Corpo, alma e espirito

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Espírito, alma e corpo O homem como um ser trino: espírito, alma e corpo A) Espírito, alma e corpo são partes distintas do ser humano Embora exista o conceito popular (e até científico) de que o homem é formado por alma e corpo, a Palavra de Deus é clara em afirmar que na verdade o homem é composto de espírito, alma e corpo. Em Gn 2.7 lemos que “formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra ( corpo) e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida (espírito), e o homem passou a ser alma vivente”. De fato, tanto no AT como no NT existem outros versículos que fazem distinção entre alma entre e espírito, usando palavras diferentes para “alma” (nephesh, em hebraico, e psuke em grego) e “espírito” (ruach, em hebraico e pneuma, em grego): Is 26.9; 1Ts 5.23; Hb 4.12. Portanto, partindo do princípio de que a Bíblia Sagrada é extremamente precisa e não usa palavras à toa, podemos concluir que espírito, alma e corpo são três aspectos integrais porém distintos que compõem a própria natureza e estrutura humana. Não há dificuldade alguma em aceitar que o corpo físico tangível é distinto dos demais componentes intangíveis (alma e espírito). Mas para o cristão é muito importante dar um passo além e fazer a distinção e separação entre alma e espírito, caso contrário toda a nossa vida como discípulo de Cristo estará seriamente limitada, pois seremos incapazes de perceber nosso próprio espírito! B) A importância de perceber nosso próprio espírito Desenvolver a capacidade de perceber o nosso espírito é simplesmente fundamental para: 1. Adorar a Deus (Jo 4.24). Qualquer esforço carnal de adoração (a alma humana tentando ser “espiritual”, como ocorre no formalismo religioso) é totalmente inútil e até abominável aos olhos de Deus (Is 1.14; 64.6). 2. Adquirir conhecimento espiritual (1Co 2.14). O conhecimento mental ou racional, embora necessário e útil, é completamente insuficiente e incapaz de obter revelação verdadeira e profunda das coisas espirituais. 3. Gerar vida (Jo 6.63; Rm 8.13). É somente no espírito e pelo espírito que a verdadeira vida é gerada. Embora a alma humana deva colaborar no processo, ela é totalmente incapaz de gerar vida por si mesma, nem para nós e nem para as pessoas ao nosso redor. 4. Andar no espírito (Gl 5.16, 25; Rm 8.4). A Palavra nos exorta a “andar no espírito”. Isso significa ser guiado a todo o tempo pelo Espírito Santo que habita em nosso espírito. Mas como poderemos ser guiados pelo Espírito se não soubermos perceber nosso espírito? O espírito do cristão está sempre “funcionando”, em contato permanente com Deus, tentando nos revelar coisas espirituais. Mas, por estarmos restringidos a uma vida exterior, quase nunca damos crédito à voz interior do espírito. Como veremos mais adiante no curso, é somente após a separação entre alma e espírito que teremos o espírito liberado para permanecer em contínua oração e conexão com Deus, não importa o local, a hora ou o tipo de atividade que estivermos realizando. De fato, passagens como 1Ts 5.17, Ef 6.18 e Lc 21.36 não podem sequer ser compreendidas sem o quebrantamento da alma e a liberação do espírito.

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Espírito, alma e corpo

O homem como um ser trino: espírito, alma e corpo

A) Espírito, alma e corpo são partes distintas do ser humano

Embora exista o conceito popular (e até científico) de que o homem é formado por alma e

corpo, a Palavra de Deus é clara em afirmar que na verdade o homem é composto de espírito,

alma e corpo. Em Gn 2.7 lemos que “formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra (corpo)

e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida (espírito), e o homem passou a ser alma vivente”. De

fato, tanto no AT como no NT existem outros versículos que fazem distinção entre alma entre e

espírito, usando palavras diferentes para “alma” (nephesh, em hebraico, e psuke em grego) e

“espírito” (ruach, em hebraico e pneuma, em grego): Is 26.9; 1Ts 5.23; Hb 4.12. Portanto,

partindo do princípio de que a Bíblia Sagrada é extremamente precisa e não usa palavras à toa,

podemos concluir que espírito, alma e corpo são três aspectos integrais – porém distintos – que

compõem a própria natureza e estrutura humana.

Não há dificuldade alguma em aceitar que o corpo físico tangível é distinto dos demais

componentes intangíveis (alma e espírito). Mas para o cristão é muito importante dar um passo

além e fazer a distinção e separação entre alma e espírito, caso contrário toda a nossa vida como

discípulo de Cristo estará seriamente limitada, pois seremos incapazes de perceber nosso

próprio espírito!

