CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

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“Eu faço projectos... sou técnico!” Fortemente criticado na Assembleia Municipal a propósito da Variante Nor- deste – uma obra que arrancou em período eleitoral mas que parou logo a seguir –, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, Mário Aves, de- fendeu-se com um argumento que sus- citou alguns risos: “Eu quero dizer que não faço projectos. PÁG. 11 José Carlos Mendes, que no próximo dia 25 de Março disputa a presidência do PSD com Paulo Rocha, diz ter “indícios” de que o actual presidente do partido, Mário Alves, está a interferir no processo eleitoral. O antigo vice-presidente da autarquia oliveirense lança algumas farpas ao Quarta-feira, 15 de Março de 2006 QUINZENÁRIO Ano 1 - Série II - N.º 1 Director: Henrique Barreto Preço: € 0,50 www.correiodabeiraserra.com TOP LOJAS DE MODA Rua do Colégio, 5C - Tel. 238 604 618 3400-105 OLIVEIRA DO HOSPITAL L.1: TOP SPORT Moda Jovem R. do Colégio, 2D, L. 8/11 L. 2: TOP Pronto a Vestir Moda Internacional R. do Colégio, 5C L. 3: TOP 3 Desporto Av. Sá Carneiro, 1C Mário Aves, defendeu-se com um ar- gumento que suscitou alguns risos: “Eu quero dizer que não faço projec- tos. Nem eu nem nenhum vereador”. PÁG. 11 projectos... não tb. sou técnico Vent loreet praestrud ming esent nosto et ut aliquis dio dit irilluptat lutatie diat alit niat, sequis nostrud enis aut nonsequam zzrillaor si. Met incilit volorti onumsandiam, volor sum ercil do od molobor sit nonsequatum quat nullandipit aute magna alit estin ulla faciduipis aute magna consed modit ad er si bla faccum vullums andreetum dipsum augiamet iriurem esequi tatisl dolorem volessi blandreet, quatet velit inisim dit lumsandreet lore mod estin euipisciduis at landip eum nonsequat, commodipis dipit alit volobore elismolore mincill andion henibh elesseq uismodo lorper am in vel eros del ute commy nosto dolore euguer sis accum eros doloreet dunt ad dolor sum incil dio corerat, vel ipsum do Aqui jaz a dinâmica do concelho

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Versão integral da edição n.º 1 (ANO 1 – SÉRIE II) do quinzenário “Correio da Beira Serra”, que se publica em Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra, Portugal). Director: Henrique Barreto. 15.03.2006. Para consultar o jornal na web, visite http://www.correiodabeiraserra.com/ Site do Instituto Superior Miguel Torga: www.ismt.pt Visite outros sítios de Dinis Manuel Alves em www.mediatico.com.pt , www.slideshare.net/dmpa, www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/discover747 , http://www.youtube.com/camarafixa, , http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2 e em www.mogulus.com/otalcanal Ainda: http://www.mediatico.com.pt/diasdecoimbra/ , http://www.mediatico.com.pt/redor/ , http://www.mediatico.com.pt/fe/ , http://www.mediatico.com.pt/fitas/ , http://www.mediatico.com.pt/redor2/, http://www.mediatico.com.pt/foto/yr2.htm , http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/foto/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/luanda/ , http://www.biblioteca2.fcpages.com/nimas/intro.html

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“Eu faço projectos... sou técnico!”

Fortemente criticado na Assembleia Municipal a propósito da Variante Nor-deste – uma obra que arrancou em período eleitoral mas que parou logo a seguir –, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, Mário Aves, de-fendeu-se com um argumento que sus-citou alguns risos: “Eu quero dizer que não faço projectos. PÁG. 11

José Carlos Mendes, que no próximo dia 25 de Março disputa a presidência do PSD com Paulo Rocha, diz ter “indícios” de que o actual presidente do partido, Mário Alves, está a interferir no processo eleitoral. O antigo vice-presidente da autarquia oliveirense lança algumas farpas ao

Quarta-feira, 15 de Março de 2006QUINZENÁRIOAno 1 - Série II - N.º 1Director: Henrique BarretoPreço: € 0,50

www.correiodabeiraserra.com

TOPLOJAS DE MODA

Rua do Colégio, 5C - Tel. 238 604 6183400-105 OLIVEIRA DO HOSPITAL

L.1: TOP SPORT Moda JovemR. do Colégio, 2D, L. 8/11

L. 2: TOP Pronto a Vestir Moda InternacionalR. do Colégio, 5C

L. 3: TOP 3 DesportoAv. Sá Carneiro, 1C

Mário Aves, defendeu-se com um ar-gumento que suscitou alguns risos: “Eu quero dizer que não faço projec-tos. Nem eu nem nenhum vereador”.

PÁG. 11

projectos... não

tb. sou técnicoVent loreet praestrud ming esent nosto et ut aliquis dio dit irilluptat lutatie diat alit niat, sequis nostrud enis aut nonsequam zzrillaor si.Met incilit volorti onumsandiam, volor sum ercil do od molobor sit nonsequatum quat nullandipit aute magna alit estin ulla faciduipis aute magna consed modit ad er si bla faccum vullums andreetum dipsum augiamet iriurem esequi tatisl dolorem volessi blandreet, quatet velit inisim dit lumsandreet lore mod estin euipisciduis at landip eum nonsequat, commodipis dipit alit volobore elismolore mincill andion henibh elesseq uismodo lorper am in vel eros del ute commy nosto dolore euguer sis accum eros doloreet dunt ad dolor sum incil dio corerat, vel ipsum do

Aqui jaz a dinâmica do concelho

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2 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraD E S TA Q U E

HENRIQUE BARRETO

O Correio da Beira Serra foi a Arganil entrevistar aquele que é hoje um dos maiores empresários de Portugal na

área da indústria de confecções. Trata-se de um oliveirense, filho de alfaiate, que há 26 anos atrás deixou de ser funcio-nário da antiga “Eurofato” para passar à condição de empresário. Estávamos em 1981, quando Carlos Andrade decidiu montar a AMMA em Arganil, uma em-presa que volvidos quatro anos já em-pregava 200 trabalhadores. O projecto foi apoiado pela autarquia local e, de então para cá, a AMMA sofreu profun-das alterações e, em 1993, instalou-se definitivamente num moderno edifício construído para o efeito no Parque In-dustrial de Arganil. Hoje, com a conhe-cida marca própria “Carlo Visconti”, a AMMA emprega 260 pessoas e, só para Inglaterra – onde já detém uma impor-tante franja de mercado –, exporta 75 por cento da sua produção.

Embora esteja sempre preocupado com a instabilidade da economia mun-dial e atento às rápidas transformações que se vão operando no mundo dos negócios, aquele empresário tem con-fiança no futuro e acredita que a crise,

“como tudo na vida, é uma questão cí-clica”. “Já tivemos outras crises que fo-ram vencidas e também passámos por alguns momentos difíceis. Mas como criámos sempre novas estratégias e pro-curámos novos mercados, o trabalho não nos tem faltado e temos aumenta-do o número de trabalhadores”, refere Carlos Andrade ao passo que explica que o segredo do sucesso da empresa que comemora este ano 25 anos de exis-tência assenta fundamentalmente numa estratégia composta por três factores indissociáveis: “Eficiência, pontualida-de e qualidade”. A qualidade é aliás o grande apanágio desta empresa – já por diversas vezes galardoada –, que para além de deter uma das mais conceitua-das marcas nacionais – a Carlo Visconti – conseguiu internacionalizar-se.

Uma “alfaiataria” industrializadaCarlos Andrade considera inclusive que actualmente a AMMA “talvez tenha deixado de ser uma fábrica de confec-ções para passar a ser uma alfaiataria industrializada”. Trabalhando para um segmento de mercado de qualidade mé-dia-alta, a AMMA aposta constantemen-te na inovação tecnológica e até já tem em carteira muitos clientes com quem transacciona numa perspectiva tipo al-faiate ao nível da concepção de “fatos por medida”.

Com uma importante rede comercial tanto a nível nacional como internacio-nal – a Carlo Visconti tem já três lojas em grandes centros comerciais portu-gueses e abre brevemente uma outra em Londres –, Carlos Andrade que pa-rece pouco importado com o “made in China” – “não consideramos os chineses nossos concorrentes” – é de opinião que “é nos momentos difíceis que se deve ter coragem e investir”.

“Está em causa um sector que a médio e longo prazo não é viável”Mas quando questionado pelo CBS so-bre o particular momento difícil em que vive Oliveira do Hospital e o cenário de crise que se adivinha na área das confec-ções, o conhecido empresário já é mais céptico e assegura que, a nível nacional, está em causa um sector que “a médio e longo prazo não é viável”. Sublinhando que na Europa desenvolvida já não há indústria de confecção, Carlos Andrade sustenta que Portugal, “um país periféri-co”, “não tem capacidade para competir em produtos de gama média-baixa” com outros países da Europa dos Quinze com melhor localização e onde a mão-de-obra é muito mais barata. Quanto à China, aquele empresário diz que “esses senhores de olhos rasgados, sempre de máquina fotográfica, andam por todo o lado e são exímios em imitações”.

Explicando que este tipo de indús-tria “tem uma grande incorporação de mão-de-obra e quanto mais cara ela for menos competitivo se torna o produto final”, o empresário oliveirense radica-do em Arganil há um quarto de século argumenta que no futuro “poderá con-tinuar a haver empresas de confecção, mas não indústrias de confecção”.

Quanto ao caso de Oliveira do Hos-pital em concreto – onde este tipo de indústria se assume como um dos prin-cipais empregadores –, Carlos Andrade entende que se “deveria ter diversifica-do o tecido industrial e nunca colocar os ovos todos no mesmo cesto porque a indústria de confecções tem um peso demasiado excessivo na economia lo-cal”.

O dono da AMMA, é até de opinião que os empresários que trabalham numa perspectiva de gama média-baixa “de-vem começar a pensar em deslocalizar as empresas para países onde a mão-de-obra é mais barata”, porque – conforme sublinha – “em Portugal os salários têm que subir e as coisas serão cada vez mais difíceis”.

Carlos Andrade diz duvidar de que actualmente existam muitas empresas deste sector “a ganhar dinheiro”. “Acho que muitas das empresas de confecções trabalham hoje para sobreviver”.

Carlos Andrade garante que a “médio e longo prazo o sector não é viável”

“Muitas das empresas de confecções trabalham hoje para sobreviver”

Carlos Andrade diz que a “AMMA” deixou de ser uma

indústria de confecções para passar a ser uma alfaiataria industrializada onde a quali-dade é a imagem de marca, e mostra-se preocupado com o que está acontecer em Olivei-ra do Hospital porque aquele

tipo de indústria “tem um peso demasiado excessivo na

economia local”.Em traços gerais, o Correio

da Beira Serra explica o segredo do sucesso de um

dos maiores empresários do sector que, com a apelativa marca “Carlo Visconti”, já

desbravou um mercado que lhe permite exportar 75 por

cento da produção.

Carlos Andrade: “A indústria de confecções tem um peso demasiado excessivo na economia de Oliveira do Hospital”

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15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 3D E S TA Q U E

Sete notas…HENRIQUE BARRETO

Olá! Este é o novo Correio da Beira Serra e eu sou o Henrique Barreto quatro anos mais velho. Estou aqui com os mesmos pro-pósitos com que estive precisamente no dia em que fiz o fecho daquela que foi a nossa última edição, quando corria o ano de 2002.

Foram 14 anos difíceis! Tivemos êxitos, dificuldades, incom-preensão, intolerância e, como é óbvio – só não erra quem nada faz –, também cometemos vários erros. Mas o passado já lá vai e, como tal, vamos ao futuro:

1. Este novo jornal que hoje relançamos, é um projecto edi-torial de longo alcance e com um único propósito: defender os interesses de uma região em detrimento de interesses políticos, pessoais, económicos ou de qualquer outra índole. O que nos move é o desenvolvimento sustentável numa perspectiva de modernidade e como consequência disso a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos.

2. No jornalismo que preconizamos, não vai ser efectivamen-te possível estar com Deus e o Diabo ao mesmo tempo; nem agradar a gregos e a troianos. Como em tudo na vida há crité-rios. O nosso próprio critério é passível – e isso é salutar – de discussão e de crítica. Mas é o nosso critério…

3. Vamos apostar num jornalismo moderno e o nosso prin-cipal objectivo editorial é a concepção de um jornal que saiba interpretar, com visão crítica e actual, o mundo que o rodeia. Sabemos dos condicionalismos, do obstáculo que constituem as mentalidades que o Estado Novo nos legou, e até compreen-demos aqueles que receiam a notícia incómoda. Mas, como afir-mou Eduardo Girão, “a verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida”.

4. A nossa perspectiva, como diria Séneca, centra-se no senti-do de que é preferível incomodar com a verdade do que agradar com a adulação. Infelizmente, sabemos que essa postura nunca suscita aplausos por parte do poder. Qualquer que ele seja. Pe-dimos desculpa, mas a nossa razão de ser é o leitor.

5. Dentro destes princípios e na alvorada de uma Primave-ra, que não se adivinha nada fácil para dezenas e dezenas de famílias que repentinamente perderam os seus empregos na in-dústria de confecções, o Correio da Beira Serra reaparece, hoje, com duas linhas de edição: uma impressa e outra “online” em www.correiodabeiraserra.com..

A nossa edição online, que para além de conter a versão im-pressa também disponibiliza conteúdos informativos com ac-tualização constante, pretende colocar este projecto na aldeia global da informação.

6. Mas este projecto, que representa uma importante con-quista para Oliveira do Hospital no panorama da informação, não é um projecto individualizado. É antes um projecto abran-gente e pluralista onde cabem todos os cidadãos que entendam chegada a altura de também assumirem as suas responsabilida-des. Bem sei que por vezes o silêncio é ouro! Mas, outras vezes esse silêncio é verdadeiramente ensurdecedor!

7. Como nota final, é importante formular aqui um especial agradecimento a António dos Santos Lopes, um empresário que não só proporcionou o reaparecimento deste jornal como tam-bém subscreveu o projecto editorial nos moldes em que o aca-bei de anunciar, manifestando desde logo – como não poderia deixar de ser – o respeito pelo cumprimento integral do Código Deontológico dos Jornalistas, que fazemos questão de publicar na página 23 deste jornal.

Editorial

O s 93 trabalhadores da empresa de con-fecções Infinitum continuam a cumprir

o seu horário de trabalho e a fa-zer camisas. A administração da empresa pediu a insolvência da fábrica no mês passado e des-de então os funcionários nunca mais viram o seu patrão. “Des-de que foi pedida a insolvência nunca mais vimos o nosso pa-trão. Continuamos a trabalhar porque o administrador judicial deu ordens para cortar camisas” disse ao Correio da Beira Serra uma das trabalhadoras que se deslocou à Câmara Municipal para pedir ajuda ao executivo. O facto de continuarem a tra-balhar não desagrada os funcio-nários, mas querem saber quem é que lhes paga o ordenado e qual será o seu futuro. Todos aguardam impacientemente pela realização da Assembleia de Credores agendada para 19 de Abril, mas até lá – como refe-riram as trabalhadoras – estão a ser “afectadas psicologicamen-te”. Há dez anos a laborarem na empresa sentem-se “magoadas e enganadas” e afirmam: “o nos-so patrão prejudicou-nos muito, neste momento não temos ga-rantias de pagamento”.

As trabalhadoras foram ouvi-das pelo executivo oliveirense, na reunião de Câmara que de-correu na manhã de 07 de Mar-ço, que se mostrou interessado em conhecer a real situação das trabalhadoras e disposto a aju-dar. De facto, o presidente da Câmara tinha uma boa notícia para aquelas trabalhadoras: no dia anterior teve indicações de que um empresário pode es-tar interessado na empresa ou em criar uma nova. “Nada está confirmado, espero que esta indicação tenha futuro, mas va-mos aguardar”, salientou Mário Alves.

Em frente ao executivo de maioria PSD as trabalhadoras pediram ajuda para a resolução desta situação de desempre-go iminente, já que “ninguém lhes diz nada”. “O nosso patrão desapareceu e nós não mere-cíamos que nos fizesse isto”, sustentou uma trabalhadora. Mário Alves reconhece que “o empresário devia dialogar com os funcionários” mas admite

que “não é advogado para os poder orientar da melhor ma-neira”. Tal como foi dito, as trabalhadoras “continuam a laborar e têm encomendas que deveriam ser entregues e não foram porque antes de pedir a insolvência o administrador enviou uma circular aos clien-tes a avisar que não iria enviar a mercadoria. Isso foi um erro. Agora as encomendas estão prontas e os clientes não as querem”. Neste momento a preocupação é saber “quem é que paga o ordenado” porque – como foi referido – “não há ordenado nem subsídio de de-semprego porque não houve despedimentos”. A Assembleia de Credores realiza-se a 19 de Abril mas, para as trabalhado-ras “é muito difícil continuar a cumprir horário até esse dia porque não se sabe o que vai acontecer depois”.

As trabalhadoras não que-rem ser despedidas porque segundo dizem “gostam muito de trabalhar” mas também que-rem a sua situação resolvida. O acesso ao subsídio de desem-prego é também uma preten-são, mas tal só será possível depois de se conhecer a deci-são resultante da Assembleia de Credores, porque o subsídio de desemprego implica que os funcionários sejam despedidos da empresa. Nesta matéria, Maria José Freixinho, vereado-ra do PS e advogada, explicou às trabalhadoras que “a outra forma de acederem ao subsídio de desemprego passa por uma desvinculação da empresa. Por-que passados 60 dias da última remuneração, as trabalhadoras adquirem o direito de se des-vincularem da empresa apre-sentando uma carta à admi-nistração nesse sentido. Cinco dias depois é dever do adminis-trador tratar da documentação para que tenham acesso aos direitos do IEFP”. Mas – como salvaguardou Maria José Freixi-nho – “este processo desvincula as senhoras da empresa e, não é isso que se pretende porque querem continuar a trabalhar”.

“A Câmara não tem campo de acção para intervir nesta área”Receptivo ao pedido de ajuda apresentado pelas trabalhado-

ras Mário Alves deixou garan-tias de que em conjunto com o restante executivo tudo irá fazer para apoiar os 93 funcio-nários da Infinitum. “A Câmara não tem campo de acção para intervir nesta área” sublinhou o edil deixando garantias de que irá “tentar falar com o adminis-trador judicial, com o centro de emprego e com o governador civil”, mas adiantou que “não falou nem vai falar com o sindi-cato” porque este último “tem gerado instabilidade” e na sua opinião “os sindicatos devem criar estabilidade e não o con-trário”. Mário Alves mostrou-se disponível para falar com os trabalhadores e empresários porque – como afirmou – “a Câmara está preocupada e soli-dária já que esta situação gera instabilidade também ao nível social e familiar porque é difícil ter contas para pagar e ter que recorrer a outras pessoas”.

Reconversão profissional po-derá ser solução?Equacionado o desemprego dos 93 trabalhadores da In-finitum José Francisco Rolo, vereador do PS questionou as trabalhadoras presentes na reunião se não gostariam de fazer formação noutras áreas para reconversão profissional. De acordo com aquele elemen-to do executivo “a Câmara deve contribuir para solucionar o problema” e por isso pergun-tou: “têm vontade de criar o vosso próprio emprego com recurso a incentivos?” A ideia agradou às trabalhadoras pre-sentes, no entanto, Mário Alves insurgiu-se no sentido de ex-plicar que “os incentivos para a criação do próprio emprego retiram a hipótese de receber o subsídio de desemprego”. Porém acrescentou que “a pior coisa que o ser humano pode ter é a resignação”. Na opinião do edil “neste momento a prio-ridade deverá ser a procura de novo emprego, porque se se está à espera da Assembleia de Credores e do subsídio de desemprego é um mau prenún-cio” mas, o autarca não coloca de parte a possibilidade de se avançar com a realização de cursos de formação.

Liliana Lopes

Trabalhadoras da Infinitum na câmara

“Precisamos da ajuda da Câmara Municipal”

Carlos Andrade: “A indústria de confecções tem um peso demasiado excessivo na economia de Oliveira do Hospital”

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4 Correio da Beira Serra 15 de Março de 2006O P I N I Ã O

H á uma grande revolução no mundo, mas é muito difícil à grande maioria dos cidadãos compreenderem o que se

passa e as consequências que traz para as suas vidas.

A reflexão do que nos rodeia não faz parte das preocupações dos cidadãos, mas hoje, tudo o que acontece em qual-quer parte do globo tem incidência na nossa vida.

O emprego, a saúde, a tecnologia, o conhecimento científico, o trabalho, a educação são preocupações de todos os Povos, sejam pobres ou ricos.

O que hoje distingue os Países desen-volvidos não é a existência de petróleo, de diamantes ou de qualquer outra ri-queza natural. É o seu domínio da tec-nologia e do conhecimento científico.

Para se ter uma noção da revolução que vivemos basta pensarmos que 90 por cento dos cientistas que alguma vez existiram sobre a terra ainda hoje estão vivos.

Esta revolução baseia-se na inovação tecnológica e científica que é o grande motor de crescimento dos Países desen-volvidos.

O conhecimento e a evolução tecno-lógica na maioria dos casos substitui o trabalho.

Basta referir, por exemplo, que nos anos cinquenta do século passado mais de 40% dos europeus trabalhavam na agricultura, hoje trabalham 6% e produ-zem mais 800%.

O mesmo acontece na indústria, onde nos anos oitenta trabalhavam 40%, hoje já só são 27% e produzem mais 400%.

O caso talvez mais emblemático para quem goste de reflectir sobre o Mundo é o dos Estados Unidos onde mais de 80% da população trabalha nos serviços

e nada tem a ver com a indústria.Todos nos recordamos, os que são

da minha idade, do vizinho concelho de Seia, com a Vodratex, a Fisel, a E.D.P. com milhares e milhares de trabalhado-res.

Todas encerraram e o Concelho foi capaz de se modernizar e de dar um sal-to em frente.

Há outros Países com mão-de-obra desqualificada que instalam indústrias de trabalho intensivo e repetitivo ligadas a baixíssimos salários e que hoje estão a ocu-par todo o mercado Mundial.

As confecções, os têxteis, o calçado, a montagem de auto-móveis etc, são as indústrias em largo fomento nos Países em vias de desenvol-vimento.

Portugal saiu, já, dessa situação.

Para se ter a no-ção exacta do Mundo basta referir que dos cerca de 200 Países existentes, Portugal está em 27º lugar na escala do desenvolvi-mento.

Não é por acaso que pela primeira vez na nossa história somos receptores de centenas de milhares de emigrantes que estão na maioria dos casos a fazer trabalhos que os portugueses recusam.

