CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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1 CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

Profª Ana Cristina Pereira

São Paulo

2003

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

OBJETIVOS DA DISCIPLINA: O aluno deverá dominar os conceitos e metodologias da Contabilidade de Custos, para efetivamente fazer uso desta ferramenta, no exercício profissional de Administrador de Empresas, principalmente nos processos de tomada de decisões em ambientes empresariais.

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

PROGRAMA RESUMIDO: 1. Contabilidade, Contabilidade Financeira e Gerencial. Contabilidade de Custos. Estrutura básica de um Sistema de Contabilidade de Custos Aplicação da Contabilidade de Custos Princípios básicos da Contabilidade

2. Terminologia Contábil

3. Classificação dos Custos: Direto, Indireto, Fixo, Variável e Semivariável

4. Métodos de Custeio

Método do Custeio por Absorção

1º Materiais Diretos: custo, impostos e avaliação estoques PEPS, UEPS e MÉDIO

2º Mão-de-Obra: composição dos custos com mão-de-obra. Apuração do Custo.

3º Custos Indiretos: definição e critérios de rateio

5. Departamentalização e Rateio dos Custos Indiretos

6. Sistemas de Acumulação de Custos: por encomenda e por processo

7. Custos para Decisão I - Cálculo do Lucro Unitário e Margem de Contribuição

8. Custos para Decisão II - Custeio Variável (ou Direto) Análise das relações Custo/Volume/Lucro: Ponto Equilíbrio, Margem de Segurança e Alavancagem Operacional

9. Custeio Baseado em Atividades - ABC (Activity Based Costing)10. Formação do Preço de Venda11. Sistemas de Custeio. Custos reais e Custo Padrão

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

BIBLIOGRAFIA BÁSICA RECOMENDADA:

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 7a ed. São Paulo: Atlas, 2000.

OLIVEIRA, Luís Martins de, PEREZ JÚNIOR. José Hernandez. Contabilidade de Custos para não contadores. 1ª ed. São Paulo : Atlas, 2000.

NAKAGAWA, Masayuki. ABC: Custeio Baseado em Atividades. 1ª ed. São Paulo : Atlas, 1994

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2000

HORNGREN, Charles T., FOSTER, George e DATAR, Srikant M. Contabilidade de Custos. 9ª ed. Rio de Janeiro : LTC Editora, 2000

MATZ, Adolph, CURRY, Othel e FRANK, George W. Contabilidade de Custos. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1978

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas, 1991

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

ALGUNS SITES UTÉIS PARA PESQUISAS:

ABC Associação Brasileira de Custos: www.abcustos.org.br

Biblioteca Virtual da USP: www.bibvirtual.futuro.usp.br

FEA/USP - Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo: www.eac.fea.usp.br (contabilidade) e www.ead.fea.usp.br (administração)

SciELO - Scientific Electronic Library Online. São Paulo : Fapesp : Bireme. www.scielo.br

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOSupondo que você pretendesse ter o seu próprio negócio, ou que fosse contratado como gerente geral ou administrador de uma empresa.

Assim como diversos empresários, você com certeza também teria as seguintes questões:

• Qual produto ou serviço prestado pela empresa é o mais lucrativo ?

• Pode-se eliminar algum produto ou serviço deficitário ?

• Qual o custo dos produtos fabricados ou serviços prestados pela empresa ?

• Como identificar e eliminar os desperdícios ?

• Qual o desempenho (resultado) de cada departamento ?

• Deve-se terceirizar parte do processo ?

• Como formar o preço de venda ?

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO• Qual a relação entre custo e preço ?

PREÇO = CUSTO + LUCRO ?

LUCRO = PREÇO - CUSTO ?

CUSTO = PREÇO - LUCRO ?

A Contabilidade de Custos além de responder à estas questões, cumpre um papel relevante no dia-a-dia do empresário que é o de auxiliar na tomada de decisões.

A qualidade das decisões tomadas pelo empresário, impacta diretamente na lucratividade de uma empresa, o que garante a sua sobrevivência no meio empresarial.

LUCRO

CUSTOPREÇO

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GLOBALIZAÇÃOA SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS NO MERCADO GLOBAL PASSA POR INVESTIMENTOS EM QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E GESTÃO DE CUSTOS

COMPETITIVIDADEPARA OBTER UMA VANTAGEM COMPETITIVA AS EMPRESAS NECESSITAM GERENCIAR DE MANEIRA EFICAZ E EFICIENTE OS SEUS CUSTOS

MUDANÇA NO PERFIL DO CONSUMIDORPREÇOS ALTOS = MELHOR QUALIDADE ?

O CONSUMIDOR QUER O MELHOR PRODUTO PELO MENOR PREÇO

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

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1. Contabilidade, Contabilidade Financeira,

Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos

- O que é Contabilidade ? A Contabilidade é uma Ciência que tem seus objetivos próprios, suametodologia científica, seus princípios fundamentais, suas normas e objetivos bemdefinidos. A Contabilidade capta, registra, acumula, resume e interpreta os fenômenos que afetam as situações patrimoniais e econômicas de qualquer entidade.

- Breve histórico da evolução da Contabilidade

A Contabilidade não teve um descobrimento, mas nasceu da necessidade do homem de inventariar instrumentos de caça e pesca e contar seus rebanhos, que eram objeto de troca, na verdade, a moeda da época.

Século XV - método das partidas dobradas da obra de Lucca Paciolli.

A partir de 1920 com o surgimento de gigantescas corporações e dos mercados de capitais, ocorreu um desenvolvimento acentuado da contabilidade.

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CONTABILIDADE

Dados

compra

venda

salários

impostos

água/luz

Processamento

Caixa Salários

BalançoD R E

DOAR

Relatórios

D DC

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- A função da Contabilidade:

Externos

Bancos

Fornecedores

Acionistas

Governo

Internos

Diretoria

Administração

Funcionários

bases de controles

dados históricos

orçamentação

Prover informação útil para tomada de decisões econômicas.A decisão sobre o que é útil ou não, depende do tipo de usuário da informação contábil. Desta forma abre-se duas ramificações: a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial

CONTABILIDADEFINANCEIRA

CONTABILIDADEGERENCIAL

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FINANCEIRA

•Preocupa-se em registrar os fatos da empresa para atender as exigências do fisco

•Limita-se a registrar e informar os dados dos documentos

•É obrigatória

•Segue regras, normas e padrões.

GERENCIAL

•Preocupa-se em registrar os fatos da empresa para fins de tomada de decisão

•Interpreta os acontecimentos da empresa através dos fatos contábeis

•Participa do dia a dia da empresa desde o planejamento até a execução

•Se preocupa em analisar e avaliar as operações internas e externas da empresa

•Tem objetivos de critica e recomendações

É RECOMENDÁVEL MANTER OS DOIS TIPOS

DE CONTABILIDADE

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A Contabilidade de Custos mensura e relata informações financeiras e não-financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela empresa. Ela fornece informação tanto para a Contabilidade Gerencial quanto para a Contabilidade Financeira.

A Contabilidade de Custos teve um acentuado desenvolvimento a partir da Revolução Industrial. Os procedimentos para apuração do resultado das empresas comerciais foram adaptados para as empresas industriais.

Contabilidade de CustosContabilidade de Custos

EMPRESA COMERCIALESTOQUE INICIAL( + ) COMPRAS( - ) ESTOQUE FINAL( = ) CMV (CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA)

EMPRESA INDUSTRIALESTOQUE INICIAL DE PRODUTOS ACABADOS( + ) GASTOS NA PRODUÇÃO ( - ) ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS ACABADOS( = ) CPV (CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS)

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Contabilidade de CustosContabilidade de Custos

EMPRESA COMERCIALESTOQUE INICIAL de lápis, em sua gaveta( + ) COMPRAS de lápis durante o período ( - ) ESTOQUE FINAL de lápis, na gaveta( = ) CMV (CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA)

10 unidades20 unidades 8 unidades??????

Quantos lápis foram consumidos no período ? EI + COMPRAS - EF = CONSUMO, ou seja, 10 + 20 - 8 = 22 lápis

EMPRESA COMERCIALESTOQUE INICIAL de lápis, em sua gaveta( + ) COMPRAS de lápis durante o período ( - ) ESTOQUE FINAL de lápis, na gaveta( = ) CMV (CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA)

10 un à $ 0,50 cada20 un à $ 0,50 cada 8 un à $ 0,50 cada ??????

Qual o custo total da quantidade de lápis consumida ?

O custo das requisições de lápis do estoque foi de $ 11,00

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Contabilidade de CustosContabilidade de Custos

EMPRESA INDUSTRIALESTOQUE INICIAL DE PRODUTOS ACABADOS( + ) GASTOS NA PRODUÇÃO ( - ) ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS ACABADOS( = ) CPV (CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS)

O item de Gastos na Produção, normalmente compreende a matéria prima ou materiais, a mão-de-obra e outros custos necessários para a produção de um bem, ou produto final.

A Contabilidade de Custos tem vários métodos para apurar como estes recursos foram consumidos.

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO

Contabilidade de CustosContabilidade de Custos

Receita de Vendas

( - ) Impostos

( = ) Receita Líquida

(-) Custo da MercadoriaVendida (CMV)

( = ) LUCRO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais

( = ) LUCRO OPERACIONAL

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) LUCRO LÍQUIDO

Receita de Vendas

( - ) Custo da Mercadoria

Vendida (CMV)

( = ) LUCRO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais

( = ) LUCRO OPERACIONAL

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) LUCRO LÍQUIDO

Receita de Vendas

( - ) Custo da Mercadoria

Vendida (CMV)

( = ) LUCRO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais

( = ) LUCRO OPERACIONAL

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) LUCRO LÍQUIDO

Receita de Vendas

( - ) Impostos

( = ) Receita Líquida

( - ) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

( = ) LUCRO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais

( = ) LUCRO OPERACIONAL

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) LUCRO LÍQUIDO

Receita de Serviços

( - ) Impostos

( = ) Receita Líquida

( - ) Custo dos Serviços

Prestados

( = ) LUCRO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais

( = ) LUCRO OPERACIONAL

(+) Receitas não operacionais

(-) Despesas não operacionais

( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) LUCRO LÍQUIDO

EMPRESA COMERCIAL EMPRESA INDUSTRIAL EMPRESA DE SERVIÇOS

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Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial

orig

ensap

licaç

ões

ativo passivoFonte de Recursos

Origem do Capital

Aplicação dos Recursos

Utilização do Capital

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Demonstrações ContábeisBalanço Patrimonial - BP

Circulante

Realizável longo prazo

Permanente

Circulante

Exigível longo prazo

PatrimônioLíquido

ativo passivo

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Demonstração de Resultado do Exercício - DRE

(+) Receita Bruta = Total Geral das Vendas

(-) Deduções = Impostos s/ venda

(=) Receita Líquida = Receita bruta - deduções

(-) Custos do Período = Gastos de Produção

(=) Lucro Bruto = Receita Líquida - Custos

(-) Desp./s Operacionais = Gastos escritório / Desp c/Vendas

(=) Lucro Operacional = Lucro Bruto - Despesas

(+/-) Desp / Rec não Operac. = Resultado de trans. não operacionais

(=) Lucro Antes do I.R. = Lucro Oper. (+/-) não oper.

(-) Provisão Para o IR = Imposto de Renda

(=) Lucro Líquido Período = Lucro a ser distribuído

Demonstrações Contábeis

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Exemplo de

Demonstração de Resultado do Exercício DRE

Receitas de Serviços 2.800

Custo dos Serviços Prestados (1.300)

Despesas (Adm/Financ/Gerais) ( 900)

+/- Receitas/Despesas não operacionais 100

Provisão para Imposto de Renda (200)

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Relatórios Contábeis

Demonstração de Resultado do Exercício DRE

Receitas de Serviços 2.800

(-) Custo dos Serviços Prestados (1.300)

= Lucro Bruto 1.500

(-) Despesas (Adm/Financ/Gerais) (900)

= Lucro Operacional 600

+/- Receitas/Despesas não operacionais 100

=Lucro antes do Imposto de Renda 700

(-) Provisão para Imposto de Renda (200)

= Lucro líquido do exercício 500

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Integração entre BP e DRE

aplicação

ativo passivo

aplicação

capital terceiros

capital próprio

Bancos, impostos, fornecedores, salários

DRE

Lucro

Incorporado ao

capital

Aporte de capital

Distribuído aos sócios

BP

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ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE CONTABILIDADE DE CUSTOS

R E C U R S O S

PRODUTO OU SERVIÇO

TRANSFORMAÇÃOOU PROCESSO

PRODUTIVO

PRODUÇÃO POR ENCOMENDA

• Custeio por Absorção

• Custeio Variável (ou Direto)

• Custeio ABC

• Custeio RKW

PRODUÇÃO CONTÍNUA

SISTEMA DEACUMULAÇÃO DE

CUSTOS

MÉTODO DE CUSTEIO

SISTEMAS DECUSTEIO

• Custo Real

• Custo Estimado

• Custo Padrão

O sistema de acumulaçãoé escolhido deacordo com o processo produtivo

O método define quaiscustos são

consideradosna apuração

do custodos bens e

serviçosproduzidos

É a opção demensuração.

