Correio do Metro Janeiro 2012

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Democratização na Feira dos Importados Página 6 CUT: Candidatura de Jacy cresce em todo País Página 7 COMPORTAMENTO Desde muito cedo, aprendemos a ‘valorar’ coisas e si- tuações de acordo com os parâmetros que vão sendo repassados na forma de comportamento. Mas não es- tará na hora de rever que tipo de valor usamos para mensurar pessoas? Páginas 8 e 9 TURISMO O Distrito Federal conta, a partir deste ano, com uma legislação específica para o Ecoturismo. Página 16 Ft Sandra Fernandes Pág. 2 - Realityshows, apenas pobres odes à futilidade Pág. 3 - Calendário de pagamento dos servidores Pág. 4 - Professores em contagem regressiva Pág. 7 - Mundo sindical em destaque Pág. 12 - Invasão no Núcleo Bandeirante Pág. 14 - Justiça & Cidadania PáG. 15 - O futebol brasileiro volta a campo

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Jornal Correio do Metrô Janeiro 2012

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Democratização na Feira dos Importados Página 6

CUT: Candidatura de Jacy cresce em todo País Página 7

COMPORTAMENTODesde muito cedo, aprendemos a ‘valorar’ coisas e si-tuações de acordo com os parâmetros que vão sendo repassados na forma de comportamento. Mas não es-tará na hora de rever que tipo de valor usamos para mensurar pessoas?

Páginas 8 e 9

TURISMOO Distrito Federal conta, a partir deste ano, com uma legislação específica para o Ecoturismo.

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Pág. 2 - Realityshows, apenas pobres odes à futilidadePág. 3 - Calendário de pagamento dos servidoresPág. 4 - Professores em contagem regressivaPág. 7 - Mundo sindical em destaquePág. 12 - Invasão no Núcleo BandeirantePág. 14 - Justiça & CidadaniaPáG. 15 - O futebol brasileiro volta a campo

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OpiniãO

Participei, enquanto assessor, do processo Constituinte, que redundou na chamada Constitui-ção Cidadã, promulgada em 1988, fartamente re-cheada de contradições (é uma ‘obra’ com muitos mecanismos parlamentaristas para um país presi-dencialista), ainda não regulamentada na plenitude e remendada por uma série de PECs-Propostas de Emendas à Consituição (eu sei que o nome corre-to não é este) que primam pelo oportunismo em detrimento, muitas vezes, da necessidade.

Mas está lá, no Art. 221, e em seus incisos I, II, III e IV, o que deve ser levado em conta em termos de produção e programação das emissoras de rádio e televisão. Observando apenas a letra fria do dis-positivo constitucional, chega a dar nojo da falta de coragem do Governo Federal, através do Ministério das Comunicações, de simplesmente fazer cumprir a norma legal. E mais asco ainda dá se observar-mos que o mesmo Governo Federal que é omisso na fiscalização do cumprimento das concessões, é conivente com a baixaria e com a putaria. Esta coni-vência se dá por meio do apoio financeiro, inserindo mídia em veículos que, a custa de uma espécie de catarse coletiva, acabam conquistando audiência.

Na minha modesta opinião, o supra-sumo desta boçalidade está presente nos chamados

* Alfredo Bessow é jornalista e brasileiro

Mensagens extraídas dowww.5minutoscomjesus.blogspot.com

Espaço para fé e oração. Acesse todos os dias!

palavra dO senhOr

Um novo começo!

Deus nos ama assim como somos. Além dis-so, ele nos dá a capacidade de começarmos sempre de novo. Na verdade, ele não somente nos dá um novo começo, mas ainda nos prome-te a sua companhia em todos os dias da nos-sa vida. Com Cristo temos sempre esperança, pois, graças à sua vida e morte, nós temos o privilégio de receber o perdão e de poder ter sempre um novo começo.

Uma resposta simples muitas vezes basta

Para os problemas difíceis da vida, esperamos respostas amplas e profundas. É difícil aceitar-mos uma explicação simples. Por isso muitos ignoram o que Deus quer nos ensinar, pois acre-ditam que as respostas dele não são suficientes para explicar a vida. Deus, porém, deseja que nos entreguemos confiantes à sua paz e ao seu amor. Com base nisso, podemos viver contentes e cer-tos de que Cristo nos salvou da morte eterna e que nele encontraremos as respostas para a nossa vida.

O amor de Deus

Você já deve ter ouvido a frase: “Deus é amor!” Ela é muito comum no meio evangélico, mas ela é muito mais do que um slogan, ela é uma verdade absoluta e transformadora. Infe-lizmente muitos aprenderam desde pequeno que Deus castiga, e muitos têm em sua mente a figura de Deus como um ser severo e impla-cável. Ele teria motivos para agir com a gente com todo o rigor, mas ele preferiu nos amar. E isto transformou a nossa vida. Deus ama você, ele faz de tudo para que você seja feliz e para que esta felicidade dure para todo o sempre. Mas, nem sempre percebemos isto, até ficamos bravos com ele por não nos atender. Mas, Deus nos ama muito e nos livra de muitos perigos, mesmo sem sabermos disto. E existe uma pro-va concreta do amor de Deus: Jesus Cristo. A vida e a obra de Jesus são a prova do amor de Deus. Ele enfrentou tudo para nos dar a vida eterna. Ele entregou a sua vida por você. Isto é amor de verdade. Confie em Jesus como seu Salvador e você experimentará todos os dias o amor de Deus em sua vida.

Imagens do nosso tempo

realityshows. Eu fico pensando como alguém é ca-paz de perder tempo olhando programas tão im-becis como BBB, Fazenda, Mulheres ricas e ou-tras iniciativas. É um festival de promiscuidade, expondo a decadência humana em níveis quase que patológicos.

Tenho um conhecido, aqui mesmo do Guará, que foi escolhido para participar da edi-ção anterior do BBB. Já no hotel, foi indicado o que ele deveria fazer, como deveria se compor-tar, como deveria proceder. Ou seja: foi avisado de que tudo não passaria de uma grande suruba. Ficou estarrecido diante de tudo que descobriu e resolveu pegar o seu chapéu e voltar a viver com dignidade. Até por vergonha, resolveu não se expor.

Na versão 2012, já houve algumas deser-ções – até porque o prenúncio é o pior possível. A fauna selecionada reúne todos os ingredientes para muita putaria, algo que parece ser a predileção da TV Globo e do diretor do referido programa.

