Contabilidade Rural

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FERNANDO ANTONIO DE CAMPOS ADVOGADO-OAB/SP 66.916 TEC. CONTABILIDADE- CRC - 1SP224140/0-6 PROFESSOR- REG. MIN. DA EDUCAÇÃO – 6864/93 (LICENC. PLENA) CCM – PMSP – 2.386.581-4 COLETÂNEA DE TEXTOS ATUAIS DE CONTABILIDADE RURAL ABRIL/2011 FERNANDO ANTONIO DE CAMPOS TEC. CONTABILIDADE- CRC - 1SP224140/0-6 contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666- 8472/ 8499-7634 1

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COLETÂNEA DE TEXTOS ATUAIS DE CONTABILIDADE

RURALABRIL/2011

FERNANDO ANTONIO DE CAMPOS

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COLETÂNEA DE TEXTOS ATUAIS DE

CONTABILIDADE RURALABRIL/2011

A CONTABILIDADE NAS OPERAÇÕES RURAIS

Júlio César Zanluca

Consideram-se como atividade rural a exploração das atividades agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do pescado in natura) e outras de pequenos animais; a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, realizada pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando-se exclusivamente matéria-prima produzida na área explorada, tais como: descasque de arroz, conserva de frutas, moagem de trigo e milho, pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação, produção de carvão vegetal, produção de embriões de rebanho em geral (independentemente de sua destinação: comercial ou reprodução).

Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei nº 9.430/96, art. 59).

Entidades rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo ou da água, mediante extração vegetal, o cultivo da terra ou da água (hidroponia) e a criação de animais. 

1. ATIVIDADES AGRÍCOLASAs culturas agrícolas dividem-se em: contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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a) temporárias: a que se extinguem pela colheita, sendo seguidas de um novo plantio; e

b) permanentes: aquela de duração superior a um ano ou que proporcionam mais de uma colheita, sem a necessidade de novo plantio, recebendo somente tratos culturais no intervalo entre as colheitas.

Cultura Temporária

São aquelas sujeitas ao replantio após a colheita, possuindo período de vida muito curto entre o plantio e a colheita, como por exemplo os cultivos de feijão, legumes, arroz, trigo, etc. Durante o ciclo produtivo, os custos pagos ou incorridos, nesta cultura, serão acumulados em conta específica que pode ser intitulada como "Cultura Temporária em Formação" - Estoques - Ativo Circulante. 

Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta, que poderá ser denominada "Produtos Agrícolas" - Estoques - Ativo Circulante, especificando-se o tipo de produto. 

Cultura Permanente

São aquelas não sujeitas ao replantio após a colheita, uma vez que propiciam mais de uma colheita ou produção, bem como apresentam prazo de vida útil superior a um ano, como por exemplo: laranjeira, macieiras, plantações de café, etc. 

Durante a formação dessa cultura, os gastos são acumulados na conta "Cultura Permanente em Formação" - Imobilizado. 

Quando atingir a sua maturidade e estiver em condições de produzir, o saldo da conta da cultura em formação será transferido para a conta "Cultura

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Permanente Formada" - Imobilizado, especificando-se o tipo de cultura. 

Esta conta está sujeita á contabilização de exaustão, a partir do mês em que começar a produzir.  

Produção da Cultura Permanente 

Durante o período de formação do produto a ser colhido (maçã, uva, laranja, etc.) os custos pagos ou incorridos serão acumulados em conta específica, que poderá ser denominada de "Colheita em Andamento" - Estoques - Ativo Circulante, devendo-se especificar o tipo de produto que vai ser colhido. Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta denominada "Produtos Agrícolas" - Estoques, especificando-se o tipo de produto colhido.  

