Convencer os Franceses que Portugal é mais do que praia de prevenção rodoviária apadrinhada ......

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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa DR Secretária de Estado do Turismo esteve em Paris 08 O Novo Banco anunciou na semana passada que foi encontrada uma solução comercial para os emigrantes lesados do BES Segurança. A associação Cap Magel- lan lançou mais uma edição da campa- nha de prevenção rodoviária apadrinhada por José Carlos Malato. 11 Vinhos. O LusoJornal publica um es- tudo do Cônsul Honorário José de Paiva sobre a comercialização de vinhos por- tugueses em França. 12 Professores. O Sindicato dos Pro- fessores das Comunidades Lusíadas acusa o Instituto Camões de retirar aos docentes direitos consagrados. 10 Euro’16. Os Portugueses continuam a acreditar muito nos resultados da Seleção nacional no Campeonato europeu de fute- bol que decorre em França. 21 Edition nº 272 | Série II, du 06 juillet 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais 06 Entrevista exclusiva ao Deputado Carlos Gonçalves (PSD) Este Governo dá continuidade às políticas de Comunidades do anterior 04 Convencer os Franceses que Portugal é mais do que praia PUB PUB

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G R A T U I T

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

DR

Secretária de Estado do Turismo esteve em Paris

08O Novo Banco anunciou na semanapassada que foi encontrada umasolução comercial para os emigranteslesados do BES

Segurança. A associação Cap Magel-lan lançou mais uma edição da campa-nha de prevenção rodoviária apadrinhadapor José Carlos Malato.

11

Vinhos. O LusoJornal publica um es-tudo do Cônsul Honorário José de Paivasobre a comercialização de vinhos por-tugueses em França.

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Professores. O Sindicato dos Pro-fessores das Comunidades Lusíadasacusa o Instituto Camões de retirar aosdocentes direitos consagrados.

10

Euro’16. Os Portugueses continuam aacreditar muito nos resultados da Seleçãonacional no Campeonato europeu de fute-bol que decorre em França.

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Edition nº 272 | Série II, du 06 juillet 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais

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Entrevista exclusiva ao DeputadoCarlos Gonçalves (PSD)Este Governo dá continuidade às políticas de Comunidades do anterior 04

Convencer os Francesesque Portugal é mais do que praia

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02 Opinião le 06 juillet 2016

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, AntónioMarrucho, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz(Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos, José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel doNascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patricia Valette Bas, Ricardo Vieira, RuiRibeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, LuísGonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves, 75014Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juillet 2016 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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Geração descomplexadaCarlos PereiraDiretor do LusoJornal

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Crónica de opinião

Vamos diretos ao assunto: o sonho dequalquer Português de França é ver ter-minar o Euro’16 com uma final entrePortugal e a França. Com Portugal a ga-nhar, claro.Mas se não ganharmos, fazemos festana mesma!Não me sai da ideia aquela final do Eu-ropeu entre Portugal e a Grécia. Lem-bram-se? Quem não tivesse visto o jogoe passasse pelo Champs Elysées, teriapensado que Portugal ganhou, tal era afesta dos Portugueses. Bandeiras, ca-checóis e camisolas de Portugal invadi-

ram a avenida mais bonita do mundo,obrigando os polícias a fechar o trânsitoenquanto cantávamos o Hino nacionalcom a mão no peito e com lágrimas nosolhos (isto acontece quase sempre)! Umcarro que por ali passou por acaso, abriuas portas e a mala trazeira, sintonizouum Vira minhoto e formou-se ali, na ave-nida, uma rusga que acabou por integrartambém muitos Franceses.Aliás, os Franceses têm alguma dificul-dade em nos compreender. Somos umaComunidade integradissima em França,partilhamos os valores da República (o

que para um Francês é fundamental!),mas depois apoiamos a Seleção de Por-tugal... Descomplexadamente!Não percebem, porque confundem mui-tas vezes integração com assimilação.Nós não.Há alguns anos, os nossos filhos até tí-nham alguma vergonha em mostrar queeram filhos de Portugueses. Hoje não.Hoje temos uma Geração descomple-xada. Sou de origem portuguesa, eentão?A Seleção nacional contribuiu muitopara criar esta Geração descomplexada.

Os nossos filhos levam camisolas da Se-leção para a escola, sem complexos, efazem penteados que só os jogadoresportugueses têm (não percebi bem estaidentidade do corte do cabelo, mas nãoimporta).Mas nós também apoiamos a SeleçãoFrancesa. Na Seleção Campeã doMundo de 98 até tínhamos lá o lusodes-cendente Robert Pires; na Seleção desteano temos lá o Antoine Griezmann (con-venhamos que não é um nome muitoportuguês, mas a mãe é portuguesa e oavô jogou no FC Paços de Ferreira).

Somos capazes de vestir a camisola daSeleção Francesa e cantamos a Marseil-laise, como qualquer outro Francês.Sem qualquer complexo. Até porquemuitos de nós também somos France-ses.Os Portugueses (de Portugal) têm al-guma dificuldade em nos compreender.Custa-lhes compreender que se gosteassim de dois países. Mas este já é outroproblema. Mais complexo!Voltando à final... que Portugal ganhe!Sempre!

Um último AdeusNuno AurélioReitor do Santuário de NossaSenhora de Fátima de Paris

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Crónica de opinião

É uma das palavras mais bonitas emalgumas línguas latinas: Adeus,Adieu, Adiós… Sendo uma palavracomposta, se separarmos os seuscomponentes temos “A Deus” ou “ÀDieu”, só para dar como exemplo oportuguês e o francês. “A Deus”, querdizer “até Deus”, “até que Deusqueira” ou que “em Deus aconteça”.Ou seja, confiamo-nos à vontade deDeus, às oportunidades que Ele cria.E sendo Ele Deus de Amor e de Vida,não há nenhum fatalismo ou pessi-mismo, mau agoiro ou maléfico pres-ságio quando dizermos ‘A Deus’ aalguém que amamos ou estimamos,

porque no fundo estamos a dizer-lhe:“Até que Deus nos reúna de novo!”Em francês, infelizmente, a expressãotomou um sentido profundamentenegativo. Dizer “Adieu” é como anun-ciar que nunca mais veremos alguémou, pior ainda, que nunca mais o que-remos ver. Inspira ruptura, separaçãoirreconciliável, evocando um irrever-sível “voltar as costas”. E é pena!“A Deus” tem, muito pelo contrário,uma promessa incluída: “sim, have-remos de nos reencontrar, porque aDeus nada é impossível”.“A Deus” podemos dizê-lo sem receioalgum. Lembro-me da conclusão de

um soneto de Florbela Espanca:“Deus fez-me atravessar o teu cami-nho... / Que contas dás a Deus indosozinho, / Passando junto a mim, semme encontrares?”. Sim, o Deus deJesus Cristo é um Deus de encontroe reunião, de envio e de comunhão.Um dos cânticos mais conhecidos eemotivo das celebrações de Fátima é,sem dúvida, o chamado “Adeus deFátima”, com que se concluem asperegrinações aniversárias: «Umaprece final / Ao deixar-vos, Mãe deDeus: Viva sempre em minha almaeste grito imortal: Ó Fátima, Adeus. /Virgem Mãe, Adeus!»

Também nós, no Santuário em Paris,o fazemos ao concluir as peregrina-ções nas noites de 12 de maio atéoutubro. O andor passa, os lençosagitam-se e, mesmo não sendo umamultidão imensa como na Cova daIria, o coração e os lábios cantam aconfiança de nos sabermos amadose acompanhados. Uns dos outros,claro: estamos ali, em boa compa-nhia de irmãos, conhecidos ou des-conhecidos, mas membros todos deuma mesma família. Mas tambémacompanhados no caminho da vidapor uma Mãe, Aquela que Jesus nosdeu sobre a cruz ao dizer “Mulher,

eis aí o teu filho” e ao discípuloamado João (exemplo de cada um denós) “Eis a tua Mãe” (cf. Jo 19, 26-27).Assim faremos na próxima noite de12 de julho, a partir das 21h, re-zando, confiando e cantando no finalum último “A Deus” antes da partidade férias, sabendo que “até mesmona situação mais difícil da vida, Deusme espera, Deus quer me abraçar,Deus me aguarda” (tweet do PapaFrancisco). Sim, dizer Adeus à NossaSenhora é saber que Deus nos reu-nirá de novo e em breve! Venha dizê-lo connosco…

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03Política

lusojornal.com

Cristina Semblano quer que o Bloco de Esquerda vá ainda mais longeComo noticiado na última edição doLusoJornal, uma delegação de 5 De-legados do recentemente Núcleo doBloco de Esquerda Europa, participouna X Convenção do partido. Três dosdelegados moram em França: CristinaSemblano, que acabou por ser reeleitapara a Mesa Nacional, mas tambémAdriano do Vale Salgueiro e Nuno Ca-simiro. Havia mais dois Delegados su-plentes de França, Joaquim Soares eOdete Branco.Transcrevemos nesta edição umaparte significativa do discurso de Cris-tina Semblano na tribuna da Conven-ção bloquista, intitulado “Integrar aemigração nas nossas políticas”:

“Aquando da última Convenção doBloco de Esquerda houve quem refe-risse que éramos capazes de ir muitolonge, que sendo Portugueses, éra-mos, ao mesmo tempo, capazes deser Gregos, Espanhóis, Irlandeses, Ci-priotas, Curdos ou Palestinianos, masque nos faltava adquirir essa outra di-mensão: a de sermos Emigrantes.Volvidos dezoito meses após aqueladata, alguns passos foram dados masainda não conseguimos ser plena-mente Emigrantes.Esta situação é paradoxal num Portu-gal migrante e, a fortiori, num Portu-gal que viu, nos últimos anos,reverter-se o saldo migratório da suapopulação e a emigração atingir fluxosanuais semelhantes aos do tempo daditadura e da guerra colonial.A apreensão deste fenómeno (migra-tório) deve ser feita numa dupla pers-petiva, interna e externa. A perspetivainterna prende-se com a promoção depolíticas que favoreçam o investi-mento, a produção e o emprego, por

forma a travar os fluxos migratórios. Aperspetiva externa supõe a capaci-dade de definir e promover políticasvoltadas para os que foram obrigadosa emigrar. Nesta vertente externa, apostura do nosso Partido, apesar de irno bom sentido, ainda não é suficien-temente combativa: a emigração é umproblema nacional e é como problemanacional que deve ser tratada na suadupla dimensão interna e externa.Desde logo, não podemos adoptar oposicionamento dos outros Partidosque convocam os Emigrantes em vés-pera de eleições, alimentando falsasexpetativas, e metem a Emigração nagaveta no dia seguinte.Estamos a viver hoje um momento ex-cecional onde a tomada de consciên-cia da Emigração dos anos sessenta edos seus descendentes, desenca-

deada pelas políticas violentas daTroika coincide com a tomada deconsciência da nova emigração revol-tada por ter sido obrigada a sair dopaís.É precisamente este momento exce-cional de convergência do desconten-tamento e da revolta que temos decanalisar para aprofundar a conscien-cialização política dos Emigrantes.Para tal é necessário que saibamosser Emigrantes e o saibamos ser emtoda a dimensão da palavra. Não po-demos cair na tentação geral de terum discurso sobre a emigração queseja para consumo interno, apenascentrado na emigração dos jovensqualificados. E os outros não são umaperda para as famílias, para o país?Abraçar a causa da emigração é antesde mais dar voz aos nossos concida-

dãos emigrantes, lutando pela revisãodos dispositivos legais que entravamo recenseamento e o voto. Não temerdo voto dos Emigrantes é a condiçãosine qua non de uma política para aemigração com um P maiúsculo. Masnão só: é preciso um serviço públicoconsular e uma rede pública de ensinoda língua portuguesa que respeitem aConstituição da nossa República.É igualmente necessário continuar-mos a ser ativos na defesa dos Emi-grantes lesados do BES, assim comode todos os lesados dos desmandosda banca e da finança. É imperativodefender os trabalhadores das sucur-sais da CGD no estrangeiro cuja mis-são é a de servir a Comunidadeportuguesa, ameaçados pelo atualplano de reestruturação e apoiar osmovimentos de luta como o fizemosno caso da recente greve na Sucursalda CGD em França.Alguns passos foram dados como re-ferimos: a criação de um Grupo deTrabalho na Mesa Nacional cessante,dedicado à Emigração e a criação deum Núcleo Europa. A interpelação doGoverno no que se refere aos lesadosdo BES e à situação da Sucursal deFrança da CGD perante o recente mo-vimento de greve.Novas iniciativas legislativas deramentrada na Assembleia da República,relativas ao Ensino do Português noEstrangeiro (EPE), ou seja um projeto-Lei que revoga a Propina e um Projetode resolução com o objetivo de dimi-nuir o número de alunos por turma.Outras iniciativas legislativas seguir-se-ão brevemente. Mas é necessário irmais longe e mais depressa e assumirpublicamente o nosso compromissopara com os Emigrantes”.

Integrar a emigração nas políticas do país

Independentemente da situação con-textual do nosso país e das suas reper-cussões nas Comunidades, como porexemplo a emigração maciça dos últi-mos anos sob o Governo da Direita,existe uma situação estrutural que per-dura transversalmente aos sucessivosGovernos. Esta situação tem a ver coma desconsideração, com a falta de re-conhecimento, com a discriminaçãode que somos alvos.Temos a necessidade de afirmar deuma vez por todas que os Portuguesesresidentes no estrangeiro não são Por-tugueses de segunda. Este é o senti-mento mais forte e mesmo destruidorque prevalece quando ouvimos as Co-munidades. Sabemos que Portugaltem cerca de um terço da sua popula-ção no estrangeiro. Uma populaçãoque contribui de forma extraordináriapara a economia do país, não só pelastão faladas “remessas dos emigran-tes”, mas igualmente pelo seu papelde representantes, de embaixadoresculturais, o que tem repercussões navisibilidade e no prestígio de Portugalno mundo, na difusão da língua, cul-

tura ou no turismo.Ora este papel - podemos até dizer,esta missão - que desenvolvemosquando somos Portugueses no es-trangeiro é abalada, é posta emcausa devido a este sentimento dedesconsideração, de discriminaçãoe mesmo de paternalismo inconse-quente. Os Portugueses residentesno estrangeiro não pedem senão aigualdade, nem mais, nem menos. Eisto por uma razão simples: queremosjustiça! Nós somos Portugueses por in-teiro, não somos sub-cidadãos e vive-mos ao abrigo da mesma Constituição.Partir para um país estrangeiro é sem-pre um traumatismo, mesmo paraaqueles que sairam do país de maneiravoluntária. Ora esta diferença de con-sideração visível nas políticas dife-renciadas, quer seja a nível da repre-sentação, da fiscalidade, do ensinoda língua, políticas que chegaram aser anticonstitucionais como as doanterior Governo, agravam esta fe-rida. Tendo como consequências sen-timentos de ressentimento que resul-tam numa fraca participação eleitoral,

numa desconfiança em relação aosPartidos políticos tradicionais, havendomesmo quem pense em criar um Par-tido dos emigrantes.O que é necessário fazer para mudaresta situação é perfeitamente exequí-vel, as nossas propostas são variadas,e foram estudadas e defendidas no tra-balho feito pela Secção do PS de Paris,com a participação alargada da socie-dade civíl, num documento intitulado“Autoretrato das Comunidades”, masgostaríamos de realçar algumas dessaspropostas que nos parecem efetiva-mente mais importantes e urgentes.Temos direito à facilitação do nossoexercício da cidadania e nesse sentidopreconizamos: o voto electrónico, o re-censeamento automático, e como en-tendemos ter direito a uma maior emelhor representação, queremos maisDeputados pelo círculo das Comuni-dades, que eles possam ter a duplanacionalidade e que sejam, de pre-ferência, oriundos dos círculos querepresentam.Relembramos que a França, porexemplo, tem 11 Deputados a repre-

sentar os seus 2 milhões de France-ses no estrangeiro e que a Itália tem12 para representar 3,5 milhões.Ora, 4 Deputados portugueses pararepresentar os cinco milhões de ci-dadãos espalhados pelo mundo éclaramente insuficiente.Afirmamos a nossa confiança nestenovo Governo de Esquerda lideradopor António Costa. E isto porqueacreditamos verdadeiramente numarutura com as políticas passadas,porque temos confiança nesta novaalternativa. Dito isto, estamos juntos,faremos juntos o caminho que sabe-mos será difícil, tal foi o desgovernoimpiedoso da Direita. Mas estamosatentos, somos camaradas exigentes,as Comunidades querem respeito ejustiça, mas estaremos igualmentepresentes, assumiremos as nossasreponsabilidades, seremos, comosempre fomos, solidários com o des-tino do nosso país. Nós somos Portu-gal, não somos uma extensão, umapêndice ou um sucedâneo.Nós somos Portugal. Nós somos Por-tugueses.

le 06 juillet 2016

Trois questions àVasco Coelho

Nom: Vasco CoelhoVille: Choisy-le-RoiFonction: Conseiller municipalParti: Les RépublicainsDélégations: Travaux, urbanisme,communication, accessibilité des per-sonnes handicapées, développementdurable, cadre de vie, vie internatio-nale, relations publiquesPremière élection: 2001Autres représentations: Conseil d’ad-ministration du théâtre-cinémaVille d’origine au Portugal: Albergaria-a-velha (Aveiro)

Comment s’est fait le déclic pour ren-trer en politique?Je me suis intéressé très jeune, versmes 16 ans, à la politique locale. Ames 18 ans, l’âge légal pour voter,cela fut très pénalisant car je ne pou-vais pas voter, je ne disposais pas dela nationalité française. En 1999, leleader local de l’époque (RPR) s’estintéressé à moi de par mon engage-ment associatif, il m’a alors proposéd’intégrer la liste des municipales, enm’indiquant que je devais absolu-ment accepter. Il me proposa la 7èmeplace sur la liste en me précisant queje serai élu, que l’on gagne ou que l’onperde. Je l’ai remercié de sa con-fiance, mais j’ai décliné à l’époque, jelui ai dit que j’irai dans les réunions etque je me présenterais en 2001.

Quelles ont été les principales difficul-tés dans votre fonction actuelle?La principale difficulté est d’être de-puis 3 mandats dans l’Opposition.Aux dernières élections de mars2014, notre liste UCA (Union Choi-syenne pour l’Alternance) a failli gag-ner. Il nous manquait 230 voix, dû àune décision à Droite, la triangulairenous a empêché d’obtenir la victoire.Mais je garde espoir pour 2020.

Pourquoi faites vous de la politique?Simplement par conviction person-nelle. Je souhaite être au service del’autre, de mes concitoyens, celanous ouvre des portes nous permet-tent d’avoir de nombreuses connais-sances de tout niveau socialconfondu. J’aime être au courant dece qu’il se passe et pouvoir débattredes projets présents et futurs de maville. Je ne supporte pas l’idée quel’on fasse de la politique par intérêtpersonnel.

Un partenariat de LusoJornal avec Cívica

Elus d’origine portugaise

PS: Nós também somos PortuguesesSecretariado da Secção de Parisdo Partido Socialista Português

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Texto de opinião

Cristina Semblano discursa na X Convenção do BEBE / Pedro Filipe Soares

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04 Entrevista

lusojornal.com

Carlos Gonçalves diz que o atual Governo reconheceo bom trabalho do anterior Secretário de Estado dasComunidades

O Deputado do PSD eleito pelo círculoeleitoral da Europa, Carlos Gonçalves,reside em Ormesson-sur-Marne (94),é funcionário do Consulado Geral dePortugal em Paris e já ocupou a pastade Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas.Vem a Paris - a casa - praticamentetodos os fins de semana e apresentaregularmente uma agenda carregadade encontros. Só no domingo passado,estava no fim da manhã em Orléans,na festa da rádio Arc en Ciel, durantea tarde passou na festa da associaçãoAlegres do Norte de Ivry-sur-Seine eacabou o dia num dos parques muni-cipais da cidade onde reside, na Festada Madeira, organizada pela Associa-ção Flores da Madeira de Ormesson-sur-Marne.Tal como entrevistou recentemente oDeputado Paulo Pisco (PS) eleito poreste mesmo círculo eleitoral, o Luso-Jornal encontrou o Deputado CarlosGonçalves antes da reunião da Secçãodo PSD de Paris, que teve lugar no sá-bado, nas instalações do Partido LesRépublicains, em Aulnay-sous-Bois.

O PSD ainda não tomou nenhuma ini-ciativa legislativa sobre a alteração dalei eleitoral, apesar de ter sido pro-messa eleitoral. Porquê?O PSD acompanha sempre as ques-tões de participação cívica com muitaatenção e ao contrário de outros, nóstemos trabalho sobre esta matéria,feito durante muitos anos, nomeada-mente a luta para o voto dos emigran-tes nas eleições presidenciais, apesarda lei atualmente em vigor ainda nãome satisfazer completamente en-quanto Deputado eleito pelo círculoeleitoral da emigração. Quanto àsnovas tecnologias de voto, eu era Se-cretário de Estado quando foi feito umteste ao voto eletrónino. Por isso, estaé uma matéria que nós estamos a es-tudar, não posso prometer que vá sur-gir já uma iniciativa legislativa...