Vivemos uma época inversa à dos anos 60 do século passado quando os Portugueses invadiram a França, a Ale-manha e o Luxemburgo para trabalha-

rem nas profissões que franceses, ale-mães e luxemburgueses recusavam.

Hoje a China, India, Pakistão, Tailân-dia, etc, são países com mão-de-obra inesgotável e altamente desqualificada.

Nestes Países o salário ronda os 30 euros mensais dispondo eles das mes-mas máquinas e da mesma capacidade de gestão do que nós.

Hoje as distâncias e o conhecimento dos mercados não contam.

Mas é bom tomar nota para quem qui-ser reflectir sob o Mundo e prever as consequências que nos esperam, referir por exemplo que só numa pequena cida-de a 100Km de Pe-quim com 2 milhões de habitantes, estão instaladas 22 univer-sidades com 200.000 estudantes, todos nas áreas das engenharias e das ciências, sendo obrigatório o domí-nio perfeito da língua inglesa e japonesa.

Na China ou na Ín-dia, que representam um terço da popula-ção Mundial, encon-tram-se, já hoje, os

maiores e melhores centros tecnológi-cos e as maiores redes de investigação.

Nos últimos dez anos a China recu-perou da miséria absoluta mais de 200 milhões de pessoas, transformando-as em consumidores ao nível do Mundo Ocidental.

Com esta Revolução em marcha com-preende-se a angústia das pessoas que

não entendem o que se está a passar e mais preocupante é a incapacidade dos Governos locais e nacionais de não serem agentes mobilizadores no acompanha-mento das transformações da sociedade.

Hoje vivemos numa aldeia global que tem a dimensão do Mundo.

Só uma regulamentação da aldeia global permitiria impor regras com di-reitos e deveres iguais para todos.

Assim impõe-se sempre a regra do mais forte a explorar o mais fraco.

Para qualquer pessoa informada da evolução do mundo há muito se sabia que o Concelho de Oliveira do Hospital era considerado de alto risco, porque a sua principal fonte de emprego depen-dia de uma indústria baseada na mão-de-obra intensiva.

Toda a estratégia deveria ter sido orientada no sentido de primeiro a es-cola, depois o desenvolvimento.

As escolas criaram-se, as infra-estru-turas básicas para o desenvolvimento ficaram no caixote do lixo.

Deveria há muito ter sido dinami-zado o pólo industrial com benefícios efectivos para os investidores numa di-versificação da actividade económica no Concelho.

Esta teria sido a principal e mais be-néfica política da Câmara ao serviço dos cidadãos do Concelho.

Acredito que o alcatrão, a lâmpada ou a transformação da área mais importan-te da cidade num Portugal dos Peque-ninos, encurtando ruas, possa agradar às pessoas, mas com esta estratégia o Concelho definhará.

Há os que não compreendem o Mun-do mas fazem como a avestruz, outros iludem a realidade e outros na sua igno-rância pensam que o imobilizam.

Enganam-se.

(…) Para qualquer pessoa informada da evolução do mundo há muito se sabia

que o Concelho de Oliveira do Hospital era considerado de alto risco, porque a

sua principal fonte de emprego dependia de uma indústria baseada

na mão-de-obra intensiva (…)

ANTÓNIO CAMPOS

O P I N I Ã O Para quem goste de reflectir sobre o mundo

H á uns tempos atrás fui sur-preendido por um telefo-nema do Henrique Barreto que, após uma breve expli-

cação sobre um novo projecto, sem mais delongas me convidou para, em conjun-to com outras figuras da “comunidade oliveirense”, assumir o compromisso de, dentro das minhas possibilidades, cola-borar com um “novo” (ou antigo?) jornal a publicar em Oliveira do Hospital!

Na minha passagem pela presidência da Câmara Municipal, o jornalista Hen-rique Barreto foi, seguramente, o meu maior adversário e crítico, tomando para ele “todas as dores” que seria nor-mal caberem aos partidos da oposição.

Para o Henrique “tudo ia mal em Oli-veira, muito pouco se fazia, ou ia de mal a pior”, etc, etc.

Que eu me recorde, mesmo quando as “coisas” esta-vam a correr pelo melhor, para o jornalista Henri-que Barreto havia sempre uma nova “descoberta” para a primeira-página do jornal…!

Pela minha for-ma de estar na vida e por uma questão de educação, sempre procurei privile-giar a condescendência, a amabilidade,

a tolerância e mesmo a amizade com os meus adversários o que, por vezes, deixava alguns dos meus pares com os “cabelos em pé”!

Como “homem do desporto” sem-pre mantive, na alta competição, a máxima: “a guerra ou a paz, tanto me faz”.

Na política, porém as coisas são muito dife-

rentes…! Há que saber distinguir com clareza quem são os adversários e os inimigos.

CARLOS PORTUGAL *

O P I N I Ã OPolítica

e “fair-play”

Pese embora tudo aquilo que foi es-crito pelo Henrique, e que algumas ve-zes me parece ter sido injusto, sempre tive a ideia que o Henrique Barreto não era um inimigo mas, somente, um ad-versário que, em determinada altura, considerou que eu era um exemplo per-feito de “fair-play”.

Continuo a ser um desportista que se orgulha de saber ganhar, muitas vezes, e perder, algumas outras.

Em qualquer circunstância jamais dei-xei de cumprimentar os meus adversá-rios no final dos encontros, na certeza de que vai continuar a “haver vida” para lá das partidas disputadas.

O Henrique Barreto sempre foi um adversário difícil! Mas contribuiu para que as vitórias tivessem mais sabor! E “obrigou-me” a jogar sempre melhor!...

Por isso aqui estou para o aperto de mão final ao Henrique! Conte comigo!

* Ex-Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do

Hospital e actual Seleccionador Nacional de Basquete-

bol Seniores/Femininos

O Henrique Barreto sempre foi um adversário

difícil! Mas contribuiu para que as vitórias tivessem

mais sabor! E “obrigou-me” a jogar sempre melhor!...

Ficha Técnica Administração: António dos Santos Lopes Direcção Editorial: Henrique Barreto - [email protected] Jornalista Principal: Liliana Lopes - [email protected] Colaboradores Permanentes: Adelaide Freixinho, Agnelo Vieira, António Campos, Carlos Portugal, João Dinis, José Augusto Tavares, Luís Torgal, Pedro Campos, Rui Santos. Deptº. Comercial: Isabel Mascarenhas Projecto Gráfico: Jorge Lemos Impressão: CIC – Coraze Sede, Redacção e Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 – 1º Esqº - 3400-075 Oliveira do Hospital, Telef.-Geral: 238086546 Correio Electrónico: [email protected] Edição Internet: www.correiodabeiraserra.com Entidade Proprietária: Temactual, Lda, Matric. na Conservatória do Registo Comercial de Oliveira do Hospital sob o número 507601750, Contribuinte: 507601750, Capital Social: 25,000 Euros Nº de Registo no ICS: 112130Tiragem Média Mensal: 6.000 exemplares Detentores de mais de 10% do capital da empresa: António dos Santos Lopes; Henrique Manuel Barreto Pereira de Almeidawww.correiodabeiraserra.com

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15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 5E D U C A Ç Ã O

HENRIQUE BARRETO

N a sequência da política do Ministério da Educação com vista ao encerramen-to de escolas com menos

de 20 alunos até ao final da legislatura deste Governo, o concelho de Oliveira do Hospital deverá perder, já nos pró-ximos anos, cerca de 50 por cento das suas escolas do 1º Ciclo de Ensino Bá-sico (1º CEB).

Para o próximo ano lectivo, por exemplo, o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) já avançou ao Cor-reio da Beira Serra que é praticamente certa a extinção das escolas do 1º CEB de Fiais da Beira e Andorinha – ambas com 7 alunos –, Vilela (8) e Chamusca da Beira (11).

Enquanto que os alunos de Andori-nha e Fiais vão ser colocados na EBI da Cordinha, os de Vilela serão deslocados para Nogueira do Cravo e os de Cha-musca da Beira para a Escola do 1º CEB da sede da freguesia – Lagos da Beira.

Esta situação, que surge como uma inevitável consequência da desertifica-

ção que vem “corroendo” o interior do país, nem sempre agrada às populações e aos autarcas locais, mas se atentar-mos nos casos concretos de Andorinha e Fiais da Beira, verificamos que aquelas duas escolas, ao nível do 1º ano, já só têm matriculados, respectivamente, um e dois alunos. Em Vilela e Chamusca da Beira o cenário é praticamente igual.

Um outro factor a ter em conta, no-meadamente nos casos de Andorinha e Fiais, é que estas duas localidades têm uma Escola Básica Integrada a menos de dez quilómetros de distância e onde as condições de Ensino – físicas, materiais e humanas – se diferenciam como do dia para a noite.

Concelho de Oliveira do Hospital poderá ficar reduzido a apenas 17 escolasAliás, conforme fez questão de subli-nhar ao CBS uma dirigente do SPRC, He-lena Arcanjo, aquela estrutura sindical “não é contra o encerramento de esco-las”, quando existe uma “escola melhor a três, cinco ou dez quilómetros”. “O que nós não podemos aceitar é que se encerrem todas as escolas com menos

de 20 alunos, tendo por base critérios uniformizadores, economicistas e redu-tores da qualidade da rede escolar do 1º Ciclo de Ensino Básico”.

Com uma rede escolar do 1º Ciclo composta por um elevado número de escolas de pequena dimensão cuja construção remonta ainda ao período do Estado Novo – são as chamadas es-colas primárias do Plano Centenário –, Oliveira do Hospital conta hoje com 29 estabelecimentos de ensino do 1º CEB. Mas com a reorganização da rede esco-lar que o Governo está a preconizar, o concelho – neste ano lectivo existem 12 escolas com menos de 20 alunos – po-derá ficar reduzido a apenas 17 escolas.

Quanto ao futuro dos alunos destes estabelecimentos escolares a caminho do encerramento, o SPRC considera que a escolha da EB 1 de acolhimento “deve respeitar critérios de qualidade e razoabilidade. Estas escolas devem, obrigatoriamente, oferecer aos alunos deslocados melhores condições físicas, materiais e humanas do que aquelas de onde provêm”.

Sob o ponto de vista da distância, o sindicato não só de-fende que as escolas de

acolhimento “devem estar situadas a uma distância razoável de modo a evitar grandes e penosas deslocações para os alunos (nunca mais de 15 minutos de viagem)”, como também exige ao Governo que a “des-locação de crianças se efectue no mais estreito e escrupulo-so cumprimento de todas as regras de segurança em vigor para os transportes escolares o que, já hoje, nem sempre acontece”.

Oliveira do Hospital poderá perder quase 50 % das Escolas do 1º CEB

Encerramento anunciadoEncerram as fá-

bricas, encerram

as Escolas e encer-

ram os serviços

públicos. São os

sinais do tempo

num concelho do

interior que come-

çou a ser vítima

da desertificação

mas que agora

também sofre com

a globalização…

Acordei na confusão de um sonho onde as personagens eram díspares entre si: havia soldados romanos tra-jados de capa e batina, estudantes disfarçados de camponeses, os políti-cos eram querubins e o povo anóni-mo, com a máscara de sempre, dan-çava embriagado pelo som da banda filarmónica – os músicos, não mais de uma vintena, vestiam com o rigor de um traje marcial.

Eu era mero espectador num espa-ço de todo desconhecido, mas tinha a consciência de “estar em casa”e apres-tava-me para entrar no baile com uma moçoila que, desde o início do sonho, me fazia negaças com o olhar.

– A menina dança? – perguntei gentil, mas com o frenesi próprio da ocasião.

Entretanto, despertei! A cena passava-se em Ulveira do Espi-

tal ou na cidade que agora se conhece?A que propósito surgia um sonho

alegre, contagiante ? Os sonhos têm explicação lógica ou

enquadramento real?- Ah… o Carnaval, raciocinei – e tudo

ficou mais claro, até os “disfarces”! Naquela noite tinha privado com três

“bruxinhas”, um Maio disfarçado em “duende” e o acólito Al Bano. Não fora festança de cansar, mas deu para sorrir, rir e gargalhar durante uma hora bem contada. Tudo se resumiu a brincadeiras de ocasião. Os bares e cafés encerraram portas às duas da madrugada – ainda a noite começava a espreguiçar-se – por-tanto, não houve tempo para mais. Por isso o sonho!

A “minha” cidade tem noites assim, “curtas de pequenas que são “ (o que contraria a vontade de a sentirmos vi-brante e nada amorfa), deita-se cedo dia após dia, em qualquer altura do ano, e não há santo milagreiro que a salve desta desdita.

E não se conhecem iniciativas perió-dicas, cativantes, que alegrem e animem residentes e visitantes. E quem viaja pela “estrada real” também não tem ali-ciantes para um desvio na rota.

– Oliveira? Já passei por aí, a ca-minho da serra, mas não conheço – é o que me dizem quando menciono a “minha terra”! Sistematicamente!

Pois… Revisito o sonho e não consigo, de

facto, situar-me no tempo – mas não era, de certeza, agora ou o espaço onde me situo: um centro comercial a céu aberto!

A ideia (do centro) é sonora e me-rece chamada à primeira página, mas com os escaparates transformados em armazéns de várias coisas ( com rarís-simas excepções), e sem a noção da estética no modo de expor o produto que se deseja publicitar, Coimbra e Vi-seu continuarão a ser destino certo.

Já divaguei que baste – agora vou tentar voltar ao sono. Pode ser que ainda dê um pé de dança.

Esta Escola – em Fiais da Beira – não abrirá no próximo ano lectivo

APENAS UM SONHO

VIL AÇA

Fonte: Câmara Municipal de Oliveira do Hospital

ESCOLAS EM MAIOR RISCO DE ENCERRAMENTO NOS PRÓXIMOS ANOS

Page 6: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

6 15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra

O Queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, três regiões de turismo e duas direcções regionais de agricultura

“Precisávamos de uma feira com impacto a nível nacional”

Nos meses de Fevereiro e Março

sucedem-se pelos municípios

que integram a área geográfica

de produção do Queijo Serra

da Estrela as feiras – também

designadas de festas – alusivas

a esta iguaria. “Queijo Serra da

Estrela” é uma marca portugue-

sa, e na opinião de João Mada-

leno, engenheiro da Associação

Nacional de Criadores de Ovi-

nos Serra da Estrela (ANCOSE),

“todas estas feiras localizáveis

por município têm impacto lo-

cal e nós precisávamos de uma

feira/ festa de âmbito nacional”.

João Madaleno: “O Queijo Serra da Estrela está em concorrência com produtos que não são comparáveis”

LILIANA LOPES

N esta altura do ano, os mu-nicípios promovem as suas feiras tendo como cabeça de cartaz o Queijo Serra da Es-

tela, que surge acompanhado por produ-tos não menos característicos da região como os enchidos e o mel e pelo carac-terístico Cão da Serra da Estrela. Nos meses de Inverno, quando as pastagens são melhores é sabido que este tipo de queijo é mais procurado pelos consumi-dores. Daí que estas feiras se realizem nesta altura, tendo também em atenção que a Serra da Estrela está coberta por um manto branco e por isso convidativa a umas mini-férias, que maioritariamente coincidem com o Carnaval. O objectivo dos municípios é presentear os turistas com uma pequena mostra dos produtos característicos da região.

O Queijo Serra da Estrela é uma mar-ca do Estado Português e quando nos reportamos ao de Denominação de Ori-

gem Protegida (DOP) referimo-nos a 24 produtores e a 70 mil unidades de quei-jo produzidas na área, que cumprem os requisitos exigidos pela Beira Tradição – entidade certificadora – e que permitem a utilização da marca. Apesar de ser um produto histórico fortemente marcado pela tradição é conhecido a nível nacio-nal e internacional, e fica muitas vezes sujeito a algumas confusões.

João Madanelo engenheiro da ANCO-SE acompanha de perto o trabalho dos criadores de ovinos e está ciente das di-ficuldades que surgem diariamente. Por isso, é de opinião que “é preciso dar a conhecer às pessoas o verdadeiro Queijo da Serra da Estrela”. Quanto às feiras do queijo que vão acontecendo um pouco por toda esta região, aquele engenheiro acredita que “são sempre positivas”, mas o que acontece “é mais uma festa do que feira. Trata-se duma festa em nome do queijo, e sem grande impacto comer-cial”. Cada certame – como sublinhou ao Correio da Beira Serra – “é uma solu-ção limitada no tempo, e na realidade o Queijo Serra da Estrela não é do municí-pio, mas de uma área”.

Em termos administrativos estamos a falar de 18 municípios, três regiões de

turismo e duas direcções regionais de agricultura”. Por isso, Madanelo defen-de a realização duma feira “de impacto nacional, que traga à região pessoas de todo o país para que possam conhecer “in loco” os produtores e este queijo desde a sua origem” porque – como fri-sou ao CBS – “para a maioria das pessoas desde que tenha a textura amanteigada, uma cinta à volta e uma cor amarelo-pa-lha é queijo da serra”. Na opinião do en-genheiro da ANCOSE, “os consumidores ao fazerem as suas compras nos grandes espaços comerciais deparam-se com al-guma confusão, devido à elevada oferta de queijos. E por outro lado, o preço do Queijo Serra da Estrela para além de não ter aumentado, tem tendência para diminuir, o que o coloca (aos olhos do consumidor) numa posição equiparada à restante oferta”.

100 Ovelhas é o limiar de rentabilidadeEnquanto engenheiro da ANCOSE e pelo contacto que tem com os produtores as-sociados, João Madanelo assegurou ao CBS que “uma exploração só será rentá-vel para um agregado familiar (duas pes-soas) se o rebanho for constituído por cerca de 100 ovelhas e neste momento na área há sensivelmente 230 rebanhos com esta dimensão”. Perante esta reali-dade – como frisou o responsável – os criadores deparam-se com um problema que é “a dimensão da propriedade e con-sequentemente a dimensão do rebanho”. Na prática o que se verifica é que grandes rebanhos necessitam de grandes espaços porque “as ovelhas gostam de mudar de terrenos. A mudança de pastagens per-mite que os animais ingiram mais e por consequência aumentem a produção”, explicou João Madanelo vendo esta rea-lidade como um “problema”, na medida em que “grandes deslocações implicam mais encargos para os criadores”. O ideal para os criadores – na opinião daquele

responsável – era que “tivessem a pro-priedade da terra”, mas pelo contrário ” isso não se verifica e não têm contratos de arrendamento o que os impede de se candidatarem a projectos que lhes per-mitiriam fazer a reconversão da explora-ção”.

A vertente comercial é apontada por Madanelo como “o segundo problema dos criadores. Em seu entender “os aspectos comerciais não podem assentar apenas no queijo, mas em todos os produtos de exploração. Há cerca de 50, 60 anos atrás o que tinha mais valor era a lã e a carne, o que não se verifica actualmente”. Neste momento o leite tem “algum valor se for transformado em queijo” salientou o en-genheiro, lembrando que “este produto tem dificuldades de concorrência porque os antigos mercados acabaram e os cria-dores têm que vender para outros lados e colocam o Queijo Serra da Estrela em concorrência com produtos que não são comparáveis”.

ANCOSE apoia Criadores de OvinosA ANCOSE funciona em prol dos seus associados no sentido de maximizar o rendimento do seu trabalho e ao mesmo tempo simplificar as tarefas ligadas ao sector. Entre outros apoios, a ANCOSE – como realçou João Madanelo – “faz, num total de 3700 explorações de toda a região, o trabalho de sanidade ani-mal, ou seja, o despiste de brucelose, o melhoramento da raça (pelo contraste leiteiro) e o serviço de tosquia mecâni-ca”. Para além destes apoios no terreno, a Associação orienta os produtores nas candidaturas ao FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola, e ain-da a candidaturas, subsídios e projectos de investimento. A ANCOSE desenvolve ainda, na sua sede no concelho de Oli-veira do Hospital, vários trabalhos de investigação para inovação, que quando aprovados são disponibilizados aos pro-

E C O N O M I A

Page 7: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 7Queijo Serra da Estrela é um produto histórico

Mecanização não retira “artesanalidade”

O Queijo Serra da Estrela é um pro-duto histórico e o que o caracteriza é o leite de duas raças de ovelha: a Mondegueira – centralizada nos limi-tes dos concelhos de Celorico da Beira – e a Serra da Estrela – situada na re-gião mais a leste. Para João Madanelo “o essencial é obter leite de rebanhos endemes, sanitariamente qualifica-dos” e depois “basta juntar o leite, o sal, o cardo (cynera cardunculus) e o saber fazer das queijeiras para se ob-ter o Queijo Serra da Estrela, que esta-rá pronto a comer passados 45 dias”. Numa visita pela queijaria da ANCOSE, o engenheiro garantiu ao CBS que “o uso de utensílios mecânicos facilita o trabalho das queijeiras e, não retira ar-tesanalidade ao produto final”.

Queijaria da ANCOSE destina-se ao fabrico experimental e demonstrativo do Queijo Serra da EstrelaPara além do apoio aos criadores de ovinos Serra da Estrela, a ANCOSE também se dedica na sua queijaria – igualmente designada oficina tec-nológica – ao fabrico experimental e demonstrativo do Queijo Serra da Es-trela. “É uma queijaria de quinta, que tem capacidade instalada de transfor-mação de 120 litros dia” indicou ao CBS João Madanelo esclarecendo que “este espaço simula o que seria pos-sível transformar num efectivo normal da serra da estrela”. Trata-se de uma queijaria licenciada, dotada de alguns equipamentos que facilitam o dia-a-dia das duas queijeiras que lá trabalham e que “não retiram a artesanalidade ao produto final” explicou o engenheiro responsável pelo apetrechamento do espaço e pela Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETARI) adaptada às necessidades e dimensão da quei-jaria.

“Este tipo de queijo é feito sempre da mesma maneira, o que muda é o equipamento colocado à disposição e que ajuda a regular a qualidade higi-énica do produto” explicou João Ma-danelo realçando que “o produto final não tem que ser apenas saboroso, é importante que não faça mal”. Quanto à mecanização o engenheiro da AN-COSE fez a comparação com tempos remotos: “outrora não havia câmaras de cura climatizadas, neste momento já são poucas as queijarias que não tenham pelo menos uma dessas câ-maras”. “Neste momento temos pos-sibilidades de refrigerar uma ordenha da noite, o que permite guardá-la para a manhã seguinte. Temos uma cuba de coagulação onde se proporciona a melhor temperatura para que o cardo possa actuar sob o leite, formando-o numa coalhada. A prensa pneumática é outro mecanismo utilizado, onde a pedra ou o peso foi substituído por uma força certa, diminuindo factores de variabilidade e regularizando a qua-lidade do produto” explicou Madanelo numa tentativa de desmistificar a ideia de que “aparelhos mecânicos retiram tradição e artesanalidade ao Queijo Serra da Estrela”. Na sua opinião “o queijo é feito da mesma forma, mas mais facilmente”.

