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Uma publicação trimestral do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XVIII- 70 - 2004 EXEMPLAR DE ASSINANTE VENDA PROIBIDA CORAÇÃO DE ESTUDANTE PÁGINAS DE AMOR A VIDA CASOS, FATOS & FOTOS O QUE VEM POR AÍ? COM O PÉ NA ESTRADA CHOCOLATE: MEU BEM, MEU MAU

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Uma publicação trimestral do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XVIII- 70 - 2004

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Agenda02

Publicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes.Rua Alexandre Dumas, 1976,

Chácara Sto. Antonio. CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097Diretor da publicação Alcides Barrichello

Coordenação: Márcia Camargo de OliveiraJornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)

Revisão: Solange EiraDesign e Editoração: Planta Propaganda e MarketingAs matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.

Tiragem: 100 mil exemplares.

EDITORIAL

EXPEDIENTE

Ajudando as pessoasa viverem vidas saudáveis

DE 23 A 25 DE JULHO

9º Congresso BrasileiroMultidisciplinar eMultiprofissional em DiabetesPromoção da ANAD –Associação Nacional deAssistência ao Diabético.Local: UNIP – UniversidadePaulista. Av. Marquês de SãoVicente, 3001, São Paulo, SP.Informações pelotelefone. (11) 5572-6559 e5572-7138.www.nada.org.br/[email protected]

DIA 30 DE MAIO

Corrida para Vencer o DiabetesLocal: Parque Moinhos de Vento -Porto Alegre, RSPromoção do Instituto da Criançacom DiabetesInformações: ICD,telefone (51) [email protected]

Isto não se aprende na escola...Esta edição do BD Bom Dia traz, como em tantas outras, vários aspectosrelacionados à educação em diabetes.

A diferença está na forma de apresentação.

Ao invés de conter somente algo mais convencional, este númeroapresenta casos de portadores de diabetes e algumas situações queeles enfrentaram e que normalmente não são encontradas nos livrostradicionais a respeito de diabetes.

São exemplos que podem ser transmitidos no dia-a-dia mas que fogemdo convencional e que a revista se preocupou em coletar, possibilitandoo intercâmbio entre pessoas que sequer conhecem nossos leitores.

Este é o objetivo fundamental desta publicação, qual seja, promover adisseminação de informações, das mais tradiconais e científicas até asmais simples, mas que podem ser fundamentais na rotina diária.

Este é o espírito de outra seção da revista, onde o trabalho de umavida de duas senhoras, Vera e Irací, tem como objetivo difundir suasexperiências como portadoras de diabetes, seus medos, incertezas evitórias, pois, como diz um dos poemas que ilustra a matéria, “ser feliznão é difícil, é só a gente querer”.

Se o leitor julgar que os demais artigos da revista são menosimportantes, somente porque não foram destacados, estará cometendoum erro.

O fato é que o que foi mencionado mostra o quão produtiva e dinâmicapode ser a vida do portador de diabetes, e o quanto ele pode construirindependente de seu nível social ou cultural.

Todos podem aprender e ensinar quando o assunto é diabetes.

Basta não se entregar!

Como diz Iraci em sua entrevista, “na minha vida não há lugar para atristeza”.

Pense nisto enquanto você estiver fazendo sua leitura.

Alcides BarrichelloDiretor de Marketing

Consumer Health Care - SLA

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Em fevereiro reiniciou-se a rotina escolar e para quem tem diabetesisso representa sempre algo a mais. Principalmente para os novatos,ou seja, as crianças ou jovens recém diagnosticados e que enfrentamuma nova situação. Para os pais desses alunos, o diabetes e a escolasignificam um novo desafio.A ADJ mantém parcerias com os estabelecimentos de ensino de SãoPaulo. Segundo a diretora executiva da associação, Graça Maria deCarvalho Câmara, a primeira coisa que os pais devem se preocuparem relação às escolas é escolher uma que seja de confiança naformação educacional e profissional dos filhos. “É um erro tentarencontrar um estabelecimento especialmente dedicado a alunos comdiabetes.Na visão de Graça, que tem diabetes tipo 1, assim como seus doisfilhos, os pais devem dialogar com os diretores e professores doestabelecimento para mostrar-lhes o que é o diabetes e como lidarcom ele. “O aluno com diabetes, por sua vez, tem que estarsuficientemente educado sobre o assunto para poder lidar sozinhoem qualquer situação”, comenta.Para a nutricionista e coordenadora de educação da ADJ, AlessandraSouza, havendo a aproximação entre os pais de alunos com diabetese os seus professores, em pouco tempo as dúvidas vão seesclarecendo. “E isso ocorre sem necessidade de excesso de zelo porparte dos pais”, observa. Afinal, não há lógica em ligar toda horapara o colégio a fim de saber se a criança está descompensada, ouse a filha fez o teste de glicemia como prescreveu o médico, ou se ogaroto precisou tomar um lanche extra depois da aula de educaçãofísica... Isso é muito chato e atrapalha o desenvolvimento da criançaou do adolescente, que passa a se acostumar com o tratamentosuper protetor.Veja a seguir algumas recomendações aos pais para que seus filhostenham o máximo aproveitamento escolar.

MerendaNo caso de ser uma criança, o lanche deve variar todos os dias. Oimportante é incluir uma fonte de carboidrato que pode ser umpãozinho, uma bisnaguinha ou alguns biscoitos que não tenhamrecheio doce. Inclua também uma fonte de proteína, presente emqueijo ou no leite. Um lanche extra é imprescindível para combateruma eventual hipoglicemia. É importante explicar na escola a funçãodeste lanche extra que pode ser um sanduíche, uma fruta ou bolachas.Como complemento, sempre é bom levar alguns tabletes de açúcar,balas ou qualquer coisa que tenha glicose para ser ingerida se aglicemia cair demais (evite chocolates pois são muito calóricos).Algumas escolas fornecem a merenda. Nessa situação, é interessanteos pais verificarem o que é servido. Se observarem que o lancheoferecido pela escola é muito rico em carboidratos e inclui doces, épreciso explicar ao estabelecimento a importância de uma

Coraçãode estudante

alimentação balanceada e que o filho segue uma alimentação livrede açúcar. Se a escola não puder preparar uma merenda adequada,substituindo os alimentos ricos em carboidratos por outros maissaudáveis, é melhor o aluno levar sua própria refeição de casa.Há dois anos, os projetos de Lei números 13205 de 09/11/2001 e13285 de 09/01/2002 foram aprovados pela Câmara Municipal deSão Paulo, determinando a obrigatoriedade das escolas e creches amanterem alimentação diferenciada aos alunos com diabetes namerenda escolar. Em função disso, a ADJ elaborou um manual paraorientar as escolas no preparo de merendas adequadas a esses alunos.O manual está à disposição dos pais e estabelecimentos de ensinona ADJ (telefone 3675-3266).