Mas tinha prometido durante a cam-panha eleitoral.Da minha parte, todos sabem o que eupenso, o meu Grupo parlamentar tam-bém sabe, poderão acontecer propos-tas muito em breve, mas como devecompreender não dependerão só demim.

Está a dizer-me que o seu Grupo par-lamentar não o deixa apresentar estaspropostas?Digo exatamente o contrário. No PSD,as questões eleitorais e as questões daparticipação cívica têm de ser vistasno seu todo. O meu Grupo parlamen-tar tem dado provas disso em váriasvezes em que se apresentaram propos-tas de alteração, mas há timings polí-ticos que têm a ver não apenas comestas propostas de alteração das leiseleitorais da emigração, mas com ou-tras propostas. Sobre esta matéria jáfizemos estudo, já foram debatidos avários níveis do Partido, quero acredi-tar que vão ser realidade dentro dos

prazos que eu considero corretos empolítica, que são os de cumprir as pro-messas que fizemos na campanhaeleitoral.

Mas as leis eleitorais mudam-se no iní-cio de uma legislatura e não no fim,não é?Estes assuntos sobre a participação cí-vida e política das Comunidades foramtrabalhadas primeiro nas Secções doPSD da emigração e mais tarde traba-lhadas em conjunto nos encontros re-gulares que temos tido do PSD naemigração. Depois também têm sidoapresentadas em sede de Congressonacional. O trabalho das Secções, dasestruturas, do Partido, está feito.

Então porque não avançaram durantea Legislativa anterior, quando o PSDesteve no Governo e tinha a maioriaparlamentar?Porque as questões eleitorais obrigama consensos. Nós, PSD sosinhos, nãochegamos lá. Porque se pudessemoschegar lá, certamente que as novasmetodologias de voto já teriam sidoaplicadas há muito tempo. Comosabem, nestas matérias, nós precisa-mos de dois terços e mesmo em algu-mas áreas em que não são necessáriosos dois terços, em democracia, emmatéria de lei eleitoral, nós temos defomentar os consensos.

Está a dizer-me que acha que na úl-tima legislatura o PSD sabia que nãotinha a maioria dos dois terços,mesmo sem ter apresentado nenhumaproposta? Como sabia?Tenho a certeza que nunca houve con-sensos. Sabíamos que não tínhamosconsensos. Fomos surpreendidos emparte com algumas posições que

foram assumidas em sede de campa-nha eleitoral - apesar de nas campa-nhas eleitorais aparecerem sempremuitas promessas e depois, por exem-plo, o que o Governo está a fazer agoraem matéria de Comunidades é o in-verso do que tinha prometido em cam-panha eleitoral. Durante a campanhaeleitoral houve efetivamente algunsPartidos que aparentemente se asso-ciaram às propostas do PSD. Per-gunto-me porque razão em 2005 meatacaram tanto, enquanto Secretáriode Estado por causa do voto eletró-nico?

Mais uma razão para apresentarem aproposta agora, sabendo que os outrosPartidos concordam com as propostasdo PSD.Nós fomos atacados pelos outros Par-tidos - atacados de forma veemente -e agora mais tarde, começo a ouvirque temos que avançar com novasmetodologias de voto, realmente ficosurpreendido. Agrada-me ter razão, eue as estruturas do meu Partido. O De-putado fala em nome daqueles que re-presenta, daqueles que há muitoquerem mudanças na lei. Eu nãotenho dúvidas nenhumas que o PSDvai estar na primeira linha para as al-terações que aí venham. Espero quena altura em que se concretizem pro-postas e se discutam na Assembleiada República, que o consenso exista.Pelo que vi em campanha eleitoral,parece-me efetivamente que vai exis-tir.

O Governo anunciou que vai fazer umaproposta nesta matéria. E depois, oPSD vai votar a proposta do PS?Dizer que vai fazer está ao alcance dequalquer leitor do LusoJornal. O PSD

tinha feito um trabalho que implicavaa diminuição do número de Deputados- que está outra vez em cima da mesa- e implicava também o aumento donúmero de Deputados pelos círculosda emigração. Os Partidos à nossa es-querda foram completamente contrauma qualquer alteração da lei eleitoralnaquela altura. Compreendo que al-guns tenham a memória curta, quei-ram escamotear as posições dopassado, mas são posições dramáti-cas: há Partidos políticos em Portugalque falam dos emigrantes, mas sem-pre que estiveram em causa as leiseleitorais e de participação cívica, pu-seram sempre muitas dúvidas e eu re-cordo que houve Presidentes naRepública e candidatos a Presidentesda República, anteriores a CavacoSilva, que escreveram que eram contrao voto dos emigrantes nas eleiçõespresidenciais. Espero bem que agorase venham juntar a nós. A proposta doPS, eu não a conheço, a única coisaque eu sei é que o Partido Socialistaaparentemente quer apresentar - e éum momento curioso - uma propostapara que os lusodescendentes possamser eleitos. Ou seja, quem é francês eportuguês, possa ser candidato pelocírculo eleitoral da Europa, que a le-gislação atual não permite. Há anosque nós temos esta proposta. O Par-tido Socialista teve um problema gravecom uma candidatura, nós também ti-vemos com outra, já nos anos 90. OPSD e eu próprio defendi várias vezesesta questão. E agora, de forma sur-preendente, aparece o Partido Socia-lista com esta ideia que não é nova,que mostra que o Partido Socialistaacorda sempre muito tarde no que dizrespeito às leis de emigração. Eu souDeputado na Assembleia da Repú-

blica, já fui Secretário de Estado,tenho dois filhos e os meus filhos nãotêm os mesmos direitos dos que resi-dem em Portugal.

Mas o PSD bloqueou a proposta do PSsobre esta matéria, no fim da anteriorlegislatura.Não é verdade. O Partido Socialistaapresentou no fim da legislatura ante-rior uma proposta que tinha esta ma-téria, mas tinha outros assuntos. Nãofoi a questão do voto dos lusodescen-dentes - antes pelo contrário, aquihavia consenso - o que impediu que aproposta fosse aprovada, foram asquestões de prazos levantadas namesma proposta. Quando nós apre-sentarmos a nossa proposta, os Portu-gueses residentes no estrangeiro nãovão ficar nada surpreendidos, porquevão apenas traduzir propostas que nósdefendemos há muitos anos.

O Secretário de Estado tem anunciadoque, caso não altere a lei, haverá au-mento das mesas eleitorais...Isso já é preocupante. Já mostra queo Partido Socialista não quer alterar alei. Eu não tenho qualquer dúvida queaquilo que nós vamos apresentar nãovai agradar aos Partidos de Esquerda.Não tenho qualquer dúvida sobre isso.

O Secretário de Estado promete já oaumento de mesas de voto descentra-lizadas. Esta é uma proposta interes-sante, não é?A ideia é gira, mas preocupa-me. Euconcordo e sempre o defendi. Mas oSecretário de Estado tem de dar asmesmas condições de voto a todos osPortugueses que residem no estran-geiro. Preocupa-me porque se falamuito da França, não sei se o Secre-

Entrevista exclusiva ao Deputado Carlos Gonçalves (PSD)

Por Carlos Pereira

le 06 juillet 2016

LusoJornal / Mário Cantarinha

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05Entrevista

tário de Estado já falou com as autori-dades francesas, a única informaçãoque eu tenho é que não há nenhumcontacto nesta matéria, mas, e na Ale-manha? E no Reino Unido, na Suíça,na Holanda, no Luxemburgo, no Bra-sil, na África do Sul? Então só vamosdar mais direito de voto aos Portugue-ses de França?

O desdobramento das mesas de votojá está previsto na lei, trata-se de umaaplicação técnica e pode ser aplicadaem qualquer país do mundo. E comopode estar a defender que todos osPortugueses tenham as mesmas con-dições de voto, se os Governos do PSDe do PS suprimiram mesas de voto,suprimindo postos consulares?O desdobramento de mesas de votoimplica a abertura de mesas de votoem locais exteriores às missões diplo-máticas. Se em alguns países o des-dobramento de mesas de voto não criaqualquer tipo de problema - emFrança não tenho a certeza porque hápaíses que o fazem mas com acordosnessa área - há países em que estamatéria pode ser mais complicada.Sou a favor, mas temos de estar emcondições de poder dar o desdobra-mento das mesas de voto a todas asComunidades.

Dar mais condições a algumas dessasComunidades já é um passo impor-tante, não acha?Eu estou a falar para um jornal editadoem França, mas não posso estar a de-fender um desdobramento de mesasde voto apenas em França. O SenhorSecretário de Estado das Comunida-des não deu uma palavra para me ex-plicar como se desdobram as mesasnoutros países do meu círculo eleitorale é dever do Governo explicar como éque se desdobram as mesas de votoem França. Mas o que me preocupamais é que nós estamos aqui a discutirquestões relacionadas com o desdo-bramento de mesas de voto, mas oPSD tudo fará para que se altere a leieleitoral e espero que o Partido Socia-lista, uma vez por todas, não seja umentrave à participação eleitoral dosPortugueses no estrangeiro.

A verdade é que até gora, ninguémapresentou propostas. Nem o PSD,nem qualquer outro Partido.Mas há de apresentar. Mas convémnão dissociar duas coisas: a lei eleito-ral e a lei do recenseamento eleitoral.São matérias distintas, mas são duasmatérias essenciais. Não se deve estara reduzir tudo só à lei eleitoral. Com-preendo que os consensos possam serdifíceis, mas faço aqui um apelo aosPartidos à minha esquerda para que,até ao fim desta legislatura, o Parla-mento português entenda a necessi-dade de alterar as leis eleitorais. Daminha parte farei aquilo que os Portu-gueses que me elegeram esperam.

A tendência do Secretário de Estárioparece ser a de abrir Consulados ho-norários e dar poderes alargados aosCônsules Honorários. Acha esta ideiainteressante?Acho esta ideia muito interessante. Oatual Secretário de Estado, contraria-mente àquilo que foi dito em campa-nha eleitoral, está a dar continuidadeao trabalho do Dr. José Cesário. Maseu recordo as palavras do Partido So-cialista na anterior legislatura quando

dizia que estávamos a privatizar os ser-viços consulares. É muito fácil criticar,mas quando se está em situações go-vernativas, as situações são muito di-ferentes. Esta situação de terestruturas mais pequenas a apoiar asestruturas consulares, incluindo o su-cesso com as Permanências consula-res, é o caminho a seguir. Nunca meesqueço de um responsável socialistater dito que isto das Permanênciasconsulares era dar música aos Portu-gueses. Mas foi uma música que cor-reu bem. Por isso, o facto do atualSecretário de Estado estar a dar conti-nuidade ao trabalho do Dr. José Cesá-rio é algo com o qual eu concordo,mas deve provocar algumas críticasnão só no seio do Partido Socialista,mas também alguns Partidos queapoiam o atual Governo.

A solução para Nantes pode ser a deguardar uma antena Consular ou ter láum Consulado honorário?Não me importo de falar de Nantes.Até pode lá ter um Consulado Hono-rário se houver alguma figura que es-teja disposta e que seja reconhecida

não só pelas autoridades francesas,como pela Comunidade portuguesa.Criar ali uma pequena estrutura, pa-rece-me ser positivo. Mas atenção, nósnão nos podemos reduzir apenas àsComunidades que tiveram um postoconsular pelo passado.

Confesse que encerrar o Vice Consu-lado de Nantes foi um erro do PSD...Foi uma necessidade. Recordo as de-clarações do então Ministro dos Ne-gócios Estrangeiros, Paulo Portas,que anunciou a suspensão do atendi-mento, e logo que houve possibili-dade, criou-se uma estrutura deatendimento. Há pouco tempo abri-ram os Consulados Honorários deNice e Montpellier, decididos pelo an-terior Secretário de Estado José Ce-sário. Estas estruturas não estão emcidades onde já houve postos, maspodem dar resposta local. As novastecnologias permitem isso.

É útil, por exemplo, dar poderes de re-censeamento eleitoral à Cônsul deMontpellier?Há muitos Consulados Honorários quenão têm poderes alargados. Aqui,entre o não ter nada e ter o recensea-mento eleitoral, já é bom. Tem de sero Governo a avaliar se pode alargar ospoderes da Cônsul Honorária.

E Clermont Ferrand? Foi um erro terencerrado o Consulado? Tanto maisque ficamos a saber agora que afinalo edifício não chegou a ser vendido.Eu sempre fui contra o encerramentodo Consulado de Clermont Ferrandmesmo se na altura o Governo era domeu Partido. Não tenho qualquer pro-blema em dizer que deviamos ter en-

contrado outra solução. Rapidamentesurgiu a possibilidade de ter um Con-sulado honorário que deu a respostapossivel neste tempo todo. Nem voucomentar a questão das instalações,porque só prova a forma como o Mi-nistério dos Negócios Estrangeirostrata estas questões. Não foi só esteposto.

E em Toulouse, ainda se justifica terum Vice Consulado?Só quem não conhece Toulouse e osinteresses que Toulouse tem é que nãopercebe a importância de um ViceConsulado ali, e até de um Consulado.Serve uma área geográficamentegrande, com uma Comunidade extre-mamente ativa e dinâmica. A cidadetem interesses muito particulares paraPortugal devido à presença da Airbus.Portugal está a desenvolver bastante osetor da aeronáutica e o atual Vice-Cônsul está a fazer um trabalho impor-tante de aproximação em relação àAirbus.

O Secretário de Estado criou em Pon-tault-Combault, o primeiro Gabinete

de Apoio aos Portugueses em localida-des francesas. Concorda com estaideia?Admira-me que o LusoJornal me per-gunte isto. Foi aberto um Gabinete deApoio aos Emigrantes em SaintEtienne e eu tenho responsabilidadesnessa abertura. Foi mesmo dada for-mação a funcionários da Câmara deSaint Etienne.

Mas entretanto fechou...Deixou de funcionar porque entretantoSaint Etienne sofreu várias mudançasde liderança municipal. Teve pontospositivos e pontos negativos, mas estede Pontault Combault não foi o pri-meiro. No entanto, não tenho nada deconcreto sobre como está a funcionar,quem está a atender, etc.

E o Espaço do Cidadão recentementecriado no Consulado de Paris. É defacto uma revolução?Isso vem da Secretaria de Estado daModernização administrativa, do entãoSecretário de Estado Cardoso da Costae agora, com este Governo, alargadoàs Comunidades. Foi-nos dito quetinha 60 serviços, nós não percebe-mos quais são esses 60 serviços por-que só um é que tive a oportunidadede verificar, que é a questão do registocriminal, que me parece positivo.Quanto aos outros, seria bom que nosexplicassem quais são, porque aindanão vi a lista em lado nenhum. Masquando o Secretário de Estado falouem revolução, referiu-se a outros pon-tos: aos Consulados honorários, queafinal vêm do anterior Governo; aosGabinetes de apoio aos emigrantes nasCâmaras municipais em Portugal, queé uma ideia de 2002, do então Go-

verno do PSD, é pois mais uma conti-nuidade; e a questão da inscriçãoúnica, que pode ser melhorado e aíestou perfeitamente de acordo. Istonão é uma revolução. Isto é continui-dade. O atual Governo acaba por reco-nhecer o trabalho do anteriorSecretário de Estado José Cesário edar-lhe continuidade. Revolução seriarecrutar centenas de funcionárioscomo foi prometido em campanhaeleitoral.

Aparentemente há funcionários aserem recrutados...O que eu sei é que houve uma pro-messa em março de 101 novos fun-cionários que iam ser recrutados, trêssemanas depois, quando os Conse-lheiros das Comunidades foram a Por-tugal passaram para 60 e nestemomento eu não conheço nenhumconcurso aberto para o quadro. Se medisser que os dois que vão para Lon-dres, que vão trabalhar por seis meses,depois de terem tirado três funcioná-rios de Londres que tinham contratospor um ano...

Por exemplo, para Paris vem um Côn-sul Adjunto.Andámos a dizer que não havia capa-cidade de atendimento em Paris e emvez de recrutar funcionários para oatendimento, vamos recrutar um Côn-sul Adjunto cuja despesa podia darpara 6 ou 7 funcionários administrati-vos. Temos de saber quais são as prio-ridades. As prioridades do PartidoSocialista na oposição eram os emi-grantes, agora que está no Governo, asprioridades passaram a ser os diplo-matas. Concurso para funcionáriospara entrar no quadro, não estou a vernenhum.

E sobre o ensino, que balanço faz?As espectativas que foram criadas du-rante a campanha eleitoral foram enor-mes. Eu até fico surpreendido como éque alguns que tanto gritaram durantea campanha eleitoral sobre a Propina,se tenham calado durante este tempotodo. Há muitos emigrantes que sedevem sentir defraudados por essa Eu-ropa fora.

Acha que o Governo devia suprimir aPropina?Acho que não se pode ter um discursoquando somos oposição e alterarmoso discurso quando estamos no poder.Eu não sou a favor completamente daPropina, mas na altura, devido às res-trições orçamentais, era a única formade poder ter a tal certificação que eutanto defendia. Não percebia porquerazão os meus colegas Deputados emPortugal acharam sempre bem que osseus filhos fossem avaliados em Por-tugal, mas os filhos dos emigrantesnão necessitavam de avaliação. Du-rante a campanha eleitoral diziam

também que ia haver aí um recruta-mento brutal de professores e pelasinformações que eu tenho, a redepode até vir a ser diminuida. Tem ha-vido desinvestimento...

Está a dizer-me que há um desinves-timento maior do que aquele quehouve com os Governos anteriores?Digo que se mantém tudo na mesma,a Propina, por exemplo, e o que sei éque a rede vai ser igual ou inferior. Dolado francês é que tem havido um de-sinvestimento da língua.

Há uma Comissão mista em prepara-ção...Provavelmente que as conclusõesdessa Comissão mista até vão sur-preender bastante os leitores do Lu-soJornal...

Em geral, qual é o balanço que faz doatual Secretário de Estado das Comu-nidades?Ainda é cedo para fazer balanços. Emrelação àquilo que o Partido Socialistaapresentou em campanha, está a sero oposto. Está a ser a contradição doprograma eleitoral. Ao dar continui-dade às políticas do anterior Governoestá a reconhecer o bom trabalho queo anterior Governo desempenhounesta área. Mas o Secretário de Es-tado faz parte de uma equipa e quemmora no estrangeiro neste momentovê o seu país a perder credibilidade evolta a ver o seu país nos jornais es-trangeiros, pelas razões mais negati-vas.

O Primeiro Ministro veio cá acompa-nhar o Presidente da República, faloupor várias vezes aos Portugueses...Exatamente, veio cá acompanhar oPresidente da República, veio acom-panhar a Seleção de Portugal. Vemsempre acompanhar alguém. Era bomque os políticos em Portugal não vies-sem cá acompanhar alguém, viessemcá porque aqui também está Portu-gal. Os políticos até dão a cara dequatro em quatro anos, mas há mui-tas instituições em Portugal queainda não perceberam que tambémdevem dar resposta aos Portuguesesque residem no estrangeiro. Porquemuitas vezes, os impecilhos que osGovernantes encontram, têm muitoa ver com as instituições do Estadoque não perceberam a importânciadas Comunidades portuguesas econtinuam a ser, em minha opinião,por vezes o bloqueio da aplicação deboas políticas.

E a vinda cá do Presidente da Repú-blica para o 10 de Junho? Suponhoque ficou contente...Para já não veio cá acompanhar nin-guém! Ele sempre teve uma posturapróxima das Comunidades. Ele foiPresidente do PSD durante dois anose meio e veio cá a Paris umas 20vezes e veio cá várias vezes anómino.Podemos concordar ou discordardele, mas é alguém que percebe arealidade das Comunidades. Não fazqualquer esforço para falar de Co-munidades. Quando eu tenho umPresidente que entende a minha rea-lidade, que quando falo com ele nãotenho que lhe explicar o que são osPortugueses de França, poupa-memuito tempo. Aliás, quem o viu emParis, percebeu que ele estava emcasa.

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le 06 juillet 2016

“Andámos a dizer que não havia capacidade deatendimento em Paris e em vez de recrutar funcio-nários para o atendimento, vamos recrutar umCônsul Adjunto cuja despesa podia dar para 6 ou7 funcionários administrativos”.

