ConsumoXConsumismo Sociologia

12
Consumo X Consumismo

Transcript of ConsumoXConsumismo Sociologia

Consumo X Consumismo

• Com a modernidade, assistiu-se a uma intensificação do processo de individualização. Conjugado a isso, houve uma destradicionalização da vida, que implicou em mudanças decisivas no que se refere ao “situar-se” do indivíduo no mundo. Sujeitos mais individualizados, que perderam suas referências, veem-se em uma situação de impasse, incertezas, inseguranças. Esse estado gera desconforto, fazendo surgir a necessidade de se criar, de algum modo, outras referências.

Se as referências sociais se enfraqueceram, começa-se a ser tomado comoreferência o próprio eu. E o eu, sem levar em consideração os outros, resume-se aospróprios gostos, necessidades, prazeres a serem buscados.Se essas são as novas “referências”, as motivações pessoais irão no sentido deatender a tais necessidades, satisfazê-las, saciá-las. Para tanto, o sujeito viverá, emgrande medida, com o objetivo de adquirir objetos e serviços que o satisfaçam.

Temos então o surgimento do fenômeno do consumismo: um cenário em que grande

parte das ações dos indivíduos estão relacionadas ao consumo. O consumo se

destaca como norteador marcante da conduta de vida das pessoas na alta modernidade.

Qual é a diferença entre Consumo e Consumismo?

• No consumo, o ato de comprar está diretamente relacionado à necessidade ou à sobrevivência. Já quando se trata de consumismo, essa relação está rompida, ou seja, a pessoa não precisa daquilo que está adquirindo. O consumismo está vinculado ao gasto em produtos sem utilidade imediata, supérfluos. Esse hábito vem sendo discutido por muitos autores em suas origens e dimensões. Alguns estudiosos apontam a importância da publicidade na construção da obsessão pelo ato de comprar. Outros autores destacam a vinculação histórica da possibilidade de compra à vida boa, riqueza, saúde. Isso quer dizer que ao longo dos anos, pessoas que tinham maior poder de compra eram consideradas melhores que pessoas com menor poder de compra.

Quais são as origens dessa tendência consumista?

• A origem da tendência de compulsão pelo ato de comprar tem suas origens na história da humanidade. Após os eventos da Revolução Industrial, os processos de produção e circulação de bens foram agilizados. Com o avanço da produção, houve um grande distanciamento das pessoas e do conhecimento em relação aos meios de produção. Para entender como isso se deu, basta pensar o quanto você conhece, por exemplo, dos processos de produção das coisas que você compra. Você sabe como são fabricados os produtos de higiene, alimentação, itens de decoração e outros? Conhece as formas de distribuição, importação e exportação? É justamente esse desconhecimento que historicamente foi denominado alienação. A alienação é a principal dimensão do consumismo, está na base da compra desvinculada da necessidade e do desconhecimento em relação ao valor de compra e de uso.

• Podemos destacar a vinculação da possibilidade de comprar ao poder, já que, por muitos anos, o consumo era privilégio de classes mais ricas. Com o desenvolvimento econômico, da produção e da publicidade, as distâncias foram sendo diminuídas. O que se pode perceber na atualidade é um nivelamento de desejos: crianças pobres e ricas querem os mesmos brinquedos, adultos de classes sociais distintas têm as mesmas vontades, reforçadas pelos modelos e padrões de vida apresentados pela mídia, como os gostos e hábitos de celebridades.

• A criação e valorização social de padrões de comportamento é outra dimensão importante do consumismo. Para atingir o padrão de sucesso e boa vida, inúmeras pessoas investem seus esforços para adquirir bens que não necessitam.

• O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma que o consumismo é a incessante criação de desejos que implica na contínua substituição dos objetos, uma vez que novas necessidades são criadas o tempo todo e assim nos baseamos no excesso e no desperdício.

As faces do Consumismo

O consumismo constitui-se numa conduta peculiar.Incitado a uma verdadeira cultura de“experimentação”, o indivíduo vive permanentementepara aquilo que é imediato. Há uma sensíveldesvalorização de ideais de longo prazo, fidelidade,projetos de vida; no máximo, essas coisasestão ligadas ao próprio consumo – em poucas palavras,o “sacrifício” realizado seriasimplesmente “economizar para comprar algo”: o “carrodos sonhos”, “aquela viagem para oexterior”, o “tênis de marca” e assim por diante.

O anseio agora é por prazer, afinal, se não há ideaispara toda a vida, resta o “carpe diem do presente”: daí a busca por inúmeras satisfaçõesmomentâneas, divertimentos, passatempos. Isso gera uma situação de ansiedade permanente debusca por novidades, substituição incessante de supérfluos, etc. o que também trazconsequências para os relacionamentos entre as pessoas: superficialidade; relações descartáveis,unilaterais, em que a reciprocidade só ocorre até o ponto em que os interesses egoístas estãosendo satisfeitos.

Enfim o consumismo deve ser evitado para que as pessoas busquem a solução para seus problemas de uma maneira mais saudável e para que tenham uma vida financeira mais estável.

Referências:

• http://www.brasilescola.com/psicologia/consumismo.htm Acessado às 17:18 em 07 de Novembro de 2014• http://sociologia-

consumismo.blogspot.com.br/2008/05/consumo-x-consumismo_13.html

Acessado às 19:19 em 07 de Novembro de 2014• http://ensinosociologia.fflch.usp.br/consumoAcessado às 19:34 em 07 de Novembro de 2014http://sanjardim.blogspot.com.br/2012/06/resumo-consumo-e-consumismo.htmlAcessado às 19:38 em 07 de Novembro d 2014