B) A importância de perceber nosso próprio espírito

Desenvolver a capacidade de perceber o nosso espírito é simplesmente fundamental para:

1. Adorar a Deus (Jo 4.24). Qualquer esforço carnal de adoração (a alma humana tentando ser

“espiritual”, como ocorre no formalismo religioso) é totalmente inútil e até abominável aos

olhos de Deus (Is 1.14; 64.6).

2. Adquirir conhecimento espiritual (1Co 2.14). O conhecimento mental ou racional, embora

necessário e útil, é completamente insuficiente e incapaz de obter revelação verdadeira e

profunda das coisas espirituais.

3. Gerar vida (Jo 6.63; Rm 8.13). É somente no espírito e pelo espírito que a verdadeira vida é

gerada. Embora a alma humana deva colaborar no processo, ela é totalmente incapaz de gerar

vida por si mesma, nem para nós e nem para as pessoas ao nosso redor.

4. Andar no espírito (Gl 5.16, 25; Rm 8.4). A Palavra nos exorta a “andar no espírito”. Isso

significa ser guiado a todo o tempo pelo Espírito Santo que habita em nosso espírito. Mas como

poderemos ser guiados pelo Espírito se não soubermos perceber nosso espírito? O espírito do

cristão está sempre “funcionando”, em contato permanente com Deus, tentando nos revelar

coisas espirituais. Mas, por estarmos restringidos a uma vida exterior, quase nunca damos

crédito à voz interior do espírito. Como veremos mais adiante no curso, é somente após a

separação entre alma e espírito que teremos o espírito liberado para permanecer em contínua

oração e conexão com Deus, não importa o local, a hora ou o tipo de atividade que estivermos

realizando. De fato, passagens como 1Ts 5.17, Ef 6.18 e Lc 21.36 não podem sequer ser

compreendidas sem o quebrantamento da alma e a liberação do espírito.

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Portanto, precisamos perceber nosso próprio espírito para poder receber revelação de Deus. É

por isso que o apóstolo Paulo nunca registrou em suas cartas uma oração sequer pela expansão

da igreja, pela prosperidade, por novos líderes ou outros temas. As orações de Paulo pela igreja

tinham um único foco: que cada crente recebesse conhecimento espiritual; revelação no espírito!

(Ef 1.17, Fp 1.9, Cl 1.9). Esse deve ser seu principal objetivo neste curso, e em todo o estudo e

prática do evangelho: receber revelação de Deus e de sua Palavra, no espírito. Se isso

acontecer, e quanto mais isso acontecer, todo o restante “vem de embrulho”.

C) Definindo espírito, alma e corpo

Como vimos, desde sua criação o homem é um ser trino, no qual espírito, alma e corpo são

partes que compõem um todo integral, e sempre estarão presentes em seu ser. Mas como são

partes distintas, é conveniente definir cada uma separadamente. Também vamos mencionar as

diferentes funções de cada elemento, as quais detalharemos mais adiante.

Corpo é a parte do nosso ser pela qual percebemos o mundo exterior, através dos sentidos. É a

nossa “carcaça” ou “homem exterior” (2Co 4.16). As funções específicas do corpo

são: recepção, instinto e expressão.

Alma é a parte do nosso ser pela qual percebemos nós mesmos, através da nossa personalidade.

É o nosso “eu” (Sl 42.5). As funções específicas da alma são: mente, vontade e emoção. No NT,

a alma decaída, junto com o corpo, são frequentemente chamados de “carne” (grego sarx),

significando nossa natureza adâmica, inclinada ao pecado (p.ex.: Mt 26.41; Rm 7.5,18, 8.13; Ef

2.3; Gl 5.17, 19, 24). Mas às vezes a mesma palavra “carne” também significa o corpo físico

(p.ex.: Ef 5.29; Fp 1.22,24).

Espírito é a parte do nosso ser pela qual percebemos Deus, através do Espírito Santo. É o nosso

“homem interior” (Ef 3.16). As funções específicas do espírito são: intuição, consciência e

comunhão. No “homem natural” ou carnal, pela presença do pecado, o espírito humano está

morto, separado de Deus (Is 59.2; Ef 2.1,5; Cl 2.13), pois a função de comunhão (com Deus)

está “desconectada”.

Conforme lemos em Gn 2.7, a alma foi formada pela conjunção do corpo com o espírito de vida

soprado por Deus, tornando cada homem uma “alma vivente” com personalidade única. Por

isso, com frequência a Bíblia também usa a palavra “alma” para significar todo o ser humano (p.

ex.: Ez 18.20; At 2.43). Por envolver a conjunção de alma e corpo e constituir nossa

personalidade individual, onde reside a vontade e o livre-arbítrio, a alma é o elemento central, o

“quartel-general” do nosso ser. Mas o espírito é o nosso componente mais profundo, mais

sublime e mais nobre, porque nele habita o próprio Deus!