O que resta de dúvida é exatamente uma cer-teza: o ser humano gosta da perversão, da baixaria e da escatologia comportamental. Por isso os realitysho-ws proliferam e são cada vez mais degradantes.

Realityshows, apenas pobres odes à futilidade

Alfredo Bessow *

2 • Correio do Metrô 413 • OPINIÃO • Brasília, Janeiro de 2012

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cUrTas

SDE proíbe sindicatoA Secretaria de Direito Econômico (SDE) do

Ministério da Justiça, determinouque o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Escolar e Papelaria do Estado de São Paulo e Re-gião (Simpa-SP) pare imediatamente com qual-quer forma de recomendação de datas, valores e percentuais de aumento dos preços de material escolar ao consumidor.

Teto dos benefíciosO DOU publicou portaria conjunta dos minis-

térios da Fazenda e da Previdência Social fixando o piso e o teto dos benefícios dos aposentados e pensionistas. O reajuste do salário mínimo no dia 1º de janeiro, de R$ 545 para R$ 622, esta-beleceu o valor mínimo que será pago aos bene-ficiários do Regime Geral de Previdência Social. O teto dos benefícios subiu de R$ 3.691,74 para R$ 3.912,20, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 6,08%, relativo a 2011.

Os valores intermediários entre o teto e o piso pagos pelo INSS estão automaticamente corrigidos pelo INPC do ano passado.

Dinheiro para a secaO governador do Rio Grande do Sul, Tarso

Genro, anunciou a destinação de R$ 26,4 milhões para combater os prejuízos causados pela estia-gem no estado. Esses recursos irão se somar aos R$ 28 milhões provenientes do governo federal o que totalizará uma ajuda de R$ 54,4 milhões aos 300 municípios gaúchos afetados pela seca.

Bolsas do SantanderO Santander abriu as inscrições para o Pro-

grama de Bolsas de Graduação 2012. A iniciativa é destinada aos funcionários que estão cursando ou desejam iniciar a primeira graduação de nível superior. O subsídio é de 50% do valor da men-salidade, limitado a R$ 410 por mês.

GDF divulga calendário de pagamento dos servidores para 2012Uma boa notícia para os servidores públicos do GDF: saiu o calendário de pagamentos dos salários para 2012. Sabendo antecipadamente o ‘dia do pagamento’ é possível fazer um agendamento do vencimento das contas e outras obrigações, fugindo dos juros e pinduricalhos que ajudam a corroer o ‘dindin’.

Esta é a programação divulgada pela Secretaria de Administração e publicada no DODF:

MÊS DIA

Janeiro 31/01 (terça-feira)

Fevereiro 29/02 (quarta-feira)

Março 30/03 (sexta-feira)

Abril 30/04 (segunda-feira)

Maio 31/05 (quinta-feira)

Junho 29/06 (sexta-feira)

Julho 31/07 (segunda-feira)

Agosto 31/08 (sexta-feira)

Setembro 28/09 (sexta-feira)

Outubro 31/10 (quarta-feira)

Novembro 30/11 (sexta-feira)

Dezembro 20/12 (quinta-feira)

Com a definção do calendário, o GDF demonstra que pretende alterar sua relação com os servidores, passando a valorizá-los através da implantação de uma efetiva política de pessoal - bem como através da realização de concursos públicos para setores que hoje contam com expressiva defasagem de pessoal.

Detalhe: sexta-feira será o dia da semana no qual os servidores mais receberão seus salários (março, junho, agosto, setembro e novembro), duas vezes na segunda-feira (abril e julho) – mesmo número de vezes que incide na quarta-feira (fevereiro e outubro) e na quinta-feira (meses de maio e dezembro). Apenas em janeiro o pagamento será numa terça-feira.

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nOTícias

Brasília, Janeiro de 2012 • GERAL • Correio do Metrô 413 • 3

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Aumento do servidor público federal só em 2013A pré-anunciada greve geral do funcionalismo

por reajuste salarial, que pode mobilizar até 1 mi-lhão de trabalhadores e deve ocorrer em abril, pa-rece não assustar o governo federal. No entanto, ciente da importância do nível de relacionamento e diálogo com o funcionalismo e dos prejuízos de

uma greve para a população, o governo vai criar uma nova secretaria exclusivamente para intermediar os debates com as centrais sindicais.

As propostas de aumento, caso sejam aceitas, só de-vem ser concretizadas na folha de pagamento de 2013. “Negociamos em um ano o Orçamento do ano seguin-

te. As negociações de 2011 foram fechadas em 31 de agosto, o que inclui gastos com pessoal para o exercício seguinte. Gastos com pessoal para 2012 já estão defini-dos, todas as negociações [a partir de agora] serão para o Orçamento de 2013”, disse. Atualmente, o gasto com pessoal custa R$ 7 bilhões mensais das contas federais.

Professores esperam que GDF cumpra os compromissos assumidosDepois de muitas promessas - nunca cumpridas - os professores decretaram ainda em novembro, em

Assembleia, que o dia 8 de março é data limite para o GDF apresentar uma proposta descente

MUndO sindical

Professores da rede pública de ensino do Distrito Federal podem entrar em greve no dia 8 de março, caso até lá o governo do DF não cumpra os compromissos assumidos oficialmente com a categoria. A decisão de iniciar o movimen-to intitulado “contagem regressiva” foi aprovada em 17 de novembro passado, durante assembleia, após avaliação de que 112 dias é tempo suficiente para o GDF rever seu descaso e honrar a palavra empenhada. Durante todo o ano de 2011 as ne-gociações com o governo, sobre a pauta de rei-vindicações da categoria, se arrastaram. Em reu-nião ocorrida no mês de abril, o GDF entregou

um documento assinado onde se compromete a atender alguns pontos da pauta em datas especí-ficas. Infelizmente, os prazos foram vencendo e as promessas não foram cumpridas.

Um exemplo disso é a proposta do Plano de Saúde que seria apresentada até 30 de julho. Até esse início de janeiro, nem um possível pro-jeto do referido Plano foi apresentado. Outro ponto é a reestruturação do Plano de Carreira que, dentre outros, proporcionaria a recupera-ção salarial do professores pelos próximos três anos. Os professores apresentaram sua propos-ta. Pontos importantes do Plano de Carreira co-

meçaram a ser discutidos com o governo, mas a negociação não foi concluída. Há alguns meses as negociações estão suspensas.

