CONTROLE DE QUALIDADE EM FÁBRICAS DE RAÇÃO · diagnóstico dos riscos e controle de pontos...
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CONTROLE DE QUALIDADE
EM FÁBRICAS DE RAÇÃO
Autor: Prof. Dr. Levy Rei de França
FÁBRICA: Rua Valeriano Leão nº 63 Bairro Eldorado
VENDAS: RIO RAÇÕES,Rua Goiânia, nº 971 – Centro
Telefax: (064) 621 – 4122 CEP: 75.901.020 Rio Verde – GO CNPJ: 33.550.724/0001-68 Insc. Est: 10.208.832-2
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
LEVY REI DE FRANÇA – nascido em 12 de julho de 1961, em Rio Verde - GO,
graduou-se em Zootecnia pela FESURV, Universidade de Rio Verde, em 1985 e em Ciências -
Habilitação em Biologia, licenciatura plena, pela mesma Instituição, em 1991. Concluiu duas
pós-graduações latu sensu, uma em Metodologia do Ensino Superior, em 1989 e outra em
Produção de Suínos e Aves, em 1998. Fez Mestrado em Desenvolvimento Econômico pela
Universidade Federal de Uberlândia, concluindo em 2000 e ingressou em 2002 no curso de
Doutorado em Zootecnia, na área de Produção Animal, na Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal, submetendo-se à
defesa de Tese no dia 03 de fevereiro de 2006. É professor Titular da FESURV, Universidade
de Rio Verde desde 1988, sendo responsável pelas disciplinas de Avicultura e
Bioclimatologia. Exerce atividade empresarial nas áreas de: 1- Ensino, no Colégio e Faculdade
Quasar, dos quais é sócio desde a fundação em 1988, onde exerce o cargo de diretor
financeiro; 2 – Indústria de alimentos para animais, na Rio Rações, da qual é sócio fundador
desde 1990 e onde exerce o cargo de diretor técnico e administrativo; 3- Pecuária, na fazenda
São Tomaz e Agropecuária Quasar Ltda, atuando na engorda semi-extensiva de bovinos desde
1995; e 4- Indústria de fitoterápicos, no laboratório Odla Ltda, do qual é sócio desde 2002, e
onde exerce o cargo de diretor financeiro. É casado com Stela Leão Ferreira França com quem
tem dois filhos: Gustavo Leão Rei de França e Felipe Leão Rei de França.
I. Introdução
A indústria de rações não foge as regras do mercado cada vez mais competitivo, com
margens cada vez menores, o que exige redução de custos sem, no entanto, afetar a qualidade
do produto final.
A competição internacional, especialmente para as indústrias exportadoras de carnes,
estão constantemente submetidas a regras comerciais e barreiras de diferentes tipos. Além
disto, no mundo inteiro, existem movimentos ambientalistas e a ISO 14000 em plena
implementação, pelo menos nos países mais desenvolvidos, o que exigirá cada vez mais
produtos naturais e livres de contaminações. Portanto, o desenvolvimento de técnicas que
visem melhorar a competitividade deve ser visto com muita atenção e cuidado. Neste sentido,
diagnosticar os riscos e controlar os pontos críticos no processo de produção é uma ferramenta
indispensável.
Para fazer uma análise dos pontos críticos, precisamos, em primeiro lugar, estabelecer o
que queremos (os objetivos) e, após, estabelecer um plano de ação.
Poderíamos, então, começar perguntando: O que precisamos para fazer uma boa ração?
Nutrição: Uma boa fórmula
Suprimentos: Aquisição de matérias-primas de qualidade. Para garantir isto, devemos
ter padrões para a aquisição, fazer uma boa amostragem na chegada e avaliar os
padrões no laboratório
Produção: Ter uma boa fábrica (um bom processo). Isto significa que ela seja capaz de
preservar a qualidade das matérias-primas e conseguir traduzir fielmente a fórmula em
ração
Uma fábrica deve ter também flexibilidade para receber, beneficiar e estocar
matérias-primas; para permitir o uso de matérias-primas alternativas e no processo produtivo
como um todo.
De que depende uma boa fábrica?
1. De um bom projeto: Um bom projeto depende da Diagramação Técnica, do estudo do
fluxograma e do layout, visando basicamente:
A simplicidade/a racionalidade.
A operacionalidade.
Ser o mais retilíneo possível.
Permitir o trabalho multifuncional.
Facilitar a visibilidade.
Atentar para a flexibilidade, a velocidade e a confiabilidade.
A microbiologia.
Permitir a rastreabilidade completa.
Eliminar a contaminação cruzada, etc.
2. Máquinas e equipamentos que garantem as intenções do projeto
3. Uma boa administração
A questão vital é formar e manter uma boa EQUIPE DE TRABALHO. Além disto, ter
manuais orientativos que definam: que, onde, quando, como, quem (manuais de
procedimentos, manual de padrões, manual de limpeza, organização e desinfecção e manual
para segurança no trabalho). Usar outras ferramentas gerenciais como, por exemplo,
diagnóstico dos riscos e controle de pontos críticos de processo, que é o tema deste trabalho.
4. Automação: Nos dias atuais, não é admissível discutir uma fábrica de ração sem
automação, no mínimo, da dosagem e da mistura
II. Elaboração do roteiro de inspeção
Precisamos ter alguns cuidados na elaboração do roteiro de inspeção.
1. É preciso determinar os objetivos da empresa e em função deles a importância de cada
ponto crítico. Neste sentido, podemos afirmar que cada roteiro será único, ou seja, cada
empresa terá o seu em função dos seus objetivos.
2. Sempre envolver as pessoas de cada setor na elaboração do roteiro. Sem isto não
teremos co-responsabilidade e comprometimento.
3. O sentido do roteiro deve ser da Área Limpa para a Área Suja.
4. A ênfase deve ser dada na solução do problema e não apenas no diagnóstico.
5. O objetivo nunca deve ser achar culpados. As pessoas ficarão com medo de se expor e
não ajudarão na solução dos problemas.
6. O roteiro deve ser claro e objetivo, centrado nos pontos críticos do processo. Deve ser
feito por área ou setores facilmente identificáveis (por células de produção).
7. De preferência ter uma grade com os pontos críticos ou ter um roteiro escrito.
8. Sempre dar retorno (Feed back) a todas as pessoas envolvidas.
III. Sugestão para a implementação de um roteiro para diagnóstico e controle de
pontos críticos
1. Estabelecer os objetivos (metas).
2. Formar uma equipe:
No nosso entender, a formação e manutenção da equipe que irá conduzir o processo é
fundamental. A participação deve ser ampla, especialmente na discussão e avaliação
dos pontos críticos. Se bem conduzida, esta etapa, servirá como uma excelente
oportunidade de treinamento: ―qualidade se produz e não se controla‖. As pessoas
devem estar identificadas com o problema e devem querer assumir a responsabilidade
para si.
3. Descrever os processos e elaborar os roteiros, eventualmente, dos manuais.
4. Estabelecer controles para os pontos críticos (plano de ação). Sempre procurar agir na
causa e não no efeito.
5. Estabelecer planos corretivos.
6. Revisar constantemente. Este processo deve funcionar como uma espécie de PDCA. É
um processo de melhoria contínua.
7. Feed back.
Observação: Considera-se que é ou seria interessante se houvesse, periodicamente, uma
auditoria externa (por alguém de fora da fábrica) para a checagem do programa.
IV. Sugestão para o grupo de coordenação do trabalho
Um organizador/coordenador.
Especialistas da produção.
Especialista em processos.
Microbiologista.
Nutricionista.
Operários envolvidos.
V. Pontos críticos do controle de qualidade em fábricas de ração
Abordaremos, neste trabalho, os pontos críticos do controle de qualidade no processo.
No entanto, não podemos deixar de lembrar a importância dos controles laboratoriais e a
importância da coleta das amostras, porém, por serem assuntos tão extensos e significativos,
seria desvio de foco abordar estes dois temas, neste artigo.
É necessário que se tenha um laboratório mínimo para checar os pontos críticos de
contaminação do processo. Devemos, também, enfatizar que as amostras mal coletadas e/ou
mal manuseadas para os objetivos propostos, podem comprometer todo o trabalho.
5.1 Pontos críticos na recepção/beneficiamento e estocagem de cereais à granel
Como já dito, anteriormente, não adianta querer controlar processos mal dimensionados
ou mal projetados. Por isso, julgamos que as seguintes condições mínimas devem ser
observadas numa estrutura de recepção, beneficiamento e estocagem de cereais:
Os silos de estocagem devem ser pequenos (não maiores do que três mil toneladas) e
bem projetados.
As capacidades de recepção e de beneficiamento devem ser compatíveis com a
capacidade da fábrica.
Os silos devem ter termometria e aeração, preferencialmente monitorados
automaticamente.
Ter instalado uma mini-estação meteorológica próximo a estrutura de armazenamento
a fim de permitir o uso da curva psicométrica.
Deve ser possível monitorar o ensilamento via sinóptico com sensores indicando as
rotas para evitar erros de ensilamento (permitir visualizar o fluxo, posição de carrinhos,
etc).
Respeitados estes pontos básicos, podemos, então, relacionar os principais pontos críticos
de processo para esta célula:
a) Presença de impurezas: As impurezas afetam o comportamento da massa de grãos
dentro dos silos. Por isto a sua remoção é vital para que a aeração, por exemplo, funcione bem.
Portanto, a capacidade e a qualidade do beneficiamento das máquinas de limpeza são pontos
críticos. A quirera, para a aeração, é uma impureza.
b) Umidade: Existem limites bem conhecidos de tolerância para o teor de umidade para o
armazenamento em função da situação e da condição específica. Monitorar e observar estes
limites é fundamental. Outro aspecto crítico, em relação à umidade, é a secagem. Embora
todos saibam disto, na prática, muitos não respeitam os limites máximos de temperatura de
secagem de 110 a 120ºC.
c) Presença de roedores, pássaros, insetos e microorganismos: Eliminá-los é,
praticamente, impossível, mas devemos ter padrões e um plano de controle para eles.
d) Ensilamento: A mistura de matérias-primas é muito mais freqüente do que se imagina.
Se o fluxo é acertado, automaticamente, os riscos se reduzem. como já alertado acima, os
fluxos devem ser bem sinalizados.
e) Controle da termometria e aeração: A leitura da temperatura deve ser automática e,
preferencialmente, todo o sistema. A aeração, mesmo sendo manual, deve respeitar a curva
psicométrica.
f) Acúmulo de pó e equipamentos batendo (desalinhados): Estes dois fatores são
importantes para evitar explosão de pó.
g) Goteiras e infiltrações: Silos, moegas e poços mal vedados, assim como coberturas
(telhados) mal feitas, são desastrosos.
h) Tempo de estocagem: Quanto menor melhor. O tempo de estocagem varia em função
das condições de armazenamento e da qualidade das matérias-primas.
i) Pessoas responsáveis: É fundamental que as pessoas que cuidam da estocagem tenham
conhecimento (preferencialmente alguma formação técnica) e sejam responsáveis.
j) Organização e limpeza: Condição essencial para que haja espírito de cooperação e para
que os demais pontos críticos sejam observados.
5.2 Pontos críticos no recebimento e estocagem de líquidos
a) Capacidade de recepção e estocagem: A capacidade de recepção é vital para evitar perda
de tempo das transportadoras e a estocagem deve ser compatível com o tamanho e localização
da fábrica. Isto é definido na diagramação técnica.
b) Controle da temperatura: Especialmente importante para gorduras e melaço. Deve ser
suficiente para que a viscosidade não impeça a pulverização e não esquente a ponto de
provocar perdas nutricionais. Como média, podemos usar temperaturas entre 40 e 50oC para
as gorduras.
c) Ensilamento: A recepção e o ensilamento devem ter sinalização suficiente para tornar o
fluxo visível, a fim de minimizar o risco de erro no acerto das rotas.
d) Diques de Contenção: Os tanques devem ser cercados com paredes (diques) de
contenção, para evitar que o líquido (gordura, lisina, metionina, ácido orgânico, etc), em caso
de vazamento, corra para lagos ou rios. Isto será desastroso sob o ponto de vista econômico e
ambiental.
5.3 Pontos críticos na estocagem de ensacados
A estocagem de ensacados é uma operação relativamente simples e segura, mas nunca é
demais lembrar alguns pontos críticos que devem ser observados:
Tudo deve ser colocado sobre estrados com ventilação por baixo.
As pilhas devem ser bem identificadas para evitar trocas no ensilamento.
Deve haver um controle rigoroso de roedores e de pássaros.
A organização e limpeza das pilhas é fundamental.
As pilhas devem estar afastadas das paredes, no mínimo, 50 cm.
premissa: ―O que entra primeiro sai primeiro‖.
5.4 Pontos críticos no ensilamento
Os erros de ensilamentos, nas fábricas de rações, são muito mais freqüentes do que a
maioria das pessoas imagina. Como é uma operação simples, normalmente, não é feita com a
devida atenção. Os erros de ensilamento são desastrosos porque impossibilitam qualquer
acerto posterior, a não ser retirar as matérias-primas ou as rações misturadas.