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06 Comunidade

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Governo quer convencer Franceses quePortugal "é muito mais do que sol e praia”

O Governo quer convencer os France-ses que “Portugal é muito mais doque um destino sol e praia” disse aSecretária de Estado do Turismo, AnaMendes Godinho, à Lusa, em Paris.Há “cada vez mais para oferecer emPortugal durante 365 dias por ano”,disse a governante à Lusa no final daconferência de imprensa do Sindicatodas Empresas dos Operadores Turísti-cos franceses, na Embaixada de Por-tugal em Paris, na qual Portugal foiapresentado como um dos dez desti-nos de férias favoritos dos Franceses.“Viemos aqui mostrar que Portugal émuito mais do que um destino sol epraia, nomeadamente com umagrande capacidade de atrair France-ses que estão a comprar casa em Por-tugal (...). Por outro lado, viemosmostrar aos operadores Francesesaquilo que nós temos cada vez maispara oferecer em Portugal durante365 dias por ano”, descreveu a Se-cretária de Estado.Ana Mendes Godinho salientou quepara os operadores turísticos france-ses, Portugal é o país que “lidera emtermos de crescimento de destinos es-trangeiros”, tendo crescido, este ano,“cerca de 40%”.“Estamos, de facto, com uma grandecapacidade de nos posicionarmos nomercado francês. Aliás, isso é bas-tante evidente em todo o lado. Nestemomento, aqui em França fala-se emPortugal como um país para descobrire com um grande ‘feedback’ positivode quem já foi a Portugal e está a pas-sar a palavra aos restantes franceses”,explicou.A Secretária de Estado acrescentouque Portugal “é, de facto, o destinoda moda, mas o que é importante éque não seja apenas um destino damoda”, mas que se consiga “consoli-dar esta estratégia de crescimento”,nomeadamente no inverno.Nesse sentido, Ana Mendes Godinhodisse querer “mostrar aos Franceses

que há uma oferta que justifica a des-locação a Portugal não só nos mesesde época alta e não só nos destinostradicionais”, mas mostrar-lhes “todaa oferta em todo o país durante todoo ano”, sublinhando que “os France-ses já estão conquistados para overão” e que o objetivo é “conquistá-los para o inverno”.Durante a conferência de imprensa,Ana Mendes Godinho indicou que“97% dos Franceses que vão a Por-tugal querem regressar” e muitosdeles “decidem comprar uma casaem Portugal”, salientando tambémque “99% das pessoas que vão a Por-tugal sentem-se completamente sur-preendidas pelo que encontram lá”,falando na capacidade para fidelizaros turistas através de “um país autên-tico, mas moderno e diferente do queesperavam”.

Os dados do SindicatoO Sindicato das Empresas dos Opera-

dores Turísticos franceses afirmamque Portugal é um dos dez destinosde férias mais visitados pelos France-ses. Os dados foram apresentadospelo Presidente do Sindicato René-Marc Chikli, na Embaixada de Portu-gal em Paris.“No nosso barómetro de previsõespara o verão, Portugal figura no ‘topten’. Há um forte crescimento dos tu-ristas franceses para além de Lisboa”,disse à Lusa René-Marc Chikli, subli-nhando que “há uma boa posiçãosobre o turismo cultural”, mas queagora há que apostar no setor balnear.Nas estimativas para este verão, oSindicato estima que Portugal surjaem sétimo lugar como destino de fé-rias para 41.572 pessoas, numa listaliderada pela Grécia, apontando, noentanto, Portugal como líder em ter-mos de crescimento de destinos es-trangeiros com um crescimento de40% relativamente ao ano passado.“Estamos com uma grande capaci-

dade neste momento de crescer nomercado francês em termos percen-tuais. Somos o país que está a crescermais em termos percentuais”, reiteroua Secretária de Estado do Turismo àLusa.Já no inverno, entre novembro e abrilde 2016, Portugal aparece no sextolugar dos destinos turísticos dos Fran-ceses, tendo registado um cresci-mento de 22%. Portugal integra alista dos dez países mais visitadospelos Franceses, tendo os operadorescontado 26.297 clientes, depois dasCanárias (com 146.840 clientes), deEspanha, Marrocos, Itália e ReinoUnido.Em termos de longa distância, CaboVerde apresentou um aumento de24,5% com 23.689 clientes, atrás daRepública Dominicana, Maurícias,Antilhas, Cuba, Tailândia e México,com o Brasil a sofrer uma descida de17,8% devido “aos riscos sanitáriosligados ao vírus Zika”.Os operadores turísticos francesescontabilizaram dois milhões de clien-tes, o que representa uma baixa de8,8%, justificada pelo impacto dosatentados em Paris, da guerra na Síriae Ucrânia, do vírus zika e da vaga demigrantes na Europa, justificou René-Marc Chikli.Ana Mendes Godinho deslocou-se aParis na terça e quarta-feira da se-mana passada para reunir com “jor-nalistas, bloggers, operadoresturísticos e companhias aéreas” noâmbito da consulta pública em curso,para a Estratégia Turismo 2027(ET27) que se insere no próximo qua-dro comunitário de apoio 2021-2027.Nas reuniões estiveram presentes em-presas como a Look Voyages, Promo-vacances, Voyage Privé, CarrefourVoyages, Ogideo, Top of Travel, Tha-lassoN1, Transavia, TAP, easyvoyages,Associação das agências de viagemfrancesas, Associação dos OperadoresTurísticos franceses e associação dosjornalistas de turismo.

Reunião em Paris

Por Carina Branco, Lusa

Escola Ampère: o ano escolar terminouO curso de portugês da escola Am-père, em Paris 17, terminou no dia29 de junho. Os alunos e os pais en-contraram-se na escola para um con-vívio final, antes da partida paraumas merecidas férias.O professor José Vara Rodrigues con-vidou o Cônsul-Geral de Portugal emParis, António Moniz, e a Coordena-dora do Ensino Português em França,Adelaide Cristóvão, que honraramcom a sua presença. Uma represen-tante dos pais, o docente e as duasindividualidades presentes usaramda palavra e sublinharam o lugar dedestaque da língua portuguesa nestepaís e a necessiudade de defender-mos cada vez mais a nossa cultura,como forma de afirmação e de umamelhor integração da nossa Comuni-dade em terras francesas.As crianças apresentaram um pe-queno espetáculo, alusivo às festas

dos Santos Populares, sob a orienta-ção de Désirée Thompson, mãe deuma das alunas. De seguida houvemúsica. Alguns alunos tocaram con-

certina e contabaixo para regálo detodos.O Cônsul Geral e a Coordenadora en-tregaram os diplomas dos exames de

certificação aos alunos que fizeramexame no ano passado. De salientaros bons resultados obtidos e a apro-vação de todos no referido exame.Por fim, houve um lanche que per-mitiu um convívio entre as crianças,os pais e os dois convidados.A presença dos dois ilustres convida-dos permitiu aproximar as institui-ções das crianças e pais. Foi bemvisível a alegria de todos neste en-contro.“Quando todos partimos, em direçãodas nossas casas, ficou a convicçãode que a nossa responsabilidade nadefesa da nossa língua é cada vezmaior e tem um papel primordial”diz ao LusoJornal o professor de por-tuguês José Vara Rodrigues. “O anoescolar terminou com muita alegria eas crianças anseiam pelo recomeçodas aulas, apesar de, para já, pensa-rem nas férias”!

Em Paris

le 06 juillet 2016

Quais são as novas regraspara o pagamento de dívi-das à Segurança Social?

Resposta:

O Governo aprovou recentemente,em Conselho de Ministros, novos li-mites para que os particulares e asempresas possam pagar as suas dí-vidas à Segurança Social.Atualmente, e quanto ao pagamentoa prestações de dívidas que se en-contram em processo executivo, exis-tem duas modalidades:- Particulares: para dívidas inferioresa 5.100€ existe a possibilidade de pa-gamento em 60 prestações. As dívi-das de valores superiores podem serpagas em 150 prestações;- Empresas: 36 prestações para dívi-das inferiores a 5.100€, 60 presta-ções para dívidas entre 5.100€ e os51.000€ e 150 prestações para dívi-das superiores a 51.000€.Tratando-se de pagamento voluntárioa prestações de dívidas até trêsmeses quer os particulares quer asempresas podem fazê-lo em 6 pres-tações.Segundo as novas regras a regulari-zação de dívidas à Segurança Social,os limites passarão a ser:- No pagamento a prestações de dí-vidas que se encontram em processoexecutivo, os particulares poderãodispor de 60 prestações para dívidasinferiores a 3.060€ e 150 prestaçõespara dívidas acima deste valor. Asempresas terão 36 prestações paradívidas inferiores a 5.100€, 60 pres-tações para dívidas entre 5.100€ e os15.300€ e 150 prestações para dívi-das superiores a 15.300€;- No pagamento voluntário a presta-ções de dívidas até três meses, osparticulares beneficiarão de 6 ou 12prestações consoante as dívidassejam até 3.060€ ou superiores aeste valor, respetivamente. As empre-sas disporão de 6 prestações para dí-vidas até 15.300€ e 12 prestaçõesacima deste valor.

Rita RibeiroJuristaRua Principal, nº 150Granja2425-013 Monte RealInfos: +351.926.300.365Infos: +33 (0)6.12.601.427

Rubrica jurídica

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08 Comunidade

lusojornal.com

emsíntese

Portugal preparaprotocolo comFrança para patrulhamento policial misto

A Ministra portuguesa da Administra-ção Interna anunciou que o Governoestá a preparar um protocolo com aPolícia nacional francesa para poderdesenvolver patrulhamento misto,com as forças policiais portuguesas,em ambos os países.“Este ano ainda não é possível, por-que são protocolos que demoramtempo (…), mas é uma iniciativa queestamos neste momento a desenvol-ver com a Polícia francesa”, disseConstança Urbano de Sousa, lem-brando que já existe cooperação comEspanha nesse sentido, sobretudonas zonas fronteiriças.A governante falava aos jornalistas àmargem da apresentação do Dispo-sitivo para o Verão 2016, que decor-reu na sede do Turismo do Algarve eque contou com apresentações porparte da PSP, da GNR, do Serviço deEstrangeiros e Fronteiras (SEF), daAutoridade Nacional de Proteção Civil(ANPC) e da Autoridade Nacionalpara a Segurança Rodoviária (ANSR).Na ocasião, esteve ainda presente aSecretária de Estado do Turismo, AnaMendes Godinho, que referiu que,entre janeiro e abril deste ano, o Al-garve registou mais 500.000 dormi-das do que no mesmo período de2015, o que representa um cresci-mento de 20%, um indicador queconsiderou muito positivo, por se tra-tarem de meses de época baixa.Durante o verão, o reforço da GNRpara o Algarve é de 191 efetivos: doispelotões de ordem pública, com 60homens, quatro esquadras de cava-laria, com 24 efetivos e igual númerode cavalos, duas equipas de patru-lhamento turístico, com 12 efetivos, eainda 90 guardas provisórios, que re-forçarão o dispositivo enquanto cum-prem o seu estágio.No caso da PSP, o dispositivo perma-nente na região começou a ser refor-çado com 28 equipas do Corpo deIntervenção (CI) da sede da UnidadeEspecial de Polícia (UEP), que per-manecerão na região até 20 de se-tembro, em regime de rotação, comtrês equipas de cada vez.

Novo Banco diz que foi concluída uma solução comercial para emigrantes

O Novo Banco disse na semana pas-sada, em comunicado ao mercado,que concluiu a execução da soluçãocomercial que foi aceite por 6.000clientes emigrantes, que tinham in-vestido cerca de 500 milhões deeuros em produtos de poupança doex-BES.Estes emigrantes tinham aplicadopoupanças em produtos comercializa-dos pelo Banco Espírito Santo (BES)- Poupança Plus, Top Renda e EuroA-forro8 - que ficaram em risco aquandoda queda do banco liderado por Ri-cardo Salgado, no verão de 2014.Para tentar minimizar as perdas, oNovo Banco – o banco de transiçãoque ficou com os ativos menos pro-blemáticos do BES - criou soluçõescomerciais que propôs aos clientesdaqueles produtos, emigrantes, asquais foram aceites por cerca de80%.

Segundo a informação enviada à Co-missão do Mercado de Valores Mobi-liários (CMVM), “no dia 19 de abril,foi efetuada a liquidação em espéciedas ações preferenciais do veículo Eu-roAforro 8 e, posteriormente, a en-trega das obrigações seniores do NovoBanco e constituição dos depósitos aprazo aplicáveis no âmbito da soluçãocomercial, tendo ficado a solução co-mercial totalmente implementada re-lativamente a este veículo”.Já no mês de junho “foi finalizado oprocesso de implementação da solu-ção comercial dos restantes veículosacima referidos, tendo os clientes queaderiram à solução comercial rece-bido as obrigações seniores do NovoBanco e sido constituídos os respeti-vos depósitos a prazo”.O Novo Banco diz que está assim con-cluída a “implementação da soluçãocomercial” que, segundo fonte oficial,

abrangeu “aplicações no valor de 500milhões de euros e prevê recuperaraté 90% do capital investido”.Quanto aos clientes que não aceita-ram a proposta comercial, estes aindapoderão exercer a opção de liquidaçãoem espécie das ações preferenciais“nos anos seguintes”, refere a insti-tuição.De acordo com a explicação do NovoBanco, a solução comercial prevê,num primeiro momento, a constitui-ção de depósito a prazo não mobilizá-vel durante dois anos com uma TaxaAnual Nominal Bruta (TANB) de1,5% e a transferência das obrigaçõesno valor global de 60% do capital in-vestido, assim como a constituição deum outro depósito que garante a re-cuperação em seis anos de 90% docapital investido.Como referido acima, apesar da solu-ção comercial proposta pelo Novo

Banco, nem todos os clientes emi-grantes aceitaram. Aliás, a AssociaçãoMovimento dos Emigrantes LesadosPortugueses (AMELP) recomendouque os seus associados não subscre-vessem a proposta por considerar quenão era justa e não se adequava aoperfil desses clientes, uma vez queimplicava a subscrição de obrigaçõesde longa duração do Novo Banco e emque os depósitos a prazo estarão con-dicionados ao valor dessas obrigações.A AMELP criticou ainda que às cercade 400 pessoas que subscreveram osprodutos EG Premium e EuroAforro10 não tenha sido oferecidaqualquer solução, sendo a única alter-nativa a reclamação do dinheiro emtribunal. Já o Novo Banco argumentaque não era possível oferecer uma so-lução neste caso devido ao tipo de ins-trumentos financeiros abrangidos porestes produtos.

Associação de lesados diz que a solução não é justa

Gabinetes de Apoio ao Emigrante vão abrir em30 municípios de todo o país até ao fim do anoO Governo conta até ao final do anoassinar protocolos com 30 municípiosque aderiram ao desafio de criar umGabinete de Apoio ao Emigrante(GAE) “de Segunda Geração”, indicouna semana passada o Secretário deEstado das Comunidades Portugue-sas.Em Gondomar, distrito do Porto, ondeassinalou a adesão deste concelho, re-cordando que este foi o primeiro daÁrea Metropolitana do Porto a dizer“sim”, José Luís Carneiro, explicouque os GAE “de Segunda Geração”vão complementar uma rede queatualmente conta com 101 Gabinetes.À margem da sessão de assinatura deProtocolo, em declarações à Lusa, ogovernante adiantou que os 30 muni-cípios que “já aceitaram o desafio doGoverno” são de “todo o país”, in-

cluindo Algarve e Alentejo, onde “nãoexistia resposta semelhante até aqui”,uma vez que os atuais GAE estão “es-sencialmente fixados no Norte e Cen-tro”.Nesse mesmo dia, José Luís Carneiroassinou Protocolos com as Câmaras deCinfães, distrito da Viseu, e de Va-longo, distrito do Porto, e no sábadopassado seguiu-se Almeida, no distritoda Guarda.“Os últimos cinco anos mostraramque o fenómeno migratório atingiutodo o país e não só o interior”, disseo Secretário de Estado das Comunida-des Portuguesas, acrescentando que“estes Gabinetes têm uma respostaessencialmente de cariz social”.O governante sublinhou ainda a ade-são ao lançamento de GAE “de Se-gunda Geração” da Associação

Nacional de Municípios Portugueses(ANMP) e da Associação Nacional deFreguesias (ANAFRE), contando queesta última entidade “já mostrou von-tade de abrir Gabinetes em duas gran-des freguesias de Lisboa”.Criados em 2002, os GAE têm comometa a valorização de direitos sociaise o acompanhamento de emigrantes,quer os que se encontram emigrados,quer os que desejam fazê-lo e aindaos que regressam a Portugal. Em2015 foram atendidos mais de 22 milutentes nestes Gabinetes que, se-gundo José Luís Carneiro, consegui-ram recuperar 3,5 milhões de euros dereformas e pensões.Além da ajuda que prestam no resgatede verbas que estão em outros países,os GAE também registam como prin-cipais pedidos dos emigrantes o reco-

nhecimento de qualificações, entreoutros assuntos.José Luís Carneiro explicou que o Go-verno “está a dar um novo folego” aosGAE, alargando a rede no território,criando uma equipa de ‘pivots’ dedi-cados a várias áreas e estabelecendoa cooperação com o Gabinete de Apoioao Investidor da Diáspora, organismoao qual compete promover, apoiar efacilitar o investimento em Portugaloriginário das Comunidades portugue-sas e lusodescendentes. “Esta é umaoportunidade de articulação entretodos os serviços e uma resposta paraquem quer investir no seu país deorigem. Cada um destes Gabinetesconstitui uma porta aberta a 127postos consulares de carreira e 225consolados honorários”, disse o Se-cretário de Estado.

le 06 juillet 2016

Stock da Cunha, Presidente do Novo BancoLusa / Tiago Petinga

Constança Urbano de SousaMinistra da Administração Interna

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10 Comunidade

emsíntese

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Si vous êtes Français, et si vivez auPortugal (au ailleurs), pour une duréede plus de 6 mois, vous pouvez dé-sormais vous inscrire sur internet auregistre des Français établis hors deFrance. Grâce à cette inscription, lesservices consulaires vous communi-queront des informations (échéancesélectorales, sécurité, événements) etseront en mesure de contacter vosproches en cas d’urgence.Cette inscription facilite l’accomplis-sement de certaines formalités: De-mande de documents d’identité(passeport, carte nationale d’identité);Demande de bourse pour vos enfantsscolarisés au Lycée Charles Lepierrede Lisboa ou au Lycée Internationalde Porto; Inscription sur la liste élec-torale consulaire; Recensement pourla journée défense et citoyenneté; Ta-rifs avantageux pour certaines démar-ches,…Pour vous inscrire pour la premièrefois, il suffit de remplir en ligne votredossier d’inscription et de scanner,pour vous même et vos enfants mi-neurs, les documents suivants: Carted’identité ou passeport français encours de validité ou périmé depuismoins de 2 ans; Justificatif de rési-dence dans la circonscription consu-laire; Photo d’identité.Dès que l’inscription sera validée, l’at-testation d’inscription ainsi que lacarte d’inscription consulaire serontenregistrées dans le porte-documentsservice-public.fr et pourront être im-primées chaque fois que vous enaurez besoin.Les personnes ne disposant pas deconnexion internet peuvent procéderà leur inscription en se présentant àla Section consulaire.Si vous êtes déjà inscrit ou avez étéinscrit sur le registre des Français éta-blis hors de France, vous pouvez, àtout moment, vérifier et actualiser lesdonnées vous concernant sur ser-vice-public.fr. Après chaque modifi-cation, l’attestation d’inscription et laCarte d’inscription consulaire sont ac-tualisées et enregistrées dans votreporte-documents.Un courriel vous invite à renouvelervotre inscription 3 mois avant la dated’échéance. Par ailleurs, vous pouvezégalement, choisir à tout moment deprolonger la durée de votre inscrip-tion.

lusojornal.com

La Banque BCP parraine le baptême del’air «Sonho de Menino» au PortugalLe 24 juin dernier, la Banque BCP asoutenu pour la deuxième annéel’opération «Sonho de Menino» auPortugal, un baptême de l’air pourdes jeunes et adultes polyhandicapés.Le baptême de l’air «Sonho de Me-nino» au Portugal est la continuité del’opération «Les Enfants du Ciel» quiest organisée à Lognes depuis 7 anspar le Rotary Club de Crécy-en-Brie etle Lions Club de Montfermeil, dansune initiative qui implique de trèsprès les entrepreneurs portugais Ma-pril Baptista, Mário Martins et Fer-nando da Costa.Cette année, cette initiative a eu lieuà Braga et à Torres Vedras, deux jour-nées qui ont donné à des centainesde jeunes et adultes polyhandicapésl’opportunité de monter à bord d’unavion quadriplaces, accompagnés pardes pilotes confirmés bénévoles, et de

survoler les cieux pendant une ving-taine de minutes.