HipoglicemiaAs crises hipoglicêmicas geram grande preocupação, principalmentequando se trata de uma criança muito pequena que ainda não estejapreparada para lidar com o problema. “A escola não precisa montaruma enfermaria só para cuidar desses casos. Basta que a direção eos professores sejam orientados pelos pais sobre o que é ahipoglicemia e como tratá-la”, explica Graça.É importante que o aluno leve sempre consigo o monitor de teste deglicemia para a necessidade de se confirmar uma hipoglicemia.Também não deve faltar o já citado lanche extra, além de sachês deglicose, torrões de açúcar ou balas. “Os sintomas da hipo e dahiperglicemia às vezes se confundem. Portanto, se não há comoidentificar com um teste de glicemia, é melhor dar algo para o alunocomer e em seguida encaminhá-lo imediatamente a um posto desaúde para verificar a glicemia e tomar as providências necessárias”,recomenda Alessandra.

Aplicações de insulinaPara que não coincida com os horários das aulas, o esquema deaplicações de insulina deve ser revisto e ajustado pelo médico. “Oideal é que o aluno não precise tomar insulina enquanto estiver naescola”, observa Graça. Porém, se o estudante estiver num quadrode descompensação e as aplicações sejam necessárias, é melhorfazê-las num momento adequado, seja no horário do lanche ou nosintervalos entre as aulas. Outra recomendação é escolher um localtranqüilo onde o aluno possa lavar as mãos, preparar a dose e fazera aplicação com toda a tranqüilidade que o procedimento requer.Importante: diariamente, a insulina assim como todo o material paraaplicação deve ser levado num estojo, pochete ou bolsa própria sópara isso.

DE VOLTA ÀS AULAS 03

Alessandra e Graça

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Saúde escolar emRondonópolis temeducação em diabetes

MonitorizaçãoAssim como nas aplicações de insulina, épreferível que a monitorização de rotina seja feitaapenas em casa. No entanto, alguém da escoladeve estar preparado e treinado para esta tarefa.As famílias que não têm recursos para adquirirum monitor ou tiras de testes de glicemia devemprocurar ajuda no posto de saúde mais próximodo estabelecimento de ensino. “No entanto, éfundamental que o aluno consiga ter oequipamento e o material para fazer aautomonitorização”, assegura Alessandra.

Aulas de educação físicae excursõesNão é porque tem diabetes que o aluno deveficar de fora de qualquer atividade regular daescola. É importante que esse estudantefreqüente as aulas de ginástica e participe dosjogos esportivos. Só em casos de hipoglicemiaou hiperglicemia não se deve praticar atividadefísica. “É muito importante que o estudanteparticipe dos passeios, viagens e excursõesorganizados pela escola, para não sofrerdiscriminação”, observa Graça. Sempre que sairnesses passeios, o aluno tem que contar com oapoio do colega. “Basta orientar o companheirosobre o que fazer quando houver um problemaque exige uma solução rápida, como umahipoglicemia”, finaliza Alessandra.É isso aí moçada: vamos estudar bastante porqueo Brasil precisa de vocês!

DE VOLTA ÀS AULAS04

Um bom exemplo de parceria com objetivo de levar educação em diabetes àsescolas é o trabalho realizado pela Secretaria de Saúde e Secretaria de Educaçãodo Município de Rondonópolis, cidade com cerca de 158 mil habitantes, localizadaa 210 km de Cuiabá (MT).Essa iniciativa vem sendo desenvolvida há cerca de 4 anos, quando a dra. IvonêsReck de Mendonça ingressou no Programa de Saúde da Família (PSF)-CAIC. Juntocom os professores e a comunidade local, a dra. Ivonês e os profissionais de saúdedo PSF promovem exposições, apresentações teatrais e concursos para os alunos,sempre tendo como tema a alimentação saudável e a prática de exercícios físicosna prevenção do diabetes.Nas comemorações do Dia Mundial de Diabetes (14 de novembro) em 2002, aaluna da 4a série do CAIC , Ellen Souza do Espírito Santo, venceu o concurso sobrea importância da boa alimentação na prevenção do diabetes, com o inusitadoRap da Diabete. No concurso de 2003, um dos vencedores do concurso foi Josianeda Silva Ferreira, que apresentou um desenho com o título Alimentação Saudável.Ela está na 6ª série e faz parte do Projeto Olho Vivo. Como prêmio ela recebeuuma bicicleta da BD, entregue pelo executivo de vendas David Soares.Na visão da dra. Ivonês o trabalho realizado nas escolas de Rondonópolis podeservir de modelo para outros municípios com o mesmo perfil. “A escola é umagente de transformação da sociedade. Se educarmos as crianças sobre osbenefícios da alimentação saudável e dos exercícios físicos, elas transmitirão taisensinamentos aos seus pais, irmãos e outros membros da família, colaborandopara o controle e prevenção de alguns problemas de saúde”, acredita.Para saber mais sobre os projetos em diabetes da Secretaria de Saúde e da Secretariade Educação do Município de Rondonópolis envie e-mail para:[email protected] / [email protected]@terra.com.br

Josiane de camiseta azul, está ao lado da dra Ivonês; David, executivo de vendasBD; Mariúva Valentin Chaves, coordenadora do Departamento de Ações

Programáticas da SSMR e Laura Alves Souza, enfermeira da Secretaria da Saúde.

Dra. Ivonês

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Páginas de amor à vida “Na época em que meu companheiro se aproximou de mim, vigoravam tabus e acrença de que a mulher diabética não podia casar e engravidar, pois a criança nãovingaria e a mãe morreria. Que conseqüências tais comentários produziriam em pessoasdiabéticas, que sonhassem, desde tenra idade, em serem mães?”

Este é um trecho do livro “40 Anos de Companheirismo”, deautoria de Vera Maria Alcântara Puggina. No caso, o companheiroa que a autora se refere é o diabetes. É o relato de uma gaúcha dePelotas que aos 11 anos de idade foi diagnosticada com DiabetesMellitus tipo 1 e, que ao atingir a idade adulta, compreendeu quesua luta para manter a saúde poderia servir de exemplo para outraspessoas. “Como eu sempre gostei muito de escrever, depois queme aposentei, resolvi colocar minha vida num pequeno livro e, doá-lo às pessoas, foi a melhor forma que encontrei para ajudar a quemtem diabetes”, explica.Vera descreve as várias situações em que tentou ignorar os cuidadospara manter o diabetes sob controle.“Comecei a furtar alimentos. No princípio eram as frutas de que eugostava muito e cuja quantidade era cotizada. Depois o arroz, ofeijão, a massa e, finalmente, o vilão de tudo – O DOCE. Ah! Deusmeu, quanta ignorância! Mas, naquela época, eu assim não julgava,achando-me, até, super-inteligente! Quando voltava ao consultóriomédico para fazer exames, aí sim, é que o medo tomava conta demim e aumentava quando o exame ficava pronto e retornavamcomigo ao consultório. O cômico é que, em minha santa inocência,acreditava piamente, que nem o médico nem os meus familiaresdescobririam meus furtos, ainda que EU, aqui no meu interiorsentisse-me super culpada e sofresse momentos cruéis: por estarenganando meus pais e irmãos, que se preocupavam com minhasaúde e lutavam, e muito, para cobrirem os gastos de manutençãoda dieta, dos medicamentos e das consultas...”A escritora reconhece a importância de sua família que, em todosos momentos difíceis, sempre esteve ao seu lado. O maridoHenrique, seu grande apoio, é apresentado no livro como umpersonagem fundamental na vida da escritora. “Ele está sempreatento e gentil, sempre solícito a me levar aonde eu necessite ir,