De acordocom os dados

utilizadoshistóricos ouestimados e

padrões

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Assim como em qualquer outro tipo de aprendizado, como por exemplo aprender a dirigir um veículo, a Contabilidade também tem suas regras, ou seja, seus princípios .

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS:

ENTIDADE

CONTINUIDADE

CUSTO

HISTÓRICO

DENOMINADOR

MONETÁRIO

COMUM

REALIZAÇÃO

DA

RECEITA

CONFRONTAÇÃO

DA

DESPESA

OBJETIVIDADE MATERIALIDADE CONSISTÊNCIA CONSERVADORISMO

NOSSO TELHADO:SÃO AS CONVENÇÕES

“ABRIGO”

NOSSASPAREDESSÃO OS

PRINCÍPIOS

“PRECEITOSBÁSICOS

ORIENTAÇÕES”

NOSSO ALICERÇE SÃOOS POSTULADOS

“DOGMAS OU PREMISSAS”

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Princípios e Convenções Contábeis Geralmente AceitosPostulados e Princípios• Entidade

A Contabilidade é executada e mantida para entidade e não para os sócios.

• ContinuidadeParte-se do pressuposto que a empresa tem um tempo de vida indeterminado.

• Custo HistóricoOs eventos contábeis devem ser registrados pelo custo de aquisição ou fabricação.

• Denominador Comum MonetárioSomente deve ser registrado eventos suscetíveis de avaliação monetária.

• Realização da ReceitaDemonstra o momento de se reconhecer a receita, contabilizando-a . De maneira geral, é o momento da transferência do bem ou serviço para o cliente.

• Confrontação da Despesa - Competência de ExercícioApós a identificação exata da receita, faz-se um esforço de associar (confrontar) toda a despesa sacrificada para obtenção daquela receita. Desta comparação será obtido o resultado do período.Este princípio explica o que se chama REGIME DE COMPETÊNCIA: A RECEITA CONSIDERADA É A GERADA NO PERÍODO (NÃO IMPORTANDO SE FOI RECEBIDA) E A DESPESA CONSIDERADA É A CONSUMIDA NO PERÍODO (NÃO IMPORTANDO SE FOI PAGA).

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Princípios e Convenções Contábeis Geralmente AceitosConvenções• Objetividade

Os registros contábeis deverão ter suporte em documentação. Deverá ser escolhida sempre a hipótese mais objetiva (a fatura de um bem, um laudo técnico, avaliação imobiliária)

• MaterialidadeConsidera-se que toda informação contábil tem um custo e só seria válido executar esta informação se o benefício (ao usuário do sistema) representar um valor maior que o custo da informação (papel, espaço, salários, etc) preparada pela contabilidade.

• ConsistênciaUma vez adotado um critério contábil, este não deve ser alterado (manutenção da comparabilidade).

• ConservadorismoAntecipar um prejuízo, nunca um lucro. A contabilidade não poderá influenciar o usuário por meio de um otimismo que poderá não se concretizar.

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2. TERMINOLOGIA CONTÁBIL

DESEMBOLSO: Saídas de dinheiro do caixa ou das contas bancárias da empresa. Exemplo: pagamento de duplicatas, pagamento de despesas com material de escritório, etc.

GASTOS: Sacrifício financeiro que a empresa arca/suporta para obter um bem ou serviço qualquer. Gasto implica em desembolso, mas são critérios distintos.

Exemplo: gastos com matéria-prima consumida no processo produtivo, gasto com energia elétrica, etc.

CUSTOS: Gastos relativo a bens ou serviços CONSUMIDOS na produção de outros bens ou serviços. Exemplo: matéria-prima, mão-de-obra e outros insumos consumidos para fabricar outro bem ou produto.

DESPESAS: Gastos relativo a bens ou serviços CONSUMIDOS no processo de geração de RECEITA. Exemplo: gastos com Salários do Administrador, Despesas Administrativas, Despesas com Vendas, etc.

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2. TERMINOLOGIA CONTÁBIL

PERDAS ANORMAIS: Bem ou serviço consumido de forma anormal. Não gera receita e deve ser tratado como uma DESPESA. Exemplos: Perda por erro humano ou quebra de máquina em plena operação, perda por obsoletismo, perda por incêndio, inundação.

PERDAS NORMAIS: São inerentes ao processo produtivo (são previstas). São tratadas como CUSTO dos produtos. Exemplos: evaporação na indústria química ou alimentícia, pó de serra na indústria, sucatas, etc.

DEPRECIAÇÃO: Desgaste ou perda contínua da vida útil ou do potencial de geração de benefícios futuros de um bem. A depreciação relacionada a bens inerentes ao processo produtivo é considerada como um CUSTO. A depreciação de bens que não estão atrelados ao processo produtivo é considerada como uma DESPESA.

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2. TERMINOLOGIA CONTÁBIL

Classifique em Ativo (A), Custos (C), Despesas (D), Perdas (P) ou Desembolso (Db).

Compra a vista de um computador ___

Compra a prazo de matérias-primas ___

Transferência de matérias primas do almoxarifado para a produção ___

Pagamento Comissões sobre Vendas ___

Impostos sobre as vendas ___

Salários do pessoal dos depto produtivos ___

Depreciação dos equipamentos - depto produtivos ___

Danificação de matérias-primas em função de incêndio ___

Salários do pessoal administrativo ___

Consumo de material de escritório na administração ___

Honorários da Diretoria ___

Depreciação dos computadores da administração ___

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3. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

3.1 EM RELAÇÃO À APROPRIAÇÃO AO BEM PRODUZIDO OU AO SERVIÇO PRESTADO

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CUSTOS DIRETOS

Os principais CUSTOS DIRETOS, compõem-se de materiais e mão-de-obra

MATERIAIS: matérias-primas, materiais de embalagem, componentes e outros materiais necessários à produção, ao acabamento e à apresentação final do produto.

Exemplo: numa editora ou gráfica: os materiais diretos são, o papel e as tintas. Num hospital o medicamento e o material médico são apropriados diretamente a um serviço ou procedimento médico.

MÃO-DE-OBRA DIRETA: trata-se do trabalho aplicado diretamente na confecção de um produto ou na prestação de um serviço. Sabendo-se quanto tempo cada funcionário trabalhou na elaboração do produto ou na prestação do serviço e o preço da mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.

Exemplo: Quantidade de horas aplicadas na elaboração de um produto ou consumidas para prestar um serviço: 30 horas. Salário por hora: $ 42,00

CUSTO COM MÃO-DE-OBRA DIRETA: $ 1.260,00

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3. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

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CUSTOS INDIRETOS

Quando não é possível identificar onde ou quanto foi consumido um gasto para elaboração de um bem ou prestação de serviços, temos a figura do CUSTO INDIRETO. Para apropriá-lo a um bem produzido ou serviço prestado é necessário algum critério de rateio.

MATERIAIS INDIRETOS: materiais empregados nas atividades auxiliares de produção.

Exemplo: graxas, lubrificantes, lixas, parafusos de pequeno valor.

MÃO-DE-OBRA INDIRETA: representa o trabalho executado em que não é possível relacioná-lo diretamente ou quantificar o valor consumido para a produção de um bem ou prestação de um serviço.

Exemplo: Salário do Supervisor de uma indústria. Salário da enfermeira-chefe de uma ala de hospital (atendimento de vários pacientes). Salário de um gerente de Auditoria.

OUTROS CUSTOS INDIRETOS: aluguel, depreciação, seguros, gastos com limpeza, gastos com energia elétrica e água, etc

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EXEMPLO CÁLCULO CUSTO TOTAL

Gastos Produto A Produto B Produto C TotalMatéria-prima 32.000,00 34.960,00 26.400,00 93.360,00Salários e Enc. Sociais 50.400,00 57.600,00 36.000,00 144.000,00Outros Custos 12.000,00 14.400,00 10.560,00 36.960,00

94.400,00 106.960,00 72.960,00 274.320,00

Custos Diretos

Gastos Valor Critério de rateioAluguel 14.400,00 área ocupadaTelefone 3.780,00 número de funcionáriosOutros Custos Indiretos 12.000,00 custos diretos

30.180,00

CUSTOS INDIRETOS

descrição Produto A Produto B Produto C Totalárea ocupada em m2 2.400 3.240 1.560 7.200número de funcionários 96 114 42 252

Dados estatísticos e de produção

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RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS

AluguelProduto A = 14.400,00 x 2.400 m2 = 4.800,00

7.200 m2

Produto B = 14.400,00 x 3.240 m2 = 6.480,007.200 m2

Produto C = 14.400,00 x 1.560 m2 = 3.120,007.200 m2

total........................................................ 14.400,00

TelefoneProduto A = 3.780,00 x 96 func = 1.440,00

252 func

Produto B = 3.780,00 x 114 func = 1.710,00252 func

Produto C = 3.780,00 x 42 func = 630,00252 func

total........................................................ 3.780,00

Outros Custos IndiretosProduto A = 12.000,00 x 94.400,00 4.129,48

274.320,00

Produto B = 12.000,00 x 106.960,00 4.678,92274.320,00

Produto C = 12.000,00 x 72.960,00 3.191,60274.320,00

total........................................................ 12.000,00

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GASTOS PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C TOTALCUSTOS DIRETOS

Matéria-prima 32.000,00 34.960,00 26.400,00 93.360,00Salários e Enc. Sociais 50.400,00 57.600,00 36.000,00 144.000,00Outros Custos 12.000,00 14.400,00 10.560,00 36.960,00Sub total 94.400,00 106.960,00 72.960,00 274.320,00

CUSTOS INDIRETOSAluguel 4.800,00 6.480,00 3.120,00 14.400,00Telefone 1.440,00 1.710,00 630,00 3.780,00Outros Custos Indiretos 4.129,48 4.678,92 3.191,60 12.000,00Sub total 10.369,48 12.868,92 6.941,60 30.180,00

TOTAL 104.769,48 119.828,92 79.901,60 304.500,00

CÁLCULO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS

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3.2 EM RELAÇÃO ÀS VARIAÇÕES NO VOLUME DE ATIVIDADES PRODUZIDAS

O CUSTO FIXO REPRESENTA A CAPACIDADE INSTALADA QUE A EMPRESA POSSUI PARA PRODUZIR E VENDER BENS E SERVIÇOS. INDEPENDEM DO VOLUME DE PRODUÇÃO OU VENDA

NO GRÁFICO, PODE-SE OBSERVAR QUE O GASTO COM ALUGUEL (exemplo) NO VALOR DE $ 250,00, PERMANECE CONSTANTE, OU SEJA INDEPENDENTE DAS QUANTIDADES DE PRODUTO PRODUZIDAS E/OU VENDIDAS.

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38

À medida em que a empresa aumenta sua produção e venda, observa-se que o CUSTO FIXO TOTAL diluí-se por esta produção, ou seja, a empresa está aproveitando muito bem a sua capacidade instalada.

CUSTO FIXO TOTAL $ 250,00 por mês

PRODUÇÃO: 200 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 1,25

PRODUÇÃO: 300 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 0,83

PRODUÇÃO: 500 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 0,50

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39

O CUSTO VARIÁVEL, AO CONTRÁRIO DO CUSTO FIXO, ALTERA-SE EM FUNÇÃO DO VOLUME DE PRODUÇÃO DA EMPRESA.

NO GRÁFICO, PODE-SE OBSERVAR QUE O GASTO COM MATÉRIA-PRIMA (exemplo) AUMENTA EM FUNÇÃO DO VOLUME DE PRODUÇÃO.

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00 p/Kg

PRODUÇÃO: 200 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 200,00

PRODUÇÃO: 400 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 400,00

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40

QUANDO ANALISAMOS O CUSTO VARIÁVEL UNITARIAMENTE, PERCEBEMOS QUE UM QUILO DE MATÉRIA PRIMA SERÁ SEMPRE $ 1,00 (neste exemplo).

CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 200,00

PRODUÇÃO: 200 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00

CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 400,00

PRODUÇÃO: 400 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00

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41

CUSTOS SEMIVARIÁVEIS OU SEMIFIXOS

ALGUNS TIPOS DE GASTOS TÊM COMPONENTES DE NATUREZA FIXA E PARTE VARIÁVEL.