O Sindicato dos Professores no Distri-to Federal (Sinpro-DF) entende que, apesar dos transtornos que uma paralisação causa à comu-nidade educacional, a greve é o instrumento dos trabalhadores de maior poder de negociação. Para o Sinpro-DF a categoria já deu diversas provas de tolerância, demonstrando sua disposição para ne-gociar. Agora está nas mãos do governo decidir como as negociações serão retomadas e se vai honrar os compromissos oficialmente assumidos.

4 • Correio do Metrô 413 • POLÍTICA• Brasília, Janeiro de 2012

UM IMÓVEL IRREGULAR SÓ EXISTE PARA VOCÊ.

Um imóvel irregular não existe perante a lei e pode trazer uma série de problemas ao seu proprietário, já que não pode ser vendido, registrado ou transferido. Com o programa Regularizou, é seu!, você poderá regularizar sua casa, comércio, condomínio, templo religioso ou entidade de assistência social e assim proteger seu patrimônio. Afi nal, com o imóvel regularizado, você ganha o direito de ter a escritura em seu nome e, assim, a garantia de que ninguém irá tomá-lo. Ter um imóvel próprio é uma das maiores conquistas que se pode ter. Por isso, não o coloque em risco: regularize. Acesse www.regularizar.df.gov.br e saiba mais.

Regularize seu imóvel e converse com seus amigos, parentes e vizinhos para que eles regularizem o deles também.

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Brasília, Janeiro de 2012 • PELAS CIDADES • Correio do Metrô 413 • 5

UM IMÓVEL IRREGULAR SÓ EXISTE PARA VOCÊ.

Um imóvel irregular não existe perante a lei e pode trazer uma série de problemas ao seu proprietário, já que não pode ser vendido, registrado ou transferido. Com o programa Regularizou, é seu!, você poderá regularizar sua casa, comércio, condomínio, templo religioso ou entidade de assistência social e assim proteger seu patrimônio. Afi nal, com o imóvel regularizado, você ganha o direito de ter a escritura em seu nome e, assim, a garantia de que ninguém irá tomá-lo. Ter um imóvel próprio é uma das maiores conquistas que se pode ter. Por isso, não o coloque em risco: regularize. Acesse www.regularizar.df.gov.br e saiba mais.

Regularize seu imóvel e converse com seus amigos, parentes e vizinhos para que eles regularizem o deles também.

UM IMÓVEL IRREGULAR SÓ EXISTE PARA VOCÊ.

Um imóvel irregular não existe perante a lei e pode trazer uma série de problemas ao seu proprietário, já que não pode ser vendido, registrado ou transferido. Com o programa Regularizou, é seu!, você poderá regularizar sua casa, comércio, condomínio, templo religioso ou entidade de assistência social e assim proteger seu patrimônio. Afi nal, com o imóvel regularizado, você ganha o direito de ter a escritura em seu nome e, assim, a garantia de que ninguém irá tomá-lo. Ter um imóvel próprio é uma das maiores conquistas que se pode ter. Por isso, não o coloque em risco: regularize. Acesse www.regularizar.df.gov.br e saiba mais.

Regularize seu imóvel e converse com seus amigos, parentes e vizinhos para que eles regularizem o deles também.

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A boataria anda correndo sol-ta nos corredores da Feira dos Importados – também conhecida como Feira do Paraguai. E tudo

porque o atual grupo que comanda a Cooperfim está lutando, como todas as armas (nem todas assim tão honestas) para se manter no poder. E já são sete anos de desmandos e favorecimentos. Estatutariamente, as eleições precisam ser rea-lizadas até 31 de março, mas o tema é tratado como verdadeiro ‘segredo de estado’.

Segredo, por sinal, é algo que serve bem para retratar o comportamento do grupo, que dificulta a adesão de novos cooperativados, que não presta informações e nem esclarecimentos. Chegam a dizer que podem ‘deitar e rolar’ por terem costas quentes com o governador Agnelo e o vice Felippelli – a quem costumam dizer que ajudaram, inclusive financeiramente, na campa-nha de 2010.

Balela ou não, a verdade é que para al-gum feirante obter informações é verdadeiro

exercício de paciência e de humilhação. A di-reção da cooperativa, pelo visto, trata como se aquilo fosse negócio de interesse apenas do grupo dirigente.

Oposição se fortalecendoPor conta de tantos desmandos, é forte o

movimento de união dos demais feirantes, mui-tos dos quais querem virar cooperados, que têm uma plataforma que prioriza os interesses de to-dos os feirantes e não apenas de alguns. Entre as prioridades, querem investir em infra-estrutura; estacionamento; cobrir a feira também na parte dos corredores e definir claramente a situação da Feira e do terreno – tendo em vista que até o momento, só foram pagos os juros.

É preciso entender que na Feira dos Im-portados existem feirantes sérios, honestos e que trabalham dentro da lei. E são estes que buscam resolver os problemas – inclusive lutam para recuperar a imagem da feira e, assim, recon-quistar os clientes.

Via crucis para se ‘associar’

Os feirantes reclamam das dificuldades e das exigências que o atual grupo coloca para quem quiser virar cooperativado. “É uma coisa es-tranha: eles lá do escritório dizem que não vale a pena ser sócio da cooperativa”, relata um feirante.

Outra característica é o medo. Por con-ta de se vangloriarem das ‘costas quentes’ que possuem, os feirantes, em geral pessoas humil-des e por si só já desconfiadas, preferem falar sem se identificar. “Tem gente que foi reclamar e passou a ter muitos problemas aqui dentro, então o melhor é trabalhar em silêncio para tentar mudar a direção da cooperativa”, enfa-tiza uma feirante. Enquanto conversa, ela fica olhando para ver se não está sendo observa-da por seguranças que, em lugar de proteger a feira, os feirantes e os clientes, atuam como espiões da direção, reportando qualquer movi-mento que julgam ‘suspeito’ – como se tives-sem alguma formação para esta atividade.