Registros Contábeis 

Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas, com obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, observando-se o seguinte: 1 - os bens originários de culturas temporárias e permanentes devem ser avaliados pelo seu valor original, por todos os custos integrantes do ciclo operacional, na medida de sua formação, incluindo os custos imputáveis, direta ou indiretamente, ao produto, tais como sementes, irrigações, adubos, fungicidas, herbicidas, inseticidas, mão-de-obra e encargos sociais, combustíveis, energia elétrica, secagens, depreciações de prédios, máquinas e equipamentos utilizados na produção, contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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arrendamentos de máquinas, equipamentos e terras, seguros, serviços de terceiros, fretes e outros; 2 - os custos indiretos das culturas, temporárias ou permanentes devem ser apropriados aos respectivos produtos; 3 - os custos específicos de colheita, bem como de beneficiamento, acondicionamento, armazenagem e outros necessários para que o produto resulte em condições de comercialização, devem ser contabilizados em conta de Estoque de Produtos Agrícolas; 4 - as despesas pré-operacionais devem ser amortizadas a partir da primeira colheita. O mesmo tratamento contábil também deve ser dado às despesas pré-operacionais, relativas as novas culturas, em entidade agrícola já em atividade; 5 - os custos com desmatamento, destocamento, corretivos de solo e outras melhorias para propiciar o desenvolvimento das culturas agrícolas que beneficiarão mais de uma safra devem ser contabilizados pelo seu valor original, no Ativo Diferido, como encargo das culturas agrícolas desenvolvidas na área, deduzidas as receitas líquidas obtidas com a venda dos produtos oriundos do desmatamento ou destocamento; 6 - a exaustão dos componentes do Ativo Imobilizado relativos às culturas permanentes, formado por todos os custos ocorridos até o período imediatamente anterior ao início da primeira colheita, tais como preparação da terra, mudas ou sementes, mão-de-obra, etc., deve ser calculada com base na expectativa de colheitas, de sua

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produtividade ou de sua vida útil, a partir da primeira colheita; 7 - os custos incorridos que aumentem a vida útil da cultura permanente devem ser adicionados aos valores imobilizados; 8 - as perdas correspondentes à frustração ou ao retardamento da safra agrícola devem ser contabilizadas como despesa operacional; 9 - os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto pelo valor de mercado devem ser contabilizados como receita operacional, em cada exercício social; 10 - os custos necessários para a produção agrícola devem ser classificados no Ativo da entidade, segundo a expectativa de realização: a) no Ativo Circulante, os custos com os estoques de produtos agrícolas e os custos com tratos culturais ou de safra necessários para a colheita no exercício seguinte; eb) no Ativo Permanente Imobilizado, os custos que beneficiarão mais de um exercício. 

2. ATIVIDADES PECUÁRIAS As atividades das Entidades Pecuárias alcançam desde a inseminação, ou nascimento, ou compra, até a comercialização, dividindo-se em:  a) cria e recria de animais para comercialização de matrizes;b) cria, recria ou compra de animais para engorda e comercialização; e

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c) cria, recria ou compra de animais para comercialização de seus produtos derivados, tais como: leites, ovos, mel, sêmen, etc.

 Na contabilidade da empresa com exploração de atividade pecuária, o rebanho existente deverá ser classificado de acordo com o tipo de criação e finalidade:

1 - No Imobilizado - Ativo Permanente: a) Gado Reprodutor: representado por bovinos, suínos, ovinos, eqüinos e outros destinados à reprodução, ainda que por inseminação artificial;b) Rebanho de Renda: representado por bovinos, suínos, ovinos, eqüinos e outros que a empresa explora para produção de bens que constituem objeto de suas atividades;c) Animais de Trabalho: representados por eqüinos, bovinos, muares, asininos destinados a trabalhos agrícolas, sela e transporte. Em decorrência dessa classificação no Ativo Permanente, esses bens ficam sujeitos à depreciação a partir do momento em que estiver em condições de produzir ou posto em funcionamento ou uso. 2 - Estoque - Ativo Circulante: Classificam-se no Ativo Circulante as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Portanto, os rebanhos que se destinam à venda ou a consumo serão registrados nessa conta e ficarão sujeitos à avaliação de estoque, pelo preço de

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mercado, custo médio ou inventário físico (PN CST nº 6/79). 3 - Crias novas: É recomendável que a cria recém-nascida seja classificada primeiramente no Estoque – Ativo Circulante até que atinja uma idade em que possa ser analisada a sua habilidade para o trabalho, procriação ou engorda, quando então será definida a sua permanência no Ativo Circulante ou a sua reclassificação para o Imobilizado – Ativo Permanente. O valor do custo das crias nascidas poderá ser apurado pelo preço real de custo ou pelo preço corrente de mercado, gerando nesse último caso uma receita de "superveniência ativa". O desaparecimento ou morte de animais terá seus valores registrados em conta de resultado como "insubsistências ativas". 