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Como está sujeito ao livre-arbítrio ou vontade da alma, o espírito não pode se manifestar

sozinho (1Co 14.32). Podemos dizer então que a alma “envolve” o espírito. Da mesma forma, a

alma necessita do corpo para se expressar exteriormente, e podemos dizer que o corpo

“envolve” a alma. É possível então representar o nosso ser através do diagrama ao lado.

D) O cristão como santuário de Deus

Em 1Co 3 Paulo chama a atenção da igreja para a realidade de que cada um de nós é santuário

de Deus (e que, portanto, não deveríamos nos distrair em discussões carnais sobre a que homem

seguimos): “será que vocês ainda não sabem que são santuário de Deus, e que o Espírito de

Deus habita dentro de vocês?” (1Co 3.16). De fato, existe um paralelo maravilhoso entre o

santuário do Tabernáculo e o nosso ser. Como introdução a este estudo, leia Ex 25.40.16-30

(disposição do tabernáculo) e 2Co 5.1,4; 2Pe 1.13.14 (o corpo do cristão comparado ao

tabernáculo).

Nosso espírito equivale ao Lugar Santíssimo, onde se manifesta a presença de Deus (Ex 25.10-

22) e onde Deus ministra ao sacerdote (ou seja: você, que é sacerdote real segundo a Palavra de

Deus). Nossa alma corresponde ao Lugar Santo, e é onde o sacerdote ministra a Deus. Nosso

corpo equivale ao Átrio (pátio), e é onde o sacerdote ministra diante da congregação. A tabela

seguinte revela mais detalhes importantes. Medite sobre eles e procure aplicá-los à sua vida

como discípulo de Cristo!

O TABERNÁCULO O CRISTÃO

Cada componente tinha o seu lugar determinado por

Deus, tudo tinha que estar em ordem, tudo era feito

segundo a ordem estabelecida por Deus

A vida do cristão tem que estar em ordem,

segundo a vontade de Deus

No tabernáculo, Deus habitava (Ex 25.8)

Em nós habita o Espírito de Cristo (Rm 8.11, Tg

4.5, Cl 1.27)

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O TABERNÁCULO O CRISTÃO

No tabernáculo não podia entrar nada imundo (ritual

da expiação)

O cristão deve se afastar de todo tipo de impureza

(2Co 6.17; 1Pe 1.16)

A porta do tabernáculo estava voltada para o oriente,

onde nasce o Sol

O cristão deve estar voltado para Cristo, o sol da

nossa justiça

O tabernáculo era movido ou ficava parado, de

acordo com o movimento ou repouso da nuvem (Nm

9.15-23)

O cristão é movido pelo Espírito (Jo 3.8);

andamos por fé, e não por vista

Vários componentes eram feitos de acácia revestida

com ouro

Somos frágeis, porém revestidos de Cristo (Gl

3.27)

No Lugar Santíssimo (arca):

a. Tábuas da lei

b. Maná do céu, que sustentou o povo na sua

caminhada

c. Vara de Arão, sacerdote eleito de Deus

d. Querubins simbolizavam a adoração a Deus

e. Da arca saía a nuvem de glória que se estendia

sobre todo o tabernáculo, manifestando a presença de

Deus ao povo

Em nosso espírito: a. Temos a lei escrita nas

tábuas do coração (2Co 3.3)

b. Recebemos alimento e poder espiritual (Ef

3.16)

c. Somos filhos e sacerdotes eleitos de Deus (Rm

8.16; 1Pe 2.9; Ap 1.6)

d. De nosso espírito provém a verdadeira

adoração a Deus (Jo 4.23)

e. De nosso espírito sai a glória de Deus, que

abrange nossa alma e corpo e manifestando a luz

de Deus ao mundo (Mt 5.14)

No Lugar Santo:

a. A luz do candelabro iluminava todo o interior,

continuamente

b. Os pães da proposição alimentavam os sacerdotes

c. Do altar do incenso saía continuamente o aroma

agradável a Deus

Em nossa alma: a. Cristo, a nossa Luz, ilumina

nosso entendimento e nos livra das trevas

espirituais (2Co 4.6)

b. Cristo, o pão da vida, nos alimenta e nos

sustenta (Jo 6.51); a Palavra de Deus é alimento

diário para o cristão (Dt 8.3; Mt 4.4)

c. Cristo, nosso Intercessor, nos ajuda em nossas

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O TABERNÁCULO O CRISTÃO

orações diárias no entendimento (Rm 8.34); nossa

oração diária sobre como incenso à presença de

Deus (Sl 141.2; Ap 5.8; 8.3-4)

No átrio (pátio):

a. No altar eram oferecidos os sacrifícios

b. Na pia o sacerdote era purificado com água, antes

de cobrir-se com as vestes santas e poder entrar no

Lugar Santo para comer a carne e o pão da oferta, e

ministrar diante de Deus e da congregação (Lv 7.6,

22.6)

Em nosso corpo:a. Oferecemos nossos corpos

como sacrifício vivo ao Senhor (Rm 12.1)

b. Recebemos a Palavra de Deus, somos

purificados (Jo 15.3) e santificados por ela (Jo

17.17), podendo então manter nossa comunhão

com Deus e com os irmãos

E) As funções do espírito, da alma e do corpo

E.1) Funções do espírito. O espírito possui três funções básicas: intuição, consciência e

comunhão.