Au-delà de cette inoubliable expé-rience de voler, les participants ont pu

profiter tout au long de ces deux jour-nées d’animations de clowns, mu-sique, séances de maquillage, jeuxgonflables, en présence des 3 par-rains: les chanteurs Tony Carreira etZé Amaro ainsi que le présentateur detélévision et acteur FernandoMendes.«C’est une fierté de participer à cetteinitiative qui permet avant tout d’offrirà ces enfants une journée inoublia-ble», confie Jean-Philippe Diehl, Pré-sident du Directoire de la BanqueBCP accompagné de plusieurs colla-borateurs. «C’est grâce au soutien del’association ‘Sonho de Menino’, auxpartenaires et aux nombreux béné-voles, que cette opération a pu voir lejour aussi au Portugal et c’est tout na-turellement que la Banque BCP aparrainé et compte renouveler son en-gagement dans les années à venir».

Braga et Torres Vedras, après Lognes

Sindicato diz que o Instituto Camões nega adocentes no estrangeiro direitos consagradosO Sindicato dos Professores nas Co-munidades Lusíadas denunciou nasemana passada junto dos Gruposparlamentares que o Instituto Ca-mões “recusa aos professores de por-tuguês no estrangeiro os seus direitosem caso de doença grave” e licençade parentalidade.Em comunicado à imprensa, o sindi-cato (SPCL) sublinha que a Direçãoenviará “ainda hoje um protesto ofi-cial à Secretaria de Estado das Co-munidades” sobre esta decisão doInstituto Camões, que classificamcomo “inaceitável e inqualificável”,por se tratar de “direitos que assis-tem a todos os funcionários públicosem Portugal”.No texto, a Secretária-geral do SPCL,Teresa Duarte Soares, precisa que“desde que assumiu a tutela da EPE[Ensino Português no Estrangeiro],em 2010, o Camões I.P. tem vindo aretirar, progressivamente, direitos aosprofessores a seu cargo”.“Além de despedimentos em massa,

49 só em 2011, seguidos de 30 em2012/2013, sendo o atual contin-gente de docentes cerca de 50% da-quilo que era em 2008, a aplicaçãodas leis de proteção à maternidadedeixa a desejar, assim como o reco-nhecimento dos casos de doençagrave”, aponta. “Os professores sãotratados como inferiores, assistindo-lhes apenas o direito a obedecer, semprotesto, às ordens superiores”,acrescenta.Na comunicação enviada aos Depu-tados, intitulada “Os professores dePortuguês no Estrangeiro não podemter doenças graves. O Instituto Ca-mões recusa-se a reconhecer essescasos”, a Direção do Sindicato pede“a mais urgente atenção” para umacircular emanada do Instituto Ca-mões e assinada pela respetiva Pre-sidente, Ana Paula Laborinho.Segundo o SPCL, “desde 2010 queo Camões I.P. recusa às professorasmães cuja licença de parentalidadecoincidiu com o período de férias, o

direito a recuperar posteriormente asférias não gozadas, coagindo asmesmas a ‘recuperar’ esse tempodurante as interrupções letivas,procedimento ilegal, pois, como éde conhecimento geral, os períodosde interrupção letiva não são fé-rias, estando os docentes oficial-mente ao serviço”.O SPCL alerta também os Parlamen-tares para a “situação de inferiori-dade em que se encontram desde2010 os professores de português noestrangeiro”.“Foram relegados para segunda prio-ridade nos concursos de professoresem Portugal; não têm direito às redu-ções de componente letiva por anti-guidade previstas no ECD [Estatutoda Carreira Docente]; nos países emque a ‘Propina’ é paga, têm de ser ospróprios professores a angariar inscri-ções e comprovativos de pagamentosuficientes para manter o seu horá-rio; e é-lhes recusado o direito à mo-bilidade por doença, que assiste a

todos os funcionários públicos emPortugal”, enumera a sindicalista.Contrapõe, no entanto, que essesprofessores “podem lecionar sema-nalmente do 1º ao 12° anos de esco-laridade, podem deslocar-se a umaescola diferente nos cinco dias da se-mana, podem efetuar deslocaçõessemanais de 400 e mais quilóme-tros, que nem sempre são reembol-sadas, podem ficar privados do fimde semana porque têm de fazer for-mação, podem trabalhar até dezhoras quase sem interrupção nas pro-vas de Certificação de responsabili-dade do Camões I.P.”.“Só não podem é estar doentes. E terfilhos também não é recomendável.Para o Camões I.P. não existe o Esta-tuto da Carreira Docente, nem a LeiGeral da Função Pública, nem o Có-digo do Trabalho. Existem somente assuas fortes tendências economicis-tas”, remata a dirigente do Sindicatodos Professores nas Comunidades Lu-síadas.

Foi assinada a Geminação entre Boissise-le-Roi e a Freguesia de AlvelosO Cônsul-Geral de Portugal em Paris,António de Albuquerque Moniz, des-locou-se a Boissise-le-Roi no quadroda assinatura do Protocolo de gemi-nação assinado entre Boissise-le-Roie a Freguegia de Alvelos, no conselhode Barcelos.Estavam presentes Gérard Aubrun,Maire de Boissise-le-Roi e MiguelCosta Gomes, Presidente da CâmaraMunicipal de Barcelos, mas tambémrepresentantes do município italianojá geminado com Boissise-le-Roi.“Neste momento existem mais de200 cidades portuguesas geminadascom cidades francesas, o que é umaspeto de grande importância no re-lacionamento bilateral entre os doispaíses. Muitas outras estão à procura

de estabelecer acordos de geminação,o que não posso deixar de congratulare incentivar” disse o Cônsul Geral noseu discurso. “E, na minha opinião, o

relacionamento a nível local, das ci-dades e das regiões, é tão importantecomo o excelente relacionamento quePortugal tem neste momento com a

França a nível dos dois Governos e dosdois Presidentes”.A freguesia de Alvelos está inserida noConcelho de Barcelos e é uma das re-giões de grande beleza, com uma his-tória de grande valor e riqueza, que sereflete nos seus monumentos e nassuas igrejas. “Não tenho dúvidas emafirmar que a geminação com Bois-sise-le-Roi é extremamente impor-tante e vai proporcionar uma fortecooperação e intercâmbio que dina-mizará o seu relacionamento e enri-quecerá as trocas entre as duasregiões. É desta forma que se aproxi-mam as populações e que conjunta-mente se podem cruzar experiênciasque contribuam para o bem-estar epara o desenvolvimento económico”.

le 06 juillet 2016

www.service-public.fr

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Comunidade 11

emsíntese

Viajar no“Creoula” entreBrest e Lisboa

A Associação Portuguesa de Treinode Vela (APORVELA) está a organizara “The Tall Ships Races Lisboa 2016”em que centenas de jovens portu-guesas vão embarcar em grandes ve-leiros de todo o mundo.Um dos navios mais emblemáticos éo português “Creoula”, propriedadeda Marina Portuguesa, que vai nave-gar de Brest a Lisboa, de 16 a 24 dejulho e a Associação portuguesa quercontar com jovens lusodescendentesresidentes em França dos 15 aos 25anos.“Trata-se de uma viagem em que osjovens são chamados a participar ati-vamente em todas as tarefas comosejam o leme, a vigia, a navegação, acozinha, as limpezas e todas as ma-nobras com velas e cabos… trata-sede uma viagem absolutamente ines-quecível” diz uma nota da APOR-VELA.É raro um navio português desta di-mensão estar em França, por isso,não só os Portugueses podem passarpor Brest no dia 16 para ver a partidado barco, como também é uma opor-tunidade rarissima para os lusodes-cendentes participarem numaviagem deste tipo, num barco histó-rico.O “Creoula” é um lugre de quatromastros. Construído no início de1937 nos estaleiros da CUF para aParceria Geral das Pescarias, o naviofoi lançado à água no dia 10 de maioe efetuou ainda nesse ano a sua pri-meira campanha de pesca. Um nú-mero a reter é o facto de o navio tersido construído no tempo recorde de62 dias úteis.A viagem tem um custo total de 400euros e inclui a estadia a bordo, apensão completa e as atividades nas“Fêtes Maritimes de Brest” e na “TheTall Ships Races Lisboa 2016”.APORVELATel: +351 218 876 854www.aporvela.pt

lusojornal.com

Mais uma campanha de segurança rodoviárialançada pela associação Cap MagellanA associação Cap Magellan organizaeste verão a 14ª edição da sua cam-panha anual de segurança rodoviária,nas estradas francesas, espanholas eportuguesas. Na sexta-feira passada opontapé de saída da campanha decor-reu com uma conferência de im-prensa no Consulado Geral dePortugal em Paris, seguindo depoispara a discoteca Mikado, parceira doprojeto, com a presença do apresen-tador de televisão José Carlos Malato,padrinho desta iniciativa.A campanha intitulada “Sécur’été”visa alertar os condutores e especial-mente os jovens lusodescendentesque viajam de carro até Portugal paraos comportamentos de risco mar-cando presença em estações de ser-viço entre França e Portugal, assimcomo em discotecas portuguesas nonorte e centro do país.“Este ano, pela primeira vez, a asso-ciação vai estar presente, a 16 e 17de julho, na Estrada Centro EuropaAtlântica (RCEA, na sigla francesa),onde recentemente 12 portuguesesmorreram a bordo de uma carrinha so-brelotada, “para alertar para os peri-gos dessa estrada e para os perigos detransportes inadequados”, começoupor declarar Luciana Gouveia, respon-sável-geral da Cap Magellan.Os voluntários da “Secur’été” vãotambém estar com os automobilistasnas áreas de serviço de Bordeaux-Ces-tas, no sul de França, nos fins de se-mana de 09 e 23 de julho, “comateliers de relaxamento, descontraçãoe alertas sobre os perigos das viagenslongas”, e nas fronteiras de Vilar For-moso, Chaves e Valença a 30 e 31 dejulho.O objetivo é alertar os automobilistaspara “os perigos das viagens longas,da fadiga” e para as precauções quedevem ter ao volante porque ainda hávários comportamentos de risco. “Osriscos começam pela fadiga. Muitoscontinuam a partir ao final de um diade trabalho, têm a noite toda pelafrente e sem necessariamente faze-rem as pausas de duas em duas

horas. Depois, há os riscos ligados àpreparação do veículo e à carga por-que às vezes os carros vão abarrota-dos”, descreveu.Luciana Gouveia não tem dúvidas queo balanço destes 13 anos é positivomas sublinha a importância de conti-nuar com estas medidas de preven-ção, reconhecendo que a campanhacontribuiu para diminuir o número deacidentes e até se notou uma dife-rença de comportamentos, “porémcontinua a haver muitos acidentes e éimportante sensibilizar as pessoassobre os perigos da viagem, desde oálcool, as drogas, a fadiga, o uso dotelemóvel ao volante ou ainda a faltado cinto de segurança”.Hermano Sanches Ruivo saudou otrabalho feito pela equipa da Cap Ma-gellan e pelos voluntários associadosa este projeto. “Não temos nenhumadúvida de que, numa altura ou noutra,salvámos vidas. Claro que qualquertemática de prevenção é difícil quan-tificar porque se está a evitar que algoaconteça. Mas temos a certeza quetemos efeitos práticos no terreno e

isso também se deve aos nossos par-ceiros como a seguradora Macif, oBanco BPI e a discoteca Mikado queao longo do ano têm mantido umpapel importante”.José Carlos Malato começou por ob-servar os resultados positivos que setêm notado estes últimos anos, “o quenão tem visibilidade não existe e todoeste trabalho no terreno é muito im-portante. Tenho muito prazer trabalharjunto da associação e da Comunidadefora de Portugal”. Malato continuoudizendo que se tem envolvido emações de prevenção rodoviária juntodos canais portugueses. “Este anovamos ter algumas ações na RTP, játemos por hábito de ver os voluntáriosda Cap Magellan nas fronteiras portu-guesas e este é sem dúvida um mo-delo a copiar tanto em Portugal comona Europa inteira”.A campanha que vai contar com 150voluntários, visa também sensibilizaros jovens que consomem álcool nasdiscotecas portuguesas para não con-duzirem, com a distribuição de testesde alcoolemia e a atribuição de uma

pulseira ao condutor designado paranão beber. Pedro Raquel, gerente dadiscoteca Mikado também presente,disse que “temos sempre cuidado dedar ordens aos empregados para nãoservir mais álcool aos que já estão em-briagados, vamos ter com eles, tenta-mos sempre saber se se deslocaramde carro, quem conduz, etc.”.Pedro Raquel confessou ainda que há28 anos que trabalha na discoteca eque está sempre atento a isso. “Masdepois há certas coisas que não pode-mos fazer, porque não podemos andarsempre atrás dos clientes e muitasvezes estacionaram longe e torna-secomplicado para nós. Aliás fora do es-tabelecimento, não temos alguma au-toridade e não podemos intervir”.Não se esqueçam que não andamossozinhos na estrada e é indispensávelaumentar a nossa consciência para acondução segura, já que as estatísti-cas designam os acidentes na estradasão como a principal causa de morteou de ferimento grave de jovens até os25 anos de idade.

“Secur’été” é apadrinhada por José Carlos Malato

Por Clara Teixeira

Programa de ocupação de tempos livrespara lusodescendentes em AlvarãesFátima Martins, 60 anos, partiu comos pais para França ainda adoles-cente mas “nunca perdeu” a ligaçãoàs raízes, Alvarães, Viana do Castelo,a filha também não e os netos, ape-sar de nascidos em França, vão pelomesmo caminho.Já reformada e a “viver temporadascá e lá”, Fátima Martins não poupaagora elogios ao programa de ocupa-ção de tempo livres para as criançaslusodescendentes promovido, pelosegundo ano, pela Junta de Fregue-sia de Alvarães.Os netos, de 12 e seis anos, partici-param o ano passado pela primeiravez e este ano estão a repetir a expe-riência. “Era um castigo se não

viesse este ano. Ficaram encantadoscom a experiência o ano passado edisseram à mãe que queriam voltar”,afirmou a avó que durante as fériasem Portugal os recebe na casa da fa-mília naquela freguesia da margemesquerda do rio Lima, enquanto ospais das crianças trabalham emFrança.O programa “Férias Divertidas deVerão” inclui a aprendizagem da lín-gua portuguesa, das tradições da fre-guesia, como os andores floridos,ex-líbris das festas de Alvarães, jogostradicionais, canções populares, gas-tronomia portuguesa, entre outrasações.Este ano, participam perto de 20

crianças, entre os 6 e os 13 anos,sobretudo a residirem em França.“Nem tenho palavras. A minha filhaacha muito importante que os filhosfalem bem o português e apreendamas tradições da terra natal. São asraízes da família que estão emcausa”, disse.A ex-Secretária de um Gabinete mé-dico em França contou que o netomais velho “gosta muito de Portu-gal” e “fala muito bem o português”.“Muitas vezes é ele que ensina por-tuguês às outras crianças lusodes-cendentes que estão no atelier. Omeu neto mais novo é mais malan-dro, mas vai acabar por ganhar ogosto”, adiantou.

Além do incentivo que “os pais dãoem casa, falando português” as duascrianças vêm regularmente à terranatal e, este ano, “têm torcido porPortugal” no Campeonato europeude futebol que está a decorrer emFrança. “Mal chegou a Portugal, omeu neto quis comprar um cachecolda Seleção para usar quando vê,pela televisão, os jogos”, disse.O programa de ocupação de tempolivres para as crianças lusodescen-dentes, que é apoiado pela Câmarade Viana do Castelo e inclui ainda vi-sitas a monumentos da cidade, foiinaugurado pelo Secretário de Es-tado das Comunidades Portuguesas,José Luís Carneiro.

“Férias Divertidas de Verão”

le 06 juillet 2016

LusoJornal / Clara Teixeira

Todas as semanas, estamos ao seu lado

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12 Vinhos

lusojornal.com

A França no mercado mundial de vinhos

O consumo mundial de vinhos demesa elevou-se a 240 milhões de hec-tolitros em 2015. Resta estável desdeo início da crise financeira de 2008.Os EUA, com 31 milhões de hl, em li-geira progressão, confirmam a sua po-sição de primeiro consumidor mundiale, como a sua taxa de consumo por ha-bitante é ainda fraca, este país torna-se um mercado a privilegiar.Em França, o consumo (27,2 milhõesde hl) continua a baixar. Mantém-se re-lativamente estável na Itália, como naAlemanha (ambos com 20,5 milhõesde hl) e em Espanha (10 milhões dehl). Na China, país em desenvolvi-mento, o consumo de vinhos é esti-mado em 16 milhões de hl. Estes 5países consomem metade do vinho nomundo. Em Portugal, o consumo é de4,8 milhões.A produção mundial eleva-se a 274,4milhões de hl. A França (47,5 milhõesde hl) foi relegada para a segunda po-sição, depois da Itália, que passou aser o primeiro produtor mundial (49,5milhões de hl). Em terceiro lugar, en-contra-se a Espanha (37,2 milhões dehl). Os EUA progridem regularmente e,

em 2015, o seu nível de produçãoatinge os 22,1 milhões de hl. No he-misfério sul, a produção recua na Ar-gentina (13,4 milhões de hl), aumentano Chile (12,9 milhões hl) e estabiliza-se na Austrália (11,9 milhões hl), di-minui ainda na África do Sul (11,2milhões de hl) e na China (11 milhõesde hl).Relativamente à exportação mundial,as trocas são largamente dominadaspor Espanha, Itália e França que,juntos, representam 56% do mer-cado mundial em 2015, em volume.Em valor, Itália e França continuama liderar com partes de mercado de

19% e 29%, respetivamente. A Es-panha, não obstante dominar em vo-lume, contribui em apenas 9% novalor nas exportações mundiais, de-vido à forte incidência no seu baixopreço médio provocada pela elevadaproporção dos seus vinhos a granel(62% das suas exportações em2015).A França - segundo produtor e segundoconsumidor mundial e per capita; ter-ceiro exportador em volume e primeiroem valor; primeiro país consumidor derosé e de vinhos tintos - é um país de-tentor de uma imagem de qualidademundialmente reconhecida. Com

cerca de 850.000 hectares de vinhasno total, ou seja, 1/5 da área vinícolada União Europeia e 1/10 da áreamundial, a sua produção média anualronda os 50 milhões de hectolitros.Um grande país de vinhos!Não obstante este potencial, a Françaimporta volumes muito apreciáveis,em média mais de 5 milhões de hec-tolitros anuais, dos quais cerca de90% do total são vinhos correntes “agranel” destinados na grande maioriaa misturas, oriundos principalmenteda Espanha, a preços desafiando todaa concorrência.Mas temos de acordar a importância e

o notável posicionamento da França,que ocupa a primeira posição comocliente de vinhos portugueses, consi-derados os vinhos de Mesa, do Porto eda Madeira no seu conjunto, em 2015.Individualmente, ocupa a segunda po-sição como cliente para os vinhos deMesa, a primeira posição para os vi-nhos do Porto e igualmente a primeirapara os vinhos da Madeira.A existência de uma comunidade lusó-fona importante e tradicionalmente(ainda) ligada às origens, a presença demuitas associações que mantêm umacontinuidade nas tradições e hábitosalimentares, a multiplicidade de cafése restaurantes “portugueses” e de ou-tros pontos de venda, são factores quetanto contribuem para os bons resulta-dos. Mas não se deve ignorar umaparte crescente na grande distribuição,graças ao trabalho desenvolvido por al-guns importadores, distribuidores na-cionais estabelecidos no mercado, quedesenvolvem novas estratégias criandoos seus próprios pontos de venda.A realização do primeiro “Salon duVin Portugais” é uma iniciativa fortee benvinda, um espelho para pro-mover todas as regiões vinícolas dePortugal que aí se encontram repre-sentadas através de diferentes cate-gorias de vinhos nacionais.

Análise comercial

Por José de PaivaCônsul Honorário de Portugalem Orléans

le 06 juillet 2016

A França é o primeiro cliente mundial de Portugal

O setor dos vinhos, que por categoriascontempla os vinhos de Mesa, doPorto, da Madeira, Espumantes, Mos-catel, ocupa uma posição de relevonas nossas exportações ditas tradicio-nais. Globalmente, as exportações dosetor atingiram um valor superior a737,3 milhões de euros, em 2015,das quais 52% são vinhos de Mesa,43% são vinhos do Porto e 2% são devinhos da Madeira, cabendo os res-tantes 3% a Espumantes, vinhos

Moscatel, Mostos, etc.A França, com 109.796 milhares deeuros é o primeiro cliente de Portugal,com uma quota de mercado de14,9%. Angola, com um valor de78.300 milhares de euros e uma quotade 10,6% ocupa o segundo lugar noranking dos importadores, seguindo-se-lhes o Reino Unido e os EUA, comquotas de 9,9% e 9,3%, respetiva-mente. O Brasil ocupa apenas a 9ª po-sição, com uma quota de mercado de3,9%, para um valor exportado equi-valente a 28,7 milhões de euros.