Principais causas dos erros de ensilamento:
Erro no ajuste de rotas: O risco é maior em rotas não automatizadas e neste caso,
devem ser criadas normas claras e por escrito de como fazer isto. Um critério poderia
ser, por exemplo, um operador acertar a rota e outro conferir no sinóptico.
Vazamentos em caixas e registros.
Deficiência na sinalização das rotas e falha em alarmes. Sensores mal instalados
ou impróprios.
Equipamentos não auto-limpantes. É o caso, por exemplo, dos redlers sem as
canecas para retorno do produto. Muitas vezes se instala neles o famoso ―ladrão‖.
Troca de silos de matéria-prima ou de rações: É muito comum um supervisor ou
operador de um turno trocar uma matéria-prima ou uma ração de silo e esquecer de
avisar os do outro turno.
Voltamos a insistir sobre a importância deste item, pois muitos gerentes e supervisores,
em função da aparente obviedade do processo de ensilamento, não se preocupam devidamente
com esta operação.
5.5 Pontos críticos na dosagem
A dosagem, sem dúvida, é um dos grandes problemas observado nas fábricas de ração.
Percebe-se que, normalmente, são erros de projeto e resultantes de uma diagramação mal feita.
Não é objetivo deste artigo discutir a dosagem, mas colocamos abaixo alguns requisitos.
5.5.1 Silos de dosagem
Precisam ser em número suficiente, pois determinam a flexibilidade da fábrica. O
número de silos é definido na diagramação técnica a partir das fórmulas e do número
de componentes nelas incluídos. Projeta-se, além desta necessidade, uma folga de um
ou dois silos por balança.
Tamanho dos silos: depende, dentre outros fatores, da quantidade diária usada, da
política de estoques e de compra de matérias-primas, da capacidade de recepção,. . .
Projeto do silo: os silos devem ser projetados baseados nas características físicas dos
produtos que nele serão dosados (forma e tamanho das partículas, ângulo de repouso,
umidade, densidade, fluidez, adesividade,. . . ), a fim de proporcionar um fluxo
contínuo na descarga, sem acúmulo nos cantos.
5.5.1.1 Pontos críticos em relação aos silos de dosagem
Limpeza: A parte mais crítica de um silo é sempre a parte superior. A experiência nos
leva a crer que os silos devem ser varridos, pelo menos duas vezes por semana, até a
altura do produto. Uma vez por mês, totalmente esvaziados, limpos e desinfetados.
Microbiologia: A limpeza e desinfecção periódica deve ser acompanhada por SWAB’s
para verificar o status microbiológico. A freqüência de limpeza e desinfecção pode
variar de fábrica para fábrica.
5.5.2 Elementos de dosagem (roscas, válvulas, etc)
5.5.2.1.Pontos críticos de projeto (diagramação)
Cálculo do ciclo: Freqüentemente, a dosagem constitui o gargalo da fábrica. Por isto,
na diagramação, devemos considerar o tempo efetivo que temos para fazer a dosagem.
Dimensionamento dos elementos de dosagem: Definidos os tempos, podemos
dimensionar os elementos de dosagem. Em fábricas de grandes volumes de produção
ou em fábricas que usam fórmulas milho e soja, freqüentemente, não é permitido o uso
de, somente, roscas dosadoras. Devido a grande quantidade de produto a ser dosado,
deve-se recorrer a outras alternativas como, por exemplo, as válvulas de dosagem.
Roscas acima de 300 mm de diâmetro não são recomendadas, pois não permitem
precisão. Após feitos os cálculos dimensionais, deve-se fazer simulações matemáticas
para confirmar o dimensionamento achado.
Automação e uso de conversor de freqüência: Não é possível obter grandes volumes de
produção com precisão sem o uso de conversores de freqüência e para poder usá-los é
preciso automatizar. Portanto, não podemos abrir mão da automação da dosagem.
Queda livre: É preciso evitar, ao máximo, a queda livre dos produtos entre o elemento
dosador e a balança de dosagem. Embora existam recursos na automação para
considerar ou monitorar o produto em queda livre, nada custa deixar o mínimo de
transição.
5.5.2.2 Pontos críticos nos elementos de dosagem
Organização, limpeza e desinfecção: como qualquer outra parte da fábrica, os
elementos de dosagem também precisam ser limpos e desinfetados periodicamente.
Queda de produto após parada: é muito comum continuar caindo produto após
terminada a pesagem, especialmente em roscas de dosagem e quando não usado
conversor de freqüência. Este fato, se não controlado, pode gerar contaminação
cruzada.
Testes de dosagem: Para garantir uma boa dosagem é necessário fazer, periodicamente,
testes de dosagem por elemento dosador.
5.5.3 Balanças de dosagem
5.5.3.1 Pontos críticos de projeto (diagramação)
Número de balanças: o número de balanças de dosagem vai depender basicamente do
ciclo de produção (quantos minutos por batida) e do número de silos e elementos de
dosagem requeridos. É preciso fazer os cálculos e, em seguida, fazer simulações
matemáticas.
Regra básica:
1a balança de dosagem = tamanho do batida.
2a balança de dosagem = menor componente que nela pode ser dosado é igual a 1% do
tamanho da batida.
3a balança de dosagem = menor componente que nela pode ser dosado é igual a 0,1%
do tamanho do batida.
Exemplo: Uma fábrica com uma batida de 4.000 kg:
1a BD = 4.000 kg
2a BD = 4.000 x 1% = 40 kg; logo y = 0,04 · x;
0,04
40 = x = 1.000 kg
3a BD = 4.000 x 0,1% = 4 kg; logo
0,04
40 = x = 100 kg
Observação: Esta regra só serve como referência, pois, talvez, duas balanças sejam
suficientes ou, de repente, sejam necessárias quatro ou cinco balanças para componentes
sólidos.
Respeitar precisão: Para obter uma boa precisão é necessário respeitar o menor
componente que pode ser dosado numa balança.
Regra básica: y = 0,04 · x, onde:
y = menor componente
x = capacidade da balança
Logo, numa balança de 2.000 kg poderíamos dosar como menor quantidade (menor
componente) 80 kg.
5.5.3.2 Pontos críticos nas balanças de dosagem
As balanças devem ser incluídas no plano de limpeza e desinfecção, como qualquer
outro elemento da fábrica, visando minimizar as contaminações.
Vazamento em comportas: As balanças podem causar contaminação cruzada.
Aferição das balanças: As balanças devem ser aferidas com pesos padrões, no mínimo,
uma vez por semana, por pessoas da fábrica e, pelo menos uma vez a cada semestre,
por uma empresa especializada.
5.6 Pontos críticos na moagem
Os objetivos básicos da moagem são:
Auxiliar no processo de mistura: Quanto mais uniforme forem as partículas dos
componentes a serem misturados, maior será a chance de obter uma boa mistura.
Portanto, a granulometria do produto moído é um fator de mistura.
Auxiliar no processo de peletização: Quando a ração é peletizada, parece não haver
muita discordância em relação ao diâmetro médio das partículas do produto moído,
que neste caso, deve ficar entre 500 e 700 microns. Na peletização, quanto menor o
diâmetro das partículas, maior será a superfície de contato. Por conseqüência, maior
será a ação do vapor e, assim, maior será a gelatinização, a plastificação, etc.
Auxiliar no processo de digestão: Quando a ração não é peletizada, existem diferentes
opiniões em relação ao diâmetro médio das partículas, mas a grande maioria defende
que o tamanho das partículas deve variar em função da espécie e estágio de
crescimento do animal.
5.6.1 Pontos críticos no processo de moagem
Capacidade dos moinhos: É comum o processo de moagem ser o gargalo da fábrica.
Por esta razão, os critérios de granulometria não são obedecidos e, por conseqüência,
comprometem as etapas subseqüentes.
Limpeza, organização e desinfecção: Como qualquer outra parte da fábrica, os
elementos de moagem (moinhos, pulmões). . . ) também precisam ser limpos e
desinfetados periodicamente.
Medição da granulometria: É extremamente importante fazer 4 a 5 avaliações da
granulometria dos moinhos por dia, para verificar se o produto está sendo moído
dentro dos padrões. O custo da moagem é alto, por isto não é nada interessante moer
fino demais. As avaliações periódicas da granulometria podem nos ajudar a
diagnosticar problemas como deslocamento de peneiras ou mesmo peneiras furadas. A
granulometria deve ser avaliada no laboratório e deve-se aproveitar os resultados para
montar a curva granulométrica.
Alimentação dos moinhos: Se a moagem é conjunta, deve ser automática.
Exaustão/aspiração: Os moinhos devem ter aspiração por várias razões. As duas
principais são: aumento de produção e resfriamento do produto. Quando a aspiração
não é bem dimensionada, ocorre o aquecimento anormal do produto moído, e por
conseqüência, ocorrem condensações nos silos e transportadores. Isto gera graves
conseqüências microbiológicas.
Umidade do produto a ser moído: Quanto maior a umidade do produto a ser moído,
maior será a perda de água no processo de moagem (o que irá gerar mais
condensações) e mais energia será gasta (a cada 1% de incremento na umidade do
produto a ser moído teremos um aumento de _7% no consumo de energia).
Outros pontos críticos: Desgaste dos martelos, distância entre martelos e peneira, tipo e
dimensões dos martelos, tipo de formulação (tipo e quantidade dos componentes que
compõem a receita), etc.
5.7 Pontos críticos da mistura
A mistura é uma das fases de processo mais decisivas na produção. Três são os requisitos
fundamentais para um bom misturador:
1. Qualidade da mistura.
2. Resíduo remanescente após a descarga do misturador.
3. Não vazar na comporta.
5.7.1 Qualidade da mistura
A qualidade da mistura é avaliada através de um elemento traço, chamado indicador. Este
indicador pode ser especialmente adicionado à mistura, por exemplo, micro-tracer, grafite,. . .
ou pode ser analisado um elemento da própria ração, como manganês. Não é recomendado
usar o sal moído como indicador, porque, como veremos mais adiante, o diâmetro médio das
partículas é muito grande, podendo uma partícula fazer muita diferença.
Devem ser coletadas, no mínimo, dez amostras no misturador independente do tamanho
do misturador.
Na análise do indicador, é largamente aceito um coeficiente de variação (CV) não
superior a 10%, mas segundo o Swiss Institute of Feed Technology, não deve ser superior a
5%.
Na avaliação da qualidade da mistura, devem ser feitas de três a cinco repetições.
Alguns cuidados na avaliação da qualidade da mistura
1 Coleta e manuseio das amostras:
A coleta de amostras é decisiva. As amostras devem ser coletadas, no mínimo, em 10
pontos diferentes do misturador, com um calador especial.
As amostras devem ser manuseadas com muito cuidado e sem misturá-las (agitá-las),
pois queremos avaliar a qualidade da mistura do misturador e não do amostrador ou do
laboratorista.
Observação importante: O misturador deve sempre estar bem aterrado. Se o elemento
traço for um mineral e o misturador não estiver devidamente aterrado poderemos ter
problemas.
2 Tamanho das amostras:
A idéia básica é que se avalie a quantidade que um animal pequeno consome por dia, ou
seja, mais ou menos 10 gramas, pois em 10 gramas deveríamos encontrar todos os nutrientes
indispensáveis para o animal. Obviamente que as amostras que coletamos devem ser maiores e
podem variar de 100 a 200 gramas.
3 Número de amostras:
De 10 a 20 amostras, dependendo do tamanho do misturador.
4 Número médio de partículas de indicador que devem estar contidas numa amostra de
ração a ser analisada.
2/1Ns
2/1
2/1100100100
NN
N
N
sV
NV
000.102
2
000.10
VN
s = desvio padrão
V = coeficiente de variação
N = nº médio de partículas de indicador em uma amostra.
Logo, se partirmos do pressuposto de que queremos um coeficiente de variação de 5%,
teremos: N = 10.000/25 = 400 partículas por amostra, ou seja, se quisermos conseguir avaliar
um coeficiente de variação de 5% precisamos, no mínimo, 400 partículas por amostra
analisada. Desta forma, numa batida de 1.000 kg precisaríamos ter 40 milhões de partículas do
indicador.
Observações:
Segundo Swiss Institute of Feed Technology, o resultado do coeficiente de variação
não tem sentido sem que seja dado o tamanho da amostra e o número de partículas por
amostra.
Como a violeta tem partículas com diâmetros médios de 10 m e o sal moído em torno
de 350 m, concluímos que 10 gramas de violeta tem o mesmo número de partículas
que 5 kg de sal moído. Este fato complica o uso do sal como indicador.
Para não comprometer a qualidade da mistura, lembre-se que existem algumas
diferenças entre os misturados de pás e os de helicóides.
Misturador de Pá Misturador de Helicóides
Adição de Premis Somente no meio Pode em toda extensão
Carga mínima 20% 60%
5.7.2 Resíduo remanescente após a descarga do misturador
Não deve ser maior que 0,2% da capacidade do misturador.
As principais causas deste problema são:
misturador mal construído;
desgaste das pás/dos helicóides e/ou do corpo do misturador;
adição errada dos líquidos;
5.7.3 Não vazar na comporta
Estes dois últimos requisitos são vitais para evitar contaminações cruzadas.
