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Programa de Acção da candidatura a Presidente do Instituto Politécnico da Guarda de CONSTANTINO MENDES REI Setembro de 2014

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Programa de Acção da candidatura a Presidente

do Instituto Politécnico da Guarda

de

CONSTANTINO MENDES REI

Setembro de 2014

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ÍNDICE Nota Introdutória .......................................................................................................................... 1

As Razões de uma candidatura ..................................................................................................... 2

As Instituições do Ensino Superior no Contexto Nacional e Europeu ........................................... 5

O IPG e as estratégias de desenvolvimento da Região Centro ..................................................... 6

A estratégia da CIM Beiras e Serra da Estrela ............................................................................. 11

O que somos e o que queremos ser............................................................................................ 13

Bases Programáticas para o quadriénio 2014-2018 ................................................................... 17

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO ...................................................................................................................... 20

EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE, INVESTIGAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ........... 25

INTERNACIONALIZAÇÃO E MOBILIDADE ................................................................................................ 33

ORGAN IZAÇ ÃO E DE SE NVOLVIMEN TO IN TERN O .............................................................. 36

Considerações Finais ................................................................................................................... 43

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NOTA INTRODUTÓRIA

O presente documento tem por objetivo apresentar a candidatura de Constantino Mendes

Rei, a Presidente do Instituto Politécnico de Guarda (IPG).

Uma candidatura à presidência de uma instituição de ensino superior deve, ante tudo,

mostrar que sabemos onde estamos e para onde vamos, que temos consciência das nossas

forças e capacidades e das nossas debilidades como instituição politécnica, inserida no

interior do país e num contexto de grande mudança e transformação do Ensino. Num

processo de eleição do Presidente do IPG é preciso revelar a convicção de que temos a

força e a motivação suficientes para trabalhar, arduamente, aproveitando as oportunidades

e as capacidades instaladas e combatendo as ameaças e fragilidades que se possam verificar.

Temos pela frente um caminho difícil, mas estamos motivados para, com a ajuda de todos,

o conhecimento e experiência acumulada, o rigor e a aposta na qualidade, a colaboração

com as instituições, o diversificar da oferta formativa e a transferência de conhecimento

técnico-científico para as empresas, consolidar e conduzir o IPG a um elevado nível de

reconhecimento, afirmação regional e qualidade.

No contexto atual, não há lugar para querelas estéreis, para ambições pessoais ou para

hesitações. Está, pois traçado o rumo que queremos imprimir: a QUALIDADE continua

ser o nosso lema.

Assim, ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 4º do Regulamento de Eleição do

Presidente do Instituto Politécnico de Guarda (IPG), vimos apresentar, formalmente, o

nosso programa de ação que integra as linhas gerais programáticas:

1. do plano estratégico de médio prazo e do plano de ação para o quadriénio do

mandato;

2. da orientação da instituição, nos planos científico, pedagógico e organizacional.

Nas páginas que se seguem, procuramos delinear um programa que mostra o que

pretendemos ver realizado no IPG, nos próximos quatro anos, e os caminhos que

deveremos percorrer para atingir os objetivos traçados.

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AS RAZÕES DE UMA CANDIDATURA

Ao apresentarmos perante o Conselho Geral do IPG a candidatura a Presidente, fazemo-lo

na firme convicção de que o nosso percurso pessoal, nesta instituição, ao longo de 25 anos,

nos permitiu congregar as condições necessárias ao exercício de um órgão de governo de

mais alto nível.

Começamos por relevar a decisiva aprendizagem realizada na Escola Superior de

Tecnologia e Gestão (ESTG), que se desenvolveu em diversas funções: naturalmente, a de

docente, que nos facultou a vivência dos problemas dos nossos pares; bem como, a de

Presidente do Conselho Pedagógico e do Conselho Científico, que nos propiciaram a visão

de duas dimensões fundamentais da gestão e da liderança; mas, acima de tudo, os quase 8

anos como Diretor, que nos conferiram um conhecimento profundo dos problemas

internos e externos de uma grande e complexa Escola de Ensino Superior. A referida

aprendizagem foi reforçada com o exercício de funções de Vice-Presidente durante cerca

de ano e meio, e consolidou-se com o mandato de quatro anos como Presidente que agora

cessa, no qual e, no âmbito do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores

Politécnicos (CCISP) e em colaboração com a própria Tutela venho desempenhando

cargos de representação no âmbito da formação e qualificação profissional.

As linhas programáticas de ação que agora submetemos à vossa apreciação

consubstanciam-se, nesta longa, dedicada e diversificada experiência ao serviço do IPG,

que de forma sintética acabamos de referir.

Completados que estão, quatro anos após a minha eleição como presidente do Instituto

Politécnico da Guarda (IPG), dirijo-me assim a toda a comunidade académica para

apresentar a minha recandidatura ao cargo.

Recandidato-me porque:

i) continuo a acreditar que a educação continua a ser a via privilegiada para uma

participação de pleno direito na sociedade, o que torna necessária uma rede de

ensino superior descentralizada, orientada para o desenvolvimento humano,

social e económico, capaz de difundir na consciência coletiva, princípios de

cidadania que sustentem a solidariedade como base primária da igualdade;

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ii) as missões estatutárias do IPG enquanto Instituição de Ensino Superior (IES)

devem ser assumidas no quadro de uma realidade social, cultural e económica,

objetiva, determinada, permitindo assumir o IPG como motor de

desenvolvimento regional, cooperando no sentido da inovação e da

especialização inteligente com todos os parceiros que para isso estejam

disponíveis;

iii) tenho a convicção plena de que a estrutura socioeconómica em que vivemos

trará dificuldades acrescidas a vários níveis, em que o primado das questões

financeiras imediatas se sobrepõe, e sobreporá, muitas vezes, às questões de

natureza estratégica.

O futuro próximo vai exigir um IPG mais coeso, mais dinâmico, mais qualificado e

mais flexível, disponível para a mudança, capaz de encontrar respostas consistentes

para os novos desafios colocados, quer pelas transformações significativas verificadas na

sociedade portuguesa, tanto em termos legislativos, como em termos económico-

financeiros e sociais, quer pelas exigências, desafios e oportunidades que o mundo

globalizado nos apresenta.

O desafio exige, por um lado, o compromisso, o trabalho e a inteligência da comunidade

académica, e por outro lado, o apoio de uma região mobilizada que, através das suas

empresas, autarquias e outras organizações sociais e culturais, se tem manifestado

disponível para construir o futuro, afirmando o IPG como estrutura de formação superior

e qualificação dos recursos humanos, de inovação, de empreendedorismo, de I&D e

transferência de conhecimento, de agente cultural e desportivo.

É por todas estas razões, convicções e ideias que apresento a minha recandidatura à

Presidência do Instituto Politécnico da Guarda.

Ao equacionar os problemas de hoje, queremos reiterar e garantir que o Presidente, e a

equipa que com ele irá colaborar, terão uma atitude recetiva para as questões e interesses de

docentes, de estudantes e de funcionários não docentes. Mas não abdicaremos de grande

firmeza em relação aos princípios éticos e de justiça, bem como aos de rigor e exigência,

pelos quais se deve pautar uma Instituição de Ensino Superior.

A situação atual do IPG clama pelo reforço e consolidação da estratégia que vem sendo

seguida, nomeadamente, através da garantia de sustentabilidade financeira e, muito

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particularmente, através de uma política clara e sustentada de avaliação e garantia da

qualidade.

Isto quer dizer que entendo a minha candidatura, não como um projeto pessoal, mas sim

como um dever de cidadania, de serviço público e espírito de missão. Mas faço-o,

também, com o mesmo grau de motivação, com o mesmo sentido de responsabilidade e

com a mesma confiança que estiveram na base da anterior candidatura.

O Conselho Geral do IPG tem nas suas mãos um papel fundamental quanto ao futuro da

instituição: a eleição do Presidente. Cabe-lhe uma intervenção decisiva na construção da

coesão institucional e na criação das condições que permitam concretizar, na prática, as

decisões tomadas nos órgãos centrais de governo. Pela minha parte quero dar um

contributo que dê garantias de uma escolha seguramente ancorada. Quando se trata do

destino desta nossa casa, os docentes, os estudantes e os funcionários não docentes do IPG

sabem que podem contar comigo.

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AS INSTITUIÇÕES DO ENSINO SUPERIOR NO

CONTEXTO NACIONAL E EUROPEU

Com a programação estrutural da União Europeia para o período 2014-2020, Portugal é

chamado a participar numa lógica menos assistencialista, na qual os vários territórios

elaboram as suas estratégias e planos de desenvolvimento disputando projetos e recursos

num ambiente competitivo.

Por outro lado a sociedade do conhecimento e as transformações estruturais decorrentes

da globalização têm levado a uma clarificação sucessiva da missão das instituições de

ensino superior (IES). Uma das ideias que mais nitidamente se tem imposto é a de que as

IES devem desempenhar um papel cada vez mais decisivo no processo de crescimento e

desenvolvimento das sociedades e das economias avançadas. Esta ideia é ainda mais

evidente em Portugal que apresenta, entre os países da OCDE, dos índices mais baixos de

literacia e de conclusão de cursos superiores por habitante.

Desta forma as instituições de ensino superior são obrigadas a repensar as suas estratégias,

a sua estrutura e organização internas, ajustando-se tanto às alterações da procura estudantil

como à relevância social das competências dos seus graduados, como ainda às necessidades

do desenvolvimento económico das regiões em que se encontram.

O sistema de ensino superior é assim chamado a prover a formação de recursos e de capital

humano em quantidade e perfil adequados às necessidades da economia e da sociedade e,

simultaneamente, a participar em processos de produção e desenvolvimento do

conhecimento científico e tecnológico e de valorização do conhecimento.

Estas mudanças vão progressivamente convertendo as IES em atores de primeira linha nos

processos de transformação económica e social, particularmente na promoção do

crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, preconizado pela Estratégia Europa 2020, a

partir da sua capacidade de se assumirem como pivots dos processos de desenvolvimento

dos territórios.

Este papel das instituições de ensino superior é tão mais relevante quanto se inserem em

territórios com a natureza da Beira Interior e Serra da Estrela, em que é fundamental

potenciar o papel de todos os atores regionais para assegurar a capacidade de retenção e

atração de recursos qualificados e a capacidade de gerar, a partir desses recursos, dinâmicas

virtuosas de criação de valor.

