antioxidantes da dieta, segundo

valores da Estimated Average Requiremed (EAR) e Upper Level (UL), de acordo com o risco

cardiovascular, Cuiabá-MT.......................................................................................................22

Tabela 4. Associação entre o consumo médio de nutrientes antioxidantes da dieta e o risco

cardiovascular, segundo a razão cintura-quadril, em servidores públicos de uma universidade,

Cuiabá-MT................................................................................................................................24

Tabela 5: Classificação do estado nutricional segundo IMC, segundo critérios World Health

Organization - WHO, 2000.......................................................................................................17

Tabela 6: Valores diários de Estimated Average Requiremed (EAR) e Upper Level (UL)

segundo Padovani et al., 2006...................................................................................................35

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC – Circunferência da cintura

CQ – Circunferência do quadril

DCV – Doenças cardiovasculares

DP – Desvio padrão

EAR – Estimated average requiremed

IMC – Índice de massa corporal

LDL-c – Lipoproteína de baixa densidade/ colesterol

NADPH – Nicotinamida adenina dinucleotido fosfatada

OMS ou WHO – Organização Mundial da Saúde

PAS – Pressão arterial sistólica

PAD – Pressão arterial diastólica

PCR – Proteína C-reativa

PIB – Produto interno bruto

RCQ – Razão cintura quadril

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

UL – Upper Level

VCT – Valor calórico total

VLDL - Very Low Density Lipoprotein

10

1. INTRODUÇÃO

1.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças cardiovasculares acometem o sistema circulatório, isto é, afetam o

coração, as artérias, as veias e os vasos capilares. Uma condição que aumenta a probabilidade

de um indivíduo sofrer uma doença cardiovascular é caracterizada como um fator de risco. Os

fatores de risco podem ser modificáveis como diabetes, hipercolesterolemia,

hipertrigliceridemia, hipertensão arterial, excesso de peso ou obesidade, tabagismo, uso

excesso de bebidas alcoólicas e sedentarismo, ou não modificáveis como idade, sexo e

genética (SIMÃO et al., 2013).

Dentre as doenças cardiovasculares a principal é a doença aterosclerótica,

caracterizada por um processo inflamatório da parede arterial, gerando um estreitamento do

lúmen arterial e comprometendo o fluxo sanguíneo normal nas artérias. Esse processo inicia-

se com o depósito da lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol) entre as células

endoteliais e a camada de lâmina elástica do endotélio vascular, pois elas em quantidades

excessivas conseguem se infiltrar mais facilmente na parede arterial e tornam-se mais

suscetíveis à oxidação (GIMENO; FERREIRA, 2007).

Uma parte dos lipídios presente nas LDL-c se oxida atraindo os macrófagos, que as

encapsulam e fagocitam, gerando células espumosas. A lesão da camada íntima do endotélio

pode ocorrer por três causas: mecanicamente, citotoxicidade das LDL-c oxidadas, células

esponjosas, havendo uma agregação plaquetária. As células musculares lisas da camada média

são atraídas para a camada íntima, ocorrendo uma maior proliferação. Dessa forma, os

triacilgliceróis e colesterol intracelular são liberados e há maior acúmulo. Com o acúmulo de

células esponjosas, células musculares lisas, macrófagos, tecido conjuntivo, lipídeo

extracelular e intracelular ocorre à formação de uma placa fibrosa e as células começam a

morrer. Com a evolução da lesão o tecido acaba morrendo e tendo calcificação. Devido o

11

crescimento da placa para o lúmen vascular, há diminuição do calibre dos vasos causando a

estenose e consequentemente, maior risco para desenvolvimento de infarto ou derrame

(TEIXEIRA, 2014).

O processo de aterogênese é o primeiro evento coronariano agudo a se manifestar e a

partir dele ocorrem diversas complicações. Por isso, quando se realiza a identificação de

indivíduos assintomáticos que possuem fatores de risco pode ser feita uma prevenção efetiva

(ROCHA; MARTINS, 2017).

1.2 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis pela principal causa de morte

no mundo, correspondendo a 31% do total de mortes em 2015, o que equivale a 17,7 milhões

de pessoas (OPAS, 2017). A mortalidade continuou proporcional em 2018, também

totalizando 31% das mortes mundiais (WHO, 2018).

No Brasil, os dados condizem com os dados mundiais, representando 28% da

mortalidade, o que equivale a 300 mil óbitos por ano, ou seja, 820 óbitos por dia (WHO,

2018). No estado de Mato Grosso as internações hospitalares devido infarto agudo do

miocárdio, transtornos de condução, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca representam

434 casos no ano de 2018 (DATASUS, 2018).

Esses dados demonstram que a proporção de mortes manteve-se igual ao longo dos

anos, contudo segundo Nascimento et al, 2018 é possível notar a redução da taxa de

mortalidade padronizada por a idade, o que significa uma redução da mortalidade prematura

por DCV, nos últimos quinze anos. Isso se deve ao aumento da expectativa de vida, a maior

facilidade no diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial e a melhoria das desigualdades

sociais observadas no Brasil (NASCIMENTO et al., 2018).

Em relação aos fatores sociais é possível observar uma correlação entre os dados do

produto interno bruto (PIB) per capta e a redução da mortalidade por DCV, sendo assim como

houve uma elevação do PIB do Brasil nos últimos anos nota-se uma queda da mortalidade

padronizada por idade. Contudo, devido a uma retração do PIB, nos últimos dois anos,

ocorreu um aumento da mortalidade cardiovascular após anos de progressivas quedas

(MESQUITA, 2018).

Logo, ao analisar a epidemiologia das DCV constata-se a mesma atuação de grandes

endemias dos séculos passados. Isso porque os dados de óbitos são alarmantes, estima-se que

17,5 milhões de pessoas tenham falecido por DCV somente no ano de 2012. Outro fato

12

preocupante é que ¾ das mortes ocorrem em países de baixa e média renda (ROCHA;

MARTINS, 2017).

Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulou como meta a

redução de 25% das doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas as DCV até o ano de

2025. Deste modo, as autoridades da área de saúde devem estabelecer normas, regulamentos e

modificar a legislação a fim de provocar mudanças significativas no perfil epidemiológico da

população. Uma das ações que já deram resultados foi a diminuição do consumo de cigarros

(ROCHA; MARTINS, 2017).

Conjuntamente com a OMS, a Sociedade Brasileira de Cardiologia criou a I Diretriz

brasileira de prevenção cardiovascular, no ano de 2013, a fim de reduzir a prevalência de

DCV no Brasil.

1.3 DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ESTRESSE OXIDATIVO

A função dos radicais livres em processos fisiopatológicos referentes a fatores de

risco cardiovasculares tem sido fortemente pesquisada. Diversas são as provas de uma

associação entre o estresse oxidativo e condições clínicas como doenças cardiovasculares. A

compreensão desses eventos pode colaborar para a redução dessas doenças e melhora na

qualidade de vida (CAMMERER, 2012).

Radicais livres compreendem-se por moléculas orgânicas e inorgânicas e átomos que

contenham um ou mais elétrons não pareados, com existência independente, o que as torna

extremamente instáveis, curta meia-vida e bastantes reativas. São formados a partir de ação

catalítica de enzimas no decorrer de processos de transferência de elétrons que acontecem em

diversos metabolismos celulares. Quando ocorre o desequilíbrio entre moléculas oxidantes e

antioxidantes ocorre à produção de danos celulares pelos radicais livres, caracterizando o

estresse oxidativo (CATARINA et al., 2014).

Os radicais livres são produzidos continuamente durante os processos metabólicos

que acontecem no organismo, por isso há a produção de mecanismos de defesa antioxidante a

fim de limitar os níveis intracelulares e impedir os danos celulares. “Os antioxidantes são

substâncias responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas

células” (BIANCHI; ANTUNES, 1999).

Com tudo, quando há quantidades excessivas de radicais livres ocorrem danos

oxidativos que acometem as células e tecidos e geram um estresse oxidativo. O estresse

oxidativo contribui de forma direta no processo aterosclerótico por meio do LDL oxidado,

13

isso porque, este é um dos componentes da placa aterosclerótica, que está envolvida na

progressão da lesão do vaso sanguíneo (CAMMERER, 2012).

Um dos mecanismos de defesa contra os radicais livres é a utilização de nutrientes

antioxidantes encontrados na dieta, dentre eles: vitamina A (β - caroteno), vitamina C (ácido

ascórbico), vitamina E (α- tocoferol), zinco e selênio (BIANCHI; ANTUNES, 1999).

1.4 NUTRIENTES ANTIOXIDANTES

Os antioxidantes são um conjunto de elementos com diferentes propriedades que

atuam inibindo a formação de oxidantes ou quando já formados, interrompem suas ações e/ou

reparam o dano causado. Para prevenção das DCVs uma tática seria a utilização de

antioxidantes que intervisse na inibição da oxidação da LDL-c ou na modificação da

suscetibilidade da LDL-c ou na resistência da LDL-c aos oxidantes (de OLIVEIRA et al.,

2006).

Quando há oxidação da LDL-c por radicais livres, isso deve-se a uma captação

anormal da LDL-c por macrófagos na parede das veias e artérias, acelerando o processo

aterosclerótico. Antioxidantes dietéticos, como vitamina A (β - caroteno), vitamina C (ácido

ascórbico), vitamina E (α- tocoferol), zinco e selênio atuam como quelantes, isto é, retiram

diretamente os radicais livres e consequentemente previnem contra lesões vasculares

(VALENTE, 2014).

A vitamina A (retinol) possui capacidade antioxidante por reagir com duas espécies

reativas de oxigênio: singlet e peroxil, interrompendo a programação de reações de

peroxidação lipídica, e por reduzir a oxidação de LDL. Tem-se como fonte: batata doce,

manga e espinafre (CATARINA et al., 2014).

A vitamina C (ácido ascórbico) tem dois compostos com atividade antioxidantes:

ácido L-ascórbico e ácido L-dehidroascórbico, absorvidos pelo trato gastroinstestinal.

Consegue reagir com o oxigênio antes mesmo do início do processo de oxidação, por isso

combate a oxidação de lipídeos e de outros agentes antioxidantes, participa da regeneração da

vitamina E e reduz a interação dos leucócitos com o endotélio. Tem-se como fonte: acerola,

laranja, goiaba, tangerina e couve (CATARINA et al., 2014).

A vitamina E converte radicais livres em espécies mais estáveis através da doação de

um átomo de hidrogênio, tendo um produto mais estável e menos reativo. Também inibe

etapas do processo aterosclerótico pois deixa o LDL menos susceptível à oxidação. Tem-se

como fonte: girassol, avelã, castanha do Brasil, azeite de oliva, manga e mamão papaia

(CATARINA et al., 2014).

14

O zinco inibe a NADPH-oxidase, uma enzima envolvida na produção de espécies

reativas de oxigênio, é cofator da superóxido dismutase (SOD), uma enzima presente no

sistema antioxidante endógeno e está associada ao processo de neutralização do radical livre

hidroxila, induzindo a produção de metalotiaminas, ajudando na remoção de radical livre.

Tem-se como fonte: carnes, vísceras, oleaginosas, ervilha e espinafre (CATARINA et al.,

2014).

O selênio atua como a glutationa peroxidase (seleno-proteína) enzima na qual é

antioxidante no plasma, o que resulta em menor suscetibilidade de células e tecidos terem

danos oxidativos oriundo dos radicais livres. Tem-se como fonte: castanha do Brasil, frutos

do mar, brócolis e couve-flor (CATARINA et al., 2014).

Portanto, observa-se a relação entre espécies reativas de oxigênio e sistema de defesa

endógeno, antioxidantes nutricionais e o uso potencial de antioxidantes na intervenção de

doenças. A propriedade antioxidante de micronutrientes parece ser um fator em um conjunto

complexo de variáveis nutricionais que podem predispor ou proteger contra doenças

cardiovasculares. (JENKINS, 2000; SERAFINI et al., 2005).