Feirantes querem democratizar gestão da Feira dos Importados

Atual grupo está há sete anos no poder. Eleições devem acontecer até 31 de março. Atual diretoria da Cooperfim-Cooperativa da Feira dos Importados ainda não

divulgou o Edital e dificulta feirantes que tem interesse em se associar

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6 • Correio do Metrô 413 • ECONOMIA • Brasília, Janeiro de 2012

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MUndO sindical

Fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congres-so, a CUT-Central Única dos Traba-lhadores, ao longo de sua história, foi

instrumento fundamental da luta da classe tra-balhadora. Consolidada como a maior central sindical brasileira e uma das maiores do mundo, ela, no entanto, acabou se distanciando dos sin-dicatos – gerando um novo-peleguismo sindical, que recorre ao discurso da unidade para preser-var os interesses de grupos e tendências, que se acomodam na disputa por espaço e poder.

Para alguns, a CUT-Nacional hoje repre-senta a Oligarquia Sindical Paulista, uma espécie de UDN do movimento sindical. Recorrem ao País quando precisam dar eco a qualquer ma-nifestação. Do contrário, fecham-se em copas e tratam de ampliar seus laços, inserindo dirigen-tes nas cúpulas de fóruns e movimentos sociais.

Exemplo desta estratégia de ocupação de espaços pode ser vista na forma como vem sen-do conduzida a eleição para a presidência da en-tidade – marcada para julho, durante o 11º Con-gresso da CUT. Pela primeira vez, a cúpula sentiu que não teria a mesma facilidade em manipular a base, tendo em vista que um nome vindo exata-mente da base se apresenta como contra-ponto ao grupo que hoje a comanda.

A CUT precisa voltar a ousarO sindicalista Jacy Afonso – bancário, ex-

-presidente do Sindicato dos Bancários do DF e da CUT-DF e dirigente da CUT Nacional – tem conseguido enfrentar, graças ao apoio de enti-dades sindicais e de sindicalistas de todo País, o verdadeiro rolo compressor que foi armado para legitimar o nome escolhido pela cúpula.

A bandeira central de Jacy está em fazer com que a CUT volte a ser uma instância dos sindicatos e não dos dirigentes de tendências que atuam no movimento sindical. “A CUT sem-pre teve como marca de sua atuação a ousadia e nós, cutistas, precisamos voltar a ousar”, disse Jacy em entrevista ao Programa do Servidor, vei-culado pela TV Cidade livre, em Brasília.

Enfrentar o poder de uma máquina des-tas é uma demonstração de ousadia. Porque a

sua candidatura esta servindo para desnudar a suposta ‘unidade’ – que não é uma proposta de luta, mas um discurso de fachada no qual cada grupo/tendência continua com um quinhão de poder, mas sem alterar o ‘modus operandis’: mesmo minoritários, os sindicalistas paulistas – e mais do que paulistas, os representantes dos sindicatos dos Metalúrgicos, dos Professores e dos Bancários de SP dizem, determinam (mesmo minoritários) quem vai comandar a Central.

Apoio

Enquanto uma comitiva de sindicalis-tas cruza o País gravando depoimentos de apoio ao ‘candidato oficial’, Jacy Afonso con-tinua trabalhando junto às bases. E as deser-ções no sonhado grupo monolítico de apoio ao candidato dos paulistas começam a vir a tona. Ainda na primeira quinzena de janeiro, dia 13, o presidente da CUT-Amazonas, Valde-mir Santana, declarou apoio ao nome de Jacy Afonso. Em nota, ele destacou: “Em vista des-se compromisso e da trajetória de luta que marca a atuação da Central, declaramos apoio

ao companheiro Jacy Afonso para o comando da CUT Nacional. A história de Jacy Afonso nos movimentos sociais o credencia para di-rigir a organização máxima dos trabalhadores brasileiros – no que diz respeito à densidade da base sindical em todo o território nacional. Particularmente na conjuntura atual da econo-mia mundial, precisamos de dirigentes sempre dispostos a ousar e enfrentar as investidas do grande capital contra os direitos e interesses da classe trabalhadora que inevitavelmente se agravam nos momentos de crise.”

Onda pró-Jacy

O movimento em favor da candidatura de Jacy – que tem como lema: Todo poder aos sindi-catos – cresce em todo País. O setor rural já está manifestando em peso apoio ao Jacy. Vencido o primeiro instante de pressão da cúpula, o apoio de outros setores está vindo de modo consisten-te, gerando uma onda pró-Jacy. Afinal de contas, todos os sindicalistas sabem da importância da CUT – principalmente de uma CUT que esteja efetivamente comprometida com os sindicatos.

Jacy Afonso enfrenta, com o apoio dos sindicatos de todo País, o rolo compressor do sindicalismo paulista

Sucessão na CUT: Rolo compressor fracassa e candidatura de Jacy se fortalece

Desde a sua criação, em 1983, a CUT Nacional sempre foi presidida por um sindicalista de São Paulo – ainda que o estado tenha menos de 30% da base de representação da entidade em nível nacional

Brasília, Janeiro de 2012 • POLÍTICA • Correio do Metrô 413 • 7

Page 8: Correio do Metro Janeiro 2012

A cordei pela manhã e encontrei na TV um programa onde convi-dados e especialistas discutiam e debatiam as cotas raciais na UnB. Uns contra, outros a favor, mas

todos expondo seus pontos de vista e prati-cando o salutar exercício do pensamento e do debate. Fiquei feliz em ver que o racismo está sendo discutido mais abertamente. O mito da democracia racial brasileira, sustentado pelo silêncio, vai, aos poucos, dando lugar a de-núncias e ocupando a agenda dos veículos de comunicação. O Brasil guarda, sim, profundos sentimentos preconceituosos e precisamos debatê-los para expor suas inconsistências e sua desumanidade.

Precisamos desvendar todas as facetas desse comportamento cultural, esmiuçar suas origens, evolução e os fatores que o perpetu-am, suas contradições e suas implicações prá-

ticas. Precisamos falar muito, debater muito e reformular os nossos conceitos se quisermos construir uma sociedade justa, onde cada mem-bro tenha a oportunidade de contribuir efetiva-mente para o bem comum, ao invés de ser rele-gado ao ostracismo e à condição de problema social. Precisamos aprender a aprender. Piaget, em seus estudos de epistemologia genética, ob-servou que a criança aprende a categorizar os objetos e a organizá-los. Carrinhos são separa-dos de bichinhos, objetos grandes de pequenos, claros de escuros. Por vezes, os brinquedos são dispostos em ordem crescente, numa fila. Guar-damos essas habilidades que se mostram muito úteis ao longo da vida mas, como a maturidade exige, não podemos viver sem raciocinar, sem questionar. Aprendemos a categorizar também as pessoas. Para o senso comum, o médico vale mais do que o lixeiro, mas, ao repetir estereó-tipos, a gente nem se dá conta de que ambos