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O IPG E AS ESTRATÉGIAS DE

DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CENTRO

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) elaborou,

após um intenso trabalho de dinamização dos parceiros económicos e sociais, das entidades

do Sistema Científico e Tecnológico e de outras entidades representativas da sociedade

civil, o Plano de Ação Regional (PAR), de modo a assegurar a existência de um quadro

estratégico capaz de garantir a utilização eficiente dos recursos que serão colocados à

disposição da região pela União Europeia, no próximo período de programação (2014-

2020).

Dos trabalhos desenvolvidos resultou a identificação de cinco Prioridades Estratégicas

Nucleares de Desenvolvimento Regional:

Criar Valor Acrescentado;

Reforçar a Coesão Territorial;

Gerar, Captar e Reter Talento;

Dar Vida e Sustentabilidade a Infraestruturas Existentes;

Consolidar a Capacitação Institucional.

Foram igualmente assumidas como metas para a Região Centro, a atingir em 2020:

Representar 20% do PIB nacional;

Situar-se como lnnovation Leader de acordo com o RIS (Regional lnnovation Scoreboard);

Diminuir em 10% as assimetrias territoriais existentes;

Ter 40% da população (30-34 anos) com formação superior;

Alcançar uma taxa de desemprego inferior a 70% da média nacional.

Nestas prioridades e metas são evidenciadas áreas com relevância para a atuação do IPG ou

relativamente às quais o IPG pode vir a dar o seu contributo.

Em particular, na área da formação, é assumida a meta de alcançar 40% da população

jovem com formação superior. Para cumprimento dessa meta é fundamental que todas as

instituições de ensino superior sejam mobilizadas, adaptando as formações aos interesses

dos vários públicos, promovendo a articulação da sua oferta formativa com a formação

tecnológica/profissionalizante, contribuindo para o combate ao abandono escolar precoce.

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No domínio do emprego é assumida a meta de se alcançar uma taxa de desemprego

inferior a 70% da média nacional, para cujo cumprimento, são relevantes as questões das

qualificações ou do empreendedorismo, para além da necessidade de promover o

crescimento económico.

Por último, no domínio do crescimento é assumida a meta de a região representar 20% do

PIB Nacional, para o que será determinante a estratégia de crescimento inteligente que

deverá assegurar o aumento do investimento empresarial em I&D+i e o reforço da ligação

das empresas às entidades do Sistema Científico e Tecnológico (SCT), tendo como

objetivos promover o aumento das atividades económicas intensivas, assentes em

conhecimento e a criação de valor baseado na inovação, ou ainda a constituição ou o

reforço das redes e outras formas de parceria e cooperação que visem o reforço da

inovação e da internacionalização de empresas e cadeias de valor.

No que se refere à estratégia regional, há a destacar os cinco eixos da Estratégia CRER:

Internacionalização da economia regional;

Reforço do potencial humano e institucional;

Coesão social e territorial

Consolidação da atratividade e da qualidade de vida;

Sustentabilidade dos recursos.

Estes eixos estão também alinhados com a estratégia de Investigação e Inovação para

Especialização Inteligente do Centro que coloca ênfase na I&D e inovação, bem como no

recurso às tecnologias de informação e comunicação.

O alinhamento regional estratégico é também assegurado em termos de domínios de

intervenção, sendo que a Estratégia CRER centra-se em áreas temáticas onde a Região

Centro apresenta vantagens competitivas e a RIS3 destaca a eficiência energética, a

inovação rural e, mais genericamente, a produtividade industrial como domínios

prioritários. Em particular, as escolhas RIS3 da Região Centro centram-se em torno de 11

domínios diferenciadores (8 temáticos e 3 transversais), 4 áreas de interligação/plataformas

de inovação e 10 apostas indicativas, a saber:

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Plataforma de inovação: 1. Soluções industriais sustentáveis

Aposta indicativa: 1.1. Otimização sustentada da produtividade industrial

Otimização da produtividade industrial, através da adoção e desenvolvimento de tecnologias de

produção avançada de apoio ao fabrico competitivo e de maior valor acrescentado, da transferência de

tecnologia, da adoção das melhores práticas disponíveis, da utilização eficiente dos diferentes tipos de

recursos e materiais e da descarbonização dos processos produtivos.

Aposta indicativa: 1.2. Desenvolvimento e utilização de materiais

Desenvolvimento e utilização de materiais ao serviço da competitividade, através da valorização e

reciclagem de resíduos em simbiose industrial, da conceção de novos materiais e de novos

aproveitamentos para materiais com origem agroflorestal.

Plataforma de inovação: 2. Valorização e uso eficiente dos recursos endógenos

naturais

Aposta indicativa: 2.1. Fontes energéticas alternativas

Aproveitamento energético dos recursos endógenos naturais, através de soluções que explorem o

potencial energético associado à floresta, ao mar e ao sol.

Aposta indicativa: 2.2. Desenvolvimento das cadeias de valor associadas aos

recursos endógenos naturais

Desenvolvimento de novos produtos associados ao mar, à atividade agroflorestal e à economia verde,

incluindo também a introdução de abordagens inovadoras nos processos ligados ao aproveitamento e

transformação dos recursos endógenos naturais otimizando a sua posição nas respetivas cadeias de

valor (e.g. gestão florestal sustentável, incluindo prevenção, deteção e combate a incêndios; gestão

sustentável de matérias primas e dos recursos geológicos; agricultura de precisão; comercialização

especializada de produtos agroalimentares; aquacultura, pescado, conservas, sal, economia do surf).

Plataforma de inovação: 3. Tecnologias ao serviço da qualidade de vida

Aposta indicativa: 3.1. Futuro digital

Desenvolvimento de mecanismos de acesso remoto a novos dispositivos e plataformas, recorrendo às

tecnologias e normas protocolares utilizadas na internet, potenciação de oportunidades associadas à

computação na nuvem e internet das coisas, criação de sistemas integrados para gestão otimizada de

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redes, infraestruturas e equipamentos, construção de soluções centradas em “bigdata” para diferentes

aplicações científicas e societais, bem como de sistemas robustos de garantia de segurança digital.

Aposta indicativa: 3.2. Inovação centrada na saúde

Desenvolvimento de dispositivos médicos e sistemas de monitorização, apostas em medicina

personalizada, terapia celular, medicina de translação e ensaios clínicos, bem assim como na

consolidação de práticas clínicas de excelência (e.g. oncologia, oftalmologia, cardiologia/cirurgia

cardíaca, transplante de órgãos, tecidos e células), potenciando igualmente o turismo médico.

Aposta indicativa: 3.3. Envelhecimento ativo e saudável

Aposta em novas abordagens associadas à medicina preventiva e de reabilitação, ao bem-

estar, envelhecimento ativo e saudável, incluindo doenças associadas ao envelhecimento,

termalismo e bioclimatismo, potenciando igualmente o turismo de bem-estar.

Plataforma de inovação: 4. Inovação territorial

Aposta indicativa: 4.1. Inovação rural

Experimentação de soluções direcionadas para a inovação rural, através do desenvolvimento de

territórios inteligentes e criativos em zonas rurais, do desenvolvimento de soluções integradoras de

conceção, produção, valorização e comercialização de produtos e serviços baseados em recursos

endógenos, acompanhados da introdução de tecnologias (e.g. telemedicina, telemonitorização, sistemas

de apoio itinerante, mecanismos de micrologística) e outras formas de inovação social que permitam

reforçar a atratividade e qualidade de vida neste tipo de territórios.

Aposta indicativa: 4.2. Cidades sustentáveis, criativas e inteligentes

Desenvolvimento de soluções inovadoras de regeneração urbana baseadas em soluções sustentáveis e que

privilegiem a economia local, com a consolidação de uma rede policêntrica de cidades de média

dimensão criativas e inteligentes, incluindo um especial enfoque no uso eficiente da energia, gestão

otimizada de equipamentos, consolidação de espaços públicos e espaços verdes inovadores, adoção de

mecanismos de mobilidade sustentável, bem assim como promoção da criatividade e da produção

cultural inovadora.

Aposta indicativa: 4.3. Investigação, desenvolvimento e inovação no turismo

Reforço da presença da investigação, desenvolvimento e inovação no turismo, incluindo: novas

abordagens direcionadas a mercados específicos; estratuturação de novos produtos turísticos orientados

para a valorização do património territorial existente, enquanto elemento diferenciador; consolidação

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da produção de conteúdos (culturais, artísticos, multimédia); e desenvolvimento de novas ferramentas e

abordagens online de promoção do destino turístico CENTRO de PORTUGAL.

Em todos estes domínios as instituições de ensino superior, nas quais o IPG se inclui,

podem e devem, assumir um papel relevante.

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A ESTRATÉGIA DA CIM BEIRAS E SERRA DA

ESTRELA

Respondendo à estratégia CRER 2020, a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da

Estrela, preparou também o seu Plano Estratégico de Desenvolvimento 2014-2020 (PEDI-

BSE 2014-2020) cujo enquadramento comunitário, nacional e regional aponta como fatores

críticos:

Aposta nas redes de cooperação, desenvolvendo projetos que resultem da

participação conjunta dos stakeholders locais;

Especialização produtiva inteligente;

Enfoque nas infraestruturas existentes.

O PEDI-BSE 2014-2020, estrutura-se em quatro eixos estratégicos, a saber:

i) Reforçar a atratividade e conectividade do território;

ii) Afirmar o posicionamento estratégico da Região com base na inovação e no

conhecimento;

iii) Promover uma Região inclusiva;

iv) Consolidar uma Região Sustentável;

Do ponto de vista dos projetos, o PEDI-BSE-2020, apresenta 11 projetos âncora,

classificados em 5 áreas temáticas:

Área Temática A- Inovação, Internacionalização e Atração de Investimento Produtivo:

1. Internacionalização: Criação da A3I (Agência para o Investimento, Inovação

e Internacionalização);

2. Agenda para a Inovação através de Living Labs Regionais

3. Criação de uma incubadora para a revitalização económica;

Área Temática B- Turismo e Agro-industrial:

4. Associação entre marcas-chapéu, produtos do território e destinos turísticos;

Área Temática C- Infraestruturas, Logística e Mobilidade:

5. Infraestruturas de transportes;

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6. Constituição de um Parque de Máquinas e de Recursos Intermunicipal;

7. Promoção da Mobilidade Sustentável em baixa densidade;

8. Promoção da eficiência nas infraestruturas básicas;

Área Temática D- Capital Humano e Modernização Administrativa:

9. Diagnóstico de avaliação da oportunidade para serviços partilhados na

Região;

Área Temática E- Saúde, Terceiro Sector e Desenvolvimento Social:

10. Agenda para a Inovação através do Living Lab Temático na área da Saúde;

11. Rede social supramunicipal.

Daqui decorre que se torna necessário e desejável que a estratégia do IPG esteja alinhada

com a estratégia regional.

