Cordel Da Velhice Do Homem

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VELHICE.... (Cordel da velhice do homem) Vou lhes contar como é triste, ver a velhice chegar ver os cabelos caindo, ver as vista encurtar ver as pernas trambicando, com preguiça de andar ver tudo aquilo esmorecendo, sem força prá levantar As carnes vão se sumindo, vai aparecendo as vêia as vista diminuindo e crescendo a sombrancêia as oiça vão encurtando, vão aumentando as orêia os ovos dipindurando e diminuindo a pêia A velhice é uma doença, que dá em todo cristão dói os braço, dói as pernas, dói os dedo, dói a mão dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o pulmão dói o fim do espinhaço, dói a corda do culhão Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece vai passando pelas rua e as menina se oferece a gente óia aquilo tudo, benza Deus e agradece correndo ligeiro prá casa, com medo do que acontece... No tempo que eu era moço, todo o sol prá mim brilhava eu tinha mil namorada, tudo de bom me sobrava as menina mais bonita, da cidade eu bolinava eu fazia todo dia, chega o bichim desbotava... Mas tudo isso passou, faz tempo ficou prá trás as coisa que eu fazia, hoje me sinto incapaz o tempo me roubou tudo, de uma maneira sagaz prá falar mesmo a verdade, nem trepar eu trepo mais... Quando o véio chega aos setenta, tudo no mundo embaraça pega a mulher, vai pra cama, apalpa beija e abraça porém só faz duas coisas: solta peido e acha graça.....

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VELHICE....

(Cordel da velhice do homem)

Vou lhes contar como é triste, ver a velhice chegarver os cabelos caindo, ver as vista encurtarver as pernas trambicando, com preguiça de andarver tudo aquilo esmorecendo, sem força prá levantar

As carnes vão se sumindo, vai aparecendo as vêiaas vista diminuindo e crescendo a sombrancêiaas oiça vão encurtando, vão aumentando as orêiaos ovos dipindurando e diminuindo a pêia

A velhice é uma doença, que dá em todo cristãodói os braço, dói as pernas, dói os dedo, dói a mãodói o figo e a barriga, dói o rim, dói o pulmãodói o fim do espinhaço, dói a corda do culhão

Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontecevai passando pelas rua e as menina se oferecea gente óia aquilo tudo, benza Deus e agradececorrendo ligeiro prá casa, com medo do que acontece...

No tempo que eu era moço, todo o sol prá mim brilhavaeu tinha mil namorada, tudo de bom me sobravaas menina mais bonita, da cidade eu bolinavaeu fazia todo dia, chega o bichim desbotava...

Mas tudo isso passou, faz tempo ficou prá trásas coisa que eu fazia, hoje me sinto incapazo tempo me roubou tudo, de uma maneira sagazprá falar mesmo a verdade, nem trepar eu trepo mais...

Quando o véio chega aos setenta, tudo no mundo embaraçapega a mulher, vai pra cama, apalpa beija e abraçaporém só faz duas coisas: solta peido e acha graça.....