Pontos críticos na célula da mistura:
Avaliação correta dos requisitos de um bom misturador descritos acima. É
recomendado que a qualidade da mistura seja avaliada duas vezes por ano, os resíduos
quatro vezes por ano e o vazamento na comporta diariamente.
Conhecer a curva da mistura. Cada misturador tem sua curva específica de mistura. A
não observância do tempo necessário para a boa mistura pode ser fatal.
Pulmões superior e inferior mal projetados de forma que acumulem produto. Risco de
contaminação cruzada.
Limpeza, organização e desinfecção: como qualquer outra parte da fábrica, os
elementos de mistura também precisam ser limpos e desinfetados periodicamente.
5.8 Pontos críticos da desmistura
Tudo que se quer na fábrica de rações é misturar. Mas, infelizmente, muitos fatores nos
induzem a um processo inverso, ou seja, o da desmastra. Os principais problemas que causam
desmastra numa fábrica de ração são:
1. Instalação de equipamentos impróprios após o misturador. Exemplos: roscas
transportadoras mal dimensionadas, peneiras rotativas ou centrífugas, elevadores mais
altos que o necessário (queda livre), velocidade acima de 2 m/s em elevadores, etc.
2. Silos muito altos: Na queda do produto, as partículas se separam devido ao peso
específico diferente (Exemplo: Farinha de Penas e Calcário).
3. Instalação de vibradores em silos de ração pronta, sem os devidos cuidados.
Outro fato gerador de desmastra é o transporte à granel da ração farejada, especialmente
por longas distâncias. Talvez, este seja mais um argumento pró-peletização.
5.9 Adição de líquidos
Três são os cuidados fundamentais na adição de líquidos:
1. No misturador não devemos injetar mais de 5% de líquidos (5% em relação ao
tamanho da batida).
2. Injetar no contra fluxo e com uma certa pressão nos bicos aspersos, conforme figura
abaixo.
3. Se necessário injetar mais de 5% de líquidos, deve ser instalado um homogenizador
para líquidos (misturador contínuo específico para esta função).
Principais pontos críticos que devem ser observados na adição de líquidos:
Verificar periodicamente se a injeção está ocorrendo.
Verificar periodicamente se a pesagem está correta.
Verificar o não sujamento dos elementos de mistura (pás/helicóides) e do corpo do
misturador.
Alongar o tempo de mistura em função da adição de líquidos. Deixar misturar pelo
menos 1 minuto após a adição do último líquido.
Cuidar da seqüência da adição de líquidos. Não injetar, simultaneamente, líquidos
incompatíveis.
Evitar o pós-gotejamento dos líquidos no misturador, etc.
5.10 Peletização
É impossível falar sobre peletização em pouco tempo ou tentar descrever o processo em
poucas linhas. Por isto, colocaremos somente alguns pontos críticos e de forma bem resumida.
1. Custo x benefícios: A relação custo/benefício da peletização é uma relação direta entre
fazer bem ou mal o processo. Nós não temos dúvidas de que, se a peletização é bem
feita, ela tem o retorno do investimento rápido e garantido. Na nossa opinião, a
peletização é um tema muito complexo e carece de literatura em português. Como,
normalmente, o processo é manual e muitas vezes mal feito, gera benefícios muito
aquém do que poderia.
2. Vapor: Deve ser saturado ou levemente superaquecido.
3. Tempo de condicionamento: Este é um tema polêmico e temos visto na literatura desde
a recomendação de no máximo 9 segundos até 3 minutos. Parece-nos que nenhum
extremo é bom. Talvez um tempo entre 30 a 40 segundos seja o recomendado.
4. Temperatura de condicionamento: Depende do tipo de fórmula que se está peletizando.
Fórmulas com alto teor de amido requerem temperaturas mais elevadas, normalmente,
acima de 80oC, devido a gelatinização dos amidos.
5. Umidade de condicionamento: Está relacionado com a regulagem da pressão do vapor
e com o tempo de condicionamento. A umidade ótima de condicionamento será dada
ou observada na curva da peletização.
6. Relação de compressão: É dada pela relação do diâmetro do furo e da espessura da
matriz.
7. Curva da peletização: Devemos operar as prensas de tal forma a atingir a parte
achurrada da curva.
Pontos críticos vinculados ao resfriador e ao triturador
Secador/resfriador: É muito comum o operador das peletizadoras ignorar o resfriador.
Grande parte do insucesso da peletização está na má operação do resfriador. Alguns
argumentos que nos levam a crer nisto:
O pellet entra quente e úmido no resfriador e no primeiro terço do mesmo ocorre a
evaporação da água. Com isto, o resfriador, especialmente nesta parte, tem água,
umidade e alimento. Não é preciso dizer o que acontece, se não tomadas as devidas
precauções.
Um outro ponto crítico é o controle da temperatura dos pellets na saída do resfriador.
Pellets com temperatura de 10oC acima da temperatura ambiente não devem ser
expedidos de forma alguma. Quando a temperatura exceder estes 10ºC a ração deve ser
reprocessada sob pena de causar prejuízos sérios. Portanto, não é admissível que não se
tenha um termômetro digital instalado na saída do resfriador ou ele não faça parte do
ferramental dos operadores.
É importante não retirar água demais no processo de secagem, pois teremos que dar
explicações em função das quebras. Como regra, a água adicionada sob forma de vapor
deve ser novamente retirada no secador/resfriador.
No triturador a ração deve ser triturada e não amassada. Os pellets não devem passar
inteiros.
Observação importante: A organização, limpeza e desinfecção na célula da peletização é
fundamental. Temos o trinômio água, calor e alimento, o que predispõem o desenvolvimento
de microorganismos.
5.11 Expedição
Alguns pontos críticos na expedição:
1. Ensilamento: Os riscos e as conseqüências do mau ensilamento já foram vistos
anteriormente.
2. Trocas de produtos: A troca de produto nos silos deve ser feita usando-se algum
sistema formal (por escrito) para evitar troca de silos e, por conseqüência, erros de
expedição.
3. Silos ou pilhas de ração mal identificadas.
4. Ordens de carregamento mal preenchidas ou trocadas.
5. Silos de expedição não cobertos: É desastroso o que acontece em silos de ração não
cobertos, especialmente em regiões frias. A ração entra no silo com 30 a 40ºC e, às
vezes, a temperatura ambiente, externa, está próxima de 0oC. Neste caso, a
condensação na parte superior é inevitável e as conseqüências disto também.
6. Limpeza, organização e desinfecção: Como qualquer outra parte da fábrica, os
elementos de expedição também precisam ser limpos e desinfetados periodicamente. É
sempre bom lembrar que, no caso de silos, a parte superior (onde não entra produto em
contato) é sempre muito crítica sob o ponto de vista da Microbiologia.
5.12 Caminhões que transportam ração e matérias-primas
Os caminhões são críticos sob muitos aspectos, chamaremos atenção para alguns:
1. Limpeza, organização e desinfecção: Como qualquer outra parte da fábrica, eles
também precisam ser limpos e desinfetados periodicamente.
2. Furos nos graneleiros ou nas lonas.
3. Vazamento entre gavetas.
4. Rosca transportadora (caracol): Na ração farelada pode desmisturar e na ração
peletizada quebra os pellets.
5. Os caminhões podem ser agentes de desmistura da ração farelada.
5.13 Transportadores
Alguns aspectos críticos:
5.13.1 Roscas:
Se muito velozes, podem desmisturar.
Causam facilmente contaminação cruzada. Produto fica aderido no corpo do
eixo/helicóide ou fica produto no fundo da calha. É um equipamento proibido
após o misturador e para microingredientes como premixes.
Sua limpeza é difícil.
5.13.2 Redler ou transportador de corrente: Neles são instalados normalmente o famoso
―ladrão‖, o que causa contaminação. Pode-se usar canecas auxiliares para limpeza ou deve ser
substituído por um Drag (transportador de palhetas).
5.13.2 Drag: É um excelente transportador. Dificulta descargas intermediárias.
5.13.3 Elevador de canecas: É de difícil limpeza. Sob o ponto de vista da
contaminação é problemático, mas muitas vezes não se tem outra opção.
5.13.4 Correia transportadora: Seu principal problema é a poluição (poeira).
6 Vetores de contaminação
Os vetores de contaminação são pontos críticos de processo e muitas vezes não há muito
para fazer. Os principais são:
1. Ar: O ideal seria pressurizar as áreas limpas, impedindo o ar contaminado.
2. Água: A água é inimiga número um, por ser condição para desenvolvimento de
microorganismos e, por conseqüência, causa perda de produtos. Por isto, a água na
fábrica de rações deve ser evitada ao máximo. Cuidado com goteiras e infiltrações.
3. Animais: Devem ser evitados e controlados.
4. Pessoas: As pessoas são vetores importantes de contaminação. Por isto, o treinamento
e a educação são indispensáveis. As pessoas precisam cuidar das suas roupas
(especialmente calçados) e conhecerem bem os conceitos de área limpa e área suja.
Deve-se ter ferramentas e equipamentos separados para áreas limpas e para áreas sujas.
7 Microbiologia
A fábrica de rações é uma fábrica de alimentos. Portanto, deve estar submetida a planos
de limpeza, organização e desinfecção, visando controlar a Microbiologia. É preciso treinar e
educar as pessoas para que se crie uma consciência microbiológica na fábrica.
Como tudo na fábrica, a microbiologia precisa ser controlada baseada em dados. Deve-se
pesquisar pontos críticos de contaminação e de recontaminação, pesquisar alternativas de
descontaminação (tratamentos térmicos, uso de ácidos orgânicos, desinfetantes, etc), tudo
baseado em fatos e dados. A intensidade e a perfeição da limpeza nos diferentes setores (silos,
moegas, máquinas, etc) deve ser bem avaliada.
8 Contaminação cruzada
Ao longo do texto, percebemos a preocupação com este item. A contaminação cruzada
ocorre quando alguma coisa que deveria ter ido numa batida e tão somente nela, na verdade,
foi em outro. Isto pode ser muito comprometedor, especialmente em se tratando de um
elemento tóxico, como por exemplo, 3-nitro. Colocamos a seguir, os principais pontos que
devem ser observados e que são críticos neste sentido:
1. Ensilamento de macro e micro-elementos.
2. Vazamentos em registros, caixas e comportas.
3. Transportadores.
4. Silos, pulmões e reservatórios mal projetados.
5. Acerto de rotas manualmente e/ou má sinalização de rotas.
6. Tempos de esvaziamento de rotas controladas manualmente.
7. Dosagem errada.
8. Troca de embalagens e de rótulos.
9. Falta ou má identificação dos silos, de pilhas, etc.
9 Rastreabilidade
Os clientes são cada vez mais exigentes e ecológicos, portanto exigirão de nós respostas
firmes e convincentes sobre nossos processos produtivos e de como podemos lhes garantir
produtos de qualidade. Por esta razão, conceitos como a ―rastreabilidade total‖ deverão estar
presentes ao projetarmos e/ou remodelarmos processos.
Rastreabilidade nada mais é do que criar a condição de poder saber ou conseguir localizar
todo e qualquer ingrediente ao longo da cadeia que envolve o processo de produção de ração,
desde a compra dos ingredientes até o consumo final (na recepção, na estocagem, na mistura,
na expedição e no consumidor final).
10 Automação
No decorrer do texto, procuramos deixar claro a preocupação com a operação manual.
Uma fábrica de rações, embora aparentemente simples, é complexa nas possibilidades de erros
em função de esquecimentos e tempos mal controlados. Por isto, nós acreditamos, firmemente,
que investimentos pesados devem ser feitos em automação nas fábricas de ração, visando dar
maior segurança e maior padronização aos produtos.
11 Pesquisa e adaptação tecnológica
Temos insistido na idéia de que precisamos pesquisar mais máquinas e equipamentos
para a indústria de rações no Brasil. Um grande entrave é o fato de não termos escolas (cursos)
especializadas nem dispormos de literatura nacional. Isto faz com que não tenhamos
conhecimento científico suficiente para construir a fábrica de rações plenamente adaptada as
nossas condições e necessidades.
Outro fato verificado é que muitas empresas, no afã de resolver o problema, acabam
importando máquinas e equipamentos, quando não fábricas inteiras, e quando vêem não
produzem ou não têm a produtividade esperada. Este fato deve-se a não adaptação das
máquinas e equipamentos as nossas condições. Exemplos: máquinas projetadas para 50 Hz e
não corrigidas para serem enviadas para o Brasil; as receitas brasileiras exigem áreas de
peneiras e velocidades periféricas diferentes das receitas européias; etc. Poderíamos, ainda,
citar muitos outros aspectos.
Por estas razões, não temos dúvidas que no Brasil, pela importância da indústria
de rações, algo deverá ser feito no futuro próximo.
VI - CONTROLE DE QUALIDADE DE MATÉRIAS-PRIMAS
Um bom controle de qualidade, envolve alguns passos fundamentais.
1. Conhecer padrões de qualidade e normas de manuseio e armazenagem de cada matéria
prima.
2. Seleção de fornecedores.
3. Inspeção no recebimento - análise física.
4. Análise laboratorial - análise química.
6.1 - Conhecer padrões de qualidade e normas de manuseio e armazenagem de cada matéria-
prima.