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O QUE SOMOS E O QUE QUEREMOS SER

O Instituto Politécnico da Guarda precisa de uma Missão e uma Visão sustentadas num

elenco de ideias e estratégias que possam projetar a Instituição para o futuro, qualificando

as suas formações, valorizando a capacidade técnico-científica instalada,

consolidando a ligação com as empresas, alargando a internacionalização e

fomentado a responsabilidade social e a coesão territorial.

Mas a criação da Missão e Visão de uma organização tem de ser levada de forma a que

todos os envolvidos no processo (alunos, docentes, não docentes e sociedade envolvente),

compreendam a sua importância e possam identificar-se com a filosofia subjacente. Na

verdade, estabelecer a Missão e a Visão de uma organização é estabelecer um caminho a

seguir para se alcançar um sonho projetado.

A atividade do Instituto Politécnico da Guarda deve, no nosso entendimento, ser orientada

por um conjunto de valores, devidamente integrados na cultura institucional e na atitude de

cada um dos seus membros. Estes valores incluem a:

Equidade, integridade e responsabilidade: o IPG deve defender os princípios

do respeito pela pessoa, da justiça social, da igualdade de oportunidades, da

proteção da diversidade cultural, do rigor e honestidade cultural, da transparência e

assunção de responsabilidades.

Competência, qualidade e excelência: todos devemos assumir um compromisso

com os mais elevados padrões de qualidade intelectuais e éticos, no ensino e na

aprendizagem, na formação e na investigação, bem como na prestação de serviços e

na conduta em todas as atividades com particular relevância no desenvolvimento e

impacto positivo na vida dos estudantes.

Inovação, criatividade e empreendedorismo: o desenvolvimento do IPG passa

por promover novas abordagens para responder de modo crítico e criativo aos

desafios internos e externos, conseguindo racionalizar e rentabilizar recursos e

processos.

Pluralismo, partilha e coesão: o IPG deve promover a cooperação e o

intercâmbio em todos os domínios, considerando essencial alicerçar as relações

inter-escolas, congregando vontades e otimizando sinergias, valorizando as

diferenças e o pluralismo de ideias.

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Para sermos capazes de traçar um rumo, temos que primeiro saber onde estamos. Por isso,

importa fazer a análise dos fatores externos, ou da envolvente do IPG, com o objetivo de

identificar e prever as alterações que se produzem em termos da sua realidade atual e do

expectável comportamento futuro.

Estas mudanças devem ser claramente identificadas, em virtude de tanto poderem ter sobre

a instituição um impacto favorável como adverso. Só desta forma estaremos preparados

para poder aproveitar as oportunidades e combater as ameaças, promovendo estratégias e

ações para capacitar o IPG para os desafios da sociedade e para a sua sustentabilidade

institucional.

De igual forma, importa efetuar a análise interna do IPG com o objetivo de identificar

aqueles aspetos que se devem maximizar ou minimizar, para fazer frente aos desafios da

envolvente externa. Os pontos fortes e fracos envolvem todos os sistemas internos da

organização, tais como os cursos, os recursos humanos, as tecnologias, a gestão, as

unidades de investigação, os equipamentos, entre outros.

Com base na análise da envolvente poderemos identificar um conjunto de ameaças e

oportunidades que se colocam no horizonte do IPG. Em particular, importa localizar os

fatores exógenos que podem afetar o cumprimento dos objetivos previamente definidos.

Depois de feito este trabalho é preciso proceder a uma hierarquização, bem como a uma

concentração dos nossos esforços e recursos naquilo que for priorizado.

Foi tendo por base o procedimento descrito que chegamos à sistematização daquelas que

são, na nossa perspetiva, as oportunidades e as ameaças mais relevantes com que o IPG

hoje se depara:

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Crescimento da procura por novos públicos, em especial os estudantes internacionais e as novas tipologias de formação (TeSP).

Reforço da lógica de formação ao longo da vida e perspetivas a curto/médio prazo do aumento da procura.

Novo quadro de apoio comunitário 2014-20.

Criação e entrada em funcionamento da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela.

Potencialidades de reforço da capacidade de transferência de tecnologia decorrente das

Inserção numa região com fraco desenvolvimento económico e um tecido empresarial débil.

Redução conjuntural da atratividade dos cursos da área da educação, em particular da formação de professores bem como a fraca procura de algumas engenharias

Limitação da atuação do IPG, no âmbito da oferta formativa (prévia aprovação pela Agência de Acreditação).

Constrangimentos demográficos conferidos pela tendência para o despovoamento.

Possibilidade de liberalização dos numerus clausus

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exigências crescentes legais e técnicas de algumas áreas (ambiente, construção, etc).

Aumento da escolaridade obrigatória.

Oferta crescente de cursos profissionais e vocacionais no ensino secundário.

Única escola superior na área do turismo e hotelaria no interior do país.

Crescentes exigências sociais de cuidados de saúde de qualidade.

no acesso ao ensino superior.

Ausência de políticas educativas governamentais claras e estáveis.

Os fatores internos também podem afetar o funcionamento do Instituto. Devemos, por

isso, identificar as situações ou fatores endógenos da instituição que se repercutem no

cumprimento dos objetivos. Nesta análise incluem-se as debilidades internas (pontos

fracos), relacionadas com as barreiras que, não sendo eliminadas, coartarão o

desenvolvimento de alguns pontos fortes do Instituto. Mas, por outro lado, importa notar

que as forças internas (pontos fortes) dizem respeito a elementos do Instituto baseados em

recursos e capacidades que lhe podem proporcionar a liderança em determinadas áreas.

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Instalações bem equipadas.

Forte motivação dos recursos humanos para responder às solicitações do mercado.

Bom relacionamento entre docentes e estudantes, caraterizado por uma grande proximidade e informalidade.

Aposta no desenvolvimento dos recursos humanos.

Boas condições ambientais e materiais, nas diversas escolas instaladas no Campus da Quinta do Zâmbito e em Seia.

Cultura de qualidade decorrente da certificação do Sistema Interno de Garantia de Qualidade.

Nível insuficiente de atividades de investigação e desenvolvimento experimental.

Cultura organizacional ainda demasiado centrada nas estruturas intermédias (departamentos e escolas).

Redes de cooperação e parcerias, nacionais e internacionais, ainda débeis.

Forte dependência da formação inicial no financiamento das atividades do IPG.

Fraca capacidade de captação de financiamento para projetos de investigação e/ou transferência de tecnologia.

Baixos níveis de domínio de línguas estrangeiras por parte do corpo docente.

Número de docentes e qualificação insuficiente em determinadas áreas de formação que coartam o crescimento das escolas.

Decorridos cinco anos de um novo ciclo, enquadrado numa nova realidade estatutária,

importa que o Conselho Geral faça um balanço e reflexão crítica sobre as experiências

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adquiridas, introduzindo os ajustamentos que se considerem mais adequados para

contribuírem para uma gestão mais eficaz e eficiente dos recursos institucionais.

É neste quadro que se inscrevem as ideias estruturantes a seguir enunciadas, as quais dão

corpo à visão e ao programa estratégico da nossa candidatura ao próximo mandato de

Presidente do IPG.

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BASES PROGRAMÁTICAS PARA O QUADRIÉNIO

2014-2018

Tendo presente o importante papel que o IPG deve assumir como instituição de ensino

superior na região da Guarda, apresentamos a seguir as principais linhas de acção que nos

propomos desenvolver no próximo quadriénio. Como não podia deixar de ser, este

programa de ação é antes de mais um projeto de continuidade, sem descurar a inovação e a

criatividade.

Referíamos há 4 anos que “o conjunto de objectivos e actividades são norteados por um projecto global,

estratégico, ambicioso e estimulante: o IPG tem que obrigatoriamente afirmar-se pela QUALIDADE, e

nesse sentido, elegemos como o principal projecto do mandato, a implementação de um SISTEMA

INTERNO DE GARANTIA DE QUALIDADE”. Alcançado que foi o passo inicial

com a certificação do SIGQ do IPG por parte da Agência de Avaliação e Acreditação do

Ensino Superior (A3ES), este objetivo não se pode nunca considerar plenamente

alcançado, pelo que o lema da QUALIDADE continua a ser a pedra de toque deste plano

de ação.

Tomando por base as estratégias de desenvolvimento dos territórios onde o IPG se insere,

o processo de desenvolvimento que se apresenta, ancora-se numa estratégia de constituição

de redes regionais, nacionais e internacionais com as quais se pretende promover uma

crescente articulação em termos formativos e de ligação por via da I&D. Só a melhoria da

qualidade de vida das populações, com a fixação de população, a atratividade e crescimento

económico da região, contribuirão para garantir, a médio prazo, a sustentabilidade da região

e a do IPG.

Como consequência, o IPG reforçar-se-á, contribuindo de forma decisiva para o

desenvolvimento da Região Centro onde se insere e, ao mesmo tempo, beneficiando desse

mesmo desenvolvimento. Para tal, intensificará o processo de aproximação ao meio

envolvente de proximidade, potenciando a sua ligação com os principais atores públicos

locais e regionais, com as infraestruturas de suporte, com o tecido empresarial e com a

sociedade civil em geral, que formam essa envolvente, transformando o IPG numa

Instituição de ensino superior que:

Harmoniza a valorização do seu potencial endógeno com a estratégia da região que

serve;

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Promove uma colaboração ativa com parceiros institucionais regionais em prol da

capacitação territorial em geral e da captação de iniciativas empresariais em

particular, no quadro de uma lógica de especialização inteligente;

Tem a capacidade de utilizar a flexibilidade e adequabilidade da sua oferta formativa

para promover a atração e o desenvolvimento de projetos, empresariais, sociais ou

culturais, emblemáticos;

Tem a capacidade de contribuir para a rentabilização dos investimentos

infraestruturais realizados na região, através da produção de conteúdos, da

formação inicial e de ativos e da transferência de tecnologia e de conhecimento;

Se insere em redes nacionais e internacionais de investigação aplicada, transferência

de tecnologia e de valorização do património, que a capacitem para a contribuição

da intensificação tecnológica do tecido empresarial e a divulgação do património

natural e cultural regional com vista a avanços definitivos e irreversíveis na

internacionalização.