Intuição é a capacidade de o espírito conhecer algo sem qualquer influência exterior, da mente

ou da emoção. As revelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo nos são transmitidas

por meio da intuição no espírito (1Jo 2.20, 27). A intuição normalmente se manifesta como uma

“impressão”, isto é, uma sensação ou pensamento no nosso íntimo, uma “voz suave”, muito

sutil. “Eu só sei que sei, mas não sei como sei…” (Jo 3.8) Mas é preciso que a alma esteja

aquietada e atenta para poder perceber a intuição que vem do Espírito Santo para o nosso

espírito. A intuição se manifesta através de dois mecanismos:

a) O impulso para que façamos algo, ainda que a nossa mente não entenda ou não se agrade

daquilo;

b) O constrangimento para não fazermos algo, ainda que à nossa mente lhe pareça razoável e até

goste da idéia.

Consciência é a capacidade de o espírito discernir entre o certo e o errado, independentemente

dos critérios da mente (Is 30.21). É o senso de moralidade que Deus inculcou em todo ser

humano. É o que leva o criminoso a ocultar seus atos, ainda que estes o beneficiem, e o que leva

a pessoa honesta a corrigir algo, ainda que lhe seja prejudicial. Há muita coisa que a nossa

mente aprova, mas a consciência reprova

Comunhão é intimidade com Deus; é ser um com Ele (1Co 6.17; Ef 2.18,22). Deus não pode ser

percebido pelos nossos pensamentos ou emoções. É somente na comunhão do espírito que

podemos nos unir a Deus e adorá-lo (Rm 1.9). A verdadeira adoração a Deus só pode expressar-

se quando a alma se submete às ações da comunhão em nosso espírito. Em Lc 1.46-47 vemos

que Maria pode adorar a Deus porque, antes, seu espírito se havia alegrado nEle (note a

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mudança do tempo verbal: “engrandece”, “se alegrou)”. Qualquer tentativa de adorar a Deus

pelas emoções e esforços da alma é pura hipocrisia religiosa que em vez de agradar a Deus,

desperta sua indignação (Is 1.14; Am 5.21; Ap 3.16).

E.2) Funções da alma. A alma possui três funções básicas: mente, vontade e emoção.

Mente é a sede do entendimento racional, nossa “central de processamento de dados”. É onde

reside nossa capacidade intelectual, nossa habilidade para pensar, ponderar sobre informações e

chegar a conclusões lógicas a partir das mesmas, através do pensamento.

Vontade é a sede das nossas decisões, nosso poder de escolha, nosso livre-arbítrio, nossa

“central de comando”. Corpo e espírito estão sujeitos à vontade da alma. A vontade nos impulsa

à ação, nos motiva a tomar certas atitudes e comportamentos. Através dela podemos decidir nos

submeter à direção do espírito ou resistir a ele e sufocá-lo completamente. Podemos optar por

nos sujeitar aos impulsos carnais ou resistir aos mesmos. Talvez a atitude mais nobre e também

a mais difícil para um cristão é renunciar à vontade própria e decidir cumprir a vontade de Deus,

ainda que tenha que sofrer por tomar tal decisão (Jo 5.30; Lc 22.42). Isso é crucificar o ego.

Emoção é a sede dos sentimentos, o “tempero” ou “colorido” da nossa vida. É a forma como

reagimos a certos estímulos externos ou internos, que podem ser pensamentos, imagens mentais

ou circunstâncias e acontecimentos da vida. As emoções definem nosso estado de ânimo e

normalmente repercutem tanto no corpo (alteração da respiração, circulação e transpiração)

como também na mente (estado mental de empolgação ou depressão). As emoções mais

intensas podem desorganizar e até bloquear as funções intelectuais e a razão. Portanto, é preciso

estar sempre atento, voltado para o espírito (de onde provém a verdadeira sabedoria) para não

tomar decisões com base nas emoções apenas.

E.3) Funções do corpo. O corpo possui três funções básicas: recepção, instinto, expressão.

Recepção é a capacidade do corpo de captar informações do mundo exterior, através dos cinco

sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).

Instinto é a capacidade do corpo de reagir automaticamente em resposta aos estímulos externos.