Vera Puggina

que com sua paciência de Jó entendeas mudanças de meu temperamentohipoglicêmico”.Um dos trechos de grande emoçãoem “40 Anos de Companheirismo”é o que descreve o nascimento dafilha do casal. Foi um momentovitorioso na vida de Vera, principal-mente por ter perdido um bebê emsua primeira gestação. “Se ao geraroutras vidas a mulher é abençoadapela graça divina, tenho a certezaque, durante o nascimento de cadauma dessas vidas, o Criador e MariaSantíssima seguram nossas mãos e

compartilham de nossa felicidade e da emoção que só as mãessão capazes de sentir nesse momento. Foi com essa emoção,indescritível, que assisti, atenta e bem acordada, o nascimento denossa querida, esperada e amada BEATRIZ”.Com a divulgação da obra no Diário Popular, jornal de Pelotas,Vera passou a receber inúmeros pedidos de seu livro que hoje jávai para a 5a edição. Ela vem contando com o apoio da Pro-Reitoriade Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas-UFPel.“Jamais imaginaria que meu livro teria tanta aceitação assim. Issome deixou muito feliz e até está fazendo bem à minha saúde, poisé um estímulo para continuar escrevendo”, diz. Entre em contatocom Vera Maria Alcântara Puggina, enviando carta para a RuaTiradentes, 1849, Centro, Pelotas, RS, CEP 9601-160. O e-mail daescritora é: [email protected]

Versos sábios“O diabético controlado não passa sufoco nãoInclua na sua dieta abacaxi, laranja e melãoApesar das restrições, tudo podemos fazerSer feliz não é difícil, é só a gente quererCom a ajuda de Deus podemos na vidavencer.”“Diabetes é um mal que não tem curaaquele que não se cuidar ela leva à loucura...Eu, porém, faço a minha dieta direitinha,É mentira.Só não posso chegar perto da cozinhaprincipalmente se tiver torrando umagalinha.”

05GENTE QUE FAZ

Os versos de Irací Cortez Inácio expressam o amor dapoeta pela vida, com conselhos, alertas e mensagensde estímulo para enfrentar os desafios de cada dia. Suaarte retrata a sabedoria popular com pura emoção. Emalguns momentos há inconformismo, noutrosresignação, sempre com uma pitada de bom humor.“Alerta aos Diabéticos” é o primeiro livro dessa poetade Natal (RN) que hoje está com 63 anos e há quase 4décadas convive com o diabetes.Antes de trabalhar em seu livro, Irací pensou em gravarum CD no qual seus poemas seriam apresentados emforma de canção. Pode-se considerá-la uma trovadora,pois a poesia que cria é declamada com melodia. “Comoprojeto do CD ainda não vingava, meu médico, o dr.Francisco Lima sugeriu que eu publicasse as poesias numlivro” relata.

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06 GENTE QUE FAZ

BD Ultra-Fine

Comprimento: 12,7mmCalibre: 0,33mm (29G)Ideal para adultos que estão acimado peso (IMC acima de 25)

BD Ultra-Fine III (curta)Comprimento: 8mmCalibre: 0,25mm (31G)Indicada para crianças,adolescentes e adultos magros(IMC até 25)

BD Ultra-Fine III (mini)Comprimento: 5mmCalibre: 0,25mm (31G)Indicada para crianças,adolescentes e adultos magros(IMC até 25). Dispensa arealização da prega cutânea.

• Segurança – embalagens individualizadas com protetores interno e externo da agulha garantem proteção e esterilidade.• Conforto – são as agulhas mais finas disponíveis no mercado É totalmente siliconizada proporcionando deslizamento

suave e contínuo, prevenindo o desconforto nas aplicações.

Compatíveis com todas ascanetas disponíveis nomercado brasileiro

Recomendação: não reutilize agulhas descartáveis.

Por ser semi-alfabetizada, Irací precisou da ajuda dos filhos Joselito, Francisca e Joselita,da sobrinha Risoneide, além das amigas Mirtes e Zeleide. Enquanto ia declamando, osseus colaboradores anotavam os poemas para depois digitá-los no microcomputador.Assim, a energia dos versos serviu para unir as pessoas em torno de um objetivo: apublicação do livro. Ela ainda contou com o apoio cultural do vereador Jorge Araújo e dojornalista Abmael Filho, que se encarregou da divulgação do trabalho da poeta na TVPonta Grossa, do Rio Grande do Norte.Uma presença recorrente em “Alerta aos Diabéticos” é a mãe da poeta que se chamavaMaria Nunes Cortez. Num dos poemas, Irací a homenageia com os estes versos:

“Minha mãe teve 14 filhos / Quando ela partiu / Deixou 9 usineiros / Só que oaçúcar que fabricamos / É o açúcar vermelho.

Em qualquer lugar por onde passa, Irací acaba sendo querida por quem a conhece. Esseafeto ela conquista por expressar felicidade e bom humor, apesar dos problemas queenfrenta. “Na minha vida não há lugar para a tristeza”, afirma.Quem quiser se corresponder com a poeta, basta enviar carta ao seguintes endereço:Rua Monjolos, 4353, Conjunto Pirangi, Bairro Neópolis, Natal (RN), CEP 59089-390.

Iraci Cortez Inácio e Luciano CavalcantiFilho, executivo de vendas BD.

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07REPORTAGEM

Desafiando os deuses dos AndesDesde pequeno, esportes e aventuras fazem parte da vida de Alexei Angelo Caio. Quandomenino praticava judô e natação. Hoje, com 29 anos é adepto de modalidades bem diversas:trampolim acrobático, ciclismo, aiki-dô, corrida pedestre, tai-chi-chuan, kung-fu ... ufa! “É, eugosto de chacoalhar bem o esqueleto”, admite o rapaz.Outra atividade que ele adora é o treking, longas caminhadas por trilhas naturais. No verão de1999 ele se preparou para uma caminhada pela trilha do Parque Nacional de Torres Del Paines, quefica ao sul da cordilheira dos Andes, no Chile. A empreitada consistia em caminhar sozinho cercade 80 km em 8 dias, circundando o Cerro Torres, uma cadeia de montanhas onde se destacam trêsenormes agulhas de pedra que sobem verticalmente a mais de 2 mil metros de altura. Embora aspaisagens sejam deslumbrantes, com geleiras multicoloridas e visões panorâmicas de tirar o fôlego,

o ambiente é bem inóspito, principalmente devido às chuvas, o frio intenso mesmo no verão e aaltitude. Isso sem falar na fauna do lugar. Lá vive o famoso leão-da-montanha, ou puma para os mais

íntimos da fera.Mesmo estando muito bem preparado para a jornada, Alexei não imaginou que aquela seria a maior e

mais perigosa aventura de sua vida. As condições climáticas nos primeiros 3 dias de trilha pela PatagôniaChilena até que estavam bem satisfatórias. Mas no dia seguinte São Pedro não quis mais colaborar e

mandou ver: primeiro chuva, depois muito vento e neve, toneladas de neve. “Para um brasileiro como euque vive num país tropical, caminhar por camadas de um metro de neve fofa, com uma mochila de 30

quilos nas costas, sem ter o equipamento e o conhecimento necessário, seria muito arriscado continuar emfrente”, explica.