O nosso programa de ação está enquadrado por quatro grandes eixos estratégicos, que

seguidamente desenvolveremos, enunciando o conjunto de atividades e medidas que os

sustentam:

O eixo “Educação e formação”;

O eixo “Empreendedorismo, Inovação, Investigação e Valorização do

Conhecimento”;

O eixo “Internacionalização e Mobilidade”;

O eixo “Organização e Desenvolvimento Interno”.

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O Sistema Interno de Garantia de Qualidade (SIGQ) implementado, constitui o elemento

fulcral e transversal deste conjunto de eixos e objetivos estratégicos permitindo, de forma

integrada, articular procedimentos, acionar estratégias, promover ações, potenciar recursos

e indagar soluções para problemas ou debilidades detetadas.

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EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

A estrutura e os mecanismos internos de garantia da qualidade implementados

deverão constituir uma primeira linha, fundamental, de intervenção nos processos de

avaliação. Estes processos devem orientar-se para a promoção e a interiorização de uma

cultura de qualidade que permeie todas as atividades desenvolvidas no interior do Instituto,

assentando nos seguintes princípios:

A avaliação interna, é muito mais do que um exercício burocrático de controlo e

verificação da conformidade com orientações externas: é essencialmente um

processo permanentemente orientado para a melhoria da qualidade. Como tal,

envolve procedimentos de monitorização e controlo, mas também de reflexão e

posterior intervenção; assim como pressupõe o acompanhamento sistemático das

diversas atividades, o levantamento de dados e a construção de indicadores.

Na avaliação interna todas as atividades são avaliadas (o ensino, a investigação, a

cooperação com a comunidade, bem como os agentes envolvidos). Essa avaliação

deverá decorrer, naturalmente, de forma integrada nas tarefas correntes, com

mecanismos simples e ágeis, mas eficazes e consequentes.

A avaliação interna deve envolver, de uma forma ativa e participada, todos os

atores relevantes, num processo com sentido de responsabilidade coletiva, com

sentido de pertença, apropriação e co-responsabilização por parte de toda a

comunidade académica, e não apenas como uma imposição a partir das lideranças

académicas ou do poder político.

A avaliação interna não é, por conseguinte, compatível com processos ad hoc, i.e.,

exige procedimentos ponderados e estruturas de apoio adequadamente projetadas.

A atividade formativa do IPG, centrada no estudante, deve ter como objetivo central a

melhoria da qualidade da aprendizagem, combatendo o abandono e o insucesso

escolares. A oferta deve, também, refletir as necessidades do mercado no que respeita aos

níveis de formação, ao público-alvo, ao contexto da formação, aos recursos existentes e às

estratégias de aprendizagem.

O IPG possui hoje uma oferta formativa que, mais do que alargar, importa manter,

direcionando esforços para o seu desenvolvimento e consolidação, de modo a assegurar a

qualidade das formações. Tal como assumíamos há 4 anos, consideramos demagógico e

insensato pensar que o IPG tem condições para aumentar no curto prazo, de uma forma

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significativa, o número total de alunos. As condicionantes internas e externas impedem tal

crescimento no curto prazo. Assim sendo, pensamos que o IPG deverá agora concentrar

os seus esforços na implementação e CONSOLIDAÇÃO do conjunto de novas

formações, necessárias face à reconfiguração das modalidades de mestrados na área da

Educação e a implementação dos novos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP).

Ainda assim, em permanente diálogo e cooperação com os órgãos das escolas e do

Instituto, não deixaremos de estar atentos a novas oportunidades que os mercados nos

possam oferecer, em particular nas áreas da saúde e afins.

A formação ao longo da vida é hoje uma necessidade indiscutível que constitui uma

oportunidade a não perder por parte da instituição. A aposta nas pós-graduações deve ser

incrementada, e no âmbito da formação profissional deve haver estratégias de novas

formações e colaborações que fortaleçam a competitividade da estrutura produtiva, dadas

as necessidades crescentes de modernização das empresas e serviços da região.

Não se vislumbrando no imediato oportunidade para ativar a Unidade de Ensino à

Distância prevista nos Estatutos, julgamos contudo que há espaço para algumas iniciativas

nesta área, nomeadamente através do desenvolvimento de disponibilização dos

denominados “MOCC” (Massive Open Online Course)1. Trata-se de um tipo de Curso Aberto

lecionado de forma gratuita e livre através da web (por meio de AVA e/ou ferramentas das

Web 2.0 e/ou Redes Sociais) que visa oferecer a um grande número de alunos a

oportunidade de ampliar seus conhecimentos num processo de coprodução.

Este tipo de cursos surge como consequência do desenvolvimento da educação à distância

e do conceito de Recursos Educacionais Abertos. Embora o projeto e participação num

MOOC ser semelhante ao de um curso numa IES, o MOOC normalmente não exige pré-

requisitos, mas também não oferece certificados de participação.

Neste sentido, cursos com estas caraterísticas são adequados à transmissão de

conhecimentos específicos em áreas de relevância para potenciar o desenvolvimento

económico e social. O papel do IPG como entidade potenciadora do conhecimento e de

ligação à comunidade empresarial ao utilizar esta tipologia de ferramenta de transmissão de

conhecimento não só contribui para o esclarecimento e evolução das competências

profissionais como liga quem os frequenta à sua cultura e dinamismo alavancando a sua

1 Curso Online Aberto e Massivo

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capacidade de atratividade e de reconhecimento como instituição que tem um papel

dinâmico e de valor no desenvolvimento da sociedade em que se insere.

A nosso ver importa, melhorar e tornar mais efetiva a “centralização” e a coordenação das

formações pós-graduadas e das formações para ativos através da Unidade para o

Desenvolvimento do Interior (UDI) do IPG. Este trabalho deve envolver a promoção de

parcerias com outras instituições de ensino e com organismos ou empresas dedicada à

formação profissional, como é o caso do NERGA, entre outros. A este nível,

consideramos que há espaço para a diversificação e para diferentes competências, assim

saibamos reconhecer e apoiar o que cada um tem de melhor para oferecer.

Face aos esforços e investimentos efetuados ao nível da formação dos docentes, cujos

frutos estão agora a surgir, dia após-dia, e do desbloqueio dos mecanismos (concursos) de

progressão dos docentes, a contratação de especialistas ou individualidades de

reconhecido mérito profissional como docentes convidados, a tempo parcial, para além

de constituírem um fator de enriquecimento de competências, deverão, no futuro, ser o

principal instrumento de fortalecimento e prestígio do IPG, no que diz respeito à

composição do seu corpo docente.

Para adequar o posicionamento do IPG às expectativas dos alunos e da região reforçando a

sua atratividade, o IPG intensificará a sua articulação com os Agrupamentos Escolares,

Escolas não Integradas e Escolas Profissionais da região da CIM-BSE. Tendo já sido dados

os primeiros passos para a efetiva criação da “Rede Regional de Ensino Profissional das

Beiras e Serra da Estrela”, o IPG assumirá o papel de motor desta rede que possibilitará,

entre outros:

Direcionar o ensino para as prioridades e os interesses da economia regional,

fazendo coincidir a oferta formativa com as necessidades dessa economia regional;

Criar formações integradas envolvendo o ensino secundário, profissional, superior

politécnico e o mercado de trabalho.

Potenciar a utilização de equipamentos e meios técnicos em prol de uma formação

qualificada.

Mobilizar recursos humanos e materiais, de forma sinérgica, no âmbito da rede

regional de Ensino Profissional.

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Promover uma análise sistemática e estratégica sobre áreas de formação e cursos a

promover em face da capacidade instalada e das necessidades potenciais de

mercado.

A rede permitirá ultrapassar barreiras administrativas e institucionais, promovendo a

complementaridade e a flexibilidade na concretização de objetivos comuns. Esta estratégia

contribuirá também para o envolvimento de parceiros com dimensões e perfis muito

diversos que se articularão em função das necessidades e especificidades formativas e

técnico-científicas.

Esta atuação é tão mais relevante quanto se verifica que muitos dos alunos têm origem na

região, e valorizam a proximidade de casa como critério de escolha da instituição de ensino.

Num contexto de crise e com a redução do rendimento disponível de muitas famílias, a

oferta no IPG de ciclos de estudos atrativos e articulados com as necessidades da região,

será determinante não só para estabilizar ou se possível aumentar o número de alunos que

frequenta o IPG, bem como aumentar o número de alunos da região que frequenta o

ensino superior, contribuindo para alcançar as metas assumidas a este respeito.

O IPG contribuirá para o desenvolvimento da região, melhorando a qualificação dos

recursos humanos, adequando a oferta formativa, gerando ligações proactivas com a

estrutura social e produtiva. A região contribui para o desenvolvimento do IPG com o

alargamento da procura dirigida a todos os produtos da instituição (ensino graduado, pós-

graduado e formação), com o aumento da prestação de serviços solicitados à Instituição e

com o desenvolvimento de projetos e candidaturas conjuntas, contribuindo assim para a

sus sustentabilidade. Neste contexto, propomos ainda:

Qualificar os ativos das empresas por via da participação em ações de formação que

permitam uma melhor eficácia dos processos de inovação das empresas;

Aumentar o acesso à formação dos empregados menos qualificados, em especial,

das micro e pequenas empresas;

Aumentar a empregabilidade dos ativos (empregados, designadamente em risco de

desemprego e desempregados) através do desenvolvimento de competências para o

mercado de trabalho;

Promover instrumentos de divulgação da oferta formativa de vertente

profissionalizante, em particular, entre as faixas etárias mais jovens;

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Fortalecer a ligação com as Escolas Secundárias e profissionais na divulgação das

formações existentes, na partilha de recursos e na qualificação contínua de

Professores e Funcionários;

Requalificar as formações curtas integradas no Ensino Superior, com ampla ligação

ao tecido empresarial regional, nomeadamente no que toca à definição dos

programas de estudo e à disponibilização de estágios de qualidade no final da

formação;

Promover em particular a participação em cursos internacionais através de parcerias

estratégicas com parceiros internacionais (ex-Erasmus Mundus) e a organização de

cursos de 2º ciclo com dupla certificação, seja em parcerias nacionais ou

internacionais;

Promover a realização de formações inter-escolas do Instituto, em áreas

transversais;

Combater o abandono e insucesso escolares;

Promover o desenvolvimento da formação pedagógica de todos os docentes;

Apoiar as estruturas de apoio ao emprego e ao empreendedorismo;

Dinamizar a participação em atividades de índole desportiva, associativa, cultural,

de modo a reforçar o espírito académico e o sentido de pertença à instituição,

contribuindo para o desenvolvimento integral dos seus estudantes, para a formação

da sua consciência cívica e para a construção de uma cidadania ativa;

Apoiar as Associações de Estudantes, as Tunas e outros grupos formalmente

constituídos nas diferentes iniciativas que promovam e difundam a imagem do

Instituto e promovam, igualmente, a socialização, o espírito de grupo, a diversidade

e a equidade.