Por exemplo: instinto de sobrevivência, o instinto de autodefesa, o instinto sexual, etc. Nosso

corpo tem vários sistemas orgânicos instintivos, cada qual cumprindo uma função específica,

mas também trabalhando de maneira maravilhosamente harmoniosa, a fim de manter-nos vivos

(por exemplo, os sistema respiratório, o sistema digestivo, o sistema circulatório).

Os instintos são automáticos e em si mesmo não são pecaminosos. Deus criou instintos bons,

mas a queda do homem os degenerou. O instinto de sobrevivência, que inclui comer e beber,

pode se degenerar em glutonaria e alcoolismo. O instinto de defesa, que inclui esquivar-se e

proteger-se, pode se degenerar em ira e todo tipo de violência. O instinto sexual, que inclui

reprodução e prazer com o cônjuge, pode se degenerar em adultério, prostituição,

homossexualismo e sodomia.

Expressão é a capacidade de o corpo externar os pensamentos, os sentimentos e as decisões da

alma. Inclui a fala e a linguagem corporal.

F) Algumas aplicações práticas importantes sobre o conhecimento do espírito, alma e

corpo

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Até aqui simplesmente definimos conceitos relativos a espírito, alma e corpo. Vejamos agora

algumas aplicações práticas e importantes sobre isso:

F.1) Estágios da salvação. A salvação é um processo que envolve três estágios, os quais

ocorrem no passado, no presente e no futuro. Cada estágio ocorre numa parte específica do

nosso ser:

1. Regeneração do espírito (evento passado, definitivo): Ef 1.13, 2Co 5.17, Mt 26.41. Nosso

espírito foi de uma vez por todas restaurado e conectado a Deus, pelo Espírito Santo que veio

habitar dentro de nós. Ele não pode e não vai sair da vida de um cristão salvo, a menos que este

entre em um processo de apostasia e aí permaneça até o ponto “calcar aos pés o Filho de Deus,

profanar o sangue da aliança e ultrajar o Espírito da graça (Hb 10.26-29,39).

2. Transformação da alma (processo presente, em andamento): Rm 12.2, Ap 22.14, Hb 12.14.

No céu não teremos uma nova alma. Nossa personalidade individual será preservada, embora

não o nosso caráter, o qual devemos transformar segundo o caráter de Cristo. Esse processo de

quebrantamento e transformação da alma requer nossa colaboração ativa, em parceria com o

Espírito Santo, como será detalhado mais adiante na Parte 2 deste curso.

3. Glorificação do corpo (evento futuro, ansiosamente esperado): Fp 3.21. Nosso corpo natural

não tem conserto nem salvação. No céu receberemos um novo corpo, semelhante ao de Jesus.

F.2) A revelação no espírito. Revelação espiritual não é, como muitos entendem, apenas

“receber um recado específico de Deus para sua vida”. Isso é somente um aspecto da revelação

divina, expressando-se através do dom da palavra de conhecimento. Na verdade, “revelação é,

simplesmente, ver do ponto de vista de Deus. É saber algo que talvez nossa mente até já saiba,

mas que passa a ser visto e entendido sob a luz do Espírito Santo. É quando as letras da Bíblia

saltam aos nossos olhos e fazem com que aquilo que já sabíamos pela mente adquira agora uma

nova intensidade e assuma uma realidade antes desconhecida.” [ref. 1, pág. 21]. Por exemplo,

podemos durante muitos anos ler e conhecer pela mente que “somos templo do Espírito Santo”,

sem que isso produza qualquer transformação de vida. Mas quando em nosso espírito

recebemos revelação dessa tremenda e poderosa verdade, quando compreendemos a realidade

da habitação do Deus Todo-Poderoso e Santo em nós, então tudo muda! Passamos a andar em

um novo nível de santidade, no qual cada palavra, cada gesto e cada passo importa, para que

manifestemos a luz do Senhor através de nós.

Por si só, a mente não pode ter revelação de Deus; só o nosso espírito tem essa função: 1Co 2.9-

14; 2Co 5.16. A revelação ocorre primeiro no espírito (Mc 2.8, At 20.22, Ap 1.10). O Espírito

Santo transmite uma verdade ao nosso espírito, e este a comunica à mente, desde que esta esteja

quebrantada, calma, sensível e atenta ao espírito. Caso contrário, a alma abafará o espírito e não

receberá revelação nenhuma.

E sem revelação no espírito é impossível conhecer e fazer a vontade de Deus. Fazer a nossa

vontade, a vontade da alma sem a revelação e direção do espírito, ainda que seja com a melhor

das intenções, não somente é inútil como também perigoso. A questão não é “fazer para Deus”,

mas sim fazer o que Deus quer que façamos. Aquelas palavras de Jesus em Mt 7.23

infelizmente serão ditas a pessoas que acham que estão servindo a Deus (“em Teu nome”), mas

na verdade estavam apenas fazendo a obra pela sua própria mente, isto é, pela carne. Mas aos

olhos de Deus isso é iniquidade. O resultado trágico será ouvir as palavras de Jesus: “Nunca vos

conheci! Apartai-vos de mim!”.

