“Copa do Mundo de 2014: planejamento, desafios e legado”
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João Alberto Viol
Copa do Mundo de 2014:
planejamento, desafios e legado
Regionais em SP, MG, RJ, BA, PE, PB, PR, RS, CE, GO, SC, ES e DF
Fundado em 1988
20 mil empresas em todo o país
Representa o setor de projetos,consultoria e gerenciamentode Arquitetura e Engenharia
Partindo de experiências internacionais, o Sinaenco sempre defendeu que a Copa seria uma excelente oportunidade para alavancar o desenvolvimento do país.
• O caso de Barcelona
- Projeto catalão começou a ser pensado cinco
anos antes da decisão do COI. Principal acerto: erguer o parque olímpico em uma região degradada – o leste da cidade, na zona portuária.
- Aumento do número de turistas de 1,7 milhão para 7,6 milhões por ano em Barcelona.
Desafios para o desenvolvimento
O exemplo de Londres
A cidade de Londres foi definida como sede da Olimpíada de 2012 em julho de 2005, começando imediatamente o desenvolvimento de seu master plan, cujo principal objetivo era o legado para a cidade.
Foram 3 anos de planejamento e projeto para, em 2008, ter início “the big build” – a grande construção.
Prefeito de Londres, Boris Johnson: “gerar o legado agora”.
Desafios para o desenvolvimento
A partir de um rigoroso master plan e de um inteligente envolvimento com a população local, o parque olímpico foi erguido na região leste da cidade.
O investimento total foi de R$ 24 bilhões, com economia de R$ 4,5 bilhões em relação ao previsto inicialmente.
O exemplo de Londres
Desafios para o desenvolvimento
Outubro de 2007
escolha do Brasilcomo sede da Copa
2008 Maio de 2009
escolha dascidades-sede
Janeiro de 2010
definição da matriz de responsabilidades e PAC da Copa
Maio de 2010
primeira obrade estádioContratada (Arena Fonte Nova)
Maio de 2012
1ª revisão da matriz de responsabilida-des
Dezembro de 2012
2ª revisão da matriz de responsabilida-des
E no Brasil, como foi o desenvolvimento da Copa?
Novembro de 2013
3ª revisão da matriz de responsabilida-des
A primeira matriz de responsabilidade, de janeiro de 2010, continha 99 projetos e previa R$ 23,528 bilhões em investimentos.
O Governo fez três revisões na matriz de responsabilidades.
A última matriz chegou a R$ 25,375 bilhões, mas foram excluídos projetos importantes e onerosos, como os monotrilhos de Manaus e São Paulo e o VLT de Brasília.
Os estádios sofreram a maior variação, com os investimentos aumentando R$ 2,348 bilhões.
O custo da Copa
Projetos Investimentos(R$)42 projetos
de mobilidade 8,024 bilhões
12 estádios 8,005 bilhões
13 aeroportos 6,280 bilhões
6 portos 587,3 milhões
Segurança 1,879 bilhão
Telecomunicações 404 milhões
Turismo 195,7 milhões
TOTAL 25,375 bilhões
Matriz de novembro/2013
O custo da Copa
Aspectos críticosCustos dos estádios
País-sedeCusto total
SedesCusto médio
das arenas
Nº de assentos
Custo por assento
África do Sul
R$ 3,27 bilhões 10 R$ 327
milhões 590.700 R$ 5.535,80
Alemanha R$ 3,6 bilhões 12 R$ 300
milhões 654.900 R$ 5.497,02
Brasil R$ 7,98 bilhões 12 R$ 665
milhões 676.400 R$11.803,08
Belo Horizonte Brasília Cuiabá Curitiba Fortaleza Manaus Natal Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador São Paulo
BRT Antônio Carlos / P edro I
Obras de acessibilidade
à Arena P antanal
Requalificação do terminal aeroporto
BRT Avenida Dedé Brasil
Corredor Estruturante Zona Norte –
Arena das Dunas
Viaduto da BR 408
BRT Cristiano Machado
Vias de integração radial metropolitana
BRT Avenida P aulino Rocha
Estação de metrô Cosme
e Damião
Corredor P edro II e obras
complementares
Requalificação rodoviária
Eixo via Expressa Raul
Barbosa
Terminal Integrado Cosme e Damião
Via 210
Requalificação corredor Marechal Floriano
VLT P arangaba /
Mucuripe
Corredor Via Mangue
Expansão da Central de Controle de
Trânsito
BRT – extensão da Linha Verde
BRT Norte / Sul
R$ 1,4 bi R$ 43,4 mi R$ 1,7 bi R$ 446,3 mi R$ 587 mi _ R$ 471,1 mi R$ 15,9 mi R$ 899,40 R$ 1,8 bi R$ 19,5 mi R$ 548,5 mi
P avimentação do entorno do Beira-Rio
Corredor Caxangá
BRT Transcarioca
Rotas de pedestres – Entorno da Fonte Nova
Corredor aeroporto/rodofe
rroviáriaBRT Área Central
VLT Cuiabá-Várzea Grande
Estações P adre Cícero e J uscelino Kubitschek
Eixo 2 – implantação
da via P rudente de
Morais
Acesso ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante
Criação de vias no
entorno do Beira-Rio
BRT Leste/Oeste
Revitalização no entorno do Maracanã
Microacessibilidade -
Entorno da Fonte Nova
Intervervenções viárias no entorno da
Arena Corinthians
Boulevard Arrudas/Tereza
Cristina – implantação de
corredor preferencial de ônibus
DF-047 – ligação
aeroporto-centro
Corredor Mário
Andreazza
Sistema integrado de
monitoramento
BRT Avenida Alberto
Craveiro
BRT e monotrilho
foram retiradas do cronograma
Aspectos críticos – atrasos nas obras de mobilidade
A falta de planejamento
Atrasos nas contratações das obras da Copa e do PAC deram
origem à medida emergencial.