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EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE,

INVESTIGAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO

CONHECIMENTO

As atividades de investigação decorrem em estreita ligação com as atividades de educação e

formação, tornando-se necessário, por conseguinte, criar as condições no Instituto, para

que a investigação possa desempenhar um papel ativo no desenvolvimento institucional e

na qualidade da formação, integrando-a no processo de ensino/aprendizagem dos

estudantes, com especial relevância ao nível da formação pós-graduada.

A investigação e desenvolvimento, bem como a transferência de conhecimento e

tecnologia, constituem uma base indispensável para a ligação com as empresas, induzindo

um maior grau de inovação e de competitividade nas organizações e nas regiões.

Este segundo eixo de atuação do IPG surge em grande medida associado ao papel que

podemos desempenhar no quadro da estratégia de crescimento inteligente da Região

Centro.

A Comissão Europeia recomenda como fundamental que as estratégias de

desenvolvimento regional 2014-2020 explorem as capacidades endógenas de cada região e

promovam o aproveitamento de novas oportunidades no quadro das dinâmicas nacionais e

internacionais, por forma a ultrapassar os constrangimentos existentes.

Ainda de acordo com as orientações da Comissão Europeia, as estratégias de inovação

regionais para a especialização inteligente são agendas de transformação económica

integradas de base local que, baseando-se nas mais-valias, nas vantagens competitivas e de

excelência da região, devem direcionar o apoio político e investimentos para as prioridades,

os desafios e as necessidades regionais mais importantes, apoiar a inovação baseada na

tecnologia e na prática e promover o total envolvimento das partes interessadas.

Conforme consta da proposta de Programa Operacional Regional do CENTRO (2014-

2020), “A estratégia de desenvolvimento regional no próximo ciclo de programação, 2014-2020, passará

então por apostas que concorram para níveis de coesão económica, social e territorial mais satisfatórios, o

que implica reforçar o investimento em domínios como a competitividade, a investigação, o desenvolvimento e

a inovação, com particular enfoque na transferência de tecnologia e na aproximação entre as PME e as

entidades geradoras de conhecimento.”

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A estratégia de “Especialização Inteligente” identifica na Região Centro um conjunto de

Domínios Diferenciadores Temáticos (Agricultura, Floresta, Mar, Turismo, TICE,

Materiais, Biotecnologia e Saúde e Bem-Estar) e Transversais (Produtividade Industrial

Sustentável, Eficiência Energética, Inovação Rural), que correspondem a dinâmicas

produtivas instaladas de grande sucesso e/ou promissoras, nomeadamente, à luz das

prioridades assumidas a nível europeu, nacional e regional, no contexto da Estratégia de

Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3 do CENTRO de

PORTUGAL).

Neste enquadramento, em que é chamado a assumir o seu papel na estratégia de

crescimento inteligente da região Centro, o IPG reforçará a sua atuação em articulação

conjunta e coordenada com os seus parceiros estratégicos como a Comunidade

Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, as Agências de Desenvolvimento Regional e as

Associações Empresariais e Comerciais, as outras instituições de ensino superior da região,

entre outras.

Assim, no âmbito da sua atividade, o IPG, através da UDI, procurará estabelecer uma

estratégia de atuação “Polytechnic to Business – P2B”, ou seja, promover uma relação estreita e

coesa entre a Instituição Politécnica e o tecido Empresarial. Procuramos, assim, criar uma

área de transferência de conhecimento e de prestação de serviços às empresas de modo a

que lhes possamos oferecer um conjunto de serviços inovadores que contribuam para a

transformação das indústrias tradicionais para indústrias emergentes, inteligentes e criativas.

Assente num modelo de gestão participativo por parte dos principais atores de inovação

regional, tais como núcleo e associação empresariais, câmaras municipais, associações de

desenvolvimento regional, clusters e outros centros de incubação empresarial, será possível

efetivar uma transferência de inovação que serve uma região e os agentes económicos nela

envolvidos.

A atuação do IPG, no contexto deste eixo, passará assim sobretudo, por um reforço das

suas atividades de transferência de conhecimento e de prestação de serviços às empresas e

instituições da região, contribuindo para a sua reestruturação e adaptação aos desafios

económicos e sociais, promovendo o desenvolvimento da região através da inovação, da

criatividade e o desenvolvimento tecnológico das empresas e instituições, ação essa

enquadrável numa das principais prioridades de investimento do CRER2020, a saber:

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Promoção do investimento das empresas em inovação e investigação, o desenvolvimento de

ligações e sinergias entre empresas, centros de I&D e o setor do ensino superior, em especial a

promoção do desenvolvimento de produtos e serviços, transferência de tecnologia, inovação

social, ecoinovação e aplicações de interesse público, no estímulo da procura, em redes, clusters

e inovação aberta através da especialização inteligente, apoio à investigação tecnológica

aplicada, linhas piloto, ações de validação precoce de produtos, capacidades avançadas de

produção e primeira produção, em especial no que toca às tecnologias facilitadoras essenciais e

à difusão de tecnologias de interesse geral.

O empreendedorismo, é reconhecido como um meio privilegiado de introdução de

inovação na economia, de promoção de processos de reestruturação dos mercados, e ainda

de dinamização de novas respostas sociais no combate ao desemprego, designadamente

por via do empreendedorismo social e da criação do próprio emprego. Nesta ótica, a ação

do IPG, através da UDI e em estreita colaboração com as escolas, será centrada no

fomento do espírito empreendedor e na promoção e incentivo ao aparecimento de

iniciativas empresariais, sejam de docentes ou discentes, incluindo:

O desenvolvimento e captação de Ideias (Lodging p2b), seguindo uma perspetiva de

Design Centers e dos Living Labs, pretende captar ideias de produtos ou serviços que

sejam exequíveis e que contribuam para o desenvolvimento económico e criação de

emprego. O IPG pretende, deste modo, criar um “large-scale demonstrator”,

associando-se a empresas, investigadores e alunos, aplicando as suas ideias de modo

a viabilizar a sua implementação e rentabilização posterior da atividade negocial que

lhe está subjacente. Desta forma, o contributo do IPG estará presente através da

sua marca “By IPG”, nos novos produtos e serviços que nasçam na região;

A aceleração e incubação de projetos de vocação empresarial – Policasulos - espaço

em openspace de incubação e aceleração de projetos de vocação empresarial,

oriundos de concursos de empreendedorismo (ex.: Poliempreende), do Lodging p2b,

ou por proposta de empreendedores com ligação ao IPG;

O desenvolvimento de competências empresariais feitas à medida (Boxes de

Formação), formação e coaching inovadores e adequados às necessidades

empresariais.

Será também preocupação fundamental, o domínio do empreendedorismo social, o reforço

das organizações de economia social, capacitando-as para uma ação mais eficaz e eficiente e

o desenvolvimento de redes de negócio que levem à constituição de negócios sociais.

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Numa lógica de reforço da ligação do IPG às empresas, promoveremos as atividades de

interação e de transferência de conhecimento, as atividades de disseminação e difusão de

novos conhecimentos e tecnologias gerados nos projetos de I&D e o patenteamento e

licenciamento de propriedade industrial.

Neste sentido, e enquadrando a sua estratégia numa política nacional e europeia de

desenvolvimento regional, adaptando-se às estratégias territoriais definidas no documento

RIS3, na orientação de uma smart specialization do território, o IPG deve apostar no

desenvolvimento de serviços inovadores, através dos seus laboratórios e criar “large-scale

demonstrators”, associando-se a empresas, com os seus investigadores e alunos e, assim,

transferindo conhecimento científico e tecnológico, às entidades regionais e nacionais,

através da proatividade e sinergias das suas redes de parceria.

Apostaremos em diferentes áreas do conhecimento, devido à diversidade das áreas

educativas, dando relevo à associação de temáticas disciplinares distintas, mas

complementares, promovendo soluções inovadoras e sustentáveis, face aos desafios que se

esboçam no quando social e económico.

Importa referir que, estando em fase final a concretização de um projeto de “capacitação

científica e tecnológica” financiado pelo programa MAISCENTRO, o qual vai de encontro

às seis prioridades nucleares assumidas para o período 2014-2020 pelo Programa de Ação

Regional, é de esperar que nos próximos anos, o IPG produza e transfira para as empresas

e para a sociedade, os resultados esperados deste projeto de capacitação, que inclui:

A criação de um Centro de Potencial e Inovação de Recursos Naturais;

A capacitação (reequipamento) do Laboratório de Análises Ambientais;

A obtenção da marca FabLab e integração na rede internacional de prototipagem

digital, criada pelo MIT - Massachusetts Institute of Technology;

Uma plataforma virtual de comunicação dos serviços inovadores;

A implementação de um “large-scale demonstrator”, através do desenvolvimento e

implementação no mercado de um produto diferenciador, criado com base em

recursos endógenos regionais.

Também neste contexto elencam-se outros projetos, já sinalizados junto da CCDRC:

O laboratório Open Education pretende ser um local de desenvolvimento de

técnicas educativas sustentadas na tecnologia de livre acesso a educadores e

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estudantes. Seguindo as orientações europeias que promovem esta perspetiva

educacional que fomenta a inovação e criatividade de tem dado provas de

melhorias no processo de aprendizagem, este laboratório pretende fazer a

transferência de conhecimento para as escolas dos ensinos básico e secundárias, de

modo a potenciar a aprendizagem e a ligação à tecnologia e sua utilização. Assim,

procurará fomentar uma experiência educacional tríplice que combina ensino,

pesquisa, comunicação e colaboração, bem como a capacidade de compartilhar

resultados com uma população específica. Esta ligação terá impacto sobre a forma

como as pessoas aprendem e da forma como a investigação é realizada.