Registros Contábeis Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas, com obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, observando-se o seguinte: 1 - os animais originários da cria ou da compra para recria ou engorda são avaliados pelo seu valor original, na medida de sua formação, incluindo todos os custos gerados no ciclo operacional, imputáveis, direta ou indiretamente, tais como: rações, medicamentos, inseticidas, mão-de-obra e encargos sociais, combustíveis, energia elétrica, depreciações de prédios, máquinas e equipamentos

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utilizados na produção, arrendamentos de máquinas, equipamentos ou terras, seguros, serviços de terceiros, fretes e outros; 2 - as despesas pré-operacionais devem ser amortizadas à medida que o ciclo operacional avança em relação à criação dos animais ou à produção de seus derivados; 3 - nas atividades de criação de animais, os componentes patrimoniais devem ser avaliados como segue:a) o nascimento de animais, conforme o custo acumulado do período, dividido pelo número de animais nascidos;b) os custos com os animais devem ser agregados ao valor original à medida que são incorridos, de acordo com as diversas fases de crescimento; ec) os estoques de animais devem ser avaliados segundo a idade e a qualidade dos mesmos; 4 - os animais destinados à reprodução ou à produção de derivados, quando deixarem de ser utilizados para tais finalidades, devem ter seus valores transferidos para as Contas de Estoque, no Ativo Circulante, pelo seu valor contábil unitário; 5 - as perdas por morte natural devem ser contabilizadas como despesa operacional, por decorrentes de risco inerente à atividade; 6 - os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto pelo valor de mercado devem ser contabilizados como receita operacional, em cada exercício social. 

DEPRECIAÇÃOContabilização

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 O registro contábil da quota de depreciação de semoventes será a débito de conta de custo ou despesa, e a crédito da conta de depreciação acumulada.  

3. RECEITAS DA ATIVIDADE RURAL 

As receitas operacionais da atividade rural são aquelas provenientes do giro normal da empresa, em decorrência da exploração das respectivas atividades rurais. A empresa rural tem como atividades principais a produção e venda dos produtos agropecuários por ela produzidos, e como atividades acessórias as receitas e despesas decorrentes de aplicações financeiras; as variações monetárias ativas e passivas não vinculadas a atividade rural; o aluguel ou arrendamento; os dividendos de investimentos avaliados pelo custo de aquisição; a compra e venda de mercadorias, a prestação de serviços, etc. Desse modo, não são alcançadas pelo conceito de atividade rural as receitas provenientes de: atividades mercantis (compra e venda, ainda que de produtos agropastoris); a transformação de produtos e subprodutos que impliquem a transformação e a alteração da composição e características do produto in natura, com utilização de maquinários ou instrumentos sofisticados diferentes dos que usualmente são empregados nas atividades rurais (não artesanais e que configurem industrialização), como também, por meio da utilização de matéria-prima que não seja produzida na área rural explorada; receitas provenientes de aluguel ou arrendamento, receitas de aplicações financeiras e todas aquelas que não possam ser

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enquadradas no conceito de atividade rural consoante o disposto na legislação fiscal (RIR/94, art. 352, e PN CST nº 07/82). 

4. DESPESAS DE CUSTEIO  

Consideram-se despesas de custeio, dedutíveis na apuração do resultado da atividade rural, aquelas necessárias à percepção dos rendimentos e à manutenção da fonte produtora e estejam relacionadas com a natureza da atividade exercida, apropriando-as em função do regime de competência.  Exemplos: gastos com salários e encargos de trabalhadores rurais, custos de depreciação de máquinas e equipamentos, exaustão das culturas, etc.  As perdas, parciais ou totais, decorrentes de ventos, geada, inundação, praga, granizo, seca, tempestade e outros eventos naturais, bem como de incêndio, devem ser registradas como despesa não-operacional do exercício.   

5. AVALIAÇÃO DE ESTOQUE O estoque final de produtos agrícolas, animais e extrativos, existente no encerramento do período, deverá ser avaliado com base num dos seguintes critérios de avaliação: a) custo médio;b) custo de aquisições mais recentes (Peps);c) inventário físico (contagem física) avaliado aos preços unitários praticados mais recentemente nas compras; ed) preços correntes no mercado.

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 Observe-se que a avaliação do estoque a preços de mercado, embora de apuração mais prática, implica no reconhecimento da valorização como receita tributável no período. 

ATIVIDADE RURAL*CONTADOR VALDECI MEDEIROS

Empresas Rurais

São aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo, através do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas.

Atividade Agrícola

- Cultura de cereais, hortaliças, tubérculos, plantas oleaginosas, especiarias, fibras, etc.contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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- Arboricultura: reflorestamento, pomares, etc. Atividade Zootécnica: Criação de animais, principalmente a pecuária.

Atividade Agro-industrial

Beneficiamento e transformação de produtos agrícolas e zootécnicos.

Contabilidade Rural

É a contabilidade geral aplicada às empresas rurais (agrícolas, zootécnica, agropecuária e agro-industrial).

Ano Agrícola x Exercício Social

Normalmente o exercício é encerrado em 31.12 do ano civil, o que na atividade agropecuária não ocorre.

Na atividade agrícola o normal é que o exercício se encerre no final do mês seguinte ao da colheita. Se existir diversificação de culturas deverá ser encerrado nas culturas que prevalecem economicamente.