COMO EXEMPLO TEMOS AS CONTAS MENSAIS DAS CHAMADAS “TARIFAS PÚBLICAS”, COMO ÁGUA, TELEFONE, ENERGIA ELÉTRICA, ONDE É COBRADO UMA PARCELA FIXA, QUE É A TAXA MÍNIMA E OUTRA PARCELA VARIÁVEL, QUE É O CONSUMO DO SERVIÇO PÚBLICO.

NA MAIORIA DAS VEZES, EM VIRTUDE DA DIFICULDADE DESTE CONTROLE, OPTA-SE POR CLASSIFICAR UM CUSTO SEMIVARIÁVEL APENAS COMO FIXO OU COMO VARIÁVEL.

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42

Classifique os seguintes Custos em Fixos ou Variáveis:

a) Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo ___

b) Salários do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica ___

c) Filmes radiológicos consumidos num hospital ___

d) Depreciação do prédio de uma fábrica de armas ___

e) Pólvora utilizada numa fábrica de fogos de artifícios ___

f) Peças para manutenção dos veículos numa locadora ___

g) Cacau, açúcar e leite utilizado numa fábrica de sorvete ___

h) Madeira utilizada numa fábrica de caixotes ___

i) Aluguel do prédio de uma clínica dentária ___

j) Asfalto consumido por uma pavimentadora de vias públicas ___

k) Comissões médicas num hospital ___

Page 43: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

43

Com base nas informações seguintes, calcule o custo unitário de produção:

quantidade produzida 10.000 unidades

Custos variáveis por unidades $ 54,00

Custos fixos do período $ 150.000,00

CUSTO UNITÁRIO = _________

Volume deAtendimento

Custo FixoTotal

Custo Fixo porPaciente

Custo Variávelpor paciente

Custo totalpor paciente

960 200.000, 210,1.200 200.000, 210,2.400 200.000, 210,

Complete o demonstrativo abaixo indicando o custo por paciente:

Page 44: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

44

4. MÉTODOS DE CUSTEIO

DEFINIÇÃO DE MÉTODO DE CUSTEIO:

Segundo MARTINS (2000:41) “custeio significa método de apropriação de custos.”

O método de custeio define quais os custos que devem fazer parte do custeio dos produtos e como estes custos serão apropriados. Portanto cada método produzirá informações diferenciadas. É importante que, ao escolher um método, sejam considerados os objetivos a serem alcançados, a estrutura organizacional e as características operacionais da empresa.

Page 45: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

45

4. MÉTODOS DE CUSTEIOOs métodos mais conhecidos são:

a) RKW também conhecido como Custeio Integral ou Custeio Pleno;

b) Custeio por Absorção;

c) Custeio Baseado em Atividades (ABC - Activity Based Costing);

d) Custeio Variável também conhecido como Custeio Direto.

O método escolhido por uma empresa determina quais os custos que serão considerados no momento da apuração do custo de um produto fabricado ou de um serviço prestado.

Assim, por exemplo se uma empresa considera como custo de produção ou de serviços prestados, apenas os custos variáveis, significa que a empresa está empregando o método de custeio Variável (ou Direto)

Page 46: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

46

4.1 MÉTODO DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO

CONCEITOS: o método de custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção, quer fixos ou variáveis, quer diretos ou indiretos aos produtos elaborados.

Os custos diretos são identificados e apropriados diretamente aos produtos, enquanto que os custos indiretos são agregados aos produtos segundo os diferentes critérios de rateio.

CUSTOS INDIRETOSCUSTOS INDIRETOS CUSTOS DIRETOSCUSTOS DIRETOS D E S P E S A SD E S P E S A S

R A T E I O R A T E I O

P R O D U T O S P R O D U T O S

R E S U L T A D O SR E S U L T A D O SC P V***C P V***

R E C E I T A SR E C E I T A S*** CPV Custo dos Produtos Vendidos

Page 47: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

47

ExemploComissões de vendedores 80.000

Salários Pessoal fábrica 120.000

Matéria prima consumida 350.000

Salários da Administração 90.000

Depreciação na fábrica 60.000

Seguros na fábrica 10.000

Despesas Financeiras 50.000

Honorários da Diretoria 40.000

Materiais diversos fábrica 15.000

Energia Elétrica - fábrica 85.000

Manutenção - fábrica 70.000

Despesas de entrega 45.000

Correios, telefone e telex 5.000

Material de consumo - escritório 5.000

Gastos totais - abril 1.025.000

Page 48: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

48

Sabe-se que os custos diretos para os produtos são:

Produtos Matéria-prima Mão-de-obra Energia Elétrica Total

requisitada direta anotada consumida

A 75.000 22.000 18.000 115.000

B 135.000 47.000 20.000 202.000

C 140.000 21.000 7.000 168.000

total 350.000 90.000 45.000 485.000

Page 49: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

49

Supondo que foi vendido a produção total do Produto A por $ 350.000,00 qual o resultado final ? Qual o valor final do estoque de produtos acabados ???

SOLUÇÃO:

1º passo: separar despesas e custos;

Despesas totais $ 315.000,00 Custos Totais $ 710.000,00, sendo

$ 485.000,00 Custos Diretos e $ 225.000,00 Custos Indiretos.

2º passo: ratear os custos indiretos ($ 225.000,00) para os produtos. O critério para este exemplo é com base na proporção de matéria-prima consumida.

Produtos Matéria % Custos Custos Total

Prima Indiretos Diretos

A 75.000,00 21,43 48.217,50 115.000,00 163.217,50

B 135.000,00 38,57 86.782,50 202.000,00 288.782,50

C 140.000,00 40,00 90.000,00 168.000,00 258.000,00

total 350.000,00 100,00 225.000,00 485.000,00 710.000,00

Page 50: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

50

Demonstração do Resultado

Receita de Vendas..................................... $ 350.000,00

( - ) CPV Custo do Produto Vendido......... ($ 163.217,50)

( = ) Lucro Bruto......................................... $ 186.782,50

( - ) Despesas.............................................. ($ 315.000,00)

( = ) Prejuízo Líquido.................................. ($ 128.217,50)

A empresa fabricou três produtos (A, B e C), tendo vendido a produção total de A, portanto o estoque final de produtos acabados é:

Produto B = $ 288.782,50 Produto C = $ 258.000,00

Page 51: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

51

CUSTOS INDIRETOS$ 225.000

CUSTOS INDIRETOS$ 225.000

CUSTOS DIRETOS$ 485.000

CUSTOS DIRETOS$ 485.000

D E S P E S A S$ 315.000

D E S P E S A S$ 315.000

RATEIO: Critério MOD (mão-de-obra direta)

RATEIO: Critério MOD (mão-de-obra direta)

PROD.A: $ 163.217,50, B: $ 288.782,50, C: 258.000,00TOTAL $ 710.000,00

PROD.A: $ 163.217,50, B: $ 288.782,50, C: 258.000,00TOTAL $ 710.000,00

C P V***Produto A: $ 163.217,50

C P V***Produto A: $ 163.217,50

R E S U L T A D O SPrejuízo de ($ 128.217,50)

R E S U L T A D O SPrejuízo de ($ 128.217,50)

R E C E I T A SVendas Prod A: $ 350.000,00

R E C E I T A SVendas Prod A: $ 350.000,00*** CPV Custo dos Produtos Vendidos

Exemplo do Método de Custeio por AbsorçãoExemplo do Método de Custeio por Absorção

Page 52: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

52

4.2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Materiais Diretos

APURAÇÃO DO CUSTO DA AQUISIÇÃO

Os materiais diretos são um dos elementos necessários para produção de um bem ou prestação de serviços. Exemplo: alumínio numa indústria de esquadrias metálicas, madeira numa marcenaria, medicamentos e materiais médicos num hospital.

Ao receber a nota fiscal do fornecedor referente a aquisição dos materiais diretos, qual o valor que deverá ser considerado para compor o custo dos produtos fabricados ou dos serviços prestados ?

a) o valor do materiais relacionados na nota fiscal (neste valor devem estar incluídos todos os impostos incidentes sobre a compra e excluídos os recuperáveis);

b) as despesas com fretes e seguros, se cobradas em separado do valor dos materiais e arcadas pelo comprador.

Deve ser deduzido do custo da aquisição dos materiais: descontos concedidos pelos fornecedores e devoluções de compras.

Page 53: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

53

4.2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Materiais Diretos

Nota Fiscal__________ Cia. Balanceada___________________ R.......................___________________ S/P - São Paulo

Preço do Produto 10.000+ IPI (30%) 3.000Preço Total 13.000

ICMS incluso no Preço 18% x$ 10.000 $ 1.800______________ ________________

NOTA FISCAL COMPRA

Nota Fiscal__________ Indústria Alunos Empresas___________________ R.......................___________________ S/P - São PauloPreço do Produto 30.000+ IPI (30%) 9.000Preço Total 39.000

ICMS incluso no Preço 18% x$ 30.000 $ 5.400

DRE - Indústria Alunos Empresas Ltda

Receita Bruta $ 39.000

(-) Deduções IPI $ (9.000)

ICMS $ (5.400)

Receitas Líquida $ 24.600

DRE - Cia Balanceada

Compras $ 13.000

(-) Deduções IPI $ (3.000)

ICMS $ (1.800)

Compras Líquida $ 8.200

NOTA FISCAL VENDA

Page 54: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

54

4.2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Materiais Diretos

IMPOSTOS RECUPERÁVEIS

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), é um imposto da esfera Estadual. Tem alíquotas e bases de cálculo diferenciadas. Desta forma deve-se consultar sempre a legislação de cada Estado.

O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), é um imposto da esfera Federal. Tem alíquotas diferenciadas em relação ao produto fabricado. Cada caso deve ser investigado junto a Secretaria da Receita Federal.

Tais impostos não devem ser considerados CUSTO DO MATERIAL, uma vez que parte do imposto devido por ocasião da venda é recuperado pelos impostos incidentes na compra.

Indústria Alunos Empresas LtdaApuração dos impostos devidosTributos devidos sobre as vendas( - ) créditos tributários sobre as compras( = ) impostos a pagar

Indústria Alunos Empresas LtdaApuração dos impostos devidosTributos devidos sobre as vendas( - ) créditos tributários sobre as compras( = ) impostos a pagar

I C M S

5.400,1.800,3.600,

I C M S

5.400,1.800,3.600,

I P I

9.000,3.000,6.000,

I P I

9.000,3.000,6.000,

Page 55: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

55

Controlemovimentação quantitativa e financeira de

entrada e saída identificação das fontes de fornecimento e

consumomédia mensal de consumoníveis máximo, mínimo e ponto de reposição

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

4.2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Materiais Diretos

Page 56: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

56

Máximo

Descrição do material: Mínimo

Pto repos

J an Fev Mar Abr Mai J un J ul Ago Set Out Nov Dez

Consumo

Médio

1:

Fornecedores 2:

3:

Data Documento Qde Preço Preço Qde Preço Preço Qde Preço Preço

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Fornecedor/ Requisitante

Nível estoque

Ficha de controle de estoques

Entradas Saídas Total

Esmeron 50 mg ampola

40

5

10

1: Xxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

2: Yyyyyyyyyy Yyyyyyyyyyyy

3: Zzzzzzzzzz Zzzzzzzzzz

25 3,20 80,001234 25 3,20 80,00

2345

3456

234

9876

6734

4321

876

123

5 3,20 16,00

10

20

10/202/20

9

9/20

7

2/20

3,20

3,20/3,50

3,20/3,50

3,20

3,30

3,50/3,30

3,50

64,00

73,00

23,10

32,00

102,00

76,40

31,50

97,50

10 3,20 32,00

20 3,50 70,00

8 3,20 25,60

2/11 3,20/3,50

20 3,30 66,00

2/13

73,50/3,30

3,50 24,50

49,90

Consumo do mês = 192,90

44,90

3,50/3,30

Métodos de avaliação de estoques - PEPS/FIFO

63 61 55 64 57 63 62 64 56 54 60 65

02/Jan

12/Jan

22/Jan

28/Janv

Compra - fornec 1

Compra - fornec 3

Compra - fornec 2

Consumo-c cirurgico

05/Jan

18/Jan

25/Jan

Consumo - c cirurgico

Consumo c cirurgico

Consumo - posto 2

09/Jan

20/Jan

Consumo - uti

Consumo - posto 1

Page 57: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

57

Métodos de avaliação de estoques - UEPS/LIFO

Máximo

Descrição do material: Mínimo

Pto repos

J an Fev Mar Abr Mai J un J ul Ago Set Out Nov Dez

Consumo

Médio

1:

Fornecedores 2:

3:

Data Documento Qde Preço Preço Qde Preço Preço Qde Preço Preço

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Fornecedor/ Requisitante

Nível estoque

Ficha de controle de estoques

Entradas Saídas Total

40

5

10

25 3,20 80,001234 25 3,20 80,00

2345

3456

234

9876

6734

4321

876

123

5 3,20 16,00

10

20

20/1012/10

9

20/9

7

13/9

3,20

3,50/3,20

3,50/3,20

3,20

3,20

3,30/3,20

3,20

64,00

71,70

22,40

32,00

102,00

74,00

28,80

94,80

10 3,20 32,00

20 3,50 70,00

8 3,50 28,00

12/1 3,50/3,20

20 3,30 66,00

13/2

73,30/3,20

3,30 23,10

49,30

Consumo do mês = 193,60

45,20

3,30/3,20

Esmeron 50 mg ampola

1: Xxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

2: Yyyyyyyyyy Yyyyyyyyyyyy

3: Zzzzzzzzzz Zzzzzzzzzz

63 61 55 64 57 63 62 64 56 54 60 65

02/Jan

12/Jan

22/Jan

28/Janv

Compra - fornec 1

Compra - fornec 3

Compra - fornec 2

Consumo-c cirurgico

05/Jan

18/Jan

25/Jan

Consumo - c cirurgico

Consumo c cirurgico

Consumo - posto 2

09/Jan

20/Jan

Consumo - uti

Consumo - posto 1

Page 58: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

58

Métodos de avaliação de estoques - Média Ponderada

Máximo

Descrição do material: Mínimo

Pto repos

J an Fev Mar Abr Mai J un J ul Ago Set Out Nov Dez

Consumo

Médio

1:

Fornecedores 2:

3:

Data Documento Qde Preço Preço Qde Preço Preço Qde Preço Preço

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Fornecedor/ Requisitante

Nível estoque

Ficha de controle de estoques

Entradas Saídas Total

40

5

10

63 61 55 64 57 63 62 64 56 54 60 65

02/Jan

05/Jan

09/Jan

12/Jan

18/Jan

20/Jan

22/Jan

25/Jan

28/Janv

25 3,20 80,00Compra - fornec 1 1234 25 3,20 80,00

Consumo - c cirurgico

Consumo - uti

Compra - fornec 3

Consumo c cirurgico

Consumo - posto 1

Compra - fornec 2

Consumo - posto 2

Consumo-c cirurgico

2345

3456

234

9876

6734

4321

876

123

5 3,20 16,00

10

20

3022

9

29

7

22

3,20

3,40

3,40

3,20

3,33

3,33

3,33

3,40

64,00

73,29

23,34

32,00

102,00

74,80

30,60

96,60

10 3,20 32,00

20 3,50 70,00

8 3,40 27,20

13 3,40

20 3,30 66,00

15

73,33

3,33 23,31

49,95

Consumo do mês = 192,66

44,20

Esmeron 50 mg ampola

1: Xxxxxxxxx Xxxxxxxxxxx

2: Yyyyyyyyyy Yyyyyyyyyyyy

3: Zzzzzzzzzz Zzzzzzzzzz

Page 59: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

59

Controle de Estoques• Controle Permanente– Todas as transações com materiais são registradas no momento de sua realização, normalmente através de

sistemas informatizados de controle de estoques.

• Controle Periódico– O registro das transações somente é realizado no final do período através de contagem física

• Ex::• Estoque Inicial 100• + Compras 700• (-) Estoque Final 150• Consumo de Materiais 650

Page 60: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

60

Métodos de Avaliação dos Estoques• UEPS

– Último a entrar é o primeiro a sair. • A adoção do UEPS não é permitida pela legislação do

imposto de renda, devido a redução no lucro que o método provoca.

• PEPS– Primeiro a entrar é o primeiro a sair.

• MÉDIA PONDERADA– A cada aquisição é calculado o custo médio do estoque.

Descrição Consumo Estoque Lucro

UEPS Alto Baixo Baixo

PEPS Baixo Alto Alto

MÉDIA Média Média Média

Page 61: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

61

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Mão-de-Obra

MÃO-DE-OBRA DIRETA ( M O D)

É o gasto relativo ao pessoal que trabalha diretamente no produto, sendo possível verificar quem executou o trabalhou e quanto tempo foi gasto.

MÃO-DE-OBRA INDIRETA ( M O I)

É o gasto relativo ao pessoal em que não é possível quantificar ou identificar onde foi consumido este recurso. É necessário utilizar algum critério de rateio para apropriar este recurso ao produto fabricado ou serviço prestado.

INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

OPERÁRIO - MODSUPERVISOR DA FÁBRICA - MOIGERENTE DE PRODUÇÃO - MOI

INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

OPERÁRIO - MODSUPERVISOR DA FÁBRICA - MOIGERENTE DE PRODUÇÃO - MOI

ESCRITÓRIO ADVOCACIA

ADVOGADO DO CASO - MODSUPERVISOR DA EQUIPE - MOI

OFFICE-BOY - MOI

ESCRITÓRIO ADVOCACIA

ADVOGADO DO CASO - MODSUPERVISOR DA EQUIPE - MOI

OFFICE-BOY - MOI

Page 62: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

62

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Mão-de-Obra

Contribuições sociais Alíquota %Previdência social – INSS 20,0Acidente de Trabalho (1) 1,0Salário-educação 2,5Senai/Senac 1,0Sesi/Sesc 1,5Adicional para o Incra 0,2Sebrae 0,6Total 26,8Fundo de garantia por tempo de serviço – FGTS 8,5Total dos encargos sociais 35,3

COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA

SALÁRIOS: Remuneração em forma de SALÁRIOS, HORAS EXTRAS, GRATIFICAÇÕES, ADICIONAL NOTURNO, ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E/OU INSALUBRIDADE e outros.

ENCARGOS SOCIAIS: Gastos incidentes sobre as remunerações. Basicamente INSS E FGTS.

(1) a alíquota do SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) varia entre 1% e 3%, conforme o risco da atividade desenvolvida pela empresa

Page 63: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

63

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Mão-de-Obra

COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA

EXEMPLO DE CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS:

Folha de Pagamento Cia ABC Depto Usinagem Mês de Março/03

Funcionário Salário INSS*** Líquido

João 1.000,00 11% 110,00 890,00

José 800,00 11% 88,00 712,00

Totais 1.800,00 198,00 1.602,00

INSS 26,8% S/1.800,00 = 482,40 FGTS 8,5% S/1.800,00 = 153,00

Neste exemplo simples o custo total com mão-de-obra a ser apropriado para o produto fabricado, seria de $ 2.435,40 (o valor dos salários brutos mais os encargos sociais).

O valor descontado do funcionário NÃO É CUSTO DA EMPRESA. Este valor deverá ser recolhido (pago) juntamente com o valor de $ 482,40 aos cofres do Governo. Se a empresa descontar do funcionário, mas não proceder o repasse ao Governo, constitui-se de crime de apropriação indébita.

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64

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - Mão-de-Obra

COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS COM MÃO-DE-OBRA

OUTROS GASTOS: DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, FÉRIAS REMUNERADAS, ADICIONAL DE 1/3 S/FÉRIAS, AVISO PRÉVIO INDENIZADO, REPOUSO SEMANAL REMUNERADO, VALE-TRANSPORTE, VALE-REFEIÇÃO E OUTROS BENEFÍCIOS.

PROVISÃO PARA FÉRIAS, ADICIONAL DE FÉRIAS E 13º SALÁRIO: A empresa deve fazer mensalmente uma provisão para pagamento futuro das férias + adicional de férias e também para o 13º salário.

Esta provisão também integra o Custo com mão-de-obra a ser apropriado aos produtos fabricados ou serviços prestados.

Page 65: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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4.4 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - CUSTOS INDIRETOS

TODOS OS GASTOS QUE A EMPRESA INCORRE PARA A PRODUÇÃO DE UM BEM OU PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO, QUE NÃO ESTEJAM ENQUADRADOS COMO MATERIAIS DIRETOS (MD) OU MÃO-DE-OBRA DIRETA (MOD), SÃO DENOMINADOS DE:

CIF (CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO) - INDÚSTRIAS

OUTROS CUSTOS INDIRETOS - EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO

ALGUNS EXEMPLOS DE CUSTOS INDIRETOS:

• ALUGUEL

• SEGUROS

• MÃO-DE-OBRA INDIRETA

• ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA, TELEFONE

• DEPRECIAÇÃO

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66

4.4 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - CUSTOS INDIRETOS

UM EXEMPLO SIMPLIFICADO:

SUPONDO QUE O GASTO TOTAL COM ENERGIA ELÉTRICA DE UM HOSPITAL, NUM DETERMINADO MÊS, FOI DE $ 7.200,00. COMO APROPRIAR ESTE CUSTO À REALIZAÇÃO DE UMA CIRURGIA (PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS) ?

O VALOR DA CONTA DE ENERGIA ELÉTRICA É DO HOSPITAL INTEIRO, POR ISSO NÃO HÁ MANEIRA DE IDENTIFICAR QUANTOS KILOWATS DE ENERGIA ELÉTRICA FORAM CONSUMIDOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA CIRURGIA NO CENTRO CIRÚRGICO.

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4.4 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - CUSTOS INDIRETOS

PARA APROPRIAR O GASTO COM ENERGIA ELÉTRICA, É NECESSÁRIO ADOTAR UM CRITÉRIO DE RATEIO.

PODERÍAMOS RATEAR O GASTO POR ÁREA EM METROS QUADRADOS:

ÁREA TOTAL DO HOSPITAL: 3.500 M2

ÁREA DO CENTRO CIRÚRGICO: 500 M2, LOGO

Energia Elétrica $ 7.200 x 500 m2 = $ 1.028.57

3.500 m2

O Centro Cirúrgico receberia um custo com energia elétrica de $ 1.028,57. Adicionando este gasto aos demais necessários para a realização da cirurgia, obteríamos o custo com a realização da Cirurgia.

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4.4 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO - CUSTOS INDIRETOS

Alguns critérios de rateio dos custos indiretos:

ALUGUEL área em metros quadrados

ENERGIA ELÉTRICA percentual de uso

ÁGUA área em metros quadrados

TELEFONE números de ramais

DEPRECIAÇÃO área em metros quadrados

MÃO-DE-OBRA INDIRETA números de horas trabalhadas,

número de funcionários

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5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

POR QUE DEPARTAMENTALIZAR ?

Exemplo (Sem Departamentalização)Produto A: usa 400 horas-máquina - 40%Produto B: usa 200 horas-máquina - 20%Produto C: usa 400 horas-máquina - 40%

Custos Indiretos: $ 1.150.000, Critério de rateio adotado: horas-máquina

Produto ACustos Diretos:

$ 500.000

Produto BCustos Diretos:

$ 300.000

Produto CCustos Diretos:

$ 450.000

Custos Indiretos:40%

$ 460.000

Custos Indiretos:20%

$ 230.000

Custos Indiretos:40%

$ 460.000

$ 960.000, $ 530.000, $ 910.000,

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70

5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Com Departamentalização

CORTE100 HS

200 HS

MONTAGEM50 HS

250 HS

ACABAMENTO250 HS

150 HS

A

B

C

A: 400 HS

C: 400 HS

B: 200 HS

CORTE450.000,300 HS

$ 1.500 / h

MONTAGEM150.000,300 HS

$ 500 / h

ACABAMENTO550.000,400 HS

$ 1.375 / h

CIF...................

H.Máquina......

Custo/hora.......

1.150.000,

1.000 hs

1.150 / h

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5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Com Departamentalização

CORTE$ 1.500 / h

ACABAMENTO$ 1.375 / h

A

B

C

A$ 518.750

C$ 331.250

B$ 300.000

100 hs x 1500$ 150.000

200 hs x 1500$ 300.000

CORTE$ 500 / h

250 hs x 500$ 125.000

50 hs x 500$ 25.000

250 hs x 1375$ 343.750

150 hs x 1375$ 206.250

$ 1.150.000,

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72

5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Sem Departamentalização:

Produto ACustos Diretos:

$ 500.000

Produto BCustos Diretos:

$ 300.000

Produto CCustos Diretos:

$ 450.000

Custos Indiretos:40%

$ 460.000

Custos Indiretos:20%

$ 230.000

Custos Indiretos:40%

$ 460.000

$ 960.000, $ 530.000, $ 910.000,

Com Departamentalização:

Produto ACustos Diretos:

$ 500.000

Produto BCustos Diretos:

$ 300.000

Produto CCustos Diretos:

$ 450.000

Custos Indiretos:$ 518.750,

Custos Indiretos:$ 300.000,

Custos Indiretos:$ 331.250,

CT = $ 1.018.750, $ 600.000, $ 781.250,

Page 73: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

73

5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

DEPARTAMENTOUNIDADE MÍNIMA PARA A CONTABILIDADE

DE CUSTOS DESENVOLVENDO ATIVIDADES HOMOGÊNEAS

DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS• ATUAM SOBRE OS PRODUTOS• APROPRIAM CUSTOS AOS PRODUTOSExemplos:Numa indústria: Fundição Usinagem Montagem PinturaNum hospital: Centro Cirúrgico U.T.I. Ambulatório Un Internação S A D T

CENTROS DE CUSTOS: Unidade mínima de acumulação de custos. Um departamento pode ser dividido em centros de custos para melhorar a distribuição dos custos.