Por José Paiva

Um Dossier de José de PaivaO LusoJornal agradece a amável disponibilidade de José de Paiva para a realizaçãodeste dossier especial.Para além de ser colaborador habitual do LusoJornal, José de Paiva é economista,licenciado pelo ISCEF (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras) efrequentou igualmente um curso de Marketing proposto pela Universidade de Har-vard. Trabalhou muitos anos no ICEP, na Dinamarca e em Paris como Diretor-ad-junto, e tem por consequência uma larga experiência nesta matéria.Atualmente é Consultor de Empresas e Cônsul Honorário de Portugal em Orléans.

CATEGORIAS

Vinhos de MesaVinhos do PortoVinhos da MadeiraOutros (*)Total

Por 1.000 €

385.562315.71115.86420.188

737.325

QUOTA

52 %43 %2 %3 %

100 %

PAíS

FrançaAngolaReino UnidoEUAHolandaBélgicaAlemanhaCanadáBrasilSuíçaOutrosTotal

Por 1.000 €

109.79678.30072.78368.91547.64047.18343.08139.94128.77127.121

172.793737.325

QUOTA

14,9 %10,6 %9,9 %9,3 %6,5 %6,4 %5,8 %5,4 %3,9 %3,7 %

23,4 %100,0 %

ExPORTAçõES PORTUGUESAS dE VINhOS POR CATEGORIAS 2015

ExPORTAçõES PORTUGUESAS dE VINhOS POR PAíSES 2015

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13

lusojornal.com

Vinhos

emsíntese

La réussite duSalon des VinsPortugais à Paris

Un bilan plutôt positif c’est la conclu-sion que Vinhos SA a tiré de la pre-mière édition du Salon des VinsPortugais à Paris qui s’est dérouléedébut juin au Parc Floral de Vin-cennes. Créée par Roméo de Amo-rim, Mickael Morais et le lusophileGrégory Pigenel, leur objectif premierétait de promouvoir et valoriser lesvins portugais en France.86 exposants et 4.500 visiteurs pen-dant 3 jours, le Salon a mérité unebonne note. «C’est vrai que nousnous attendions à un peu plus demonde, mais nous n’avons pas ététrès chanceux avec les crues et lesgrèves qui ont perturbé l’événement.Mais dans l’ensemble tout s’est bienpassé et nous sommes satisfaits», dé-clare Roméo de Amorim. Le Portugalétait représenté du nord au sud avecplusieurs exposants. «La plupart deceux qui vendaient sur place ont toutvendu et certains ont vidé leur stockavant la fin du Salon et se sontcontentés de faire de dégustations».Un public moitié portugais et moitiéfrançais, le but était surtout de tou-cher le public français. Le 3ème jourétant destiné aux professionnels, tousont été unanimes sur la qualité desvins portugais. D’après l’enquête desatisfaction mis en place, «ils ont étéagréablement surpris dans l’ensem-ble et du coté exposants ils souhaitentrevenir la prochaine fois. Les vins por-tugais étant assez méconnus enFrance notre but est donc atteint».Mais d’ici la prochaine édition les or-ganisateurs mettront en place des pe-tits événements afin de faire connaîtreessentiellement les vins portugaismais aussi des vins français. «Noustravaillons sur le thème du cham-pagne qui aura lieu dans une pénichedans laquelle les gens pourront veniracheter pour la fin d’année».La 2ème édition aura lieu dans deuxans. Prévue au cœur de la capitale,Roméo de Amorim espère augmen-ter le nombre d’exposants et de visi-teurs. Le vrai spécialiste étant MickaelMorais, sommelier au St James, àParis, Grégory Pigenel a fait travaillerses compétences dans le marketing,e Roméo de Amorim a joué son rôlede commercial et a mis à profit sonréseau politique. «Nous étions sur ceprojet depuis un an et étions assezcomplémentaires, nous sommes fiersd’avoir réussi à le mettre en place.C’est une grande réussite», dit-il sa-tisfait.

Par Clara Teixeira

Vinhos de Mesa: França segundo Cliente de Portugal

As exportações portuguesas de vi-nhos de mesa foram superiores a385,5 milhões de euros, em 2015.Angola é o primeiro cliente, comuma quota de mercado de 17,7%,mas a França ocupa uma posiçãode destaque, no segundo lugar do

ranking dos principais clientes,com uma quota de mercado de9,5%, à frente do Reino Unido eda Espanha, com 7,1% e 7% res-petivamente. A China ocupa a dé-cima posição, na amostra, comuma quota de mercado de 3,4%.

Análise por tipo de vinhos

Vinho do Porto: França primeiro cliente de Portugal

As exportações de Vinho do Portoem 2015 ultrapassaram os 315,7milhões de euros. Como destino, éde salientar a posição da França,que absorve mais de um quarto dasnossas exportações de vinho doPorto, ou seja, uma quota de mer-cado de 25,8%, um valor superiora 81,3 milhões de euros. No se-gundo lugar, encontra-se a Ho-landa, com 53 milhões de euros euma quota de mercado de 16,8%.O Reino Unido ocupa a terceira po-sição no ranking com uma quotade mercado de 12.7%, para umvalor de 40,1 milhões de euros. OBrasil, na décima posição, repre-senta apenas 1,2% de quota de

mercado.De notar que os preços médiospara França são sensivelmente in-feriores aos praticados com oReino Unido, em virtude das cate-gorias de vinhos consumidos. En-quanto a França é um mercado dequantidades em que o vinho doPorto é maioritariamente consu-mido como aperitivo, já o ReinoUnido é, tradicionalmente, umconsumidor de vinhos de catego-rias especiais, consequentementede preços unitário mais elevados.Saliente-se, por outro lado, que emFrança se consome cerca de duasvezes e meia mais vinho do Portoque em Portugal.

Vinho da Madeira: França primeiro cliente de PortugalAs exportações de vinhos da Ma-deira em 2015 ultrapassam os15,8 milhões de euros.A exemplo do que se passa com osvinhos do Porto, a França é tam-bém o primeiro importador de Ma-deira, com uma quota de mercadode 20,6%, o equivalente a 3,2 mi-lhões de euros, em valor, à frenteda Holanda, com uma quota de15,5% e do Reino Unido, com12,1% das exportações. O Brasilfecha a amostra, na décima posi-ção, com uma quota de mercadode 1,9%.É de notar que o vinho da Madeiragoza em França de uma imagem devinho de cozinha, pelo que os pre-

ços médios de exportação são mui-tos baixos, relativamente aos prati-cados com outros países. Emvolume, ou seja, em quantidadesvendidas, as vendas para Françasão superiores a 40% do total ex-portado.

le 06 juillet 2016

PAíS

AngolaFrançaReino UnidoEspanhaAlemanhaMoçambiqueSuiçaBélgicaGuiné-BissauChinaOutros destinosTotal

Por 1.000 €

68.09436.81927.34026.81125.19523.33021.67921.08514.18413.277

107.748385.562

QUOTA

17,7 %9,5 %7,1 %7,0 %6,5 %6,1 %5,6 %5,5 %3,7 %3,4 %

27,9 %100,0 %

ExPORTAçõES PORTUGUESAS dE VINhOS dE MESA 2015

PAíS

FrançaHolandaReino UnidoBélgicaEUACanadáAlemanhaEspanhaDinamarcaBrasilOutrosTotal

Por 1.000 €

81.37253.09940.19833.10629.79312.58112.00211.1565.6463.931

32.827315.711

QUOTA

25,8 %16,8 %12,7 %10,5 %9,4 %4,0 %3,8 %3,5 %1,8 %1,2 %

10,5 %100,0 %

ExPORTAçõES dE VINhO dO PORTO (2015)

PAíS

FrançaHolandaReino UnidoBélgicaEUACanadáAlemanhaEspanhaDinamarcaBrasilOutrosTotal

Por 1.000 €

3.2752.4601.9221.6351.5521.154

805386375308993

15.864

QUOTA

20,6 %15,5 %12,1 %10,3 %9,8 %7,3 %5,1 %2,4 %2,4 %1,9 %

87,4 %100,0 %

ExPORTAçõES dE VINhO dA MAdEIRA (2015)

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14 Cultura

8ème Festival brésilien à Anglet - Bayonne

Les villes d’Anglet et Bayonne auPays Basque ont accueilli pour leur8ème édition, le Festival BrésilienSummer Days, du jeudi 30 juin au di-manche 3 juillet. Cet événement im-portant, organisé par Marcelo Filho del’association Capoeira Malungos Su-douest a pour but de rassembler lespersonnes qui ont envie de profiterensemble des vibrations de la CultureAfro-Brésilienne principalement axéesur le sport et la musique.L’ambiance transpirait de jeunesse,souplesse, entrain, partage de sueurs,exercices, repas collectifs, et de ca-maraderie, mot qui semblerait désuetaujourd’hui.Du sport donc avec le surf, différentesformes de capoeira, danse afro-brési-lienne, et de la musique live, pour lesaccompagner, soutenir et entraîner lepublic.Des maîtres, professeurs, instruc-teurs, élèves gradés, intermédiaireset débutants, étaient présents en ex-térieur sur les planches de la prome-nade de la Chambre d’Amour, faceau Bar du Vent d’Ouest, à Anglet, ac-cueillant ce Festival, ou en salle LaFloride, à Bayonne, pour démonstra-

tion, initiation et entraînement.Mestre Pedigree Malungo de GrupoMalungos St Etienne, Mestre Pernade Grupo Irmãos Guerreiros deBrème et Mestre Pantera de GrupoCDO Barcelona figuraient parmi lesinvités.L’océan atlantique fait le lien entre lacôte est du Brésil et le sud-ouest dela France. A vol d’oiseau, près de6.500 kms les séparent.Les plages d’Anglet comme celles de

Florianópolis avec leurs célèbres,hautes et belles vagues se prêtent à lapratique du Surf. Où les conditions dela mer favorables ont permis quelquessorties sur 2 jours.Cocktails savoureux offerts par le Bar-Restaurant du Vent d’Ouest à ceux quimontraient, non pas patte blanchemais bracelets couleur fluo, sur le toiten terrasse avec vue panoramique surla mer, image qui n’est pas sans rap-peler le Sunset Pier à Key West.

D’ailleurs des Harley Davidson sta-tionnaient à proximité.4 Journées toutes en musique, audi-bles sans être assourdissantes, aupoint de pouvoir suivre une conversa-tion et soirées beaucoup plus fes-tives.Le vendredi, en la salle Pau Bru, àBayonne: spectacles de Capoeira etd’Axé Brasil considéré comme leSamba de l’Etat de Bahia, qui faitdanser les Bahianais chaque année

au Carnaval de Salvador.Samedi, dès 19h00, défilé de Batu-cada sur la Promenade de la Cham-bre d’Amour d’Anglet, spectacle deBatucada, concert de musique afri-caine, initiation à la danse Forró. Etde nouveau soirée brésilienne au Bardu Vent d’Ouest du crépusculejusqu’à nuit noire.Dimanche - comme toutes les bonneschoses ont une fin - en soirée de clô-ture: de la musique évidemment.

Du 30 juin au 3 juillet

Par Gracianne Bancon

Le disque commence très fort parRiû, titre éponyme de l’album. Vif etenjoué comme le mot-slogan qu’il re-présente, avec la présence très audi-ble de la clarinette basse de JoséMiguel Conde, celui-là même qui ac-compagne António Zambujo. Et Cucase livre à la reprise inattendue maisréussie de “Who I am (Quem sou)”,une chanson de Bryan Adams!Parmi les morceaux efficaces etjoyeux, outre Riû, nous trouvons“Amor Ladão”, écrite et composéepar Cuca, “Lisboa de Agora” dont lamusique est de l’éternel Mário Pa-checo, et “Ser e cor” (musique deSara Tavares) dans laquelle la voix de

Cuca et la contrebasse de RicardoCruz font merveille.Dans les morceaux plus calmes,j’aime beaucoup “Primavera em Lis-boa”, écrit par Nelson Motta (quisigne deux autres textes dont un avecDjavan) et composé par Ivan Lins.Puis, arrive le grand morceau lent “OAmor não é somente o Amor” avec lavoix au timbre original et reconnais-sable de Djavan. (Texte Nelson Mottaet Djavan, musique de Djavan) avecpour seul accompagnement, la gui-tare du chanteur brésilien, et “E LaChiamano Estate” (texte de FrancoCalifano et musique de Bruno Mar-tino) avec Federico Gato à la contre-

basse (il a accompagné ConceiçãoGuadalupe dans son album “Re-corda-te de mim”, paru en 2015).Federico intervient aussi dans le mor-ceau à deux rythmes “De onde vens”composé par le brésilien Dorival

Caymni.

Le disque se referme par “Ser Ar-tista”, écrite par Cuca dont le rythmerappelle la chanson d’ouverture(“Riû”). Elle y écrit entre autresphrases bien pensées: “Être artistec’est être sur le fil du rasoir”.J’ai toutefois été déçu par la versionqu’elle livre du texte de Luís de Ca-mões, “Verdes são os campos” dontl’ambiance et l’arrangement sonnenttrop variété, malgré l’accompagne-ment réalisé par Bruno Costa (de Cor-dis) et Le quatuor à cordes Opus 4.En conclusion, ce troisième disquede Cuca Roseta, malgré un forma-

tage plus commercial que les deuxpremiers, confirme le talent de l’ar-tiste. Ce dernier est caractérisé parune voix remarquable qu’elle n’a ja-mais besoin de pousser (au léger vi-brato parfaitement contrôlé), par unecapacité à intégrer des musiques di-verses, par des choix de textes d’au-teurs connus (même si elle écrit etcompose une partie des chansons),et enfin, à s’entourer de musicienstous connus du monde du fado.Reste à attendre son 4ème CD pourvoir quel virage elle pourrait prendre.

Cuca Roseta, “Riû”, Universal Music, 2015.

“Riû”, de Cuca Roseta

Note d’écoutePatrice PerronPoète à Guidel (Morbihan)

[email protected]

LusoJornal / Gracianne Bancon LusoJornal / Gracianne Bancon

le 06 juillet 2016

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Cultura 15

lusojornal.com

Visões de Júlio Pomar e Vítor Pomar numa exposição conjunta em LisboaOs artistas plásticos Júlio Pomar eVitor Pomar realizam uma exposi-ção conjunta do seu trabalho, quefoi inaugurada na quinta-feira dasemana passada, na Galeria 111,em Lisboa, onde fica até 09 de se-tembro.“Ver o que salta aos olhos” é o tí-tulo desta exposição de dois pinto-res de gerações diferentes - JúlioPomar, com 90 anos, e VítorPomar, com 67 anos - que pre-tende “desenhar convergências edivergências, paralelismos, oposi-ções e complementaridades”, se-gundo a galeria.Nascido em Lisboa, Júlio Pomarvive e trabalha entre Paris e a ca-pital portuguesa, tendo frequen-tado a Escola de Artes DecorativasAntónio Arroio e as Escolas deBelas-Artes de Lisboa e Porto, erealizou a primeira exposição indi-

vidual em 1947, no Porto.Nos anos da sua oposição ao re-gime de Salazar, foi preso durante

quatro meses e foi-lhe apreendidoum dos seus quadros pela políciapolítica, tendo também sido ocul-

tados os frescos, com mais de 100metros quadrados, realizados parao Cinema Batalha no Porto.Desde então realizou dezenas deexposições individuais em Portugale no estrangeiro, e criou, em 2004,uma Fundação com o seu nome,abrindo, em 2013, o Atelier-MuseuJúlio Pomar, criado pela CâmaraMunicipal de Lisboa.O Atelier-Museu foi instalado numedifício em Lisboa, que contoucom um projeto arquitetónico dereabilitação da autoria de ÁlvaroSiza.Vítor Pomar nasceu em Lisboa, vivee trabalha em Assentiz, Rio Maior, efoi Prémio EDP pintura em 2002,tendo exposto individualmente, nosúltimos anos, na Galeria Pedro Cera,no Museu da Eletricidade, na Fun-dação Calouste Gulbenkian e noCentro Cultural de Cascais.

Júlio Pomar mora entre Lisboa e Paris

Eduardo Lourenço e o “cartoonista” francês Plantuvencem Prémio Europeu helena Vaz da SilvaO ensaísta português Eduardo Lou-renço e o “cartoonista” francês Plantuvenceram “ex aequo” o Prémio Euro-peu Helena Vaz da Silva para a Divul-gação do Património Cultural, revelouo Centro Nacional de Cultura (CNC).O galardão é repartido entre EduardoLourenço, “especialista da alma e doimaginário português”, e o “cartoo-nista” Jean Plantureux, conhecidocomo Plantu, pelo contributo “para apromoção dos valores europeus, datolerância e da paz”, lê-se na nota deimprensa.No entender do júri do prémio, ambosos vencedores, com linguagens distin-tas, “têm demonstrado, ao longo dosanos, um compromisso corajoso econtínuo para tornar mais clara aatualidade, e mais fácil a reflexãosobre a sociedade e a defesa do pa-trimónio de valores”.“É uma consolação para o tempo caó-tico que vivemos e, para mim, é uma

pequena luz ao fundo do túnel danossa aventura europeia em ‘panne’”,afirmou Eduardo Lourenço, 93 anos,numa declaração divulgada pelo CNC.Já Plantu, 65 anos, há mais de 40

anos “cartoonista” do diário francêsLe Monde, e um dos mais conhecidoscriadores franceses de “cartoon” po-lítico, afirmou que o desenho podeser um bom meio para combater a in-

tolerância e o racismo, numa Europa“fragilizada”, onde “muitos há quetendem a fechar-se sobre si pró-prios”.O Prémio Europeu Helena Vaz daSilva, que adopta o nome da jorna-lista, Deputada europeia e ativista,falecida em 2002, foi criado em2013, pelo Conselho Nacional deCultura, em parceria com a organiza-ção Europa Nostra e com o ClubePortuguês de Imprensa.Em edições anteriores, o prémio foiatribuído ao escritor italiano ClaudioMagris, ao romancista turco OrhanPamuk e ao músico e maestro cata-lão Jordi Savall.Presidido por Maria Calado, Presi-dente do Centro Nacional de Cultura,o júri integrou Francisco Pinto Balse-mão, Guilherme d’Oliveira Martins,João David Nunes, Irina Subotic ePiet Jaspaert, José María Ballester eMarianne Ytterdal.

“Cartographies littéraires du Brésil actuel”Vient de paraître en France le libre“Cartographies littéraires du Brésilactuel - Espaces, acteurs et mouve-ments sociaux” dirigé par Rita Oli-vieri-Godet. Trans-Atlántico.Literaturas. Vol. 14. Directeur decollection: Norah Dei Cas-Giraldi.Rita Olivieri-Godet est professeur delittérature brésilienne à l’UniversitéRennes 2, membre de l’équipe deRecherche ERIMIT et membre se-nior de l’Institut Universitaire deFrance. Elle a publié entre autres:“L’altérité amérindienne dans la fic-tion contemporaine des Amériques”(Presses de l’Université Laval, 2015)et “João Ubaldo Ribeiro: littératurebrésilienne et constructions identi-taires” (PUR, 2005).“Cette cartographie de la productionlittéraire brésilienne actuelle révèle

des dynamiques spatiales originales,en rapport avec l’émergence de nou-

veaux acteurs et mouvements so-ciaux, et donne une vision panora-mique des tendances de cetteproduction tout en scrutant chacundes éléments qui participent à la dé-finition de ses contours.Les différentes études visent à pré-ciser les mutations thématiques etformelles qui inaugurent de nou-veaux enjeux esthétiques et reposi-tionnent le discours littéraire dansses façons de voir, d’évoquer et d’in-terpréter des espaces, des acteurs etdes mouvements sociaux. De quel(s)Brésil(s) cette production parle-t-elle?Quelles images du Brésil saisit-elle etengendre-t-elle? Quels paysages réelset imaginaires privilégie-t-elle du Bré-sil? À quelles modalités thématiqueset formelles a-t-elle recours pour direet (re)signifier le présent? De quelles

stratégies particulières la littératurebrésilienne dispose-t-elle pour inter-venir dans le discours social de sontemps (inscription, dialogue, trans-gression de la convention sociale)?Centrée sur les rapports entre faitssociaux et pratiques discursivesd’une part et l’imaginaire de l’espacebrésilien d’autre part, cette cartogra-phie littéraire du Brésil offre ainsi aupublic de langue française un témoi-gnage de la diversité et du bouillon-nement qui caractérisent aussi bienle domaine de la création que celuide la critique littéraire Brésilienne”.Dans le livre participent plusieursauteurs, notamment le collaborateurde LusoJornal, Dominique Stoe-nesco, qui a écrit sur “Migrations,identité et discours littéraire dansl’œuvre de Luiz Ruffato”.