Apesar de bem equipada – frisou o engenheiro – “a queijaria não é de produção. Serve sobretudo para for-mação profissional e trabalhos de de-senvolvimento experimental”.

O espaço é apoiado por um peque-no laboratório onde é avaliada a com-posição do leite e se realizam outras

análises. Neste momento a ANCOSE está a desenvolver um trabalho para a caracterização da manteiga. João Madanelo explicou ao CBS que o ob-jectivo “é tentar apurar os melhores procedimentos para se obter regular-mente manteiga de qualidade”. Com esta caracterização a ANCOSE preten-de estabelecer regras em termos de caderno de especificações para uma denominação de origem que os pro-dutores poderão usar ou não.

Ovelha Serra da Estrela é a pre-feridaANCOSE aposta no “apuramen-to genético”O leite deriva, na sua maioria, dos Ovi-nos Serra da Estrela que constituem um grupo de animais criados em toda a área da serra que lhe dá o nome. São animais do tipo bordaleiro, de corpu-lência média e muito bem adaptados às condições geoclimáticas em que vivem e aos regimes de exploração tradicionais a que são submetidos. No rebanho nacional são os de melhor aptidão leiteira, sendo caracterizados por elevadas produções. Das duas va-riedades existentes, a preta é consi-derada mais rústica e mais produtiva, razão, porque de há tempos para cá, vem despertando um maior interesse por parte de alguns criadores. O Ovino Serra da Estrela domina os trabalhos desenvolvidos na ANCOSE, dado que o melhoramento e defesa da raça, foi o principal objectivo da criação da As-sociação, por um grupo de criadores, que desde sempre se dedicou à cria-ção desta raça autóctone. O trabalho da ANCOSE em termos de apuramento genético – como sublinhou João Ma-danelo – pode ser feito por “contraste leiteiro que implica a medição do leite e a selecção dos reprodutores. Ou seja, os animais que ficam para reprodução são filhos das melhores reprodutoras. Depois deste processo, os animais são integrados em livro genealógico e os dados são colocados ao dispor dos produtores”. Ainda na área do apura-mento, o responsável destacou duas práticas reprodutivas: “ indução por sincronização de cios, colocando ani-mais no mesmo estado reprodutivo e, inseminação artificial”.

Coagulação por acção da flor do cardoPara que o Queijo Serra da Estrela co-mece a ganhar forma é essencial que ao leite se adicione a flor do cardo (cy-nara cardunculus) utilizada como agen-te coagulante. Consta que esta planta é empregue no fabrico do tradicional queijo de ovelha desde a ocupação da península Ibérica pelos Romanos. A parte da planta responsável pela co-agulação é a flor, de forma tubular e cor violácea, que contém grande con-centração da substância coagulante, a enzima cinarase.

Flor de Cardo

E C O N O M I A

N unca é demais lembrar a importância que a floresta representa para a sobrevi-vência do nosso Planeta e,

apesar das campanhas de prevenção, todos os anos somos confrontados com o flagelo dos incêndios florestais com consequências devastadoras aos níveis ecológico, social e económico.

É demasiado evidente que por detrás deste fenómeno cíclico também se es-condem interesses criminosos compará-veis ao tráfico de droga e de armas, por-que também esses levam à destruição e à morte.

E se a floresta é vida e se a vida não tem preço, todo o esforço desenvolvido na sua preservação é um investimento que não merece discussão.

Vêm estas considera-ções a propósito da ne-cessidade imperiosa de tomar medidas concretas e urgentes para o bom ordenamento dos espa-ços florestais, minorando os riscos de incêndio e criando condições para a sua gestão sustentável.

A Reforma do Sector Florestal, iniciada há cerca de três anos, inclui a cons-tituição das “ZIF”- Zonas de Intervenção Florestal que, de um modo simplis-ta, constituem uma forma de emparcela-mento da propriedade florestal em áreas de dimensão adequada, que permitam ganhos de eficiência na sua gestão, áre-as essas que serão objecto de planos de acção comuns, geridos por uma entida-de escolhida pelos aderentes, sem que os mesmos percam a posse da terra.

O bom êxito desta medida depende de diversos factores, sendo essencial o apelo ao espírito associativo dos pro-prietários e produtores, cabendo às organizações existentes, incluindo as autarquias, um importante papel de di-vulgação e sensibilização.

Na prossecução do seu objectivo e porque as intervenções na floresta te-rão de ser feitas por alguém, as ZIF irão contribuir para a criação de postos de trabalho, fomentando o surgimento de novas empresas ou dinamizando as exis-tentes.

Por outro lado os aderentes benefi-ciam de algumas vantagens ao nível de isenções de taxas de emolumentos bem como ao direito de preferência na aqui-sição de prédios rústicos localizados nas zonas de intervenção.

Trata-se, sem dúvida, de uma inicia-tiva de grande importância que mere-

ce ser incentivada e dinamizada com a participação de todos os detentores de espaços florestais.

Porém, para que não se fique apenas pelas boas intenções espera-se que o Estado crie e aplique de uma forma ágil e eficaz os mecanismos de apoio finan-ceiro e técnico que permitam passar do papel à acção no terreno.

É neste domínio que subsistem algu-mas dúvidas, alimentadas por outras ex-periências anteriores mal sucedidas.

Temos conhecimento que, no conce-lho de Oliveira do Hospital, se encon-tram em fase de análise pela DGF duas candidaturas: A ZIF do Alva, proposta pela Cooperativa Agro Pecuária da Beira Central, que abrange uma área com cer-ca de 2.000 hectares na freguesias de S.

Gião, Penalva de Alva e S. Sebastião da Feira e a ZIF do Alva e do Alvoco, com cerca de 4.000 hectares, liderada pela Caule – As-sociação Florestal da Beira Serra.

Verifica-se que estas candidaturas são coinci-dentes em boa parte da área de intervenção, pelo que deverá haver diálogo e entendimento entre as duas organizações envol-vidas de forma a encontrar uma solução a contento

das partes.Outra iniciativa que merece ser real-

çada é a candidatura à Medida 3.4 do Programa Agris, apresentada em finais de 2004 pelo Município de Oliveira do Hospital, por sugestão e projecto con-junto dos técnicos Eng.º Gustavo Soares e Eng.º Elísio Pais, que prestam um va-lioso serviço na Cooperativa e na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Oliveira do Hospital.

Este projecto, de cariz estruturante, visa essencialmente a defesa da floresta contra o risco de incêndio prevendo a abertura e conservação de caminhos, a criação de pontos de água e de espaços corta-fogo, bem como a implantação de alguns parques de lazer como forma de atrair as pessoas ao ambiente natural.

Esta, a par de outras, é também uma medida de grande importância para a preservação do espaço florestal do nos-so Concelho, uma riqueza comum que obriga à atenção e ao cuidado de todos nós.

Apela-se, portanto, ao bom senso e à cooperação de todas as organizações e entidades envolvidas porque a união faz a força e a floresta merece.

A floresta merece…

(…) se a flo-resta é vida e se a vida não tem preço, todo o esforço desen-volvido na sua preservação é

um investimento que não merece discussão (…)

JOSÉ AUGUSTO TAVARES NUNES

O P I N I Ã O

Page 8: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

8 Correio da Beira Serra 15 de Março de 2006P O L Í T I C A

A Comissão Política Concelhia (CPC) do PSD tem eleições à porta. Paulo Rocha,

vice-presidente da Câmara Mu-nicipal de Oliveira do Hospital (CMOH) tornou pública a sua candidatura “num período de acalmia política”. “Dois dias de-pois” – conforme o próprio su-blinha – surge uma nova lista, li-derada por José Carlos Mendes, anterior vice-presidente da au-tarquia oliveirense. Questiona-do acerca de uma possível rup-tura no partido, Rocha adiantou ao Correio da Beira Serra que “as posições ficam com quem as toma”.

Após sucessivos actos eleito-rais no país, o candidato à lide-rança do PSD local entende que este “é o momento ideal” para que aconteça “uma renovação no partido”, porque “houve dois actos eleitorais para a co-missão política que ficaram vazios”. O candidato justifica a sua candidatura com base na “acalmia política” que se vive num momento que, “à partida assegura um período sem tur-bulência, e por isso ideal para que o partido possa reflectir e aceitar uma renovação”.

Dois dias depoisQuanto ao aparecimento de uma segunda lista, liderada pelo anterior vice-presidente da autarquia, o candidato à su-cessão de Mário Alves encara-a com “naturalidade”. “Quando nós nos constituímos como equipa e definimos as nos-sas acções, éramos os únicos” adiantou Paulo Rocha, que fez questão de sublinhar que “o aparecimento da segunda lista, aconteceu dois dias depois”.

Na opinião de Rocha, o facto de existirem duas listas a dis-putar a CPC do PSD “é positivo, porque é uma forma de promo-ver o partido e dinamizar o de-bate de ideias” e, como tal, “os militantes apoiam a lista que mais lhes parece favorável”.

Apesar do actual presidente da concelhia não tomar partido neste acto eleitoral – conforme sublinhou Paulo Rocha ao CBS – o candidato diz saber qual “a posição pessoal de Mário Al-ves”. Quanto aos militantes que apoiam a outra candidatura, Ro-cha é lacónico: “As posições ficam com quem as toma. Não vamos criticar quem quer que seja”.

O candidato reconhece tam-bém o papel “importante” da Comissão, enquanto “elo entre os militantes, os autarcas e a so-ciedade civil”. Por isso, diz ser “necessário” avançar com um projecto capaz de dar um novo dinamismo à sociedade civil.

Sobre a anterior liderança do PSD, Rocha refere que “a comissão tem um passado que o honra muito, mas é preciso pensar no futuro”. “A ideia é nos próximos dois anos ganhar o futuro para o concelho e para as pessoas”.

LILIANA LOPES

Paulo Rocha em declarações ao CBSE L E I Ç Õ E S N O P S D

O candidato à lide-

rança do PSD, Paulo

Rocha, surpreendeu-se

com o aparecimento

de uma segunda lista

logo “dois dias depois”

após o anúncio da sua

candidatura que, impli-

citamente, conta com

o apoio do actual líder

do PSD – Mário Alves.

Paulo Rocha: “Este é o momento ideal para que aconteça uma renovação”

“Sei qual é a posição pessoal de Mário

Alves”

PERFIL DO CANDIDATOPaulo Rocha é bacharel em Contabilidade e Auditoria pelo Ins-tituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra. Começou a exercer a sua actividade profissional em concelhos vizinhos. Em 2001 assumiu o projecto de candidatura à JSD de Oliveira do Hospital. Depois das eleições autárquicas de 2001, foi convidado para trabalhar como adjunto do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Nas últimas eleições autárquicas foi convidado para assumir o segundo lugar na lista PSD. Com 30 anos, Paulo Rocha é vice-presidente na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, e candidata-se à Comissão Política Concelhia do PSD.

J á é conhecida a equipa que acompanha Paulo Rocha na luta pela Comissão Política Concelhia do PSD. Uma lista constituída por gente jovem mas que conta com o apoio de militantes com mais experiência no seio do partido

que se apresentam como a Comissão de Honra da Candidatu-ra de Paulo Rocha.

A apresentação da lista que acompanha o candidato decor-reu no passado dia 04 de Março na sede desta candidatura, sendo antecedida pelo anúncio da Comissão de Honra presi-dida por António Simões Saraiva. Ao lado do actual presiden-te da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital surgem outros militantes como António Correia Dias, António Silva Moreira, Aristides Costa entre outros, que encaram esta lis-ta como “capaz de renovar o partido”. Na ausência do presi-dente da Comissão de Honra, Aristides Costa leu as palavras endereçadas por António Simões Saraiva que realçou o facto de a lista ser “jovem, activa e capaz de renovar o partido”, su-blinhando que “é necessário apoiar esta equipa marcada por uma atitude de coragem cívica”.

Paulo Rocha tem a seu lado na luta pela liderança da Con-celhia do PSD jovens como Rui Miguel Abrantes, Ricardo José Mendes, Anabela Rodrigues, entre outros e justifica a ausên-cia de militantes mais velhos com a convicção de que “respei-ta o passado, mas entende que o momento é de renovação”. Quanto aos eleitos locais pelo PSD, nenhum faz parte da lista de Rocha, porém o candidato fez questão de esclarecer que “não tem nada contra os presidentes de junta. O que se passa é que eles já estão muito sobrecarregados e já dão o melhor de si enquanto profissionais e autarcas”.

Na defesa de objectivos como “o reforço e o envolvimento com os militantes, a valorização dos eleitos locais e a inte-racção com a sociedade civil” Paulo Rocha apresentou o que considera serem“os três vectores fundamentais do seu pro-grama: organização interna, a relação com os eleitos locais e a relação com os militantes, simpatizantes e demais membros da sociedade civil”. A “organização interna”– como o próprio explicou – prende-se com o funcionamento da Concelhia e com os deveres desta para com os militantes e vice-versa. Já na “relação com os eleitos locais”, valoriza o contacto com os autarcas e o levantamento das suas necessidades. A ên-fase de Rocha assentou no terceiro vector privilegiando o contacto com a sociedade civil com o intuito de “aumentar qualitativamente o número de militantes”. Neste domínio o candidato à Comissão Política Concelhia do PSD apresentou em primeira-mão a página da Internet relativa ao seu projec-to: ganharofuturo.no.sapo.pt onde é possível encontrar uma caracterização da situação actual da Concelhia, informação relativa a actividades a desenvolver e à JSD. Numa tentativa de valorizar tempos remotos e os militantes mais velhos do partido, o candidato anunciou que “a ideia é recuperar o his-torial do PSD e colocá-lo no site” porque como sublinhou “é dever da Comissão Política honrar o passado”.

Militantes mais experientes entendem que chegou o momento

da “renovação”

Candidatura conta com Comissão

de Honra

CARTÓRIO NOTARIAL DO CONCELHO DE OLIVEIRA DO HOSPITALCertifico, para efeitos da publicação que por escritura outorgada hoje, neste cartório, exarada de folhas cento e vinte e

cento e vinte e uma, verso, do livro de notas para escrituras diversas número Duzentos e Três-D, os senhores MANUEL JOSÉ DUARTE AMARAL, contribuinte número 142 999 075 e mulher, INÁCIA DA CONCEIÇÃO ABRANTES ALVES AMARAL, contribuin-te número 142 999 067, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, como declararam, naturais da freguesia de Lagos da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, onde residem no lugar de Póvoa das Quartas, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, sito no lugar de Póvoa das Quartas, freguesia de Lagos da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, composto de casa de habitação de rés- do- chão direito, rés- do- chão esquerdo e primeiro andar, com a superfície coberta de cinquenta e três metros quadrados e cinquenta e cinco decímetros, a confrontar de norte com Vítor Amaral Abrantes, de sul e de poente com rua pública e de nascente com herdeiros de Artur da Silva, inscrito na respectiva matriz, em nome de Francisco dos santos Amaral, sob o artigo número 761, com o valor patrimonial, de €52,23.

Que o dito prédio, não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Oliveira do Hospital e lhe atribuem o valor de mil euros.

Que, entraram na posse do identificado prédio, em data que já não sabem precisar mas que se situa por volta do ano de mil novecentos e setenta, através de uma doação meramente verbal, que lhes foi feita por seus pais e sogros Francisco dos Santos Amaral e mulher Albertina de Jesus Duarte, residentes que foram no referido lugar de Póvoa das Quartas, doação essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública, dado o falecimento dos doadores.

Desde a mencionada data tomaram a posse efectiva do aludido prédio, tendo vindo desde então a gozar de todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao direito de propriedade, designadamente, fazendo dele benfeitorias, obras de conservação e de manutenção, dotando-o de electricidade, tudo na convicção plena que sempre tiveram e têm de ser de facto proprietários.

Todos estes actos de posse foram, como se disse, praticados pelos justificantes, em nome próprio e pessoalmente, durante mais de vinte anos, sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento e o acatamento de toda a gente da região, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, que conduz à aquisição por usucapião, que expressamente invocam, não tendo os justificantes, dado o modo de aquisição, documentos que lhes permitam fazer a prova do seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais.

Está conforme o original, o que certifico.Oliveira do Hospital e Cartório Notarial aos 03 de Março de 2006

A 1ª Ajudante do Cartório Notarial;Maria do Céu de Moura Lopes Monteiro

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15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 9P O L Í T I C A

“Quando decidi avançar não tinha conhecimento da candi-datura de Paulo Rocha”O anúncio da candidatura de José Carlos Mendes surgiu de-pois de Paulo Rocha ter tornado pública a sua intenção de avan-çar para as eleições da CPC, no entanto o primeiro garantiu ao CBS não ter conhecimento da decisão do actual vice-pre-sidente da autarquia. “Quando decidi avançar não sabia da candidatura de Paulo Rocha”, referiu José Carlos esclarecen-do que “decidiu avançar numa quarta-feira à tarde, e nessa noite soube por militantes que Paulo Rocha tinha anunciado a sua candidatura no sábado an-terior”. O candidato garantiu que “quando decidiu avançar não pensou no aparecimento ou não de outra lista. Avançou porque tem “um projecto credí-vel para o PSD”.

José Carlos ocupou no últi-mo mandato o lugar de vere-ador e vice-presidente na Câ-mara Municipal de Oliveira do Hospital e, findo esse período decidiu – como o próprio refe-riu –, voltar a exercer a sua pro-fissão de professor na Escola Secundária de Oliveira do Hos-pital e nessa altura “não sur-giu a ideia de equacionar uma candidatura”. “Decidi avançar depois de vários apelos que me foram dirigidos por militantes do partido” referiu o candidato não esquecendo que “o futuro que aí vem não será fácil. O PS está a organizar-se e a CDU as-sumiu outra dinâmica. O PSD tem que responder às iniciati-vas desses partidos para que a população continue a ter con-fiança em nós”. Tomando como referência a sua experiência autárquica, ao mesmo tempo que era membro da Comissão Política, José Carlos Mendes en-tende que “à frente do partido deve estar uma pessoa que não esteja ligada ao poder” consi-derando que “será uma mais valia para o PSD e para o poder camarário”.

“Tenho uma equipa equilibra-da capaz de representar todas as gerações”José Carlos Mendes apresentou em conferência de imprensa os elementos que constituem a lista da sua candidatura e expli-cou que “ao formar lista tentou fazê-la de maneira a que todas gerações estivessem represen-tadas” referindo que o objec-

tivo era organizar uma equipa onde fosse possível “associar a juventude e a experiência de pessoas mais vividas”. O segun-do lugar da lista apresentada pelo candidato é ocupado por António Duarte, actual chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Depois de conhe-cidos os elementos desta can-didatura é inevitável equacio-nar-se uma divisão no partido. Questionado pelo CBS acerca desta situação, José Carlos re-feriu que “as pessoas são livres de pertencerem a determina-dos projectos políticos que se pretendem implementar e que não são antagónicos com o projecto político que a Câmara está a executar”. Na opinião do candidato, “António Duarte não deixará de exercer a sua função de chefe de gabinete com dig-nidade e de forma correcta e ao mesmo tempo estará connosco no partido a desenvolver as melhores políticas para o PSD e para Oliveira do Hospital”. Quanto aos outros elementos da lista – como sublinhou José Carlos – “as pessoas estão co-migo porque se mostraram receptivas às ideias que apre-sentei, entendendo que era um projecto credível, capaz de tor-nar o partido mais forte”.

Renovação do PSD localEsta candidatura – como expli-cou José Carlos Mendes – surge “num contexto de renovação do PSD local” que passa por “uma maior abertura do partido à sociedade civil”. Na opinião do candidato “a actuação destes últimos anos tem revelado que o partido esteve fechado, já que os militantes eram chamados fundamentalmente na altura das eleições”. Como foi referi-do em conferência de imprensa “esta candidatura pretende que o PSD seja mais activo” junto dos militantes e “interventivo junto da comunicação social, órgãos distritais do PSD, au-tarquias e Governo”. Por outro lado José Carlos Mendes pro-jecta um partido “mais envol-vente e mobilizador, que con-siga ouvir e acarinhar os mais velhos e motivar os mais novos para os grandes desafio eleito-rais do futuro”. Consciente da falta de diálogo e comunicação que existe dentro do partido e deste com a sociedade civil, o candidato diz apostar num par-tido e numa metodologia de

trabalho “mais aberta”, permi-tindo que “os militantes sejam uma parte activa no funciona-mento do PSD dando opiniões e participando nas actividades que irão ser dinamizadas”.

Na luta pela abertura e pela renovação, a candidatura de José Carlos Mendes surge acompanhada por um blog: www.psdmaior.blog.com que – como o próprio frisou ao CBS –“é um sinal de modernidade que queremos dar aos militan-tes”. O candidato pretende fu-turamente, depois de ganhar o acto eleitoral para a Comissão Política, criar uma página na In-ternet que sirva essencialmente para que “os militantes tenham conhecimento do que se está a

passar com o partido e ao mes-mo tempo possam participar, defendendo as suas ideias e dando sugestões”.

A modernidade e a renova-ção – de acordo com o candi-dato – passam pela “criação de grupos de trabalho no âmbito de várias áreas como a saúde, a educação e formação, o empre-go e as novas tecnologias”. Em traços gerais o PSD de Oliveira do Hospital pretende “colocar as pessoas no terreno para que se conheçam de perto as neces-sidades do concelho nas várias áreas” porque para José Carlos Mendes “só assim será possível definir políticas e apresentar propostas fundamentais para o desenvolvimento do concelho”.

Candidato à Concelhia PSD conhece as opções de Mário Alves

Na corrida pela Comis-

são Política Concelhia

(CPC) do PSD em Oli-

veira do Hospital, José

Carlos Mendes surge

na liderança de uma

segunda lista. O candi-

dato – em declarações

ao Correio da Beira

Serra – garantiu que o

seu objectivo é tornar

o PSD mais forte, mas

avisa que se Mário

Alves interferir “teme

que possam surgir

divisões no partido”.