DEPARTAMENTOS DE APOIO (OUAUXILIARES /SERVIÇOS)• TRANSFEREM SEUS CUSTOS AOS DEPTOS PRODUTIVOSExemplos:Numa indústria: Manutenção Almoxarifado Controle Qualidade Administração GeralNum hospital: Lavanderia Serviço Nutrição Farmácia C.M.Esterilização Limpeza

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CUSTOS INDIRETOSCUSTOS INDIRETOS CUSTOS DIRETOSCUSTOS DIRETOS D E S P E S A SD E S P E S A S

CENTRO DECUSTOS AUX 1

CENTRO DECUSTOS AUX 1

PRODUTOSPRODUTOS

C P V***C P V*** R E S U L T A D O SR E S U L T A D O S

R E C E I T A SR E C E I T A S*** CPV Custo dos Produtos Vendidos

5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

CENTRO DECUSTOS AUX 2

CENTRO DECUSTOS AUX 2

CENTRO DECUSTOS PROD 1

CENTRO DECUSTOS PROD 1

CENTRO DECUSTOS PROD 2

CENTRO DECUSTOS PROD 2

Page 75: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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CUSTOS BASES DE USINAGEM CROMEAÇÃO MONTAGEM CONTROLE ALMOXA- MANU- ADMIN. TOTAL

INDIRETOS RATEIO QUALIDADE RIFADO TENÇÃO GERAL

Aluguel 150.000 150.000

Energia 30.000 10.000 10.000 40.000 90.000

Materiais Ind 6.000 4.000 8.000 5.000 10.000 9.000 18.000 60.000

M O I 40.000 30.000 50.000 30.000 60.000 60.000 80.000 350.000

Depreciação 21.000 13.000 2.000 10.000 16.000 8.000 70.000

Soma 97.000 57.000 70.000 45.000 70.000 85.000 296.000 720.000

área 30.000 20.000 40.000 15.000 20.000 25.000 (150.000)

ptos luz/força 4.000 2.000 7.000 8.000 6.000 13.000 (40.000)

nº pessoas 19.000 16.000 21.000 19.000 9.000 22.000 (106.000)

Soma 150.000 95.000 138.000 87.000 105.000 145.000 0 720.000

hs manut. 50.000 40.000 40.000 15.000 (145.000)

equitativa 40.000 40.000 40.000 (120.000)

nº testes 68.000 44.000 15.000 (127.000)

CIF 308.000 219.000 193.000 0 0 0 0 720.000

Horás máq. 350 h 300 h 193 h

custo/hm 880/hm 730/hm 1.000/hm

Produto G hora-máq 132.000 87.600 80.000 299.600

Produto H hora-máq 105.600 87.600 70.000 263.200

Produto I hora-máq 70.400 43.800 43.000 157.200

Total 308.000 219.000 193.000 720.000

DEPTOS PRODUTIVOS DEPTOS DE APOIO (OU AUXILIARES)

MAPA DE RATEIO DO CIF

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6. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

Conceito de Sistemas

A complexidade no tratamento de diversos assuntos relacionados à empresa e à gestão empresarial, pode ser entendida mediante uma abordagem sistêmica.

Fundamentalmente, o funcionamento de um sistema configura-se a um processamento de recursos (entrada do sistema), obtendo-se, com esse processamento, as saídas ou produtos do sistema.

ENTRADASEquipamentos

EnergiaRecursos Humanos

ENTRADASEquipamentos

EnergiaRecursos Humanos

PROCESSAMENTOPROCESSAMENTO

SAÍDASProdutos

Bens e Serviços

SAÍDASProdutos

Bens e Serviços

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Conceito de Sistemas de Acumulação de Custos

O Sistema de Acumulação de Custos indica os caminhos para coleta, processamento e saída das informações dentro do sistema de informação contábil, e está ligado fundamentalmente ao tipo de produto e ao processo de fabricação adotado.

Sistemas de Acumulação de Custos por Ordem ou Encomenda

Caracteriza-se pela acumulação de custos de empresas cujo processo produtivo seja feito sob encomenda ou realização específica de produtos e serviços diferenciados.

• Os custos são acumulados em cada ORDEM DE SERVIÇO de cada CLIENTE (ENCOMENDA ESPECÍFICA).

Exemplos: Construção Naval, Construção Civil, Consultorias e Auditorias Externas, Empresas de Projetos de Arquitetura e Engenharia, etc.

Exemplo: Encomenda específicado cliente. Empresa de Software

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Sistemas de Acumulação de Custos por Processo ou Produção Contínua

Caracteriza-se pela acumulação de custos de empresas cujo processo de produção seja feito de forma contínua ou em série.

• Os custos são acumulados por Departamentos ou Centros de Custos.

Exemplos: Indústrias de Cimento, Têxteis, Automobilística, Bebidas, Farmacêutica, Alimentícias, etc.

Exemplo: Produção ContínuaIndústria Farmacêutica

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CASO PRÁTICO – PRODUÇÃO POR ENCOMENDAa) A Cia Naval fabrica lanchas e pequenos iates sob encomenda;

b) As ordens de produção em aberto em 31 de janeiro são:Nº DA ORDEM DE

PRODUÇÃOMATÉRIAS PRIMAS

$MÃO-DE-OBRA

$CUSTOS

INDIRETOS DEFABRICAÇÃO $

39 120.000 60.000 65.00043 49.000 26.000 24.00044 26.000 14.000 12.800

195.000 100.000 101.800

c) As requisições de matérias primas e os apontamentos de mão-de-obra direta durante o mêsde fevereiro apresentaram os seguintes valores:

ORDEM DE PRODUÇÃO MATÉRIA-PRIMA MÃO-DE-OBRA39 92.000 48.00043 64.000 60.10044 96.000 73.00045 52.000 39.400

304.000 220.500

d) os custos indiretos de fabricação totalizaram $ 294.000 no mês de fevereiro e sãoapropriados aos produtos com base no valor da mão-de-obra direta.

e) As ordens de produção 39 e 45 foram concluídas em fevereiro, sendo as embarcaçõesfaturadas por $ 850.000 e $ 360.000, respectivamente.

Page 80: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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Com base nas informações acima, deve-se cumprir os seguintes procedimentos:- apropriar os custos indiretos às ordens de produção;- calcular o custo de cada ordem de produção em 28 de fevereiro;- apurar o lucro das ordens de produção nº 39 e 45.

1. Apropriação dos custos indiretos, com base no valor da mão-de-obra direta (MOD):

ORDEM DE PRODUÇÃO MÃO-DE-OBRA RATEIO DO CIF39 48.000 21,76% 63.974,4043 60.100 27,26% 80.144,4044 73.000 33,11% 97.343,4045 39.400 17,87% 52.537,80

220.500 100,00% 294.000,00

Page 81: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

81

1. Cálculo do custo de cada ordem em 28 de fevereiro:ORDEM

PRODUÇÃONº

39 43 44 45 TOTAL

MD 31/01 120.000,00 49.000,00 26.000,00 195.000,00MOD 31/01 60.000,00 26.000,00 14.000,00 100.000,00CIF 31/01 65.000,00 24.000,00 12.800,00 101.800,00MD 28/02 92.000,00 64.000,00 96.000,00 52.000,00 304.000,00MOD 28/02 48.000,00 60.100,00 73.000,00 39.400,00 220.500,00CIF 28/02 63.974,40 80.144,40 97.343,40 52.537,80 294.000,00totais 448.974,40 303.244,40 319.143,40 143.937,80 1.215.300,00

2. Apuração do lucro sobre as Ordens de Produção encerradas:

OP 39 OP 45PREÇO 850.000,00 360.000,00( - ) CUSTO (448.974,40) (143.937,80)LUCRO 401.025,60 216.062,20

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CUSTOS PARA DECISÃO

A Margem de Contribuição, Custeio Direto e o Ponto de Equilíbrio, são importantes conceitos da Contabilidade de Custos. Estes conceitos auxiliam o administrador nas tomada de decisões, como por exemplo:

• incentivo ou restrição à produção de determinados produtos;

• aceitação ou não de encomendas externas por preços abaixo do mercado;

• consideração de limitação na capacidade produtiva;

• cálculo de taxas de retorno;

• cálculo de pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro para decisão de quantidades mínimas a serem produzidas;

• cálculo da margem de segurança e alavancagem operacional.

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CÁLCULO DO LUCRO UNITÁRIO

Exemplo: Empresa fabricante de móveis (cadeiras, camas e mesas)

- Custos Indiretos fixos

mão-de-obra indireta, depreciação, aluguel $ 2.455.000

- Custos Indiretos variáveis

energia elétrica e materiais indiretos $ 645.000

Custos Indiretos no mês: $ 3.100.000

A apropriação de Custos Fixos é arbitrária e pode levar a decisões diversas. Veja:

a) Qual o lucro por produto, se os custos indiretos são apropriados à base das horas de MOD ? E se a base fosse $ MOD ?

b) qual o produto deve ter sua produção incentivada ?

Produtos Quantidade Horas MOD PreçoMOD MOD $ MD $ unitário

Cadeiras 2.000 u 40.000 h 195 / u 505 / u $ 1.550 / uCamas 2.600 u 65.000 h 300 / u 700 / u $ 2.000 / uMesas 2.500 u 50.000 h 276 / u 474 / u $ 1.700 / u

Custos unitários

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CÁLCULO DO LUCRO UNITÁRIO

Solução - usando a base Horas de MOD para rateio dos CIF:Produtos Horas % Custos Custos Ind Custos Direto Custos total Preço Lucro

Indiretos $ unitários $ unitários $ unitário $ unitário $ unitário $

Cadeiras 40.000 h 25,81% 800.000 400 700 1.100 1.550 450Camas 65.000 h 41,94% 1.300.000 500 1.000 1.500 2.000 500Mesas 50.000 h 32,26% 1.000.000 400 750 1.150 1.700 550

155.000 h 100,00% 3.100.000

Produto prioritário para incentivo à venda seria: mesas

Produtos Custos % Custos Custos Ind Custos Direto Custos total Preço LucroMOD $ Indiretos $ unitários $ unitários $ unitário $ unitário $ unitário $

Cadeiras 390.000 20,97% 650.000 325 700 1.025 1.550 525Camas 780.000 41,94% 1.300.000 500 1.000 1.500 2.000 500Mesas 690.000 37,10% 1.150.000 460 750 1.210 1.700 490

1.860.000 100,00% 3.100.000

Solução - usando a base Custo MOD para rateio dos CIF:

Produto prioritário para incentivo à venda seria: cadeiras

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃOQual produto deveria ser incentivado ? Mesas ou Cadeiras ? E se adotássemos apenas os custos variáveis ?

Margem de Contribuição por unidade:

Margem deContribuição

Margem deContribuição

Preço deVenda

Preço deVenda

Custos eDespesas Variáveis

Custos eDespesas Variáveis

Produtos Quantidade Custos Indiretos Custos Diretos CustosVariáveis p/un por unidade Variáveis

Cadeiras 2.000 u $ 80 / u $ 700 / u $ 780 / uCamas 2.600 u $ 100 / u $ 1.000 / u $ 1.100 / uMesas 2.500 u $ 90 / u $ 750 / u $ 840 / u

Produtos Custos Preço Margem deVariáveis unitário Contribuição $

Cadeiras $ 780 / u $ 1.550 770Camas $ 1.100 / u $ 2.000 900Mesas $ 840 / u $ 1.700 860

O produto incentivado deve

ser as camas

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86

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

E se a empresa do exemplo anterior estivesse trabalhando com capacidade ociosa e recebesse uma proposta de encomenda de 1000 unidades adicionais do produto “Camas” por $ 1.150,00 a unidade.

A empresa deveria aceitar a proposta ? Por quê ?

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87

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Limitações na Capacidade de Produção:

Se não houver limitação na capacidade produtiva, interessa o produto que produz maior Margem de Contribuição por unidade, mas, se existir, interessa o que produz maior Margem de Contribuição pelo fator limitante da capacidade.

Exemplo: Indústria automobilística produz dois modelos:

Modelos Preço de Custo Margem de

venda variável Contribuição

4 portas $ 260.000 $ 205.000 $ 55.000

2 portas $ 258.000 $ 204.000 $ 54.000

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃOTodas as maçanetas são iguais, e são importadas. Cada modelo leva o mesmo tempo de produção.