A situação desfavorável fez com que decidisse voltar por onde tinha vindo. Ele já havia coberto praticamentemetade do caminho e seu objetivo era apenas fazer um treking ao redor do Cerro Torres e não entrar numa

gelada que poderia não ter retorno.Na volta, o viajante solitário ainda teria de enfrentar a fúria dos deuses dos Andes, que lhe mandaram uma

terrível tempestade de neve e vento. No final da tarde do quarto dia de caminhada, ele começou a sentir o efeitodo frio intenso. Para piorar a situação uma leve hipoglicemia começou a se manifestar. Imediatamente, Alexei

escolheu um local para acampar e, antes que perdesse a consciência, conseguiu montar sua barraca e pular dentropara comer alguma coisa. “Depois que me acalmei e percebi que tinha controlado a hipoglicemia, vesti roupas

secas, me aqueci o máximo que pude e dormi”, conta.Foi um sono curto. Por volta da meia-noite, Alexei acordou assustado com as fortes rajadas de vento que tentavam

arrancar sua barraca do chão. Os ventos da Patagônia são famosos por levar embora tudo o que estiver na frente. “Acada rajada, a barraca tremia feito gelatina e até achei que estava sendo arrastado pelo vento. Passei a noite toda

segurando a barraca para ela não decolar”, lembra. Felizmente, a tempestade abrandou no final da madrugada.Na manhã seguinte, Alexei tomou seu desjejum de chocolatecom leite em pó, castanhas, pão e frutas secas. Depois de medira glicemia e tomar sua mistura de NPH com insulina de açãorápida, decidiu levantar acampamento e sair rapidinho dali.Mesmo naquela temperatura negativa, a insulina não estragou eo monitor de glicose continuou funcionando. “Eu mantive omaterial de aplicação e monitorização junto ao meu corpo durantetodo o tempo e isso evitou que a insulina e o glicosímetrocongelassem. Aí sim, eu estaria em maus lençóis”, comenta.Alexei afirma que enfrentou tudo isso sem medo. “Foi o maiorsufoco da minha vida, mas também serviu como um superaprendizado sobre como agir em situações extremamentecríticas”, diz. Para ele, ficou aquele gostinho de desafio maior.

“Ainda voltarei ao Parque Nacional de Torres Del Paines etenho a certeza que nessa próxima vez, farei a trilha

completa”, garante.Desde já, estamos torcendo para o aventureiro. ¡Que

te vaya bien! ¡Suerte!

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CASOS08

As aparências enganam

Em meados do ano passado, Mark Thomaz Ugliara Barone participou do Acampamento do Centro deDiabetes Joslin, nos Estados Unidos. Após um mês de trabalhos e atividades educacionais no tradicionalacampamento, ele teve a oportunidade de esticar sua viagem até Boston para um curso intensivo deinglês. Nada mau, mais um mês na terra do Tio Sam! O problema é que seu estoque de insulina estava nofim e o que lhe restava daria para pouco mais de uma semana.Nos EUA a insulina só pode ser adquirida nas drogarias mediante a prescrição de um médico americano.A única receita que ele possuía era a que havia levado do Brasil. Ele tentou se informar como conseguiruma receita médica para aquisição de insulina. Ninguém conhecia um médico disposto a ajudar.Mark foi ficando cada vez mais ansioso com a situação. A única solução seria ligar para sua família noBrasil e pedir que lhe enviassem a insulina. “A dúvida era se a insulina chegaria em bom estado, poispoderia ser transportada no compartimento de bagagens do avião, onde a temperatura geralmente émuito baixa e isso poderia estragar a insulina”, diz.Os dias passavam e nada da insulina chegar. Para seu espanto, descobriu que a remessa tinha sido mandadapara um número errado. “Todos os dias eu ia à casa aonde a insulina tinha sido postada. Porém, pareciaque não tinha ninguém morando lá. Eu até coloquei uma carta por baixo da porta pedindo para entrarem em contato comigo caso chegasseuma remessa vinda por engano do Brasil”, explica.Como última tentativa, ele mandou um e-mail ao Centro de Diabetes da Joslin relatando seu drama. No dia seguinte, veio a resposta paraque ele comparecesse à entidade onde seria atendido pela mesma médica que havia trabalhado no acampamento. Foi assim que eleconseguiu a prescrição para comprar a insulina.Quando retornou ao Brasil, recebeu em sua casa uma caixa contendo frascos de insulina. Na etiqueta do correio, a informação de que odestinatário não fora encontrado. “Meu erro foi não ter levando insulina extra. Aprendi a lição e nas próximas viagens levarei váriosfrascos a mais”, garante.

Desencontros na terra do Tio Sam

Alguns sinais de hipoglicemia são clássicos: tremor, fraqueza, fome, suor frio e nervosismo. Àsvezes, o problema também provoca sonolência, dificuldade de raciocínio, confusão mental,agressividade e desmaio. Em Juliana da Silva Souza, as crises de hipoglicemia provocam ataquesde riso.Tudo bem que ela é uma moça bastante alegre, extrovertida e espirituosa. Mas, já houve ocasiõesem que ela ficou numa verdadeira “saia justa” por causa das tais risadas incontroláveis. “Às vezesestou com meus amigos e caio na gargalhada sem ter nada a ver. Quem me conhece já sabe oque é e me dá algo com açúcar para comer”, explica.Sempre que ocorrem esses acessos de riso, ela tenta se controlar. Porém o grande esforço que

faz para conter a risada a deixa mais nervosa e aí não tem jeito: Juliana dispara o riso.A pior situação que enfrentou por causa de uma crise de “hipoglicemia hilariante” foi no metrô. “Eu estava voltando de uma reunião e eraquase hora do almoço. O trem não estava cheio e na minha frente havia um rapaz, muito na dele. Aí, a coisa começou”, conta. No começo,foi um risinho que ninguém percebeu. Mas não deu para segurar muito tempo e, de repente, estava rindo incontrolavelmente, ao mesmotempo em que olhava para o rapaz. “Talvez ele tenha pensado que eu estava lhe paquerando ou coisa desse tipo. Ficou uma coisa ridícula”,lembra. Felizmente, teve um lampejo de consciência e percebeu que havia chegado na estação onde tinha de descer. Ao deixar o trem, aindaolhou para o rapaz. “Coitado, ele estava com a maior cara de ponto de interrogação”, conta. Antes de sair da estação, Juliana ingeriu umsachê de glicose, aguardou alguns minutos sentada e fez um teste de glicemia (estava com 56 mg/dl). Assim que se restabeleceu, saiu paraa rua e foi almoçar. “Tenho que ficar mais atenta para evitar as hipoglicemias e não dar novos vexames”, admite. Realmente,Juliana, o caminho é por aí. A vida tem seus altos e baixos e rir faz bem à saúde.