PERFIL DO CANDIDATOIdade: 51 anosNaturalidade: Caldas de S. PauloHabilitações Literárias: Licenciatura em Ensino e Educação Tec-nológica Profissão: Professor de quadro de nomeação definitiva da escola secundária de Oliveira do HospitalOutras funções desempenhadas: Coordenador Pedagógico da AR-CIAL; Presidente da Direcção da Liga de Amigos das Caldas de S. Paulo (durante 14 anos); Presidente da Comissão Instalado-ra /Presidente do Conselho Directivo da Escola Básica 1,2,3 da Cordinha (durante quatro anos); Presidente do Conselho Execu-tivo da Escola Secundária de Oliveira do Hospital (1999-2001); Membro da Comissão Política Concelhia do PSD (desde 1999); Vereador e Vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital (2001-2005)

“Temo que possam surgir divisões no partido”

José Carlos Mendes: “À frente do partido deve estar uma pessoa que não esteja ligada ao poder”

LILIANA LOPES

C om uma equipa que classifica de “equi-librada”, José Car-los Mendes decidiu

avançar com uma candidatura para as eleições da Comissão Política Concelhia do PSD, com data marcada para 25 de Mar-ço. Ainda membro da actual Comissão, o candidato não avançou com a sua candidatura sem comunicar a sua decisão ao actual presidente da estrutura. “Tive uma conversa com Mário Alves que me disse que as suas opções eram outras, deixando implícito que estaria do lado da outra lista, mas garantiu que não iria interferir na campanha eleitoral” referiu José Carlos ao CBS salientando que “presen-temente tem indícios de que tal não está a acontecer”. Na opinião do anterior vice-presi-dente e vereador da autarquia “o presidente do partido devia ter uma postura equidistante relativamente às duas listas”, salvaguardando que “pode ter as suas opções”. A candidatura de José Carlos Mendes – como o próprio sublinhou – preten-de que o PSD seja mais forte e possa estar unido para fazer face aos desafios que aí vêm, mas “se Mário Alves interferir teme que possam surgir divi-sões no partido”.

Page 10: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

10 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraP O L Í T I C A

LILIANA LOPES

J osé Francisco Rolo apre-sentou-se recentemente aos militantes do Partido Socialista como candidato

à Comissão Política Concelhia. Não sem antes – como o pró-prio sublinhou ao CBS – ter auscultado alguns elementos do PS, como é o caso do actual presidente da Concelhia, Fran-cisco Garcia, e de Maria José Freixinho, de quem recebeu “apoio e estímulo para avan-çar”. Porém, a decisão de avan-çar com uma lista “resultou de um desafio lançado por um con-junto de militantes das várias sensibilidades do PS”, salientou o candidato realçando que “os

apelos foram-se sucedendo, principalmente no período pós-eleições autárquicas, e mais recentemente por Pedro Campos, mandatário da lista”.Autodenominando-se como “militante de base”, José Fran-cisco Rolo entende que houve um “reconhecimento” do seu trabalho enquanto vereador na autarquia oliveirense, já que “com base nele, os desa-fios têm se vindo a repetir”.

Ao mesmo tempo que dis-corda da ideia de existirem facções no PS, José Francisco admite que “há sensibilidades diferentes no partido”, que com a sua candidatura – como sublinha – pretende “unir” em torno de “um projecto colecti-vo”. “Luciano Figueiredo é um camarada e amigo afecto a essa outra sensibilidade que convi-dou para fazer parte da lista” referiu o candidato convicto de que “obviamente vai contar com ele, como vai contar com outras pessoas”. O desejo do

candidato – transmitido ao CBS – “é criar um projecto uno e indivisível para defender o PS, preparar o partido para as lutas políticas e servir o concelho de Oliveira do Hospital”.

No seio do PS, o também ve-reador na autarquia oliveirense identifica-se mais como “um cidadão da política, do que político”, daí que “diariamen-te seja confrontado com vários estados de alma” que classifica de “contra-informação típica de cada período eleitoral”. Neste sentido, José Francisco salienta que “o PS não precisa de revo-luções, mas sim de renovação” e o seu “programa de acção” passa por “aproveitar o que correu bem no seio do partido e alterar o que correu mal”.

Partido de porta abertaQuanto à realidade da CPC do PS, José Francisco Rolo diz-se “crítico” porque entende que “os partidos têm que deixar de funcionar de porta fechada para passarem a funcionar de porta aberta”. Na sua opinião, devem ser espaços de actualização permanente daquilo que são as necessidades dos militantes e da sociedade civil e, o PS “deve estar atento às preocupações das instituições e do concelho e acolher propostas para que possa apresentar alternativas credíveis”. José Francisco de-fende ainda “a criação de uma alternativa ao PSD que está a governar desde a última década em Oliveira do Hospital”. Nesta perspectiva – como sublinhou o candidato – o que correu mal ao PS foi “não conseguir vencer

nenhum acto eleitoral autár-quico nos últimos 12 anos”. No entanto, admite que “o partido tem funcionado, mas deve agir com mais intensidade” porque como salienta “o PS nem sem-pre esteve próximo dos seus eleitores”. Ao CBS o candidato à liderança da concelhia falou de uma “reorganização ao nível interno do partido e na forma de actuação” e deixou expres-so que “o PS tem que criar um órgão consultivo, que funcione por grupos de trabalho temáti-cos que apoiem e auscultem os vários sectores do concelho”. A intenção do candidato – reve-lada ao CBS – “é criar alternati-vas porque as pessoas só votam quando elas existem”.

Sozinho na corrida pela Con-celhiaJosé Francisco Rolo encabeça a única lista para a Comissão Po-lítica. O próprio deu conta ao CBS de rumores acerca da pos-sibilidade de surgir uma nova lista encabeçada por Maria José Freixinho, mas disse desco-nhecer a vontade da também vereadora na autarquia olivei-rense. José Francisco Rolo ga-rantiu que ainda está a aguar-dar pela resposta de Maria José Freixinho face ao convite que lhe dirigiu para fazer parte da sua lista, mas compreende que “com certeza também ela terá ambições políticas”. “Ela sabe que tem espaço na minha can-didatura”, salientou o candida-to ressalvando que é “demo-crata e que o PS sempre foi um partido plural”.

José Francisco Rolo pretende dar continuidade “ao que correu bem” no seio da Concelhia

E L E I Ç Õ E S N O P S

Consciente da necessi-dade de “renovação” e de “união” no Partido Socialista, José Fran-cisco Rolo aceitou o

desafio lançado pelos militantes de encabeçar

uma lista para a Co-missão Política Conce-

lhia (CPC). Em decla-rações ao Correio da

Beira Serra o candidato relega para segundo

plano a “contra-infor-mação” com que tem

sido confrontado e pri-vilegia a sua intenção

de assumir um “projec-to colectivo” capaz de

renovar o partido.

José Francisco Rolo: “Os partidos têm que deixar de funcionar de porta fechada”

“O PS não precisa de revoluções mas sim de renovação”

PERFIL DO CANDIDATOIdade: 38 anosNaturalidade: Lagares da BeiraHabilitações Literárias: Licenciatura em Sociologia pela Universi-dade da Beira Interior. Profissão: Técnico Superior de Desenvolvimento Local na ADI-BER desde 1998Percurso Político: Filiado no Partido Socialista desde 1987. Mem-bro da Comissão Política Concelhia desde 1998, fazendo parte da lista do actual presidente Francisco Garcia. Em 2001 com a desistência do Eng.º Manuel da Costa passou a ocupar o lugar de terceiro vereador do PS na autarquia oliveirense. Nas últimas eleições autárquicas (2005) foi eleito terceiro vereador do PS na Câmara Municipal.

“Para qualquer pessoa informada da evolução do mundo há muito se sabia que o Concelho de Oliveira do Hospital era considerado de alto risco, porque a sua principal fonte de emprego dependia de uma in-dústria baseada na mão-de-obra intensiva.”António Campos, Correio da Beira Serra

“(...) Acredito que o alcatrão, a lâm-pada ou a transformação da área mais importante da cidade num Por-tugal dos Pequeninos, encurtando ruas, possa agradar às pessoas, mas com esta estratégia o Concelho de-finhará.”Idem

O presidente do partido devia ter uma postura equidistante relativa-mente às duas listas”José Carlos Mendes, CBS

“O futuro que aí vem não será fácil. O PS está a organizar-se e a CDU as-sumiu outra dinâmica. O PSD tem que responder às ini-ciativas desses partidos para que a população continue a ter confiança em nós”.Idem

“A actuação destes últimos anos tem revelado que o partido esteve fechado, já que os militantes eram chamados fundamentalmente na altura das eleições”. Ibidem

“A ser verdade o encerramento do SAP eu sou aquele que vou à frente do pelotão”Mário Alves, na AM

“Relativamente ao IC6 eu disponibi-lizo-me para ir até de rastos”António Lopes, na AM

“Ó senhor presidente, isto é uma vergonha…”António Correia Dias, na AM

O senhor é que devia ter vergonha das coisas que andou aqui a fazer durante anos”João Dinis

“O senhor não mete medo a nin-guém”Correia Dias

“Tivemos um descalabro no Parque do Mandanelho. Gastámos lá não sei quantos milhares de contos… pelos vistos não serviu de exem-plo. Quem é que é responsável por aquilo (a variante nordeste)? Carlos Maia, na AM

“Eu quero dizer que não faço pro-jectos. Nem eu nem nenhum vere-ador”Mário Alves

“Eu não sou técnico”Ibidem

“Ó senhor presidente, não é bonito desculparmo-nos com os nossos subordinados”António Lopes

“Eu não percebo por que é que esse jornal (o Correio da Beira Serra) de-sapareceu (…) era um jornal que despoletava situações incómodas para muita gente, mas os jornais também servem é para isso (…) ninguém está isento de críticas… ninguém tenha medo disso”Carlos Maia, na AM

“Seja-me permitido que, em pri-meiro lugar, saúde o reaparecimen-to de um jornal prestigiado, que nos habituou a uma informação de-sassombrada, isenta e sempre «em cima do acontecimento». Espero que siga na mesma senda, sem quaisquer desvios”Adelaide Freixinho, CBS

(EX)...CITAÇÕES

Page 11: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 11C I D A D E

S eja-me permitido que, em pri-meiro lugar, saúde o reapareci-mento de um jornal prestigia-do, que nos habituou a uma

informação desassombrada, isenta e sempre “em cima do acontecimento”! Espero que siga na mesma senda, sem quaisquer desvios! Seja, assim, bem vin-do o Correio da Beira Serra.

Em segundo lugar (e porque é, de momento, uma das grandes preocupa-ções do concelho), gostaria de dar uma palavra de solidariedade a todos os tra-balhadores e trabalhadoras que, recente-mente, devido ao encerramento de duas fábricas de têxtil, ficaram sem trabalho e mais uma vez apelar à Câmara Munici-pal que tudo faça para conseguir inves-timentos no nosso concelho. Também queria encorajar e agradecer a todos os empresários que mantêm, no nosso con-celho, os postos de trabalho! Andam por aí uns “profetas da desgraça” a acenar com mais dificuldades em vez de, eles próprios auxiliarem efectivamente, no desenvolvimento do concelho. Tenha-

mos esperança e façamos, cada um de nós, pela positiva, o que pudermos para que exista trabalho para todos!

Como se isso não bastasse para afligir os munícipes deste con-celho, e na sequência do que vem sendo noticiado a nível nacional relativa-mente ao encerramento de vários serviços no domínio da saúde, tem constado no nosso con-celho que o Serviço de Atendimento Permanen-te (SAP) que funciona no Centro de Saúde e que atende, durante o período da noite quem, com urgência, necessita de atendimento médico, poderá encerrar visto não ter o número médio de utentes considerado, a nível nacional, como o mínimo exigível para tal serviço se manter, toda a noite, em funcionamento.

Ora é certo que a lei deve ser igual para todos mas no pressuposto que hou-ve igualdade de tratamento e de opor-tunidades para os destinatários desses

mesmos serviços. É sa-bido que, regra geral, quem mais acorre ao SAP são os mais fragilizados (crianças e idosos) e, em número cada vez maior, os acidentados de viação ou assaltos.

Se tal se viesse a efec-tivar qual seria o destino de quem ficasse grave-mente doente das oito da noite às oito da ma-nhã? É que estamos a cerca de 70 quilómetros de Coimbra, de Viseu ou da Guarda! E a esta dis-tância acresce o tempo necessário para que, as

pessoas que vivem nas freguesias de Al-deia das Dez, Alvôco, S. Gião, Seixo, etc cheguem a Oliveira do Hospital! Ou será

que querem encaminhar para Seia mais um serviço que fora da nossa terra?! E se chegados a Seia formos “reencaminha-dos” para Coimbra, lá vai, pelo menos, mais uma hora – ou seja o tempo que, de Oliveira, se demoraria a Coimbra! É que “mais uma hora” para quem está em perigo de vida, para as famílias desespe-radas, é uma eternidade e pode mesmo ser um caminho sem retorno! E que es-forços já fez a Câmara Municipal para se inteirar da situação e, eventualmente, lutar contra ela?

Oliveira do Hospital habituou-se, des-de 30 de Julho de 1995 a ter um hospi-tal e, posteriormente, Centro de Saúde. Se viesse a verificar-se o encerramento a que aludi, seria um rude golpe e um enorme retrocesso na nossa qualidade de vida.

Temos ouvido, há uns tempos a esta parte, que a Câmara Municipal preten-de fazer “uma marcha lenta”! Será que o Governo Central, seguindo e ultrapas-sando a sua intenção, quer fazer “mar-cha atrás”?!

É sabido que, regra geral, quem

mais acorre ao SAP são os mais

fragilizados (crianças e idosos)

e, em número cada vez maior,

os acidentados de viação ou assaltos.

MARIA ADEL AIDE FREIXINHO

O P I N I Ã O Será que o governo quer fazer marcha-atrás?

HENRIQUE BARRETO

A suspensão das obras na Variante Nordes-te, devido a vários erros de projecto,

foi um dos pontos de acesa discussão na última Assembleia Municipal (AM) de Oliveira do

Hospital, dia 24 de Fevereiro.O deputado municipal do

PS, Francisco Garcia, abriu a po-lémica desafiando o presidente da Câmara a responder se “já foi instaurado algum inquérito” para apuramento de responsa-bilidades e ainda pretendeu sa-ber “quem é que paga agora os custos” e “quem é que ganha com isto”.

Pelo lado da CDU, António Lopes, também criticou a forma como se processam determina-das obras no município para depois serem “suspensas”, e advertiu o presidente da Câma-ra para o facto de “estas coisas custarem dinheiro”.

“A culpa não pode morrer solteira”O tema da variante Nordeste – uma obra iniciada em véspera de eleições autárquicas e que já se encontra parada há alguns meses – foi também alvo de uma intervenção do deputado municipal do PS, Carlos Maia, que acusou o executivo camará-rio de não ter aprendido “com os erros cometidos” na execu-ção do parque do Mandanelho. “Tivemos um descalabro no parque do Mandanelho e gas-támos lá não sei quantos mi-lhares de contos… pelos vistos isto não serviu de exemplo”.

Através de uma das interven-ções mais inflamadas da noite, aquele deputado municipal do

PS questionou ainda o presi-dente da Câmara sobre “quem é que é o responsável por aqui-lo e quanto é que se vai agora gastar a mais naquela obra”. Carlos Maia exigiu mesmo que “a culpa não morra solteira” e pediu o “apuramento de res-ponsabilidades”.

Em resposta às críticas, o presidente da Câmara Munici-pal, Mário Alves, viu-se forçado a dar razão aos argumentos utilizados pelos deputados da oposição, tendo inclusive ad-mitido a existência de vários erros de projecto. No entanto, o autarca tentou sacudir a água do capote ao afirmar que não é ele o autor do projecto. “Eu

queria dizer que não faço pro-jectos. Nem eu nem nenhum vereador. Partimos do princípio de que quem faz os projectos os faz bem feitos”.

Reconhecendo que, na ver-dade, “houve necessidade de alterações e é evidente que isso tem custos acrescidos” para o erário público, Mário Alves concordou também que essa “brincadeira dos trabalhos a mais e dos custos imprevistos” custa muito dinheiro aos cofres da autarquia local e deu até o exemplo de uma obra recente – no caso, um pequeno troço de estrada no Avelar – em que a CMOH desembolsou cerca de 71 mil euros por causa de uma “revisão de preços”.

Com um discurso de desres-ponsabilização da Câmara em todo este processo – “eu não sou técnico”, sublinhou –, Má-rio Alves insistiu na imputação de responsabilidades aos pro-jectistas e salientou que quan-do a autarquia “faz concursos o juízo sobre a qualidade dos projectos é relativo”. Ainda sobre concursos públicos, o presidente da câmara teve uma “tirada” que suscitou algumas críticas ao afirmar que, por vezes, é preferível que os or-çamentos para a execução das obras sejam “mais altos” para evitar os trabalhos a mais e ou-tro tipo de situações

Retomando o uso da palavra, o deputado da CDU, António

Mário Alves, na Assembleia Municipal, sobre os erros técnicos da Variante Nordeste

“Eu não faço projectos… não sou técnico”No meio de uma tem-pestade de críticas da oposição ao processo da construção da Va-

riante Nordeste, cujas obras foram suspen-sas logo a seguir às eleições autárquicas

derivado a um conjun-to de erros técnicos, o presidente da Câmara

de Oliveira do Hospital admitiu a existência de

diversas falhas técnicas, concordou que a situ-

ação vai originar mais custos acrescidos aos cofres da autarquia,

mas tentou sair ileso da discussão ao afirmar: “não sou técnico”…

A variante nordeste “encalhou” precisamente logo a seguir às eleições derivado a vários erros de projecto

Page 12: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

12 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraO P I N I Ã O

A s máquinas até por aí circulam, não raras vezes a alta veloci-dade...Assim “acelerassem” os principais responsáveis pela

matéria, a melhorar o (mau) estado de parte importante da rede viária do Con-celho e das suas “acessibilidades”...

De fora, não chegam os “famosos” IC’s. Daquele com dígito “6”, se diz ago-ra com projecto concluído e pronto para sair a concurso público. Do outro IC – o “ 7 ” – se perdeu o traço e o rasto... Pelo menos, sobre um dos casos – o do IC 6 – o actual Secretário de Estado-Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações gosta de vir falar ora em Tábua, ora em Seia, enquanto anuncia promessas e ou-tros “factos” nos concelhos nossos vizi-nhos... Está por esclarecer por que razão é que o Secretário de Estado-Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, o Dr. Paulo Campos, ainda não visitou ofi-cialmente o nosso Concelho. Será que o Presidente da Câma-ra Municipal ainda o não convidou?

Entretanto, por cá, a Câmara Muni-cipal “enrola-se” nas ruas, rotundas e va-riantes da Cidade, a ponto de ficar “com a cabeça à roda” e de sobrecarregar o orçamento munici-pal com mais do que discutíveis gastos com “excessos orna-mentais” em ruas e rotundas e com pro-jectos e contra-pro-jectos em estradas e variantes...

A EN 230 e a EN 231 – 2 ( a “Estrada da Morte”), entre Oli-veira do Hospital e Felgueira Velha, é um (mau) exemplo daquilo que não deveria acontecer.

Mas quantos “abaixo-assinados”, quantas reclamações, quantas iniciativas não se fizeram já? Tudo com o objectivo de “levar” Governo e Câmara a rectificar alguns troços desta estrada e a adequar a sinalização vertical e horizontal ?E quan-tas mortes e feridos graves em sucessivos acidentes, sobretudo junto de - Ervedal – Vila Franca – Aldeia Formosa – Seixo da Beira - desde 1991/92, data da anterior rectificação desta importante via? Pois, por que esperam Governo e Câmara, afi-nal, para fazerem aquilo que já deveriam ter feito há anos ou seja, para corrigirem esses troços e a sinalização??

A propósito desta “Estrada da Mor-te”, a EN 231 – 2, passo a reproduzir ex-tractos das declarações feitas em Julho, 2005, pelo Secretário de Estado-Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, e cito:-“ Tomei conhecimento do ‘abai-xo-assinado’ (fora-lhe enviado um)...e além do mais, eu conheço muito bem a situação...está sob observação atenta, portanto no meu gabinete já foi despa-chado no sentido de se apresentarem as

soluções para o problema que foi equa-cionado...Neste momento está tudo em aberto relativamente a essa matéria, portanto aguardo que os estudos sejam feitos mas não são estudos longos, são estudos de dias para que, depois, possa tomar uma decisão”.

Ora, repete-se, estas declarações fo-ram feitas em Julho do ano passado...En-tretanto, instado pela Junta de Fregue-sia de Vila Franca da Beira, o gabinete do Secretário de Estado-Adjunto apenas veio reconfirmar que a estrada em causa “está sob tutela da Câmara Municipal” e mais nada adiantou até ao momento! Afinal os tais estudos “de dias” – como afirmou em Julho, 2005 – ao que parece já demoraram sete meses!

E a Câmara Municipal, que tem ela feito?Bem, de certa forma compreen-

de-se que pretenda “empurrar” a estrada de novo para a tute-la do Governo para que seja este a pa-gar as despesas...O problema é que a EN 231-2 continua sob a responsabilidade municipal e, ao que começa a parecer, o Secretário de Esta-do-Adjunto, Dr. Pau-lo Campos, dá pouco valor àquilo que ele próprio diz e àquilo com que expressa-mente se compro-mete. Seja como for, gerou-se uma situa-ção intolerável nesta espécie de “jogo do empurra” entre Go-verno e Câmara. Um dia destes dá-se por aqui mais um aci-dente complicado, e

depois??... Se, hoje, a negligência oficial já é muito grave, a seguir passa a ser cri-minosa!

Enfim, a Câmara Municipal continua a falar em projectos e outras ideias e, in-clusivé, tem a rectificação desta estrada em “Plano de Actividades e Orçamento”. Porém, tardam e retardam mesmo as in-tervenções mais necessárias. Ora, isto não pode continuar assim! Compete à Câmara avançar – ela que até apregoa ter uma situação financeira folgada - pelo menos com as correcções mais urgentes. Porque mais vale prevenir que remediar, e situações há que, de repente, já não têm remédio!

Outras Estradas a beneficiar no inte-rior do Concelho.

Deve dizer-se que há zonas do Con-celho onde a Rede Viária local tem sido melhorada, principalmente junto à Ci-dade e no Vale do Alva. E deve dizer-se também que a Câmara tem compromisso para arranjar outras estradas interiores, nomeadamente nas freguesias de Seixo da Beira e de Alvoco. Espera-se que re-alize, aliás como é sua obrigação. Até para monstrar, com obras (como gosta de dizer o Presidente da Câmara), quem cumpre e quem não cumpre...