Vient de paraître

le 06 juillet 2016

«Cap-Vert - Notesatlantiques»,Jean-Yves Loude

Profitantde la dateanniver-saire del ’ i n d é -p e n -dance duCap-Vert(5 juillet1 9 7 5 ) ,nous pré-sentonscette se-

maine un livre qui, autant par soncontenu que par ses qualités litté-raires, constitue un précieux pré-lude à la découverte ouredécouverte du Cap-Vert. Mêlanthabilement récit de voyage et fic-tion, dans «Cap-Vert - Notes atlan-tiques» (Actes Sud, 1997),Jean-Yves Loude (accompagné deViviane Lièvre) entreprend une pas-sionnante exploration qui, à traversles paysages, les mentalités, la mé-moire et la culture de l’Archipel,nous permet d’approcher danstoute leur diversité les nuances del’identité capverdienne.En effet, parcourant les dix îles duCap-Vert, Jean-Yves Loude et Vi-viane Lièvre ont récolté dix nou-velles. Ainsi, patiemment, de l’île deBoa Vista jusqu’à l’île de Sal, suivantle sens des aiguilles d’une montre,ils ont reconstitué le puzzle. Nousreproduisons ici un passage del’une de leurs escales, celle de l’îlede Fogo, dominée par le volcanPico: «Un cône parfait, gigan-tesque, émerge de la mer commeune des monstruosités magnifiquesqui balisèrent le périple d’Ulysse.On jouit d’une bouffée de terreursacrée qu’avive la trajectoire del’avion, nez pointé vers la paroi dece crassier pour dieux forgerons. Levolcan définit l’île; rien d’autre n’estencore perceptible. Au dernier mo-ment, le petit appareil vire à quatre-vingt-dix degrés, longe la sombremuraille, survole des cratères do-mestiqués, encombrés de planta-tions, frôle les toits rouges desmaisons de Mosteiros, posées surun étroit tapis de mâchefer entreune implacable falaise et une meracariâtre».Outre une bibliographie et une cartedu Cap-Vert, chacune des dix nou-velles de cet ouvrage est illustréepar des gravures en taille-douce deCarlos Moreira Gonçalves. Entre au-tres livres, Jean-Yves Loude et Vi-viane Lièvre sont également lesauteurs de «Lisbonne: dans la villenoire», «Coup de théâtre à SãoTomé: carnet d'enquête aux îles dumilieu du monde», «Planète Brasí-lia» et «Pépites brésiliennes».

Um livro por semana

dominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Júlio PomarLusa / João Abreu Miranda

Eduardo LourençoLusa / André Kosters

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16 Cultura

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emsíntese

Ensemble Eborensis atuouem Chartres

O grupo Ensemble Eborensis, deÉvora, atuar, na quinta-feira da se-mana passada, na abertura de umfestival de música na cidade francesade Chartres, com a qual a cidadealentejana está geminada desde2004.A atuação do grupo português, comum programa dedicado à polifoniavocal sacra de compositores da Escolade Música da Sé de Évora, teve lugarna Igreja de Saint-Aignan, no primeirodia do Festival Chartres Estivales, quedecorre nos meses de verão, nesta ci-dade de França.“Esta participação acontece no âm-bito da geminação existente entre asduas cidades e constitui-se comomais um passo de partilha e intercâm-bio cultural entre Évora e Chartres”,confirmou a Câmara Municipal deÉvora em comunicado.

Exposição sobreAristides SousaMendes em Almeida

O Museu Histórico Militar de Almeidaacolhe, até ao dia 31 de julho, a expo-sição “Coragem em tempo de medo -Aristides Sousa Mendes”.A mostra, cedida pela Câmara Muni-cipal de Viseu, está organizada emcinco módulos que fazem uma retros-petiva da vida e obra de AristidesSousa Mendes, que quando desem-penhava as funções de Cônsul dePortugal em Bordeaux, entre os dias17 e 19 de junho de 1940, assinou 30mil vistos para salvar pessoas do ho-locausto nazi.A exposição é constituída pelos se-guintes módulos: Biografia, Salazar eo Estado Novo, Guerra Civil de Espa-nha; Alemanha Nacional - Socialista einício da II Guerra Mundial; Portugal,o fecho das fronteiras e a II GuerraMundial; Aristides e os refugiados emPortugal; A punição, Situação Euro-peia até ao final da Guerra e Tardiareabilitação póstuma de Aristides.

Peça “Monstro deBruxelas” mostraem Coimbra a Europa à deriva

Finalistas de teatro da Escola Superiorde Educação de Coimbra (ESEC)apresentaram “Monstro de Bruxelas”,que mostra uma Europa à deriva, semcoordenação ou diálogo. Com drama-turgia do francês David Lescot, desen-rola-se em Bruxelas, onde um grupode artistas de diferentes países apre-senta criações para uma nova CapitalEuropeia da Cultura.

Apresentação dos filmes-ensaio portuguesesna Cinemateca FrancesaQuinze jovens portugueses, entre os 8e os 18 anos, apresentaram na salaHenri Langlois, da Cinemateca Fran-cesa, a 8, 9 e 10 de Junho, os filmes-ensaio que resultaram do trabalho deiniciação ao cinema no qual partici-param este ano.Em representação de todos os envol-vidos no programa pedagógico “Ci-nema, cem anos de Juventude”, emescolas de Lisboa, Moita e Serpa,estes jovens partilharam com cente-nas de outros participantes de váriasregiões de França, Espanha, Itália,Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Bulgá-ria, Finlândia, Brasil, República deCuba, entre outros, a sua experiênciae processo de trabalho na realizaçãodos filmes.Os jovens assistiram à projeção eapresentação dos filmes dos outrosparticipantes neste programa sobre o

tema em análise no ano letivo 2015-2016, “O Clima“.A sessão do dia 9 de junho contouainda com a presença da Ministrafrancesa do Ambiente, da Energia e

do Mar, Segolène Royale, Aurélie Lor-rain-Itty, assessora da Ministra daEducação, o realizador Costa-Gavras,Presidente da Cinemateca Francesa epadrinho do projeto “Cinéma, cent

ans de Jeunesse”, Frédéric Bonnaud,Diretor da Cinemateca Francesa, etambém dos cineastas Franco Lolli,Thomas Salvador, Gilles Elie-dit-Cosa-que, Mathieu Amalric, Nicolas Phili-bert e Nobuhiro Suwa, que foramconvidados a realizar pequenos Pla-nos Lumière, segundo as mesmasorientações que os jovens participan-tes receberam no início do ano letivo,e que apresentaram nesta sessão.Portugal foi representado pela EscolaEB1 do Vale da Amoreira, na Moita,que esteve em Paris para apresentar“Passeio no Campo”, pela Escola Se-cundária de Serpa e pela EscolaAbade Correia da Serra, também deSerpa, que apresentaram o filme “AGota de Água”, e pelo clube de ci-nema da Escola Secundária Camões,que foi apresentar “Amarelo PretoPreto”.

Cinema, Cem anos de Juventude

Radio Comercial anulou espetáculo doOlympia

O concerto “Paris in the night” daRádio Comercial que estava agen-dado para o passado 17 de junho noOlympia foi anulado. A decisão foitomada tendo em conta a fracavenda de bilhetes para o espetáculocom a equipa das manhãs da co-mercial. O LusoJornal era parceiro

deste evento e lamenta o cancela-mento.A Rádio Comercial tinha agendadoo primeiro concerto com a equipadas Manhãs da Comercial fora dopaís. Paris ia então ser a cidade se-guinte a receber mais uma ediçãodo “Parabéns In The Night”, na con-tinuação da celebração do 37º Ani-versário da estação líder em

Portugal.Depois de esgotar o Coliseu do Portopor duas noites e atuar na MeoArena para mais de 13 mil pessoas,Pedro Ribeiro, Vanda Miranda,Nuno Markl e Vasco Palmeirim es-peravam partir à conquista de Paris.A rádio Comercial enviou um comu-nicado “agradecendo profunda-mente todos os que compraram o

bilhete e pediu desculpa pelo suce-dido”. Acrescentando que todas aspessoas que “compraram o bilheteonline foram informadas através deemail e para pedir devolução do di-nheiro, devem dirigir-se ao localonde comprou o bilhete”.Mas as Manhãs da Comercial nãodesistiram da ideia de vir até Parisem breve. Fiquem atentos!

Por Clara Teixeira

Ce 15ème roman remis par son auteurPhilippe Besson et publié chez Julliarden tout début d’année 2016, met enscène deux personnages, Hélène etMathieu, qui ne se connaissent pas, secroisent, se rencontrent dans le halld’un hôtel à Lisboa, au bord du Tage,avant de se quitter à la 190ème pageà l’aéroport de Portela. Quelques kilo-mètres séparent le hall d’entrée du portd’embarquement. Et cette courte dis-tance entre ces deux lieux anonymes,sécurisants par certains aspects, où lescourants d’air, de pensées, de fluctua-tions, et d’attentes aussi, facilitent lespremiers errements, épanchementsauprès d’inconnus, les confidences àla volée, les derniers effleurementsd’épaule, les arrivées précipitées et lesdéparts alanguis.Pourquoi Lisboa? Qu’y faire? Commentpasser ou «tuer le temps» pour panserdes douleurs infligées brusquementpar la vie au moment où l’on s’y attendle moins. Surtout lorsque tout va pourle mieux du monde.Hélène Villedieu vient de perdre sonmari architecte dans les décombresd’un tremblement de terre à San Fran-cisco. Un comble pour un bâtisseur definir enseveli. Plus de 250 ans aprèscelui de la capitale portugaise. Unefaçon de se poser dans une ville ayant

connu par le passé un tel drame à2h30 de Paris.Pour reprendre son souffle, dormir, semettre toute seule entre parenthèses,ne parler et ne voir personne. Faire levide intérieur face à une absence in-supportable.Mathieu Belcour, lui, se fait plaquer dujour au lendemain, par son amantDiego Oliveira, bien plus jeune que lui.Une simple enveloppe trouvée sur latable de la cuisine de l’appartementvidé de la respiration de l’être aimé, auretour d’un voyage aérien: de quoi s’ef-fondrer, soulever des questions sansbonnes réponses.Et comment continuer à vivre sansl’autre?

Tous les deuils et abandons se viventet se ressentent finalement de lamême manière. Quand on a aimé. «Ilexiste des degrés dans la souffrancemais pas de concurrence entre lessouffrances».L’intérêt du livre qui se lit presqued’une traite, est dans le style d’écriture,rare de simplicité, de sincérité, de lé-gèreté, où la chaleur lisboète fait trans-pirer au fil des promenades au bord duTage, en centre ville, dans les quartiersbranchés de la capitale.A mon avis, qui n’engage que moi, sil’on découvre le livre sans connaître lenom de l’auteur, l’on ne peut décelersi celui-ci a été écrit par un homme ouune femme. La nervosité de l’écriture

s’en ressent selon qu’une main mas-culine ou féminine est passée par là.Dans ce roman, difficile de se pronon-cer. Mais peu importe.Pour qui connaît Lisboa, on s’y retrouveaisément. Les collines que l’on monteet descend, le crissement des tram-ways, les lumières du matin, les railsrouillés qui lacèrent les rues, lesgouttes de pluie, les bruits de la ville,les odeurs le long du fleuve, les recoinsde quartiers, les chants de Fado dansles bars branchés.Quelques citations de Fernando Pes-soa, ce grand passeur de l’âme portu-gaise, pour rappeler ou souligner saprésence ici et là. Elles accompagnentle roman de Philippe Besson. «Si jesuis déjà mort… la réalité n’a pas be-soin de moi» ou «je ne suis personne»tel que l’écrivait le grand écrivain. Leshéros du roman glissent et déambulentdans les rues de Lisboa avec sonombre à leurs talons.Cette complicité entre Hélène et Ma-thieu de quelques journées, touche àsa fin par un retour inéluctable de l’unevers Paris, et de l’autre au choix de res-ter sur Lisboa.Ainsi la vie continue-t-elle avec les pe-tits coups de pouce que l’on voudrabien lui donner, si le jeu en vaut lachandelle.

le 06 juillet 2016

«Les passants de Lisbonne» de Philippe Besson

Gracianne BanconDirigeante associative àSalies-de-Béarn (64)

[email protected]

Note de lecture

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Cultura

emsíntese

Association Lusophonie dePau: Repas amicalde fin d’année

Vendredi 1er juillet, à 20h00, fut orga-nisé en la Brasserie Royale de Pau(64), un repas amical de fin d’annéeassociative par les co-présidents AnaFerreira de Sousa et Guy Faure de l’as-sociation «Lusophonie de Pau». Unepetite vingtaine de membres du Bu-reau et de Bénévoles s’est attabléepour partager en toute convivialité cemoment marquant le bilan d’uneannée passée, riche en événementsculturels.La parenthèse des vacances à peineouverte, l’association en a profité pourannoncer la prochaine Assemblée Gé-nérale qui se tiendra début septembre.Avec la reprise des cours de portugaiset de civilisation lusophone, dès lemardi 13, puis des cours de françaislangue étrangère. Egalement des évé-nements autour du Brésil ou à partird’une œuvre littéraire de Pepetela«Predadores» traduite par FrançoisChapel, marqué par des expériencesen Angola.Sans oublier les clins d’œil cinémato-graphiques à la Lusophonie avec la col-laboration effective du Cinéma leMéliès, à Pau.En résumé, des événements clés, avecune forte empreinte, à intervalles régu-liers même si espacés dans le temps.Enrichis en semaine par une étude dela langue portugaise et des approchespersonnelles, quel qu’en soit les sup-ports.

Luís Raposo eleitopresidente doICOM Europa contra BernardBlache

O arqueólogo e museólogo portuguêsLuís Raposo foi eleito Presidente, portrês anos, do Conselho Internacional deMuseus - ICOM Europa, a maior orga-nização internacional do setor. Em de-clarações à Lusa, Luís Raposo afirmouque recebeu 15 votos, contra cinco doseu rival, Bernard Blache, do ICOM-França, que desempenhava funçõesna Direção daquela entidade, e é Coor-denador da rede francesa de Museuse do Centro de desenvolvimento dacultura científica, técnica e cultural.Luís Raposo, 60 anos, arqueólogo, ex-Diretor do Museu Nacional de Arqueo-logia, em Lisboa, trabalha no setor há40 anos e é atualmente Vice-Presi-dente da Associação dos ArqueólogosPortugueses. É professor convidado daFaculdade de Letras da Universidadede Lisboa, membro do Conselho Con-sultivo da Comissão Nacional Portu-guesa da UNESCO, e colaborou nainstalação de Museus de arqueologialocais e regionais.

Par Gracianne Bancon

Últimos dias da exposição retrospetiva deAmadeo de Souza-Cardoso no Grand PalaisNo Grand Palais, em Paris, continua,até 18 de julho, a retrospetiva da obrade Amadeo de Souza-Cardoso, no âm-bito do programa dos 50 anos da Fun-dação Gulbenkian de Paris.Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918), descrevia-se como um artistade “sangue visionário, supersticioso eprofundamente trágico”. Com apenas30 anos, foi vitimado pela gripe pneu-mónica, quando a sua obra estava emascensão internacional, tendo conse-guido expor em Paris, Londres, Viena,Hamburgo e também em Nova Iorque,em 1913.A forte personalidade de Souza Car-doso levou-o a deixar Manhufe, terranatal, no concelho de Amarante, comapenas 19 anos, com destino a Paris,onde viria a abandonar definitivamenteos desígnios da família, para estudararquitetura, optando pelas artes plás-ticas.Aqui conviveu e fez amizades com ar-tistas que marcariam a História daArte, como Modigliani, o casal Roberte Sonia Delaunay, Marc Chagall ouConstantin Brancusi, ali recebeu váriasinfluências das vanguardas criativas,mas foi sempre cioso a traçar o seupróprio caminho. “A minha maneira desentir e de compreender não tem nadaa ver com a dos futuristas ou dos cu-bistas”, escreveu, em 1913, em Paris,numa carta dirigida ao tio Francisco,

acrescentando que “cada artista temem si algo de singular que não existeem nenhum outro”. Noutra missiva aotio, explicava o que a arte representavapara ele: “A arte, tal como eu a sinto,é o produto emocional da natureza,fonte de vida, de sensibilidade, de cor,de profundidade, de ação mental epoder emotivo”.Em muitas obras de Amadeo, essaforça da natureza está patente nas for-mas e nas cores, como em “Le Saut dulapin” (1911), proveniente do Art Ins-titute of Chicago, que faz parte da co-leção Arthur Jerome Eddy Memorial,agora incluída na exposição em Paris,com 250 obras do artista, no GrandPalais.Amadeo definia a sua prática artísticacomo livremente experimental e diver-

sificada: “Uso o óleo, o guache, a cera.Também uso vários materiais namesma tela, da mesma forma comome é impossível trabalhar numa únicatela”, declarou, numa entrevista ao Jor-nal de Coimbra, em 1916.Na correspondência à família é pos-sível descobrir não apenas as ideiasde Amadeo sobre arte, mas tambémum retrato da própria personalidade:“Tenho um espírito complicado, su-jeito a crises, o meu estado moral eintelectual atravessa sem cessar vio-lentas manifestações de todo o tipo,tenho mais fases do que a lua”.“É o meu sangue árabe que se agitadentro de mim, um sangue visionárioque ferve continuamente, supersti-cioso, profundamente trágico”, escre-veu, em 1910, numa carta dirigida à

mulher, Lucie.O espírito inquieto de Amadeo atra-vessa uma obra que, quando entrouno auge da divulgação internacional,em 1913, foi interrompida pela pri-meira Guerra Mundial, obrigando oartista a permanecer em Portugalcom a mulher.Durante os anos do primeiro conflitomundial, porém, continuou a traba-lhar no ateliê da casa da família,abastada e conservadora, ocupando otempo com a caça e os passeios a ca-valo, pelas montanhas da região.Enquanto esperava o regresso à capi-tal francesa, expôs pela primeira vezem Portugal, em 1916, no Porto e emLisboa, onde se relacionou com os fu-turistas portugueses, entre os quais oartista plástico Almada Negreiros.Os planos para o futuro foram inter-rompidos pela gripe espanhola, quevitimou milhões de pessoas na Eu-ropa, e à qual Amadeo não conseguiufugir, como à guerra.Passado mais de um século, a obrasingular do artista português regres-sou a Paris, ao Grand Palais, numaexposição organizada pela Réuniondes Musées Nationaux et du GrandPalais des Champs-Élysées, comapoio da Fundação Calouste Gulben-kian, no âmbito dos 50 anos da pre-sença desta instituição, na capitalfrancesa.

Exposição termina no dia 18 de julho

«Festa em Portugal» vient de sortirLa compilation de deux CD «Festaem Portugal» vient de sortir chezWagram Music.Avec plus de deux heures de mu-sique non-stop avec des tubes etdes nouveautés, vous pouvez écou-ter de nombreux artistes: ManuelCampos, La Harissa feat. MattHouston, Mickael e Steven feat. Ka-maleon, David Garcia, Anna Torres

ou encore Juliana Campos.37 titres populaires qui vous per-mettront de bien vous amuser cetété. Chanter, danser et mettre l’am-biance grâce à l’ensemble de cesjeunes artistes. Déjà connu du grandpublic, Manuel Campos ou DavidGarcia sauront vous séduire par leurcharme et talent avec «Kuku duro»et «Shaka boom». La Harissa feat

revient en force avec «Vitamine C»,puis la jolie Juliana Campos se dé-voilera en portugais avec un titre«Sou tua» ou en duo avec son frère«He ho baila».Le CD commence déjà à faire parlerde lui, alors si vous ne l’avez pas en-core acheté n’hésitez pas à vous leprocurer, dans les bacs, ou en télé-chargement légal.