Na pecuária, o ideal é encerrá-lo logo após o nascimento dos bezerros.

Em relação ao imposto de renda, a lei 7.450/85 torna obrigatório o exercício social coincidir com o ano civil, o que traz sérios prejuízos à contabilidade rural, já que este deveria coincidir com o ano agrícola.

Forma Jurídica de Exploração na Agropecuária

Existem duas formas jurídicas possíveis de exploração; pessoa física e pessoa jurídica, sendo a primeira a que prevalece no Brasil, por ser menos

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onerosa e proporcionar mais vantagens na ordem fiscal.

As pessoas físicas tidas como pequeno e médio produtor rural não precisam, para fins de IR, fazer escrituração regular em livros contábeis e podem utilizar apenas um livro caixa, e efetuar uma escrituração simplificada.

Já as pessoas físicas, tidas como grande produtor rural, são equiparadas às pessoas jurídicas; portanto, devem fazer escrituração regular por intermédio de um profissional da área contábil qualificado.

Pessoa jurídica é dividida em sociedade civil, se construída sob a forma de limitada, e sociedade comercial, se constituída sob a forma de S/A .

A exploração da atividade agropecuária resulta da combinação de duas personalidades fundamentais: o capital fundiário (terra, edificações rurais, etc.) e o capital de exercício (gado para reprodução, equipamentos, etc.). Ou seja o proprietário da terra, mais o empresário, que pode ser ou não, proprietário da terra.

Existem várias formas de explorar na agropecuária:

- Empresário agropecuário com a propriedade da terra, soma-se o capital fundiário e de exercício.

- Parceria ocorre quando o proprietário da terra contribui no negócio com o capital fundiário e de exercício. Pode associar-se a terceiros em forma de parceria, à meia, à terça parte, etc.

- Arrendamento é quando o proprietário da terra aluga seu capital fundiário por determinado período a um empresário, recebendo uma retribuição, em forma de aluguel.

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- Comodato é o empréstimo gratuito, ou seja, o proprietário cede a terra sem receber nada.

- Condomínio é uma propriedade em comum, em que os condôminos compartilham dos riscos e dos resultados.

CUSTO DA PRODUÇÃO NA ATIVIDADE RURAL*CONTADOR VALDECI MEDEIROS

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INTRODUÇÃO

A análise da atividade econômica, através dos custos de produção, é um grande auxílio para a tomada de decisões na propriedade rural. No momento econômico que vive o País, com o fim de subsídios e incentivos e a globalização da economia, intensifica-se a necessidade de o produtor rural buscar informações mais confiáveis para tornar-se mais competitivo no mercado.

Apesar de algumas dificuldades com relação ao processo de apuração de dados, cada dia que passa os produtores buscam formas de melhorar os mecanismos para poder realizar uma análise econômico-financeira real e precisa da sua atividade.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Constantemente vimos os produtores rurais alegando que os preços de mercado dos produtos não cobrem o que se gasta para produzi-los e que a saída é mudar de atividade. Isto ocorre porque geralmente o produtor rural não planeja suas atividades, não pesquisa as necessidades do mercado, desperdiça dinheiro na compra de insumos, pagando preços altos, em época de maior demanda, ou em aquisições de maquinaria superdimensionada para seu volume de produção e área cultivada, entre outras.

A propriedade rural deve ser encarada como uma empresa, produtora de bens e serviços. Por definição, empresa tem por objetivo produzir economicamente, ou seja, com lucro. O lucro é aquela parcela de preço do mercado que supera os custos de produção. Examinando cada uma dessas variáveis, concluímos: imediatamente que a variável  mais fácil de ser dominada pelo produtor é contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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o custo de produção, através de técnicas de pesquisas, planejamento, orçamento e controle.

As teorias econômicas ensinam que o custo total de produção é a soma de todas as despesas, feitas como pagamento, pela utilização dos recursos usados durante o período de produção de um bem.

Em outras palavras, os custos são o total dos meios de produção consumidos e a parte proporcional dos meios de produção fixos desgastados, expressos em dinheiro, durante o período de produção de um bem.

Controlar esses custos significa identificar, dimensionar e apropriar cada um dos itens desse custo com o objetivo de mostrar a situação dessa propriedade rural em relação aos rendimentos de determinadas atividades. De uma forma generalizada, o controle dos custos é uma ferramenta que permite ao produtor rural situar-se dentro de sua atividade, mostrando se o seu desempenho é rentável ou não.