Entretanto, por cá, a Câmara Municipal “enro-la-se” nas ruas, rotundas e variantes da Cidade,

a ponto de ficar “com a cabeça à roda” e de so-

brecarregar o orçamento municipal com mais do que discutíveis gastos

com “excessos ornamen-tais” em ruas e rotundas e com projectos e con-tra-projectos em estra-

das e variantes...

JOÃO DINIS

O P I N I Ã O

Acessibilidades e rede viária do concelho

Em “marcha lenta”... Lentíssima !...

E ntão prima como é que te es-tás a dar aí por Lisboa? Des-de que morreu a nossa avó nunca mais deste notícias e

como calculas já todos temos muitas saudades tuas. A tia Luísa, coitada, não pára de falar em ti e há dias esteve mesmo tentada a apanhar o Expresso para te ir aí visitar.

O tio, esse está cada vez mais re-zingão e quando vai à taberna então é que não se pode aturar. A tua irmã Lúcia é que teve sorte porque meteu-se aí na política e o presidente da jun-ta falou lá não sei com quem e lá lhe arranjaram um emprego numa escola que nem me lembra o nome, mas está tudo a correr bem.

Mas eu, prima, desde que a fábrica fechou ando por aí sem saber bem o que fazer à vida. Foram muitos anos agarrada a uma máquina de costura e agora com quase 50 quem é que me dá emprego? Ainda por cima, vê lá tu, também se fala que a fábrica onde o Zé trabalha vai fechar. Isto qualquer dia fecha tudo e depois como é que a gente se há-de governar?

Às vezes, sempre aqui sem fazer nada, até me apetece ir até Oliveira para me distrair mas a gasolina está caríssima e depois que fizeram lá as obras – que até deu na TVI e tudo, lembras-te? – é um inferno para arran-jar estacionamento naquela terra.

E a “bariante”, aquela que passa ali ao pé da propriedade do primo Xico? Vê lá tu que andaram com tanta pressa a fazer aquilo antes das eleições e ago-ra está tudo parado já há meses. No café da Esmeralda, até estavam nou-tro dia a dizer que ainda por cima vão ter que modificar aquilo tudo e gastar mais não sei quantos milhares de con-tos. E é o que fazem melhor porque realmente aquilo não tem pés nem ca-beça e às vezes até tenho medo de lá passar com receio de estragar o carro naquelas “retundas” esquisitas e com uma estrada tão estreitinha. Eu ain-da há dias dizia à tua irmã Lúcia que andamos nós aqui uma vida inteira a apertar o cinto e a passar dificuldades para depois os nossos governantes an-darem para aí a esbanjar dinheiro. Mas eu até me admira como é que o nosso presidente, que ainda há dias esteve

aqui a jogar à malha na aldeia, também faz uma coisa daquelas. E ainda por cima agora até lá tem “ascensores“– é assim que se chama, não é? – para o ajudarem. Mas a tua irmã Lúcia, des-de que foi lá para aquele emprego na escola, está sempre a mandar-me ca-lar e a dizer que eu não percebo nada de política. Já não a posso aturar. Vê lá tu que noutro dia estava eu a pa-gar o seguro do carro àquele senhor que também já esteve na câmara – o homem é simpático e até me facilitou o pagamento – e ela passa por nós e nem bom dia nem boa tarde. E ela que era toda socialista, lembras-te?

Mas isto da política, prima, a gen-te nunca sabe bem para que lado está o vento. Vê lá tu que o primo Serafim que continua a vir cá almoçar aos do-mingos, agora passa a vida a falar bem dum senhor que é comunista e que diz que tem dado muito dinheiro aqui para a terra e para os bombeiros. Acho que ele até vive aí para os lados de Lisboa. Noutro dia, vê bem, foram os dois num “roisroice” ou lá como é que aquilo se chama – é um espadalhão, havias de ver! – dar uma olhadela aí numas propriedades. Eu nunca tinha visto um comunista num carro assim. Ah, e agora até dizem que esse senhor também vai voltar a pôr aquele jornal que uma vez deu uma notícia sobre a nossa tia de Oliveira a funcionar.

Mas ó prima, então e o marido da Crismina, já sabes? Então, não é que o sacana meteu-se aí com uma brasi-leira que conheceu naquela casa de meninas que eu da outra vez te falei e fugiu com a moça não se sabe para onde. Ah, mas a Crismina também não perdeu tempo e já anda aí com um cai-xeiro-viajante. É uma pouca vergonha!

Mas olha, não te maço mais. Haja saúde, que o resto logo se há-de ver.

Está aqui a tia Luísa a dizer para tu não te esqueceres de combinares com o teu marido quando é que vêm limpar o pinhal, porque qualquer dia estamos no Verão e aquilo ainda arde tudo por-que é só mato. Olha, por falar nisso, até vou para lá agora apanhar uns gra-vetos para acender o lume.

Com saudade,

CARTÓRIO NOTARIAL DO CONCELHO DE OLIVEIRA DO HOSPITAL

Certifico, para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje, neste cartório, exarada de folhas setenta e seis a folhas setenta e sete verso, do livro de notas para escrituras diversas número Duzentos e Setenta e Três-D, o senhor ANTÓNIO MÁRIO RO-DRIGUES PAIS, casado, natural da freguesia de Seixo da Beira, concelho de Oliveira do Hospital e residente no lugar e freguesia de Vila franca da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, que outorga neste acto como procurador de: CREMILDA DOS PRAZERES, contribuin-te número 126 498 814, solteira, maior, também natural da referida freguesia de Seixo da Beira, onde reside no lugar sede, na Travessa das Flores, declarou: que, com exclusão de outrém, a sua constituinte é dona e legítima possuidora, do prédio urbano, sito no lugar e freguesia de Seixo da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, composto de casa com dois andares, com a superfície coberta de trinta metros quadrados, a confrontar de norte e de poente com José Batista, de sul com rua e de nascente com Francisco Esteves Figueiras, inscrito na respectiva matriz, em nome de Alfredo Fernandes Bento, sob o artigo número 163, com o valor patrimonial de € 714,43.

Que o mencionado prédio, não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Oliveira do Hospital, e que lhe atribui o valor de setecentos e catorze euros e quarenta e três cêntimos.

Que entrou na posse do identificado prédio, no ano de mil novecentos e setenta e dois, através de uma compra meramente verbal que, dele ajustou fazer ao referido Alfredo Fernandes Bento, em nome de quem se encontra inscrito na matriz, viúvo, residente que foi na cidade de Rio de Janeiro-Brasil, compra essa que não lhe foi nem é agora possível titular por escritura pública, dado o falecimento do vendedor.

Desde a mencionada data tomou posse efectiva do aludido prédio, tendo vindo desde então a gozar todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao direito de propriedade, desig-nadamente fazendo nele obras de conservação e de manutenção, tudo na convicção plena que sempre teve e tem de ser de facto proprietária.

Todos estes actos de posse foram, como se disse, praticados pela constituinte do primeiro outorgante, em nome próprio e pessoalmente durante mais de vinte anos, sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento e o acatamento de toda a gente da região, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, que conduz à aquisição por usucapião, que expressamente invoca, não tendo a justificante, dado o modo de aquisição, documentos que lhe permitam fazer a prova do seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais.

Está conforme o original, o que certifico.Oliveira do Hospital e Cartório Notarial aos 24 de Fevereiro de 2006

A 1ª Ajudante do Cartório NotarialMaria do Céu de Moura Lopes Monteiro

As cartas de Maria

Alice

Page 13: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 13C I D A D E

HENRIQUE BARRETO

É uma verdadeira pedrada no charco este novo edi-fício onde vai ficar sede-ada a Caixa de Crédito

Agrícola Mútuo (CCAM) de Oliveira do Hospital. O projecto vanguardis-ta, que foi desenhado pelo arqui-tecto João Monteiro, representa um investimento superior a 1,5 milhões de euros e promete vir a ser um íco-ne da cidade.

Com uma arquitectura arrojada, o imóvel – já em fase de conclusão – transmite uma imagem de moder-nidade e tem a vantagem de ter eli-minado (ver foto) um dos principais pontos negros da cidade.

Concebido numa perspectiva do tipo “dois em um”, o edifício vai

F undada em 1986, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Oliveira do Hospital tem hoje cerca de 3.200 associados e vem registando um significativo cresci-

mento na área dos seguros, leasing, ALD e crédito à habitação.

Com delegações em três freguesias – Avô, Erve-dal da Beira e Vendas de Galizes –, esta instituição bancária movimenta uma carteira de depósitos na ordem dos 37,5 milhões de euros e tem cerca de 25,5 milhões de euros em empréstimos concedi-dos a particulares e empresas.

Questionado pelo CBS sobre os reflexos que a crise que se adivinha na indústria de confecções pode ter no futuro daquela instituição de crédito, o presidente da CCCAM referiu que “a preocupa-ção é total”, mas deu um sinal positivo ao referir que a Caixa “tem confiança nos empresários com quem trabalha porque demonstram capacidade para poderem ultrapassar esta crise”.

Sublinhando que a instituição “está atenta” – têm nichos de mercado em termos de futuro”, frisou –, Carlos Mendes não deixou no entanto de advertir para o facto de que “a construção tam-bém pode entrar em crise”.

CCAM inaugura novas instalações em Abril

Um edifício de dupla personalidade

É um verdadeiro choque

arquitectónico numa

cidade de província mas

que resulta numa imagem

de modernidade. O futu-

ro edifício da CCAM está

já em fase de conclusão

e foi concebido em duas

vertentes: uma reservada

à actividade bancária e a

outra com funções sociais.

Uma “pedrada no charco” da arquitectura de Oliveira do Hospital

Um ponto negro da cidade eliminado

funcionar dentro de duas vertentes: tem uma área destinada à actividade bancária que fica centralizada numa zona cujo acesso do público se pro-cessa através da rua professor Antó-nio Ribeiro Garcia de Vasconcelos; e integra um outro conjunto, com entrada pela rua do Colégio, que é a chamada zona social do imóvel. Esta área, totalmente independen-te da primeira, é polivalente ao ní-vel da sua funcionalidade e integra um anfiteatro com capacidade para mais de 100 pessoas, salas de for-mação e outras zonas de apoio à função social do edifício.

De acordo com o que referiu ao

Correio da Beira Serra o presiden-te da direcção daquela instituição bancária, Carlos Vieira Mendes, as futuras instalações da CCAM vão ser “um espaço aberto ao concelho” e, nessa óptica, o edifício irá estar tec-nologicamente bem apetrechado para acolher o mais variado tipo de iniciativas.

Com a construção do edifício já na recta final, a CCAM deverá pro-ceder à sua inauguração no final do próximo mês de Abril. Precisamente no ano em que comemora 20 anos de existência.

Crise nas confecções: Presidente da CCAM

preocupado mas optimista

“Os empresários têm capacidadepara ultrapassar

esta crise”

O secretário-geral do Par-tido Comunista Portu-guês (PCP) é da opinião

que o anunciado encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde “não tem uma fun-damentação lógica, nem ra-cionalidade”. Numa visita ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e depois de se reunir com a directora do Centro, Al-dina Neves, Jerónimo de Sousa disse aos jornalistas que “só se pretende encerrar, para dar resposta ao défice das contas

públicas” mas, na sua opinião, “este é o pior caminho”. Repor-tando-se ao caso concreto de Oliveira do Hospital, o líder do PCP considera que “seria mui-to aberrante prejudicar 27 mil utentes” realçando que tudo isto não passa de “uma visão economicista”, porque – como salvaguardou – “todas as pes-soas têm direito à saúde”.

Quanto ao futuro do SAP, ainda não está nada definido até porque nesta altura estão a decorrer as obras de alarga-mento do serviço de urgências,

que depois de concluídas irão triplicar a lotação. Aldina Ne-ves garantiu aos jornalistas que não sabe qual o futuro do SAP. “Oficialmente não tenho conhe-cimento de nada, apenas sei o que se fala na Comunicação Social”, afirmou a Directora do Centro de Saúde mostrando-se preocupada porque – como re-feriu – “seis utentes é a média de atendimentos por noite”.

Na opinião de Aldina Neves o encerramento do SAP irá pre-judicar a população, mas se tal acontecer espera que sejam

criadas alternativas capazes de dar resposta às necessidades dos utentes.

Nesta visita pelo concelho, esteve inicialmente prevista a passagem de Jerónimo de Sou-sa pela Infinitum, empresa de confecções que em Fevereiro apresentou o pedido de insol-vência. Jerónimo de Sousa pre-tendia falar com os trabalhado-res e conhecer as razões que levaram ao pedido de insolvên-cia. Porém, o administrador ju-dicial da empresa não permitiu essa visita em horário de la-

boração, uma atitude que não agradou ao líder do PCP, frisan-do que este comportamento é característico de pessoas “mal acostumadas à democracia”.

Jerónimo de Sousa visitou Centro de Saude

“Seria aberrante prejudicar 27 mil utentes”

Jerónimo de Sousa no Centro de Saúde com eleitos locais da CDU

Page 14: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

14 Correio da Beira Serra 15 de Março de 2006O P I N I Ã O

A reorganização da Rede Es-colar do 1º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Pré-Es-colar, com encerramento de

estabelecimentos daqueles níveis de Educação, é uma medida de política e administração educativa imperativa e inadiável. Medida de política educativa que tem como principal justificação a melhoria da qualidade do serviço educa-tivo oferecido pelas escolas, ainda que também se deva ter em conta a neces-sidade de racionalizar a utilização dos recursos educativos e da despesa públi-ca, Central e Municipal, com a Educação naqueles níveis de Ensino.

É a preocupação com a boa qualidade da Educação que queremos para todas (e não só para as que residem em maiores centros urbanos ou provêm de famílias com mais recursos) as nossas crianças e jovens, para lhes dar melhores condi-ções de sucesso futuro, que todos deve-mos ter presente quando se discute o encerramento de Escolas. Encerramento que terá de ser definido em função de critérios de razoabilidade pedagógi-ca e de racionalidade e razoabilidade de utilização de recursos educativos e não em função de pequenos interesses pessoais ou de grupo, sejam interesses paroquiais, corporativos ou de pequena política local.

De forma simplificada podemos dizer que a Escola tem quatro funções essen-ciais: a função de instrução, a função de estimulação, a função de socialização e a função de custódia, cuja relevância relativa varia com a idade dos que a fre-quentam.

No caso do 1º Ciclo do Ensino Bási-co, sendo muito importante a função de instrução, que corresponde às apren-dizagens tradicionalmente designadas pelo ler, escrever e contar que hoje já não são suficientes, as restantes funções são extremamente importantes.

A estimulação contribui para um maior e mais rápido desenvolvimento das capacidades intelectuais e motoras e é tanto maior quanto mais rico for o ambiente escolar e enriquecido o currí-culo da escola, ou seja quanto melhor for a escola e suas condições e recursos educativos disponíveis, o que permite atenuar as desigualdades de condições de sucesso resultantes de falta de recur-sos das famílias. Ora, escolas isoladas, com muito poucos alunos, dificilmente terão muitos recursos educativos e con-dições para ter um ambiente escolar rico e estimulante, com possibilidade de os alunos terem actividades físicas com condições de enquadramento, ini-ciação às línguas estrangeiras, iniciação à informática, actividades de animação sócio-cultural, etc.

Por sua vez, uma escola com um, dois ou três alunos falha no processo de so-cialização das crianças, que necessitam de estar em contacto com grupos da sua idade para desenvolverem capacidades de convivência e de integração em gru-pos. As crianças isoladas sentem a falta de outras crianças para brincar e intera-gir, como demonstram todos os estudos feitos por especialistas do desenvolvi-mento da criança.

Nunca me esquecerei de uma visita a uma Escola do 1º Ciclo com um aluno na zona de Idanha-a-Nova, acompanhando o Engenheiro Marçal Grilo então Minis-tro da Educação, em que este perguntou ao aluno o que é que queria mais ter na escola, tendo obtido a resposta “que queria mais meninos para brincar”.

As condições sociais actuais, nome-adamente as resultantes da redução da dimensão das famílias e o facto de se estar a generalizar a situação de pai e mãe trabalharem fora de casa, vieram dar uma nova relevância à função de custódia da Escola, que corres-ponde à actuação de ocupação e acompa-nhamento dos alunos durante o período de actividades de apren-dizagem escolar tra-dicional, ao acompa-nhamento durante o almoço e em perí-odos de actividades não lectivas (activida-des de enriquecimen-to curricular e ocupa-ção de tempos livres) durante a totalidade ou a maior parte do período de tempo em que os pais estão ocupados nos seus locais de trabalho.

Ora, não é manifestamente possível ter em todas as escolas dispersas com reduzidíssimo número de alunos condi-ções de instalações e equipamentos e de recursos humanos que permitam ter serviço de refeições, ocupação de tem-pos livres, iniciação ao Inglês, iniciação às Novas Tecnologias da Informação, actividades de animação desportiva etc, devidamente acompanhadas e que ga-rantam às famílias que os seus filhos es-tão ocupados e bem acompanhados em actividades efectivamente formativas.

É por este conjunto de razões que sou favorável a um reordenamento da Rede de Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, antigamente designado como Ensino Primário, por ser o 1º nível de Ensino, que inevitavelmente levará ao encerramento das escolas com reduzido número de alunos, bem como ao encer-

ramento de Jardins de Infância que se encontrem nas mesmas circunstâncias. Mas o critério do número reduzido de alunos não pode ser o único e já não é novo.

Desde a publicação do Decreto-lei nº 35/88 de 4 de Fevereiro, no tempo do 1º Governo de maioria absoluta do Prof. Cavaco Silva, que está determinado que as escolas do 1º Ciclo com menos de 10 alunos deveriam ser encerradas. Mas não eram indicados quaisquer fun-damentos de natureza pedagógica para o seu encerramento. A medida resultava apenas do confronto com uma situação de grande redução do número de alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico em todo o País, nomeadamente nas regiões do interior.

A este respeito será bom que todos os portugueses saibam que em 1974 estavam matriculados no 1º Ciclo do Ensino Básico, então ainda designado

por Ensino Primário, no Continente, mais de 920 000 alunos e que no ano lectivo de 2005/2006 estavam apenas matriculados 464 252, o que dá uma ideia da dimen-são da redução do número de alunos re-sultante da baixa da taxa de natalidade.

O encerramento de escolas do 1º Ci-clo não é novidade na Região Centro. Durante o período em que desempenhei funções de Director Regional de Educação do Centro, até 2002,

encerraram mais de 300 escolas daquele nível de ensino na região. Algumas, pou-cas, por não terem qualquer aluno. Mas a maioria encerrou na execução de uma linha de orientação que visava propor-cionar a melhor qualidade possível aos alunos das zonas onde a escolas encer-ravam, de acordo com a linha de política educativa fundada nos conceitos que expus no início deste texto.

Houve sempre a preocupação de negociar esses encerramentos com as autarquias e envolver os pais nessas de-cisões, ao mesmo tempo que se desen-volveu um programa de construção de Escolas Básicas Integradas que permitiu acolher os alunos e professores de uma parte significativa das escolas encerra-das em condições muito boas. Noutros casos as Câmaras Municipais envolvidas assumiram a responsabilidade, dentro da delimitação de competências aprova-da em 1984, de renovar e adaptar alguns

edifícios escolares para receberem mais alunos provindos de escolas encerradas em melhores condições.

Na zona de Oliveira do Hospital e Tá-bua há exemplos de reordenamento da rede com sucesso em termos de satis-fação dos utentes. Os casos das Escolas Básicas Integradas (EBI) da Ponte da Três Entradas e da EBI de Midões são bons exemplos de reordenamento da Rede Educativa com encerramento de escolas do 1ºCiclo, em que a qualidade educati-va melhorou imenso para os alunos das escolas que encerraram.

A criação ou remodelação de edifí-cios escolares para o 1º Ciclo com boas condições e equipamentos, a definição de uma boa rede de transporte dos alu-nos deslocados para a escola que vão frequentar, a razoabilidade da distância e da demora do percurso casa-escola, um bom serviço de fornecimento de refeições na Escola, um bom conjunto de actividades de ocupação de tempos-livres e enriquecimento curricular são os critérios que devem estar subjacen-tes ao reordenamento da rede que leve ao encerramento de Escolas do 1º CEB. Sem esquecer que é necessário dialogar as soluções com os interessados, criar alguns incentivos para as autarquias, nomeadamente partilhando em propor-ções a definir os resultados das econo-mias de escala que o reordenamento vai permitir e tendo presente que para o caso de encerramento dos Jardins de Infância o critério de distância e demora de deslocação terá que ser bem diferen-te do critério do 1º CEB.

Alguns dirão que o encerramento de escolas do1ª CEB leva à desertificação. Não parece que assim seja uma vez que a existência de escolas em muitas locali-dades não tem, em nada, impedido essa desertificação. Aliás, o que se verifica em muitos casos é que os pais transfe-rem ou tentam transferir os seus filhos para as escolas mais próximas dos seus locais de trabalho e que lhe oferecem melhores condições de ensino e de cus-tódia dos filhos.

O que será necessário é encontrar outras funções para os estabelecimen-tos escolares encerrados. Poderão ser bons centros de animação sócio-comu-nitária e de desenvolvimento de acções de formação ao longo da vida para os re-sidentes, sobretudo se confiados a asso-ciações locais de cidadãos interessados.

* Ex-Director Regional de Educação do Centro

RUI SANTOS *

O P I N I Ã O A reorganização da rede escolar

“(…) em 1974 esta-vam matriculados no

1º CEB, no Continente, mais de 920 000 alu-

nos e no ano lectivo de 2005/2006 estavam ape-

nas matriculados 464 252, o que dá uma ideia da dimensão da redução

do número de alunos resultante da baixa da taxa de natalidade.”

SILVA & IRMÃOS, LDA.

SilmodaApartado 7 - 3404-953 Oliveira do Hospital - Tel. 238 600 812 - Fax 238 600 811

Page 15: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 15L O C A L

LILIANA LOPES

A instalação de parques de energia eólica e a consequente fonte de receitas que os

mesmos podem significar mar-caram a intervenção de José Francisco Rolo na reunião do executivo oliveirense. Em co-

municado enviado ao Correio da Beira Serra o vereador dá conta da sua intenção de co-nhecer o ponto da situação de uma proposta avançada por uma empresa e que “a Câmara Municipal tem em sua posse pelo menos desde 2003”. José Francisco diz conhecer “a de-clarada intenção de investir no concelho, particularmente na freguesia de Aldeia das Dez”, por isso questionou o autarca acerca “dos contactos que têm sido efectuados com a empresa

proponente e de qual a posição do executivo sobre a instalação de um parque de produção de Energia Eólica no concelho?”. O vereador pediu ainda es-clarecimentos relativamente “aos passos que a autarquia pretende dar nesse sentido e, que programa de acção têm definido para avançar com um Parque Eólico?”. As questões colocadas ao actual líder da au-tarquia são justificadas – como sublinha o comunicado – pela “constatação que sucessivos

investimentos no sector avan-çam em vários pontos do país” e pelo “facto iniludível de que o Orçamento e Plano para 2006, não apresenta quaisquer refe-rências ou valores nesta área”.

