Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito...

19
Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF

Transcript of Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito...

Page 1: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

 

Controle de EstruturasControle de EstruturasMariana Tavares de Araujo

Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ)

Brasília, 25 de agosto de 2009

MPF

Page 2: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

1. Consumidor & Concorrência

Defesa do consumidor e defesa da concorrência são intimamente relacionadas

Já na CF, art. 170, ambos são considerados princípios da ordem econômica

Pluralidade de interesses é repetida na legislação infra-constitucional. Por que?

O mercado só existe para atender os interesses do consumidor consumidor é o destinatário econômico final das normas concorrenciais

Page 3: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

2. Como concorrência beneficia o consumidor?

Maior Diversidade, Qualidade e Menor Preço, mesma tecnologia: Tel Fixo x Tel Fixo

x x =

Mais Inovação: Celular substituindo Tel Fixo...

=

Page 4: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

3. Formas de Atuação

“A análise antitruste deve estar sempre norteada pela busca do bem-estar do consumidor” (Parecer SDE)

Preventiva: Controle de fusões e aquisições; visa a preservar

estrutura de mercado que favoreça concorrência Repressiva:

Controle de condutas anticompetitivas Educativa:

Promoção da cultura da concorrência (cartilhas, notas técnicas)

Page 5: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

4. Fusões e aquisições afetam diretamente o consumidor

Page 6: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

5. Atos de Concentração Econômica - “AC’s”

“Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser submetidos à apreciação do CADE”.

Atos de concentração: fusões, aquisições, incorporações, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário (art. 54, § 3°, da Lei 8.884/94) Requisitos: participação de empresa ou grupo de empresas resultante em 20% de um mercado relevante; ou Qualquer dos participantes da operação tenha registrado faturamento bruto anual no último balanço equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais) no Brasil.

Page 7: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

6. Prazo de Apresentação e Eficácia dos AC’s

Os atos devem ser apresentados previamente ou no prazo máximo de quinze dias úteis de sua realização. Multa: R$ 60 mil a R$ 6 milhões (art. 54, § 4°)

3 vias: SDE – SEAE – CADE (art. 54, § 4°)

4 vias: SDE – SEAE – CADE – Agência Reguladora (art. 38, § 2°, da Portaria MJ 4/2006)

Os negócios apresentados a posteriori são fechados sob condição resolutiva. O CADE pode, se entender pela desautorização no mérito, mandar desconstituir os atos que não forem fechados sob condição suspensiva (art. 54, § 9°)

Page 8: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

7. Resultado final das análises de AC’s

Aprovação

Reprovação

Aprovação com restrições

Page 9: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

8. Condições para autorização de ACs Requisitos do § 1° do art. 54:

Eficiência econômica: aumentar quantidade e qualidade Maior desenvolvimento tecnológico ou econômico Benefícios distribuídos eqüitativamente entre partes do AC e consumidores ou usuários finaisNão impliquem eliminação da concorrência de parte substancial de mercado Observados os limites estritamente necessários para atingir objetivos

§ 2º do art. 54: Também poderão ser considerados legítimos os AC’s se atendidas pelo menos 3 dos requisitos, se por motivos preponderantes da economia nacional / bem comum, e desde que não impliquem prejuízo ao consumidor ou usuário

Page 10: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

9. Guia de Análise de AC (1/2)

Page 11: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

10. Guia de Análise de AC (2/2)

Page 12: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

11. Definição de Mercado RelevanteProdutos e / ou serviços que o compõem (dimensão produto) Área geográfica para a qual a venda é viável (dimensão geográfica)

Teste do “Monopolista Hipotético”

Menor grupo de produtos / menor área para que suposto monopolista imponha “pequeno porém significativo e não transitório aumento

de preço”

Page 13: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

12. Determinação de Parcela de Mercado

Controle de parcela substancial do mercado é condição necessária, mas não suficiente, para que AC tenha impactos negativos sobre bem-estar do consumidor e da concorrência

Exercício unilateral de poder de mercado:Participação igual ou superior a 20%

Exercício coordenado de poder de mercado:C4 igual ou superior a 75%; e Participação de mercado da nova empresa igual ou

superior a 10%

Page 14: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

13. Probabilidade de Exercício de Poder de Mercado (1/2)

Importações e possibilidade de importar inibem exercício de poder de mercado?

Período de 1 ano;Quantidade equivalente a 30% do valor de

consumo aparente

Entrada é provável, tempestiva e suficiente? Provável se escalas mínimas viáveis são inferiores a às

oportunidades de venda; Tempestiva se possível no prazo de 2 anos; eSuficiente se todas as oportunidades de venda possam

ser exploradas pelo entrante potencial

Rivalidade?

Page 15: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

13. Probabilidade de Exercício de Poder de Mercado (2/2)

Escalas Mínimas Viáveis (EMV) são o menor nível de vendas anuais necessário para remunerar capital adequadamenteBarreiras à entrada são fatores que colocam potencial competidor eficiente em desvantagem aos agentes estabelecidos

Quanto mais elevadas, maiores são as EMV e menor a probabilidade de entrada

Exemplos: custos irrecuperáveis; barreiras legais ou regulatórias; fidelidade dos consumidores à marca; ameaça de reação dos agentes instalados

Page 16: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

14. Análise das Eficiências

Efeito líquido do AC: comparar os custos econômicos com possíveis eficiênciasEficiências econômicas do AC: incrementos de bem-estar econômico gerados pelo ato e que não podem ser gerados de outra forma

Exemplos: economias de escala / escopo; introdução de tecnologia mais produtiva

Não são consideradas as que podem ser alcançadas por outros meios, em menos de 2 anos;

Difíceis de se verificar e quantificar, em parte porque baseadas em eventos futuros;

Page 17: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

15. Necessidade de Reforma (1/2) Controle a Posteriori tem severas limitações:

Limitações do APRO Incentivo das Partes em não fornecer informações completas, o

que pode levar a APROs que não respondam a todas as preocupações das autoridades

Partes podem já ter transferido ativos e unificado administração quando da notificação

O problema dos “ovos mexidos” e Incerteza das Partes Restrições Estruturais e Comportamentais ao final da análise

tornam-se difíceis e custosas de se implementar

A alternativa do Judiciário Nestlé-Garoto Operações da Vale (Ferteco / Casa de Pedra)

Page 18: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

16. Necessidade de Reforma (2/2) Filtro de submissão é amplo e falho:

Interpretado como preenchimento do critério do faturamento por qualquer das partes e seus grupos econômicos

Critério de participação de mercado deve ser critério de análise e não de submissão Falta de critério claro para cooperações econômicas Elevado número de operações apresentadas sem potencial lesivo Cerca de 500 AC’s submetidos por ano

681

570

480

412

496

385408

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Page 19: Controle de Estruturas Controle de Estruturas Mariana Tavares de Araujo Secretária de Direito Econômico (SDE/MJ) Brasília, 25 de agosto de 2009 MPF.

                                                                                                                                                                  

Obrigada!