O Centro Clinico Académico da Beira (CCABeira) pretende desenvolver uma

gestão integrada de prestação de cuidados de saúde, formação e investigação, numa

perspetiva multidisciplinar complementar, oferecendo um conjunto de cuidados de

saúde clínicos e científicos, acolher ensaios clínicos, promover a investigação,

melhorando a qualidade assistencial dos recursos humanos, terapêuticos e

económicos. Este centro assenta na academia promovendo assim a aplicação da

investigação desenvolvida na instituição, a promoção de prestação de serviços e as

práticas de formação tão fundamentais para o desenvolvimento de bons

profissionais e de uma melhor prestação e cuidados de saúde à população em geral.

De forma a integrar uma perspetiva inovadora multidisciplinar, os cuidados de

saúde prestados passam, não só, pelos tradicionais cuidados de saúde, mas também

pelo desenvolvimento de atividades desportivas e de turismo aplicados à saúde,

adaptados a diferentes patologias, desenvolvendo soluções terapêuticas alternativas

de prevenção e recuperação.

O Laboratório de Tecnologias para a Saúde, relacionado com o conceito de

Ambient Assisted Living - AAL (vida assistida por ambientes inteligentes), que tem

vindo a ganhar importância na sociedade atual, surge associado ao aumento da

esperança média de vida, da percentagem de idosos e uma consequente urgência de

melhoria de eficiência na prestação de cuidados de saúde. A ação proposta tem

como objetivo desenvolver atividades de I&D no âmbito da AAL, com o objetivo

de desenvolver produtos e tecnologia que permitam melhorar a prestação de

cuidados e a qualidade de vida dos idosos que ainda vivam de forma independente.

O Laboratório de Investigação, Inovação e Harmonização Gastronómica,

visa investigar, harmonizar e inovar a partir de produtos típicos da região,

perspetivando a melhoria de hábitos alimentares e a valorização do património

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gastronómico regional. Serão âmbitos de atuação principais do laboratório de

investigação: o Património gastronómico (aplicação da investigação e conhecimento

na valorização e harmonização do território e do património natural, cultural e

gastronómico da região); a Cozinha e Investigação (dinamização do conhecimento

em todos os aspetos tecnológicos que formam parte da cozinha, desde o uso de

novas técnicas e produtos até à otimização dos processos tradicionais, com uma

equipa multidisciplinar que engloba restauradores, gestores hoteleiros, chefes de

cozinha, enólogos, químicos, nutricionistas, entre outros, de forma complementar e

sinérgica); a Saúde e Hábitos Alimentares (melhoria dos hábitos alimentares, bem

como dar respostas culinárias a pessoas com necessidades de saúde especiais); e a

Harmonização e análise sensorial de produtos autóctones da Serra da Estrela (ex:

vinho, azeite, queijo, carne, peixe de montanha e pão).

A ligação à sociedade civil, o investimento em parcerias e acordos regionais são fatores de

diferenciação que criam novas exigências e uma atitude de maior abertura e

competitividade. O mais importante, no entanto, vem a ser o facto de estes aspetos

conferirem ao IPG maior capacidade de intervenção, projetando o seu nome no meio

regional, nacional e internacional. Em nosso entender, esta dimensão merece um lugar de

destaque na estratégia de desenvolvimento do nosso Instituto.

O IPG, ao assumir a responsabilidade social que lhe cabe, terá que prosseguir uma política

de envolvimento com a sociedade, em que privilegie o desenvolvimento de projetos

conjuntos. De facto, as empresas só nos querem se formos eficazes e soubermos

responder em tempo útil às suas solicitações. Isto significa que temos necessidade de uma

estrutura administrativa e científica ágil, desburocratizada, flexível e agressiva na procura,

no acolhimento e na gestão de novos projetos.

Para lidar com este âmbito, entendemos serem imprescindíveis as seguintes medidas:

Estabelecer laços de cooperação mais efetiva com outras instituições de ensino

superior, sejam de natureza politécnica ou universitária, estudando a possibilidade

de estabelecimento de consórcios, ou outras formas de associação se tal se revelar

vantajoso para o IPG e para a região;

Identificar necessidades e oportunidades que permitam o desenvolvimento de

projetos e estudos, visando o desenvolvimento institucional e regional;

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Intensificar o relacionamento com entidades e instituições vocacionadas para a

promoção do desenvolvimento regional, reforçando o papel e a ação do Instituto;

Reforçar e consolidar o papel do Gabinete de Informação e Comunicação (GIC)

do IPG, enquanto estrutura central de imagem e comunicação institucional,

dotando-o dos meios adequados e necessários ao desempenho cabal das suas

funções;

Reforçar o trabalho desenvolvido no domínio da responsabilidade social, com a

promoção de iniciativas próprias, à semelhança do que já é feito em algumas escolas

do Instituto, e a participação em iniciativas da comunidade.

Numa lógica de coesão territorial o IPG representa uma estrutura fundamental para a

qualificação e competitividade da Região da Beira Interior, promovendo através das

suas formações, graduadas e não graduadas, dos seus recursos humanos, dos seus

Laboratórios e Gabinetes e dos equipamentos e estruturas instaladas, a valorização

territorial garantido a equidade social. Refira-se que a Coesão Territorial consiste em

garantir o desenvolvimento harmonioso de todos os territórios, permitindo aos seus

habitantes alcançar os mais elevados níveis de bem-estar atendendo às características de

cada espaço. Neste sentido a coesão deverá constituir um meio de fazer da diversidade um

recurso que contribua para o desenvolvimento sustentável, para a qual as Instituições de

Ensino Superior, pelo que representam e pelo impacto gerado, se assumem como

determinantes para a valorização e competitividade das regiões. A cooperação e o fluxo de

tecnologias e ideias, como de bens, serviços e capitais, é cada vez mais um aspeto vital do

desenvolvimento territorial e um fator essencial para a sustentabilidade a longo prazo.

O envelhecimento, combinado com o despovoamento, tem consequências na Economia,

na dinâmica social e no ambiente e, com profundas repercussões no mercado local do

emprego. Estes processos aceleram a desestruturação de certos serviços e acentuam a

desigualdade de acesso aos mesmos, provocando maiores assimetrias e a redução das

condições de bem-estar das suas comunidades. Urge contrariar estes processos, envolvendo

de forma ativa os principais agentes regionais, promovendo estratégias que permitam

qualificar, valorizar e tornar mais atrativas e competitivas as regiões. Em simultâneo

verifica-se a necessidade de integrar no mercado serviços, funções e produtos que têm sido

negligenciados, não devidamente valorizadas pela inovação ou ainda não afetos a funções

que reconheçam o seu interesse e valor comercial, potenciando a criação de empresas e a

atração de população. A este respeito salientem-se os recursos fluviais, a floresta, a

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montanha, o património cultural, os produtos agrícolas e pastoris, o bioclimatismo, a

estrutura edificada, as atividades industriais e artesanais, a gastronomia, o turismo e o

desporto, que constituem fatores de alavancagem da economia local.

Neste contexto o envolvimento crescente do IPG com as Autarquias, Associações de

Municípios, Núcleos Empresariais e Sectoriais, Comunidade Intermunicipal das Beiras e

Serra da Estrela, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro,

Instituto do Território e diversas entidades ligadas ao Ensino, Saúde, Educação e

Tecnologia, procura promover ações que potenciem os territórios da sua inserção,

reduzindo as debilidades existentes e fomentados processo de maior equidade social e

económica. Neste enquadramento torna-se relevante:

Consolidar a participação do IPG nos projetos de Desenvolvimento Regional,

como entidade dotada de maios técnicos e científicos para a sua execução e

participação especializada;

Ampliar a rede de parcerias e protocolos com entidades administrativas e

associações empresárias, criando ligações que fomentem a capacitação técnica e

cientifica da região e a sua atratividade,

Integrar grupos de trabalho de valorização e qualificação Regional, como já

acontece na VIP BIN-SAL e em projetos no âmbito do POCTEP, FEDER entre

outros;

Alargar a participação em Estudos de valorização dos recursos endógenos e sua

afetação a atividades económicas, ligados com a indústria transformadora, o

turismo e lazer, a hotelaria e restauração e a saúde;

Promover estratégias integradas com parceiros portugueses e espanhóis em prol de

políticas de desenvolvimento transfronteiriço;

Valorizar as especificidades territoriais e articular estratégias que promovam

projetos integrados de desenvolvimento;

Posicionar-se como centro regional na área das formações de Administração

Pública e entidades ligadas à valorização e promoção dos territórios;

Fomentar os Laboratórios do IPG e o FabLab na valorização e inovação dos

produtos e territórios.

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INTERNACIONALIZAÇÃO E MOBILIDADE

A internacionalização tem vindo a ser assumida como um vetor nuclear do presente e do

futuro do nosso Instituto, cuja relevância se viu significativamente acrescida com a recente

publicação do Estatuto do Estudante Internacional que permite a vinda de estudantes

estrangeiros para frequentarem todo um curso, e não apenas períodos de mobilidade.

A internacionalização não deve ser encarada como uma dimensão complementar das ações

e iniciativas do IPG, mas como uma dimensão inerente a todas as vertentes da sua matriz

educativa, cultural e social, e por isso, a internacionalização terá, necessariamente, que

incluir, para além da mobilidade de docentes, estudantes e não docentes, parcerias

internacionais centradas na formação, investigação e projetos de natureza diversa, que

implicam a negociação de protocolos e convénios institucionais.

Estas atividades, e sobretudo a captação de novos estudantes, não são todavia consentâneas

com políticas exclusivamente economicistas, pelo que o IPG deve estar preparado para

assumir os encargos desta estratégia. A recente experiência relativa ao concurso de

estudantes internacionais para o ano letivo que agora se vai iniciar, mostra que há

potencialidades que convém explorar e que o investimento poderá ter resultados quase

imediatos.

Num ciclo em que Portugal se prepara para poder aceder aos fundos estruturais, cada vez

menos através de mecanismos diretos de transferência, e cada vez mais através de

concursos internacionais abertos e extremamente competitivos, o saber acumulado pelo

IPG e pelas redes que integra, constitui um ativo territorial que configura uma significativa

vantagem competitiva face a outras regiões.

O mundo global e as alterações geoestratégicas exigem essa rápida adequação do País e de

todas as suas instituições. Sendo certo que a não participação em redes terá, a partir de

2014, consequências graves do ponto de vista da atratividade e do próprio financiamento,

essas redes já serão pouco mais do que uma pré-condição para uma internacionalização

plenamente global.