Rir é mesmo o melhor remédio

Diagnosticada há pouco mais de 1 ano, Andréa Scholl já tem um punhado de histórias insólitaspara contar. Estudante de Direito e dona de uma certa veia literária, ela decidiu escrever um livropara contar suas experiências com o diabetes. Leia a seguir uma das histórias que farão parte deseu livro.Era um dia ensolarado, aliás, muito propenso para se fazer um churrasco no clube, em família.Comemorávamos o aniversário de minha cunhada. Como de praxe em datas comemorativas, elarecebeu um buquê de rosas vermelhas de uma amiga. E agora? Onde colocá-las sem o risco deestragá-las? Imediatamente improvisaram uma panela velha para servir de vaso. Colocaram nocanto de uma mesa com comidas. O que tinha na mesa? Um prato fundo com farofa, as sobras deum frango numa bandeja, uma garrafa de pinga e alguns pães e bananas soltas.

As aparências enganam

REPORTAGEM

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CASOS 09

É muito irritante quando não encontramos alguma coisa que necessitamos desesperadamentenaquele exato momento. Principalmente quando se está entrando numa hipoglicemia e não hájeito de achar uma balinha ou aquele pedacinho de doce reservado para uma emergência. AdaVerônica da Silva Maciel já passou por um apuro desses e por sorte não se deu mal.Aconteceu no dia em que ela saiu de seu serviço para buscar sua filha Verônica na escola. “Adistância entre o local de trabalho, a escola e minha casa era pequena, mas eu achei melhor ir decarro para ganhar tempo pois estava com pressa. Assim que peguei minha filha e a coloquei noassento traseiro do carro, antes mesmo de dar a partida no motor, comecei a sentir os efeitos dahipoglicemia”, lembra.Bem que ela procurou e procurou dentro de sua bolsa alguma fonte de glicose para elevar o níveldo açúcar. “Parecia que o sachê de glicose que tinha guardado havia criado pernas e fugido dabolsa”, diz.Meio confusa, Ada cometeu o erro de sair dirigindo em plena crise de hipoglicemia. “Eu guiava ocarro sem a menor idéia do que estava acontecendo. Devo ter avançado alguns faróis vermelhos epor muita sorte não provoquei um acidente que poderia resultar numa tragédia”, confessa.Algum alarme interno deve ter soado em Ada, pois num dado momento ela conseguiu identificar uma farmácia e parar o carro noestacionamento. “Estava bastante confusa e pedi ao balconista da farmácia um pouco de açúcar para ingerir. Ele perguntou o que eu tinhae eu tentei explicar”, relata. Bastou ela dizer que tinha diabetes para o funcionário da farmácia se negar terminantemente a dar-lhe algo doce.Ada quase teve um ataque de nervos diante da intransigência do rapaz, mas conseguiu controlar-se e sair correndo em direção a um botecoali da esquina, onde pediu um refrigerante não dietético. “Foi a minha salvação”, afirma.Solidário, o dono do barzinho ainda levou mãe e filha para casa no automóvel de Ada. “Depois que chegamos em casa e me restabeleci, abria minha bolsa e o que foi que encontrei? O tal do sachezinho de glicose que sempre guardo para combater as hipoglicemias”, conta. Ela dizque agora anda mais atenta para não deixar os sachês de glicose “fugirem” de sua bolsa.

Eu estava perto dessa mesa e por lá permaneci. Algum tempo depois, comecei a tremer, fiquei pálida, parecia que estava em transe, fora demim. O desespero era tanto que arranquei a banana da mão da tia do meu noivo e comi compulsivamente.Todos ficaram perplexos, até perguntaram de qual religião eu era. Por que perguntaram isso? Ora, eu estava perto de uma mesa, que tinharosas vermelhas dentro de uma panela, um prato fundo com farofa, uma garrafa de pinga, um frango quase inteiro e eu ainda por cimatremendo. O que parecia? Uma sessão de despacho num terreiro. Mas, é claro que não era isso, gente, era apenas uma crise de hipoglicemiapor eu ter tomado dose a mais de insulina.“Isso tudo aconteceu porque eu só tinha 3 meses de diagnóstico de diabetes, não dominava ainda bem o preparo da insulina. Além disso,poucos sabiam sobre o meu diabetes, por isso, confundiram a cena e acharam que eu estava ‘pegando santo’. No fim, todos caíram nagargalhada, pois realmente parecia uma mesa de despacho.”

Anos atrás, Ariane Gomes Moreira gostava muito de freqüentar as quadras de escolas de samba de SãoPaulo, especialmente a quadra da Gaviões. Seu irmão, Rodrigo, era colaborador da comissão organizadorada escola e a garota vivia pedindo a ele para conseguir uma vaga no desfile do sambódromo.Havia a possibilidade de desfilar de graça, inclusive sem ter que pagar a fantasia, pois na hora “H” semprefaltava gente. Sorte de Ariane, que graças ao irmão, conseguiria desfilar na ala das pessoas que trabalhavam

na escola.No Carnaval de 95, Ariane estava só com 13 anos. Havia dois anos que tinha sido diagnosticada e sabia muitopouco sobre o que era ter diabetes. Momentos antes da escola entrar na passarela do samba, a menina começoua se sentir meio esquisita e saiu da ala onde deveria desfilar. “Não sei o que me aconteceu, mas lembro que

alguém me deu um suco de frutas para beber. De repente, alguém me chamou e perguntou se eu queiradesfilar num dos carros alegóricos. Tinha apenas que provar um par de sandálias de passista e, se servissem,poderia subir no carro alegórico. E não é que os sapatos serviram? Para melhorar, eu já estava me sentindomuito bem novamente. Enquanto isso meu irmão estava desesperado me procurando”, conta.Quando começou o desfile, alguém avisou o Rodrigo: “Olha lá, olha lá onde sua irmã está!”. Ele quase

perdeu a fala ao ver Ariane saracoteando em cima do carro. “O Rodrigo teve de sair correndo para se juntar àsua ala, que era uma das últimas da escola. Mais um pouco e ele desfilaria na ala dos garis”, lembra a moça. Elá ia ela, bela e feliz, cantando e gingando nas sandálias de prata, em cima do carro alegórico para todo mundover e aplaudir. Naquele ano, a escola de samba Gaviões sagrou-se campeã do primeiro grupo do carnavalpaulista.

Vestiu a sandália de prata e saiu por aí

Doce fujão

REPORTAGEM

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O que vemde bompor aí ?

Um grupo de cientistas brasileiros participado grande projeto internacional que pesquisanovas formas para o controle da glicemia ede esquemas de transplante celular quepossibilitem a cura do diabetes. Diversosestudos e protocolos realizados comvoluntários portadores de diabetes tipos 1 e2 no Brasil estão sendo desenvolvidos noCPClin-Centro de Pesquisas Clínicas, umaorganização instalada em São Paulo eintegrada por uma equipe multidisciplinar deprofissionais de saúde.

Um dos protocolos estabelecidos no CPCliné o que pesquisa a insulina inalada, sob opatrocínio de alguns laboratóriosfarmacêuticos. Segundo o diretor do centroe chefe do Departamento de Endocrinologiado Hospital Heliópolis de São Paulo, dr. FreddyGoldberg Eliaschewitz, a pesquisa da insulinainalada encontra-se na fase 3. Isso significaque o processo atravessa uma etapa deavaliação e segurança do produto, cujosresultados serão encaminhados às agênciasregulatórias como o FDA (Food and DrugAdministration) dos EUA e a Anvisa (AgênciaNacional de Vigilância Sanitária) do Brasil.“Nossos estudos já demonstraram que ainsulina inalada é eficiente. Agora estamosinvestigando se, em longo prazo, ela é segurapara a função pulmonar”, observa o médicoe cientista.