Para podermos produzir boas rações, as matérias-primas devem:
A. Apresentar boas condições gerais.
B. Ser armazenadas pelo menor tempo possível em local fresco e ventilado. O lote deve ser
rotacionado com a maior freqüência possível.
C. Quando ensacadas. armazenadas em pallets afastadas do piso e das paredes. .
D. Quando granel, armazenadas em silos previamente limpos e em boas condições de
manutenção.
E. Sofrer controle de temperatura durante todo o período de armazenagem. Variações de
temperatura acima de 5°C em relação a temperatura ambiente exigem imediata circulação
de ar no silo e remontagens do lote armazenado em pallets.
6.2 - Seleção de Fornecedores
Este é sem dúvida um dos itens mais importantes na obtenção de matérias-primas de
qualidade. Adquirir produtos de fornecedores idôneos, que possuem um bom controle do
processo e dos padrões dos produtos a serem comercializados, reduz a necessidade de
controles por parte de quem os adquire, e garante maior segurança na utilização dos mesmos.
Algumas empresas do setor possuem um cadastro dos fornecedores, onde eles são
classificados e premiados pela qualidade de seus produtos e serviços prestados (pontualidade e
flexibilidade na entrega, etc).
Hoje no mercado já se observa preocupação no sentido de garantir qualidade. Um
exemplo típico é o setor de farinha de carne, onde os fornecedores se uniram no sentido de
estabelecer normas e controles de salmonela em seus produtos. Esta medida visa entregar um
produto de melhor qualidade e com isto garantir ou aumentar seu volume de venda.
6.3 - Inspeção no Recebimento - Análise Física
O objetivo da análise física no recebimento da matéria-prima é detectar problemas de
qualidade da matéria que pudessem inviabilizar seu uso ou fazer com que o uso fosse limitado
ou direcionado. Através da análise física (visual) pode-se detectar 90% dos problemas mais
comuns ocorridos em ingredientes.
Os controles no recebimento são:
A. Análise da matéria-prima de forma geral. Ela deve ser feita por indivíduo que tenha
experiência com matéria-prima, ou seja, que conheça seu padrão de cor, odor,
uniformidade e textura.
B. Análise de umidade.
6.4 Análise Laboratorial - Análise Química
A análise laboratorial mostrará dados sobre a qualidade e valor nutricional da matéria
prima.
A) Em termos de qualidade as análises mais comumente feitas são:
Micotoxinas - Aflatoxina, T2, etc · Peróxido
Acidez
Ácidos graxos livres · Ácidos graxos totais
Matéria não saponificável
Solubilidade da proteína em KOH (*)
Solubilidade da proteína em pepsina (%) · Umidade
Contaminação com metais pesados
Solubilidade de fósforo em ácido cítrico (')
Presença de microorganismos
Urease
Resíduo insolúvel · Tanino
(*) Também revela seu valor nutricional.
B) Em termos nutricionais (para aves especificamente) são realizadas as seguintes análises:
Proteína bruta
Fibra bruta
Cinzas bruta
Fósforo
Cálcio
Extrato etéreo
Vitaminas
Aminoácidos
Microminerais
Sal
Xantofilas
C) Uso do NIR
Para conseguir maior velocidade na obtenção de resultados de análise, dispomos de
um aparelho chamado NIR - Near Infra Red. 0 NIR é um aparelho que analisa uma amostra da
matéria-prima através da refletância de raios infra-vermelhos. Para fazer isto, precisa ser
calibrado baseado num número significativo de análises químicas.
Sua limitação é não poder analisar materiais de origem mineral. Além disto, a
calibração se torna difícil quando a matéria-prima ou a própria ração apresentarem grande
variabilidade em sua composição.
Por outro lado, apresenta a grande vantagem de obtenção de resultados confiáveis em
menos de 30 segundos.
VII - AMOSTRAGEM
Sem dúvida, nenhum controle de qualidade poderá ser bem feito se não houver uma
boa amostragem.
Como se amostrar?
A amostra deve ser representativa do lote a ser analisado. Por isso há a preocupação
de se coletar um bom número de amostras de forma distribuída no lote.
O que se recomenda:
7.1 ANÁLISE DE AMOSTRAS
Deve-se privilegiar as matérias primas em relação aos produtos acabados, uma opção é
analisar 85% das matérias primas e 15% dos produtos acabados.
As análises devem priorizar as matérias primas que representam maiores problemas, por
exemplo:
Arroz cru
Matérias primas com alto teor de PB, Ca e P
Umidade no caulim e farinha morena
Farinha de peixe
Farinha de penas e vísceras
Nas rações prontas deve-se priorizar os produtos de alta rotatividade, e seguindo a
importância por ordem de sensibilidade, por exemplo:
Cavalo, Cão e Coelho > Aves e Suínos > Bovinos
Nas rações de baixa rotatividade fazem-se a análise de maneira alternada, de maneira
que todas possam ser analisadas periodicamente.
7.2 STANDARD DE INGREDIENTES
No standard de ingredientes estão contidas informações sobre os aspectos físicos: textura
e umidade, resistência de pelletes, etc. Devem ser observados numa ração todos os fatores que
agem de forma negativa na comercialização e nutrição dos animais como: cor, aparência, odor,
densidade, textura, umidade, % de finos, etc. Os limites aceitáveis e limites máximos, acima
dos quais o produto não é recomendado, estão descritos no standard de ingredientes.
7.3 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM DE CAMINHÕES
Pelo menos uma amostra é coletada de cada matéria prima que chega. (As amostras são
coletadas pelo menos uma de cada matéria prima que chega). No caso de ingredientes
suspeitos, pode-se aumentar o número de amostras.
Fornecedores novos ou suspeitos, os caminhões devem ser amostrados fora da fábrica.
Fornecedores idôneos a matéria prima é amostrada dentro da fábrica, tirando uma
amostra por fornecedor por dia ou em um intervalo maior de dias.
7.3.1 Técnicas de amostragem
- produtos a granel ou peletizados são amostrados por meio de sonda (calador grande)
- produtos ensacados são amostrados por calador
- drogas são descarregadas pelo responsável de sua utilização
7.4 ANÁLISE DE TEXTURA DE CADA MATERIA PRIMA
É feita utilizando-se os tylers correspondentes expressando o resultado em % e
comparando com o standard de qualidade matérias primas, observando as variações e tomar as
devidas providencias.
A análise das matérias primas trituradas na própria fabrica também devem ser analisadas
de forma semelhante visando controlar o trabalho do moinho da fábrica.
7.4.1 - Equipamento para Coleta de Amostra
No caso de matéria-prima ensacada, usar calador e canal aberto de 1 m de
comprimento e diâmetro de 3/4 polegadas. No caso de ingredientes a granel usar amostrador
granel (tipo Burrows) com 11 aberturas.
7.4.2 - Número de amostras
Em caso de ensacados. amostrar de 20 a 40 sacos por caminhão dependendo da
variabilidade do ingrediente. As amostras devem ser colocadas num balde, homogeneizadas e
retirada uma amostra do total para envio para análise física e química.
No caso de grane!, amostrar 6 pontos bem distribuídos em forma de triângulo de
vértices opostos. Amostrador deve ser introduzido até o fundo do caminhão. Da mesma forma
as amostras devem ser homogeneizadas e retirada uma amostra para análise.
Análises no recebimento - No caso do milho, este tipo de análise é muito importante, pois
através dela poderá se detectar 90 % dos problemas.
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 14%
Determinação de impurezas / contaminações
Ardidos , Podres, Mofados < 6%
Carunchados, Chochos, Queimados < 5%
Impurezas e Quebrados < 10%
Sementes Ervas Daninhas (Tóxicas) ZERO
Grãos Tratados com Pesticidas ZERO
Terra < 1%
Análise Química Recomendada
ÁNALISE NÍVEIS DESEJADOS
Umidade < 14%
Xantofila 20 a 30 ppm
Aflatoxina < 20ppm
Proteína Bruta 7 – 10%
SORGO
- Características nutricionaI
- Fonte energética equivalente a 90 a 0,5 % da energia do milho.
- Contém tanino e não contém ornamentantes.
- Problemas mais comuns
- Semelhante ao milho, no entanto, não é comum a presença de aflatoxina.
- Sorgo com alta umidade apresenta cheiro característico de mofo.
Análises no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 14%
Ardidos, Podres, Mofados, Queimados,
Carunchados ou Chochos <8%
Sementes Ervas Daninhas (tóxicas) ZERO
Grãos Tratados com Pesticidas ZERO
Terra < 1%
Análise rápida para detectar tanino.
O tanino é uma substancia presente no grão. que está negativamente associado a
palatabilidade e digestibilidade do sorgo A habilidade do tanino em se combinar a proteína
torna a proteína insolúvel e de difícil absorção no trato digestivo.
Para se estimar a presença: de tanino existe um meio rápido e prático. Para isto são
necessários:
MATERIAL:
1 vasilhame de aproximadamente 250 ml resistente a altas temperaturas 100 ml de
cloro doméstico água sanitária)
25g de sorgo grão
PROCEDIMENTO:
Ferver o cloro, adicionar o sorgo grão, levar a fervura novamente, retirar do fogo e
deixar descansar por 3 minutos.
RESULTADOS:
Sorgo resistente a pássaros (alto tanino) grãos permanecerão escuros. Sorgo não
resistente a pássaros (baixo tanino) grãos ficarão brancos.
O sorgo é dividido em três grupos, quanto ao tanino:
alto - > 0,7%
médio – 0,4 a 0,7%
baixo - < 0,4%
Análises Químicas Recomendadas
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Umidade < 14%
Tanino < 0,7%
Proteína Bruta 8 – 12%
FARELO DE TRIGO
- Características Nutricionais
- Fonte energética e protéica, usado em maior escala em rações de matrizes.
- Problemas mais comuns
- Excesso de umidade, aquecimento, contaminações com palhas e talos.
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 14%
Impurezas – Palhas / Talos/Sementes/Insetos < 5%
- Cheiro de "Erva Cidreira ou Capim Santo'' indica pressão de insetos e sem dúvida
significa ingrediente velho em processo de rancificação.
- Farelo de Trigo não deve ser armazenado por mais de 20 dias.
Análises Químicas Recomendadas
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 14%
Proteína Bruta 15 a 18%
Gordura (E. Etéreo) 3 a 5%
Fibra Bruta 8 a 11%
FARELO DE SOJA
- Características nutricionais - Fonte de proteína (lisina)
- Problemas mais comuns - Contaminação com excesso de casca de soja, calcário,
caulim, subproduto de arroz e trigo. Super ou subtostagem.
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 13%
Atividade Ureática < 0,5 e < 0,1%
Odor Isentos de Odores, Putridos, Azedos de Mofo e solvente
Cor Amarelo – Dourado
Análise Rápida para Determinar Urease
MATERIAL:
Tubo de ensaio, 5g de Farelo de soja, 2g de uréia, rolha.
PROCEDIMENTO:
Colocar o farelo de soja no tubo de ensaio, umedecer levemente, adicionar uréia.
Fechar o tubo com uma rolha, agitar por 3 minutos. Abrir imediatamente o tubo e cheirar.
RESULTADO:
Se ocorrer cheiro de amônia é um indicativo de que o Farelo de soja apresenta mais
do que 0,5 de atividade ureática.
Análises Químicas Recomendadas:
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 13%
Proteína Bruta 46 a 48%
Fibra Bruta 5 a 7%
Cinzas 5 a 7%
Solubilidade da Proteína em KOH 70 a 80%
Atividade Ureática 0,1 a 0,5
SOJA INTEGRAL
- Características Nutricionais - Fonte mista de energia, proteína (lisina)
- Problemas mais comuns - Contaminação com excesso de casca de soja. Super ou sub-
tostagem.
Análise no Recebimento - Análises e padrões são os mesmos recomendados para o farelo
de soja.
Análises Químicas Recomendadas:
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 13%
Proteína Bruta 36 a 38%
Gordura (E. Etéreo) 18 a 20%
Fibra Bruta 5 a 6%
Cinzas 4 a 5%
Solubilidade da proteína em KOH 70 a 80%
Atividade ureática 0,1 a 0,5
FARINHA DE CARNE
- Características Nutricionais - Fonte mista de proteína, cálcio e fósforo.
- Problemas mais comuns - A farinha de carne pode receber uma série de contaminantes,
dentre eles: caulim, calcário, farelo de trigo, farelo babaçu, farinha de penas, raspa de
couro, pêlos, chifres, casco e coágulo de sangue.
- Análise no Recebimento - Devido a grande gama de contaminantes usado e devido à
variabilidade do próprio processo de obtenção, é fundamental que o indivíduo que irá
fazer a análise para recebimento, tenha experiência com este ingrediente.
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 10%
Contaminação
Conteúdo do Aparelho Digestivo < 10%
Pêlo, casco, Chifre < 1%
Sangue < 1%
Calcário ZERO
Areia, Terra, Caulim ZERO
Condições Livre de Odor, Putrefação, Rancidez, Amônia Livre
de insetos e larvas
- Análises rápidas para % de osso e contaminação com calcário
Determinar % osso para obtenção do nível de fósforo e cálcio
MATERIAL:
Vasilhame de vidro, colher, 200 ml de clorofôrmio (cuidado, material volátil, sujeito
à explosão, não manusear em local fechado), 50g de carne, balança com precisão de até 50g.