Depois de ter visto a emissão da RTP,“A Hora dos Portugueses”, do pas-sado dia 5 de junho, levada a cabopelo jornalista Carlos Pereira, na qualera entrevistado o autor Joaquim Ten-reira Martins, a propósito da publica-ção, em Paris, do seu mais recentelivro - “Visages de l’Émigration portu-gaise”, não resisti à tentação de o ler.E devo dizer que a sua leitura foi, paramim, uma experiência muito enrique-cedora e um verdadeiro prazer. Aquiseguem algumas impressões.O conteúdo de “Visages de l’Émigra-tion portugaise” corresponde bem aoque está escrito na contracapa: a es-cuta, o olhar, a ternura, o aperto demão afetuoso, a palavra partilhada, aemoção vivida, as vidas em tommenor...Invejo essa capacidade de recriar, detransformar e transfigurar as taisvidas, histórias/estórias, dramas de

emigrantes com rosto... Mas essashistórias não são apenas “casos” par-ticulares, antes assumem uma dimen-são mais larga, tratando-se de algoque se pode universalizar, no contextodas nossas sociedades geradoras deprecariedade.Gostei muito de um motivo perma-nentemente lembrado ou implícito: oacompanhamento (andar lado alado...) das pessoas é sempre enca-rado como um trabalho “com” elas,considerando-as sujeitos do seu des-tino, sujeitos ativos da transformaçãodas suas situações, na busca de solu-ções para as suas próprias vidas.Em íntima articulação com este mo-tivo, está sempre presente tambémalgo de fundamental: o respeito, abusca da “boa distância”, numa rela-ção de confiança. E isso, entrosadocom outros veios que muito me sen-sibilizaram: a curiosidade sadia tem-

perada pelo pudor, a empatia, a fran-queza, a leveza, o sorriso (por vezes,mesmo o riso desdramatizador...), ohumor, a associação constante entreo profissionalismo e um olhar huma-nista.Outro aspeto que me agradou: aqueletrabalho (social) de acompanhamentodos dramas de pessoas concretas ésempre realizado com uma dimensãocoletiva, em ligação com o seu pas-sado, com a sua memória, com ospróximos, o seu ambiente e com asinstituições (Serviços sociais, Serviçosdos Estrangeiros belgas, Justiça, Hos-pital, Polícia, Igreja, Serviços em Por-tugal,...).Também apreciei sobremaneira as re-ferências aos rituais de acolhimento,dos primeiros contactos e das despe-didas...Em todo o texto, fica realçada a con-ceção do trabalho de Assistente social

como investimento profissional, hu-mano-afetivo e mesmo físico: traba-lhador de corpo e alma! E até asfrequentes referências ao tempo me-teorológico se inserem nesse assumirdas pessoas-situações como um todo,do corpo, da mente de cada homemou mulher e das suas circunstâncias...E... não posso deixar de referir o papelda língua portuguesa constantementelembrado: estes emigrantes são sujei-tos-falantes, que se formaram, que seconstruíram, quase sempre desde ainfância, falando português. O narra-dor-trabalhador social-escritor subli-nha-o a cada passo. O uso da línguamaterna transforma-se, então, numfator de solução dos problemas, de li-bertação de energias...A língua materna-libertadora é tam-bém consoladora de tristezas, dedores, de lutos... e criadora de laços,de reconstrução psíquica e social.

le 06 juillet 2016

«Visages de l’Émigration portugaise»Manuel Ramos PereiraProfessor de liceu (França),aposentado

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Notas de Leitura

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18 Associações

lusojornal.com

Festa dos Santos Populares da Rádio Arc en CielA rádio Arc en Ciel levou a efeito nosdias 2 e 3 de julho a sua tradicionalfesta dos Santos Populares, com apresença de elevado número de visi-tantes.No sábado, com cheiro a sardinhasassadas e outros grelhados bem à por-tuguesa, cerca de três milhares depessoas estiveram presentes paraaplaudir os Bombos de Meung-sur-Loire e o espetáculo proporcionadopor Jonathan da Silva, por RomeoCosta e pelo grupo musical KapaNegra. No domingo, de novo, os Bom-bos de Meung-sur-Loire e, no palco,os artistas Christophe Malheiro, Ce-line, Carlos Pires, Manuel Campos,Marcus e Jonathan da Silva.Arc en Ciel é uma rádio associativafranco-portuguesa, criada em 1985,que desde 1993 retransmite tambémcertas informações em direto a partirde Portugal, especialmente noticiárioe programas desportivos, da progra-mas da rádio nacional portuguesaRDP.Desde há dois anos, Cristina Alvesassume a presidência da rádio, tendo

sucedido a Jêrome Campos queocupa a Vice-Presidência. Fez jus emrealçar o papel de todos os membrosdo Conselho de administração e doscerca de 40 colaboradores voluntá-

rios da rádio, que conta apenas umsalariado, os quais, pela sua indefe-tível dedicação, concorrem para a pe-renidade da rádio, apesar dasdificuldades inerentes, salientando

que “juntos e com um espírito de so-lidariedade extraordinário os homense mulheres desta rádio realizamgrandes coisas”.O acontecimento contou, no do-

mingo, com as presenças do CônsulHonorário de Portugal em Orléans,José de Paiva, do Deputado eleitopelo círculo eleitoral da Europa, Car-los Gonçalves, do Conselheiro dasComunidades Carlos dos Reis, daMaire de Fleury-les-Aubrais Marie-Agnès Linguet, que disponibilizou oexcelente espaço do Parc des Ligne-rolles onde se realizou a festa, acom-panhada pelo seu primeiro-AdjuntoPhilippe Desormeau. Todos dirigirampalavras de forte simpatia à Comuni-dade portuguesa. Falou-se mesmo defutebol, do Campeonato europeu quedecorre, e adiantaram-se prognósti-cos: porque não uma final entreFrança e Portugal?Na assistência, encontrava-se tam-bém o antigo Maire de Fleury-Les-Aubrais, Pierre Bauchet, que há seisanos acedeu no empréstimo do Parcde Lignerolles para a festa da rádio.A localidade de Fleury-les-Aubraisencontra-se situada na periferia deOrléans e conta cerca de 20 mil ha-bitantes e uma importante Comuni-dade portuguesa.

Fleury-Les-Aubrais (Orléans)

le 06 juillet 2016

Festa molhada para as Flores da Madeira

No domingo passado a AssociaçãoFlores da Madeira de Ormesson-sur-Marne (94) celebrou a festa da Ma-deira no parque do Morbras, naquelacidade dos arredores de Paris. Estaassociação é a única em França a re-presentar as tradições folclóricas daMadeira.Também a Maire da cidade, Marie-Christine Ségui, começou por declararter a sorte de ter muitos Portuguesesa residir naquela cidade e “estou con-tente da existência deste grupo quehonra a associação assim como a mu-nicipalidade”.A Associação sempre manteve boasrelações com o município investindo-se na vida da cidade. “Tentamosajudá-los sempre que podemos. Esta

festa já é conhecida e atrai semprecerca de 5.000 pessoas, hoje otempo não ajudou muito mas mesmoassim a presença portuguesa é muitoforte”.Lionel Gouveia, Presidente da asso-ciação regozijou-se por haver tantagente. “A festa inicialmente previstaem junho foi adiada devido ao mautempo, não obstante continuar achuviscar, há aqui muita gente”.Foi em junho de 1994 que a pri-meira edição teve lugar. “Fundei aassociação e trabalhei com a associa-ção de Pontault Combault e tive aideia de representar a região da Ma-deira. Há aqui muita gente origináriada Madeira. Com alguns primos criá-mos assim a associação. Em Françaas associações representavam todo opaís exceto a Madeira e nós viemos

assim cobrir este buraco”, explicouao LusoJornal.O grupo Hexagone também estevepresente para animar a festa. “Foium espetáculo formidável, commuita gente e foi formidável fazer-mos este show com o público”. Abanda regressa com vários espetácu-los após o verão em França. “Em Por-tugal vamos gozar as nossas férias,não temos nada agendado, mas éuma escolha nossa”, declarou AbílioFonseca. A banda tem animado vá-rias festas em França e conhecidocada vez mais sucesso.Para além dos vários cantores, quecantaram recolhidos por causa dachuva, esteve também presente oDeputado Carlos Gonçalves, que re-side precisamente em Ormesson-sur-Marne.

Em Ormesson

Por Mário Cantarinha

Festa dos Sócios em Frontigan

Em Frontignan (Herault) celebram-seos associados. A Associação Portu-guesa Cultural de Frontignan (APCF),presidida por José Dantas, tem a par-ticularidade de homenagear anual-mente os seus aderentes.E nesse contexto, no passado dia 3 dejulho continuou-se a tradição, comuma festa que lhes foi inteiramentededicada. Sempre com o mesmo ob-jetivo: “agradecer-lhes a sua fideli-dade para com a associação eexemplaridade a todos os níveis, nocumprimento daquele que é o papelessencial de cada cidadão que a elaquis aderir”. Esta festa, embora dedi-cada aos sócios da associação, estevetambém aberta a todos os que nelaquiseram participar, mesmo nãosendo membros, o que teve como re-sultado uma autêntica multidão.Associados ou não, todos juntos foram

até à Praia das Gaivotas (Plage desMouettes), em Frontignan. Praia estaque foi especialmente preparada parareceber o evento, tendo sido para issoarmada uma tenda desmontável queserviu de abrigo dado o sol e o calortórrido que se vive neste momento naregião.A direção da APCF não olhou a meiosna organização de uma “monumentalsardinhada” feita junto ao mar, gre-lhando na lenha 200 kg de sardinhase propondo muitos mais petiscos tipi-camente portugueses. Sempre con-tando com a colaboração de associa-dos e por vezes até familiares semprevoluntários, “sem os quais nada distoteria sido possível”.A APCF, na pessoa do Presidente JoséDantas, está de parabéns, bem comoa sua Direção pelo gesto único no gé-nero que é o de homenagear os seusmembros, que acabam por formar“uma família imensa”.

Por Tony Inácio

Philippe Desormeau, Marie-Agnès Linguet, Carlos Reis, José de Paiva, Carlos GonçalvesJosé Martineau

LusoJornal / Mário Cantarinha

LusoJornal / Tony Inácio

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19Associações

Festival de folclore e torneio defutebol em BronNo sábado dia 2 de Julho, a associa-ção “Colombe de La Paix” de Bron(69), nos arredores de Lyon, organi-zou o seu Festival anual de folcloree também um Torneio de futebol. OEstádio de futebol da cidade deBron acolheu esta organização, ondedesde o meio dia eram propostospetiscos portugueses. Pelas 14h00iniciou-se o Festival com oito gruposde folclore vindos da região: os gru-pos de St Maurice l’Exil, Estrelas doMinho de Vaulx-en-Velin, Os Portu-gueses de St Etienne, Os Campinosde Meyzieu, Os Amigos de Decines,Rio Lima Alto Lima de Caluire e ogrupo de St Martin d’Hère. “São gru-pos da região, onde nós habitual-mente também participamos nos seusfestivais e que hoje nos visitam e par-ticipam no nosso Festival” explicouJorge Santos, responsável do grupo dacasa, Flores de Portugal.“Nós ensaiamos todos os sábados,das 20h00 até às 22h00, e estemomento transforma-se tambémnum motivo de encontro entre osnossos sócios e amigos. Na quintafeira, dia do jogo de futebol da Se-leção de Portugal com a Polónia,foi grande festa na sede, onde aco-lhemos cerca de 200 pessoas e

que viveram a vitória de Portugal ea sua passagem para as Meias-fi-nais do Europeu 2016. E esperoque também seja de festa o nossoserão na quarta feira dia 6 dejulho” concluiu para o LusoJornalJorge Santos.No decorrer deste dia também tevelugar o Torneio de futebol de onze,com seis equipas participantes, esaiu vencedora a equipa da casa,Bron 1, deixando para trás, na ta-bela classificativa, o St. Martind’Hère, St Maurice L’Exil, Bron 2,Os Amigos de Vaulx, e a equipa de

Meyzieu. A organização destes en-contros esteve ao encargo de Antó-nio Teixeira.A associação “Colombe de La Paix”tem nova Direção desde março pas-sado. Foi a nova Direção que organi-zou já este festival e este torneio defutebol. O Presidente é Paulo daSilva, o Vice-Presidente é AlbertoGonçalves, a Secretária é IsolinaSantos, o Vice-Secretário é FranciscoAlves, o Tesoureiro é Paulo Macedo ea Vice-Tesoureira é Sandra Pereira.Esta atividade da associação foi aúltima antes das férias.

Nos arredores de Lyon

Por Jorge Campos

le 06 juillet 2016

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Jantar de S. João em Argenteuil

A Associação portuguesa Centre Cul-turel Paix et Vivre Ensemble d’Argen-teuil (CCPPVEA), cuja sede social estáinstalada no 98-100 rue Duguay, emArgenteuil (95), organizou no passadodia 25 de junho, sábado, um jantar deS. João.Há quatro associações portuguesasem Argenteuil, mas desta vez coubeao CCPPVEA organizar um evento quemarcasse uma festa tradicionalmentefestejada em Portugal.Um outro pretexto juntou-se ao da

festa de S. João: A Seleção portu-guesa de futebol defrontava nesse diaa Croácia, em jogo do Europeu de fu-tebol. A Associação recorreu ao patro-cínio da seguradora Fidelidade paraprojetar o jogo num “ambiente su-perbo”, acompanhado com Sardinhasassadas com Pimentos que regalaramos participantes.A festa foi mais brilhante graças à vi-tória de Portugal, que nesse dia sequalificou para os quartos de final doEuropeu.

Com projeção do jogo de futebol

LusoJornal / Jorge Campos

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20 desporto

emsíntese

Ciclista portuguêsTiago Ferreiracampeão doMundo de Maratonas BTT(xCM)

O ciclista Tiago Ferreira, que vai repre-sentar Portugal nos Jogos OlímpicosRio2016, sagrou-se Campeão mun-dial de Maratonas BTT (XCM), na se-mana passada, ao vencer a provarealizada em Laissac, França.O Viseense concluiu os 90 quilóme-tros, com 3.130 metros de acumu-lado em subidas, em 4:01.57 horas,batendo o austríaco Alban Lakata, se-gundo classificado, por 19 segundos,e o checo Kristian Hynek, terceiro, por56.Ao longo de toda a prova, Tiago Fer-reira, o segundo Campeão mundial dociclismo luso, depois do título de es-trada de Rui Costa, em 2013, estevena cabeça da corrida, primeiro numgrupo numeroso e depois cada vezcom menos adversários.No último posto de assistência, HéctorPaez já era o único que acompanhavao português, depois, deixou o colom-biano para trás, resistiu à aproximaçãode Lakata e venceu a prova de elitesdo mundiais de Maratonas BTT(XCM).Há cerca de um mês, Tiago Ferreirasagrara-se Vice-Campeão europeu,na Letónia, onde apenas foi batidopelo anfitrião Peeter Pruus.

Francês Plessissob alçada disciplinar do Marítimo

O Marítimo realizou o primeiro treinoda época 2016/2017, na estreia dotécnico Paulo César Gusmão, à pro-cura de um lugar europeu na I Ligaportuguesa de futebol, uma “obriga-ção” defendida pelo Presidente Car-los Pereira. Mas o médio francêsPlessis é uma das incógnitas naequipa, pois está sob alçada discipli-nar por ter ido de férias logo após afinal da Taça da Liga, faltando à reu-nião de equipa, e ainda não regres-sou.Carlos Pereira esteve à conversa como plantel e equipa técnica momentosantes do começo do treino e divulgoua mensagem transmitida. “Trabalho,trabalho e muito trabalho é o lema doTreinador e o que esta casa impõetambém. Dei as boas vindas aos quechegaram pela primeira vez, umapalavra muito especial para os jovensque transitam da equipa B (FábioChina e André Teles) e ainda para osque transitam do ano passado”, re-feriu, mostrando-se “convicto” deque esta temporada será melhor doque a anterior.

lusojornal.com

“Tour de France” com três Portugueses

A Volta a França em bicicleta come-çou no passado sábado, no MontSaint-Michel, e vai decorrer até aodia 24 de julho. Três Portuguesesestão presentes no pelotão de 198corredores: Rui Costa (Lampre-Me-rida), Nelson Oliveira (Movistar) e olusodescendente Armindo Fonseca(Fortuneo-Vital Concept).O LusoJornal falou com os três ci-clistas.

Rui Costa: “Objetivo principal é vencer uma etapa”

As duas primeiras etapas foram com-plicadas com vento e chuva?Rui Costa: Já era de esperar este finalperigoso com o vento na primeiraetapa. Mas no fundo, a última parteaté se fez bem porque a zona ondepodia haver perigo, estava bem prote-gida e não houve nenhuma situaçãode alerta. No entanto, é de referir queapós o abastecimento, houve umatentativa de ‘bordure’ que não deu emnada. Acabou por ser uma etapa bempassada, sem problemas [ndr: se-gunda etapa]. Estou contente com asegunda etapa que fiz. A etapa eracomplicada, stressante, muito difícil,ainda por cima quando não se tem aajuda de um colega de equipa, torna-se ainda mais desgastante. Acho que,com esta chegada, mostrei que estounuma boa forma física. Este tipo deetapas com um final explosivo não épara mim porque nos últimos 300metros é realmente um sprint. Paramim neste tipo de etapas era neces-sário 220 ou 230 quilómetros para odesgaste de todos ser maior e para eupoder intrometer-me na luta.

Como se sente até agora?Rui Costa: As sensações foram boas.A preparação que fiz foi a mais certa.A Volta à Suíça foi dura, mas foi umabela preparação para o ‘Tour’.

Quais são os objetivos para estaprova?Rui Costa: O Louis Meintjes é o líderpara a classificação geral e tambémpara a camisola da juventude. Comigoo plano é diferente. Até ao fim destaprimeira semana, vamos definir o quevou poder fazer. O objetivo traçado, aoque tudo indica, é tentar vencer umaetapa. Para já é este o plano, masainda pode mudar no decorrer daprova.

Nelson Oliveira: “Queremos vencer o Tour com Quintana”

Quais são os objetivos para estaprova?Nelson Oliveira: O único objetivo aquida equipa é vencer o Tour com o Quin-tana. Por enquanto não há mais ne-nhum objetivo. Veremos depois comodecorre a prova.

E os seus objetivos pessoais?Nelson Oliveira: Por enquanto nãoestá nos planos entrar numa fuga. Ve-remos o que vai acontecer daqui paraa frente. Neste momento é proteger oslíderes nestas etapas complicadas.

Novamente vai ter a camisola de Por-tugal nos contra-relógios?Nelson Oliveira: É sempre um orgulholevar a camisola de Portugal e mostrá-la numa prova como o Tour. Dá-meainda mais motivação para arrecadarmais títulos em Portugal.

Como tem sido a sua aventura com aMovistar?Nelson Oliveira: Quando se chega aeste nível, há poucas diferenças entreas equipas no que diz respeito à orga-nização e aos meios. Há pequenos de-talhes que são diferentes, mas o maisimportante é nos sentirmos bem econtentes numa equipa.

Armindo Fonseca: “Quero fazer um top-5 numa etapa”

Este é o terceiro ‘Tour’ para o ArmindoFonseca… Qual é o objetivo este ano?Armindo Fonseca: O objetivo é apoiaros meus líderes, quer seja EduardoSepulveda antes das subidas, querseja Daniel Mc Lay para os ‘sprints’.No entanto se houver alguma oportu-nidade, vou tentar uma fuga porque éa Volta a França e temos de desfrutar.

O que espera desta Volta a França?Armindo Fonseca: Quero mostrar-mena prova, fazer um top-5 numaetapa e se o meu líder fizer uma boaclassificação também estarei feliz.O importante é a equipa ter um bomdesempenho.

Quais são os favoritos para esta Voltaa França?Armindo Fonseca: Alberto Contadorcaiu algumas vezes mas é um grandeciclista e pode sempre recuperar otempo perdido nas etapas que faltamporque a prova dura três semanas.Vejo no entanto Christopher Froomevencer novamente este ano.

O ‘Tour’ termina no domingo 24 dejulho, em Paris.

Ciclismo

Por Marco Martins

Ricardo Melo Gouveia terminou em 16° em França

O atleta português Ricardo Melo Gou-veia obteve no passado fim de semanaa segunda melhor classificação daépoca com um 16º lugar empatado noOpen de França, um torneio que ofe-receu 3,5 milhões de euros em pré-mios monetários.É o segundo melhor resultado de sem-pre de um português num dos tor-neios do circuito de golfe profissionaleuropeu. O algarvio esteve a um nívelmuito elevado, terminando com 284pancadas. De notar que Ricardo MeloGouveia fez a sua estreia na prova.O melhor resultado português naprova continua a pertencer a FilipeLima, que foi 15º em 2007.De notar que foi uma prestação notá-vel do nº1 luso e 133º do rankingmundial, que começou no 62º lugarna prova, subindo para o 49º, melho-rando para o 29º e terminando em16º, empatado com outros cinco atle-

tas.“Joguei muito bem e consegui fazeruns segundos nove buracos sem qual-quer erro, em mais um dia de vento”,afirmou Ricardo Melo Gouveia à Fe-deração Portuguesa de Golfe, cujo 16ºlugar só foi superado pelo seu 7º postono Masters do Qatar em janeiro.De referir que Ricardo Melo Gouveiaarrecadou 44.625 euros, enquanto noQatar tinha embolsado 50.734 euros.O bom resultado em França valeu-lhea subida do 101º para o 86º lugar naCorrida para o Dubai e deverá manter-se no European Tour.De notar que Ricardo Melo Gouveiavai agora participar no Open da Escó-cia que começa a 7 de julho e quedistribui 3,8 milhões de euros em pré-mios monetários. Ricardo Melo Gou-veia é o único português com entradagarantida.Uma última nota para o vencedor doOpen de França que foi o tailandêsThongchai Jaidee, de 46 anos.