Outra linha de pesquisa em evolução, da quala equipe clínica do CPClin participa, é a quevisa a cura do diabetes através do transplantede ilhotas de Langerhans. Esta já é umaproposta bem mais ambiciosa e conta como trabalho voluntário de uma equipe decirurgiões, endocrinologistas, bioquímicos,nutricionistas, farmacêuticos, além de outrosprofissionais. Há pouco mais de um ano, odr. Freddy, que também é coordenador doPrograma Brasileiro de Transplante de Ilhotasde Langerhans, realizou com sua equipe oprimeiro transplante dessa modalidade noBrasil. A operação ocorreu no HospitalIsraelita Albert Einstein, e até o final dejaneiro, a paciente já tinha recebido 4infusões de ilhotas. “Os resultados têm sidomuito bons, pois antes do transplante apaciente precisava de 36 unidades de insulinae fazia de 6 a 7 aplicações por dia. Agora,ela toma apenas 7 unidades por dia em 3aplicações. O mais importante é que osepisódios de hipoglicemia desapercebida nãoocorrem mais”, comenta o cientista.

A seguir o dr. Freddy explicaalguns conceitos básicos sobreinsulina inalada e transplantede ilhotas de Langerhans.

O que é insulina inalada?Nada mais é do que insulina preparada paraser inalada ao invés de ser injetada comseringa, caneta ou bomba. Os alvéolospulmonares são os locais onde ocorre a trocade gases, oxigênio e gáscarbônico, além de permi-tirem a entrada e a saídade substâncias. Quando ainsulina é muito purifi-cada, constituída departículas muito peque-nas, ela consegue atra-vessar a membrana doalvéolo. Dessa forma, ainsulina inalada chega àcirculação sangüínea paraagir como as insulinas deação rápida e ultra-rápidaadministradas pela viasubcutânea.A insulina inalada é de ação rápida e nãosubstitui as aplicações de insulina de açãointermediária (NPH) ou de ação prolongada(Glargina).

VantagensA principal vantagem da insulina inalada éque não precisa ser injetada. Para pessoasque se sentem inseguras diante de todo oprocesso de preparação de insulina e têmmedo da aplicação, isso é um grandebenefício. Nas pessoas com diabetes tipo 2,que representam a maior parte dosportadores, o medo e a insegurança daaplicação é muito comum. Portanto, o fatode existir a opção da insulina inalável podeantecipar o uso de insulina.Para os portadores de diabetes tipo 1, ainsulina inalada pode substituir apenas asaplicações de insulina de ação rápida ouultra-rápida. A insulina inalada não é de ação

lenta ou do tipo basal. Nesse caso, a pessoacom diabetes tipo 1 deverá, por exemplo,fazer uma aplicação de insulina de açãointermediária (NPH) ou de ação prolongada

(Glargina) e fazer três inalações,uma a cada refeição.

Quando será lançadaAinda são desconhecidos osefeitos em longo prazo desseproduto em pessoas comdiabetes que também tenhambronquite ou asma. O CPClin queestuda este sistema detratamento no Brasil necessita devoluntários com essascaracterísticas (diabetes + asmaou bronquite) para avaliar osefeitos. O FDA recomenda que

os testes com insulina inalada transcorramdurante dois anos em pelo menos cerca de6 mil pessoas para avaliações e validação dosresultados. As pesquisas estão sendoencaminhadas nesse sentido e, assim que osestudos estiverem concluídos e aprovados, ainsulina inalada poderá ser comercializadanos próximos dois anos.

Os interessados em conhecer e participardas pesquisas sobre insulina inaladapodem entrar em contato com o CPClin:Rua Goiás, 91, Higienópolis, São Paulo, SPCEP 01244-030, telefone (11) 3667-2488,fax (11) 3825-6297,e-mail: [email protected]

10 NOVIDADES

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Equipe do Programa Brasileiro de Transplante de Ilhotas de Langerhans Coordenadores - drs. Freddy Goldberg Eliaschewitz e MariCleide Sogayar. Equipe Cirúrgica - Drs. Tércio Genzini, Marcelo Perosa, Rodrigo B Dumarco, Pedro PP Caravatto e Lucas YS Yamakami.Equipe Radiológica – drs. Eduardo Noda, Luis Antonio de Castro e Mario Andreolli. Equipe Anestesia – dr. Hélio Halpern.Equipe Clínica -drs. Freddy Goldberg Eliaschewitz, Irene L. Noronha e Denise R. Franco. Unidade de Ilhotas Pancreáticas Humanas – drs. Mari CleideSogayar, Anna Carla Goldberg, Carlos Alberto Aita, Letícia Labriola, Ricardo Peres do Souto, Elizabeth Maria C. Oliveira, Fernando Lojudice,Irenice Cairo da Silva, Karin Krogh, Patricia Barros e Caroline S. Corrêa.

Transplante de ilhotas de LangerhansExistem no pâncreas as chamadas ilhotas de Langerhans ondeestão concentradas as células beta que produzem insulina. Aidéia é que ao invés de transplantar o pâncreas inteiro, faça-seapenas o implante dessas ilhotas onde estão as célulasprodutoras de insulina. Para isso, o pâncreas é retirado de umapessoa em morte cerebral (doador) e mantido no gelo duranteo transporte para o laboratório. No laboratório, o órgão recebeuma infusão de enzimas, para digerir o tecido que mantém suaestrutura. Numa câmara contendo esferas de metal e sobagitação cuidadosa, o tecido do pâncreas desmancha-se e passapor uma peneira fina.Depois disso, o pâncreas é submetido a um sofisticado processode purificação numa centrífuga, até as ilhotas se separarem domaterial original. As ilhotas representam apenas 1% de umpâncreas inteiro.Uma vez obtidas no processo de separação, as ilhotaspermanecem num meio de cultura para repousar e então sãotestadas em contato com glicose. Se neste contato for liberadainsulina, significa que as i lhotas estão funcionadoadequadamente e podem ser utilizadas para o transplante.

Cirurgia simplesNeste tipo detransplante, as ilhotasde Langerhans sãoinjetadas em uma veiado fígado. Localizadaa veia do fígadoatravés do ultra-som,faz-se uma anestesialocal no ponto em queserá introduzido umcateter. Uma vez queo cateter estejaimplantado no fígado, inicia-se a infusão da solução com asilhotas. Tudo isso é monitorado por radiografias, para que aoperação transcorra com segurança. Em cerca de 30 minutos,as ilhotas são infundidas. O cateter é retirado deixando umaminúscula cicatriz na pele. Não havendo nenhuma intercorrência,a pessoa recebe alta no dia seguinte.O protocolo de Edmonton, cidade canadense onde foi realizadoo primeiro transplante de ilhotas de Langerhans com taxassignificativas de sucesso, prevê de 3 a 4 aplicações. O ProgramaBrasileiro de Transplante de Ilhotas de Langerhans segue esteprotocolo.Após o transplante é necessário adotar um tratamento comimunossupressores a fim de evitar a rejeição das ilhotastransplantadas. O tratamento é feito com drogas injetáveis noinício e depois com comprimidos orais que devem ser

administrados durante toda a vidada pessoa transplantada.Portanto, ocorre aqui umasubstituição: a troca das aplicaçõesde insulina por medica-mentosimunossupressores. Diante disso,é preciso avaliar muito bem os próse os contras do transplante deilhotas de Langerhans.