Em suma, as doenças cardiovasculares correspondem a níveis alarmantes em todos

os âmbitos, desde mundial até municipal. Diante do que foi apresentado, percebe-se a relação

entre o risco de DCVs e consumo de nutrientes antioxidantes. À vista disso, torna-se relevante

a necessidade de estudos, isso porque, sendo adequado o consumo de nutrientes antioxidantes

é possível prevenir o surgimento de DCVs.

Em vista disso, o presente estudo analisará a comparação entre o consumo alimentar

de nutrientes antioxidantes e o risco de DCVs em servidores da Universidade Federal de Mato

Grosso, atendidos pelo Programa Cárdio UFMT, pois acredita-se que, àqueles indivíduos que

consomem uma quantidade adequada de antioxidantes possuem menor risco de desenvolver

DCVs.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a comparação entre o consumo alimentar de nutrientes antioxidantes e o

risco de doenças cardiovasculares.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar a amostra segundo as variáveis socioeconômicas e estilo de vida;

Avaliar o estado nutricional segundo o índice de massa corporal;

Identificar a presença de fatores de risco para doença cardiovascular na

população em estudo;

Avaliar o risco cardiovascular segundo a razão cintura-quadril

Determinar as características nutricionais do consumo alimentar e de nutrientes

antioxidantes;

Associar o risco cardiovascular com a mediana do consumo de nutrientes

antioxidantes.

16

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 DELINEAMENTO E LOCAL DO ESTUDO

Trata-se de um estudo prospectivo, de corte transversal, quantitativo e analítico, por

meio de amostra não probabilística, desenvolvido no município de Cuiabá, capital do estado

de Mato Grosso, mais precisamente na Coordenação de Assistência Social e Saúde do

Servidor (CASS), da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá, com servidores

ativos da UFMT, que no ano de 2016 totalizavam 4287 funcionários, participantes do projeto

de extensão Cárdio-UFMT, assistidos pelos docentes e discentes do curso de nutrição da

UFMT.

3.2 ASPECTOS ÉTICOS

Foi solicitada a autorização da coordenadora da CASS (APÊNDICE 1) e

coordenadora do projeto de extensão Cárdio-UFMT (APÊNDICE 2) para realizar a coleta de

dados deste estudo.

O estudo planejado respeitou os aspectos éticos previstos na resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde - CNS21 e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso (CEP-Saúde-UFMT), sob número

de inscrição CAEE: 84775818.4.0000.8124 (APÊNDICE 3).

3.3 AMOSTRA

A população alvo do estudo foi composta por servidores públicos, de ambos os

sexos, com idade entre 20 e 59 anos, participantes do atendimento nutricional ambulatorial do

projeto de extensão CÁRDIO-UFMT (CAAE 20848213.1.0000.5541), sendo que para

participar deste o servidor deve apresentar algum risco cardiovascular.

Foram convidados a participar da pesquisa aqueles que estivessem sendo atendidos

em primeira consulta, entre o período de junho a dezembro de 2018, que concordaram em

participar da pesquisa, e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

(APÊNDICE 4), o qual foi claramente explicado, deixando claro ao participante a segurança e

sigilo em relação as informações pessoais a serem coletados e outros dados da pesquisa, com

total liberdade de que, a qualquer momento poderia estar deixando de participar sem nenhum

comprometimento ou ônus. Uma via do termo foi entregue ao participante, com a devida

identificação e contato dos pesquisadores e do comitê de ética em pesquisa com seres

17

humanos da Universidade Federal de Mato Grosso (APÊNDICE 5), para caso de dúvidas e/ou

esclarecimentos da pesquisa.

Foram excluídos da amostra gestantes e àqueles que recusaram a preencher o

recordatório de 24 horas domiciliar.

3.4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

Considerou-se neste estudo como variáveis categóricas dependentes o consumo de

alimentos antioxidantes e fatores de risco cardiovascular. Como variáveis independentes

dados antropométricos e de estilo de vida, perfil lipídico, glicemia de jejum, pressão arterial e

consumo alimentar.

As variáveis independentes foram coletadas a partir das fichas de atendimento

nutricional individualizado, padronizada e aplicada em indivíduos em atendimento pelo

projeto de extensão Cárdio-UFMT, tais como: sexo, idade, tabagismo, etilismo, prática de

atividade física, antecedentes patológicos, níveis de pressão arterial, peso, altura,

circunferência da cintura e quadril, dados bioquímicos (glicemia de jejum, perfil lipídico)

assim como, avaliação dietética (ingestão habitual) conforme o protocolo do projeto de

extensão.

Para análise da ingestão alimentar habitual foi aplicado registro de dois recordatórios

24h em dias convencionais (na primeira consulta e no 1º retorno), sob a responsabilidade do

pesquisador, e outro desenhado especificamente para este estudo, sendo preenchido pelo

próprio participante da pesquisa, em regime domiciliar, referente a um dia não convencional

(sábado, domingo ou feriado) (APÊNDICE 6), com todas as orientações de como realizar o

seu preenchimento (APÊNDICE 7).

Para determinar o diagnóstico do estado nutricional foi utilizado o Índice de massa

corporal (IMC), calculado a partir da fórmula IMC = peso/altura², desenvolvido pelo por

Lambert Quélet no fim do século XIX. Para a classificação do estado nutricional segundo

IMC, utilizou-se os pontos de corte preconizados pelo World Health Organization - WHO,

2000 (ANEXOS - Tabela 5).

Para determinação das características nutricionais dos macro e micronutrientes

(vitamina A, vitamina C, vitamina E, selênio e zinco), utilizou-se a média de consumo da

ingestão habitual dos recordatórios de 24 horas, sendo os alimentos descritos em medidas

caseiras convertidos em gramas do alimento, e analisadas segundo a característica centesimal

do alimento, utilizando-se preferencialmente a Tabela Brasileira de Composição de Alimento

(TACO, 2011), e quando não encontrado o alimento na referida tabela, utilizava-se outras

18

tabelas na seguinte ordem: Tabela Tucunduva (2016) e Tabela de composição Nutricional dos

Alimentos Consumidos no Brasil (IBGE, 2011), sendo todas elas também usadas pelo projeto

Cárdio-UFMT, mantendo a padronização das análises.

