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Coordenadoria de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento - Setembro/2015 - Nº 2
Coordenadoria de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento - Março/2016 - Nº 3
Boletim Fronteiras do Conhecimento Ano I I - Edição nº 3
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Ruy Garcia Marques Reitor
Maria Georgina Muniz Washington Vice-reitora
Tania Maria de Castro Carvalho Netto Sub-reitora de Graduação - SR1
Egberto Gaspar de Moura Sub-reitor de Pós-graduação e Pesquisa - SR2
Elaine Ferreira Torres Sub-reitora de Extensão e Cultura - SR3
Moacyr Carvalho Filho Coordenador de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento
Tatiane Alves Coordenadora Adjunta
O Boletim Fronteiras do Conhecimento é uma publicação bimestral da Coordenadoria de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento (CEED) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.
Rua São Francisco Xavier, 524, Térreo - Bloco F Sala T100 Maracanã - Rio de Janeiro/RJ CEP: 20550-900
e-mail: [email protected] Tel.: (21) 2334-2129 / (21) 2334-0902
www.ceed.uerj.br
Equipe responsável
Produção gráfica Bernardo Abreu
Textos Bernardo Abreu
Larissa Rodrigues Tatiane Alves
Revisão
Bernardo Abreu Rafael de Queiroz
Tatiane Alves
Organização
Bernardo Abreu Larissa Rodrigues
Marcia Paes Rafael de Queiroz
Boletim Fronteiras do Conhecimento Ano I I - Edição nº 3
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BOLETIM FRONTEIRAS DO CONHECIMENTO
Março de 2016
Ano II - Nº 3
APRESENTAÇÃO:
O Boletim Fronteiras do Conhecimento é uma iniciativa do Núcleo de
Estudos Avançados e Desenvolvimento, que tem por integrantes: Marcia
Cristina Paes, Bernardo André de Assis Abreu e Larissa Rodrigues.
O objetivo do núcleo é elaborar mapa atualizado dos dados estratégicos científicos e
tecnológicos das fronteiras do conhecimento no mundo. Esse mapeamento será feito através
do Boletim Fronteiras do Conhecimento, uma publicação bimestral, contendo as mais
relevantes e atualizadas notícias do mundo e da UERJ na área do conhecimento em geral.
Para tal, é elaborado a partir de fontes online globais, nacionais e estaduais de
máxima confiabilidade, a medida que as potencialidades da UERJ serão abordadas,
em primeira mão, pela equipe de comunicação da Coordenadoria de Estudos
Estratégicos e Desenvolvimento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O Boletim Fronteiras do Conhecimento é publicado no site da CEED, em formato
“pdf”, com a devida indicação das fontes das matérias. O boletim visa, também,
identificar as potencialidades internas e atrelar às necessidades de formação de
recursos humanos e das demandas que possam ser integradas ao desenvolvimento
científico, tecnológico ou social nos municípios e regiões do estado do Rio de Janeiro.
Boletim Fronteiras do Conhecimento Ano I I - Edição nº 3
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Sumário:
Um marco na física: comprovada a existência de ondas gravitacionais
(Observatório LIGO/EUA) | 5
USP desenvolve equipamento que faz cegos perceberem obstáculos
por meio dos sons (Instituto de Ciências Matemáticas
e de Computação - ICMC/USP) | 7
Aprendendo a se comunicar com quem não fala
(Professora Cátia Walter - Faculdade de
Educação - EDU/UERJ) | 9
Rio 2016: Professor da UERJ se destaca integrando universidades do mundo
(Professor Lamartine da Costa - Instituto de
Educação Física e Desportos - IEFD/UERJ) | 11
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Um marco na física: comprovada a existência de ondas gravitacionais (Observatório LIGO/EUA)
Na física, o fenômeno das ondas gravitacionais consiste na deformação do espaço-tempo produzida
pela aceleração de objetos com massa, quanto mais pesados estes objetos, mais eles deformariam
o tecido do espaço-tempo. Pela primeira vez, os cientistas observaram ondulações que confirmam
esta importante previsão de 1915, mais precisamente da teoria geral da relatividade de Albert
Einstein, abrindo uma nova janela sem precedentes para o estudo do cosmos. Isto porque as
ondas gravitacionais transportam informações sobre as origens e a natureza da gravidade, que não
poderiam ser obtida de outra maneira.