Para quem é indicado otransplante de ilhotasO candidato a este tipo de transplante deve ter diabetes tipo 1há mais de 5 anos, idade superior a 18 anos, não ter complicaçõese estar com a função renal normal. Seu peso não pode sersuperior a 60 kg e deve utilizar menos que 30U de insulina pordia.Diante das dificuldades em se obter doações de pâncreas paraextração das ilhotas, este tratamento é hoje extremamentelimitado. Por isso, o transplante de ilhotas de Langerhans é muitomais indicado aos portadores de diabetes tipo 1 com freqüentescrises de hipoglicemia severa que passam desapercebidas, mesmoem situações de boa aderência ao tratamento. Nesses casos, asubstituição da insulina pela imunossupressão é totalmentejustificada.

O futuro do transplante de ilhotasNo atual método, as ilhotas são transplantadas diretamente nofígado sem nenhuma proteção. Ou seja, elas vão “nuas” aoorganismo do portador de diabetes, de forma que ficam sujeitasà rejeição. Por isso é necessário o tratamento comimunossupressores.Contudo, os cientistas internacionais e a equipe do ProgramaBrasileiro de Transplante de Ilhotas de Langerhans estão atrásde uma técnica na qual as ilhotas transplantadas permaneçamprotegidas numa cápsula resistente que evite a rejeição.Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado deSão Paulo-FAPESP e da Biomm (empresa que atua na área daGenômica), o NUCEL- Núcleo de Terapia Celular Molecular daUSP está desenvolvendo, um protótipo de cápsula que deverápermitir o isolamento das ilhotas, protegendo-as da respostaimunológica e preservando as células betas que produzem ainsulina. Isso poderá determinar a cura do diabetes. Talvez, faltemuito pouco para isso.

Para saber mais sobre transplante de ilhotas de Langerhans,envie e-mail: [email protected]

11NOVIDADES

Dr. Freddy GoldbergEliaschewitz

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PlanejandoO primeiro passo no planejamento da viagem é pensar em tudo oque você vai ter que levar.

- Arranje uma pequena bolsa ou uma mochila para carregar o materialde tratamento consigo. Não coloque o material e os medicamentosna mala que irá embarcar no bagageiro do carro, do trem, do ônibusou do avião.- Peça ao seu médico uma carta informando que você tem diabetese o que deve ser feito numa emergência. Seu médico também devefornecer-lhe prescrições para todos os medicamentos e materiaisque utiliza no tratamento.- Faça uma lista de nomes e telefones das associações de diabetes ecentros de saúde existentes no local para onde você está indo.- Leve também os números dos telefones do médico para umaemergência e telefones e endereços de pessoas que você conhece.- Não se esqueça de seu cartão de convênio médico e seu cartãopessoal de identificação de diabetes.- Algumas companhias aéreas servem refeições especiais para quemtem diabetes. Se você faz questão desse tipo de serviço, informe-secom antecedência.

Medicamentos e materiaisLeve medicamentos e materiais suficientes para todo o período daviagem além de uma quantidade extra para uma semana. Na listade medicamentos e materiais relacione:

- medicação oral;- insulinas (frascos e refis de canetas);- caneta de insulina;- Agulhas BD Ultra-Fine para caneta;- Seringas BD Ultra-Fine;- BD Alcohol Swabs;- Lancetas BD Ultra-Fine e Lancetador BD Ultra-Fine;- monitor de glicemia (glicosímetro) e de teste de cetona;- baterias extras para os monitores;- tiras para teste de glicemia;- tiras para testes de cetonas;- solução controle do monitor;- um kit de emergência para tratar hipoglicemias.

É bom também solicitar orientação médica para levar algunscomprimidos para combater situações de indigestão, diarréia,vômitos, dor de cabeça, febre, dores musculares, pastilhas paragarganta e estojo de primeiros socorros.

na estradaCOM O PÉ

Seja a lazer ou a trabalho, viajar é uma diversão. E não é porque você tem diabetes que não pode viajar para qualquer lugar emanter-se em bom controle. Basta planejar bem a viagem e aí não haverá problemas. Em todo tipo de viagem, curta ou longa, arotina muda bastante e isso acaba sendo estressante para qualquer pessoa. Nessas andanças, muitas vezes temos de encarar odesconhecido. Além disso, alguns dias da viagem são mais movimentados. Por isso, é bom prever o que pode acontecer.

Não esquente nem esfrie a insulinaDurante a viagem, mantenha a insulina sempre em temperaturaadequada, isto é, evite que ela permaneça em temperaturas extremas.Se a insulina ficar guardada em local muito quente ou muito frio, elaperde o efeito. Por isso, nunca ponha seus frascos no porta-luvas,porta-malas ou no bagageiro de aviões. Também não é preciso mantê-los no gelo enquanto estiver viajando. Uma boa regra é: se atemperatura ambiente estiver boa para você, também é boa para ainsulina.

AlimentosÀs vezes durante uma viagem, pode ser que não ocorra aquela paradapara o lanche ou aconteça um atraso até chegar a um restaurante oulanchonete. Além disso, em alguns vôos não é servida nenhumarefeição. Então, para que você não fique sem comer, leve durante aviagem:

- lanches que não tenham de ser mantidos em refrigeração comobisnaguinhas de pão, latas ou caixinhas de suco sem açúcar, bolachas,barrinhas de cereais, uva-passa ou frutas secas;- lanches que possam ser levados numa pequena geladeira portátilou embalados em película de plástico, como iogurte, queijo,sanduíches, refrigerantes dietéticos, frutas frescas;- para prevenir eventual hipoglicemia durante a viagem, não deixe delevar algumas fontes de glicose de rápida absorção, tais como torrõesde açúcar, sachês de mel, balas, suco ou refrigerante não dietéticos;- beba bastante água e evite tomar bebidas alcoólicas. Se consumirtais bebidas, coma algo junto e não exagere para não dar vexame eestragar a viagem;- evite comidas muito condimentadas e também alimentos muitodiferentes do que costuma comer.

Cuidados com os pésEm qualquer viagem, você deve manter cuidados especiais com seuspés. Nunca saia sem um calçado ou sandália, mesmo que você vá àpraia. Seus pés têm sempre que ficar protegidos de objetos perfurantesou cortantantes.Sapatos novos podem causar bolhas. Por isso, dê um jeito de amaciá-los antes de calçá-los, pois seus pés têm que ficar em total conforto.Siga estas dicas:

12 VIAGEM

na estrada

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- leve pares extras de sapatos amaciados e confortáveis;- inclua na bagagem um tênis para atividade física e longascaminhadas;- use meias de algodão, pois absorvem melhor a transpiração dospés; sandálias de borracha são excelentes para caminhar na praia.