O controle dos custos de produção para o produtor rural serve como elemento auxiliar de sua administração, na escolha das culturas a serem plantadas, das práticas agrícolas a serem utilizadas, das novas tecnologias a serem adotadas; enfim, direcionado-o e auxiliando-o na sua atividade.

Ao produtor rural que procura se ocupar do uso eficiente dos meios de produção, apresentam-se duas características de sua atividade: limitada disponibilidade dos meios de produção e ilimitado desejo de produzir, para satisfazer as necessidades próprias e de mercados.

Essas diferenças devem fazer com que o produtor analise com mais propriedade as condições de

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produção , de modo a relacionar e buscar os meios para produzir com mais eficiência.

Planilha de Custos

Após a determinação do plano de atividades para o ano, necessita-se realizar uma avaliação de cada atividade prevista, primeiramente dos custos e posteriormente das receitas, a fim de verificar o resultado.

A planilha de custos é montada com o objetivo de realizar esta avaliação por atividade, na qual se citam a área ou o lote considerado. Ela nos permite verificar o custo anual dentro do ciclo de produção, o custo por item que compõe o produto (mão-de-obra, insumos ...), bem como as porcentagens desses itens no custo total.

Apropriação dos Custos

Os custos são divididos em dois grandes grupos: Custos Diretos e Custos Indiretos.

a) Custos diretos

São aqueles que se identificam com o produto. São apropriados diretamente ao produto. São os custeios, aqueles que devemos efetivamente pagar para fezê-los. Conhece-se exatamente quanto cada grupo absorveu de custos. O caso mais simples é o insumo. Para uma determinada área de soja, precisa-se de tantos quilos de semente, que custam tantos reais. Portanto o valor dessa semente pode ser atribuída diretamente a essa área de soja.

Outro Custo Direto é a mão-de-obra. Sabe-se exatamente quanto tempo se demora para preparar, semear, tratar e colher uma determinada área. Basta calcular o custo de mão-de-obra, por

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hora, e atribui-lo exatamente a essa área de soja. Este caso denominamos mão-de-obra direta.

Podemos dizer que os Custos Diretos são aqueles em que houve diretamente o desembolso para efetivar a cultura. São chamados também de custos desembolsados.

b) Custos Indiretos

São aqueles não identificáveis por produto. Não há uma medida objetiva, mas há a necessidade de estimar, de distribuir os custos proporcionalmente por produto (rateio).

É o caso de se identificar o capital fixo investido na empresa para desenvolver tal atividade (máquinas, equipamentos e benfeitorias). O custo total destes investimentos deve ser amortizado anualmente, de acordo com sua vida útil. A essa amortização anual é que chamamos de DEPRECIAÇÃO, considerada como custo indireto, para que, no final de sua vida útil, possam ser substituídos por outro bem de igual valor e função.

Há, ainda, os custos de oportunidade a serem considerados, tais como os de oportunidade da terra e do capital investido na atividade. Os custos de oportunidade significam o valor que estes bens (terra e capital) poderiam render se fossem substituído por outra aplicação ou dada outra destinação.

Os custos indiretos são chamados também de custos não desembolsados, pois não houve diretamente o desembolso para efetivação da cultura. Cabe salientar que estes custos já foram desembolsados anteriormente por ocasião do investimento da infra-estrutura da empresa rural.

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A depreciação no Brasil é tratada como Custo Indireto, pois se trabalha com uma taxa fixa de depreciação e se deprecia o bem estando ele trabalhando ou ocioso.

Um outro aspecto é a relevância do item de custo. No caso de materiais diversos, poderíamos identificar o quanto se utilizou para cada produto. Todavia, trata-se de um valor tão pequeno, que não compensa tal esforço. Neste caso, normalmente, trata-se como Indireto.

ESTABELECIMENTO DO CICLO DE PRODUÇÃO

A disposição diária, semanal, quinzenal, mensal, ou anual da safra ou ciclo de produção, numa planilha, é importante porque nos permite visualizar, numa simples passada de olhos, os custos diretos e indiretos dentro desses períodos.

CÁLCULO DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA

Quando pensamos em mão-de-obra, entendemos que não se trata apenas do valor contratual ou do valor nominal do salário, mas também a inclusão dos encargos sociais.

Neste cálculo podemos considerar a condição de mensalista ou de diarista. Levando em conta a jornada desenvolvida neste período, chegaremos ao custo de mão-de-obra por período de tempo (horas, minutos, etc). Após chegarmos ao custo, por período de tempo, e tendo o conhecimento que determinado processo leva tanto tempo para ser realizado, obtemos o custo de mão-de-obra por operação realizada durante uma safra.

DETERMINAÇÃO DO CUSTO DOS INSUMOS

Os insumos são Custos Diretos, portanto, fica fácil de se identificá-los por atividade.