Na opinião do vereador “esta oportunidade de investimento reprodutivo e inovador” tem caído no “esquecimento”, dado que perante o anúncio da ins-talação de dois parques eólicos no concelho de Seia a “Câmara de Oliveira do Hospital assiste passivamente a tudo isto, com-

pletamente parada e sem atitu-de enérgica e diligente nesta matéria”.

Investimento reprodutivo e ge-rador de receitasA produção de energia eólica é entendida por José Francisco Rolo como “um investimento reprodutivo, de carácter ino-vador e gerador de receitas” e, em sua perspectiva, cabe à “Câmara Municipal envidar todos os esforços no sentido de afirmar as potencialidades desta produção, e daí retirar dividendos económicos”. Na reunião do executivo aquele vereador sugeriu “a realização de estudos de medição de ven-to para identificar os locais de maior rentabilidade” e no caso da actual proposta não servir, a Câmara deverá “atrair investi-dores do sector e negociar com eles a instalação de um parque no local financeiramente mais apetecível”. Na opinião de José Francisco “quando a Câmara se queixa de falta de receitas e do aumento de despesas e muitas vezes se vê na contingência de aumentar as Taxas e as Tarifas Municipais urge agarrar todas as oportunidades de investi-mento e de geração de receitas que sustentem o Orçamento Municipal”

Vereador do PS defende investimento no sector da energia eólica

“Câmara Municipal está completamente parada e sem atitude enérgica”

José Francisco Rolo pediu esclarecimentos

ao presidente da au-tarquia acerca duma

proposta que a Câmara tem em sua posse rela-tiva a um investimento

na área da energia eóli-ca. Na opinião do vere-ador do PS “este sector

apresenta-se como uma fonte de receitas para as autarquias” e

é essencial que se dêem “passos firmes no seu

aproveitamento”.

O vizinho concelho de Seia já começou a tirar proveito da energia eólica

No passado mês de Fevereiro a Anco-se (Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela) foi notificada pelo IFADAP (Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricul-tura e das Pescas) para a devolução de uma verba de 70 mil Euros. Manuel Mar-ques, presidente da direcção da ANCO-SE desde Novembro de 2004, está muito preocupado com o futuro da Associação e aponta o dedo à anterior direcção, en-tendendo que houve “má gestão”.

A situação reporta-se ao ano 2000 e ao Programa de Melhoramento Animal financiado pelo IFADAP. “Os 70 mil Eu-ros são relativos a uma despesa que a Ancose apresentou referente ao ano 2000 e que o Instituto não considerou elegível”, adiantou ao CBS Jorge David, gestor da Associação sedeada no conce-lho de Oliveira do Hospital. De acordo

com aquele responsável “no ano 2000 os criadores de raças autóctones não re-ceberam apoios do Estado e com o iní-cio do 3º Quadro Comunitário de Apoio, os produtores passaram a comparticipar em 30 por cento as despesas da Anco-se no âmbito do programa de melhora-mento animal, sendo que os restantes 70 por centro eram subsidiados pelo Estado”.

Tendo conhecimento das dificuldades sentidas pelos produtores – como frisou Jorge David – “a direcção da Ancose de-cidiu suportar esses prejuízos e em con-trapartida os criadores pagaram à Asso-ciação os 30 por cento da verba relativa ao programa em causa”. No entanto, o “problema” reside aqui porque – como explicou aquele gestor - “na prática não houve troca de dinheiro, mas sim avisos de lançamento a débito (pagamento dos trinta por cento) e a crédito (prejuízos dos produtores suportados pela Anco-se)”. No momento de prestar contas ao IFADAP, a Ancose apresentou a despesa relativa ao pagamento do prejuízo dos produtores, mas aquele Instituto não a considerou elegível. Jorge David – que

na altura já era o gestor da Associação – “lamenta que o IFADAP só tenha apre-sentado as normas do que são ou não despesas elegíveis em 2003”.

Em 2004 o Instituto financiador do programa decidiu fazer uma auditoria às contas da Ancose e passado um ano informou a Associação da situação e solicitou mais esclarecimentos. “Quan-do fomos confrontados pelo IFADAP o presidente da actual Direcção fez uma exposição dos documentos que dispo-mos”, sublinhou Jorge David dando con-ta de que “de nada valeu porque no mês passado a actual direcção foi notificada da decisão final: a devolução de 70 mil Euros”. Na opinião do gestor a situação é simples de perceber: “deixámos de receber 70 mil Euros dos produtores e agora temos que os devolver ao Institu-to financiador do programa”.

“Estamos a negociar a devolução em prestações”A ANCOSE tem que proceder à devolução da verba, mas – de acordo com Manuel Marques –“o pagamento na totalidade pode significar o fim da Associação”.

O presidente da Direcção entende que nesta altura a melhor solução seria a “devolução por prestações” consideran-do que para isso é “benéfico o bom en-tendimento que a ANCOSE mantém com António Ramos, Director Regional de Agricultura da Beira Litoral”. Neste mo-mento a Direcção da Associação espera que os responsáveis pelo IFADAP sejam “sensíveis e possam permitir a devolu-ção daquele montante em prestações”, explicou Manuel Marques ao CBS garan-tido que “se tal não acontecer a ANCOSE não tem possibilidades para sobreviver”. O também jurista remete todas as res-ponsabilidades para a anterior direcção porque entende que houve “má gestão” ao colocar a Associação nesta situação. Contactado pelo CBS, António Vaz Pato - na altura presidente da direcção da AN-COSE – disse não ter conhecimento do que se passa não se mostrando por isso disponível para comentar o assunto.

Liliana Lopes

Devolução de 70 mil euros ao IFADAP

Pagamento de dívida pode significar o fim da Ancose

O futuro da Ancose pode estar

comprometido com a devo-

lução de uma verba de 70

mil Euros ao IFADAP. Manuel

Marques, actual presidente

da Associação, teme o pior

e aponta o dedo à anterior

direcção, considerando que

houve “má gestão”.

Page 16: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

16 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraF R E G U E S I A S

NA FREGUESIA VALE A PENA VISITAR

Centro de Histórico de Aldeia das DezTambém conhecida como Aldeia das Flores, pela tradição dos seus habitantes em decorarem as pitorescas ruas com lindas e coloridas flores, o povoamento remonta à época pré-romana e a Igreja Matriz é um monumento que data do século XVIII.

Monte do ColcurinhoLocal agreste e inóspito; Ponto mais alto do concelho, com 1242 metros de altitu-de, também conhecido como monte sa-grado. Diz-se que em dias de céu limpo se consegue ver o mar; Contempla-se um vastíssimo horizonte que se estende do Caramulo à Estrela ou do Montemuro ao Açor.

Santuário da Nossa Senhora das PrecesConta-se que Nossa Senhora das Preces apareceu a uns pasto-rinhos no ano de 1371, no alto da serra do Colcurinho, trans-formando-se rapidamente em local de peregrinação. Em finais do séc. XVI ou princípios do XVII, a imagem foi transferida

para uma pequena ermida situada em Vale de Maceira, onde se viria a edificar o actual Santuário. No local onde Nossa se-nhora apareceu foi edificada uma capela, como forma de se manter a tradição do local.

Percurso Botânico do SantuárioEste percurso botânico foi elaborado pelos Clubes da Flores-ta do Distrito de Coimbra , no âmbito do projecto PROSEPE,

e a cada clube foi atribuída uma árvore que está identificada com uma placa onde constam os nomes vulgar e científico da espécie, a sua origem, bem como o nome e logótipo do clube da floresta responsá-vel pela conservação desse exemplar.

Casa da Voluta ou Casa do “S” É um dos mais característicos exemplares do património edificado de Aldeia das Dez do século XVII.

Aldeia do Colcurinho:Aldeia composta por um conjunto de típicas casas em xisto onde “já não há pessoas”

LILIANA LOPES / HENRIQUE BARRETO

L ocalizada na encosta norte do monte do Colcurinho, a sensi-velmente 500 metros de altitu-de, Aldeia das Dez está a mais

de 20 quilómetros de Oliveira do Hospi-tal e faz fronteira no limite sul do conce-lho com Arganil.

Sendo uma das freguesias do conce-lho que a partir dos anos 60 mais tem sido vítima dos fenómenos da deserti-ficação, Aldeia das Dez conta hoje com uma população muito envelhecida e, sintoma disso, é o facto de a freguesia ter assistido ao encerramento da tota-lidade das suas escolas do 1º Ciclo de Ensino Básico.

Esta é aliás uma das principais preo-cupações do presidente da Junta local, António Dinis, um jovem autarca que há seis anos trocou o rebuliço da capi-tal pela pacatez de uma das mais belas aldeias do país. Hoje, eleito pelo PSD como independente nas últimas autár-quicas, preside aos destinos da fregue-sia mas confessa que o desafio não é fácil uma vez que diariamente tem que vir trabalhar para a Fundação Aurélio Amaro Diniz, uma instituição onde de-

senvolve a actividade de técnico de in-formática.

Além do mais, o autarca local, que sublinha o facto de estarem “muito de-bilitados economicamente”, está em funções há pouquíssimo tempo e já dá razão a um eleitor da freguesia que, ain-da em campanha eleitoral, o advertiu: “Eu tenho pena do senhor porque se ganhar vai ser visto como um pedinte”. “Ao fim de quatro meses, constatámos que o tal senhor tinha razão: nós somos uns pedintes. Estamos quase sujeitos a dormir à porta do município para pedir o que quer que seja”.

Mas pese embora a adversidade des-ta situação, António Dinis entende que a proximidade e o contacto entre o pre-sidente da Junta e a população é muito importante visto que aqui o isolamento é grande.

Também presidente da Filarmónica Fidelidade de Aldeia das Dez – uma as-sociação que este ano comemora 150 anos –, aquele autarca congratula-se

com o facto de esta filarmónica contar com 20 executantes e uma escola de música com 18 alunos. Esta institui-ção, com sede própria “dotada de boas condições”, tem um maestro a tempo inteiro e vem desenvolvendo outras actividades paralelas, como forma de entusiasmar a juventude. Ainda recente-mente, criaram-se as secções de futebol de salão e, só não se realizaram tor-neios locais, por falta de infraestruturas. “Queremos dotar o polidesportivo com balneários para podermos realizar este tipo de eventos”, refere António Dinis, que também destaca a importância que tem para a freguesia a organização de passeios todo-o-terreno. Em 2003, por exemplo, houve um passeio TT que con-tou com a participação de 197 concor-rentes oriundos dos mais diversos pon-tos do país.

Sendo Aldeia das Dez uma das fre-guesias do concelho com maior aptidão turística, António Dinis destaca o santu-ário de Nossa Senhora das Preces – um

A ROTA DAS FREGUESIAS

Autarca de Aldeia das Dez em declarações ao CBS

“Somos uns pedintes”O Correio da Beira Serra

inicia na edição de hoje um

périplo pelas 21 freguesias do

concelho de Oliveira do Hospi-

tal com o objectivo de sondar

os autarcas locais sobre as

várias questões ligadas ao

desenvolvimento local.

António Dinis, recém eleito

para a presidência da Junta

de Aldeia das Dez pelo PSD,

rapidamente se apercebeu da

sua condição de “pedinte”….

A. Dinis: “Estamos quase sujeitos a dormir à porta do município para pedir o que quer que seja “

ex-líbris local a 800 metros de altitude –, que em tempos foi um dos mais im-portantes locais de oração da região. Hoje, o turismo religioso “está um pou-co por baixo”, mas o autarca sublinha que conjuntamente “com o pároco lo-cal” pretendem “injectar alguma saúde naquele espaço”. Um dos eventos que ultimamente tem estado a contribuir para a promoção daquele espaço de grande beleza paisagística é a “Festa da Castanha”, um certame que a caminho da sua 5ª edição já é visto como o expo-ente máximo a nível cultural.

A freguesia é também rica em artesa-nato, sobressaindo a produção de man-tas de fitas e de facas com a designação de “facas de Chão Sobral”. Quanto a produtos endógenos, destacam-se prin-cipalmente a doçaria regional, o mel e a aguardente de medronho. Nesse senti-do, António Dinis, diz querer dinamizar a conhecida Casa da Voluta ou Casa do “S”, um peculiar imóvel do século XVII, recuperado em 1993, e onde a Junta de Freguesia quer instalar um ponto de venda do artesanato local.

Um outro imóvel de grande interesse e há anos votado ao abandono é o solar de Pina Ferraz, uma construção do sécu-lo XVIII, e cujo projecto de recuperação já consta das Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal desde 2001. “Con-tamos que não sejam mais quatro anos”, refere o autarca especificando que no imóvel em causa está prevista a instala-ção de um espaço ligado à cultura, como por exemplo um centro de artes.

Quantos às potencialidades turísticas que a pitoresca aldeia detém em termos de paisagem, existe a grande preocupa-ção dos incêndios que ano após anos consomem o importante património florestal daquela região. Nesta área, An-tónio Dinis sublinha a importância da aprovação de um projecto, através do IFADAP, “para a limpeza e replantação de uma área de 9 hectares” que é pro-priedade da freguesia.

O autarca realça que a Junta de Fre-guesia gostaria de “dar mais atenção à prevenção florestal”, mas salienta que “para isso era necessária mão-de-obra, meios para fazer vigilância e limpeza, e

Perfil do Autarca:

Nome: António Dinis

Naturalidade: Lisboa

Idade: 37 anos

Profissão: Técnico de Informá-tica e empresário em nome

individual na área da Informá-ticaPartido: Eleito pelo PSD

EDIÇÃO ONLINE

www.correiodabeiraserra.com

Page 17: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 17um carro de primeira intervenção para dar resposta rápida a peque-nos focos de incêndio que vão sur-gindo durante o Verão”.

Autarca preocupado com rumoressobre encerramento da extensão de saúdeNa área da saúde, onde os proble-mas são mais sentidos derivado ao grande número de idosos, António Dinis confessa-se “preocupado” porque, conforme frisa, “correm ru-mores de que com a construção da Extensão de Saúde de Avô o posto médico de Aldeia das Dez pode vir a encerrar”.

Na opinião do autarca local, esta questão é tanto mais grave porque uma população idosa, que habita em locais recônditos da freguesia sentirá grande dificuldade em ace-der aos serviços de saúde. Para além disso, os transportes públicos são escassos e em horário irregular.

Em tom de aviso, o eleito do PSD deixa um recado: “vamos ter que defender o nosso posto com unhas e dentes e vamos tentar que os po-líticos com responsabilidades no nosso concelho mantenham a pala-vra dada às pessoas da freguesia. Foi garantido à população, por parte da Câmara e da direcção do Centro de Saúde, que este posto de saúde não iria encerrar”.

Problemas de comunicação…Na área do apoio social, Aldeia das Dez dispõe de um Centro Social que assegura as valências de creche, jar-dim de infância e apoio domiciliário. Esta IPSS tem obras em curso com vista à ampliação das instalações para a futura valência de lar de ter-ceira-idade com cerca de 20 camas. No entanto, António Dinis argumen-ta que neste momento “é prema-turo falar de apoio social” porque – conforme sustenta – ainda não se conseguiu sentar à mesa com os res-ponsáveis da instituição. O autarca fala inclusivamente em “alguma di-ficuldade de comunicação entre as pessoas e os técnicos de Acção So-cial” e diz ter conhecimento de que “há alguns processos que estão en-calhados e que poderiam fluir mais rapidamente” devido a “uma quebra de comunicação entre a técnica de Acção Social do Centro e a técnica do município” oliveirense.

Questionado pelo CBS quanto aos objectivos definidos para o presen-te mandato, o autarca de Aldeia das Dez – que se autodenomina como uma pessoa “apartidária” que nes-te momento “veste a camisola do PSD” – começa por dizer que “não fez promessas para não defraudar as pessoas” e que “estará disponível e atento aos problemas que vão sur-gindo na freguesia”. Quanto a no-vos projectos, o autarca equaciona a hipótese de candidaturas a novos concursos para captar investimen-tos, mas coloca de parte “elefantes brancos ”.

A luta contra a desertificação é outro dos objectivos, sendo que nesta matéria António Dinis ressalva a importância de uma alteração ao Plano Director Municipal por forma a serem contempladas novas áreas de construção na freguesia.

L O C A L

Comentário

O dia seguinte

HENRIQUE BARRETO

A luta pela sucessão de Mário Alves no PSD não está a ser pa-cífica e pode abrir feridas difíceis de sarar no seio do partido. Com duas listas a apresentarem-se a sufrágio, encabeçadas por Paulo Rocha e José Carlos Mendes, é público e notório que existe já um clima de fricção entre as duas candidaturas.

Esta antevisão é aliás subscrita pelo candidato José Carlos Men-des, que tem vindo a referir – e reafirma-o nesta edição do Cor-reio da Beira Serra – que teme o aparecimento de divisões caso Mário Alves interfira no processo eleitoral.

O problema é que, efectiva-mente – e depois de ter dado garantias de que não interferiria na campanha eleitoral –, exis-tem hoje indícios claros de que o ainda líder do PSD tem vindo a servir-se do telefone celular para usar a sua influência política em benefício da candidatura de Pau-lo Rocha.

Com esta atitude, que tem vin-do a ser muito criticada, Mário Alves poderá ficar numa posição difícil porque caso José Carlos Mendes e o chefe de gabinete do presidente da câmara, António Duarte, vençam as eleições, o dia seguinte nunca será como dan-tes.

Num cenário inverso – o de derrota –, as coisas também se complicam porque aqueles dois militantes de peso do PSD local dificilmente perdoarão a Mário Alves o facto de ter interferido no processo.

Numa outra perspectiva, o que alguns militantes também parecem recear é a questão de se saber como é que será, no dia seguinte às eleições, o relaciona-mento político dentro da Câmara Municipal entre Mário Alves e o seu chefe de gabinete.

O que a história recente nos diz é que Mário Alves gosta pou-co de oposição e, como tal, esse facto poderá gerar um ambiente político de alguma conflitualida-de. Muito mais quando se sabe que, nos últimos anos, o actual lí-der do PSD já conseguiu “correr” com Carlos Portugal, Francisco Martins e, mais recentemente, José Ricardo.

Mas nesta corrida à liderança do PSD, que vem sendo exercida por Mário Alves desde o início dos anos 90, também é interes-sante perceber-se de que lado es-tarão os presidentes de Junta do partido. Por enquanto, o que se sabe é que alguns autarcas terão optado pelo silêncio para evitar complicações políticas na sua já difícil vida de presidente de jun-ta. Mas também ninguém ficou indiferente ao aparecimento do autarca do Seixo da Beira, Antó-nio Inácio, na lista de José Carlos Mendes.

EDIÇÃO ONLINE

www.correiodabeiraserra.com

Na blogosfera, o Correio da Beira Serra des-cobriu um novo blog – www.observandoo-hp.blogspot.com - que promete “observar, pensar, comentar” sobre a comunidade oli-veirense.

Dentro dessa “triologia”, o blog em cau-sa publica um polémico comentário que o CBS, com a devida vénia, reproduz… sobre as piscinas municipais.

No Boletim Municipal de Julho 2005 (pou-co antes das eleições, portanto) tínhamos o prazer de saber que uma das grandes obras municipais do executivo tinha sido a pintura e o arranjo exterior das Piscinas de Oliveira do Hospital (pág. 16 - meia folha). Em boa verdade até era necessário, pois já não se compreendia como podiam os edifícios das piscinas terem tão mau aspecto e apresenta-rem tal decadência (afinal sempre é um edifí-cio municipal). No entanto não eram apenas e só essas as obras necessárias. Também o eram o aquecimento (com tubos podres e perca de água e calor), as canalizações de água fria e quente e as bombas das piscinas

(a verterem rios de água diariamente, num ano em que a seca nos brindou de forma drástica e permanente). Como habitualmen-te o nosso executivo de um homem só, no alto da sua sabedoria, resolveu, contra todas as opiniões (técnicos, funcionários, forma-dores e utentes) que não havia necessidade, bastava uma pinturazeca no exterior e tapar umas quantas raxas que estavam à vista.

BRILHANTE. Também para as eleições não era necessário mais nada, os olhos é que co-mem...

RESULTADO: As piscinas estão encerra-das por tempo incerto, pois não reúnem as condições de segurança e funcionamento mínimas para que possam estar abertas ao publico.

PERGUNTA: E o que acontece aos utentes das piscinas? Será que a Câmara lhes dispo-nibilizará um autocarro para que possam ir até Seia ou Tábua dar umas “braçadas”? Di-ficilmente.

Mas uma coisa é certa... a culpa vai, de novo, morrer solteira.

Por falta de condições

Piscinas municipais novamente encerradas

O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital (CSOH) foi o que registou, em 2004, o maior número de atendimento de utentes vítimas de acidentes de viação em todo o distrito de Coimbra.

Com 190 atendimentos, esta unidade de saúde surge destacada num ranking de 16 concelhos e somente Tábua se aproxima daquele número com 128 utentes a darem entrada no SAP local pelo mesmo motivo.

Mas Oliveira do Hospital, que surge as-sim como um dos concelhos com maior si-nistralidade rodoviária da região, também se destaca ao nível dos dados estatísticos relacionados com acidentes de trabalho. Só em 2004 – de acordo com a informação a que o Correio da Beira Serra teve acesso e que é a última que está pu-blicada –, o SAP registou a entrada de 417 utentes víti-mas de danos causados por acidentes de trabalho. Este número, apenas é superado por Arganil (554) e Monte-mor-o-Velho (446).

No que diz respeito a aci-dentes escolares, os núme-ros também são igualmente preocupantes e Oliveira do

Hospital – com 93 registos – surge no se-gundo lugar dos concelhos do distrito com mais pessoas a serem atendidas nos SAP por aquela razão.

Ainda em termos distritais, o cenário volta a ser idêntico em matéria de atendi-mentos por agressão. O CSOH registou a en-trada de 92 casos resultantes de “histórias” de violência, sendo que muitas delas dizem respeito a violência familiar. De acordo com estes indicadores a que o CBS teve acesso, nesta área, Oliveira do Hospital é também o segundo concelho do distrito onde o proble-ma existe com maior frequência. O primeiro lugar da tabela é ocupado por Montemor-o-Velho, com 110 casos de atendimentos a

De acordo com Relatório de Actividades dos Centros de Saúde do distrito

Oliveira do Hospital é líder em vítimas de acidentes de viação

Sua filha, netas e restantes familiares vêm, por este meio, agradecer a todas as pessoas que se dignaram assistir ao funeral da sua ente querida ou que de qualquer outra forma lhes

manifestaram o seu sentimento e amizade.