Os dados foram classificados pelos valores propostos pela Dietary Reference Intakes

(DRI-2000) para Estimated Average Requiremed (EAR) e Upper Level (UL), em:

“inadequado” os valores que se apresentarem abaixo da EAR ou acima da UL e “adequado”

os valores igual ou acima da EAR, conforme descrito na Tabela 6 (ANEXOS).

Para avaliar o risco de doença cardiovascular na amostra em estudo, utilizou-se a

classificação do valor obtido com a relação cintura-quadril (RCQ) recomendado pela

Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), onde considerou-se “sem risco cardiovascular"

para mulheres com RCQ <0,85 cm e homens <1,0 cm e “com risco cardiovascular” para

mulheres ≥0,85 cm e para homens ≥1,00 cm.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todas as informações obtidas foram registradas em um banco de dados no software

Microsoft Excel 2010 e analisadas no Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0

(SPSS Inc, Chicago, IL, USA) através de estatística descritiva, sendo que as variáveis

contínuas foram apresentadas por meio de medidas de tendência central (média e desvio

padrão) e as variáveis categóricas apresentadas por frequências absolutas e relativas. Por fim,

para verificar a normalidade da amostra foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, para identificar

a existência de associação entre as variáveis do estudo foi aplicado o teste t student (p<0,05).

19

4. RESULTADOS

A amostra foi composta por 20 indivíduos, de ambos os sexos, sendo 55% do sexo

masculino e 45% do sexo feminino, tendo idade média de 43,95±10,1 anos, sem história de

tabagismo e prática de atividade física em apenas 40%, sendo mais prevalente no sexo

masculino. A amostra apresenta um risco para desenvolvimento de doenças crônicas não

transmissíveis elevada, sendo um “risco elevado” em 25% (n-05) e “muito elevado” em 65%

(n= 13) de acordo com a classificação da medida da circunferência da cintura e com “risco

aumentado” para morbidades segundo a razão cintura-quadril (RCQ) em 55% da população

estudada (Tabela 1).

Tabela 1. Caracterização da população estudada em relação ao sexo, hábitos de vida e

parâmetros antropométricos, Cuiabá-MT.

Variáveis Frequência (n=20) Percentual (%)

Sexo

Feminino

Masculino

9

11

45

55

Tabagismo

Não fumante

Fumante

20

0

100

-

Atividade física

Sedentário

Ativo

12

8

60

40

CC1

Sem risco

Com risco elevado

Com risco muito elevado

2

5

13

10

25

65

RCQ2

Sem risco aumentado

Com risco aumentado

9

11

45

55

1CC: circunferência de cintura;

2RCQ: razão cintura-quadril.

20

Os Índices de Massa Corpórea (IMC) dos participantes da presente pesquisa variaram

entre 23,88 kg/m² e 43,78 kg/m², com IMC médio de 31,5 kg/m². Com relação à classificação

do estado nutricional, pode-se observar que houve uma predominância de sobrepeso e

obesidade em 95% da amostra do nosso estudo, sendo 30% com sobrepeso, 50%, 10% e 05%

com obesidade de grau I, II e III respectivamente, com prevalência do sobrepeso e obesidade

em 100% da amostra do sexo masculino (Figura 1)

Figura 1. Frequência de excesso de peso de acordo com o índice de massa corporal

(IMC), segundo o sexo, de servidores públicos de uma universidade, Cuiabá-MT, 2018.

Dentre os fatores de risco para doenças cardiovasculares, no presente estudo pode-se

observar na amostra uma prevalência elevada de obesidade (65%), hipertensão arterial (45%)

e hipercolesterolemia (35%). (Figura 2)

Estado nutricional

21

Figura 2. Frequência de fatores de risco cardiovascular em servidores públicos de

uma universidade, Cuiabá-MT, 2018.

*HAS: Hipertensão arterial sistêmica.

Em relação ao risco cardiovascular, 55% da amostra apresentou risco cardiovascular

segundo a RCQ, com predominância para o sexo masculino com 63,64%, enquanto que, o

grupo sem risco cardiovascular (45%) foi prevalente no sexo feminino (55,6%). (Figura 3).

Figura 3. Frequência de risco cardiovascular de acordo com a razão cintura quadril

(RCQ), segundo o sexo, de servidores públicos de uma universidade, Cuiabá-MT, 2018.

Sexo

22

Não foi encontrada diferença significativa na avaliação dos parâmetros sensoriais da

pressão arterial, assim como, nos dados bioquímicos da amostra estudada, tais como

colesterol, triacilgliceróis, colesterol HDL e glicemia, ao comparar os grupos com risco e sem

risco para DCV.

Quanto à análise da ingestão alimentar (nº de refeições, valor calórico total,

macronutrientes e frações de lipídeos) nos grupos sem risco e com risco para doenças

cardiovasculares, só encontramos diferença significativa para o consumo de lipídeos e frações

(gordura monoinsaturada e poli-insaturada) com p<0,05. (Tabela 2).

Tabela 2. Média da ingestão alimentar segundo o risco cardiovascular, em servidores

públicos de uma universidade, Cuiabá-MT.

Sem risco

cardiovascular (n=9)

Média±DP¹

Com risco

cardiovascular

(n=11)

Média±DP

p valor

Nº de Refeições/dia 4,7 ± 0,86 4,84 ± 0,92 0,715

VET (kcal)² 2188,04 ± 683,75 1925,15 ± 438,19

0,156

Carboidrato (%) 46,34 ±6,41 51,37 ± 7,86

0,806

Proteína (%) 21,08 ± 4,15 20,38 ± 5,08

0,531

Lipídio (%) 32,52 ± 6,31*

28,40 ± 4,11 0,039*

Gordura saturada (g) 25,41 ± 10,13 22,23 ± 6,05 0,244

Gordura monoinsaturada (g) 27, 44 ± 6,42 *

21,44 ± 6,43 0,037*

Gordura poli-insaturada (g) 16,60 ± 9,90 *

11,59 ± 5,13 0,011*

Colesterol (mg) 392,80 ± 207,32 421,60 ± 203,77 0,822

* Teste de Shapiro Wilk e teste t student com p <0,05

¹DP: Desvio padrão;

²VCT: Valor calórico total.