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Em primeiro lugar, deve-se determinar que insumos e em que quantidade serão usados na atividade. Após, considerar, na sua avaliação, o valor atual destes insumos e distribuí-los conforme o período de utilização mais usual na atividade. Assim obteremos, ao final, o custo de cada item de insumo que compõe o custo total da atividade. Existem outros itens de custos que não se enquadram nem como insumos, nem como mão-de-obra, tais como taxas, impostos, etc. e que serão agrupados e designados de OUTROS.

TOTALIZAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS

Após obtidos os custos com mão-de-obra e insumos, somamos ambos para obtermos Custo Direto ou o custeio da atividade.

a) Depreciação

A depreciação é um tipo de custo que se calcula sobre os ativos fixos depreciáveis, a fim de que, quando estes esgotarem, haja recursos para a compra de novos. Estes valores vão servir para o uso do balanço patrimonial, bem como na determinação do custo de produção de cada cultura que tenha se beneficiado com o uso depreciado. Quando o bem depreciável é utilizado por uma só exploração, esta fica 100% do custo imputado. Caso seja utilizado por mais de uma exploração, o valor calculado deve ser rateado proporcionalmente ao uso, ou ao valor bruto da produção, ou outro julgamento, considerado mais adequado.

Três são as causas que provocam a depreciação dos bens: Ação da Natureza, Uso, Obsolescência.

b) Custo de oportunidade da terra

Quando a exploração de uma atividade situar-se em terra própria, devemos imputar um custo por contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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esta, pois este investimento em terra poderia gerar uma renda para o seu proprietário, simplesmente aplicando este dinheiro no banco ou arrendando-a para outro produtor. Por isso, considera-se que, quando o produtor ocupa ele próprio esta terra, há um custo de arrendamento que, apesar de não desembolsar, representa um custo de oportunidade.

c) Custo de administração

Normalmente os produtores não apropriam o custo de administração. Simplesmente retiram valores necessários para sua manutenção, e quando há sobra de recursos, retiram valores maiores para compra de suprimentos pessoais. Aconselha-se que o produtor defina um valor mensal para sua retirada, e este custo seja apropriado em todas as atividades. Este custo poderá ser intitulado de "honorários".

d) Custos de oportunidade do capital

Este cálculo só é válido para capital próprio, envolvido no custeio. Para tal, recomenda-se aplicar a este capital a taxa de juros vigente, proporcional ao tempo de utilização do recurso.

DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS

Como vimos, os Custos Indiretos não se identificam por produto ou atividade, por isso há necessidade de fazer uma distribuição proporcional por produto, de forma arbitrária (rateio), considerando algum critério previamente estabelecido.

a) Rateio proporcional anual da área

Este critério torna-se útil para aquele produtor que não tem uma Contabilidade Gerencial e que não dispõe de controles mais apurados sobre a

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produção, a receita e os custos diretos de um ano agrícola.

b) Rateio proporcional à receita anual obtida

Parece ser um critério bastante justo, porém não separa aquelas atividades em que se obtém uma rentabilidade maior, utilizando uma estrutura de produção menor; ou seja, pode-se estar aliviando o custo indireto em atividade com baixa rentabilidade e aumentando o custo indireto em atividade com alta rentabilidade.

c) Rateio proporcional aos Custos Diretos

Este critério vem da idéia de que, quanto maiores forem os custos diretos, maior será o uso da estrutura de produção, advindo dos custos indiretos.

TOTALIZAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS

Obtemo-los somando a depreciação total, custo de oportunidade da terra, custo de administração e custo de oportunidade do capital.

CÁLCULO DO CUSTO TOTAL

Obtemo-lo somado o total dos custos diretos com o total dos custos indiretos. Este valor nos mostra o total do custo para produzirmos determinado produto, incluindo nele todos aqueles fatores que, de forma direta ou indireta, contribuíram para esta produção.

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PLANILHAS DE CUSTO DE PRODUÇÃO

ATIVIDADE: Soja

*CONTADOR VALDECI MEDEIROS

ÁREA: Plantada 8 has

DISCRIMINAÇÃO Out/Nov Dez/Jan Fev/Mar Abr/Mai TOTAL

MÃO DE OBRA       

469,92

Dessecação 4,96     

4,96

Plantio 24,96     

24,96

Aplicação defensivos 

10,00 10,00 

20,00

Colheita transporte     

420,00 420,00

INSUMOS       

1.245,60

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Semente + inoculante 216,00     

216,00

Dessecante 108,00     

108,00

Adubo 480,00     

480,00

Herbicida 

280,00   

280,00

Inseticida   

80,00 

80,00

Combustíveis lubrific. 70,00 5,80 5,80 

81,60

OUTROS       

73,92

Funrural     

73,92 73,92

CUSTO DIRETO       

1.789,44

Depreciação 217,30     

217,30

Custo de Oport. Terra 384,00     

384,00

Custo de Oport. Capital 120,00     

120,00

Custo Administrativo 20,00     

20,00

CUSTO INDIRETO       

741,30

CUSTO TOTAL       

2.530,74

COMENTÁRIO:

O plantio da soja ocupa uma área de 8 ha, com uma produção média de 35 sc. por ha, que, ao preço de R$ 12,00 o saco de 60 Kg, perfaz uma receita de R$ 3.360,00, com um custo de produção de R$ 2.530,74, resultando num rendimento liquido de R$ 829,26, o que representa 24,68% da lucratividade sobre a receita bruta.

A rentabilidade deste produto não é das melhores, levando em conta os demais produtos da propriedade. Isto ocorre porque, além do custo dos insumos serem altos, os custos indiretos (depreciação, custos de oportunidade de capital e da terra) tornam-se elevados, pois, contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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respectivamente, ocupa-se muita maquinaria, investe-se um elevado capital e também ocupa-se elevada área de terra.

Atualmente, com a grande oferta do produto no mercado, devido à boa colheita no Brasil e também na expectativa de obter-se o mesmo nos EUA, o preço do produto, que já esteve bem melhor (em torno de R$ 17,00 o saco), deverá permanecer o mesmo ou até mesmo baixar, o que nos leva a crer que se nesta área em que se planta este produto, o plantio de outros produtos, são comprovadamente  mais rentáveis, com maior  retorno ao produtor.

PLANO DE CONTAS*CONTADOR VALDECI MEDEIROS

1 Ativo

11 Circulante 111 Disponível 111.1000 Caixa

111.2000 Bancos Conta Movimento111.2001 Banco do Boi S.A.

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112 Créditos 112.1000 Clientes112.1001 Frigorífico Parceiro S.A.

113 Estoques 113.1000 Reses – Bois em Confinamento

113.2000 Rações113.2001 cana-de-açúcar113.2002 Milho113.2003 Concentrado113.2004 Cama de Frango113.2005 Outros

113.3000 Materiais de Consumo113.3001 Combustíveis e Lubrificantes113.3002 Peças e Acessórios p/ Veículos113.3003 Materiais para Manutenção113.3004 Materiais de Escritório

12 Realizável a Longo Prazo

13 Permanente 131 Imobilizado 131.1000 Terreno

131.2000 Máquinas e Equipamentos131.2001 Tratores131.2002 Implementos131.2003 Outros Equipamentos

131.3000 Instalações infra-estrutura

131.4000 Depreciação Acumulada131.4001 Deprec. Máquinas e Equipamentos131.4002 Deprec. Instalações

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2 Passivo 21 Circulante 211 Obrigações 211.1000 Fornecedores 211.1001 Fornecedor Animais211.1002 Fornecedor Rações

211.2000 Empréstimos 211.2001 Banco do Boi S.A.211.2002 (-) Encargos Financeiros a Transcorrer

211.3000 Salários a Pagar

211.4000 Encargos Sociais a recolher211.4001 INSS – Funrural a recolher211.4002 Imposto de Renda Ret. Fonte a recolher

211.5000 Encargos Tributários a Pagar211.5001 Imposto de Renda a recolher211.5002 ITR a recolher

211.6000 Contas a pagar211.6001 Água, luz e telefone a pagar211.6002 Outras contas a pagar

211.7000 Provisões211.7001 Férias211.7002 13º Salário

211.8000 Outras obrigações211.8001 Juros a pagar211.8002 Dividendos a pagar

22 Exigível a Longo Prazo

23 Resultados de Exercícios Futuros

24 Patrimônio Líquido

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241 Capital 241.1000 Capital Social Integralizado

242 Reservas 242.1000 Reservas de Lucros242.1001 Reserva Legal

243 Lucros ou Prejuízos Acumulados243.1000 Lucros Acumulados243.2000 Prejuízos Acumulados

3 Receitas 31 Receitas Operacionais Brutas311 Receitas de Vendas 311.1000 Venda de Boi Gordo

32 (-) Deduções 321 Deduções 321.1000 Abatimentos s/ vendas

4 Custos e Despesas 41 Custo dos Prod. Vendidos 411 Custo dos Bois411.1000 Custo dos Animais411.2000 Custo dos Insumos

412 Mão de Obra 412.1000 Salários e Encargos

42 Despesas Administrativas 421 Impostos e Taxas422 Pessoal Administrativo

423 Manutenção 423.1000 Máquinas e Equipamentoscontabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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423.2000 Instalações Infra Estrutura