As ondas gravitacionais foram detectadas graças aos dois detectores do LIGO (Laser Interferometer
Gravitational-wave Observatory, ou em português, Observatório de Ondas Gravitacionais por
Interferômetro Laser), localizados em Livingston, Louisiana, e Hanford, Washington, ambos nos
EUA, situados a uma distância de cerca de três mil quilômetros um dos outro. Os Observatórios
LIGO são financiados pela National Science Foundation (NSF), e foram concebidos, construídos e
são operados pela Caltech e do MIT. A descoberta, publicada na revista Physical Review Letters, foi
atribuída à Colaboração LIGO Scientific.
Simulação da deformação do espaço-tempo por corpos com massa
A tecnologia do LIGO funciona da seguinte forma: Os dois observatórios possuem túneis idênticos,
com quatro quilômetros de comprimento cada um, através dos quais os pesquisadores emitem, ao
mesmo tempo, um raio laser. Ao atingirem o final do túnel, os raios são refletidos e retornam ao
ponto de origem.
Assim, se as medições indicarem que as cristas e os vales das ondas do raio laser se anulam, é
porque não houve detecção de deformação do espaço-tempo, e por consequência, nenhuma onda
gravitacional foi medida. No entanto, se as referidas cristas e vales das ondas não se anularem, é
porque, na prática, os túneis ficaram mais longos ou mais curtos durante a passagem de uma onda
gravitacional, ou seja, o espaço-tempo foi deformado por uma onda gravitacional.
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Ao observar o tempo de chegada dos sinais no detector em Livingston, os cientistas registraram
o evento 7 milissegundos antes do detector em Hanford. Após análises dos dados, os físicos do
concluíram que as ondas gravitacionais detectadas em 14 de setembro de 2015 foram produzidas
durante a fusão de dois buracos negros, que deu origem a um único, ainda mais massivo.
Ilustração mostrando dois buracos negros se fundindo e gerando ondas gravitacionais
Foto: SXS team / Bohn et al 2015
A comprovação da existência de ondas gravitacionais foi buscada pela primeira vez durante as décadas
de 1970 e 80, porém, a nova descoberta do Ligo é a primeira observação de ondas gravitacionais em
si, feita pela medição propriamente dita dos pequenos distúrbios as ondas fazem no espaço e no
tempo à medida que passam através da Terra.
“Nossa observação de ondas gravitacionais concretiza uma meta ambiciosa estabelecida ao longo de
cinco décadas atrás, para detectar diretamente esse fenômeno indescritível e melhor compreender
o universo, e, apropriadamente, cumpre o legado de Einstein no 100º aniversário de sua teoria da
relatividade geral”, diz David de Caltech H. Reitze, diretor-executivo do Laboratório de LIGO.
A descoberta foi possível devido à ampliação da capacidade do LIGO, chamado de Advanced LIGO, um
melhoramento importante que aumentou a sensibilidade dos instrumentos em comparação com os
detectores de primeira geração. Organizações de financiamento na Alemanha (Max Planck Society),
no Reino Unido (Instalações Conselho de Ciência e Tecnologia, STFC) e na Austrália (Australian
Research Council) assumiram compromissos significativos para o projeto e possibilitaram o
desenvolvimento de tecnologias-chave para o projeto.
“Os detectores Avanced LIGO são um grande esforço em ciência e tecnologia, tornado possível por
uma equipe internacional verdadeiramente excepcional de técnicos, engenheiros e cientistas”, diz
David Shoemaker, do MIT, o líder do projeto para o Advanced LIGO. “Estamos muito orgulhosos
por termos terminado este projeto fincanciado pelo NSF dentro do tempo e do orçamento.”
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A partir deste marco, mais observatórios independentes e amplamente separados serão necessários,
não só para determinar a direção do evento que causa as ondas gravitacionais, como também para
verificar que os sinais são de fato provenientes de espaço e não de algum outro fenômeno local.