contribuem para a preservação da saúde de to-dos. Da mesma forma, o bonito vale mais do que o feio, embora ninguém possa escolher os genes que determinarão sua aparência; os jovens valem mais do que os idosos, embora sua experiência de vida possa ser extremamente rica; o rico vale mais do que o pobre, embora seja este quem gera a riqueza daquele e lhe proporciona o con-forto que ele tanto aprecia; o branco vale mais do que o negro, embora, historicamente, seja este o oprimido e aquele o opressor que ainda não aprendeu, de fato, a envergonhar-se da ati-tude discriminatória. Pode-se, assim, enumerar muitas outras situações cotidianas nas quais as verdades transmitidas culturalmente e assimila-das por cada um de nós entram em conflito com a nossa consciência crítica quando paramos para pensar no que estamos fazendo ou a partirde que pressupostos estamos julgando as pessoas e as situações.

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oa8 • Correio do Metrô 413 • COMPORTAMENTO • Brasília, Janeiro de 2012

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Aprendemos a encaixar cada pessoa nessa hierarquia internalizada, direcionando nossa percepção para fatores que nossa cul-tura determina como dignos de maior ou me-nor valor social. Aprendemos a aceitar tudo isso como normal já que é uma norma cole-tiva, sem nos preocuparmos com seu caráter ético, isto é, estamos julgando corretamente as pessoas? Presenciei uma cena típica – infe-lizmente – na qual observei a mesma pessoa em três momentos consecutivos. No primeiro, dirigiu-se a um superior hierárquico diante de quem se desdobrou em mesuras e delicadezas, utilizando um tom de voz afável e portando um leve sorriso nos lábios. No segundo, mo-mento, dirigiu-se a um subordinado. Nem pa-recia a mesma pessoa. A postura corporal e a gesticulação eram, ainda que de forma subje-tiva, agressivas e ameaçadoras. O tom de voz era ríspido e a comunicação analógica – aquela

de que nos fala Watzlawick em seu livro Prag-mática da Comunicação Humana – insinuava claramente a inferiorização de seu interlocu-tor. Em um curioso terceiro momento, depa-rei-me com essa pessoa falando a respeito de seu superior. Aí vieram as críticas e acusações. Curiosamente, aquela pessoa tão bajulada pela frente, era duramente criticada e desqualifi-cada pelas costas. São realmente curiosos os parâmetros usados para julgar as pessoas. No mais das vezes, são os interesses pessoais que determinam o julgamento e que o tornam, no mínimo, muito questionável.

Pierre Bordieu estudou as posições no mundo social. Suas ideias são esclarecedoras e convidam a uma reflexão importante. Mas não precisamos ser versados em sociologia para prestarmos um pouco mais de atenção às nos-sas atitudes, ideias e comportamentos. As ati-tudes entendidas como aquelas predisposições

mentais para interpretar os fatos de uma forma ou de outra; as ideias, como fruto do pensamen-to racional e os comportamentos, evidente-mente, como aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. Nossa consciência sozinha já pode nos questionar acerca de muitas coisas importantes tais como: o valor de um ser humano corres-ponde ao espaço social que ele ocupa ou será que existe um valor e uma dignidade ineren-tes a cada pessoa? Resposta fácil de ser dita, difícil de ser praticada. Mas é justamente esse questionamento que nos faz compreender que onde estamos na escala social não corresponde necessariamente ao que somos como pessoas. Um indivíduo sem estudo, pobre e desempre-gado pode ser alguém com grande potencial de crescimento e colaboração para otodo social. E se todos tivessem a oportunidade de viver dignamente e de desenvolver suas habilidades? Bem,essa é outra pergunta com resposta fácil...

Brasília, Janeiro de 2012 • COMPORTAMENTO • Correio do Metrô 413 • 9

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10 • Correio do Metrô 409 Brasília, Janeiro de 2012

Em 2011, o consumo de vinhos de qualidade cresceu cerca de 35,7% - segundo dados da Abras-Associação Brasileira de Supermercados. O Bra-sil, ao lado da China, está entre os países que apresentam o maior cersci-mento no consumo em nível mundial. Mesmo este aumento ainda não ajuda para melhorar a posição do Brasil no ranking mundial, mas tem servido para colocar o País na rota dos principais consumidores de vinho do mun-do. E este novo cenário, tem atraído produtores mundiais que colocam o Brasil entre suas prioridades na definição de mercado

O grande desafio continuará sendo cultural, além da urgência de quebrar certos dogmas – como por exemplo o simplismo tantas vezes es-

cutado de que vinho tinto se toma na ‘temperatura ambiente’ – sem levar que isto se refere a algo entre 16 e 19 graus...

Hoje, o prato nacional é churrasco. Todo mundo sabe assar uma carne.Mas... e para acompanhar... só mesmo cerveja?Para o sommelier Olinaldo Oliveira, o vinho é o acompanhamento

ideal para qualquer tipo de carne. Assim, fazendo uma espécie de ‘guia de referência’, ele apontou os vinhos indicados para aquelas carnes tradicio-nais em churrascos. Detalhe: todos os vinhos são ‘tinto’.

Os vinhos aqui indicados podem ser adquiridos na Super Adega e as carnes, na Nutricarnes - localizada na QE 19 do Guará II.

Churrasco com vinho!Dicas de Vinhos

Olinaldo Oliveira

Correio do Metrô 413

No Brasil, cresce o consumo de vinho – que ainda é irrisório, se comparado com os padrões de outros países, mesmo aqui na América do Sul. Um dos caminhos é romper com velhos dogmas e criar novos parâmetros.

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Tipo de Carne Carneiro/Cordeiro/Ovelha

Tipo de Vinho Vinho chileno William Cole – Cabernet Sauvignon Mirador Selection 2009 (R$ 39,00)

Características do vinho

Indicado por sua boa estrutura e pela combinação de seus taninos maduros

Tipo de Carne Linguiça

Tipo de Vinho Vinho argentino Yauquen Malbec 2010 (R$ 29.90)

Características do vinho

Apesar da nova safra, o vinho apresenta uma perfeita harmonia entre taninos, acidez e madeira, perfeito para compartilhar com amigos – unidos pelo bom vinho.