A saída foi instituir o RDC – Regime Diferenciado de Contratações.
Instituindo em 2011 um regime emergencial, o governo deu mostras da falta de planejamento para a gestão do Mundial de 2014, cuja sede foi definida em 2007.
Aspectos críticos
• Falta de planejamento
• Dificuldades nos processos de contratação
• Projetos insatisfatórios
• Obras ruins
Onde erramos? O ciclo vicioso
Como fazer melhor? O ciclo virtuoso
São essenciais para o controle do empreendimento:
Gerenciamento (independente)
Projeto (independente)
Planejamento (decidir antes)
• Planejamento para definição de prioridades, cronogramas, modelagem, recursos e mecanismos de controle.
• Contratação de projeto completo para desenvolvimento de obras de qualidade, no custo e prazo previstos.
• Fiscalização e gerenciamento para o correto controle do desenvolvimento do empreendimento.
As boas práticas da arquitetura e da engenharia
Uma nova Lei de Licitações
A Lei 8.666 deixou de ser aplicada em sua totalidade e abriu brechas para a má contratação de projetos.
É urgente a necessidade de uma nova lei com a finalidade de atualizar procedimentos, corrigir omissões e recuperar os bons conceitos para a melhor gestão pública.
Apesar de tudo, o legadoMesmo com os atrasos das obras e sem um amplo planejamento, a Copa deixará importantes legados.
Mobilidade: Mundial acelerou investimentos em mobilidade urbana e o legado deve ultrapassar 2014.
Aeroportos: dos nossos 20 maiores aeroportos, 14 operam acima da capacidade desde 2010. A Copa se transformou numa oportunidade real de agilizar as obras no setor, ainda que muitas intervenções não fiquem prontas para o Mundial.
Imagem: Brasil será visto pelo mundo, o que deve ampliar significativamente o número de turistas no pós-Copa.
Tecnologia – Projeto: requisitos da Fifa buscam projetos mais sustentáveis, com utilização de novas tecnologias e novos materiais.
Tecnologia – Obra: prazo exíguo obriga a utilização de técnicas mais modernas e novos equipamentos na realização das obras.
Apesar de tudo, o legado
Legado: os estádiosSituação dos estádios
em 2007Situação dos estádios
em 2013
- O legado não deve ser pensado apenas em função das obras que foram e ainda serão erguidas, pois estas de fato existem e são bem-vindas.
- É imperativo que nos detenhamos sobre o que mais poderia ter sido alcançado com essa grande oportunidade que o país conquistou: uma renovação na maneira de olhar e pensar nossos empreendimentos, com um planejamento de longo prazo.
- Esta é a maneira de evitar atrasos, desperdícios de recursos, obras paralisadas e inutilizadas num futuro próximo. Com planejamento, podemos também fazer as escolhas mais acertadas para o nosso projeto de nação.
O legado da Copa poderia ser maior?
• Implementar a cultura do planejamento em substituição à cultura vigente de adiamento de decisões e precipitação na execução de obras condicionadas ao calendário eleitoral.
• Reconhecer e valorizar o projeto de engenharianas suas distintas etapas: estudo de concepção e de viabilidade; projeto básico; projeto executivo o u completo.
• Reconhecer e valorizar o gerenciamento comoindutor de eficácia e instrumento de controleinterno na implantação de empreendimentose como ferramenta no combate à corrupção.
Medidas essenciais