Correio do Metro Março 2013

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Royalties O Congresso Nacional derrubou os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os royalties do pré-sal (12.734/12). Sendo assim, hou- ve maioria nas duas Casas para a derrubada.Página 3 Adeus, Chávez! O jornalista César Fonseca discorre sobre o le- gado da ação política de Hugo Chávez, que re- solveu subverter a lógica do capital e tratou de socializar os resultados das riquezas naturais. Páginas 4 e 5 Futebol “Claro que já houve outras mortes em estádios ou nas suas cercanias – em um verdadeiro “cul- to” a impunidade, que é o maior vetor de enco- rajamento de marginais e delinquentes.” Página 6 Novos vinhos de Rui Reguinga no Brasil Novos vinhos de Rui Reguinga no Brasil Brasília(DF) - ano 21 - nº 427 - Março/2013 Pág. 3 Pág. 3 Feirantes repudiam ação do MP e defendem Cooperfim Feirantes repudiam ação do MP e defendem Cooperfim

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Correio do Metro Março 2013

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RoyaltiesO Congresso Nacional derrubou os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os royalties do pré-sal (12.734/12). Sendo assim, hou-ve maioria nas duas Casas para a derrubada.”

Página 3

Adeus, Chávez!O jornalista César Fonseca discorre sobre o le-gado da ação política de Hugo Chávez, que re-solveu subverter a lógica do capital e tratou de socializar os resultados das riquezas naturais.

Páginas 4 e 5

Futebol“Claro que já houve outras mortes em estádios ou nas suas cercanias – em um verdadeiro “cul-to” a impunidade, que é o maior vetor de enco-rajamento de marginais e delinquentes.”

Página 6

Novos vinhos de Rui Reguinga no Brasil

Novos vinhos de Rui Reguinga no BrasilWosseb C&M

CLSW 303 - Bl.A - Ent. 16 - Sl. 10970673-621 - Brasília (DF)

Editor:

Textos:

Diagramação:

Edição: Tiragem:

Alfredo BessowSandra Fernandes,Wander Abdalla,Alfredo Bessow,

Pedro Teichmann, Paulo Antenor,Arthur Monteiro.MadMídia Assessoria de Comunicação Fone: 61 3967 0013

E-mail: [email protected]ência: Cx. Postal, 72 | CEP: 70351-970 | Brasília (DF)

mensal | 12 mil exemplares

Correio do Metrô 426

COMPORTAMENTOSandra Fernandes – Psicóloga e Jornalista

Correio do Metrô 409

PONTO DE VISTAPaulo Antenor

Brasília(DF) - ano 21 - nº 427 - Março/2013 Pág. 3Pág. 3

Feirantes repudiamação do MP e

defendemCooperfim

Feirantes repudiamação do MP e

defendemCooperfim

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Quando nos deparamos

com o fimAlfredo Bessow *

* Alfredo Bessow é jornalista e brasileiro

Mensagens extraídas dowww.5minutoscomjesus.blogspot.com

Espaço para fé e oração. Acesse todos os dias!

Palavra do senhorO nosso escudo!

Há situações na nossa vida em que parece que estamos no meio de fogo cruzado. São tantos os problemas que vêm de todas as direções: famí-lia, vida financeira, profissional, insatisfação consigo mesmo, etc... Dá vontade de se esconder, mas não vemos um lugar seguro ou algo que nos proteja. Mas, saiba que você pode contar com Deus. Ele está sempre ao seu lado. As circunstâncias podem querer mostrar o contrário, mas não se deixe en-ganar. Deus está com você. Ele é o seu escudo. Cristo é a prova disso. Ele foi enviado por Deus para carregar sobre si todos os nossos pecados. Ao morrer na cruz ele estava livrando você da condenação. Não se desespere e repita com o sal-mista Davi: “Mas, tu, ó Senhor, me proteges como um escudo” (Salmo 3.3).

Um lar seguroTratamos nossa casa como um refúgio. Nela

podemos ficar à vontade, brincar, dormir, chorar. No ambiente de trabalho podemos até nos sentir um pouco em casa, mas, geralmente, o ambiente é bem mais formal e competitivo. Um refúgio, como o nos-so lar, é o local onde nos sentimos seguros a ponto de nos despirmos social e emocionalmente. No lar, calçar um chinelo ou vestir uma bermuda, promo-vem um descanso que vai além do físico.

