Conto: Uma história curta. É também chamado de curta narrativa. Como se fosse um romance em...

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LITERATURA MONITORA: Sara S. Almeida Gurupi, setembro de 2012

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LITERATURA

MONITORA: Sara S. Almeida

Gurupi, setembro de 2012

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Romantismo

“O amor são duas vogais, duas consoantes e dois idiotas...”

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Conhecimentos prévios:

• Conto: Uma história curta.É também chamado de curta narrativa.

Como se fosse um romance em tamanho menor, o conto apresenta um tema

central, poucos personagens, tempo e espaço restritos.

É um flagrante da vida real, uma história curta que tem como núcleo um conflito, um drama, um flash da vida cotidiana!

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Conhecimentos prévios:

• Crônica: Pílulas de vida!Gênero vindo do meio jornalístico,

podemos considerá-la como um texto curto, contendo simples relatos, sem

enredo nem trama, em que o autor capta um instantâneo de seu cotidiano e o

narra.

“Recolhe da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida”.

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Conhecimentos prévios:

NASCE O ROMANCE!• Romance: Recriação da realidade.É a narração de um fato imaginário,

mas verossímil, que representa quaisquer aspectos da vida social e familiar do homem. É também chamado de longa narrativa, uma vez que apresenta um corte mais amplo da vida com situações e personagens mais densos e complexos.

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Contexto Histórico: •Ascensão da burguesia após as revoluções inglesa, francesa e a independência americana;• Chegada da Família Real portuguesa ao Brasil;• Implantação de escolas-régias (Ensino Médio) e a primeira instituição de Ensino Superior, a Escola Médica-Cirúrgica, na Bahia.• O Brasil recebe a Missão Artística Francesa.

O Romantismo nasceu na Alemanha, no final do século XVIII com a publicação de um romance que causou uma onda de suicídios: Os Sofrimentos do Jovem Werter, do alemão Goethe. Os leitores não suportavam o sofrimento e se matavam...

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Fatos interessantes: Nesse contexto a leitura começa a se desenvolver. Algumas mulheres já se interessam pela cultura e são

elas que irão ajudar na ploriferação da leitura.

Para que haja uma Literatura nacional, é necessário que haja uma nação. É no

romantismo que o Brasil se torna independente de Portugal e, portanto,

a literatura nacional começa no período romântico.

A palavra romance, popularmente, assume também o sentido de “caso amoroso”.

Contudo um romance não precisa necessariamente tratar ter um tema

amoroso. O amor pode ou não participar de qualquer um deles. Outra confusão é

pensar que todo romance é romântico. Embora tenha se firmado no Romantismo, o

romance tem vida própria, fez parte de movimentos literários anteriores e chegou

até nossos dias!

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Romantismo = novos valores

• Representação dos costumes da elite brasileira;• Divulgação de valores morais – importância pedagógica –”as heroínas dos romances tornavam-se modelos para os papéis de mães ou esposas.• Consolidação da identidade nacional.

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Tipos de romance:• Urbano – retrata as praças, as ruas, a vida nas cidades grandes. As festas populares, os teatros, os saraus, a vida social, enfim.

• Histórico - O escritor busca inspiração no passado histórico, remoto, lendário. O romance deveria proporcionar a ilusão do verdadeiro, real, acontecido. Há um compromisso com a verdade histórica.

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Tipos de romance:• Regionalista - Transfere dos índios para os sertanejos o “status” da símbolo de nacionalidade. Afinal, o Brasil puro seria o do interior, o do sertão, longe das influências externas.

• Indianista - O elemento indígena constitui-se como um dos temas mais marcantes do nosso Romantismo. Os índios são personagens principais, ou seja, representam a própria nacionalidade brasileira.

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Tipos de romance:• Regionalista - Transfere dos índios para os sertanejos o “status” da símbolo de nacionalidade. Afinal, o Brasil puro seria o do interior, o do sertão, longe das influências externas.

• Indianista - O elemento indígena constitui-se como um dos temas mais marcantes do nosso Romantismo. Os índios são personagens principais, ou seja, representam a própria nacionalidade brasileira.

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Folhetins:“A prosa de ficção no BrasilTinha sempre um belo fim!Começou a ser publicadaEm forma de folhetim...”

O Folhetim era uma publicação em periódicos das histórias

escritas pelos autores. Era um capítulo por jornal que parava no

ponto culminante para que o leitor comprasse novamente no próximo

número.

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Personagens: Home

mSempre bonito,

fiel, apaixonado, dedicado e, de

preferência rico...

Será que ainda existe?

MulherMeiga, prendada,

delicada e, de preferência, não

muito inteligente...

E as mulheres de hoje?

Objetivo: Casamento e o final feliz! s2 (suspiro)E se não desse certo? Mata-se todo mundo! OO’ (Trágico)

Se o romance não desse certo uma das saídas era a

morte, que era representada como

salvadora e redentora.

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O pai da literatura romântica...

“Nessa terra de palmeirasOnde canta o sabiáO pai da literatura românticaFoi o José de Alencar!José de Alencar foi destaqueE de maneira altaneiraAfirmou com toda voz:‘Escrevo em língua brasileira!”’

Considerado o maior escritor de prosa do romantismo.

Escreveu romances históricos (As Minas de Prata) Indianistas ( O Guarani, Iracema e Ubirajara) Regionalistas ( O Gaúcho) e Urbanos (Diva, Lucíola, Senhora)

Viveu em um ambiente familiar intelectualizado e favorável à formação cultural.