Para este fim, o Laboratório LIGO está trabalhando em estreita colaboração com cientistas na Índia
para estabelecer um terceiro detector avançado LIGO no subcontinente indiano. No momento, está
pendente apenas a aprovação pelo governo da Índia, já que o Laboratório poderia estar operacional
já no início da próxima década. O detector adicional melhoraria a capacidade do detector de rede
global para localizar fontes de ondas gravitacionais.
“Esperamos que esta primeira observação vai acelerar a construção de uma rede global de detectores
para permitir a localização de origem precisas na era da astronomia multi-mensageiro”, diz David
McClelland, professor de física e diretor do Centro de Física Gravitacional da Universidade Nacional
Australiana .
A Teoria da Relatividade de Einsten revolucionou a forma como entendemos a gravidade e é um dos
pilares da física moderna. O Universo ainda não é completamente entendido porque essa teoria não
concorda com outra muito importante, que é a da mecânica quântica. A partir do estudo das ondas
gravitacionais, última parte da Teoria da Relatividade Geral que ainda precisava ser comprovada, os
cientistas poderão expandir o entendimento do Universo.
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USP desenvolve equipamento que faz cegos perceberem obstáculos por meio dos sons
(Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC / USP)
O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP),
em São Carlos, está desenvolvendo um equipamento que possibilitará a pessoas com deficiência vi-
sual enxergar obstáculos por meio do som. O aparelho detecta os objetos ao redor da pessoa e produz
sons, ouvidos via um fone de ouvido, que dão ao usuário a sensação de estarem saindo dos objetos.
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“A pessoa consegue sentir a posição de onde vem o som. O som não está sendo emitido pelo obstácu-
lo, é o equipamento que detecta a posição do obstáculo e produz artificialmente um som que parece
estar vindo dali”, explicou o coordenador do projeto, professor do ICMC Francisco José Mônaco.
O sistema, batizado de SoundSee, funciona em um dispositivo portátil, menor do que um aparelho
de celular, que pode ser carregado no bolso. Segundo o professor, o equipamento usa um mecanis-
mo de ecolocalização, o mesmo do qual se utilizam alguns animais, como os morcegos, que emitem
sons e escutam o eco produzido pelos obstáculos para se guiarem. Com o auxílio de um software,
que calcula a posição dos obstáculos, o aparelho gera sons tridimensionais que auxiliam o usuário a
detectar a presença dos obstáculos.
“O usuário, o deficiente visual, no caso, tem a sensação, por meio dos sons, como se visse um obstá-
culo à direita dele, uma porta à frente. Com o passar do tempo, com um pouco de treino, o usuário
começa a enxergar ou sentir o ambiente, sem que o aparelho precise buzinar, ou falar obstáculo à
direita, à esquerda. São as sensações espaciais do som”, disse.
De acordo com o coordenador, para aprimorar o sistema, estão sendo realizados estudos sobre o
funcionamento da orientação espacial psicoacústica, que é a capacidade do ser humano perceber
a direção de onde determinado som provem. “Por exemplo, é interessante saber como criar sons
que permitam ao usuário sentir a geometria do ambiente e verificar como é possível propiciar uma
substituição sensorial que, de certo modo, permita ao deficiente visual enxergar por meio do som”.
O sistema começou a ser construído em 2014, e está hoje na sua terceira versão de hardware. Os tes-
tes do aparelho com deficientes visuais começarão a ser realizados ainda no primeiro semestre. Até
o final do ano, os pesquisadores esperam já ter um produto praticamente pronto para ser fabricado
em larga escala. “A equipe do projeto está se preparando para realizar experimentos com deficientes
visuais, o que envolve rígidos protocolos de experimentação, pré-requisitos éticos e cuidados espe-
ciais”.
A pesquisa do projeto, que terá os resultados divulgados gratuitamente, teve a participação das pro-
fessoras Vanessa Nunes de Souza e Tarsila Curtu Miranda, do Centro Universitário Central Paulista
(UNICEP), e dos alunos-pesquisadores Renê de Souza Pinto, Rafael Miranda Lopes e Lucas Croco-
mo, além de outros colaboradores.