No que se refere ao consumo de nutrientes antioxidantes na dieta, ao analisarmos a

adequação dos nutrientes entre os grupos sem risco e com risco para doença cardiovascular,

23

encontramos 100% de inadequação no consumo de Vitamina A na amostra com risco e 88,9%

de adequação no grupo sem risco cardiovascular.

A ingestão na dieta de vitamina C foi adequada em 80% da amostra, estando mais

presente no grupo com risco cardiovascular (81,8) e 100% de inadequação no consumo da

Vitamina E e selênio, em ambos os grupos (sem risco e com risco cardiovascular). A

adequação de zinco foi maior no grupo sem risco cardiovascular (77,8%), porém, sem

diferença significativa comparada ao grupo com risco (Tabela 3).

Tabela 3. Percentual de adequação na ingestão de nutrientes antioxidantes da dieta,

segundo valores da Estimated Average Requiremed (EAR) e Upper Level (UL), de acordo

com o risco cardiovascular, Cuiabá-MT.

Consumo de

nutriente

antioxidante

Sem risco cardiovascular

(n= 9)

Com risco cardiovascular

(n= 11)

Frequência Percentual (%) Frequência Percentual (%)

Vitamina A

Adequado

Inadequado

8

1

88,9

11,1

0

11

-

100

Vitamina C

Adequado

Inadequado

7

2

77,8

22,2

9

2

81,8

18,2

Vitamina E

Adequado

Inadequado

0

9

-

100

0

11

-

100

Selênio

Adequado

Inadequado

0

9

-

100

0

11

-

100

Zinco

Adequado

Inadequado

7

2

77,8

22,2

8

3

72,7

27,3

24

Ao realizar a associação da média do consumo de nutrientes antioxidantes da dieta da

amostra em estudo, de acordo com o risco cardiovascular pela razão cintura-quadril,

evidenciamos diferença significativa somente na ingestão de vitamina A e selênio, com valor

de p = 0,026 e p = 0,031, respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4. Associação entre o consumo médio de nutrientes antioxidantes da dieta e o

risco cardiovascular, segundo a razão cintura-quadril, em servidores públicos de uma

universidade, Cuiabá-MT, 2018.

* Teste de Shapiro Wilk e teste t student com p <0,05

¹DP: Desvio padrão

Nutriente

antioxidante

Sem risco

cardiovascular (n= 9)

Média ±DP¹

Com risco

cardiovascular (n= 11)

Média ±DP

p (<0,05)

Vitamina A (µg) 1170,41 ± 2939,55

201,90 ± 108,00

0,026*

Vitamina C (mg) 105,38 ± 70,74 136,44 ± 107,94 0,557

Vitamina E (mg) 2,41 ± 3,29 2,03 ± 3,11 0,981

Selênio (µg) 68,87 ± 182,96

7,02 ± 9,95

0,031*

Zinco (mg) 13,96 ± 4,98 11,15 ± 2,76 0,086

25

5. DISCUSSÃO

A transição do perfil nutricional ocorrida nos últimos 30 anos trouxe consigo sérios

problemas de saúde, dentre eles o sobrepeso, a obesidade e suas comorbidades. O estilo de

vida da população está intimamente ligado a essa realidade. O excesso de peso está

estreitamente associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo que este é

destacado como um dos fatores de risco pela Diretriz da World Heart Federation. Trata-se de

um problema crescente em diversos países, incluindo o Brasil (OLIVEIRA et al.; 2009).

Encontramos na amostra desse estudo esta realidade, sendo que 95% apresentaram

sobrepeso e/ou obesidade, onde a média do Índice de Massa Corpórea (IMC) foi de 31,5

kg/m2 (±19,10), superior ao ponto de corte adotado pela Organização Mundial da Saúde para

classificação de obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) e nenhum com baixo peso, com prevalência para

o sexo masculino (100%), o que vai de encontro com dados da Vigitel – Vigilância de fatores

de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, divulgada em 2017, a qual

indicou que as maiores frequências de excesso de peso são para o sexo masculino em algumas

capitais, dentre elas Cuiabá (65,8%) (BRASIL, 2019).

Segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (2008), o sexo

masculino apresenta altas taxas de mortalidade, tendo como segunda maior causa as doenças

do sistema circulatório. A principal causa para o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares está relacionada a fatores de risco ambiental e comportamental, dentre eles a

obesidade.

Correlacionado ao excesso de peso está à adiposidade abdominal, a qual é avaliada

como um dos melhores preditores antropométricos de doenças cardiovasculares. Dentre as

medidas antropométricas utilizadas, encontra-se a razão cintura quadril (RCQ), estudada pela

Sociedade Brasileira de Cardiologia como indicador antropométrico com maior correlação

com o perfil lipídio e por isso pode ser utilizado para avaliar o risco cardiovascular

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Utilizando-se os critérios da WHO (1998) para estratificação do risco cardiovascular

da população estudada, observamos o aumento da relação RCQ, estando presente o alto risco

para desenvolvimento de doença cardiovascular (55%), com predominância para o sexo

masculino (63,7%).

26

Frequência menor com encontro de outros estudos como o de Carvalho (2015), o

qual avaliou 1276 alunos de universidades públicas e privadas na cidade de São Luis e

encontrou que 80% da amostra apresentavam valores de RCQ altos. O mesmo foi

diagnosticado por Fogaça et al. (2014), que mensurou 30 indivíduos que já sofreram de algum

evento cardíaco, sendo que deles 73,3% possuíam valores alterados de RCQ.

Diversos são os riscos para a saúde quando há o aumento da razão cintura-quadril,

pois esta é uma ferramenta que avalia a deposição de gordura intra-abdominal, o que contribui

para alterações no perfil lipídico, podendo assim a RCQ ser um fator de risco para a doença

cardiovascular (OLIVEIRA, 2009).