Assim, neste novo ciclo, o IPG deverá procurar alargar o número de redes que coordena

ou integra, em especial aumentando acordos de mobilidade de estudantes e de estágios em

todos as suas ofertas formativas, procurando estabelecer projetos integrados com empresas

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e outras entidades do setor privado, numa ótica de cooperação e de mútua vantagem,

alargando os intercâmbios já existentes com o Brasil e com África, sem descurar novas

áreas geográficas e novas oportunidades, nomeadamente na América Latina e Asia,

potenciando a atratividade dos nossos cursos, especialmente em áreas de formação

altamente competitivas no âmbito do novo quadro legal de acolhimento de alunos

estrangeiros.

Como tradução da preocupação do IPG pelo reforço da Internacionalização do IPG e da

sua oferta formativa e do seu relacionamento internacional, particularmente ao nível da

mobilidade da sua comunidade, e do desenvolvimento de projetos estruturantes ao serviço

da região e do seu tecido empresarial e cultural, as principais linhas de atuação a serem

desenvolvidas neste eixo estratégico incluem:

A participação do Instituto em redes temáticas de intercâmbio no âmbito do

ensino, investigação e empreendedorismo, em domínios em que o IPG possua

massa crítica e capacidade de afirmação diferenciada;

O reforço da mobilidade de docentes, estudantes e não docentes no âmbito de

programas Europeus e Internacionais, com abrangência a todas as áreas e sectores

do Instituto, reforçando o programa de apoio financeiro à mobilidade

internacional;

A oferta de formação em línguas estrangeiras, promovendo a crescente

implementação do ensino de unidades curriculares em inglês, constituindo todavia,

como pré-condição, a melhoria das competências linguísticas do corpo docente;

A ampliação, a partir das parcerias já estabelecidas, da rede internacional de

intercâmbios, potenciando o afluxo de estudantes estrangeiros;

Promover projetos internacionais que permitam uma efectiva partilha de recursos,

humanos e técnicos, entre instituições congéneres;

Assegurar as melhores condições de acolhimento e integração de estudantes

estrangeiros, os quais deverão constituir-se como “embaixadores” do IPG,

ampliando e melhorando as capacidades e condições das residências e apartamentos

do Campus;

Fortalecer as relações nas áreas da formação, na prestação de serviços e no

desenvolvimento de estudos e projetos com os países lusófonos.

Promover atitudes favoráveis à mobilidade e internacionalização do corpo docente,

desenvolvendo iniciativas como seminários internacionais, congressos e outros

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eventos, que permitam a vivência de experiências internacionais por parte da

comunidade académica do Instituto;

Promover formações de curta duração no âmbito das línguas estrangeiras e de

Português para estrangeiros;

Alargar e acelerar o processo de tradução e adaptação do portal WEB do IPG para

língua Inglesa.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

INTERNO

A implementação eficaz, e bem sucedida, das medidas anteriormente preconizadas, exige

uma adequada gestão integrada da instituição, quer ao nível dos seus recursos humanos,

financeiros e materiais, quer ao nível da sua organização interna. No modelo organizacional

e estatutário a promover, o Instituto deve estar dotado de uma estrutura organizativa em

que a responsabilidade e a decisão estejam organizadas de forma partilhada. Isto

requer o reconhecimento e respeito pela competência dos diferentes órgãos e a delegação

de competências nos órgãos de gestão das Escolas, de modo a proporcionar um

desempenho institucional eficiente, sem todavia nunca deixar de perder de vista o todo, em

favorecimento das partes.

Para além das regras, auditorias e inspeções, a que por lei estamos sujeitos, e que, como é

evidente, temos de cumprir, pretendemos acelerar e consolidar a implementação do

sistema de controlo interno, através do desenvolvimento de ferramentas informáticas e,

sobretudo, da formação adequada dos recursos humanos. O Conselho de Gestão, com as

competências que lhe são atribuídas pela lei e pelos Estatutos, terá de conduzir a gestão, em

particular no que diz respeito à parte financeira e aos recursos humanos, com o maior rigor

possível, evitando desperdícios e rentabilizando os meios disponíveis.

Ao nível da Ação Social serão tomadas as medidas mais adequadas para garantir um

desempenho sensível às realidades, sem prejuízo da sua eficiência e sustentabilidade. Ainda

que preconizemos, a este respeito, a manutenção do modelo de gestão/exploração que tem

sido seguido ao nível do serviços de alimentação, no que diz respeito à exploração dos

bares não deixaremos de estudar e considerar outros modelos de exploração, se os mesmos

se mostrarem mais rentáveis, e eficientes, tendo sempre a preocupação com a melhoria da

qualidade dos serviços prestados e a satisfação dos seus utentes.

Os atuais estatutos do IPG foram publicados em setembro de 2008, na sequência da

entrada em vigor do novo regime jurídico das instituições de ensino superior (RJIES), e

trouxeram à vida interna do IPG uma nova estrutura organizacional que conta já com uma

experiência de aplicação efetiva de 6 anos. Ao longo destes anos de experiência todos os

agentes do IPG tiveram oportunidade de tirar ilações e conclusões acerca do que, nessa

estrutura organizacional, melhor e pior funcionou, estando, portanto, criadas as condições

necessárias para promover a melhoria do que estiver bem e a correção do que estiver

menos bem.

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É, pois, nossa intenção, aproveitando uma revisão do RJIES que se prevê a curto/médio

prazo, promover o início de um processo de revisão dos estatutos do IPG, envolvendo

nele toda a comunidade académica. Sem prejuízo da necessária discussão e participação que

o processo encerrará e do respeito pelas decisões que venham as ser tomadas, não

podemos deixar, por motivos de transparência, salientar já aqui algumas ideias gerais que

defendemos.

O permanente diálogo com os estudantes, através das suas associações ou núcleos de

curso, constitui um processo determinante para o desenvolvimento de ações que

promovam as melhores condições para estudar e viver na Guarda, valorizem as atividades

académicas, desportivas e culturais, fomentem uma academia forte e dinâmica, aproxime a

comunidade académica na resolução de problemas e no sucesso das iniciativas propostas.

De facto, consideramos ser preciso reforçar um conjunto de medidas transversais a todas

as unidades que possam servir de suporte ao desenvolvimento integrado da nossa

instituição, incluindo-se neste eixo:

Avaliar, no sentido de introduzir algumas melhorias, a estrutura organizativa

decorrente da implementação dos novos estatutos, em cujo modelo se torna

imprescindível o bom relacionamento inter-escolas e destas com a Presidência do

Instituto, relevando a importância das suas especificidades, estimulando a coesão, o

espírito de cooperação, solidariedade e o desenvolvimento e consolidação de

projetos/parcerias conjuntos, que conte com a mobilidade interna de docentes,

funcionários não docentes e estudantes;

Manter um diálogo permanente, ao nível do Conselho Superior de Coordenação

(CSC), promovendo a harmonização das questões relacionadas com o serviço

docente e a sua distribuição, o calendário escolar, os métodos de avaliação, entre

outros; tudo isto procurando promover a aprovação de regulamentos que,

respeitando as especificidades próprias de cada UO, estabeleçam regras uniformes

sempre que possível. Todavia, consideramos que há áreas, como a contratação de

pessoal docente, em que, numa estrutura de Unidades Técnico-Científicas

“transversais” se justifica uma abordagem global de todo o IPG e não de escolas,

sendo pois de equacionar, em sede de revisão estatutária, a criação de um Conselho

Técnico-Científico único, que substituiria o CSC (ou, em alternativa, o reforço de

competências do Conselho Superior de Coordenação);

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Manter as boas relações com a Associação Académica, fomentando igualmente o

bom relacionamento inter-associações e apoiando as suas atividades,

particularmente as relacionadas com a projeção da imagem da instituição, com as

iniciativas de apoio aos estudantes e com a sua vontade de participar cada vez mais

na vida institucional, sem descurarmos a exigência de sentido de responsabilidade

por parte dos dirigentes estudantis. Estando em fase de cessação o funcionamento

do curso de enfermagem com duas “entradas” desfasadas temporalmente, não

deixaremos de sensibilizar e procurar que o caminho já iniciado de maior interação

entre a Associação Académica do IPG e a Associação de Estudantes da Escola

Superior de Saúde, culmine com a sua fusão e harmonização completa das

atividades desenvolvidas por aquelas organizações;

Continuar a apostar na formação profissional dos funcionários não docentes do

Instituto, através de uma melhor articulação entre os funcionários e as chefias

diretas, de modo a reforçar as suas competências e a dotá-los de ferramentas para

um desempenho profissional de qualidade, a par de um desenvolvimento pessoal

equilibrado;

Abrir concursos para chefias intermédias, ou outras, previstas nos estatutos e

regulamento orgânico;

Adequar o número de colaboradores às reais necessidades de cada uma das

unidades orgânicas e serviços, eliminando tarefas repetitivas mas dotando-os de

recursos em número, qualificações e categorias profissionais adequadas;

Tornar o processo de avaliação do pessoal – quer docente, quer não docente – um

instrumento efetivo de reconhecimento do desempenho e do mérito. A este

respeito, será promovida a revisão do sistema de avaliação do desempenho do

pessoal docente;

Incentivar a mobilidade internacional e a aquisição de novas qualificações pelo

pessoal não docente;

Utilizar todos os mecanismos para reduzir a precariedade dos vínculos, tirando

partido do quadro legal existente, abrindo concursos e instituindo um plano de

mobilidade interna tendo em vista o enriquecimento de experiências e aquisição de

novas competências;

Substituir tendencialmente os apoios à qualificação do corpo docente por

incentivos que premeiem a produção científica de qualidade e sobretudo as ações e

projetos de transferência de conhecimento e prestação de serviços para a sociedade;

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A abertura de concursos para o pessoal docente deve decorrer de forma controlada,

em função das disponibilidades financeiras, sem prejuízo de ser garantido o

equilíbrio entre as diferentes categorias, áreas científicas e de formação, de forma a

alcançar os rácios previstos na lei e que podem condicionar a acreditação externa

dos cursos;

Desenvolver serviços de apoio técnico e ferramentas informáticas, facilitadoras das

atividades docentes, de investigação e prestação de serviços;

Promover a melhoria da acessibilidade das instalações e dos equipamentos do

Instituto a pessoas com deficiência;