Page 8: Corpo, alma e espirito

Portanto, devemos buscar e pedir a Deus o conhecimento espiritual que vem através desse

processo de revelação, o qual sempre começa pela intuição divina no espírito e em seguida

ilumina e renova a mente de uma alma quebrantada diante de Deus.

F.3) Entendendo nossa natureza carnal. Quando nascemos de novo pela fé em Cristo, nosso

espírito foi imediatamente regenerado e definitivamente capacitado, com todo poder e

autoridade para assumir a direção da nossa nova vida. Mas nossa alma, não! Nela ainda habita a

natureza pecaminosa de Adão, além da herança acumulada pelo “velho eu” durante toda uma

vida. As feridas e deformações da alma causadas pelas experiências da velha criatura podem ser

curadas e restauradas pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo (de fato, a maioria delas fica na

cruz, quando nos convertemos ao Senhor Jesus), mas é importante entender que a nossa

natureza carnal não pode ser “expulsa”! Se isso não fosse verdade, não haveria necessidade de

a Palavra nos exortar a crescer e viver em santidade. Mesmo o mais consagrado servo de Deus

está sujeito “às mesmas paixões” de todo ser humano (At 14.15; Tg 5.17) e deve continuamente

mortificar sua natureza carnal, pelo espírito (Rm 8.13). Pois a natureza carnal da alma resistirá

sempre contra o espírito.

Esta é uma guerra diária, cujo campo de batalha ocorre na mente (mente carnal vs. mente de

Cristo) e na vontade (vontade do ego vs. vontade de Deus): Rm 7.22-23, Gl 5.17, 1Pe 2.11. O

resultado de cada batalha faz a diferença entre ser um crente carnal ou um crente espiritual. Ser

carnal não significa (necessariamente) pecar, porque mesmo o servo de Deus mais consagrado

peca (1Jo 1.10). Também não significa andar em pecado, porque quem vive no pecado ainda

nem mesmo é convertido (1Jo 3.9).

O crente carnal é aquele que sinceramente tenta conhecer e fazer a vontade de Deus, mas o faz

exercitando sua alma, independentemente do espírito! Ao não buscar a transformação da alma

pela Palavra e pelo tratamento do Espírito Santo, o crente carnal tende a seguir aquela função da

alma mais predominante em seu caráter problemático e não tratado, e isso dá origem a algumas

“categorias” de carnalidade:

O carnal emotivo (governado pelas emoções). Se sente fortes arrepios consegue fazer a obra de

Deus, mas se as emoções se vão, perde o ânimo (e se justifica dizendo: “Não estou sentindo”).

O carnal intelectual (governado pela mente). Considera-se muito sábio a seus próprios olhos.

Tende a ser extremamente crítico. Racionaliza e evita as coisas sobrenaturais (e se justifica

dizendo: “Não sou infantil”).

O carnal volitivo (governado pela vontade). É o crente “oba-oba”. Está sempre aberto a

novidades, mas não tem perseverança: quando passa a empolgação deixa tudo de lado (e se

justifica dizendo: “Deus não quer sacrifício”).

Embora os comportamentos acima sejam diferentes, há um ponto comum entre eles, que é a

marca registrada da carnalidade: a busca da gratificação do ego. O que motiva todo crente

carnal é que o seu “eu” (o seu “reizinho interno”) seja reconhecido, elogiado e exaltado. Quando

isso não acontece, ele perde a motivação e até entra em crise.

Para nos tornarmos crentes espirituais, é preciso antes receber revelação sobre a total

incapacidade de a carne gerar qualquer fruto para Deus (Is 64.6). Todo fruto da carne é fruto

podre. Paulo era um homem de alta posição social e com muitos recursos intelectuais, mas

renunciou a tudo isso para poder “andar no espírito” (Fp 3.4-8). Como veremos em mais detalhe

Page 9: Corpo, alma e espirito

adiante no curso, o tratamento para a carne é a cruz (Gl 2.20, 5.24). Somente a cruz é

suficientemente poderosa para expulsar aquele “reizinho” carnal do seu pequeno palácio e

entronizar Cristo em seu lugar!