Modelos Margem de Carros Margem de

Contribuição possíveis Contribuição Total

4 portas $ 55.000 2.000 $ 110.000.000

2 portas $ 54.000 4.000 $ 216.000.000

O modelo de 4 portas tem maior margem de contribuição unitária, sendo o preferido para vendas

Mas, neste mês, por problemas de importação conseguiu-se apenas 8000 maçanetas, possibilitando a fabricação de 4000 carros de 2P ou 2000 carros de 4p

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CUSTEIO VARIÁVEL (OU DIRETO)

NO CUSTEIO VARIÁVEL OS CUSTOS VARIÁVEIS SÃO CUSTOS DOS PRODUTOS E OS CUSTOS FIXOS SÃO CUSTOS DO PERÍODO.

Vantagens em relação ao custeio por absorção:

1. Custo Fixo Depende da Empresa, da capacidade produtiva. Independe, de certa forma, de quantidade e tipos de produtos.

2. Independe de critérios arbitrários de rateio.

3. O lucro se relaciona ao valor das vendas

Desvantagens:

- não é aceito pelo Fisco;

- problemas para fixação de preços;

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90

CUSTEIO VARIÁVEL (OU DIRETO)Exemplo:

Período Produção Vendas Estoque final

ano 1 60.000 40.000 20.000

ano 2 50.000 60.000 10.000

ano 3 70.000 50.000 30.000

ano 4 40.000 70.000

CVu Custos Variáveis: $ 30, / u

CF Custos Fixos: $ 2.100.000, / ano

p Preço Venda unit $ 75, / u

PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO:

Custo Total do produto CT = CF + CVu x q $ 3.900.000,

No primeiro ano:

Custo total $ 3.900.000, Custo Unitário ($ 3.900.000 / 60.000) = $ 65,

Custo do Produto Vendido (CPV): $ 2.600.000, ($ 65, x 40.000 un )

Receita Total RT = p x q: $ 3.000.000, ($ 75, x 40.000 un)

Lucro RT - CT = $ 400.000, ($ 3.000.000, - $ 2.600.000,)

Page 91: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

91

NO CUSTEIO POR ABSORÇÃOExemplo:

Período Produção Vendas Estoque final

ano 1 60.000 40.000 20.000

ano 2 50.000 60.000 10.000

ano 3 70.000 50.000 30.000

ano 4 40.000 70.000

CVu Custos Variáveis: $ 30, / u

CF Custos Fixos: $ 2.100.000, / ano

p Preço Venda unit $ 75, / u

As vendas aumentam e o lucro pode cair

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 TotalVendas 3.000.000 4.500.000 3.750.000 5.250.000 16.500.000( - ) CPV (2.600.000) (4.180.000) (3.120.000) (5.100.000) (15.000.000)( = ) Lucro 400.000 320.000 630.000 150.000 1.500.000

Estoque 1.300.000 720.000 1.800.000 - -

Page 92: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

92

NO CUSTEIO VARIÁVEL (OU DIRETO)Exemplo:

Período Produção Vendas Estoque final

ano 1 60.000 40.000 20.000

ano 2 50.000 60.000 10.000

ano 3 70.000 50.000 30.000

ano 4 40.000 70.000

CVu Custos Variáveis: $ 30, / u

CF Custos Fixos: $ 2.100.000, / ano

p Preço Venda unit $ 75, / u

As vendas aumentam e o lucro aumenta

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 TotalVendas 3.000.000 4.500.000 3.750.000 5.250.000 16.500.000( - ) Custos Variáveis (1.200.000) (1.800.000) (1.500.000) (2.100.000) (6.600.000)(=)Margem Contribuição 1.800.000 2.700.000 2.250.000 3.150.000 9.900.000( - ) Custos Fixos (2.100.000) (2.100.000) (2.100.000) (2.100.000) (8.400.000)( = ) Lucro (300.000) 600.000 150.000 1.050.000 1.500.000

Estoque 600.000 300.000 900.000 - -

Page 93: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

93

Lucros x Receitas

-2.000.000

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

1 2 3 4

Ano

Receitas

Lucro - Variável

Lucro - Absorção

Page 94: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

94

ANÁLISE CUSTO - VOLUME - LUCRO

• OS CUSTOS (E DESPESAS) FIXOS NÃO SÃO TOTALMENTE E ETERNAMENTE FIXOS;

• OS CUSTOS (E DESPESAS) VARIÁVEIS TOTAIS PODEM NÃO VARIAR DE FORMA EXAMENTE PROPORCIONAL À QUANTIDADE PRODUZIDA;

• A ANÁLISE SERÁ FEITA DENTRO DE CERTOS LIMITES, OU SEJA, CERTO CENÁRIO.

CenárioCV

CF

Q

$

Page 95: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

95

ANÁLISE CUSTO - VOLUME - LUCRO

CV total

CF total

Q

$

CV unitário

CF unitário

Page 96: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

96

PONTO DE EQUILÍBRIO

CT

CF

Q

$

Q*

PE

RT

Prejuízo

Lucro

RT = CTQ*p = Q*cv + CF

Q* = CF / (p - cv) PE = Q* . p

MC

Page 97: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

97

PONTO DE EQUILÍBRIO

CT

CF = $ 600.000

Q

$

Q* = 4.000

PE=$ 2.000.000

RT

Exemplo:

p = $ 500 / u

Custos e Despesas variáveis unitárias Cvu = $ 350 /u

Custos e Despesas fixos totais CF = $ 600.000

Margem de Contribuição MC = $ 150 / u

Q* = $ 600.000 / $ 150 = 4.000

PE = 4.000 x $ 500 = $ 2.000.000

Page 98: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

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MARGEM DE SEGURANÇA E ALAVANCAGEM OPERACIONAL

CT

CF = $ 1.000.000

Q

$

Q* = 10

PE=$ 2.400.000

RT

Exemplo (casas pré-fabricadas)

p = $ 240.000 / u

Custos e Despesas variáveis unitárias CVu = $ 140.000 /u

Custos e Despesas fixos totais CF = $ 1.000.000 / mês

Margem de Contribuição MC = $ 100.000 / u

Q* = $ 1.000.000 / $ 100.000 = 10

PE = 10 x $ 240.000 = $ 2.400.000

Page 99: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

99

MARGEM DE SEGURANÇA E ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Suponha que a empresa esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês, obtendo assim um lucro de $ 400.000 p/mês (4 unidades p/ mês x $ 100.000)

Dizemos que a empresa está com MARGEM DE SEGURANÇA de quatro casas, pois pode ter essa redução sem entrar na faixa do prejuízo.

Margem de segurança (MS) = 4/ 14 = 28,6%

Em, receitas o cálculo é o mesmo:

MS = receitas atuais - receitas no ponto de equilíbrio = $ 3.360.000 - $ 2.400.000 = 28,6%

receitas atuais $ 3.360.000

Alavancagem Operacional:

Se a produção aumentar quanto aumenta o lucro ?

Para 14 casas: Lucro = $ 400.000 p/mês

Para 17 casas: Lucro = $ 700.000 p/mês

aumento no volume de 14 para 17 casas = 21,4%

aumento no lucro de $ 400.000 para $ 700.000 = 75%

Um acréscimo de 21,4% no volume de atividades corresponde a um aumento de 75% no resultado, com uma alavancagem de 3,5 vezes

Page 100: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

100

MARGEM DE SEGURANÇA E ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Grau de Alavancagem Operacional (GAO) = 75% = 3,5 vezes

21,4%

O GAO de 3,5 vezes significa que, no volume 14 unidades, qualquer acréscimo percentual implicará que o lucro aumentará proporcionalmente em 3,5 vezes

Aumento do volume de 14 para 18 casas = 28,57%

O lucro aumentaria para 100% (28,57% x 3,5), passando de $ 400.000 para $ 800.000

GAO = Variação percentual no lucro

Variação percentual na quantidade vendida

O grau de alavancagem operacional é de extrema utilidade para as projeções dos resultados que determinada empresa obteria em diversos níveis de atividades de produção e de vendas, mantidas constantes as demais variáveis, tais como margem de contribuição, total das despesas e custos fixos.

Page 101: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

101

CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

O Custeio Baseado em Atividades (ABC - Activity Based Costing) é uma metodologia que surgiu como instrumento de análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa.

Visão tradicional de Custos

SERVIÇOS OU PRODUTOSSERVIÇOS OU PRODUTOS

CONSOMEM RECURSOSCONSOMEM RECURSOS

Visão de Custos ABC

SERVIÇOS OU PRODUTOSSERVIÇOS OU PRODUTOS

CONSOMEM ATIVIDADESCONSOMEM ATIVIDADES

CONSOMEM RECURSOSCONSOMEM RECURSOS

Page 102: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

102

CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)A origem do método de Custeio ABC proveio do significativo aumento dos chamados Custos Indiretos de Fabricação (CIF) na produção industrial nas últimas décadas. No inicio da atividade industrial a maior parcela dos custos eram Materiais Diretos e Mão-de-obra, cuja apropriação se fazia diretamente aos produtos. Assim o rateio dos CIF não distorciam significativamente o custo dos produtos.

60%

50%

40%

30%

70%

80%

1855 1870 1885 1900 1915 1945 1960 1975

Fonte: Miller e Vollmann (1985)

CIF

MOD

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103

CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

À medida que a atividade industrial foi ficando mais complexa, principalmente com o maior grau de mecanização e automação dos processos produtivos, houve um aumento considerável dos CIF e, por esse motivo, eles passaram a representar, em muitos casos, a maior parcela dos custos de produção de uma empresa.

Consequentemente passaram a ser os maiores responsáveis pelas distorções na apuração do custo dos produtos fabricados, tendo em vista serem apropriados ao produto com base em critérios subjetivos de rateio.

Nesse cenário, o Custeio Baseado em Atividades (ABC - Activity Based Costing) surgiu como uma tentativa de alocar os recursos produtivos de uma empresa de forma mais eficiente.

Page 104: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

104

O ESQUEMA BÁSICO DO (ABC)

CUSTOSCUSTOS ATIVIDADESATIVIDADES PRODUTOSPRODUTOS

Primeiro Estágio

Segundo Estágio

Page 105: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

105

Primeiro Estágio: O Custeio das Atividades

CUSTOSCUSTOS ATIVIDADESATIVIDADES Passo 1 : Especificação das atividades

• BPA (Análise do Processo Empresarial)

• Cadeia de Valor

Passo 2 : Os Custos a serem Rastreados

• Análise do Razão Geral

• Agrupamento de CustosPrimeiro Estágio

Passo 3 : Seleção dos Direcionadores de Primeiro Estágio ou “Direcionadores de Recursos”

Passo 4 : Cálculo dos Custos das Atividades

Page 106: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

106

Primeiro Estágio: O Custeio das Atividades

Passo 1 : Especificação das atividades

• BPA (Análise do Processo Empresarial)

Permite a compreensão do sistema de produção

Auxilia na identificação das atividades do ABC

Ponto de Vista do ABC

Ponto de Vista do ABC

Custos(Recursos)

Custos(Recursos)

ATIVIDADESATIVIDADES

Objetos deCustos

Objetos deCustos

Informações para melhorias

Informações para melhorias

Ponto de Vista do BPA

Ponto de Vista do BPA

Informações sobre processos

Informações sobre processos

Fonte: Raffish (1991)

Page 107: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

107

Primeiro Estágio: O Custeio das Atividades

Passo 1 : Especificação das atividades

• Etapas para Análise de um Processo Empresarial (BPA):

1. Desenvolvimento de um modelo de processo empresarial

2. Definição das atividades a partir dos processos / subprocessos

3. Efetuar a análise de valor do processo, ou seja, definir as atividades que agregam valor (Value Added - VA) ou aquelas que não agregam valor (Non Value Added - NVA).

Uma atividade é VA - agrega valor - quando é essencial ao consumidor e/ou essencial ao funcionamento da empresa.

Um atividade é NVA - não agrega valor - quando o consumidor não pediu por ela, mas mesmo assim ela é executada devido à ineficiência, desinformação ou devoção à complexidade por parte do produtor. Por exemplo: manuseio de materiais, retrabalhos.

4. Desenvolvimento de um plano de melhoria.

Page 108: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

108

Primeiro Estágio: O Custeio das Atividades

Passo 2 : Análise dos custos a serem rastreados

• Base de dados: registro contábeis (razão geral)

• Inclusão de custos não fabris (despesas)

• Deficiências do custeio completo (arbitrariedade, etc)

• Organização dos custos visando o custeio das atividades

• Agrupamento de contas semelhantes

Page 109: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

109

OS DIRECIONADORES DE CUSTOS

OS DIRECIONADORES DE CUSTOS, OS “COST DRIVERS”, EXERCEM PAPEL IMPORTANTE NO MÉTODO ABC, POIS:

a) seriam os responsáveis por uma maior precisão dos custos;

b) possibilitariam atuação mais eficaz sobre as atividades que causam os custos.