PROCEDIMENTO:
Num vasilhame, colocar farinha de carne e clorofôrmio.
Agitar por 3 minutos, deixar descansar por 10 minutos. Descartar sobrenadante.
Repetir operação até eliminar totalmente a matéria orgânica, Deixar secar.
Fazer três pesagens a cada 5 minutos, considerar como peso definitivo quando a
diferença entre eles não for superior a 10%.
CÁCULO: % Osso = lamostraPesoinicia
mostrPesofinala x 100
% OSSO % CÁLCIO % P
< 45% < 12% < 6%
45 a 55% 12 – 14 6 – 7
> 55% > 14 > 7
Determinação de contaminação com calcáreo
MATERIAL:
Vasilhame de vidro, 20 ml de solução, 10% de ácido muriático, parte fina da amostra
do resíduo obtido após determinação de % de osso.
PROCEDIMENTO:
Colocar solução no copo e adicionar uma pitada da amostra fina.
RESULTADO:
Haverá pontos de efervescência no fundo do copo caso haja presença de calcário.
Análises Químicas Recomendadas:
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Umidade < 10%
Proteína Bruta 32 a 60%
Gordura (E. Etéreo) 4 a 16%
Cinzas 25 a 50%
Cálcio 8 – 18%
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Fósforo 4 a 8,5%
Digestibilidade da Proteína em Pepsina > 30%
Sal < 11%
Peróxido Meq/Kg < 10%
acidez KOH/g < 2
CALCÁREO E FARINHA DE OSTRA
- Características Nutricionais – Fonte de Cálcio
- Problemas mais comuns – textura muito fina, baixo teor de cálcio, alto teor de magnésio
e contaminação com areia.
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Mín 2% Retido na Peneira de Arroz
Textura Máx. 5% Idem
Mín. 85% Retido na Peneira de Fubá
Análise Química Recomendada
ANÁLISE NÍVEIS DESEJADOS
Umidade < 10%
Cálcio > 35%
Cinzas > 97%
Magnésio < 0,9%
FOSFATO BICÁLCICO
- Características Nutricionais – Fonte de Cálcio e Fósforo
- Problemas mais comuns – Baixo teor de fósforo
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Cor Branca
Análises Químicas Recomendadas
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Fósforo > 18%
Cálcio < 26%
Flúor < 1% do valor do fósforo
Fósforo Solúvel em AC. Cítrico (2%) > 85%
SAL
- Características Nutricionais – Fonte de sódio e cloro
- Problemas mais comuns – Textura grossa, contaminação com areia
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Umidade < 1%
Aspecto Geral Não empelotado, cor Branca
Textura Máx. 4% Retido na peneira de arroz
Análise Química Recomendada
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Umidade < 3%
Sal > 95%
ÓLEO DEGOMADO DE SOJA
- Características Nutricionais – Fonte energética de alta disponibilidade
- Problemas mais comuns – Problemas pouco freqüentes
Análise no Recebimento
ANÁLISE PADRÃO DESEJADO
Aspecto Límpido - cor âmbar
Análises Químicas Recomendadas
ANÁLISE NÍVEIS ESPERADOS
Umidade volátil < 1%
Ácidos graxos totais > 90%
Ácidos graxos livres < 40%
Índice de iodo > 110g I/100 g
Material não saponificável < 1%
PADRÃO DE INGREDIENTES PARA FORMULAÇÃO DE RAÇÕES
Matéria Prima Umidade % Tyler Ideal % Máximo %
Milho Grãos 15 (max.)
Sorgo Grãos 15 (max.)
Milho Moído 13 (max.) nº 06 0.0 2
Sorgo Moído 13 (max.) nº 16 0.0 2
F. Casca de Arroz 10 (max.) nº 10 0.0 2
F. Casca de Algodão 10 (max.) nº 10 0.0 2
F. Casca de Soja 12 (max.) nº 10 2.0 5
Caulim 03 (max.) nº 10 0.0 2
Uréia nº 10 0.0 0
F. de carne 10 (max.) nº 07
nº 10
0.0
5.0
3
10
Penas e Vísceras 10 (max.) nº 10 5.0 10
F. de Sangue 10 (max.) nº 08 0.0 2
F. Osso Autoclavado 08 (max.) nº 10 0.0 2
F. Osso Calcinado 01 (max.) nº 10 0.0 2
Calcáreo – F. Ostra 03 (max.) nº 12
nº 42
0.0 2
50
Sal 03 (max.) nº 12 0.0 2
Arroz Cru – Solvente 12 (max.) nº 08 0.0 2
Arroz Cru – solvente nº 42 100 70
Refinazil 12 (max.) nº 08
nº 12
2.0
15.0
5
20
F. de trigo 14 (max.) nº 10 5.0 15
F. Morena 12 (max.) nº 12 0.0 2
F. de algodão 12 (max.) nº 10
nº 24
2.0
40.0
5
60
F. de amendoim 12 (max.) nº 08 2.0 5
nº 24 40.0 50
Protenose 12 (max.) nº 08 2.0 5
F. de Soja 12 (max.) nº 08
nº 10
0.0
12.0
2
15
F. de Peixe 10 (max.) nº 08 0.0 2
F. de Girassol 10 (max.) nº 10 0.0 2
F. de linhaça 12 (max.) nº 08 0.0 2
Quirera de Arroz M 10 (max.) nº 16 0.0 2
Aveia Moída 11 (max.) nº 16 0.0 5
Cevada Moída 12 (max.) nº 08
nº 16
0.0
15.0
2
Lex Protéico 10 (max.) nº 10 2.0 5
Alfafa – Tarsum 10 (max.) nº 12
nº 24
0.0
40.0
3
50
F. Babaçu – Uricuri 10 (max.) nº 06 0.0 3
Aveia Grãos 14 (max.)
Quirera de Arroz G 13 (max.)
F. Germem de Trigo 12 (max.) nº 08 0.0 2
Tucum – Palma nº 24 40.0 50
F. Trigo de Segundo 12 (max.) nº 24 0.0 2
F. Trigo Misturado 12 (max.) nº 16 0.0 2
F. Hominy Feed 10 (max.) nº 07 0.0 3
Açúcar 05 (max.) nº 10 0.0 2
Varredura de Açúcar 05 (max.) nº 10 3.0 5
VIII. PROGRAMA DE TREINAMENTO DE PRODUÇÃO
8.1 IMPORTÂNCIA DA MISTURA
A mistura é uma parte integrante em nosso processo de fabricação de rações, que reúne
certos ingredientes, drogas e aditivos em quantidades exatas, dando como resultado um
produto homogêneo de características próprias.
Basicamente uma fábrica de ração ê uma "industria de pesagens e mistura", partindo
deste princípio, podemos afirmar com certeza, pesagem e mistura estão intimamente ligados
em relação ao planejado e ensacado.
O programa de mistura consiste em:
- Alimentação do misturador com matérias primas;
- Mistura homogênea das matérias primas;
- Alimentação dos tanques das prensas e ensaques.
8.2 OPERADOR DE MISTURA
Trabalho de fundamental importância na área de produção. O bom operador deve estar
sempre atento e consciente de suas responsabilidades.
- Limpeza e aferição das balanças de mistura;
- Acompanhar a fórmula com pesos certos e ingredientes certos;
- Conferir o ticket de produção com a fórmula usada;
- Conferir e etiqueta do micro com a fórmula;
- Observar se todos os ingredientes estão colocados dentro do misturador;
- Contar o tempo de mistura após adição do último ingrediente (5 minutos) após o
toque da campainha, desligar o relógio;
- Não esquecer de anotar o nome do produto no quadro, e se o n do tanque assinalado
é realmente aquele em que pretende jogar o produto;
- Adicione e remistura (ME ou NI), conforme orientação do controle de qualidade,
adicione apenas o que tiver indicado na fórmula e nada mais;
- Informar corretamente os cortes em lotes de matérias primas;
- Evitar contaminações, acúmulos de sacos na área de produção e armazéns;
- Verificar a quantidade de estoque de cada ingrediente nos tanques de alimentação,
você evitará paradas da mistura por falta de ingredientes.
8.2.1 SEQUÊNCIA DE MISTURA
Contaminações entre determinados Produtos Acabados e Micros podem acarretar
sérios problemas de campo (rejeição do alimento, intoxicação e até morte dos animais). A
seqüência certa deve ser feita da seguinte forma:
- Os produtos da linha de Postura devem ser feitos após produtos da Linha de Gado (s/
uréia) ou Suínos, nunca após os produtos que contenham coccidiostáticos (linha de Frangos e
Coelhos).
Os produtos da linha de Eqüinos e Cães devem ser feitos após produtos da Linha de
Gado (s/ uréia) ou suínos.
Na impossibilidade de seguir tal seqüência, deve-se fazer a limpeza do sistema com ~
300 kg. de milho. Este milho deve ser utilizado em produtos que antecedem a limpeza.
8.3 ABASTECIMENTO DO MISTURADOR
Em primeiro lugar adicionar os ingredientes que entram em maior quantidade milho,
soja e produtos pesados no embarque. Em seguida adicionar o Micro (sal, calcário, caulim,
uréia e outros produtos críticos), adicionar por último os ingredientes que entram em pelo
menos 10% da fórmula (carne, arroz crú, arroz casca, refinazil, farinha morena, etc.).
8.4 OPERADORES DE PESAGEM / ABASTECEDORES
- Acompanhar a aferição das balanças de pesagem;
- Verificar a tara dos carrinhos e vasilhames utilizados;
- Desconto de sacaria;
- Adicionar ao misturador a cada batida a limpeza da área de mistura;
- Não estimar pesagem;
- Informar corretamente ao operador de mistura, quilos antes do corte;
- Na montagem das batidas, separar bem os ingredientes destinados ao misturador;
- Antes de adicionar o micro, certificar com o operador de mistura;
- Qualquer dúvida na identificação de uma matéria prima, lote em uso, conto de
sacaria, informar e pedir orientação ao Operador de Mistura ou Supervisor de Produção;
- Após adição do último ingrediente, ligar o relógio (Time).
8.5 OPERADORES ENSAQUE E COSTURA
- Estar sempre atento na abertura dos tanques;
- Não ensacar ração sem antes conferir - Rótulo de Sacaria, Carimbo da Data. Ex:
Coelho Especial - produzido no dia 02/05/87 pelo 4o turno - Cód – 1260;
- 0 ensacador é o último elemento que tem contato direto com o produto acabado.
Torna-se fundamental a amostragem do produto;
- Procurar ter um ritmo de trabalho (velocidade), ensaque rápido acompanhado de
ensaque lento e vice-versa, contribuem para variação de peso no produto final;
- Após terminado o ensaque de um determinado produto, anotar o n de sacos em um
bloco, comunicando imediatamente ao Supervisor para conferir o volume planejado do
volume ensacado;
- Cuidados com os equipamentos - máquina de ensaque, máquina de costura. Limpeza
e lubrificação;
- Estar sempre informado quanto a adição de melaço - relação quilos x litros, por
produto.
8.6 TRANSPORTE
- Aferição do peso dos Produtos Acabados. Qualquer variação, informar o ensacador e
o Supervisor para regulagem do ensaque. A cada 7 (sete) sacos, passar um na balança;
- Aferição da balança e ficar atento quanto ao desconto do peso do saco;
- Na montagem do pallet, não colocar sacos rasgados ou descosturados;
- Rotular os pallets para melhor identificação nos armazéns de PA;
- Retirar o primeiro e o último saco e colocá-los próximos ao pilar da produção
(Farelos - quando granulados separá-los para moer);
- Limpeza do feed-clainer, estabelecer um local juntamente com o supervisor, para
alocar o peneirado.
8.7 PRENSISTA
Constantemente temos recebido reclamações de campo no tocante a resistência dos
produtos prensados e consequentemente elevação na quantidade de finos, além do normal.
Cabe ao prensista estar sempre atento quanto as condições de operação da prensa.
- Molde: Ao final do turno, promover uma limpeza do molde, quer com milho ou
milho e óleo vegetal.
- Manter o equipamento limpo. Retirada de placas que se aglutinam interna e
externamente, limpeza dos magnéticos.
- Peneira Vibratória: limpeza, funcionamento.
- temperatura da Prensa, carga, vapor.
- 0s produtos destinados à Coelhos e Eqüinos, devemos ter um cuidado especial com
relação a presença de finos. Quantidade excessiva de finos provoca irritação nas vias nasais
destes animais, predispondo-os as doenças, rejeição do produto, menor consumo, etc.
- Para um bom funcionamento da prensa é preciso que o operador mantenha uma
relação vapor/carga, que permite um bom desempenho da prensa e assegure a qualidade do
produto final (tamanho, resistência, diâmetro, baixa porcentagem de finos).
8.8 LIMPEZA DA ÁREA DE TRABALHO E DA PRENSA
A prensa é uma máquina que exige a presença e atenção constante do operador, porém
ë um trabalho mais folgado, que permite ao operador desempenhar um bom programa de
limpeza do equipamento e da área de trabalho.