Cuidados com a peleInclua na sua lista de materiais um bom hidratante para pele. Nãodeixe de comprar ainda um protetor solar e uma loção ou spraycontra insetos. Importante: evite se expor ao sol muito forte,principalmente no período entre as 10 e 15 horas, a não ser quevocê queira sofrer uma insolação ou na melhor das hipóteses ficarigual a um pimentão vermelho e ter de aturar queimaduras na pele.

Viajando com outra pessoaSe você viaja com outra pessoa, certifique-se de que o acompanhantesaiba que você tem diabetes e como poderá ajudar no caso dehaver algum problema. Mostre-lhe todos seus medicamentos emateriais, onde encontrá-los e ensine-lhe como utilizá-los. Explique-lhe o que é uma hipoglicemia e como tratá-la.

Para quem dirigeSe você vai dirigir o carro na viagem, faça paradas de descanso pelomenos a cada uma hora. Vez ou outra, faça um teste para verificarcomo está sua glicemia. Se enquanto estiver rodando e sentir quevai passar mal, pare o carro, descanse e faça uma rápida refeição seestiver entrando numa hipoglicemia.

Alongue-se e movimente-seEmbora isso nem sempre seja possível por falta de espaço entre osassentos dos ônibus, trens e aviões, procure alongar-se durante aviagem. Para isso, fique em pé por alguns minutos, faça pequenascaminhadas pelo corredor. Aproveite as parada para alongar a coluna.Massageie os pés para melhorar a circulação do sangue.

Viagens aéreasSe você tiver que fazer uma aplicação durante o vôo, injete no interiordo frasco de insulina metade de ar como de costume. A pressão doar dentro do avião é menor do que a pressão atmosférica em solo.Por isso não é necessário colocar todo o ar correspondente à doseno interior do frasco. Evite tomar bebidas alcoólicas durante o vôopois o efeito do álcool poderá desidratar seu corpo e você sentirásede.

Fusos horáriosQuando fazemos viagens distantes para o leste ou oeste, mudamosos horários devido aos fusos. Além disso, em muitos estados denosso país vigora o horário de verão. Portanto, se você programouuma viagem internacional ou mesmo dentro do Brasil que terámudanças de horários, converse com seu médico para receberinformações sobre o que poderá mudar nos horários de refeições ede aplicações de insulina.

Tudo pronto para por o pé na estrada? Se você tem dúvidas arespeito, converse com seu médico ou com o educador em diabetes.Peça dicas também para o Centro BD de Educação em Diabetes, ésó ligar para 0800-11-5097. No site www.bdbomdia.com vocêencontrará um artigo mais detalhado sobre o assunto. Boa viagem!

13VIAGEM

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Certamente você já experimentou aquela prazerosa sensaçãode algo macio e saboroso dissolvendo na boca que, semperceber, invade você de um enorme bem estar! Pode apostar,estamos falando do velho e irresistível chocolate.Descoberto pelos povos Maias e Astecas em 1.500 a.C., ondeo cacau (Theobroma Cacau), matéria prima do chocolate, eradocemente definido como o alimento dos deuses e consumidopelos sacerdotes em rituais religiosos. As sementes do cacaueiroeram tão valorizadas que, durante muito tempo, foramutilizadas como moeda corrente. Historicamente, foi CristóvãoColombo quem descobriu o cacau e o levou para a Europa,por volta de 1502.Ao longo dos tempos, este alimento foi sendo difundido emtodo o mundo nas mais diversificadas formas e, junto ao prazerem consumí-lo, foram surgindo curiosidades relacionadas àsaúde. Uma delas sugere que as propriedades do chocolateem melhorar o humor reflitam a ação de componentes quefuncionam como drogas, incluindo a cafeína e o magnésio.Contudo, muitos estudos mostram que os níveis destassubstâncias no chocolate são muito baixos, não justificandotal hipótese. O que de fato ocorre é que o consumo dechocolate estimula a produção de endorfina (substânciaproduzida no cérebro), melhorando o humor e sensação debem-estar.Além disso, pesquisadores têm identificado o cacau como fontede flavonóides, substâncias que favorecem a circulaçãosanguínea, reduzindo o risco para o desenvolvimento dedoenças do coração.Vale ressaltar que o chocolate também é excelente fonte deenergia, proveniente dos carboidratos, proteínas eprincipalmente das gorduras. Contudo, seu consumo excessivo,pode acarretar o aumento do peso corporal, desajuste nosníveis de colesterol e piora do controle glicêmico para quemtem diabetes.

Ingredientes:250 gramas chocolate dietético100 gramas queijo tipo cream cheese light3 colheres (sopa) adoçante pó (aspartame)Essência de menta a gosto

Chocolate:Chocolate:Chocolate:Chocolate:Chocolate:

Dra. Gisele Rossi Goveia,nutricionista da Preventa

Consultoria em Saú[email protected]

Aqui vão algumas dicas que poderão ajudar na hora de saborearesta maravilha.Fique atento porque, mesmo sendo dietético, os chocolatescontém grandes quantidades de gorduras.Identifique as quantidades de carboidratos (g) na porção dechocolate que você vai consumir, pois esse dado será importantena hora da substituição por outro alimento.Evite tratar as hipoglicemias com chocolates, pois é um alimentoque contém altas concentrações de gordura, de maneira queseu açúcar no sangue levará mais tempo para se elevar. Optepor 15g de carboidratos na forma de 01 colher (sopa) de açúcarou 03 balas de caramelo, ou ainda 1 copo (150ml) de suco delaranja ou refrigerante comum.Se você necessita perder uns “quilinhos”, não há necessidadede banir o chocolate da sua alimentação. Basta reformular asquantidades e freqüência no consumo de chocolate.Lembre-se que embora 1 bombom pequeno (15g) tenhaaproximadamente as mesmas calorias de uma fruta média (80calorias), você estará consumindo mais gorduras e menosvitaminas e fibras.Converse com um nutricionista sobre o chocolate, pois ele é oprofissional de saúde que poderá melhor orientá-lo quanto aoconsumo deste “alimento dos deuses” que faz bem tanto aocorpo quanto à alma.

RECEITA

Quadradinho de Menta

Valores nutricionais por porçãoValor calórico : 28 caloriasCarboidratos: 2.5gProteínas: 0.02gGorduras: 2.0g Esta receita foi gentilmente fornecida pela dra. Gisele Rossi Goveia,

nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde.

meu bem, meu mau

14 NUTRIÇÃO

Modo de preparar: Derreta a metadeda porção do chocolate em banho-maria e espalhe-o numa assadeiraantiaderente. Leve à geladeira até endurecer.Em seguida misture o queijo cremoso com o adoçante e a essência dementa e espalhe por cima do chocolate já endurecido, levandonovamente à geladeira.Por último, derreta o restante do chocolate em banho-maria e espalhesobre a camada de queijo, retornando mais uma vez à geladeira. Assimque endurecer, corte em quadradinhos. Rendimento: 50 porções.

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Não reutilize lancetas, agulhas e seringasA reutilização causa sérios danos à sua saúde , tais como:

Infecção e proplemas dermatológicos;Aplicação dolorosa;

Hiperglicemia devido a perdae absorção irregular da insulina