Outros fatores de risco para DCV amplamente citados são a obesidade, hipertensão

arterial, diabetes mellitus e dislipimedias, dentre elas hipercolesterolemia e

hipertrigliceridemia. A amostra deste estudo apresentou altas taxas de obesidade (65%),

como já citado acima, hipertensão arterial (45%) e hipercolesterolemia (35%).

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) analisou 22 estudos que avaliavam a

prevalência de hipertensão arterial sistêmica e encontrou que a prevalência média é de 32,5%,

portanto o percentual encontrado neste estudo é maior dos citados.

Quanto a hipercolesterolemia, de Oliveira et al. (2013), ao analisar 107 servidores

técnico-administrativos da Universidade Federal de Viçosa apontou os níveis de colesterol

como o parâmetro bioquímico com maior elevação em relação aos demais, revelando 49%

dos indivíduos com hipercolesterolemia. Esse dado está um pouco superior ao constatado na

população deste estudo.

Logo, ao analisar os diversos fatores de risco para DCV, percebe-se que o melhor é a

precaução e para uma prevenção adequada é necessária uma boa estratificação do risco e real

controle dos fatores predisponentes. Várias diretrizes foram publicadas na tentativa de se

prevenir a doença cardiovascular e devem ser seguidas. É mandatório que dentre os fatores de

risco para DCV está uma dieta inadequada (SIMÃO et al.,2013).

A nutrição adequada também pode alterar a incidência e a gravidade das

coronariopatias, já que populações com diferentes dietas apresentavam variações na

mortalidade cardiovascular. Liu et al. (2000) observaram no Women’s Health Study,

realizado com quase 40.000 mulheres profissionais de saúde, que os mais altos consumos de

vegetais e frutas (exceto batata) estavam associados ao risco mais baixo de DCV,

27

principalmente infarto. A American Heart Association enfatiza o consumo adequado de

calorias, gorduras, vegetais, frutas e grãos integrais, confirmando a importância das fibras

alimentares, antioxidantes e outras substâncias na prevenção e controle das DCV.

Não houve diferenças significativas na composição da dieta quanto ao aporte

calórico, carboidratos, proteínas e gordura saturada, entre os grupos com risco e sem risco

cardiovascular da amostra estudada. Entretanto, dados significativos foram encontrados no

consumo de lipídeos, gordura monoinsaturada e poliinsaturada no grupo sem risco

cardiovascular.

Estudo conduzido apenas no Brasil mostrou que a inadequação alimentar é a

principal causa de mortalidade cardiovascular e reiterou que o baixo consumo de poli-

insaturados, em substituição à gordura saturada, aumenta a mortalidade por cardiopatia

isquêmica (OTTO et al.,2016). Isso pode ser justificado com os resultados encontrados no

nosso estudo onde, o grupo com risco cardiovascular apresentou consumo alimentar menor de

gordura poli-insaturada e monoinsaturada, comparado ao sem risco.

Ao observar que o maior percentual de lipídios ocorre no grupo sem risco

cardiovascular em comparação ao grupo com risco cardiovascular é notório que apesar de ter

a maior porcentagem, a qualidade nutricional dos lipídios do grupo influenciou diretamente

nesse percentual. Sendo assim, ter o percentual de lipídios maior não significa que terá uma

qualidade nutricional melhor (SIMÃO et al.,2013).

Teixeira (2014) apontou diferença significativa entre consumo de nutrientes

antioxidantes e o risco cardiovascular. Encontrou-se na amostragem deste estudo uma

inadequação no consumo desses nutrientes na dieta, independente da presença de risco para

doença cardiovascular, principalmente para a Vitamina A, vitamina E e selênio, em 100% da

nossa amostra.

É importante frisar que os valores das vitaminas e minerais antioxidantes foram

considerados adequados com base nos valores fornecidos na EAR, que corresponde o valor

médio de ingestão estimado para atender 50% das necessidades de um indivíduo saudável

(PADOVANI et al.; 2006).

Contudo, como exposto por da Silva et al.; (2012), os valores da EAR são capazes de

avaliar a ingestão de nutrientes, mas considerando que, mesmo atingindo ou passando os

valores estabelecidos pela EAR, ainda existe um grande probabilidade de inadequação. No

28

entanto, os indivíduos da amostra apresentaram, em sua maioria, valores muito abaixo da

EAR, o que deve ser corrigido por meio de intervenção nutricional a fim de evitar problemas

nutricionais em longo prazo.

Diversos estudos citam elevados percentuais de inadequação na ingestão de

vitaminas e minerais antioxidantes no Brasil, como Fernandes et al. (2007) no qual avaliou 57

indivíduos que tiveram obesidade e houve 100% de inadequação do consumo de vitamina A e

E. A vitamina A e a vitamina E são muito estudadas devido suas funções antioxidantes

comprovadas e por auxiliarem na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT).

Essa inadequação pode ser explicada considerando que na alimentação da população

brasileira há baixo consumo de frutas, verduras e legumes, e de acordo com as análises

realizadas pela POF 2008-2009, menos de 10% consome o recomendado, isto é, não ingerem

quatrocentos gramas desses alimentos por dia.

Mais especificamente em relação à vitamina A, nota-se que a população brasileira

faz o consumo frequente de carnes em geral, alimento fonte dessa vitamina. Entretanto,

apresentam baixa presença de leite e derivados, vísceras e frutas, verduras e legumes na

alimentação, o que pode provavelmente explicar os elevados percentuais de inadequação

(TURECK, 2017).

Acerca da vitamina E, verifica-se pequeno consumo pela população de oleaginosas,

gérmen de trigo, sementes e principalmente de grãos integrais, alimentos fontes dessa

vitamina, o que consequentemente justifica os altos percentuais de inadequação (TURECK,

2017).

A inadequação do consumo de selênio pode ser explicada, pelo fato de diversos

estudos corroborarem que a concentração de selênio nos alimentos pode apresentar grande

variação, dependendo dos teores presentes no solo.