MARIA DE LURDES MORAIS

AGRADECIMENTO

Page 18: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

18 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraL O C A L

Empresário entra no sector da imprensa escrita

António Lopes investe no Correio da Beira Serra

António Lopes na nova redacção do CBS

O presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira, João Dinis, envol-veu-se numa escaramuça política com o deputado municipal do PSD, António Correia Dias, na última Assembleia Mu-nicipal (AM), dia 24 de Fevereiro.

A cena passou-se quando o autarca da CDU, que estava a fazer uma inter-venção com fortes críticas ao Governo, ouviu uma interrupção de Correia Dias com o seguinte desabafo: “Ó senhor presidente, isto é uma vergonha…”

Indisposto – e ainda mal a frase tinha acabado de ser pronunciada – João Dinis reagiu de forma contundente: “o senhor é que devia ter vergonha das coisas que andou aqui a fazer durante anos”.

De seguida ainda houve uma troca

de mimos – “o senhor não mete medo a ninguém”–, e Correia Dias optou por abandonar os trabalhos da assembleia, visivelmente irritado, na companhia do presidente da Junta do Seixo da Beira.

Mas algum tempo antes deste episó-dio, o ambiente já tinha azedado com um outro autarca da CDU, João Abreu, que se insurgiu contundentemente e de semblante carregado contra Carlos Tei-xeira da Rocha, que na ausência de Si-mões Saraiva, presidiu à sessão. Abreu acusou Rocha de não estar a conceder à CDU o mesmo “tempo de antena” que vinha sendo dado às outras bancadas, nomeadamente ao PS.

Troca de mimos com autarca da CDU

Correia Dias abandona os trabalhos da Assembleia

O Queijo Serra da Estrela foi mais uma vez o centro das atenções na 15ª edi-ção da feira do queijo, mel e enchidos organizada pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Ao mercado Mu-nicipal da cidade acorreram muitos vi-sitantes que acabaram por não resistir em levar para casa quer o queijo, quer o requeijão produzidos nas queijarias do concelho. “O balanço da feira é po-sitivo”, afirmou ao Correio da Beira Serra uma produtora que se mostrava satisfeita com a venda do queijo, cujo preço foi estipulado em 15 Euros. No espaço do mercado municipal, a venda dos enchidos e do mel agradou os ven-dedores uma vez que – como afirmaram – foi “positiva, embora a maior procura tenha acontecido de manhã”. O Queijo, os enchidos e o mel são as principais apostas da feira dinamizada pela autar-quia oliveirense, que pretende “promo-ver e valorizar os produtos endógenos”. No entanto, o certame não se esgotou nestes produtos, porque o vinho Dão da Adega Cooperativa de Nogueira do Cravo, o artesanato dos artesãos locais, os bolos tradicionais e os licores foram motivos de interesse.

As velharias e o coleccionismo ex-postos no espaço envolvente ao merca-do municipal atraíram os presentes que não deixaram de lançar um olhar mais minucioso e curioso nas raridades ex-postas. Tal como aconteceu em edições

anteriores, os Automóveis Antigos não passaram despercebidos e chamaram a atenção dos habitantes das localida-des por onde passaram, no âmbito do 2º Passeio de Automóveis Antigos “Na Rota do Queijo Serra da Estrela” que não se ficou por Oliveira do Hospital, tendo também passado pelo concelho de Seia.

Na organização do certame, é de sa-lientar o apoio prestado pela Confraria do Queijo Serra da Estrela, em especial na relação com confrarias estrangeiras. Neste domínio a Feira do Queijo 2006 contou com a entronização de novos confrades e com a assinatura da Consti-tuição Europeia de Confrarias de Queijo, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Município.

Nesta edição os mais novos também tiveram uma palavra a dizer, no âmbito do concurso lançado pela autarquia alu-sivo ao queijo Serra da Estrela. A ideia era que os alunos do 4º ano de escola-ridade do concelho apresentassem tra-balhos relacionados com a iguaria. Os trabalhos apresentados foram expostos na Casa da Cultura César de Oliveira e os vencedores do concurso foram pre-miados pela Câmara Municipal no dia da feira do queijo.

Muito mais que feira, o certame apre-sentou-se como uma festa assinalada pelo convívio e confraternização, onde não faltou a actuação de grupos musi-

Feira do Queijo com balanço positivo

A Juventude Socialista de Oliveira do Hospital aprovou uma moção de apoio à candidatura de José Francisco Rolo à Co-missão Política Concelhia (CPC) do Parti-do Socialista. Em comunicado enviado à imprensa a JS sublinha que o candidato “já deu provas de andar na política de uma forma totalmente desinteressada a nível pessoal” acreditando que “ele está na política para trabalhar”. Na sequência do apoio dado a “Homens e Mulheres que mais garantias dão” – lê-se no comu-nicado – a JS encontra em José Francisco a “genica que é precisa para tentar pro-mover e lutar pela execução de ideias e projectos de futuro”, admitindo que “já o provou por diversas vezes”.

O candidato é referenciado pelos jovens socialistas como “o mais bem preparado intelectual, política e tecni-camente para ocupar o cargo e, desen-volver um trabalho capaz de devolver a confiança aos Oliveirenses”. Tendo em conta “a defesa dos superiores interes-ses dos jovens” a JS de Oliveira do Hos-pital acredita que o candidato poderá “catapultar o concelho de uma vez por todas para o século XXI da Inovação, da competitividade e da solidariedade”.

Os jovens Socialistas reconhecem que o PS “precisa de renovação” e acreditam que para isso é importante “a entrega total à causa pública de José Francisco Rolo”.

O conhecido empresário, António dos Santos Lopes, é o principal accionista da Temactual – a empresa que passará a ser responsável pela edição do jornal Correio da Beira Serra.

Este empresário, que começou a ago-ra a dar os primeiros passos no sector da imprensa escrita, está também neste momento em negociações que visam a criação de um jornal semanário no con-celho da Covilhã.

António Lopes, que tem sobressaído na sociedade oliveirense pelos apoios

financeiros que vem dando a algumas instituições locais – como os bombei-ros, por exemplo –, exerce actualmente a função de deputado municipal, eleito pela CDU, na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital.

Quanto ao projecto relacionado com o relançamento do Correio da Beira Ser-ra, aquele empresário lançou à redacção o desafio de transformar o CBS num dos jornais de referência não só no distrito de Coimbra como também ao nível da própria região.

Moção apoia candidatura de José Francisco Rolo

JS reconhece “genica” do candidato

A Associação dos Bombeiros Voluntá-rios de Oliveira do Hospital está de pa-rabéns. No dia 26 de Março assinala 84 anos de actividade em prol do concelho e da região. As cerimónias comemorati-vas desta data têm início às 08h00 com

o hastear das bandeiras seguindo-se a romagem aos cemitérios e a missa. A Direcção e Comando da Associação des-tacam igualmente que a Sessão Solene está agendada para as 11h15h, sendo seguida pelo desfile e almoço.

Bombeiros de Oliveira do Hospital comemoram 84º Aniversário

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15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 19S A Ú D E

Comentário

Problemas de Saúde

HENRIQUE BARRETO

Oliveira do Hospital está com proble-mas de saúde, mas a causa principal também assenta em “negligência”. Não é “negligência médica”, mas sim política! Senão, vejamos:

1.Quando no final dos anos 80 – na véspera das eleições autárquicas de Dezembro de 1989 –, o presidente da Câmara de então, António Simões Saraiva, se decidiu pela privatização do hospital concelhio, entregando-o à Fundação Aurélio Amaro Dinis (FAAD), deu um rude golpe no futuro da saúde no concelho;

2. Quais foram os resultados? O Estado deixou de investir naquele hospital que repentinamente deixou de ser sua propriedade e, logo alguns anos mais tarde, veio a saber-se que a FAAD estava à beira da ruptura fi-nanceira, correndo-se inclusivamente o risco daquela unidade de saúde po-der vir a encerrar

3. Na altura, houve várias vozes críticas a insurgirem-se contra aquele processo de privatização e, desinte-ressadamente, não faltou quem de-fendesse que o presidente da Câmara deveria remeter a decisão para depois das eleições autárquicas que se avizi-nhavam. Assim não foi entendido e os resultados estão agora à vista.

4. Entretanto, o vizinho concelho de Seia veio para a rua e encetou uma luta convicta por um hospital distrital que, ao que tudo leva a crer, está à beira de se transformar numa reali-dade.

5. Num futuro próximo, o que é que nos resta? Estamos na iminência de perder o serviço de urgências do SAP do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e, qualquer dia, talvez tenhamos que começar a rumar em direcção ao banco de urgências do futuro hospital de Seia. É tudo uma questão de hábito, porque quando a saúde falta o resto é acessório.

6. Mas, como não vale a pena cho-rar sobre o leite derramado – julgo que Aurélio Amaro Dinis nunca se in-comodaria com esta minha pergunta –, por que é que o Estado e a admi-nistração da Fundação não encon-tram uma solução de parceria que, face ao previsível encerramento do SAP, possa contribuir para o reapa-recimento de um verdadeiro serviço de urgências nocturno em Oliveira do Hospital nas instalações do hospital?

7. Desenganem-se os que pensam que o SAP satisfaz as necessidades de saúde dos doentes no período nocturno em caso de emergência. Durante esse período, aquele serviço – como tantos outros congéneres – não só não tem os mais elementares meios-auxiliares de diagnóstico como os casos clínicos, onde há suspeita de gravidade, são logo reencaminhados para Coimbra. E, nesse aspecto, o hospital da fundação está razoavel-mente bem apetrechado de tecnolo-gia que deve ser posta ao dispor do cidadão quando as circunstâncias o exijam.

À semelhança do que está a acon-tecer por todo o país, também Oliveira do Hospital está na iminência de ver encerrado

– entre a meia-noite e as oito da manhã – o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde.

A medida, que tem estado a ser mui-to contestada, insere-se no novo mode-lo de reorganização da rede de cuidados de saúde que o Governo quer implemen-tar e que passa, especialmente, pelo encerramento nocturno dos SAP com uma média de atendimento inferior a 10 utentes por noite.

Só ao nível dos centros de saúde do distrito de Viseu, por exemplo, o minis-tro da Saúde, Correia de Campos, anun-ciou recentemente o encerramento de nove dos 10 SAP que funcionam entre a meia-noite e as oito horas da manhã.

Sobre este polémico dossiê, o presi-dente da Administração Regional de Saú-de do Centro (ARSC), Fernando Regatei-ro, tem vindo a afirmar na comunicação social que compreende a “preocupação das populações”, mas sustenta que “não se trata de fechar, mas sim de reorga-nizar a oferta no sentido de se chegar melhor e mais depressa às populações”.

O presidente da ARSC já adiantou in-clusivamente que “através da urgência articulada com um sistema de trans-portes adequado, que envolve diversos transportadores, e de uma central de orientação dos doentes, Call Center, constituir-se-á uma arquitectura trans-parente de modo a que ninguém vá en-ganado a um sítio onde não deve ir, ou se desloque a um serviço que não tem os recursos próprios para a sua situação clínica”

Unidades Básicas de Urgência substi-tuem SAPExplicando melhor o que é que neste momento está em questão – de acordo

com aquilo que o Correio da Beira Serra conseguiu apurar junto de fontes conhe-cedoras do processo –, o que o Governo pretende criar é uma Unidade Básica de Urgência (UBU) que, articulando-se com a rede hospitalar de urgência/emergên-cia, “preste cuidados em condições tec-nicamente adequadas às necessidades dos doentes”.

Esta UBU, que já está anunciada para servir alguns concelhos do distrito de Viseu que ficaram com os SAP encerra-dos durante o período nocturno, fun-ciona 24 horas por dia e “a sua área de influência abrangerá uma população su-perior a 40 mil habitantes, em que, pelo menos para uma parte, a acessibilidade em condições normais, é superior a 60 minutos ao serviço de urgência médico-cirúrgico mais próximo”.

Neste esquema, o processo de tria-gem dos doentes cabe ao INEM que, através de um sistema de “call center”, “coordenará a referência e o transporte, com carácter de urgência, de doentes das UBU para os Serviços de Urgência dos Hospitais da Rede de Urgência/Emergência”.

A criação desta UBU implica neces-sariamente o encerramento do SAP de Oliveira do Hospital e de todos os con-celhos vizinhos, já que todos esses ser-viços de saúde, que atendem menos de dez utentes entre a meia-noite e as oito, serão integrados naquele novo sistema.

A grande questão – e aí os bairris-mos virão inevitavelmente ao de cima –, prende-se também em saber onde é que essas Unidades de Urgência Básica vão ser instaladas e quantas é que vão ser criadas no distrito de Coimbra. Para já, parece certo que o Governo terá sempre em linha de conta não só a localização geográfica dos concelhos do distrito como também a qualidade das instala-ções de saúde actualmente existentes.

Contudo, o caso de Oliveira do Hos-pital, que de acordo com o que o CBS sabe ainda está em fase de estudo, é algo complicado, especialmente, por ser o concelho mais distante do hospital central dos HUC.

A título de curiosidade, refira-se que de acordo com a informação a que o CBS teve acesso – e que por enquanto é a que está disponível –, o SAP do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital (CSOH) atendeu em 2004, entre as 00,00h e as 8h00, uma média de 5,7 utentes por noite. É a média mais alta do distrito. Aliás, o número médio de atendimentos no SAP por dia naquele ano (101 uten-tes) é também o mais elevado entre um conjunto de 16 concelhos. Lousã é o segundo concelho do distrito a ocupar o segundo lugar do “ranking” de aten-dimentos, com uma média de 83,1 uten-tes/dia.

HB

Entre a meia-noite e as oito horas da manhã

SAP na iminência de encerrarO Serviço de Atendi-

mento Permanente

do Centro de Saúde

de Oliveira do Hos-

pital deverá ter os

dias contados e o seu

encerramento, duran-

te o período noctur-

no, é cada vez mais

iminente. Em troca, o

Governo promete “re-

organizar a oferta no

sentido de se chegar

melhor e mais depres-

sa às populações”.

O previsível encerramento do SAP gera onda de protestos

COMO FUNCIONAM AS UNIDADES BÁSICAS DE URGÊNCIA

- A actividade da unidade básica de urgência, na óptica da optimização de recursos existentes, desenvolve-se em articulação e partilha de recursos (patri-moniais e humanos) dos centros de saúde e dos hospitais existentes na respectiva área de influência;

- O INEM coordena a referência e o transporte, com carácter de urgência, de doentes das UBU para os Serviços de Urgência dos Hospitais da Rede de Urgên-cia/Emergência;

- Funcionam 24 horas por dia;- Os recursos humanos são oriundos das diferentes instituições existentes na

área de influência;- Para além do equipamento básico, a UBU deve dispor, ainda, de:a) Radiologia simples; b) Oximetria de Pulso;c) Electrocardiógrafo;d) Patologia Química / Química Seca

Page 20: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

20 15 de Março de 2006 Correio da Beira SerraC U LT U R A / A G E N D A

TEATRO

Seia (Cine-Teatro da Casa Municipal)

“Sucata Sisters – Sarrabulho” Dia 18 > 21:45 Horas Preços: € 5,00 - € 2,50 C/ DescontoEspectáculo para maiores de 16 anosDuração: 1 hora e 30 Minutos

Tondela (Acert)

“Quadros do Interior”Dia 24 de Março > 21:45h Teatro das Beiras

“Os Cantos da Língua - Estreia”Dia 27 de Março > 21h45

“Bicicleta de Recados”27 e 28 de Março > 10:30 e 14:30h Trigo Limpo teatro ACERT

Viseu (Teatro Viriato)

Teatro infantil (Marionetas)

“Que o meu nome não te assuste” 21 de Março > 10h30 / 15h 22 de Março > 10h30Duração 45 minutos Preço 2,50 € (sessões escolares)

“PING - O pássaro que não sabia voar” 23 de Março > 15h24 de Março > 10h30 / 15hPreço 2,50 € (grupos escolares)Sábado, 25 de Março | 11h - Preço A (5€ a 10€)Duração 60 min. Destinatários: Entre 1 e 5 anos

EXPOSIÇÕES

Oliveira o Hospital (Casa da Cultura César Oliveira)

Amadeu Fernandes / Gina Folques

“O Sonhar de Dois Artistas” Pintura > Até 18 de Março

Ritual Bar(Até 30 de Março)Nico Latooy, holandês, radicado em Portugal, expõe pinturas até 30 de Março . É a segunda vez que o autor mostra as suas obras neste espaço de refe-rência em Oliveira do Hospital.

Tondela (Galeria Novo Ciclo Acert)

João Cosme

“Trilhos da Terra” Fotografia > Até 25 de Março

Miguel Figueiredo

“Húmus, humores” Escultura > 27 de Março > 18h00 - Inauguração

Arganil (Sala Guilherme Filipe)

Nataniel Rosa

“A Fisionomia dos Rochedos”Pintura > Até 31 de Março

CINEMA

Oliveira o Hospital (Casa da Cultura César Oliveira)

7 – 18 – 19 – Março > 21h30AGENTE ACIDENTAL Realizador: Les MayfieldCom Samuel L. Jackson e Eugene LevyAcção/ Comédia – m/12 – 93 min

24 – 25 – 26 Março > 21h30ORGULHO E PRECONCEITO Realizador: Joe WrightCom Keira Knightley, Mathew MacFadyen, D. Sutherland… Drama/ Romance – m/12 – 127 min3 Nomeações para Óscares da Academia

31 Março > 21h3002 Abril > 21h30MUNIQUE Realizador: Steven SpielbergCom Eric Bana., Naniel Craig, Ciaran Hins, Geoffrey Rush…Crime/ Drama – m/16 – 165 min5 Nomeações para os Óscares da Academia

Seia (Cine-Teatro da Casa Municipal)

Dias 17 e 19(Sexta Feira - 21h30 e Domingo - 15h30 e 21h30)“TUDO POR UM SONHO” Realização: John Gatins Intérpretes: Kurt Russell, Kris Kristofferson, Dakota FanningDrama – M/12 – 98 minutos

Dias 24, 25 e 26 (Sexta feira e Sáb. - 21h30 e Domingo -15h30 e 21h30)“ORGULHO E PRECONCEITO”Realização: Joe WrightIntérpretes: Talulah Riley, Rosamund Pike, Keira KnightleyDrama – M/12 – 127 minutos Ciclo Cinema PortuguêsDia 28 > Terça Feira – 21:30 Horas “ODETE”Realização: João Pedro RodriguesIntérpretes: Teresa Madruga, Nuno Gil,Drama – M/16 – 101 minutos

Dia 29 > Quarta Feira – 21:30 Horas“UM RIO” Realização: José Carlos de OliveiraIntérpretes: Anabela Moreira, Jorge Mota, Mariana CoelhoDrama – M/12 – 127 minutos

Dia 30 > Quinta Feira– 21:30 Horas“COISA RUIM” Filme rodado em Torroselo (SEIA)Realização: Tiago Guedes e Frederico SerraIntérpretes: Adriano Luz, Manuela Couto, Sara Carinhas, Afonso Pimentel, João Santos, José Pinto, João Pedro Vaz, Gonçalo Waddington, Miguel Borges, Maria d’Aires.Terror/Mistério/Drama – M/12 – 100 minutos

Tondela (Acert)

18 e 19 de Março > 21h45 19 também > 16h00Máquina Zero

20, 21 e 22 de Março

Aniversário da sala de CinemACERT 9 anos de muito e bom cinema, de muitas sessões de cinema português e europeu, de muitas sessões para as escolas…E, sobretudo, de muito e bom público…

20 de Março > 21.45hDom Quixote de Orson Welles

21de Março> 21.45h Alice [Realizador Marco Martins]

22 de Março> 21.45hO Pesadelo De Darwin [Realizador Hubert Sauper]

ESPECTÁCULOS

Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente)

Coimbra em Blues

4º Festival Internacional de Blues de Coimbra LITTLE FREDDIE KING16 Março > 21h30

GEORGE HIGGS/ADOLPHUS BELL17 Março > 21h30

Heavy Trash18 Março > 21h30

Tondela (Acert)

Nuno Prata

Café-ConcertoSábado, 18 de Março > 23:30hBar Novo Ciclo ACERT

Concerto

AMÉLIA MUGE Sábado, 25 de Março > 21:45h | Auditório 1 Concerto do Mês nos 30 anos de actividade da ACERT

Viseu (Conservatório Regional de Música)

Concerto de Primavera Sexta, 31 de Março > 21h30

Page 21: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 21R E G I Ã O

R E V I S TA D E I M P R E N S ASerra da Estrela

PENT investe 668 milhões de euros na Serra da Estrela

Na Serra da Estrela vão ser investidos 668 milhões de euros que poderão gerar perto de dois mil empregos directos em nove grandes projectos âncora. Núme-ros que levam Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo, a acreditar que estão reunidas as condições para a exploração de «novas potencialidades ligadas à dinâmica turística, num momento económico de grande estagnação», refere o também vice-presidente da Associação Nacional das Regiões de Turismo (ANRET). Os números foram revelados depois de uma reunião, realizada na Covilhã, entre os novos pólos de atracção definidos no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) e anunciados em Janeiro pelo Governo: Alqueva, Douro, Litoral Alentejano, Oeste e Serra da Estrela.

Os projectos na nossa região dizem respeito à ampliação e requalificação da Estância de Esqui da Torre, num investimento na ordem dos 12 milhões de euros dividido em duas fases: numa primeira, o número de pistas será expandido para 12 quilómetros, ocupando todo o perímetro actual; numa segunda fase, o períme-tro será ultrapassado com a criação de pistas mais compridas. A criação da grande aldeia de montanha nas Penhas da Saúde (que inclui um casino e moradias turís-ticas) também foi contemplada, prevendo-se um investimento de cerca de 250 milhões. Novas telecabinas de montanha e outras estruturas (25 milhões de euros) e o complexo termal de Unhais da Serra, já em construção, estão abrangidos.