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LUCÍOLA

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Análise da obra

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Lucíola - Análise da obra• Primeiro livro da trilogia perfis de mulher, da qual fazem parte Senhora e Diva.• Tem características marcantes do Romantismo, como a exaltação do amor, o Sentimentalismo melancólico e o subjetivismo.• É considerado um romance urbano pois se passa na corte do Rio de Janeiro. •Foi publicado em forma de folhetim.

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Lucíola

Cenário Situa-se entre seus romances urbanos que representam um levantamento da nossa vida burguesa do século passado.Fixam o Rio de Janeiro da época, com a sua fisionomia burguesa e tradicional, com uma sociedade endinheirada que freqüentava o Teatro Lírico, passeava à tarde na Rua do Ouvidor e à noite no Passeio Público, morava no Flamengo, em Botafogo ou Santa Teresa e era protagonista de dramas de amor que iam do simples namoro à paixão desvairada.

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Lucíola – Processo narrativo

    O AMOR DE LÚCIA E PAULO LUCÍOLA, publicado em 1862, é um romance de amor bem ao sabor do Romantismo, muito embora uma ou outra manifestação do estilo Realista aí se faça presente. Trata-se de um romance de "primeira pessoa", ou seja, o narrador da história é um personagem importante da mesma, Paulo Silva. E ele a narra em cartas dirigidas a uma senhora, G. M. (pseudônimo de Alencar), que as publica em livro com o título de LUCÍOLA.

Em Lucíola, a temática central está exatamente nesta exaltação do amor como força purificadora, capaz de transformar uma prostituta numa amante sincera e

fiel

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Lucíola – Personagens

• Lúcia: personagem que representa o pilar central do livro.• Paulo: é o narrador da história, que relembra os fatos seis anos após a morte de Lúcia, como uma forma de reverenciar a imagem da amada. •Sr. G.M: Desempenha o papel de alter ego do autor (José de Alencar), é a destinatária das cartas de Paulo. Guardiã da ordem e dos valores morais da sociedade. É ao mesmo tempo organizadora/editora das cartas, assumindo, na nota inicial, a posição de advogada do rapaz, pois compactua com ele do mesmo juízo em relação a Lúcia.

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Lucíola – Nota introdutória: “Ao autor”

“Reuni as suas cartas e fiz um livro.Eis o destino que lhes dou; quanto ao título, não me foi difícil achar.O nome da moça, cujo perfil o senhor desenhou com tanto esmero, lembrou-me o nome de um inseto.Lucíola é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira dos charcos.[...]Demais, se o livro cair nas mãos de alguma das poucas mulheres que lêem neste país, ela verá estátuas e quadros de mitologia, a que não falta nem o véu da graça, nem a folha de figueira, símbolos do pudor no Olimpo e no Paraíso terrestre’’. Novembro de 1861. G. M.

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Lucíola – Capítulo I

• O autor explica a razão das cartas:

"A senhora estranhou, na última vez que estivemos juntos, a minha excessiva

indulgência pelas criaturas infelizes,que escandalizam a sociedade com a

ostentação do seu luxo e extravagâncias”.

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Lucíola – Estrutura narrativa a) há um autor real, José de Alencar;

b) um autor fictício, a senhora G. M., destinatária das cartas de Paulo.   c) Um narrador, Paulo, com a incumbência e o privilégio de ordenar os fatos, comentá-los e tirar-lhes conclusões.       À medida que transmite os fatos, vai fornecendo ao leitor elementos para a análise de Lúcia e dele mesmo.

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Lucíola – Duas leituras possíveis

• Lucíola como heroína trágicaLeitura

mítica

• A representação de uma sociedadeLeitura

sociológica

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Lucíola – Leitura mítica

Segundo Aristóteles (em Poética), o herói trágico tem trajetória descendente: vai da fortuna para o infortúnio; sai de uma situação privilegiada para uma situação de total desagrado. Em sua trajetória comete um erro e é punido por ele. Tal punição representa sempre um restabelecimento da ordem, no que diz respeito aos desígnios dos deuses, mas nem sempre a morte é a pior punição.

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Lucíola – Leitura mítica

Lúcia começa a narrativa numa situação de prestígio: a mulher mais cobiçada da corte, a mais bela cortesã, a mais desejada pelos homens e a mais invejada pelas mulheres. Comete um erro: age como dona de seu destino, escolhendo amantes em função de seus próprios interesses, tentando racionalizar todas as relações, simulando até mesmo a própria morte.

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Lucíola – Leitura sociológica

Enfim, a representação da estrutura social se dá na medida em que Alencar revela a hipocrisia das relações sociais da época. Lúcia pode frequentar o teatro, as festas e os bailes da corte; pode vestir-se com luxo como se fosse uma dama; pode desfrutar da companhia dos homens em orgias e jantares, mas não pode querer ser igual a uma dama da corte, como são as leitoras de folhetim.

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Lucíola – A dualidade de Lúcia

A máscara de mulher pública, livre e “impudente” (despudorada, sem-vergonha)

esconde sua verdadeira essência de mulher recatada e sonhadora, como ela

mesma diz:

“As aparências enganam tantas vezes!”

A simbologia do nome – Lúcia ou Lúcifer?Diz Lúcia: “...Quem não sabe que eu sou anjo de luz, que desci do céu ao inferno?”

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Lucíola

Seria Lúcia uma vítima do sistema?

E Paulo que mesmo a amando, não aceita a própria paixão, debatendo-se entre as solicitações do coração e as imposições morais da sociedade. O lhe seria mais valioso, amor ou a aceitação social?

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“O romance está no ar... Boa leitura!”