Obs.: Nos últimos meses temos observado um acréscimo do número de contaminações dos
produtos peletizados. Sempre que o operador promover a virada de tanques de P.A.,
principalmente nos tanques a granel e de Cães, é necessário acompanhar o percurso,
verificando a operação.
8.9 PRODUTIVlDADE
Todos devem procurar manter um ritmo de trabalho bom, aumentando gradativamente
a produtividade, mas sempre respeitando as regras de seqüência de mistura, tempo de mistura,
cuidados de manuseio e "fazendo qualidade". A cada dia que passa, nossa produção melhora
cada vez mais sua eficiência, devemos acompanhar este crescimento acelerado, obter uma
produtividade maior e para isto, deve-se procurar explorar a capacidade máxima de trabalho.
0 bom funcionário é aquele que respeita rigorosamente as regras de qualidade, que
procura dar sempre um bom rendimento em seu serviço e que está sempre procurando
melhorar seus conhecimentos técnicos.
Se nós estamos nessas funções tão importantes, vamos seguir as regras de operação e
lembrar sempre que "produzimos alimentos de alta qualidade e a qualidade é responsabilidade
de todos nós."
8.10 MISTURADOR – TEMPO E SEQUÊNCIA DE MISTURA
As recomendações dos fabricantes de misturadores são feitas em função da capacidade
e dimensionamento dos equipamentos, recomendações estas, que obedecem a trabalhos sérios
e exaustivos uma vez que existem envolvidos aspectos muito importantes tais como: qualidade
da ração misturada e limitação da capacidade de produção. Assim, qualquer redução no tempo
de mistura afeta a qualidade e, qualquer mistura a mais reduz a produtividade do sistema
(treine o pessoal para estes conceitos).
8.10.1 MISTURADOR VERTICAL
8.10.1.1 – PROCESSO DE OPERAÇÃO – Para assegurar a distribuição correta de
cada ingrediente em cada saco de ração, deve-se seguir determinados procedimentos.
a) Todos os ingredientes devem ser pesados, exatamente por batidas.
1. Quando for necessário quantidades menores que um saco, os ingredientes devem ser
pesados. Em nenhuma hipótese o peso deverá ser estimado, dividindo-se um saco entre várias
partes.
b) Adicione todos os ingredientes críticos e de baixa porcentagem incluindo micro
quando o misturador estiver entre 1/4 a 1/2 do nível de sua capacidade.
c) Adicione por último grandes porcentagens de ingredientes a granel ao misturador.
d) Utilize uma descarga para recircular, descarregando do misturador sobre a abertura
na piso. Comece a recircular depois da adição do último ingrediente. Este método evita que os
ingredientes críticos fiquem retidos na parte inferior do misturador de rosca. Isto é muito
importante para se obter uma boa mistura.
e) 0 tempo mínimo para mistura é de cinco minutos depois da adição do último
ingrediente, para um misturador duplo vertical de duas toneladas. Qualquer outro misturador
vertical irá requer maior tempo para mistura, que deverá ser estabelecido por tabelas prontas
de misturas feitas em laboratório.
8.10.1.2 - SEQUÊNCIA DE MISTURA
A proibição do uso de certas drogas, sub-produtos animais e outros, em certas rações
indica que também as contaminações daqueles produtos não devem aparecer em outras rações.
Assim, em função de nossa linha atual de produtos estamos apresentando um quadro de
seqüência racional de mistura e a seguir o porque das recomendações.
8.10.1.3 IMPEZA D0 SISTEMA
Na impossibilidade do seguimento destas seqüências deve-se fazer uma limpeza no
sistema. Esta limpeza é feita adicionando ao misturador vazio 300 kg de milho ou sorgo moído
pelo menos, passar pelo sistema, e usar como N.I. em produtos para gado (Tira-Leite).
Eis as explicações do porque são proibidas certas seqüências de mistura:
1. O ítem 1 têm como objetivo reduzir a contaminação de produtos do gado com
produtos contendo alto teor de subprodutos animais como os concentrados de suínos e aves,
estas contaminações afetam a palatabilidade dos produtos de gado.
2. Os cavalos são extremamente sensíveis a quaisquer drogas e contaminações de
sub-produtos animais. Os coelhos têm os mesmos problemas mas aceitam contaminações com
algumas drogas.
3. Contaminações mínimas de determinados coccidìostáticos afetam drasticamente
a postura.
4. As contaminações dos concentrados de postura (extremamente rico em cálcio)
são indesejáveis em produtos de baixo nível de cálcio, só sendo possível seguir com os
produtos citados.
5. Contaminações de completos de postura (alto nível de cálcio) são prejudiciais a
suínos e aves jovens.
PLANO FARA ELIMINAÇAO DE CORTES FORA
1. Atribuição de peso errada quanto a dedução de Sacaria.
É necessário que o controle de Qualidade esteja sempre ciente quanto ao tipo e peso,
do saco na hora da descarga.
2. Atribuição errada quanto a quebra de moagem.
Execução constantes quanto aos testes de moagens para se ter certeza de qual é a perda
de cada Matéria Prima que sofre este processo.
3. Extração de varredura de lotes do armazém.
Toda e qualquer quantidade de matéria prima sem condições de uso retirada do
armazém, deverá ser imediatamente comunicada ao estoque, assim como identificá-la e dizer a
que lote pertence.
4. Devolução imediata de sacaria.
Com relação as matérias primas colocadas no armazém, e a devolução de sacaria no
mesmo caminhão, devolver-se as quantidades respectivas aos tipos.
5. Fornecer número de sacos da Nota Fiscal e o número recebido.
Amostragem constantes do n de sacos recebido para verificar se há distorção para
com a Nota Fiscal. .
6. Lotes simultâneos Armazém/Tanque.
Toda carga de matéria prima recebida, deverá ser jogada diretamente ao tanque ou
colocada totalmente no armazém, evitar-se o caso de se jogar parte desta ao tanque e o restante
permanecer no armazém produtos jogados a mão.
6. Contaminação de produtos jogados a mão
Sugere-se a determinação de um homem só para limpeza da parte interna da fábrica.
HIPÕTESES P/CORTES FORA
1- Cálculo errado nos controles de produção
Verificar algum erro de desconto de sacaria ou mesmo de subtração, entre faturado e
recebido, para mais ou para menos.
2 - Chacoalhar Sacos
Quando jogar algum lote de Matéria Prima para o abastecimento to do tanque da
produção, devemos chacoalhar os sacos para o produto cair. Varrer bem os pés do bloco e nas
moegas externas fazer a mesma coisa.
3 - Usar Lotes Trocados
Antes de jogar algum lote para produção, verificar se estão usando o lote certo.
Anotar o n9 do lote correto no relatório diário de produção, para o controle de
estoque não lançar errado.
4 - Barreira em Tanque
Quando da execução do corte, o auxiliar da mistura deverá bater nos tanques, para
evitar um corte fora, devido barreira.
0 operador de laje deve observar se existe ou não barreira.
5- Pesagem errada na Mistura
0 operador de mistura deve pesar de acordo com o que a fórmula pede. Essa é uma
das principais fontes de cortes fora.
6 - número de Seqüência anotada errada
0 principal responsável por estas anotações é o operador da mistura, que deve anotar
com precisão.
7 - Quilos anteriormente anotado errado 0 operador de mistura deverão anotar os quilos antes
correto, caso ele anote para mais ou para menos o corte está sujeito a dar quebra ou ganho.
8 - Formulação errada
0 Supervisor de Estoque deve formulá-la corretamente:
0 Supervisor de Produção deverão anotar corretamente nos tickts a fórmula do mês
em uso. supervisor do Controle de Qualidade deverão manter um controle rígido de fórmulas,
deixando, com o supervisor de Produção e Estoques somente as fórmulas. em uso.
9 - Somente Operador de Mistura que pode esperar o misturador.
A total responsabilidade deste setor é do operador de mistura não pode de espécie
alguma, outra pessoa que não conhece o setor pesar algum ingrediente.
No caso de treinamento o titular deverá ensinar corretamente o trainee e acompanha-
lo na pesagem até que o mesmo esteja em condições de assumir as funções.
10 - Manobra de Tanques
0 operador de laje, sua obrigação é de fazer manobras corretamente de acordo com
que é solicitado. Deverão exigir do solicitante pronuncias claras, que não deixe duvidas quanto
a manobra, depois de pronta a manobra deve liberar para que o produto seja jogado,
imediatamente deverão acompanhar o fluxo do produto e verificar se não está havendo
contaminação em outros tanques.
11 - Balança da mistura
Deve ser aferida semanalmente para não haver diferença. Em caso de qualquer desvio
notado pelo operador, deverão interromper a operação e aferi-la como horas de emergência.
11.1 - Limpeza nos pés dos blocos de matérias Primas.
Os elementos da limpeza devera fazer uma limpeza imediata quando usarem estes
lotes, para que não causem contaminação de um produto com outro.
11.2 - Vazamento de comportas da balança.
Deverão ser feita uma checagem, diariamente, nas comportas dos tanques que
abastecem a mistura.
11.3 - tara dos tambores
Terá que ser feita diariamente uma checagem nas taras dos tambores e carrinhos que
são utilizados na mistura.
11.4 ~ Blocos de matérias primas em perfeitas condições.
O pessoal de descarga deve fazer os blocos bem feitos, para evitar a queda de sacos
em outros lotes.
11.5 - Limpeza no descarregamento
Deve ser feita uma limpeza imediata quando descarregar um caminhão, caso os
ingredientes sejam diferentes ou mesmo que sejam iguais, quando forem lotes diferentes.
11.6 - Aferição de Melaço
Todo o melaço usado em aferições deverá ser comunicado ao controle de estoques,
pelo controle de qualidade.
11.7.~impeza nos pés dos elevadores
Todo ingrediente retirado do pé deve ser jogado novamente no tanque, desde que este
ingrediente seja. pertencente a este lote que está no tanque.
11.8 - Barreira no tanque
Toda barreira que se encontrar em tanque deverá, ser retiradas. mais rápido possível,
evitando assim que este produto seja levado para varredura e poderá ocorrer um possível erro
ou esquecimento do controle de qualidade em comunicar o controle de estoques.
IX. AUDITORIAS SEGUNDO O PADRÃO GUABI DE QUALIDADE
As auto-auditorias nas fábricas são indispensáveis à manutenção da qualidade e
completam os trabalhos de auditoria realizados pelo Departamento Técnico periodicamente.
Visam a identificação dos pontos falhos na qualidade, a indicação das soluções e a fixação de
prazo para que estas soluções sejam efetivadas.
Para o completo êxito dessas auto-auditorias, as fábricas devem compor um grupo de
qualidade que se reunirá mensalmente afim de inspecionar os vários setores da unidade. O
trabalho desse Grupo deve ser visto como uma rotina, ou parte normal do dia-a-dia de uma
unidade.
Algumas recomendações para execução das auto-auditorias, são mencionadas a
seguir :
1. O Grupo de Qualidade poderá ser composto de elementos das área de produção, estoque,
recepção, manutenção, superintendência Gerencia, sendo o Supervisor de Qualidade
membro permanente.
2. A cada auto-auditoria poderá ser convidado um elemento, não componente do Grupo, para
participar. Este elemento, independente de cargo ou posição, deve estar relacionado com
pontos ou setores onde se queira dar ênfase na resolução dos problemas.
3. Os membros do Grupo deverão se reunir uma vez ao mês e, utilizando roteiro anexo,
percorrer todos os setores da fábrica inspecionando todos os itens mencionados no mesmo.
4. Esta reunião deverá ser realizada antes do final do mês e o Supervisor de Qualidade poderá
aproveitar assuntos desta para comentar em seu Relatório mensal de Qualidade,
5. Os membros do Grupo poderão ser sub-divididos, designando-lhes um setor para inspeção,
que poderá ser alternado (setor) a cada auto-auditoria.
6. O roteiro para a auto-auditoria deve ser usado tão somente cor instrumento para localizar
os problemas, e não como um Relatório para ser preenchido e enviado a outros
departamentos.
7. A critério do Grupo de Qualidade, ou por sugestão de qualquer membro deste, poderão ser
acrescentados outros pontos a serem inspecionados com o objetivo de se colocar maior
ênfase em determinados setores da fábrica.
8. Após a inspeção, preenchido o roteiro e tomadas outras anotações que se fizerem
necessárias, o Grupo deverá se reunir para discutir, buscar as soluções e fixar prazos para a
efetivação de cada problema.
9. Todas as decisões e planos deverão ser mencionados em carta ou Relatório, que não o
Roteiro, e enviada cada cópia ao Deptº Técnico.
10. A cada nova reunião do Grupo de Qualidade deverá ser realizado um levantamento, com
base no Relatório da última reunião, sobre os problemas abordados anteriormente e a
solução parcial ou final dos mesmos.
11. Sendo o objetivo básico da auto-auditoria encontrar os problemas e solucioná-los, a
fixação de prazos para essas soluções deve ser bem estudada, principalmente quando
ocorrer modificação ou acréscimo de equipamentos que envolvam utilização de capital.
Também para se evitar que soluções sejam proteladas indefinidamente.