Os estudos são realizados no Laboratório de Sistemas Distribuídos e Programação Concorrente
(LaSDPC), do Departamento de Sistemas de Computação (SSC) do ICMC, com apoio do Núcleo de
Apoio a Pesquisa em Software Livre (NAPSoL) da USP.
Reprodução: Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noti-
cia/2016-02/usp-desenvolve-equipamento-que-faz-cegos-perceberem-obstaculos
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Descobrindo a UERJ
Aprendendo a se comunicar com quem não fala (Professora Cátia Walter - Faculdade de Educação - EDU/UERJ)
Iniciado da necessidade da Universidade de se unir com a Secretaria de Educação na luta pela inclusão,
o Laboratório de Tecnologia e Comunicação Alternativa da UERJ (Lateca) criou a Sala do Amanhã,
um espaço acessível para cadeirantes, com computadores que tem acessibilidade, impressoras para
imprimir cartão de comunicação e software em comunicação alternativa. O projeto visa promover
a formação em Tecnologia Assistiva (TA) e Comunicação Alternativa (CA) aos alunos dos cursos de
graduação em Pedagogia e nas Licenciaturas, assim como aos alunos dos cursos de pós-graduação e
aos professores da rede pública de ensino que estão em processo de formação continuada.
O projeto ganhou força a partir do momento que a Universidade percebeu a grande dificuldade
por parte dos professores da rede em se comunicar com alunos com paralisia cerebral, autismo,
deficiência intelectual, ou seja, pessoas que não desenvolveram a fala, mas que poderiam se
comunicar de forma alternativa. Assim, a criação de uma Sala do Amanhã poderá se tornar um
Centro de Referência em Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa da Faculdade de Educação
da UERJ.
Entre suas principais atividades destacamos que a Sala do amanhã também irá oferecer suporte às
atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os objetivos do projeto são formar os alunos dos cursos de
Pedagogia e das Licenciaturas no uso de Tecnologias Assistivas de alto e baixo custo, da Comunicação
Alternativa e da Informática Acessível. Tudo isso visando favorecer a inclusão escolar de alunos com
deficiência e dificuldades de aprendizagem na rede regular de ensino infantil, fundamental e médio.
Alunos recebem atendimento pelos graduandos na Sala do Amanhã
(Centro de Referência em Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa)
O projeto visa igualmente tornar esses recursos disponíveis para alunos com deficiência incluídos
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no ensino superior, como também, oferecer conhecimento específico nesta área aos professores
que frequentam o curso de especialização, mestrado e doutorado em Educação na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
A Sala do Amanhã é aberta para a comunidade externa e atende a pessoas com deficiência, onde
esses alunos recebem um atendimento educacional especializado, utilizando material adaptado para
cada deficiência. O projeto faz parte da disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica ministrada pelas
professoras Cátia Walter, Leila Nunes e Carolina Schirmer e tem duração de quatro semestres.
Mais atividades na Sala do Amanhã
(Centro de Referência em Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa)
No primeiro semestre, os alunos recebem uma formação teórica para no segundo semestre
aprenderem como usar os materiais adaptados, como adaptar as atividades e começam a criar
mecanismos de comunicação alternativa.
No terceiro semestre, são realizados estágios de vivência na Escola Especial Francisco de Castro
enquanto que no último período, os alunos apresentam um artigo que, de acordo com a qualidade
acadêmica alcançada, são publicados no periódico “Comunicar é preciso”, atualmente na segunda
edição. Para a Professora Cátia Walter, responsável pelo projeto, ele é de suma importância, pois
todo aluno com deficiência tem garantido por lei, matrícula em escola regular com atendimento
especializado.
O objetivo agora é ampliar a colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas, através da parceria
com a professora e neuropediatra Dra Heloisa Pereira. A ideia é criar uma vinculação entre as
unidades acadêmicas, permitindo que os pacientes do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE),
que precisam de atendimento especializado, passem a integrar as turmas da Sala do Amanhã.