F.4) O “mecanismo da carne”. Já vimos que a natureza carnal (alma+corpo afetados pela

queda adâmica) continua latente em nós, mesmo após a conversão. Ainda que a carne tenha sido

enviada à cruz e esteja mortificada pelo espírito, ela sempre estará pronta a “ressurgir”. De fato,

dos três inimigos que temos (Satanás, o mundo e a carne), a carne é o mais poderoso, pois nossa

própria concupiscência pode nos levar a pecar (Tg 1.14-15). Usando como referência 2Sm 11,

veja como funcionam os quatro passos do “mecanismo carnal”:

Os sentidos trazem uma informação externa, normalmente através da visão (“… viu do terraço a

uma mulher…”).

A informação desperta um instinto (“…que se estava banhando…”). Nesse exemplo, a nudez

despertou o instinto sexual. Até aqui, “tudo bem”: Davi poderia ter simplesmente desviado os

olhos e bloqueado qualquer pensamento impuro (que tal pegar a harpa e entoar um belo salmo?)

A mente carnal processa os dados e os transforma em desejo ou tentação (“… e era esta mulher

mui formosa à vista…”). As coisas começam a se complicar… Mas Davi ainda tinha todas as

condições para resistir à tentação (1Co 10.13), pois sendo ele “um homem segundo o coração de

Deus”, o Espírito Santo certamente falou em sua consciência, procurando impedi-lo de pecar.

Entretanto, nesse momento tudo dependia da decisão que Davi tomaria em sua alma.

A concupiscência da carne aceita a tentação e a transforma em intenção do coração, que já

é pecado (“eperguntou, …e enviou mensageiros, …e a mandou trazer, …”). A decisão foi

tomada no coração; o pecado já havia sido concebido, antes mesmo de deitar-se com aquela

mulher!

F.5) Como evitar o pecado, e o que fazer se cairmos. Como antídoto para o mecanismo da

carne,precisamos estar alertas e sensíveis ao alarma que o Espírito Santo vai disparar em nossa

consciência, quando chegarmos ao “passo 3” explicado acima. Precisamos, então, bloquear o

pecado na fonte. Isso implica dois movimentos:

a) Com firmeza e serenidade, interromper e rejeitar o pensamento pecaminoso, não deixando

que sejam desenvolvidas imagens impuras em nossa mente, e

b) Imediatamente, voltar-se para Deus, no espírito, orando e refugiando-se no Senhor,

suplicando-Lhe que não nos deixe cair em tentação.

Quanto mais atrasarmos estes dois movimentos, mais a mente carnal vai ganhando espaço, e o

nível de tentação aumentará, ficando mais difícil resistir. Mas se praticarmos isso já no primeiro

olhar, primeiro pensamento ou primeira imagem mental, será muito mais fácil encontrar graça

para continuar caminhando em santidade diante do Senhor. Instantes depois, constataremos que

a tentação foi vencida, e que nosso coração e mente continuam puros. Portanto, devemos ser

absolutos em obedecer a nossa consciência: sempre que ela recusar algo, devemos parar

imediatamente!

Porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). O pecado entristece o Espírito Santo, ofende

o Pai Celestial e trai o Senhor Jesus. O pecado anestesia o espírito e embrutece a alma. E se

alguém se “acostuma” com ele, poderá se desviar dos caminhos do Senhor e lentamente iniciar

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um perigoso processo de apostasia pessoal. Ou então, poderá tentar manter uma aparência de

santidade, passando a viver uma religiosidade hipócrita que causa náuseas a Deus (Mt 23.13-

33).

Mas se eventualmente cairmos em pecado, devemos atender ao apelo de arrependimento que o

Espírito Santo gerará em nosso espírito, confessando imediatamente o pecado a Deus e

confiando no perdão que a Sua Palavra garante (1Jo 1.9). A partir daí, não devemos aceitar

qualquer acusação do inimigo em nossa mente, pois Deus já nos perdoou o pecado e não se

lembra mais dele (Jr 31.34; Hb 8.12, 10.17). E mesmo que sejamos infiéis por um algum tempo,

e um certo tipo de pecado se torne repetitivo em nossa vida, ainda assim podemos confiar

que Deus jamais desiste de nós (Is 49.15; 2Tm 2.13; Jo 6.37). Nesse caso devemos buscar ajuda

de um irmão confiável (seu líder, discipulador ou pastor), crendo na promessa de que “se

confessarmos os nossos pecados uns aos outros, seremos curados” (Tg 5.16).

F.6) Entendendo a ação do inimigo. O objetivo do inimigo é destruir a criação máxima de

Deus: você, ovelha do Senhor! (Jo 10.10a). Para atingir tal objetivo, sua estratégia é o engano,

induzindo o homem a pecar (2Co 11.3, 2Jo 1.7). E para concretizar essa estratégia ele faz uso de

duas táticas: a) ataques diretos à mente, e b) ataques indiretos usando funções do corpo (para

“acelerar” o mecanismo da carne exposto anteriormente). Satanás conhece esse mecanismo

muito bem (até mais do que o próprio crente desavisado) e procura “dar um empurrãozinho”

para que caiamos nesse laço:

A tática de ataque do inimigo, usando funções do nosso corpo. Gn 3.6 ilustra bem a tática de

Satanás usar o “mecanismo da carne”:

Chamar a atenção, pelos sentidos. “A mulher viu que a árvore era bonita…”.