Page 110: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

110

Também denominados de Direcionadores de Recursos: representam o consumo de recursos pelas atividades e são utilizados para custear as atividades.

A quantidade de cada direcionador é denominada “fator de consumo de recursos”.

Primeiro Estágio: O Custeio das Atividades

Passo 3: Os Direcionadores de Custos de Primeiro Estágio

Categoria de Custo Direcionador de CustoDe ocupação (aluguel,arrendamento, seguros)

Área (metros quadrados)

Depreciação Valor dos equipamentosFolha de Pagamento Número de empregadosEncargos Sociais % do custo de mão de obraSegurança e Limpeza Área (metros quadrados)Manutenção preventiva Número de máquinas

Exemplos de Direcionadores de Recursos

Page 111: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

111

Segundo Estágio: O Custeio dos Objetos de Custos

PRODUTOSPRODUTOSATIVIDADESATIVIDADES

1. Definição dos Objetos de Custos

• produtos, linhas de produtos

• clientes, grupo de clientes

• serviços, linhas de serviços

2. Os Grupos de Custos de AtividadesSegundoEstágio

4. Cálculo dos Custos dos Objetos de Custos

3. Seleção dos Direcionadores de Segundo Estágio ou “Direcionadores de Atividades”

Page 112: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

112

Segundo Estágio:

Exemplos de Direcionadores de Atividades

• Número de inspeções

• Número de recebimentos

• Número de lotes, tamanho de lotes

• Número de movimentos

• Número de trocas de ferramentas, número de “setups”, tempo de “setup”

• Tempo de processamento

• Tempo de armazenamento em conjunto com quantidade armazenada

• Número de pedidos de clientes, número de chamadas telefônicas

• Número de peças para montar, número de mudanças na engenharia

• Número de unidades boas ou ruins produzidas

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113

Os Direcionadores de Custos de segundo estágio

Também denominados de Direcionadores de Atividades

É o componente mais importante do ABC, indicando como os objetos de custos estão consumindo as atividades. A seleção dos direcionadores é um ponto crucial que determinará a acurácia e a complexidade de um sistema baseado no método de custeio ABC.

A análise dos direcionadores é essencial para o processo de melhoria contínua.

Page 114: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

114

Exemplo: Empresa de ConfecçõesProdutos Produção Preço

(Tecidos, Aviamentos, MOD)Camisetas 18.000 u $ 10,00Vestidos 4.200 u $ 22,00Calças 13.000 u $ 16,00

Custos Indiretos

Aluguel $ 24.000 DespesasEnergia Elétrica $ 42.000 Administrativas $ 50.000Salários Supervisão $ 25.000 Com Vendas $ 43.000Mão-de-obra indireta $ 35.000 Comissões $ 24.020Depreciação $ 32.000 Total $ 117.020

Material de consumo $ 12.000Seguros $ 20.000Total $ 190.000

Custos Diretos

$ 3,75$ 5,75

$ 4,25

Page 115: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

115

Corte e Acabamento Administr. Almoxarifado Compras TotaisCostura produção

Aluguel 6.000 5.000 4.200 4.600 4.200 24.000Energia Elétrica 14.000 11.000 5.000 5.500 6.500 42.000Salários Superv. 7.000 5.500 5.250 3.350 3.900 25.000Mão-de-obra ind 12.000 7.900 6.700 3.400 5.000 35.000Depreciação 9.500 9.100 4.900 4.500 4.000 32.000Matl. de consumo 4.200 3.000 1.800 1.000 2.000 12.000Seguros 4.900 4.700 2.000 6.000 2.400 20.000

Subtotal 1 57.600 46.200 29.850 28.350 28.000 190.000Rateio Compras 9.500 7.500 5.000 6.000 (28.000) 0Rateio Almoxarifado 11.950 14.400 8.000 (34.350) 0Rateio Adm Prod 23.950 18.900 (42.850) 0

Total 103.000 87.000 0 0 0 190.000Horas produtivas 18.740 h 9.120 hCusto por hora $/h 5,4963 9,5395

Camisetas 0,30 h 0,15 h$ 1,65 $ 1,43 $ 3,08

Vestidos 0,70 h 0,60 h$ 3,85 $ 5,72 $ 9,57

Calças 0,80 h 0,30 h$ 4,40 $ 2,86 $ 7,26

Exemplo: pelo método de custeio por absorçãoMapa de Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação

Produtivo Apoio

Page 116: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

116

Exemplo: Método de Custeio por absorção

Produtos Custos Custos Custos Preço Lucro MargemDiretos $ Indiretos $ unitário $ $ Bruto $

Camisetas 3,75 3,08 6,83 10,00 3,17 31,70%Vestidos 5,75 9,57 15,32 22,00 6,68 30,36%Calças 4,25 7,26 11,51 16,00 4,49 28,06%

Camisetas $ Vestidos $ Calças $ Total $Vendas 180.000 92.400 208.000 480.400( - ) CPV (122.940) (64.344) (149.630) (336.914)(=) Lucro Bruto 57.060 28.056 58.370 143.486( - ) Despesas Administr (50.000)( - ) Despesas Vendas (67.020)( = ) Lucro antes IR 26.466

Exemplo: pelo método de custeio por absorção

Demonstração de Resultados

Page 117: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

117

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Identificação das atividades:

Departamentos Atividades

Compras Comprar materiais

Desenvolver fornecedores

Almoxarifado Receber materiais

Movimentar materiais

Administração da Produção Programar produção

Controlar produção

Corte e Costura Cortar

Costurar

Acabamento Acabar

Despachar produtos

Page 118: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

118

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Direcionadores de custos de primeiro estágio (de recursos)

Custos Indiretos Direcionador de recursos

Aluguel área utilizada pela atividade

Energia elétrica medidores nos deptos e hora-máquina

Salários Supervisão folha de pgto, registro de tempo e entrevista

Mão-de-obra indireta folha de pgto, registro de tempo e entrevista

Depreciação Valor dos ativos depreciáveis usados pelas ativ.

Material de consumo Direta às atividades conforme requisições

Seguros Valor dos bens segurados

Page 119: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

119

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Custo das atividades

Departamento Atividades Custos $Compras Comprar materiais 16.000 Nº pedidos

Desenvolver fornecedores 12.000 Nº fornecedoresAlmoxarifado Receber materiais 12.350 Nº recebimentos

Movimentar materiais 16.000 Nº requisiçõesAdm Produção Programar produção 16.000 Nº produtos

Controlar produção 13.850 Nº de lotesCorte e Costura Cortar 29.000 tempo de corte

Costurar 28.600 tempo de costuraAcabamento Acabar 14.000 tempo acabamento

Despachar produtos 32.200 apontamento tempototal 190.000

Direcionadores

de atividades

Page 120: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

120

Direcionadores TotalCamisetas Vestidos Calças

Nº pedidos 150 400 200 750Nº fornecedores 2 6 3 11Nº recebimentos 150 400 200 750Nº requisições 400 1.500 800 2.700Nº produtos 1 1 1 3Nº de lotes 10 40 20 70tempo de corte 2.160 h 882 h 2.600 h 5.642 htempo de costura 3.240 h 2.058 h 7.800 h 13.098 htempo acabamento 2.700 h 2.520 h 3.900 h 9.120 hapontamento tempo 25 h 50 h 25 h 100 h

Fatores de consumo de atividades

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Atribuição dos custos das atividades aos produtos

Page 121: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

121

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Custo das AtividadesAtividades Custos $

Comprar materiais 16.000 21,33 / pedidoDesenvolver fornecedores 12.000 1.090,91 / fornecedorReceber materiais 12.350 16,47 / recebimentoMovimentar materiais 16.000 5,93 / requisiçãoProgramar produção 16.000 5.333,33 / produtoControlar produção 13.850 197,86 / loteCortar 29.000 5,14 / horaCosturar 28.600 2,18 / horaAcabar 14.000 1,54 / horaDespachar produtos 32.200 322,00 / horatotal 190.000

Custo por direcionador $

Page 122: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

122

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

AluguelAluguel

ComprasCompras

Recursos (Custos)

CamisetasCamisetas VestidosVestidos CalçasCalças

Atividades

Produtos

Número de pedidos de compra $ 21,33 / pedido

Área

400 200150

Page 123: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

123

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

versão 1: visão econômica de custeio - apropriação dos custos aos objetos de custeio através das atividades realizadas em cada depto

Produtos Custos Custos Custos Preço Lucro MargemDiretos $ Indiretos $ unitário $ $ Bruto $

Camisetas 3,75 2,66 6,41 10,00 3,59 35,90%

Vestidos 5,75 17,34 23,09 22,00 (1,09) -4,95%Calças 4,25 5,33 9,58 16,00 6,42 40,13%

Camisetas $ Vestidos $ Calças $ Total $Vendas 180.000 92.400 208.000 480.400

( - ) CPV (115.384) (96.984) (124.546) (336.914)

(=) Lucro Bruto 64.616 (4.584) 83.454 143.486( - ) Despesas Administr (50.000)

( - ) Despesas Vendas (67.020)( = ) Lucro antes IR 26.466

Exemplo: pelo método de custeio baseado em atividades ABC

Demonstração de Resultados

Page 124: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

124

Comparação do custo obtido pelos dois métodos:

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Camisetas Vestidos Calças

Preço

Custo Absorção

Custo ABC

Camisetas Vestidos Calças

Preço 10,00 22,00 16,00

Custo Absorção 6,83 15,32 11,51

Custo ABC 6,41 23,09 9,58

Page 125: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

125

Continuação do Exemplo (versão 2): Método de Custeio Baseado em Atividades.

Visão de aperfeiçoamento de processos. Um processo é formado por um conjunto de atividades encadeadas, exercidas através de vários deptos (interdepartamental).

Custo das atividades

Departamento Atividades Custos $Administração Efetuar registros f iscais 7.000 Nº de registros

Pagar Fornecedores 10.000 Nº de cheques emitidosReceber Faturas 33.000 Nº de faturas emitidasTotal 50.000

Vendas Visitar clientes 30.000 Nº de visitasEmitir pedidos 13.000 Nº pedidos de vendaTotal 43.000

total 93.000

As despesas c/comissões não estão incluídas no item de Vendas, porque sãoidentif icáveis com os produtos:

camisetas vestidos calças totalcomissões 9.000 4.620 10.400 24.020

Direcionadores

de atividades

Page 126: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

126

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Atribuição dos custos das atividades aos produtos

Versão 2

Direcionadores TotalCamisetas Vestidos Calças

Nº de registros 600 700 800 2100Nº de cheques emitidos 200 275 500 975Nº de faturas emitidas 200 250 360 810Nº de visitas 150 250 600 1000Nº de pedidos de venda 250 300 400 950

Fatores de consumo de atividades

Page 127: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

127

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Versão 2

Calcule o custo de cada atividade:

Custo das Atividades

Atividades Custos $

Nº de registros 7.000 __________ / registroNº de cheques emitidos 10.000 __________ / cheque emitidaNº de faturas emitidas 33.000 __________ / fatura emitidaNº de visitas 30.000 __________ / visita

Nº de pedidos de venda 13.000 / pedido

total 93.000

Custo por direcionador $

Page 128: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

128

Exemplo: Método de Custeio Baseado em Atividades

Versão 2

Complete a Demonstração de Resultados:

Camisetas $ Vestidos $ Calças $ Total $

Vendas ................... ................ ................ ................

(-) Custos Diretos ................... ................ ................ ................

(-) Custos das Atividades ................... ................ ................ ................

(=) Lucro Bruto antes IR

Demonstração de Resultados

Page 129: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

129

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

No ambiente comercial altamente competitivo dos tempos atuais, o preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos à empresa do que propriamente a seus custos.

Entretanto, o preço obtido a partir do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado estiver disposto a pagar.

Page 130: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

130

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Conhecendo detalhadamente seus custos e o mercado, as alternativas para o empresário podem ser outras, tais como:

- aumentar as quantidades vendidas;- ter uma nova linha de produtos;- oferecer prestação de serviços diferenciada, agregando valor para cobrar mais, etc.

Page 131: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

131

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Sabe-se que o custo unitário para produzir um bem é de $ 10,00 e que os impostos sobre as receitas, totalizam um percentual de 9,65%, ou seja:

5% ISS**** + 1,65% PIS + 3% COFINS

QUAL O PREÇO DE VENDA QUE A EMPRESA DEVE PRATICAR PARA PAGAR OS IMPOSTOS E OBTER UM LUCRO DE 10% ?