Tipo de Carne Picanha

Tipo de Vinho Vinho português do Douro Piorro Doc Tinto (R$ 49,90)

Características do vinho

Com suas nuâncias de madeira e o frutado da combinação das uvas Touriga Franca,Tinta Roriz e Tinta Barroca chegam para massagear a boca nos preparando o paladar sempre para mais uma fatia da deliciosa picanha.

Tipo de Carne Costelinha de Porco com queijo ralado

Tipo de Vinho Vinho português alentejano Monte do Carrapatelo 2009 (R$ 49,90)

Características do vVinho

Elaborado com as castas Aragonês, Alicante Bouschet e Touriga Nacional, com passa-gem de seis meses em carvalho francês, tem sabor e aroma especiais pela presença da madeira, médio corpo e bem estruturado. Se torna uma perfeição ao paladar mais exigente.

Tipo de Carne Frango

Tipo de Vinho Vinho português Muros de Vinha – Quinta do Portal Douro Tinto 2007 (R$ 29,90)

Caracteristica do Vinho

Um vinho do qual apenas 50% do seu mosto passa seis meses em carvalho, resulçtan-do um produto leve no paladar com um frutado equilibrado.

Enfim...Quem aceita o desafio de romper os preconceitos e descobrir o prazer que só um bom vinho pode ofecerer?O grande segredo, dentro da nossa realidade nacional, é ter a coragem de romper com a força do comportamento de consumo que se consolida

através do investimento em mídia que as grandes empresas produtoras de cerveja fazem. Mas este é um processo demorado, porque implica em ter acesso a informações - que decorrem de intercâmbio, viagens, leitura e informação.

“O grande desafio do vinho, em nosso País, é passar esta informação adiante e mostrar para o consumidor que se trata de uma bebida boa para a saúde (se consumida dentro de padrões de moderação), sem esquecer de sempre enfatizar que existem produtos de qualidade a preços bem acessíveis”, discorre Olinaldo Oliveira.

Um aspecto que o sommelier considera relevante é a gradativa mudança no perfil do consumidor: hoje, os jovens também estão descobrindo o vinho. Outra informação interessante diz, também, respeito a hábitos de consumo: o Soho, restaurante que tem a comida oriental como foco, hoje é uma das casas que mais vende vinhos em Brasília - com mais de mil garrafas por mês. Isto serve para mostrar como o consumidor brasileiro está aprendendo que qualidade vai bem em qualquer ocasião.

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Dicas de VinhosOlinaldo Oliveira

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D oado antes mesmo da constru-ção de Brasília, embora a escri-tura pública de doação seja de 23 de março de 1962, um terreno de 16 hectares – corresponden-

do a 160 mil metros quadrados – desperta a cobiça dos especuladores imobiliários, de ór-gãos do Governo e é alvo de espertalhões que veem o local como possibilidade de invasão. Mas a área, localizada na saída sul no setor... tem dono! Pertence ao Grêmio Esportivo Bra-siliense, conforme escritura pública e Declara-ção de Demarcação emitida pela Terracap – em 1 de setembro de 2011.

O mais recente episódio de ‘gula’ sobre a área se deu no fim de dezembro e foi protagoni-zado pela BRN Distribuidora, empresa vinculada à JAC Motors. Segundo ocorrência registrada na 11ª DP (localizada no Núcleo Bandeirante) “na noite de 24.12.2011, a concessionária JAC Motors do Brasil, representada pela filial do Setor de Indústria e Abastecimento-SAI, invadiu cerca de 10.000 me-tros quadrados do Grêmio Esportivo e derrubou cerca de 100 metros de muro, ação esta coman-

dada pelo Diretor Regional, Claudionei”. No mes-mo documento, consta que se trata de “ocupação criminosa, uma vez que foi realizada em períodos noturnos e em datas festivas, dificultando assim a fiscalização”. Por telefone, Claudinei disse que as obras começaram no fim de novembro.

Estranha cobiça

A área invadida foi, segundo Claudinei (e em contato telefônico ele não aceitou nem ao menos dar seu nome completo), alugada de uma empresa (Minas Areia e Cascalho) que é invaso-ra do clube. O dono da Minas Areia e Cascalho, por sinal, já tentou uma ação de usucapião da área (invadiu a área em meados do ano 2000) – como se fosse possível um invasor requisitar propriedade de área pública invadida (a área do-ada ao Grêmio não lhe dá as prerrogativas do domínio da propriedade, por conta da condição restritiva imposta pela doadora).

Segundo o advogado do Grêmio, Severino Marques, a ação de usucapião da Minas Areia e Cascalho – e posteriormente uma ação Revoca-tória da doação de 1962 impetrada pela Terra-

cap em dezembro de 2006 – tramita na 8ª Vara da Fazenda Pública. Até o momento, o Grêmio venceu nas duas instâncias e aguarda o envio do processo 2005.01.1.089409-0 para o STJ. Mes-mo derrotado duas vezes, o dono da Minas Areia e Cascalho não desiste – ainda que efetivamente já tenha recebido inclusive outro terreno para suas atividades.

Legalidade...Segundo Claudinei, o departamento jurí-

dico da JAC Motors de São Paulo considerou legal a situação da empresa invasora – desco-nhecendo ou ignorando as derrotas que a mes-ma teve na Justiça. Em realidade, existem outras coincidências. De acordo com Benedito Raimun-do, presidente do Grêmio, Claudinei foi, durante muitos anos, funcionário da Brasília Motors, que funciona em área ao lado do Grêmio, além de ser conhecido do dono da empresa invasora.

Coisas de Brasília: amigo de invasor, acaba virando invasor também...

Enquanto o processo continua tramitan-do, o representante da JAC Motors, para zelar

denúncia

Grêmio Esportivo Brasiliense, proprietário legal da área localizada na Saída Sul, ao lado da Brasília Mortors, já entrou com Ação de Reintegração de Posse

JAC Motors ‘aluga’ área deinvasor no BandeiranteJAC Motors ‘aluga’ área deinvasor no Bandeirante Ft

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efetivamente pelo nome da empresa, poderia ter ido àTerracap e saber de quem é a área. E o documento da Terracap é claro ao dizer que a área total, de 160 mil metros quadrados, é do Grêmio. Poderia também ter procurado a Secre-taria de Estado da Fazenda e saberia então que o IPTU/TLP aponta como proprietário o Grêmio Esportivo Brasiliense e que a área do terreno consta como 160 mil metros quadrados.