Para maiores informações, acesse o site do Lateca: http://www.lateca-uerj.net/qsomos/equipe/
Dra. Cátia Walter - Currícilo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4061818490832341
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Rio 2016: Professor da UERJ se destaca integrando universidades do mundo
(Professor Lamartine da Costa -
Instituto de Educação Física e Desportos - IEFD/UERJ)
Em março, conversamos com o Professor Doutor Lamartine da Costa, pesquisador visitante do
Instituto de Educação Física e Desportos no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências
do Exercício e do Esporte. Com o objetivo de divulgar atividades desenvolvidas pelo professor que
ultrapasse os muros da UERJ.
CEED - Como você resumiria a sua biografia profissional?
Lamartine da Costa - Faço pesquisas na área esportiva desde 1962, portanto há mais de 50 anos,
primeiramente na área de meio ambiente focalizando os efeitos do clima sobre as performances
físico-esportivas e depois em várias outras áreas afins, como a educação física, a gestão do esporte,
história e filosofia do esporte etc. Mas a minha carreira universitária teve início em 1972 na
UFRJ, atuando como professor no mestrado de geografia, quando assumi a disciplina de “Teoria
de Sistemas”. Depois e mesmo durante esta fase atuei na PUC-RJ e na USP como professor de
disciplinas de gestão e elaboração de projetos. Neste contexto de mudanças também atuei na UERJ,
no início da década de 1990, no então mestrado de educação física que afinal não sobreviveu. Tais
mudanças sucessivas foram resultado de minha formação primeiramente na Escola Naval (Marinha
de Guerra) e depois na Escola de Educação Física do Exército, entidades que me envolveram em
atividades multidisciplinares antes de eu optar pela vida civil.
Mas hoje, após tantas experimentações, entendo que minhas maiores contribuições aconteceram
quando me dediquei à biometeorologia, partindo de uma das minhas várias formações no meio
militar, a meteorologia. Nesta área criei inovações, com impactos até hoje identificados. Por
exemplo, minhas publicações de pesquisa sobre efeitos da altitude, passadas cinco décadas, estão
sendo reabilitadas por terem alcançado o nexo da resiliência, uma capacidade inerente aos tempos
atuais com intensas variações climáticas e agressões aos entes humanos.
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Boletim Fronteiras do Conhecimento
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Por isso, almejo gerar novas pesquisas trazendo de volta a biometeorologia, mas a partir de problemas
identificados nos tempos presentes. Claro está que este retorno implica em abordagens também de
gestão das atividades físicas e esportivas com contribuições de outras disciplinas afins, sobretudo
história e filosofia.
CEED - Em termos de tecnologia e inovação, o que podemos destacar como sendo a atividade que mais merece ser abordada no nosso boletim?
Lamartine da Costa - Na minha área maior de interesse, eu estou concentrado atualmente na plena utilização da tecnologia nas intervenções profissionais e nos acessos oferecidos aos nossos grupos alvo. Sugiro, portanto, que o Boletim passe a promover os meios tecnológicos como um caminho para o futuro do exercício e do esporte. No próximo dia 25 de abril eu estarei promovendo no âmbito do Programa de Pós em Ciências do Exercício e do Esporte um Colóquio Brasil-Portugal sobre Tecnologia e Esporte, para o qual todos os docentes e discentes da UERJ estão convidados. Este convite naturalmente aplica-se a outras áreas de formação e de pesquisa.
CEED- Qual o impacto disso tudo para a sociedade?
Lamartine da Costa - Nos últimos anos o esporte, os exercícios físicos para a saúde, educação e lazer, tem se revelados como áreas de conhecimento transversal, agregando-se a diferentes disciplinas e temas de pesquisa. Esta integração tem se originado mais de demandas sociais e culturais do que de meros interesses institucionais. O que ocorre hoje com a diversidade de abordagens sobre a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro é um bom exemplo a citar. Portanto, se nós da UERJ promovermos novas formas de entender e praticar esportes em perspectivas multidisciplinares certamente isso produzirá uma melhor inserção social da nossa universidade.
COORDENADORIA DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS E DESENVOLVIMENTO
Rua São Francisco Xavier, 524, Térreo - Bloco F - Sala T100
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