**** o índice de 5% de ISS (Imposto s/Serviços) varia de um Municipio para outro.

Page 132: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

132

O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA É COMPOSTO DE TRÊS COMPONENTES:

• CUSTO UNITÁRIO

• IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE A RECEITA

• MARGEM DE LUCRO

PREÇO DE VENDA (Pv) = Custo Unitário

1 - (impostos + lucro)

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Page 133: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

133

RETORNANDO À QUESTÃO INICIAL:

Pv = $ 10,00_____

1 - (0,0965 + 0,10)

Pv = $ 10,00

1 - 0,1965

Pv = $ 10,00 0,8035

PREÇO DE VENDA = $ 12,45

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Page 134: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

134

Pv = Custos + Impostos + Lucro

Pv = $ 10,00 + 9,65% + 10%

Pv = $ 10,00 + 0,1965Pv

Pv - 0,1965Pv = $ 10,00

0,8035Pv = $ 10,00

Pv = $ 10,00 = $ 12,45

0,8035

Demonstração do Resultado:

Preço Venda unitário $ 12,45 100,00%

( - ) Impostos s/receita $ 1,20 9,65%

( - ) Custo unitário $ 10,00 80,35%

( = ) Lucro antes IR $ 1,25 10,00%

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Page 135: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

135

Continuando o mesmo exemplo, supondo que o lucro de 10% corresponda a margem líquida (após o imposto de renda de 24%*), e não antes do imposto de renda como foi utilizado.

Neste caso, para definição do Preço de Venda é necessário calcular a margem de lucro antes do imposto de renda, no caso 10%.

O índice de 24% de Imposto de Renda, indica que a margem líquida de 10% corresponde a 76% do lucro antes do Imposto de Renda:

0,76 L = 10,00%

L = 10,00%

0,76

L = 13,16%

A margem de lucro antes do imposto de renda corresponderá a 13,16%

* atualmente o imposto de renda e a contribuição social correspondem a 24% sobre o lucro real, estando sujeito, entretanto, a acréscimos, dependendo da faixa de lucro da empresa.

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Page 136: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

136

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDAPv = Custo Unitário

1 - (impostos + lucro)

Pv = $ 10,00_____

1 - (0,0965 + 0,1316)

Pv = $ 10,00 = $ 12,95

0,7719

Receita Bruta de Vendas ($ 12,95 x 100) 1.295,00 100,00%( - ) Impostos incidentes s/receitas (124,97) -9,65%( = ) Receita Líquida de Vendas 1.170,03 90,35%( - ) Custo Operacional ($ 10,00 x 100) (1.000,00) -77,19%( = ) Lucro Bruto antes do Imposto Renda 170,03 13,16%( - ) Imposto de renda (40,53) -3,16%( = ) Lucro Líquido 129,50 10,00%

Demonstração de Resultado

Page 137: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

137

SISTEMA DE

CUSTEIO

SISTEMA DE

CUSTEIO

BASEADO EMDADOS PRÉ-

DETERMINADOS

BASEADO EMDADOS PRÉ-

DETERMINADOS

BASEADO EMDADOS REAIS

BASEADO EMDADOS REAIS

OS CUSTOS SÃO REGISTRADOSTAIS COMO OCORREM

OS CUSTOS SÃO REGISTRADOSTAIS COMO OCORREM

OS CUSTOS SÃO ESTABELECIDOSCOM ANTECEDÊNCIA

OS CUSTOS SÃO ESTABELECIDOSCOM ANTECEDÊNCIA

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

O Sistema de Custeio define como serão mensurados os custos obtidos, independente de qualquer método de custeio que tenha sido adotado.

Page 138: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

138

OS CUSTOS PRE-DETERMINADOS PODEM SER ESTIMADOS COM BASE NAINFORMAÇÃO DISPONÍVEL NO MOMENTO DA SUA FIXAÇÃO, OU PODEM

SER “PADRÕES”RESULTANTES DE UM METICULOSO ESTUDO DE ENGENHARIA

OS CUSTOS PRE-DETERMINADOS PODEM SER ESTIMADOS COM BASE NAINFORMAÇÃO DISPONÍVEL NO MOMENTO DA SUA FIXAÇÃO, OU PODEM

SER “PADRÕES”RESULTANTES DE UM METICULOSO ESTUDO DE ENGENHARIA

DISTINÇÃO ENTRE CUSTOS-PADRÃO E ESTIMADOSDISTINÇÃO ENTRE CUSTOS-PADRÃO E ESTIMADOS

CUSTOS-PADRÃOCUSTOS-PADRÃO ESTIMADOSESTIMADOS

NÃO BASEADOSNUMA ABORDAGEM

CIENTÍFICA DOS FATOS

NÃO BASEADOSNUMA ABORDAGEM

CIENTÍFICA DOS FATOS

O CUSTO É CIENTIFICAMENTEPREDETERMINADO

O CUSTO É CIENTIFICAMENTEPREDETERMINADO

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

Page 139: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

139

•OS PADRÕES SERVEM COMO UMA MEDIDA QUE CHAMA AATENÇÃO DOS GESTORES, PARA AS VARIAÇÕES OCORRIDAS

ENTRE OS CUSTOS-PADRÃO E OS CUSTOS-REAIS;

INDICA QUEM É O RESPONSÁVEL PRIMÁRIO PELOS DESVIOS;

• “AS VARIAÇÕES NÃO SÃO REPASSADAS: CONSIDERANDO-SEPADRÕES COMO O CUSTO CERTO, SUAS VARIAÇÕES SÃO DE

RESPONSABILIDADE DAS ÁREAS ONDE OCORRERRAM, APLICA-SE AQUI O PRINCÍPIO DA ACCOUNTABILITY.”

(Nakagawa, 1993:67)

• OS PADRÕES SÃO MEDIDAS DE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA E FAZEM PARTE DO PROCESSO DECISORIAL.

•OS PADRÕES SERVEM COMO UMA MEDIDA QUE CHAMA AATENÇÃO DOS GESTORES, PARA AS VARIAÇÕES OCORRIDAS

ENTRE OS CUSTOS-PADRÃO E OS CUSTOS-REAIS;

INDICA QUEM É O RESPONSÁVEL PRIMÁRIO PELOS DESVIOS;

• “AS VARIAÇÕES NÃO SÃO REPASSADAS: CONSIDERANDO-SEPADRÕES COMO O CUSTO CERTO, SUAS VARIAÇÕES SÃO DE

RESPONSABILIDADE DAS ÁREAS ONDE OCORRERRAM, APLICA-SE AQUI O PRINCÍPIO DA ACCOUNTABILITY.”

(Nakagawa, 1993:67)

• OS PADRÕES SÃO MEDIDAS DE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA E FAZEM PARTE DO PROCESSO DECISORIAL.

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

Page 140: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

140

CUSTO-PADRÃO DOSMATERIAIS

CUSTO-PADRÃO DOSMATERIAIS

CUSTO-PADRÃO DOSGASTOS GERAIS

CUSTO-PADRÃO DOSGASTOS GERAIS

CUSTO-PADRÃO DEMÃO-DE-OBRA DIRETA

CUSTO-PADRÃO DEMÃO-DE-OBRA DIRETA

QUANTIDADE-PADRÃOX

PREÇO-PADRÃO

QUANTIDADE-PADRÃOX

PREÇO-PADRÃO

TEMPO-PADRÃO (uso ou eficiência)X

TAXA-PADRÃO (salário ou custo)

TEMPO-PADRÃO (uso ou eficiência)X

TAXA-PADRÃO (salário ou custo)

- DEFINIÇÃO CENTRO CUSTOS- DEFINIÇÃO VOLUME NORMAL PRODUÇÃO- IDENTIFICAÇÃO DESPESAS TOTAIS DAS ÁREAS (FIXAS E VARIÁVEIS)- CRITÉRIO ALOCAÇÃO DOS GASTOS DAS ÁREAS DE APOIO ÀS ÁREAS PRODUTIVAS- CRITÉRIO ALOCAÇÃO DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO À PRODUÇÃO PLANEJADA

- DEFINIÇÃO CENTRO CUSTOS- DEFINIÇÃO VOLUME NORMAL PRODUÇÃO- IDENTIFICAÇÃO DESPESAS TOTAIS DAS ÁREAS (FIXAS E VARIÁVEIS)- CRITÉRIO ALOCAÇÃO DOS GASTOS DAS ÁREAS DE APOIO ÀS ÁREAS PRODUTIVAS- CRITÉRIO ALOCAÇÃO DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO À PRODUÇÃO PLANEJADA

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

Page 141: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

141

PADRÕESPADRÕES

ANÁLISE COMPARATIVAANÁLISE COMPARATIVA

INTERPRETAÇÃOINTERPRETAÇÃO

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

INFORMAÇÕES SOBREOS DESVIOS

INFORMAÇÕES SOBREOS DESVIOS

AVALIAÇÃO DASALTERNATIVAS

AVALIAÇÃO DASALTERNATIVAS

DECISÃODECISÃO

LEVANTAMENTO DEALTERNATIVAS DE AÇÃO

LEVANTAMENTO DEALTERNATIVAS DE AÇÃO

AÇÃOAÇÃO

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

Page 142: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

142

SISTEMAS DE CUSTEIO - CUSTO REAL E CUSTO-PADRÂO

Exemplo: Indústrias TeVeColor Ltda

A – Informações sobre o custo padrão de um dos televisores produzidosCustos variáveis por unidade produzida $Matéria prima (30,0 kg x $ 7,10) 213Mão-de-obra direta (5,0 h x $ 22,00) 110Custos indiretos 30Total mensal dos custos indiretos fixos, para um volume de 10.000televisores por mês 900.000

B – Informações sobre o custo real do mês de agostoVolume produzido de televisores 11.000 unid.Custos total com matérias primas $ 2.420.000Custo total com a mão-de-obra direta $ 1.149.500Custo unitário da matéria-prima $ 8Quantidade total de horas de mão-de-obra no mês 60.500 horas

Custos indiretos no mês, fixos e variáveisDepreciação $ 200.000Mão-de-obra indireta $ 400.000Energia elétrica $ 140.000Manutenção de máquinas $ 300.000Outros custos indiretos $ 500.000Total dos custos indiretos $ 1.540.000

Page 143: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

143

VARIAÇÕESQuant Custo Custo Total Quant Custo Custo Total $

Unitário $ $ Unitário $ $

Matéria-prima 30,0 Kg 7,10 213,00 27,5 kg 8,00 220,00 (7,00)

MOD 5,0 hs 22,00 110,00 5,5 hs 19,00 104,50 5,50

CIF *** 120,00 140,00 (20,00)

443,00 464,50 (21,50)

CUSTO PADRÃO CUSTO REAL

***CIF fixo $ 900.000 / 10.000 unidades = 90,00CIF variável 30,00

120,00

Apuração do custo real por unidade produzidaCusto real Matéria-prima $ 2.420.000/ 11000 un = 220,00Quantidade real matéria-prima $ 220,00/$ 8,00 = 27,5 kg

Custo real Mão-de-obra $ 1.149.500/11000 un = 104,50Quantidade real hs MOD 60.500 hs/11000 un 5,5 hsTaxa real para produzir cada televisor $ 104,50/5,5hs 19,00

CIF fixo e variável real $ 1.540.000/11000 un 140,00

Cálculo do Custo Real

Page 144: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

144

Detalhamento das Variações

Quant Custo Mista TOTALtotal $

17,75 (27,00) 2,25 (7,00)(11,00) 15,00 1,50 5,508,182 (28,182) (20,00)

14,93 (40,18) 3,75 (21,50)

VARIAÇÕES

Page 145: CONTABILIDADE DE CUSTOS Profª Ana Cristina Pereira São Paulo 2003

145

Análise das Variações entre Custo Padrão e Custo Real Matéria prima - Análise das variações Quantidade (30,0 Kg - 27,5Kg) x $ 7,10 17,75 favorávelPreço ($ 7,10 - $ 8,00) x 30,0 Kg (27,00) desfavorávelMista (30,0 kg - 27,5 kg) x ($ 7,10 - $ 8,00) 2,25 favoráveltotal das variações de matéria prima (7,00) desfavorável

Mão-de-Obra Direta - Análise das variaçõesEficiência (5,0 horas - 5,5 horas) x $ 22,00 (11,00) desfavorávelTaxa ($ 22,00 - $ 19,00) x 5,0 horas 15,00 favorávelMista (5,0 hs - 5,5 hs) x ($ 22,00 - $ 19,00) 1,50 favoráveltotal das variações de mão-de-obra direta 5,50 favorável

CIF - Análise das variaçõesVariações volume ( $ 900.000/10.000) - ($ 900.000/11.000) 8,182 favorável

Variações de custos$ 900.000/11000 = $ 81,818 + $ 30,00 = $ 111,818$ 111,818 x 11.000 = $ 1.229.998,00($ 1.229.998,00 - $ 1.540.000,00) / 11.000 un (28,182) desfavoráveltotal das variações de CIF (20,00)