12. A auto-auditoria não deve, em nenhum momento, ser conduzida de modo que se torne uma
reunião de vários elementos julgando, acusando ou apontando defeitos e problemas; tão
pouco o Supervisor de Qualidade deve estar na defesa destes problemas ou do seu
trabalho. O comportamento que se espera dos membros do Grupo e que ajam como se
fossem auxiliares do Supervisor de Qualidade.
9.1 - SALA DE CONTROLE DE QUALIDADE
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Aspecto geral de limpeza e ordem.
2 – Funcionamento e aferição dos equipamentos.
3 – Estoques de materiais em geral (termômetros, reagentes,
etc.).
4 – Organização dos arquivos em gerais.
5 – Controle de ingredientes e produtos acabados em fichas.
6 – Amostragem e testes físicos.
7 – Atualização de mostruário de ingredientes e produtos
acabados.
8 - Mostruário padrão de ingredientes.
9 - Envio de amostras ao Laboratório.
10 – Controle da Qualidade da água de caldeira.
11 – Atendimento a fornecedores.
12 – Treinamento de pessoal.
1 3 – Contato com ordens de compras de fornecedores
problemáticos e com a chegada de caminhão na fábrica
aguardando ordem de descarga.
14 – comunicação com outros setores
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 28 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.2 -- GRUPO DE QUALIDADE
Conhecimento dos membros do grupo sobre os pontos principais de
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Normas de amostragem e inspeção de ingredientes e
matérias primas.
2 – Procedimentos em caso de ingrediente e produtos acabados
fora de standard.
3 - Seqüência de mistura (misturador, prensa e micro).
4 - Tempo de mistura (macro, micro e premix).
5 - Textura de produtos farelados, peletizados, triturados e
laminados.
6 – Quantidade de finos e resistência de pellets dos produtos.
7 – Standard de Ingredientes (revisar 5 ingredientes por
auditoria).
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 14 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.3 - RECEPÇÃO, AMOSTRAGEM E DESCARGA
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Amostragem, inspeção e aprovação, antes da descarga. X
2 - Controle de Qualidade dos ingredientes durante a descarga,
pela equipe de descarga.
X
3 - Aceitação por parte dos outros setores da fábrica, quando da
recusa de ingredientes ou da necessidade de se usar sob certas
condições (precaução).
X
4 – Comunicação por parte do Sup. de Tráfego com os
fornecedores cujos carregamentos foram classificados como
fora de Standard.
5 – Aspectos gerais do pátio interno da fábrica (entrada,
estacionamento, etc.).
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 10 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.4 - ARMAZÉNS DE MATÉRIAS PRIMAS ( INCLUSIVE EXTERNOS)
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Arrumação dos lotes. X
2 – manutenção da distancia mínima entre lotes, e entre lotes e
paredes.
X
3 – Prevenção de contaminação entre lotes. X
4 – I.impeza dos corredores e portas de carga e descarga. X
5 - Controle de insetos, pássaros e roedores. X
6 – Verificação e reparo de vazamento e goteiras. X
7 – Identificação correta dos lotes. X
8 - Rotação adequada dos lotes. X
9 - Controle de temperatura dos ingredientes críticos. X
10 – Comunicação por parte da recepção ou tráfego sobre
ingredientes colocados em armazéns externos.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 20 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.5 - MOINHO E SISTEMA DE CONDUÇÃO
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Funcionamento da moega e grãos. X
2 – Funcionamento do elevador de grãos. X
3 - Limpeza da base do elevador de grãos. X
4 – Condições apresentadas pelos tanques de pré - moagem
(interno).
X
5 - Aspecto externo de todo sistema de elevação, condução e
moagem.
X
6 - Estado das peneiras, martelos e dispositivo magnético. X
7 – Funcionamento, limpeza e vedação de rosca e válvula
múltipla.
X
8 – Conhecimento da textura ideal de cada ingrediente e
realização de testes rotineiras por parte do operados do moinho.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 16 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.6 - MOEGA, SISTEMA DE VEDAÇÃO E CONDUÇÃO
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Condições da moega. X
2 – Funcionamento, limpeza e vedação da rosca da moega. X
3 – Condições do elevador de matéria prima. A limpeza da base
do elevador de matéria prima.
X
4 – Funcionamento, limpeza e vedação da roscas superior. X
5 – Aspecto externo de todo sistema de elevação e condução. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 10 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.7 - ÁREA DE PRODUÇÁO (UNIDADE)-MISTURADOR E PRENSA
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Funcionamento e limpeza dos misturadores. X
2 – Estado de conservação e aferição das balanças. X
3 – Condições do elevador de produto acabado. X
4 – Funcionamento, limpeza e vedação da rosca e válvula
múltipla.
X
5 – Aspecto geral dos tanques de produto acabado. X
6 – Controle de tempo e seqüência de mistura. X
7 – Volume correto das misturas. X
8 – Funcionamento, aferição e limpeza do equipamento. X
9 – Funcionamento, aferição e limpeza do equipamento. X
10 – Uso da válvula de circulação e tela para limpeza de
produtos acabados.
X
11- Manuseio de remisturas, ME e NI. X
12 – Adição de produtos a mão. X
13 – Limpeza e arrumação da área de produção. X
14 – Condições gerais de operação de prensa (modelos dos
rolos e facas)
X
15 – Funcionamento do manômetro e termômetro (painéis de
controle).
X
16 – Condição de funcionamento e limpeza do sistema de
refrigeração.
X
17 – Condições dos elevadores de pellets. X
18 – Operação da peneira vibratória. X
19 – Conhecimento de ajuste dos rolos, retorno de finos da
peneira e ciclone, relações entre temperatura, pressão de vapor
e umidade, espessura e tamanho dos pellets, etc., por parte do
operador da prensa.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 38 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.8 - ENSAQUE - UNIDADE I
AVALIAÇÀO
A B C
1- Operação, aferição e limpeza das balanças. X
2 – Condições e eficiência da máquina de costura. X
3 – Funcionamento e aferição do melaçeador. X
4 – Condições do filtro de melaço. X
5 – Funcionamento dos tanques de pré-aquecimento. X
6 – Aferição de peso do saco. X
7 – Condições e uso do datador de sacos. X
8 – Funcionamento das comportas dos tanques de ensaque. X
9 – Aspecto geral de limpeza da área de ensaque. X
10 – Conhecimento por parte do operador de ensaque sobre
aspecto de cada produto acabado, variações normais, ME,
disponibilidade de mostruário padrão para comparação e
prevenção de contaminação.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/20 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.9 – PORÃO
AVALIAÇÀO
A B C
1 - Vedação das comportas do misturador. X
2 - Temperatura dos pellets. X
3 - Verificação e reparo de vazamento ou infiltração de água. X
4 - Aspecto geral de limpeza do porão. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 8 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.10 - AREAS DE PRODUÇÃO (UNIDADE II)-MISTURADOR
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Condições do elevador do produto acabado. X
2 – Funcionamento e limpeza da rosca de produto acabado. X
3 – Aspecto geral dos tanques de produtos acabados. X
4 – Controle de tempo e seqüência de mistura. X
5 – Volume correto de mistura. X
6 – Condições do painel de controle. X
7 – Uso de válvula de circulação e tela para limpeza de produto
acabado.
X
8 - Manuseio de remisturas, ME e NI. X
9 – condição de produtos colocados à mão. X
10 - Limpeza e arrumação da área de produção. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 20 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.11 – ENSAQUE (UNIDADE II)
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Observação, aferição e limpeza das balanças.
2 – Condições e eficiência da máquina de costura.
3 – Funcionamento e aferição do melaçeador.
4 – Condições do filtro de melaço.
5 – Funcionamento dos tanques de pré-aquecimento.
6 – Aferição do peso do saco. X
7 – Funcionamento das comportas dos tanques de ensaque.
8 – Condições e uso do datador de sacos. X
9 – Aspecto geral de limpeza da área de ensaque.
10 - Conhecimento, por parte do operador de ensaque, sobre
aspecto de cada produto acabado, variações; normais, ME,
disponibilidade de mostruário padrão e prevenção de
contaminação.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 20 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.12 - SALA E AREA DE MICRO
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Funcionamento, aferição e limpeza das balanças. X
2 – Condições e uso do exaustor. X
3 – Uso de macacão limpo e máscara apropriadas. X
4 – Identificação (clara) de todos os recipientes. X
5 – Uso de conchas individuais para todas as drogas. X
6 – Limpeza, posicionamento e eficiência de funcionamento da
betoneira.
X
7 – Tempo correto de mistura. X
8 – Regularidade no uso de micros (max.72 horas de descanso). X
9 – Aspecto geral de limpeza da sala de micro. X
10 - Conhecimento por parte do operador de micro, sobre
aspecto, características e precauções de manuseio de cada
droga.
X
11 – Identificação correta de todos os lotes de drogas. X
12 - Rotação adequada dos lotes de drogas. X
13 - Estado das embalagens, principalmente as de drogas
criticas.
X
14 – Inspeção de cada droga antes do uso. X
15 - Aspecto geral de limpeza e organização do depósito de
drogas.
X
16 – Inventário diário de drogas. X
17 - Comunicação e explicação das variações de drogas acima
de 1%.
X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 34 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.13 - SEGURANÇA GERAL
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Condições das correias e engrenagens. X
2 - Controle da força (desligar) para limpeza, inspeção ou
manutenção de qualquer máquina.
X
3 – Proteções disponíveis em área de risco de queda, (Passarela,
corrimão, guarda corpo).
X
4 – Segurança dos lotes (pilhas): X
5 – Controle de roedores e pragas em geral. X
6 – Disponibilização de extintores, capacetes e avisos de NÃO
FUMAR nas áreas de produção, recepção, expedição e
armazéns
X
7 – Treinamento de pessoal, nas áreas e combate a incêndio e
primeiros socorros.
X
8 – Disponibilidade de medicamentos de necessidade. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 16 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.14 – PLANOS DE CORTE E TICKETTS DE PRODUÇÃO
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Realização dos cortes segundo o plano. X
2 – Efeitos: dos cortes na melhoria dos controles internos. X
3 – Variações encontradas mensalmente nos cortes. X
4 - Conhecimento por parte de cada um dos membros do
Grupo, do porque e das vantagens do corte.
X
5 – Verificação dos ticketts de produção. X
6 – Registro e identificação dos materiais reprocessados. X
7 – Controle de variação de ensaque. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 14 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.15 – SETORES
AVALIAÇÀO
A B C
1 – Aspecto geral de limpeza e ordem. X
2 – Organização dos arquivos em gerais. X
3 – Controle de ingredientes e produtos acabados em fichas. X
4 - Atualização de mostruário de ingredientes e produtos
acabados.