Despertar um instinto. “… e que suas frutas eram boas de se comer”.

Produzir um desejo (tentação). “E ela pensou como seria bom ter entendimento.”

Concretizar uma intenção (pecado). “Aí apanhou uma fruta e comeu; …”

Para evitar essa armadilha, o corpo deve ser disciplinado, isto é, submetido à vontade da alma, a

qual, por sua vez, deve ser transformada pelo Espírito, de modo a não dar ocasião à carne.

F.7) Disciplinando o corpo. Disciplinar o corpo envolve três “frentes de batalha”:

Vigiar para que os instintos do corpo não sejam usados pela carne e pelo inimigo para nos levar

ao pecado (Sl 101.3a, Rm 6.13). Precisamos estar atentos a todo instante sobre o que o que é

que estamos fazendo com o nosso corpo, especialmente sobre o quê fixamos os nossos olhos

(Mt 6.22-23), discernindo se isso traz luz ou trevas para dentro de nós. Por exemplo, se um

homem deixar seus olhos se fixarem sobre uma mulher que se veste sensualmente, isso

certamente será uma brecha para que a mente comece a desenvolver pensamentos impuros e

formar imagens obscenas. O mesmo pode acontecer vendo televisão, assistindo a um filme,

lendo uma revista, vendo um “outdoor” na rua, acessando a Internet, etc.

Manter o corpo em boas condições de saúde. Por ignorância da Palavra, no meio cristão é

popular o conceito equivocado de que a “carne” (referindo-se ao corpo) para nada serve. Isso

leva a um completo desleixo em relação ao corpo, frequentemente envolvendo o consumo

excessivo de alimentos e a falta de exercícios físicos, com toda uma série de consequências

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negativas para a saúde. Mas o fato de que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e que

precisamos dele para poder servir a Deus já deveriam ser motivos mais do que suficientes para

cuidar da nossa saúde com zelo, alimentando-nos de maneira sadia e fazendo algum tipo de

atividade física ou esporte regularmente.

Submeter o corpo no serviço ao Reino de Deus. Isso requer força de vontade, ou seja, o domínio

da alma sobre o corpo, sob a direção do espírito. Implica a prática de disciplinas espirituais,

entre as quais as mais importantes são o devocional diário (oração e leitura da Palavra) e o

jejum. Tais disciplinas, além de mortificarem a natureza carnal, também fortalecem o espírito. E

então teremos poder espiritual para nos dedicarmos com afinco em servir a Deus e ao próximo.

Mas também devemos evitar o extremo oposto, caindo no ativismo religioso a ponto de

prejudicar a saúde.

Cabe aqui uma nota importante: a disciplina do corpo (incluindo o jejum) não é algo que

fazemos para Deus! Não é para adquirirmos bênçãos de Deus e muito menos para sermos

aceitos por Ele (isso seria legalismo ou ascetismo). Qualquer tentativa legalista de usar o

sacrifício físico para obter de Deus graça ou justificação não é apenas inútil, como também

herético. O legalismo anula a graça de Deus (Gl 5.4).

Para quê, então, devemos disciplinar o corpo? O corpo deve ser disciplinado primeiramente para

nós mesmos, de modo a melhor servirmos a Deus, apresentando-Lhe nosso corpo de maneira

santa (Rm 12.1), e em segundo lugar para os outros, de modo a servirmos de exemplo e

engrandecermos a Cristo em nosso corpo (Fp 1.20). Mas como já mencionamos, o pré-requisito

para disciplinar o corpo é ter uma alma transformada.

F.8) A absoluta necessidade de transformação da alma. Recapitulemos alguns princípios

sobre frutificação espiritual:

Somente o espírito pode gerar vida espiritual (2Co 3.6b).

O espírito não se manifesta independentemente, mas somente através da alma.

A alma não se manifesta independentemente, mas somente através do corpo.

Portanto, se a alma não estiver transformada, quebrantada e submetida ao espírito, jamais

poderemos produzir verdadeiros frutos espirituais. Não será possível trazer uma pregação

ungida, com revelação da Palavra de acordo com a necessidade de quem nos ouve; não

poderemos salvar e transformar vidas, ministrando e tocando o espírito das pessoas ao nosso

redor; não haverá manifestação de poder espiritual, para glória de Deus e edificação da

igreja. Ser um crente espiritual é operar nos outros a vontade de Deus, através de uma alma

quebrantada e submissa à direção do espírito, e de um corpo submisso à disciplina da alma.