Reintegração de PosseNo começo de janeiro, o Grêmio Esporti-

vo Brasiliense ingressou com Ação de Reintegra-

ção de Posse junto à Vara Civel, de Família e de Órfãos e Sucessões na Circunscrição Judiciária do Núcleo Bandeirante, contra JAC Motors.

Por telefone, Claudinei (ou Claudionei como também é chamado e conhecido), disse que o contrato com a Minas Areia e Cascalho vai até maio e que não vê razão para a preocupação do Grêmio. “Estamos procurando outra área e vamos sair em maio, eu mesmo já disse isto para o pes-soal do Grêmio”, sem dizer qual o valor que está pagando a um invasor para ocupar a área invadida.

Demonstrando muita tranquilidade, Clau-dinei fez questão de dizer reiteradas vezes, du-

rante os dois contatos telefônicos, que o depar-tamento jurídico da JAC Motors, em São Paulo, validou as tratativas e considerou legais os docu-mentos ‘de posse e propriedade’ apresentados pelo proprietário da Minas Areia e Cascalho.

Passado gloriosoSegundo Roberto Nogueira, morador do

Guará desde 1968 e profundo conhecedor da história do Clube, o Grêmio Esportivo Brasilien-se foi fundado em 26 de março de 1959, tendo sido o primeiro campeão de futebol no DF, em 59 – antes mesmo da existência da Federação Metropolitana de Futebol. Depois, voltou a ven-cer o Candangão em 1970.

Entre seus sócios ilustres, Pelé, que este-ve com o Santos no antigo estádio, e o ex-pre-sidente João Goulart – que fez a entrega oficial do terreno, em outubro de 1962. Do passado glorioso, pouco restou. Hoje, os que perma-neceram, continuam lutando para que o clube volte a ter representatividade. Em termos de futebol, o Grêmio teve vários atletas de desta-que, sendo que sempre teve uma forte atuação na formação de atletas, que atuaram no futebol candango. Apenas para exemplificar: dos joga-dores em atividade, Kaká (Real Madrid) e Tiago Feltri (Vasco da Gama) atuaram nas categorias de base do clube que tem o verde e branco como cores oficiais.

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JUsTiça & cidadania

Cabo de guerra destroça credibilidade da JustiçaJuízes são imprensados entre a pecha de corruptos e a forma como

são tratados pela cúpula de um poder oligárquicoMarcelo Semer *

Por mais jurídicos que possam ser os argumentos , a arrogância suicida do corporativismo não é capaz de en-xergar o profundo estrago que vem causando à credibilidade da Justiça.

A liminar concedida pelo ministro Mar-co Aurélio aos 45 minutos do segundo tempo transpareceu à sociedade como um abuso do poder de julgar.

A legalidade da competência do CNJ para os processos disciplinares estava para ser de-cidida em setembro pelo plenário, quando um bate-boca público entre o presidente do STF e a corregedora Eliana Calmon provocou seu adia-mento. Diante do recesso de ambos os órgãos em janeiro, a liminar terá pouco mais do que um efeito simbólico - mas o simbolismo no caso é altamente destrutivo.

E não se pode dizer que a outra liminar, deferida pelo ministro Enrique Lewandowski, na noite da véspera do recesso, em um processo do qual sequer era relator, tenha suscitado menos controvérsia. O ministro foi acusado de ignorar um conflito de interesses, por ser beneficiário na forma de pagamento de crédito trabalhista, que estaria no âmago da fiscalização que sustou.

A boa aparência da mulher de César se foi, mas as lideranças das associações que repre-sentam os juízes ainda não se aperceberam disso. Nem do conflito que existe no seio da própria magistratura.

Os juízes acabaram imprensados entre a generalizada pecha de corruptos que lhes é er-roneamente impingida e a forma como são tra-tados pela cúpula de um poder oligárquico.

Enquanto 99% dos juízes auferem um cré-dito trabalhista em centenas de parcelas por fal-ta de verbas, nosso 1% obteve as facilidades de pagamento à vista, por motivos ou fundamentos ainda ignorados.

O manto que Eliana Calmon desvestiu, talvez até involuntariamente, mostra de forma aguda a desigualdade tradicional que marca o Judiciário, entre segredos, benefícios e decisões imperiais.

Episódios como esse na verdade não são raros.

Desembargadores recebem benefícios que não estão à altura dos juízes, alguns desem-

bargadores recebem tratamento que não está ao alcance dos demais e assim por diante até os ministros, em castas sucessivas. Aos servidores do poder, no andar de baixo, sempre sobra o argumento da falta de disponibilidade orçamen-tária para conceder reajustes.

É evidente que o Conselho Nacional de Justiça deve ter competência para instaurar pro-cessos que não sejam abertos pelas corregedo-rias. O órgão foi criado para controle do Judici-ário e não pode funcionar apenas como aporte subsidiário.

Se os ministros do STF não reconhece-rem isso no texto da Constituição, não há dúvi-das que ela será alterada para tornar o controle mais explícito.

Mas a defesa esganiçada do esvaziamento do poder disciplinar é nefasta por outros moti-vos. Nos tribunais, as corregedorias só funcio-nam para o andar de baixo. Os desembargadores não estão afetos a ela e as cúpulas jamais são investigadas.

No episódio em questão, é de se pergun-tar, se o erro de pagar a alguns de forma diferen-ciada partiu da presidência do Tribunal de Justiça, quem vai instaurar a investigação se não o pró-prio CNJ?

As antigas direções da AMB tinham uma interlocução mais realista com o Conselho. A entidade se opôs à instalação do órgão, a meu ver equivocadamente, mas em algumas medidas, como a proibição do nepotismo, agiu como par-ceira para viabilizá-lo.

A eleição do desembargador Calandra para a presidência da associação, coincidindo com a do próprio Peluso para comandar o STF, acabou por instalar um ânimo de confronto e uma agenda que é mais próxima da cúpula do que da base do Judiciário.

É certo que o destempero verbal de Elia-na Calmon também contribui para o embate, mas o acirramento por parte dos juízes apenas a consolida na figura mítica da caçadora de cor-ruptos e ainda lhe fornece o álibi para a não--identificação de nossas maçãs podres. Afinal, depois da varredura de tantas contas, qual foi o juiz ‘vendedor de sentenças’ que ela encontrou?

A política dos desembargadores também encontra resistência entre os juízes, que suportam no dia-a-dia o ônus da rejeição por decisões de que não foram responsáveis nem mesmo beneficiários.