Golfe

Por Marco Martins

le 06 juillet 2016

Rui Costa (arquivo)António Borga

António Borga

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21desporto

emsíntese

Penafiel contratadefesa francês erenova empréstimode Kalindi

O Penafiel garantiu na semana pas-sada, pelo segundo ano consecutivo,o empréstimo do brasileiro Kalindi, nodia em que o clube da II Liga de fute-bol anunciou ter chegado a acordocom o central francês Diouf.“Jules Diouf assinou contrato como FC Penafiel para a temporada2016/17. O central francês, de 24anos, chega do Mafra, depois deuma temporada em que realizou14 jogos, totalizando 1.248 minu-tos”, informa o Penafiel na sua pá-gina oficial da Internet.Além do defesa francês, o clube du-riense garantiu a renovação do con-trato de empréstimo de Kalindi pormais uma temporada, até junho de2017. O extremo brasileiro, adaptadocom sucesso por Paulo Alves a de-fesa-direito, tem contrato com o Gré-mio Anápolis, do Brasil.Kalindi, de 22 anos, chegou ao Pena-fiel em 2015/16, participou em 27partidas, totalizou 2.297 minutos emarcou um golo.Oitavo classificado na época passada,o Penafiel iniciou a pré-temporada naquinta-feira passada, dia em que rea-lizou o primeiro treino oficial da novaépoca.

Portugal nas meias-finais

A Seleção Portuguesa apurou-se naquinta-feira à noite para as meias-fi-nais do Campeonato da Europa de fu-tebol ao eliminar a Polónia namarcação das grandes penalidadespor 5-3 após o empate a uma bola nofim do tempo regulamentar e do pro-longamento no Estádio Vélodrome,em Marseille.Um encontro que os Portuguesesabordaram como aquele dos oitavos-de-final com uma estratégia defen-siva e apenas duas mudanças noonze incial, por causa das lesões deAndré Gomes e de Raphaël Guerreiro,substituídos por Renato Sanches eEliseu, dois jogadores com origenscaboverdianas.No entanto a estratégia foi por água

abaixo visto que logo no primeiro mi-nuto de jogo, os polacos num ataqueconstruído pelo lado esquerdo chega-ram ao golo pelo intermédio do avan-çado Robert Lewandowski.A Polónia vencia por 1-0 e Portugalestava completamente estupefactocom este início de jogo.Nos minutos seguintes, os jogado-res lusos tentaram tomar conta doencontro enquanto os polacos ape-nas defendiam e apostavam noscontra-ataques.A esperança para Portugal renasceucom Renato Sanches. O jovemmédio, que se transferiu do Benficapara o Bayern de Munique, estava àentrada da área sem soluções nafrente de ataque, então decidiu rema-tar de pé esquerdo e a bola entrou nabaliza de Lukasz Fabiański aos 33

minutos.Foi o primeiro golo de Renato San-ches com a camisola da Seleção dasQuinas com apenas 18 anos. Aliás ojovem médio bateu três recordes. Oprimeiro ao tornar-se no terceiro joga-dor mais jovem a marcar num Euro-peu, mas sobretudo o segundo por sero jogador mais jovem a marcar nafase de eliminação direta num Euro-peu com 18 anos, 10 meses e 14dias. O último é por se afirmar comoo mais jovem jogador a marcar umgolo pela Seleção Portuguesa na es-treia como titular. Um jogador de ta-lento que vai pisar os relvadosgermânicos no próximo ano.Quanto ao jogo, pouco ou nada até…aos 120 minutos! Em cerca de 90minutos, após o segundo golo da par-tida, pouca coisa ocorreu. Portugal

ainda tentou algumas iniciativas e al-guns falhanços de Cristiano Ronaldo,enquanto a Polónia preocupou os jo-gadores lusos em alguns contra-ata-ques.Chegou-se finalmente à marcaçãodas grandes penalidades onde Portu-gal apontou todos os golos, vencendopor 5-3.Uma vitória suada para Portugal que,no entanto, segue caminho para asmeias-finais onde vai defrontar o Paísde Gales.A meia-final dos Portugueses decorreem Lyon esta quarta-feira dia 6 dejulho. Portugal repete presença nasmeias-finais pela quinta vez (1984,2000, 2004, 2012 e 2016).De referir que na outra meia-final aFrança vai defrontar a Alemanha emMarseille, no Estádio Vélodrome.

Futebol

Por Marco Martins

le 06 juillet 2016

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Ronaldo agradece apoio e promete dar o melhor na meia-finalO ‘Capitão’ da Seleção portuguesa de futebol Cristiano Ronaldo agradeceu no fim de semana passado aosadeptos presentes nas imediações do Centro Nacional de Râguebi francês, em Marcoussis, prometendo empenhona meia-final do Euro2016, frente ao País de Gales.“Viemos agradecer o vosso apoio até agora. Ainda não ganhámos nada, mas vamos dar o nosso melhor na meia-final. Ficamos muito orgulhosos do vosso apoio. Obrigado”, afirmou Cristiano Ronaldo, à porta do ‘quartel-general’ da Seleção lusa.Após o treino matinal, os ‘eleitos’ do Selecionador Fernando Santos dirigiram-se aos adeptos presentes no local,distribuindo autógrafos e disponibilizaram-se para tirar fotografias.

Cristiano Ronaldo fala aos adeptos em MarcoussisLusa / Miguel A. Lopes

Lusa / Miguel A. Lopes

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22 desporto

lusojornal.com

O que devofazer?

Um dia um homem (um doutor daLei) colocou a Jesus esta questão: «oque devo fazer para chegar à vidaeterna?»Jesus perguntou-lhe «Que está es-crito na Lei? - e ele respondeu - Ama-rás o Senhor teu Deus com todo oteu coração e com toda a tua alma,com todas as tuas forças e com todoo teu entendimento; e ao próximocomo a ti mesmo».Jesus sabia que ele sabia: a respostaestá correta! E nós também a conhe-cemos… mas não basta conhecê-la:é preciso atuá-la, vivê-la. É precisoamar! No entanto, tal como muitosde nós, também o doutor vacila,amedronta-se e imediatamente pro-cura justificar-se: «Quem é o meupróximo?»Quantas vezes na nossa vida de fésomo “atormentados” com esta eoutras questões… «Será que medevo interessar? Será quedevo/posso/consigo fazer algumacoisa para ajudar aquela pessoa? E oque é isso do amor ao próximo? Atéonde se deve ir? É preciso exagerar?»Jesus responde(-nos) com a famosaparábola do “bom samaritano”: umhomem foi atacado por salteadores edeixado caído na berma da estrada.Ninguém o ajuda, exceto um estran-geiro, um samaritano (um “infiel”,segundo a teologia judaica daqueletempo). Jesus conclui a parábola di-zendo ao doutor da Lei que o inter-rogara: «Vai e faz o mesmo».A conclusão é óbvia: para alcançar avida eterna é preciso amar a Deus eamar o próximo. O “próximo” é qual-quer um que necessita de nós, qual-quer irmão caído nos caminhos davida que necessita, para se levantar,da nossa ajuda e do nosso amor. Ese há um limite (e infelizmente há) éaquele “muro” com o qual Deus Paipor vezes também se depara: nãopodemos ajudar quem não quer serajudado. Mas podemos amar. Pode-mos amar sempre.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Joseph des Nations161 bis rue Saint Maur75011 ParisDomingo às 9h30

boanotícia

le 06 juillet 2016

Miguel Rego participa nos Europeus e nos Mundiais de ciclismo com as cores de Portugal

O jovem ciclista Miguel Rego, resi-dente em França vai disputar as pro-vas do Campeonato da Europa dePista Júniores em Montichiairi na Itá-lia, do 12 ao 17 de julho, antes deseguir para Aigle, na Suíça, para oCampeonato Mundial, que vai decor-rer de 20 a 24 de julho. No momentoem que falámos com o jovem portu-guês, encontrava-se em plenos exa-mes escolares em França, antes deseguir para Portugal, para treinar.Confiante de que pode subir ao pódioMiguel Rego prefere guardar os pésbem assentes e concentrar-se na pre-paração das competições.Foi a paixão pelo ciclismo que o paido jovem, Jorge Rego, fundou em2007 a associação ‘Team 94’ em Vil-leneuve-Saint-Georges, uma escolaaberta a todos os amadores de bici-cleta que conta atualmente comcerca de 70 alunos. “Temos 32 crian-ças desde os 6 anos e temos algunsséniores inscritos também. Propomosvários tipos de variedades de treino:de pista, de estrada, de VTT ou aindao ciclocross”, começa por explicar.Melvin Landerneau ou ainda JosephVerrier são alguns dos atletas que fre-quentaram a associação ‘Team 94’.Jorge Rego acrescentou ainda queuma das razões que o levou a esco-lher esse desporto foi pelo simplesfacto de que a cidade não propunha

nas suas atividades desportivas estamodalidade. “Como nunca fui umgrande adepto de futebol e quandoera pequeno já manifestava umacerta preferência pelo ciclismo, semter tido a chance de ter uma bicicleta,

decidi criar esta associação e inscre-ver os meus dois filhos para que elespudessem ter uma atividade extra-es-colar”.Os dois irmãos, Fábio e Miguel Regomuito depressa começaram a mani-

festar talento e vontade de ir maislonge nas competições, ambos jásubiram ao pódio tanto em Portugalcomo em França e foram váriasvezes Campeões regionais em Ile-de-France.Foi no ano passado que Miguel Regofoi contactado para representar Por-tugal nas competições europeias,apesar da França “ser um país de ci-clistas” e por conseguinte ter maisprestígio, o jovem lusodescendentepreferiu vestir as cores de Portugal eficou em 3° lugar na Taça de Portugalna categoria Júniores.Miguel Rego vive entre Portugal e aFrança, atualmente pertence à Asso-ciação Desportiva de Corbeil Esson-nes com a qual tem participado emdiversas competições em França eganhou em várias categorias na regiãoparisiense. Jorge Rego define-secomo um pai vaidoso e confessa terorgulho nos filhos. “O mais velhoquer ser professor de desporto e o Mi-guel veremos o que o futuro lhe re-serva. Os estudos são importantesmas eu quero que eles sejam felizese se for com ciclismo melhor ainda”.Miguel Rego já vai mudar para o anode categoria, passando de Juniorespara “Esperanças” - 2ª categoria.“Vai ser um passo importante no seupercurso, a mudança é enorme, masestamos otimistas que o Miguel vailonge e quem sabe vestirá breve-mente a camisola de Campeão”.

Jovem lusodescendente corre pelo Corbeil-Essonnes

Por Clara Teixeira

Sporting vai defrontar Lyon, Monaco e Nice

O Sporting Clube de Portugal, vice-Campeão português de futebol, vaidefrontar os franceses do Lyon nojogo de apresentação aos sócios paraa época 2016/2017, a 23 de julho,anunciou o clube lisboeta no seu sítiooficial na Internet.Antes do encontro com o Lyon, se-gundo classificado no Campeonatofrancês da época passada, marcadopara as 20h00, no estádio José Alva-lade, o Sporting vai realizar cinco par-tidas, a primeira das quais frente àequipa B, a 09 de julho.Em Lausana, na Suíça, onde vão es-tagiar entre 11 e 18 de julho, os‘leões’ medem forças com os France-ses do Mónaco, treinados pelo portu-guês Leonardo Jardim (dia 13, às

20h30), o Nyonnais, da terceira divi-são suíça (dia 14, às 19h00), os rus-sos do Zenit de São Petersburgo (dia16, às 19h00) e o Campeão holan-dês PSV Eindhoven (dia 18, às20h30).Depois do jogo de apresentação, aequipa de Alvalade vai disputar o Tro-féu Ibérico, a 26 de julho, com os es-panhóis do Villarreal, em encontrocom início às 20h15, seguindo-se otroféu Cinco Violinos, a 30, frente aosalemães do Wolfsburgo, às 20h00.Em agosto, o Sporting participa naIbérica Cup (dia 04, às 20h00), aodefrontar os espanhóis do Bétis deSevilha, disputando no dia seguinteo 10º e último jogo de preparação,com os franceses do Nice, no Algarve

Summer Cup (20h30).O Treinador da equipa de futebol doSporting, Jorge Jesus, afirmou, na se-mana passada, que o objetivo daequipa é o título, referindo que estásatisfeito com a forma do grupo noregresso ao trabalho. “Estamos muitoconfiantes, porque, com mais umano juntos, temos de estar melhores.Isso fortalece as ideias. Se o ano pas-sado alcançámos o segundo lugar eeste ano queremos aperfeiçoar, só po-demos pensar no título”, disse, emdeclarações no sítio oficial do clube.Depois do primeiro treino da época,já que os dois primeiros dias foramdedicados a exames médicos, o téc-nico, que cumpre a segunda épocanos ‘leões’, afirmou que quer os joga-

dores com “fome de bola”.“Quem trabalha comigo tem de terfome de bola e fome de relvado, casocontrário, tem poucas possibilidades.Alguns já estão habituados à menta-lidade e os que chegaram vão-se ha-bituando”, sublinhou.Em relação ao estado físico dos joga-dores no regresso ao trabalho, o téc-nico ficou satisfeito. “A maior partechegou em boa forma. O Alan Ruizveio com mais dificuldades, porqueesteve muito tempo parado, portanto,é natural que se note a diferença emrelação aos colegas. De uma formageral, fiquei satisfeito, até porque oimportante, neste início, é não carre-gar muitos os jogadores em termosmusculares”, explicou.O plantel viaja então para o estágio,na Suíça, no dia 11 de julho, ondevai permanecer até ao dia 19. “Eu eo Presidente achámos que seria rele-vante fazer a pré-época na Europa.Há muitos Emigrantes portugueses,muitos sportinguistas, e o contactoque iremos ter com os adeptos criauma dinâmica e cada vez mais laçosde clubite”, disse.Mónaco, FC Nyonnais, Zenit e PSVEindhoven serão os adversários queos ‘leões’ encontrarão em Lausana,com Jorge Jesus a referir que “são deLiga dos Campeões”.“Os resultados de pré-época têmalgum significado, mas não é o fatorcom mais importância. Os oposito-res vão-nos obrigar a ser intensos, ri-gorosos e é isso que pretendemos”,concluiu.

Jorge Jesus, Treinador do SportingLusa / Hugo Delgado

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23Tempo livre

Jusqu’au 18 juillet Exposition d’Amadeo de Souza-Cardoso, uneco-organisation de la Fondation Calouste Gul-benkian et de la Réunion des musées natio-naux, au Grand Palais - Galeries nationales,3 avenue du Général Eisenhower, à Paris 8.

Jusqu’au 28 août Dans le cadre des Rencontres d’Arles de pho-tographie, exposition “Opération Condor”, deJoão Pina. Commissaire: Diógenes Moura. Enpartenariat avec l’Ambassade du Portugalen France / Centre culturel Camões I.P. De10h00 à 18h00. Musée départementalArles Antique, avenue 1ère division de laFrance Libre, Presqu’île du Cirque romain,à Arles (13).

Jusqu’au 28 août Exposition «Shifting Boundaries» comArianna Arcara, Pierfrancesco Celada,Marthe Aune Eriksen, Jakob, Ganslmeier,Margarida Gouveia, Marie Hald, DominicHawgood, Robin Hinsch, Eivind H. Natvig,Ildikó Péter, Marie Sommer et ChristinaWerner. Fondation Calouste Gulbenkian,Délégation en France, 39 boulevard de laTour Maubourg, à Paris 7.

Jusqu’au 29 août «Les universalistes: 50 ans d’architectureportugaise», une co-organisation de la Fon-dation Calouste Gulbenkian et de la Cité del'architecture et du patrimoine, à la Cité del’architecture et du patrimoine, 1 place duTrocadéro et du 11 Novembre, à Paris 16.

Jusqu’au 4 septembre Double proposition d’Ana Pérez-Quiroga (car-nets de voyage photographiques) et RodrigoOliveira (sculptures), Silvia Guerra étant laCommissaire de l’exposition. Villa Savoye, 82rue de Villiers, à Poissy (78). En partenariatavec l’Ambassade du Portugal en France /Centre culturel Camões I.P.

Jusqu’au 11 septembre Exposition de l’artiste portugais Costa. MAAP-Vessuna-Visitation, Musée Gallo-Romain,Parc de Vésone, 20 rue du 26ème Régimentd’Infanterie, à Périgueux (24).

Jusqu’au 18 septembre Exposition de l’artiste portugais Costa. LeGarage, 19-21 avenue Edouard Herriot, àBrive-la-Gaillarde (19).

Le mercredi 6 juillet, 17h30 A l’occasion des Rencontres d’Arles de pho-tographie et dans le cadre de la 12ème édi-tion de Summertime, organisée parl’Association Regards et Mémoires, séancede signatures avec la photographe ManuelaMarques, dans le cadre du lancement deson livre “La taille de ce vent est un triangledans l’eau”, une monographie qui réunit les

travaux récents de Manuela Marques.Bourse du Travail / Espace Summertime, 3rue Parmentier, à Arles (13).

Les 7 et 8 juillet Dans le cadre des Rencontres d’Arles dephotographie, exposition et lancement dulivre “A casa das sete senhoras”, du photo-graphe Tito Mouraz. Exposition et séance designatures le 7 juillet, à la Galerie Vois Off etséance de signatures le 8 juillet au Pont Trin-quetaille. À Arles (13).

Le vendredi 8 juillet, 17h30 A l’occasion des Rencontres d’Arles et dansle cadre de la 12e édition de Summertime,

organisé par l’Association Regards et Mé-moires, lancement du livre “Le silencedes sirènes”, de Sandra Rocha Ed. Loco.Bourse du Travail / Espace Summertime,3 rue Parmentier, à Arles (13). En parte-nariat avec l’Ambassade du Portugal enFrance / Centre culturel Camões I.P.

Du 7 au 30 juillet, 17h00 «Voyage dans les mémoires d’un fou», deet avec Lionel Cecílio, au Théâtre Pixel, àAvignon (84). Dans le cadre du Festivald’Avignon 2016.

Du 12 au 18 juillet Dans le cadre du Fid Marseille, projectiondu film “How I fell in love with Eva Ras”,d’André Gil Mata. En compétition dans lacatégorie Compétition international. Leréalisateur portugais Daniel Hui présente,dans le cadre du FidLab, le film “A shortfilm for the dead”. À Marseille (13). Enpartenariat avec l’Ambassade du Portugalen France / Centre culturel Camões I.P.

Le jeudi 7 juillet Concert de Mísia, dans le cadre de l’Esti-val de la Batie, à Saint Étienne-le-Molard(42).

Le vendredi 8 juillet, 21h00 Soirée «Tous les fados du monde» propo-sée par le Coin du Fado et présentée parJean-Luc Gonneau, avec Conceição Gua-dalupe, accompagnée par Filipe de Sousa(guitarra), Nuno Estevens (viola), NellaSelvagia (percussions) et Philippe Leibaet/ou Dominique Oguic (contrebasse).Plus artistes invités: João Rufino, TâniaCaetano, Eugénia Maria et d’autres. Lu-sofolie’s, 57 avenue Daumesnil, à Paris12. Infos: 01.53.92.01.00.

Le samedi 9 juillet, 19h00 Concert de Gisela João, dans le cadre duFestival Vitrolles Sun Festival. Salle duRoucas, Domaine de Fontblanche, à Vit-rolles (13).

Le mercredi 13 juillet, 21h30 Concert Além Fado avec Lizzie accompa-gnée par Filipe de Sousa et Nuno Este-vens, au Sentier des Halles, 50 rued’Aboukir, à Paris 2. Infos: 01.42.61.89.90.

Le samedi 9 juillet, 16h00 Concert de Dan Inger dos Santos, avecSandrine Gameiro en première partie. AuBelvédère café-concert, 3 avenue Jean-Jacques Rousseau, à Champigny-sur-Marne (94). Infos: 01.48.80.54.89.Entrée libre avec conso.

Le samedi 9 juillet, 20h00 Porto no Espeto, animé par Cantares aodesafio (Chico da Concertina, Celorico,Tubarão, Gazelas, Pedro Ribeiro, CordasSoltas et Elena Correia). Animation dèsle matin 10h00 avec Os Reis dos Bom-bos. Entrée libre. Organisé par l’association Cordas e Tradi-tions, parc à l’angle des rues Bourgeoiset Verdun, Centre Ville, à Deuil-la-Barre(95). Infos: 06.09.43.52.87.

Le dimanche 10 juillet, 14h00 Fête des Sardines, avec défilé desgroupes folkloriques Unidos de Sartrou-ville, Baixo Mondego de Villeneuve-le-Roi, Os Reis dos Bombos de Metz et OsBombos de Groslay. Animations musicales avec Carlos Pireset Manuel Campos. Entrée libre. Dès11h00 Messe franco-portugaise en pleinair. Organisé par l’association Cordas e Tradi-tions, parc à l’angle des rues Bourgeoiset Verdun, Centre Ville, à Deuil-la-Barre(95). Infos: 06.09.43.52.87.

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le 06 juillet 2016

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