X
5 - Mostruário padrão de ingredientes. X
6 – Atendimento pela fábrica. X
7 – Regulagem de comedouros. X
8 – Produto velho no comedouro. X
9 – Estimativa dos desperdícios. X
10 - A produção dos animais está dentro do esperado. X
TOTAL DE PONTOS = X 100/ 20 = %
A - BOM (2 PONTOS) B – REGULAR (1 PONTO) C – RUI M (ZERO)
9.16 - INGREDIENTES
Recepção:
- Tonelagem total recebida em fábrica durante o mês .................................. _________
- Nº de Caminhões ........................................................................................ _________
- Nº de Vagões .............................................................................................. _________
- Carregamento sub-standards recebidos ...................................................... _________
- Toneladas .................................................................................................... _________
- Os motivos e os procedimentos para uso constam do(s) Relatório(s) de
Ingrediente(s) nº(s) ..................................................................................... _________
- Data da última aferição na balança de caminhões (mês/ano) ..................... _________
Armazém:
- Lotes críticos emblocados a mais de três meses (Ton) ............................... _________
- Motivo/procedimentos p/ controle: _______________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Moinho:
- Rendimento de moagem (Ton/h): Milho________ Sorgo________ Trigo________
- Comentários: ______________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Cortes:
- Planejamento .............................................................................................. _________
- Efetuados no mês ........................................................................................ _________
- Cortes fora (acima de 1%) .......................................................................... _________
- Cortes fora (acima de 2%) .......................................................................... _________
- Cortes omitidos ........................................................................................... _________
- Comentários: _______________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9.17 - PRODUTOS ACABADOS
Pesagem:
- Quantidade de sacos pesados ...................................................................... _________
- Nº de sacos fora de peso ............................................................................. _________
- Média de peso dos sacos liberados para embarque (kg) ............................. _________
- Média de sacos pesados por batida (aprox. 2.600 kg) ................................ _________
- Aferição das balanças (diária/mensal/outro) .............................................. _________
Variação de Ensaque:
- Sack-off ( Kg) ........................................................................................... _________
- Motivo(s) da ocorrência de variações altas: _______________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Prensa:
- Capacidade média de prensagem com/ exceção de produtos especiais
(Ton/h):
Seqüência de Mistura:
- Está sendo seguida conforme normas do Boletim C. Qualidade? SIM ( ) NÃO ( )
- Motivo: ______________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
M.E.:
- Nº de M.E. obtidas durante o mês .............................................................. _________
- Quantidade (Kg ou saco) ............................................................................ _________
- Tipos de M.E. (Produto x Produto): ______________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
- Solucionados por: ___________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
N.I.:
- Quantidade total de N.I. obtida no mês (Kg ou saco) .................................... _________
- Quantidade de N.I. colocada para varredura (Kg ou saco) ............................ _________
- Restante colocada em: _______________________________________________
__________________________________________________________________
Varredura:
- Quantidade total de varredura obtida no mês (Kg) ........................................ _________
Armazém:
- Produto(s) com mais de 50 dias (sacos) ......................................................... _________
- Qual(is) produto(s): ____________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
- Produto(s) velho(s) remisturado(s) (sacos) .................................................... _________
- Quantidade de embalagens inutilizadas (sacos) ............................................. _________
- Motivos(s) principal(is): _________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Reclamações de campo:
- Nº de reclamações durante o período: ............................................................ _________
- Dê acordo com memorando informativo ao Depto. Técnico de nº (s): _____________
____________________________________________________________________
- Nº de devoluções: ........................................................................................... _________
- Quantidade total devolvida (kg ou saco) ........................................................ _________
- Produto(s): ___________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
9.18 - ÁREA DE MICROS E MINERAIS
Uso de Micros e Minerais:
- Quantidade de micro/minerais inutilizados .................................................... _________
- Motivo/Procedimento(s) adotado(s):________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
- Uso indevido, falta ou excesso de drogas – Procedimento(s) adotado(s) para correção:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
- Ocorrências anormais observadas (falta de identificação, textura fora, empelotamento, etc):
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Pesagem:
- Aferição de balança (diária/semanal/outro): .................................................. _________
Tempo de Mistura:
- Micros e Minerais (minutos) .......................................................................... _________
9.19 - TESTES LOCAIS
Aparelhos:
- Realização aferição e limpeza periódica dos aparelhos? Sim ( ) Não ( )
Ingredientes:
- Nº de testes de granulometria realizados com produtos passados por moinho: ______
- Nº de testes de BRIX realizados no mês .................................................... _________
- Resultados de BRIX inferiores a 79º .......................................................... _________
- Quantidade total de testes físicos................................................................ _________
- Quantidade total de testes químicos ........................................................... _________
Produtos Acabados:
- Nº de amostras de ingredientes enviadas ....................................................... _________
- Nº de amostras de prod. acabados enviadas ................................................... _________
- Nº de amostras recebidas do Lab. p/ checagem de aparelhos ........................ _________
9.20 - AUTO – AUDITORIA
Descriminar os problemas observados, por área
- Recepção: _____________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
- Produção: _____________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
- Expedição: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
- Comentário Geral da Fábrica: _____________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______/_______/20_______ ___________________________________
- Sup. Controle Qualidade
X. REDUZINDO EXPLOSOES DE PÓ EM GRAOS RAÇOES E FARELOS
Tem havido algumas explosões recentemente, causadas pelo pó de farelos, rações e
grãos. Ao ouvir isto muitas pessoas se assustam, e mais tarde se esquecem do assunto. Outras
pensam que explosões de pó não são perigosas porque nunca ocorreram em suas fábricas, mas
não tenha dúvida, se não tivermos cuidado elas podem acontecer.
Todas as fábricas que fazer rações, processam farelos, farinhas e grãos estão expostas ao
perigo de explosões de pó.
É muito fácil saber como reduzir este perigo. A primeira coisa que se faz para reduzir
o perigo de explosões de pó é conhecer as causas das explosões. 0 segundo é conhecer as
máquinas e equipamentos que oferecem maior perigo.
Para se conhecer as causas de explosões foi feita uma pesquisa pelo Laboratório
Tecnológico de Defesa Nacional, na Holanda estudando-se a maioria das causas de explosões
nos anos passados.
Os seguintes dados foram extraídos de cada explosão descrita neste artigo :
- causa da explosão
- máquina ou equipamento em que ocorreu a explosão
- tipo de fábrica ( farelos, rações, farinhas, grãos, etc. )
- composição do pó que explodiu
- ano e país em que ocorreu
- número de mortos e feridos
- danos materiais
Foram pesquisadas 535 explosões de pó ocorridas centre os anos de 1860 a 1974.
ara chegar a uma conclusão das causas mais comuns que causaram as explosões, vamos
considerar os casos mais recentes dos últimos 25 anos ( 1949-1974).
A tabela I indica as causas mais importantes de explosões nos últimos 25 anos. Estas foram
originadas por trabalhos de solda e ferros junto a ingredientes
TABELA 1 – Explosões de pó de acordo com as causas
Causas
Todo Mundo Holanda
Todas Fábricas
Total: 128
Fábricas Rações
Total: 46
Todas Fábricas
Total 32
Desconhecidas 27 29 09
Soldagem 22 26 39
Lâmpada de Inspeção 06 08 15
Fogo 02 02 01
Fricção 06 05 09
Alta Temperatura 08 06 09
Ignição Mecânica 04 04 06
Ignição Elétrica 05 04 09
Eletricidade Estática 04 0 0
Pedaços de Ferro 13 10 0
Calefação 02 01 03
Se estes corpos estranhos entram nas máquinas, podem causar faiscas e explosões.
Considerando-se outras causas, pode-se incluir a seguir a descida de lâmpadas de inspeção nos
silos. A tabela II apresenta as percentagens de explosões de pó que ocorreram em várias partes
dos equipamentos das fábricas
TABELA 2 – Explosões de pó de acordo com as instalações da Fábrica
Causas
Todo Mundo Holanda
Todas Fábricas
Total: 128
Fábricas Rações
Total: 46
Todas Fábricas
Total 32
Desconhecidas 25 18 0
Elevadores 14 19 21
Silos 21 18 27
Moinhos 11 17 06
Misturadores 04 08 12
Filtro de Pó 02 08 12
Secadores 09 04 09
Ventiladores 01 0 0
Transportes 06 02 09
Instalações Elétricas 03 04 0
Motores Elétricos 02 0 0
Materiais Explosivos Índice de Explosividade (%)
- Alfafa 0,1
- Carvão Vegetal 1,0
- Farelo de Algodão 2,2
- Farelo de Soja 7,5
- Poeiras de grãos Misturados 9,2
- Amido de Milho 35,6
- Amido de Trigo 50,0
Esta tabela mostra que maior parte das explosões ocorreram em silos, elevadores de grãos,
moinhos, prensas e por último em misturadores.
10.1 COMBATENDO O PÓ
As explosões de pó ocorrem quando o pó e faísca ou uma outra fonte de ignição estão
presentes. Devemos evitar, o máximo possível, a presença de pó.
0 pó ocorre:
- Dentro das máquinas e unidades
- Fora das máquinas e unidades
A presença de pó dentro das máquinas ë inevitável.
Nas indústrias de rações, o pó é liberado por máquinas, e durante a descarga de
ingredientes, e por esta razão o pó é encontrado fora das máquinas e equipamentos.
Isto pode ser prevenido fechando-se todas as conexões, portas, corredores, etc. e
tendo uma boa equipe de limpeza. Se for, possível, ë bom ter uma pequena pressão negativa
dentro das máquinas para prevenir o escapamento de pó. Os locais que produzem grandes
quantidades de pó devem ser mantidos fechados.
Ainda que se tomem medidas nos equipamentos, sempre haverá pó caindo no chão. Em
caso de uma primeira explosão, a onda de pressão da explosão, levantará põe do chão
causando uma explosão secundária que causará maiores danos.
0 fato de se ter uma camada mínima de pó no chão já poderá causar explosão. Isto ë
provado com o seguinte calculo:
Se a camada de pó no chão é de 0,5 mm numa área de 1 m2, o volume de pó no chão
será 100 X 100 X 0,05 = 500 cm3, a densidade do pó será 0,2g/cm
3, o peso do pó será de 500
X 0,2g = 100g
Considerando que a mistura de 50g de pó em lm3 de ar é explosiva ( limite inferior de
explosividade ), a quantidade mínima de 0,5 mm de pó no chão causará uma explosão de 2 m
de altura.
0 essencial para prevenir isto, é uma boa limpeza no chão e nos equipamentos. Toda
fábrica deve ter uma equipe de limpeza muito bem treinada e controlada, e cuidar para que os
elementos da equipe saibam manejar extintores. Devem de preferência, usar-se aspiradores
industriais. Este aspirador deve ser à prova de explosão, para ser usado em ambientes coro pó
o motor do aspirador deve ser blindado.
0 uso de ar comprimido, escovas ou espanadores para limpeza não é o mais
recomendado pois causa o levantamento de pó
10.2 RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS DURANTE E APÓS OS TRABALHOS DE
SOLDA
Há duas causas de ignição durante uma soldagem
- Uma chama aberta
- Lançamento de faiscas ou fagulhas
Estas fagulhas atingem até 10 metros do local da solda. Quando uma pessoa está
soldando, não deve haver presença de pó.
Ninguém deve soldar sem ter permissão especial da Superintendência.
10.2.1 PONTOS IMPORTANTES
1) Todas as máquinas próximas devem estar desligadas.
2) As máquinas para serem consertadas devem estar limpas '
por dentro e por fora.
3) Todo pó ao redor das máquinas deve ser removido ( 10 metros)
4) 0 material combustível deve ser removido
51 0 chão onde a solda está sendo feita deve ser umedecido.
Recomenda-se ter uma ressoa com extintor de incêndio, perto, para ajudar em caso de
fogo.
10.2.2 NAO INTRODUZIR LÂMPADAS DE INSPEÇAO NOS SILOS
Após encher um silo, este contém pó, portanto não deve existir nenhuma fonte de
calor por perto.
Se temos uma lâmpada de inspeção que não tem vidro e grade de proteção, não
devemos introduzir esta lâmpada num silo quando o mesmo estiver recebendo produto. para
ver quanto falta para completar. Esta ë uma maneira muito perigosa de saber se o silo está
cheio. Para se medir o nível do produto num silo é mais simples usar uma corda com nós a
cada metro. Na ponta da mais simples usar uma corda com nós a cada metro. Na ponta da
corda coloca-se um peso e introduzindo-a no silo é só contar os nós de dentro. Ainda que a
lâmpada não toque o produto no silo somente o contato com o pó poderá causar explosão.
O silo pode ser iluminado para inspeção por meio de uma lanterna de pilha à prova de
explosão.
10.2.3 PREVENINDO EXPLOSÃO DE PÓ DENTRO DOS EQUIPAMENTOS
Sempre haverá pó nos máquinas e equipamentos. Para evitarmos a explosão devemos
controlar as causas de faíscas (fonte de calor).
Nos elevadores a causa de faiscas mais comum ê a fricção das correias. A
temperatura se eleva a tal ponto que pega fogo na correia e havendo a presença de pó pode
causar explosão.
Precisamos, pois, sempre ter um dispositivo que impeça o patinar das correias,
desligando, nestes casos, o equipamento.
Outra causa de explosão muito comum dentro dos equipamentos é a presença de pedaços de
ferro. Podemos evitar este risco, utilizando transportadores magnéticos, placas magnéticas e
"feed cleaners" sendo extremamente importante a limpeza regular destes equipamentos, em
especial a das placas magnéticas.
10.4 CONCLUSÃO
Podemos portanto concluir que a maioria das explosões de pó são causadas por:
- trabalhos de solda sem segurança;
- uso de lâmpadas de inspeção dentro dos silos;
- superaquecimento de máquinas e motores;
- pedaços de ferro dentro dos equipamentos.
Podemos prevenir estas explosões com :
- treinamento eficiente dos funcionários
- equipamento adequado
- iluminação à prova de explosão
- limpeza constante da fábrica e equipamentos
XI Referências bibliográficas
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Record.
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia. Rio de
Janeiro: Bloch Editores, 1994.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC-Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês). 4. ed. Rio
de Janeiro: Christiano Ottoni, Bloch Editores, 1992.
CAMPOS, Vicente Falconi. Qualidade Total - Padronização de Empresas. 3. ed. Belo
Horizonte, Fundação Christiano Ottoni, 1992.
CARNEGIE, Dale. Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. 41. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1991.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: Mc
Graw Hill, 1983.
CORRÊA, Henrique L. e GIANESI, Irineu G. N. Just in Time, MRP II e OPT. São Paulo:
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Curso Futtermitteltechnik. SFT - Schule für Futtermitteltechnik. Swiss Institute of Feed
Technology. Uzwil - Suíça.
GOLDRATT, Eliyahu M. A Meta. São Paulo: Claudiney Fullmann, 1992.
KLEIN.A.A. Pontos Críticos do Controle de Qualidade em Fábricas de Ração — Uma
Abordagem Prática. Capturado na internet.
LUBBEN, Richard T. Just in Time - Uma Estratégia Avançada de Produção. 2. ed. São Paulo,
MAKRON Books do Brasil Editora Ltda. Mc Graw Hill, 1989.
MONDEN, Yasuhiro. Sistema Toyota de Produção. São Paulo, Instituto de Movimentação e
Armazenagem de Materiais - IMAM, 1984.
SLACK, Nigel. Vantagem Competitiva em Manufatura. São Paulo: Atlas, 1993. Tecnología
para la Fabricación de Alimentos Balanceados - Editor Técnico: Robert R. McEllhiney -
Departament of Grain Science and Industry - Kansas State University
TOFFLER, Alvin. A Terceira Onda. 16. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.