Promover a melhoria contínua das condições oferecidas pelos serviços de Ação

Social do Instituto;

Definir um sistema que permita o acompanhamento permanente dos indicadores

de gestão já existentes e o desempenho das atividades e serviços do Instituto;

Promover uma política de gestão orçamental sustentável, nomeadamente,

fomentando a obtenção de novas fontes de financiamento e utilizando de forma

racional todos os recursos que o Instituto tem ao seu dispor;

Manter o apoio ao trabalho do Provedor de Estudante, assegurando condições

necessárias ao desenvolvimento da sua ação;

Apoiar o desenvolvimento e a ação da Biblioteca através de uma gestão integrada

dos seus recursos que tenha em atenção as especificidades das suas extensões;

Apoiar o Centro de Informática do IPG, assegurando a ampla acessibilidade e

disponibilidade dos recursos e serviços de informática e da rede em condições

adequadas de desempenho, capacidade e segurança e garantindo a sua permanente

adequação às necessidades da comunidade académica do Instituto. Conscientes da

rápida obsolescência das tecnologias e sistemas informáticos, não deixaremos de

equacionar a alteração ou melhoria da rede WIFI que em algumas áreas demonstra

insuficiências que urge corrigir;

Implementar um sistema de arquivo digital nos Serviços Académicos do IPG,

tendo como objetivo a digitalização e consequente desmaterialização dos processos

individuais dos alunos, assegurando assim uma maior rapidez na disponibilização da

informação e maior produtividade dos serviços;

Manter e melhorar o sistema de comunicação interna, promovendo a

disponibilização, a todos os interessados, de toda a informação adequada sobre as

decisões tomadas, nomeadamente nos órgãos centrais do Instituto (Presidente,

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Conselho Geral, Conselho Superior de Coordenação, Conselho de Gestão,

Conselho de Avaliação e Qualidade, etc);

Melhorar e racionalizar a organização dos Serviços Administrativos, nomeadamente

operacionalizando o Gabinete de Gestão Financeira, Orçamental e de Projetos,

estrutura de assessoria à Presidência do IPG, tendo por missão ajudar a planear a

atividade do IPG, incluindo a elaboração dos planos e relatórios de atividades e a

elaboração de estudos de suporte ao planeamento bem como a gestão de projetos e

candidaturas a programas de financiamento externos, em estreita articulação com a

UDI e as escolas;

Em sede de revisão estatutária, e se a Lei assim o permitir, defenderemos a

integração dos Serviços de Ação Social na orgânica geral dos serviços do IPG, pois

consideramos que, na fase atual da vida do IPG, não se justifica a manutenção da

autonomia financeira dos SAS;

Incentivar e melhorar a articulação entre as diferentes Unidades Orgânicas (UO),

com particular ênfase nas Unidades Técnico-Científicas (UTC) transversais,

fomentando a ligação entre áreas científicas idênticas nas UO, conforme previsto

estatutariamente. A este nível defendemos a necessidade de refletir sobre uma

possível alteração do número e âmbito das atuais UTC, de forma a dotá-las de

maior eficiência, otimizando a utilização dos recursos humanos existentes,

estimulando o desenvolvimento das áreas, assegurando massa crítica e promovendo

a interação entre pares;

Promover uma adequada gestão de projetos (nos domínios da formação e da

investigação), através de uma imputação dos gastos e rendimentos reais e do

desenvolvimento de uma política de transparência no que concerne à prestação de

contas;

Embora se mantenha a preocupação com uma política de minimização do esforço

financeiro que é pedido aos estudantes do IPG e às suas famílias, através da

adequação do valor das propinas às necessidades mínimas e condignas de

funcionamento do IPG, não podemos deixar de equacionar no curto prazo, uma

atualização do valor das propinas, sob pena de o IPG entrar em situações de

incumprimento no que diz respeito ao pagamento dos seus compromissos;

Estabelecimento de parcerias com agentes comerciais e outros, com o objetivo de

criar condições favoráveis à aquisição de produtos e serviços importantes para os

estudantes, nomeadamente de material informático.

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As infraestruturas de aprendizagem constituem-se conjugando o espaço físico com a

capacidade dos professores e o seu envolvimento nas atividades de ensino, investigação e

extensão. As deficiências estruturais podem muitas vezes afetar o rendimento dos alunos e

dificultar o trabalho dos professores. De facto, a necessidade de boas infraestruturas não

termina apenas nos objetos ou equipamentos específicos de cada área, de cada laboratório,

ela abarca toda a instituição, desde a entrada até a saída e passa por áreas de lazer,

alimentação e sustentabilidade.

Nos últimos anos, seja por verbas atribuídas ao IPG para realização de obras, através do

PIDDAC, ou recorrendo às receitas próprias, foi possível realizar algumas intervenções que

melhoraram significativamente alguns espaços e edifícios que lhes conferem maior

dignidade e condições.

Contudo, trata-se de uma obra sempre “inacabada” que importa consolidar nos próximos

anos. É o caso, entre outros:

da conclusão da reabilitação dos edifícios dos Serviços Centrais (bloco dos serviços

da Presidência), no sentido de colmatar algumas patologias que prejudicam o seu

regular funcionamento e o bem-estar dos seus utilizadores;

colocação de uma cobertura no edifício da Escola Superior de Turismo e Hotelaria

que trave o processo de degradação decorrente das infiltrações existentes;

da reformulação da rede de canalização de águas das Residências dos SAS;

continuação da recuperação e adaptação das instalações da Escola Superior de

Saúde, nomeadamente a recuperação dos espaços da antiga cozinha bem como a

adaptação e o apetrechamento de laboratórios/salas de simulação, específicos ao

ensino da enfermagem;

da estruturação e equipamento de laboratórios e oficinas de apoio aos novos

Cursos de Técnicos Superiores Profissionais e de apoio à prestação de serviços à

comunidade;

da procura, em articulação com entidades locais, como a Câmara Municipal,

encontrar uma solução própria que permita dispor de uma residência de estudantes

para os alunos da ESTH-Seia;

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da construção de um novo pavilhão para garagens dos veículos e consequente

aproveitamento e transferência de equipamentos e materiais dos serviços técnicos e

de manutenção para o espaço das atuais garagens;

da construção de um pequeno pavilhão para garagem na ESTH-Seia e de um

balneário que possam cobrir eficazmente as necessidades inerentes aos estudantes e

atividades desenvolvidas;

da manutenção e ordenamento dos espaços exteriores do campus do IPG,

permitindo uma melhor circulação para peões e veículos, melhor estacionamento,

maior segurança (com controle de acessos) e embelezamento dos espaços

existentes;

da criação de um sistema de sinalética/informação do campus que identifique as

unidades orgânicas, os espaços/equipamentos, os laboratórios e os serviços;

de um sistema de informação e vigilância ativo e suportado nas tecnologias de

informação e comunicação;

da promoção da utilização de energias renováveis associadas à eficiência energética

nos espaços do IPG, concluindo o processo de certificação e apresentadas

propostas de otimização das instalações;

promoção da acessibilidade das instalações e dos equipamentos do IPG a pessoas

com deficiência, em especial nas escolas onde ainda subsistem obstáculos;

da disponibilização de meios materiais, tecnológicos e humanos para dar a conhecer

o IPG e acolher cada vez melhor novos estudantes, professores e funcionários.

A falta de financiamentos externos específicos condicionará a execução das obras de maior

dimensão. Não deixaremos contudo de realizar aquelas que os recursos correntes nos

permitirem executar e que candidaturas a projetos ou financiamentos possam viabilizar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As medidas apresentadas não pretendem esgotar todos os níveis de atuação em que nos

propomos intervir. Tão pouco este programa de ação deve ser entendido como um

programa rígido, fechado à integração dinâmica de tendências, questões ou preocupações

que posteriormente se venham a revelar pertinentes. Ele serve principalmente para ilustrar

o que são, à data desta candidatura, as nossas principais preocupações e as estratégias de

intervenção dominantes que pretendemos levar a cabo, assim mereçamos a confiança do

Conselho Geral do IPG.

As Bases Programáticas, os eixos estratégicos e as linhas de ação apresentadas neste

programa de candidatura baseiam-se, acima de tudo, numa preocupação estratégica de

alinhamento do IPG e da sua missão com a Região Centro e com a estratégia para o

Portugal 2020.

Este alinhamento não reflete qualquer espécie de subordinação da instituição a

condicionamentos político-económicos mas, pelo contrário, reflete a adequação da nossa

missão aos novos desafios que lhe são colocados por uma sociedade avançada, na segunda

década do século XXI.

Temos consciência de que o momento que atravessamos é difícil, e não serão menos

difíceis os anos futuros, mas a história e a experiência, nomeadamente aquela que

adquirimos em funções de gestão no Instituto, diz‐nos que é nestes momentos que é

possível motivar e mobilizar a comunidade académica e, em conjunto, construirmos novas

respostas para os novos e velhos problemas.

É certo que nem tudo depende de nós e que grande parte das mudanças necessárias se situa

num plano mais geral, nomeadamente ao nível das políticas nacionais para o ensino

superior. Contudo, existem instrumentos que nos permitem, desde já, tratar de forma

diferente aquilo que é diferente, valorizando os membros mais dinâmicos e construindo as

condições que possibilitem a cada um cultivar, com liberdade e independência, as suas

qualidades e interesses em prol do IPG.

Pela nossa parte, estamos determinados a procurar, com afinco e determinação, as soluções

que permitam ao Instituto agir com inteligência e eficácia, aprofundando o trabalho

realizado desde a sua criação e em particular o trabalho desenvolvido no último mandato.

Da nossa parte, podemos assegurar dedicação com determinação, espírito de equipa e de

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missão, sabendo manter um diálogo aberto e transparente com toda a comunidade

académica e com as estruturas representativas do Instituto e da comunidade local.

O IPG precisa ser cada vez mais forte, coeso, inovador e interventivo e, para isso, requer,

para além das opções estratégicas, a capacidade de liderança e de competência técnica de

gestão, atributos a que não são alheios os traços da personalidade individual, do nível

científico e das conceções de postura institucional por parte de quem dirige.

Quanto à vontade, o saber individual, o trabalho realizado e a experiência acumulada,

procurámos traduzi-las neste documento. Sobre o seu valor e oportunidade, cabe agora a

decisão final às múltiplas e legítimas vontades e práticas das pessoas e dos grupos

envolvidos no Conselho Geral do IPG.

IPG, setembro de 2014