In Porta da Estrela

Seia

Parques eólicos concluídos até final do ano

A Câmara Municipal de Seia e a Enernova – Empresa do Grupo EDP – já assinaram o protocolo que visa a instalação de dois parques eólicos na Serra da Alvoaça e Pedras Lavradas. O acordo fixa os montantes a pagar pela empresa ao município e às juntas de freguesia proprietárias dos terrenos onde vão ser instalados os equipamentos, que permitirão o desenvolvimento das energias renováveis, no-meadamente as resultantes do aproveitamento dos recursos eólicos existentes na região. No âmbito do mesmo acordo a Enernova compromete-se a instalar os parques eólicos e o competente sistema de ligação à rede eléctrica nacional, com os respectivos dispositivos e equipamentos, nas formas e condições que para o efeito constam do projecto definitivo, submetido ao respectivo licenciamento municipal.

As contrapartidas financeiras para o município de Seia ascendem aos 93.500 euros, calculadas com base em 50 por cento da potência total a instalar. A este va-lor junta-se uma renda anual, correspondente a 2,5 por cento da produção de 17 MW, sobre o pagamento mensal feito pela entidade receptora da energia eléctrica produzida, que se estimam em cerca de 100 mil euros anuais.

O documento estabelece, ainda, que a empresa deverá socorrer-se de mão-de-obra disponível nos dois concelhos abrangidos pelos equipamentos (Seia e Covilhã). A Enernova admite mais investimentos na região e António Gonçalves, administrador da empresa, garantiu que as obras vão começar de imediato, para que os parques possam estar concluídos em meados de Outubro, perspectivando-se que possam começar a produzir energia no final do próximo ano. O Presidente da Câmara de Seia, Eduardo Brito, congratulou-se com o desfecho deste processo, sublinhando a receita que os equipamentos vão gerar nos cofres do município, destinados “a investimentos de combate à desertificação naquela zona”.

Viseu

Uma empresa “amiga do ambiente”

A excessiva dependência de Portugal face aos combustíveis fósseis na obtenção de energia tem conduzido a problemas ambientais graves, nomeadamente no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. O recurso a sistemas de energias renováveis apresenta-se como a solução mais urgente para inverter esta tendência e para reduzir o impacto das necessidades energéticas. É a pensar nestes aspectos que a empresa Dr. Sol, em Viseu, coloca ao dispor dos seus clientes um conjunto de soluções energéticas baseadas na utilização de re-cursos naturais não poluentes. Aberta oficialmente ao público desde Novembro de 2005, a empresa promove um conceito que estava já a ser trabalhado desde Abril passado, apostando na formação. Apesar de recente, “o balanço é super positivo e acima das expectativas”, conforme revela o sócio-gerente José Carlos Lopes, que se encontra ligado ao sector da climatização há 18 anos. Uma das principais apos-tas reside no sistema de energia solar térmica que consiste no aproveitamento da energia do sol para apoio ao aquecimento de água e ao aquecimento central e se apresenta como “uma solução para o futuro”. Para este facto muito tem con-tribuído, de acordo com o responsável, a “obrigatoriedade da pré-instalação de sistemas de energia solar em todas as novas habitações”.

Sobre este ponto, José Carlos Lopes defende que se trata de um sistema que “começa a ser procurado e já não se constróem habitações onde não se peça, pelo menos, o orçamento ou a pré-instalação”. “Mesmo os clientes que vêm pedir propostas ao nível do aquecimento central tradicional já incluem também o solar térmico”, acrescenta.

Uma das justificações prende-se com o factor económico, dado que do grupo das energias alternativas – que integra os sistemas fotovoltaico, eólico, biomassa, entre outros – este é o mais acessível.

In Diário Regional de Viseu

Carregal do Sal

Concelho precisa de mil postos de trabalho

Numa altura em que a taxa de desemprego sobe em flecha a nível nacional, no concelho de Carregal do Sal existem cerca de mil postos de trabalho por preen-cher. Com a instalação de várias empresas e o crescimento de outras, este con-celho não tem desemprego e necessita de “importar” mão-de-obra de concelhos vizinhos. “Hoje temos sete parques industriais cheios de empresas”, revelou ao DIÁRIO AS BEIRAS o presidente da Câmara. Atílio Nunes adiantou que existem empresários no concelho que lhe disseram necessitarem de cerca de mil trabalha-dores. “Já aqui trabalha muita gente de Viseu, Tondela, Nelas, Tábua, Santa Comba Dão e precisamos de muito mais gente”, disse.

O autarca social-democrata referiu que o sector das madeiras é o que mais necessita de mão-de-obra qualificada. Mas, na área das confecções, existem tam-bém duas empresas que necessitam de cerca de 400 trabalhadores, sendo que uma delas possui uma linha de produção parada por não ter também funcionários especializados. “Um concelho que está a cem por cento de actividade e cujas em-presas exportam cerca de 95 a cem por cento é um orgulho para nós”, salientou, acrescentando que o governo “devia olhar por nós diferentemente do que olha para outros e para onde empurra os milhões de euros para manter as pessoas empregadas”.

Entretanto, a última reunião do executivo camarário carregalense foi pioneira, a nível nacional, porque pela primeira vez não existiram documentos de apoio em papel dos pontos que constituíram a Ordem do Dia.

Gouveia

Câmara de Gouveia cria Biblioteca Digital Vergílio

Ferreira A Câmara de Gouveia anunciou a criação da Biblioteca Digital Vergílio Ferreira, onde poderá ser consultada uma base de dados composta por informação munici-pal digitalizada. Trata-se de uma iniciativa que, segundo o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, pretende realçar «o valor e reconhecimento do espólio existente na Biblioteca Municipal, um projecto de armazenamento e conservação de escritos e documentação diversa do concelho». «Tratou-se de reunir tudo o que é conside-rado fundo local, digitalizar e reunir numa base de dados pesquisáveis consoante as necessidades dos utentes, da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira», explicou. Desta forma os utentes têm acesso a informação relacionada com o concelho globalmente e suas freguesias nas áreas económica, social, histórica, cultural, de personalidades, estatísticas, tradições, usos e costumes, fotografias e mapas, sen-do que o espólio é sujeito a actualizações. A Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, inaugurada em Setembro de 1995, é dedicada ao escritor e romancista natural da freguesia de Melo, Gouveia. O equipamento resultou de um contrato-programa entre o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e a Câmara de Gouveia. Reúne parte do espólio literário oferecido a Gouveia por Vergílio Ferreira, tendo registado no último ano uma afluência de cerca de 4.200 pessoas.

In Porta da Estrela

Coimbra

Parque Verde em 2007 na margem esquerda do rio

Cinco anos depois de ter chegado a Coimbra, o Programa Polis entra em força na margem esquerda da cidade, com duas intervenções que ascendem a sete milhões de euros. Já foi adjudicada a obra da entrada poente do Parque Verde do Monde-go, seguindo-se a intervenção na zona ribeirinha, numa área de 13,4 hectares, correspondentes a 882 metros de frente de rio. Se tudo correr dentro do pre-visto, esta obra será lançada em Julho próximo e prolonga-se por um ano, o que na prática significa que lá para o Verão de 2007 a população já poderá usufruir plenamente da margem esquerda do rio, entre a ponte de Santa Clara e o actual Clube Náutico.

Orçada em seis milhões de euros, a obra contempla a construção de algumas infraestruturas, nomeadamente um parque radical, zona de estacionamento, res-taurante e equipamentos de apoio às actividades náuticas. Estabelece ainda a liga-ção à terceira fase do projecto, já em funcionamento na margem direita, através da ponte pedonal. Para mais tarde fica a quarta fase, adjacente a esta zona, que contempla a construção de uma piscina.

O presidente da câmara congratula-se com a dinâmica que se imprimiu, mas lembrou que estas intervenções «são apenas uma parte do Programa Polis». O mesmo é dizer que é necessário garantir verbas para realizar o que falta. «No pró-ximo Quadro Comunitário de Apoio devem ser contempladas verbas, sob pena do programa ficar amputado», sublinhou, elogiando, depois, o esforço da Sociedade CoimbraPolis em realizar obra apesar das restrições financeiras. «Por vezes, parece que o dinheiro estica», observou.

In Diário de Coimbra

Page 22: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

22 Correio da Beira Serra 15 de Março de 2006

2ª Divisão Série C

FCOH continua isolado no fim da tabela

Na 22ª jornada da 2ª Divisão-Série C, o FCOH mantêm-se isolado no fim da ta-bela classificativa com apenas 8 pontos e, com o campeonato a aproximar-se do fim, a descida de divisão é cada vez mais iminente. Nesta jornada, em que o Tou-rizense deixou escapar a liderança do campeonato para o Oliveirense, o FCOH foi a equipa que folgou.Na próxima jornada, o FCOH tem um jogo com o Pampilhosa.

AF Coimbra Divisão de Honra

Nogueirense soma e segue

Na jornada 24 da Divisão de Honra da AF Coimbra, o Nogueirense foi a Con-deixa derrotar a equipa local por 0-1, posicionando-se no quarto lugar da ta-bela classificativa.Com 38 pontos, a equipa de Nogueira do Cravo está agora a 7 pontos do líder do campeonato, a equipa de Gândara. Na próxima jornada, o Nogueirense des-loca-se ao campo do Tabuense, que tem apenas menos três pontos que a equipa de Nogueira do Cravo.

IniciadosTaça Encerramento

Série A

Iniciados “metem” oito bolas na baliza de Arganil

Na primeira jornada da Taça de Encer-ramento-Série A, a equipa de iniciados de Oliveira do Hospital foi a Arganil der-rotar a equipa local por uns expressivos 0-8, posicionando-se no primeiro lugar da tabela classificativa.Na próxima jornada, os iniciados deslo-cam-se ao Lousanense.

Taça NacionalInfantis A – Zona Norte

FCOH > 6 • Barcelos > 5

FCOH impõe derrota ao Barcelos

Em jogo disputado no pavilhão munici-pal de Oliveira do Hospital, os Infantis A do FCOH, que este ano subiram aos nacionais, derrotaram o Barcelos por 6-5. A equipa da casa, treinada por An-

tónio Marques, acabou a primeira-parte a perder 0-3, mas conseguiu dar a volta ao resultado, proporcionando uma boa exibição.Nas duas próximas jornada, os Infantis A, que ocupam o primeiro lugar da tabela classificativa, deslocam-se no próximo fim-de-semana a Santa Maria da Feira e no seguinte recebem o Valongo.

Taça Nacional Iniciados – Zona Norte

FCOH > 3 • Mealhada > 3

Iniciados tiveram o pássaro na mão

No pavilhão municipal de Oliveira do Hospital, os iniciados do FCOH, que este ano também subiram aos nacionais, empataram com o Mealhada por 3-3. A equipa da casa, treinada por Rui Pereira, entrou em campo de forma muito deci-dida e acabou por fazer um bom jogo.Estando a vencer quase até ao final da partida, os iniciados não souberam no

entanto gerir a vantagem e, no último minuto, sofreram o golo do empate.Nas duas próximas jornada, os inicia-dos, que têm uma derrota e um empa-te, deslocam-se a Barcelos e folgam à 4ª jornada.

Campeonato NacionalIII Divisão (Zona Norte)

FCOH > 6 • Mealhada > 5

Seniores sobem um lugar na tabela

A disputar o campeonato nacional da III Divisão (Zona norte), a equipa de senio-res do FCOH, comandada por Ricardo Nogueira, derrotou em casa a equipa de Paço do Rei por 6-5 e subiu um lugar na tabela classificativa. Neste momento – com 13 pontos –, o FCOH está em an-

tepenúltimo. O líder do campeonato é o CAR Taipense com 38 pontos.

Clube de Caça e Pesca consagra-se campeão

distrital

Depois de um 6º lugar, alcançado na época de estreia em competições asso-ciativas (2004/2005), o Clube de Caça e

Pesca de Oliveira do Hospital sagrou-se campeão distrital da Associação de Té-nis de Mesa de Coimbra (2005/2006). Com duas jornadas por disputar (a re-alizar no próximo dia 11 de Março, em Ervedal da Beira, contra as equipas de Ega e Arganil), o clube de Oliveira do Hospital é já o virtual campeão distrital após ter derrotado, em Coimbra, o Clu-be Desportivo de Celas (2º classificado) por 4-1, num jogo bem disputado que teve hora emeia de duração. Somando vitórias em todos os jogos (e nunca ce-dendo maisde que um set em cada jogo), o Clube de Caça e Pesca irá representar, no próximo dia 8 de Abril, o distrito de Coimbra na fase de qualificação para a 3ª divisão nacional.André Klimachev, Pedro Ferreira, Henri-que Fernandes, Luca Dimuccio e Nuno Augusto são os atletas que já represen-taram, esta época, o “novo” campeão distrital da Associação de Ténis de Mesa de Coimbra.

Associação Catraiense organiza prova TT

Rota da Água, é o nome do I Passeio-Todo-o-Terreno que se realiza este mês em Catraia de S. Paio, Oliveira do Hos-pital. Organizado pela Associação Re-creativa e Cultural Catraiense (ARCC), este passeio TT – que trará a Oliveira do Hospital dezenas de aficionados do todo-o-terreno – desenrola-se em duas fases, uma de motas, dia 26 de Março, e uma outra destinada só a jipes, dia 2 de Abril. Para além deste evento, a ARCC tem outras iniciativas agendadas para este ano, como Torneios de Damas, um Passeio Turístico de Minis e ainda um “Safari” das Beiras.

D E S P O R T O

> Futebol

> Hóquei em Patins

> Todo-o-Terreno

> Ténis de Mesa

Page 23: CORREIO DA BEIRA SERRA – N.º 1 (II SÉRIE)

15 de Março de 2006 Correio da Beira Serra 23L A Z E R

CARNEIROCarta Dominante: O Mágico, que sig-nifica Habilidade.Amor: Transmita mais confiança à sua cara-metade. Saúde: Cuidado com os acidentes

domésticos.Dinheiro: Hoje poderá ser felicitado pela forma como gere a sua vida profissional.Cristal Protector: Rodocrosita, ajuda a afastar a insegurança.

TOUROCarta Dominante: A Roda da For-tuna, que significa Acontecimentos Inesperados.Amor: Aposte na sensualidade para

conquistar aquela pessoa tão especial.Saúde: Proteja-se do frio. Dinheiro: Ignore os comentários dos seus colegas e continue com a dedicação que tem demonstrado.Cristal Protector: Pedra Esponja, ajuda no desblo-queamento de emoções e sentimentos, a fortale-cer o bom humor e a estimular a energia física.

GÉMEOSCarta Dominante: 5 de Espadas, que significa Avareza.Amor: Procure falar de uma forma mais serena e vai ver que o seu par

vai apreciar a sua tentativa de mudança.Saúde: Evite a fast-food por algum tempo.Dinheiro: A sua assiduidade e pontualidade pode-rão estar sob avaliação.Cristal Protector: Opala de Fogo, ajuda a desenvol-ver pensamentos positivos, optimismo e alegria.

CARANGUEJOCarta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça.Amor: A sua força interior poderá trazer de volta a estabilidade emo-

cional.Saúde: Cuidado com as doenças do foro psicoló-gico. Dinheiro: Certifique-se que as suas contas estão em dia. Cristal Protector: Pedra da Lua, ajuda a estimular o bom funcionamento de todos os órgãos do corpo humano.

LEÃOCarta Dominante: 6 de Copas, que significa Nostalgia.Amor: Não guarde no seu coração mágoas antigas.

Saúde: Faça um esforço para se manter bem dis-posto.Dinheiro: Poderá ser chamado à atenção pela for-ma como se expressa perante os seus colegas.Cristal Protector: Madeira Petrificada, ajuda a au-mentar a resistência física e intelectual.

VIRGEM Carta Dominante: 8 de Copas, que significa Concretização, Felicidade.Amor: Não imponha regras na sua relação.

Saúde: Cuidado com as infecções urinárias.Dinheiro: Atenção a investimentos avultados.Cristal Protector: Citrino, ajuda a manter o bom humor e a manter uma postura positiva perante a vida.

BALANÇA Carta Dominante: 6 de Ouros, que significa Generosidade.Amor: Seja mais realista e tome consciência do rumo da sua vida amorosa.

Saúde: Poderão surgir problemas ao nível dos den-tes.Dinheiro: Seja mais humilde e verá que tudo irá correr melhor.Cristal Protector: Cristal – Transparente - Transmi-te energia cósmica e dá equilíbrio emocional, físico e mental.

ESCORPIÃOCarta Dominante: A Temperança, que significa Equilíbrio.Amor: Se vai iniciar uma nova relação esqueça de vez o passado. Dedique-

se verdadeiramente ao presente.Saúde: Aja sempre com optimismo, não alimente angústias.Dinheiro: Aclare as suas ideias para não tomar uma decisão impulsiva.Cristal Protector: Celestite, ajuda a encontrar a paz de espírito e a acalmar o sistema nervoso.

SAGITÁRIOCarta Dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento.Amor: A sua relação denuncia algum desgaste e monotonia.

Saúde: Mantenha-se tranquilo, pois apresenta boa forma.Dinheiro: Seja mais discreto no seu local de tra-balho.Cristal Protector: Granada, ajuda a aumentar a au-toconfiança e promove o sucesso. Dá grande capa-cidade de trabalho e preserverança.

CAPRICÓRNIOCarta Dominante: O Imperador, que significa Concretização.Amor: Tenha em atenção a quem confidencia a sua vida pessoal.

Saúde: Uma ligeira dor de cabeça poderá afectar o seu dia.Dinheiro: A sua vida financeira encontra-se está-vel.Cristal Protector: Ágata-Azul, ajuda a encontrar a paz interior, incita ao sossego e à calma.

AQUÁRIOCarta Dominante: 4 de Copas, que significa Desgosto.Amor: Um boato poderá prejudicar a sua relação.

Saúde: O seu desânimo irá deixá-lo mais vulnerá-vel, procure adoptar uma postura maia positiva perante a vida. Dinheiro: Modere os seus gastos, seja comedido nas suas finanças. Cristal Protector: Ónix, ajuda a ter optimismo, pro-tege contra energias negativas e ambientes hostis.

PEIXESCarta Dominante: O Papa que signi-fica Sabedoria.Amor: Controle os seus instintos de posse, a sua cara-metade poderá não

gostar dessas atitudes.Saúde: Sentir-se-á sensível, procura relaxar um pouco mais. Dinheiro: Poderá surgir a oportunidade de ser pro-movido. Cristal Protector: Jaspe Vermelho, ajuda a afastar Energias Negativas, facilita a comunicação e reali-zação.

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3400-503 NOGUEIRA DO CRAVO OHP

Código DeontológicoDos Jornalistas

1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.

2. O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.

3. O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informa-ção e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.

4. O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identi-ficação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público.

5. O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas. O jornalista deve também recusar actos que violentem a sua consciência.

6. O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fon-tes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos excepto se o ten-tarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.

7. O jornalista deve salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, directa ou in-directamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor.

8. O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade ou sexo.

9. O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas.

10. O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assun-tos em que tenha interesses.

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Redacção, Direcção, Publicidade: Praceta Manuel Cid Teles, Lote 12 - 1.º Esq. 3400-075 Oliveira do HospitalTelefones 238 086 546 / 238 086 547 - Fax 238 086 547Internet: www.correiodabeiraserra.come-mail: [email protected]

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O presidente da Junta de Freguesia de Meruge, João Abreu, insurgiu-se na úl-tima Assembleia Municipal contra o en-cerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital entre a meia-noite e as oito horas da manhã. “A Câmara Muni-cipal e a Assembleia não podem ficar de braços cruzados”, afirmou o autarca da CDU sem deixar de sublinhar que está a ser posto em causa “o direito à saúde”.

Em resposta, o presidente da Câmara também evidenciou a sua oposição ao eventual encerramento daquele servi-

ço de saúde e deixou um aviso: “a ser verdade o encerramento do SAP eu vou ser aquele que vai à frente do pelotão. Oliveira do Hospital não pode ficar pri-vada de um serviço destes”, disse Mário Alves.

Frisando que Oliveira do Hospital tem localidades que distam mais de 30 quiló-metros da sede do concelho, Mário Alves defendeu também que o encerramento do SAP não é aceitável num concelho de risco com uma grande população idosa e onde existe uma fábrica a laborar 24 ho-ras por dia e ainda uma escola superior.

Da parte da bancada do PS, surgiram também algumas críticas à forma como o Ministério da Saúde quer encerrar os SAP com uma frequência de menos de 10 utentes durante o período nocturno, e Francisco Garcia fez questão de garan-tir que os socialistas se opõem caso não “seja encontrada uma solução melhor”.

Recorde-se que neste processo de re-estruturação das urgências, o Governo diz querer assegurar que qualquer uten-te tenha uma consulta de urgência em menos de uma hora, mas no caso de Oli-veira do Hospital – a mais de 60 minutos do hospital central dos HUC –, não é fácil dar essa garantia.

Presidente da Câmara e Assembleia Municipal contra o encerramento do SAP

“Eu vou à frente do pelotão”Num comunicado enviado à redacção do Correio da Beira Serra, a Comissão Con-celhia de Oliveira do Hospital do Partido Comunista Português mostra-se preocu-pada com o facto de a situação dos tra-balhadores das empresas de confecções em Oliveira do Hospital se “continuar a agravar”. “Desta vez, está declarada a fa-lência da «Infinitum», com 93 trabalhado-res. Há poucas semanas tinha encerrado a «Carrera», com mais 87 trabalhadores”, refere aquele comunicado de imprensa, que denuncia também que “no caso da «Infinitum», os trabalhadores mantêm-se nos seus postos de trabalho, apesar de os patrões já terem abandonado a em-presa e estar já nomeado o administra-dor judicial”.

O PCP, que diz não perceber “o por-quê do encerramento desta empresa, onde nunca tem faltado trabalho”, acusa também a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e o Governo de nada faze-rem “nesta situação difícil em que mui-tas famílias vivem dias amargurados”. Além disso – sustenta aquele comuni-cado – “é preciso não esquecer também que aqueles patrões e seus aliados parti-dários que aparecem a caluniar o PCP e

os comunistas, são os que encerram ou se preparam para encerrar empresas, e abandonam os trabalhadores, algumas vezes até sem lhes pagarem tudo o que lhes devem”.

Apelando aos trabalhadores da Infini-tum “para que se mantenham atentos e unidos, na exigência de que sejam res-peitados os seus direitos, O PCP expressa neste comunicado a sua “solidariedade com os trabalhadores e as suas famílias nesta hora difícil” e exige “ao patronato, ao Governo e à Câmara que cumpram as respectivas responsabilidades legais e sociais”.

Ainda de acordo com o que refere o PCP nesta nota de imprensa e caso se verifique o encerramento da “Infinitum”, “os trabalhadores têm interesses a de-fender e a assegurar, seja através dos patrões, seja pelo tribunal”.

Encerramento da Infinitum

PCP acusa “patrões” de terem abandonado a empresa

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