O selênio é essencial para a atividade da enzima antioxidante glutationa peroxidase,

logo baixa concentração desse mineral significa diminuição das concentrações da enzima, o

que resulta em maior suscetibilidade das células e do organismo aos danos oxidativos

induzidos pelos radicais livres, ou seja, a maior vasoconstrição e agregação plaquetária. Por

isso, é de suma importância que o consumo seja adequado (CATARINA et al., 2009).

29

Em relação ao mineral zinco da dieta, no presente estudo, apenas 22,2% dos

indivíduos sem risco cardiovascular e 27,3% dos indivíduos com risco cardiovascular

apresentaram consumo inadequado desse nutriente. A inadequação encontrada é menor

quando comparada a outros estudos, como Tureck et al.(2017), que analisou 33459 indivíduos

a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, e observou que

35% tinham inadequação no consumo de zinco na dieta.

Osganian et al. (2013) relatou associação inversa entre a ingestão de vitamina C e o

risco de doença coronária quando analisou 85118 mulheres por 16 anos por meio de um

detalhado questionário de frequência alimentar.

A vitamina C é estuda desde a década de 1930 e indica que pessoas que tenham uma

dieta rica nessa vitamina apresentam menor pressão arterial, em relação àquelas que façam

uma alimentação com baixo consumo. Foi demonstrado até mesmo que sua ingestão diminuía

o risco por morte cardiovascular (VALENTE, 2014).

Na nossa amostra não encontramos diferença significativa no consumo da vitamina C

na dieta entre os grupos sem risco e com risco cardiovascular, entretanto, ambos apresentaram

uma inadequação de aproximadamente 20% na dieta.

Quando comparado à associação do consumo de cada nutriente antioxidante com o

risco cardiovascular, somente a vitamina A e o selênio apresentaram diferença significativa.

Este achado foi diferente do encontrado por diversos estudos como Teixeira (2014) e Sanibal

et al. (2009), e isso pode ser em decorrência do número de amostra da pesquisa (n=20).

Estudos que apresentam um número de participantes maior evidenciou diferença

significativa entre consumo de nutrientes antioxidantes e o risco cardiovascular. O estudo de

Teixeira (2014) avaliou 14353 servidores, de cinco instituições federais de ensino superior do

país, participantes de um projeto de extensão que investigava fatores de risco para doenças

crônicas, em particular doenças cardiovasculares e diabetes. Encontrou diferença significativa

no consumo de vitamina A, C, E e selênio, somente não encontrou variação significativa no

consumo de zinco.

Sanibal et al. (2009) conduziu um estudo com 65 pacientes selecionados do Instituto

do Coração-InCor, e avaliaram o consumo alimentar por meio de três recordatórios

alimentares e constataram que os fatores de risco cardiovascular como IMC, CC e LDL-c,

sofreram modulação dos nutrientes analisados por meio dos nutrientes antioxidantes.

30

Por isso, pode-se supor que ao ingerir uma maior quantidade de nutrientes

antioxidantes, os mesmos conseguem ter maior proteção antioxidante e consequentemente

menor risco cardiovascular.

Em suma, ao realizar a distinção dos dois grupos propostos por esse estudo, sem

risco e com risco cardiovascular, podemos identificar diferenças na ingestão alimentar e nos

parâmetros antropométricos. Especificamente o grupo com risco cardiovascular apresentou

RCQ alterado, excesso de peso, menor consumo de gorduras monoinsaturadas e poli-

insaturadas, vitamina A e selênio.

Todos esses fatores apresentados possuem alguma correlação com o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, tendo as vitaminas e minerais antioxidantes

como nutrientes essenciais para a saúde humana, a prevenção do estresse oxidativo e

processos inflamatórios causados pelos diversos fatores facilitadores de desenvolvimento de

doença cardiovascular (da SILVA et al.; 2012).

Com relação às limitações do estudo, tiveram-se fatores externos à pesquisa como

férias e greve estudantil, o que acarretou em um menor número de amostra do que o esperado

no início deste estudo. Além disso, sabe-se que a utilização de três recordatórios alimentares

podem não refletir com absoluta certeza a quantidade de micronutrientes, sendo necessário

vinte recordatórios para cada individuo participante da pesquisa, o que se tornaria inviável

devido ao tempo de coleta e análise de dados deste estudo.

31

6. CONCLUSÃO

Houve comparação entre os nutrientes antioxidantes vitamina A e selênio em relação

aos grupos com e sem risco cardiovascular. Também foi obtido um consumo reduzido dos

nutrientes antioxidantes, assim como, menor percentual de lipídios e maior ingestão de

gorduras mono e poliinsaturadas no grupo com risco cardiovascular. Além disso, a

prevalência de obesidade na amostra foi elevada e está claramente associada com um perfil de

risco desfavorável para doença cardiovascular.

32

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35

ANEXOS

Tabela 7: Classificação do estado nutricional (EM) segundo o índice de massa corporal

(IMC), segundo critérios World Health Organization - WHO, 2000.

Tabela 8: Valores diários de UL e EAR segundo DRI,2000.

Estágio

da vida

Vitimana A

(µg)

Vitamina E

(mg)

Vitamina C

(mg)

Selênio (µg) Zinco (mg)

UL EAR UL EAR UL EAR UL EAR UL EAR

Homens

19-30 a 3000 625 1000 15 2000 75 400 45 40 9,4

31-50 a 3000 625 1000 15 2000 75 400 45 40 9,4

51-70 a 3000 625 1000 15 2000 75 400 45 40 9,4

Mulheres

19-30 a 3000 500 1000 15 2000 60 400 45 40 6,8

31-50 a 3000 500 1000 15 2000 60 400 45 40 6,8

51-70 a 3000 500 1000 15 2000 60 400 45 40 6,8

Fonte: DRI, 2000.