424 Depreciações 424.1000 Máquinas e Equipamentos424.2000 Instalações Infra Estrutura

43 Despesas Comerciais 431 Fretes

44 Despesas Financeiras 441 Juros 441.1000 Juros sobre empréstimos441.2000 Outras despesas financeiras

45 Outras Receitas e Despesas Operacionais

46 Provisão para Impostos 461 Provisão para Imposto de Renda

PLANO DE CENTRO DE CUSTOS

1 Administração1.1 Administração Geral1.1.1 Escritório1.1.2 Limpeza1.1.3 Comercial

2 Confinamento2.1 Alimentação

3 Silagem e Depósitos3.1 Silos3.2 Depósitos

4 Manutenção4.1 Manutenção de Máquinascontabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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4.1.1 Tratores, Veículos e Vagões4.1.2 Máquinas Fixas

4.2 Manutenção das Instalações4.2.1 Elétrica4.2.2 Hidráulica4.2.3 Construções e Cercas

5 Zootecnia e Veterinária5.1 Zootecnia5.2 Veterinária

ADMINISTRAÇÃO RURAL MODERNA

*CONTADOR VALDECI MEDEIROS

A necessidade de uma atualização dos meios de gerenciamento nas empresas rurais, é hoje uma realidade fundamental para alcançar resultados de produtividade que garantam o sucesso do compreendimento. Para tanto, é necessário que se tomem decisões do empreendimento agropecuário de forma rápida, adequando-se assim às mudanças da política e à economia do país.

Deve-se estar atento para os seguintes pontos:

Planejamento: as programações anuais elaboradas devem ser mantidas e aprimoradas. Devem servir de base às ações, direcionando as atividades a serem executadas; e servir de base ao orçamento, contabilidade rural Rua Newton Prado, 622– Bom Retiro - São Paulo – CEP 01127-000– fones 3666-8472/ 8499-7634

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exercendo a previsão das necessidades, geração de recursos, controlando o andamento da atividade e comparando o real com o orçado.

Controle financeiro e de resultados: deve estar ao alcance do administrador e executado sob sua supervisão.

Uma medida importante é a separação da contabilidade gerencial da fiscal, das contas bancárias particulares e das contas da empresa.

É importante o controle gerencial a fim de que se percebam os problemas operacionais e se avalie o desempenho de cada unidade estratégica do negócio.

Controle de produção: esse controle é importante, pois mede o desempenho e avalia os resultados obtidos ao longo do desenvolvimento da atividade.

Através dos controles citados acima, torna-se mais fácil executar o gerenciamento, que permite a tomada de decisão, com base em dados consistentes e reais. Entretanto, atualmente, isto é uma dificuldade constante para produtores rurais, pois eles têm necessidade de saber onde e de que forma estão sendo aplicados seus recursos, e qual é o retorno financeiro obtido.

A necessidade de uma atualização dos meios de gerenciamento nas empresas rurais, é hoje uma realidade fundamental para alcançar resultados de produtividade que garantam o sucesso do compreendimento. Para tanto, é necessário que se tomem decisões do empreendimento agropecuário de forma rápida, adequando-se assim às mudanças da política e à economia do país.

Deve-se estar atento para os seguintes pontos:

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Planejamento: as programações anuais elaboradas devem ser mantidas e aprimoradas. Devem servir de base às ações, direcionando as atividades a serem executadas; e servir de base ao orçamento, exercendo a previsão das necessidades, geração de recursos, controlando o andamento da atividade e comparando o real com o orçado.

Controle financeiro e de resultados: deve estar ao alcance do administrador e executado sob sua supervisão.

Uma medida importante é a separação da contabilidade gerencial da fiscal, das contas bancárias particulares e das contas da empresa.

É importante o controle gerencial a fim de que se percebam os problemas operacionais e se avalie o desempenho de cada unidade estratégica do negócio.

Controle de produção: esse controle é importante, pois mede o desempenho e avalia os resultados obtidos ao longo do desenvolvimento da atividade.

Através dos controles citados acima, torna-se mais fácil executar o gerenciamento, que permite a tomada de decisão, com base em dados consistentes e reais. Entretanto, atualmente, isto é uma dificuldade constante para produtores rurais, pois eles têm necessidade de saber onde e de que forma estão sendo aplicados seus recursos, e qual é o retorno financeiro obtido.

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...................................................................................................................................................PESQUISA E SELEÇÃO : PROF. FERNANDO ANTONIO DE CAMPOS

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