Que o próprio CNJ aprenda com o epi-sódio a valorizar a democracia interna, que nun-ca foi sua preocupação, e participar da ruptura dessa visão oligárquica ainda persistente nos tri-bunais e em muito responsável pelo elitismo na prórpia distribuição da justiça.

Não devemos nos esquecer, porém, que o enfraquecimento do Judiciário só interessa a quem detém poder e não a quem precisa re-correr a ele para conter a violência e a ganância daqueles que o oprimem.

* 45 anos, juiz de direito em São Paulo e escritor. Membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, autor do romance “Certas Canções”. Texto extraído, com autorização, do http://blog-sem-juizo.blogspot.com/

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2012: mais um ano depéssimo futebol?

Para quem ainda duvida da força do futebol – apesar de toda bagunça, desorganização, amadorismo admi-nistrativo, baixa qualidade técnica de boa parte dos jogadores, ação

nefasta da arbitragem – vale lembrar que o fi m do Brasileirão 2011 representou uma queda brusca na audiência da TV Globo nas tardes de domingo. Tanto isto é verdade que ela, a supos-ta toda poderosa, se viu obrigada a patrocinar amistosos caça-níquel.

Por conta desta força da audiência, logo em janeiro começam os regionais – com jogos praticamente em todos os dias da semana. Até no sábado à noite tem – no caso, do Gauchão.

O que eu não entendo ainda é a razão pela qual a CBF e a própria Globo não or-ganizam um jogo para marcar ‘ofi cialmente’ a abertura do ano futebolístico. No caso, minha

ideia seria a disputa de um troféu entre o ga-nhador da Copa do Brasil e do Brasileirão do ano anterior – visto que a partir de 2013, TO-DOS os times deverão participar a Copa do Brasil – mesmo aqueles que estejam disputan-do a Libertadores.

E o mais impressionante neste começo de 2012 é o jogo de cena dos dirigentes de alguns clubes. Não sou torcedor do Flamen-go, muito pelo contrário: meu time reiteradas vezes foi prejudicado em jogos contra o time carioca, contando em tal cruzada com a ação desastrosa de alguns árbitros. No caso do Fla-mengo, o clube deve para todo mundo, está com salários atrasados, deve milhões só para Ronaldinho ‘baladeiro’ e ainda é capaz de criar factóides (que são devidamente repercutidos pela imprensa do Rio e um bando de puxa--sacos pelo Brasil afora), como por exemplo o

anúncio da contratação de Vagner Love por sei lá quantos milhões.

Exemplar, neste sentido, tende a ser o desfecho da novela envolvendo Thiago Neves – onde os detentores dos direitos federativos (é uma confusão danada entre direitos econômicos e direitos federativos de cada atleta) só querem negociar com garantias reais.

Claro que menciono o Flamengo por ter sido transformado em clube mais popular do País pela massiva e enojante exposição que a TV Glo-bo vem dando ao longo dos anos, mas a verdade é que 2012 tende a ser um ano onde o futebol continuará sendo pobre tecnicamente – mercado propício para estrelas decadentes ou trogloditas.

Só quem conseguirá enxergar algum gla-mour será uma mídia esportiva – que prima pelo amadorismo, incompetência e falta de compromisso...

Saiba mais sobre o projeto: www.redeunb.com.brS

Está Nascendo umNovo Centro Olímpico!

Faça sua doação para a melhoria do esportee deduza no imposto de rede.

Prestes a voltar às atividades, com os chamados ‘regionais’ e a fase inicial da Libertadores - para Inter e Flamengo – o torcedor brasileiro pode ser preparar para um ano onde a bola continuará sendo judiada.Roberto Carvalho - Torcedor

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Roteiro integrado

Juntamente com a lei recém-sancionada, outra medida que ajudará a impulsionar o setor como um todo na capital federal diz respeito à parceria formada recentemente com a Univer-sidade de Brasília (UnB). O GDF e o Centro de Excelência em Turismo (CET) da UnB estão ma-peando gargalos e potencialidades do DF quanto ao assunto. Os dados, que estarão disponíveis em breve, serão fundamentais para o planejamento das ações para os grandes eventos que Brasília sediará, como a Copa do Mundo de 2014.

Entre os empresários que já atuam no seg-mento, a lei chegou em boa hora. É o caso de Ma-noel Imperial, proprietário da Chapada Imperial, co-nhecida reserva ecológica destinada ao ecoturismo em Brazlândia. “A legislação é positiva, estávamos es-perando por ela. O setor precisava de uma norma-tização que seguisse as demandas atuais”, afirmou.

ecOTUrisMO

GDF estabelece normas para o setorLei sancionada pelo governador Agnelo Queiroz permite turismo mais sustentável em áreas rurais do DF

Brasília – O Distrito Federal conta, a par-tir deste ano, com uma legislação específica para o Ecoturismo. O governador Agnelo Queiroz sancio-nou a Lei Distrital Nº. 4.735, que traça diretrizes e objetivos para esse segmento. Conforme a legis-lação, as iniciativas do empresariado voltadas para o setor terão que levar em conta questões como conservação da natureza, sustentabilidade, redução de resíduos sólidos nos locais das atividades, polí-ticas de conscientização e educação, assim como preservação de monumentos (tanto históricos e culturais, como ambientais). Quem descumprir as normas estará sujeito a multas e embargos.

A lei 4.735 estabelece como devem ser di-recionadas as medidas que irão nortear o ecotu-rismo no Distrito Federal, dá relevância ao treina-mento de recursos humanos para a realização da atividade – nem sempre oferecida por pessoas ca-pacitadas – e destaca a cooperação intersetorial.

Conservaçãoda natureza

A lei 4.735 evidencia a preocupação do Governo do Distrito Federal (GDF) em esti-mular o Ecoturismo e utilizar o segmento de uma forma equilibrada, que conserve a natureza e gere mais emprego e renda para a população.

Na avaliação do governador Agnelo Queiroz (PT), as regras são importantes por-que, além de estimularem o ecoturismo no DF com preservação e sustentabilidade, pro-porcionam condições para maior desenvol-vimento econômico e social por meio dessa atividade. “Uma lei de Ecoturismo própria para o Distrito Federal não apenas permitirá mais organização e estrutura para o segmento, como ajudará a movimentar a economia local e contribuirá para o uso adequado das nossas paisagens naturais”, ressaltou.

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