Estado nutricional Idade

18-59 anos

Baixo peso < 18,5 kg/m²

Eutrófico 18,5-24,9 kg/m²

Sobrepeso 25-29,9 kg/m²

Obesidade grau I 30-34,9 kg/m²

Obesidade grau II 35-39,9 kg/m²

Obesidade grau III > 40 kg/m²

APÊNDICE 1

APÊNDICE 2

38

APÊNDICE 3

39

40

41

APÊNDICE 4 1ª Via - Pesquisador

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado para participar, como voluntário, da pesquisa: “Fator inflamatório

e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes das dietas e sua associação com marcadores de risco

para síndrome metabólica e risco cardiovascular de servidores públicos de uma universidade em Cuiabá-

MT”. O objetivo deste estudo é “Avaliar a associação entre o consumo alimentar de nutrientes

antioxidantes e índice inflamatório das dietas com o risco de doenças cardiovasculares e os componentes

da síndrome metabólica, de servidores públicos de uma universidade de Cuiabá, MT”.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um recordatório de 24hrs, onde serão

coletados dados referentes ao hábito alimentar, além de preencher um registro alimentar de um dia

atípico de final de semana. Segundo a Resolução 466/2012 CONEP/CNS toda e qualquer pesquisa traz

potenciais riscos, nem que sejam mínimos, os possíveis riscos da pesquisa serão apenas

constrangimentos do sujeito ao responder entrevistas e/ou questionários, podendo ser interrompido a

qualquer momento pelo mesmo. Caso haja constrangimento, o mesmo será encaminhado a um local

reservado e será sugerido outro dia para realização da entrevista e/ou questionário, também podendo

desistir a qualquer momento de sua participação na pesquisa, sem quaisquer ônus.

Os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais, e sigilosos durante toda pesquisa,

inclusive na divulgação das mesmas. Você receberá uma cópia desse termo onde tem o nome,

telefone e endereço do pesquisador responsável, para que você possa localizá-lo a qualquer tempo. Em

caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Mato Grosso, situado na Rua Fernando Correa da Costa, nº

2367, Bairro Boa Esperança, Cuiabá –MT, CEP 78060-900, Telefone: (65)3615-8254.

Tendo em vista os esclarecimentos que recebi, e ciente dos meus direitos abaixo relacionados,

eu _, portador do

RG/CPF: , abaixo assinado, veio por meio deste, comprovar minha

participação voluntária na pesquisa “Fator inflamatório e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes

das dietas e sua associação com marcadores de risco para síndrome metabólica e risco cardiovascular de

servidores públicos de uma universidade em Cuiabá- MT” desenvolvida por Emilly Della Pasqua

Espindola (Matrícula: 201411512024) e Wanderson Hugo Drescher (Matrícula: 201411512019).

Cuiabá-MT, de de

2018

ASSINATURA DO PARTICIPANTE

Telefone para contato

42

APÊNDICE 5 2ª Via – Voluntário

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado para participar, como voluntário, da pesquisa: “Fator inflamatório

e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes das dietas e sua associação com marcadores de risco

para síndrome metabólica e risco cardiovascular de servidores públicos de uma universidade em Cuiabá-

MT”. O objetivo deste estudo é “Avaliar a associação entre o consumo alimentar de nutrientes

antioxidantes e índice inflamatório das dietas com o risco de doenças cardiovasculares e os componentes

da síndrome metabólica, de servidores públicos de uma universidade de Cuiabá, MT”.

Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um recordatório de 24hrs, onde serão

coletados dados referentes ao hábito alimentar, além de preencher um registro alimentar de um dia

atípico de final de semana. Segundo a Resolução 466/2012 CONEP/CNS toda e qualquer pesquisa traz

potenciais riscos, nem que sejam mínimos, os possíveis riscos da pesquisa serão apenas

constrangimentos do sujeito ao responder entrevistas e/ou questionários, podendo ser interrompido a

qualquer momento pelo mesmo. Caso haja constrangimento, o mesmo será encaminhado a um local

reservado e será sugerido outro dia para realização da entrevista e/ou questionário, também podendo

desistir a qualquer momento de sua participação na pesquisa, sem quaisquer ônus.

Os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais, e sigilosos durante toda pesquisa,

inclusive na divulgação das mesmas. Você receberá uma cópia desse termo onde tem o nome,

telefone e endereço do pesquisador responsável, para que você possa localizá-lo a qualquer tempo. Em

caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Mato Grosso, situado na Rua Fernando Correa da Costa, nº

2367, Bairro Boa Esperança, Cuiabá –MT, CEP 78060-900, Telefone: (65)3615-8254.

Tendo em vista os esclarecimentos que recebi, e ciente dos meus direitos abaixo relacionados,

eu _, portador do

RG/CPF: , abaixo assinado, veio por meio deste, comprovar minha

participação voluntária na pesquisa “Fator inflamatório e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes

das dietas e sua associação com marcadores de risco para síndrome metabólica e risco cardiovascular de

servidores públicos de uma universidade em Cuiabá- MT” desenvolvida por Emilly Della Pasqua

Espindola (Matrícula: 201411512024) e Wanderson Hugo Drescher (Matrícula: 201411512019).

Wanderson Hugo Drescher Emilly Della Pasqua Espindola

(65) 99940-4212 (65) 98454-8281

43

APÊNDICE 6

Universidade Federal de Mato Grosso

Programa Saúde Cardiovascular do Servidor

Trabalho de Graduação – Faculdade de Nutrição

Recordatório de 24 horas de Final de Semana

Nome: Data: / /

Dia: ( ) Típico ( ) Atípico

Refeição

Horário

Alimento (preparação

e/ou bebida)

Quantidade em

medidas caseiras ou

unidade

Marca

comercial

Observações

44

APÊNDICE 7

Universidade Federal de Mato Grosso

Programa Saúde Cardiovascular do Servidor

Trabalho de Graduação – Faculdade de Nutrição

Recordatório de 24 horas de Final de Semana

Nome: Data: / /

Dia da semana: ( ) Sábado (x) Domingo

Refeição

Horário

Alimento (preparação

e/ou bebida)

Quantidade em

medidas caseiras ou

unidade

Marca

comercial

Observações

Café da manhã

8:30

Pão francês

Manteiga

Presunto

Queijo

Café com açúcar

1 unidade

1 colher de chá

1 fatia

1 e ½ fatia

1 xícara de café + 1

colher de café de

açúcar

Lanche da manhã

11:00

Iogurte grego light

sabor morango

Granola

1 unidade

2 colheres de

sobremesa

Nestlé

Mãe Terra