Em Deus temos o melhor refúgio. Jesus, ao morrer na cruz, tendo a certeza do refúgio no Pai, disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Em Deus temos proteção e segurança. E essa proteção também vai além da proteção física: sob a sombra do Altíssimo estamos livres para agir e sentir, sem máscaras. Podemos derramar sobre ele nossos pecados, aflições e angústias. Afinal, “Deus diz: “Eu salvarei aqueles que me amam e protegerei os que reconhecem que eu sou Deus, o SENHOR.Quando eles me chamarem, eu responderei e es-tarei com eles nas horas de aflição” (Sl 91.14-15a).

Você acredita? Diante de situações aparentemente impos-

síveis, é comum ouvirmos as pessoas dizerem: “Sou como Tomé. Só acredito vendo!” Esse ditado popular é uma referência ao comportamento incrédulo de um personagem bíblico, o apóstolo Tomé no dia da Páscoa, ao receber a notícia da ressurreição de Jesus. Por isso, o apóstolo Tomé ficou conhecido como al-guém que teve grandes dificuldades para crer. Você também tem dúvidas? É natural que todos nós tenha-mos. Mas precisamos nos apegar às palavras de Paulo, um outro apóstolo, que nos diz: “Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês!”. A ressurreição de Jesus é prova da vitória da vida sobre a morte. Alegre-se com essa boa notícia. Dedique tempo para ouvir ou ler a Bíblia. Freqüente uma igreja cristã. Ouça as palavras de Jesus: “Pare de duvidar e creia!” E tenha vida por meio do Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Se tem algo que me deixa realmente ca-breiro em relação ao comportamento das pes-soas é como elas reagem, de forma violenta, em relação a mudança que esperavam de uma reali-dade mas para a qual não tinham forças de fazer valer a sua vontade.

Estava em um evento reservado quando percorreu o ambiente a notícia dando conta da morte de Hugo Chávez. Para mim, sentimento de perda de um líder político importante, afinal de contas, teve a coragem, a ousadia e a lucidez de inverter a lógica segundo a qual as riquezas dos países devem servir ara enriquecer cada vez mais as multinacionais e passou a mostrar que um outro olhar social era possível. Mas as pesso-as rangiam entre os dentes, desfilando impropé-rios estranhos como “já morreu tarde”, “idiota” e outras expressões que beiram ao caricato.

Depois, abstraí do meu tempo alguns mi-nutos para ler a notícia da morte do líder vene-zuelano e percorri as notícias online – não inte-ressado na abordagem das reportagens, mas na forma como as pessoas se manifestavam.

E foi realmente um espetáculo ridícu-lo, onde pessoas destilavam ódio, preconceito e alívio – como se, com a morte de Chávez, a vida destes “leitores” tomaria outro rumo e eles deixariam a ridícula condição de manipulados e condicionados por quem gosta de controlar a mente de dementes, débeis e pessoas que as-similam um discurso sem serem detentores de nenhuma capacidade de questionamento.

Na manhã seguinte, a continuidade do espetáculo e me deparei com o discurso de pessoas vociferando verdades como “não tem cabimento o vice assumir”, como se fossem es-pecialistas em Direito Constitucional Venezuela-no. A alguns com os quais tinha maior proximi-dade tratei de lembrar do episódio vivido por nós brasileiros quando da morte de Tancredo antes mesmo dele assumir a presidência – para a qual fora eleito pelo famigerado Colégio Eleito-ral, migalha democrática que as eleites trataram de transformar em conquista depois da covarde derrota da emenda pelas Diretas-Já!.

Foi nesta hora que lembrei de algo que mui-tas vezes escutei de meu pai: “Ainda assim, filho, tenha certeza que é melhor escutar certas coisas do que nascer surdo”. E o ponto alto destas ar-gumentações é que “Sarney era um democrata”, logo ele que passou a vida inteira lambendo os pés de quem estava no poder – mantendo o seu estado (Maranhão) como aquele que ostenta os piores indicadores sociais do nosso País.

Enfim Chavez morreu. Que viva Chavez – e que as pessoas de “nuestraAmerica” desper-tem para a realidade de que os recursos naturais devem ser explorados para o benefício do con-junto da sociedade e não para alimentar a gar-ganta voraz do capital. E hoje, lhes garanto que o que mais atemoriza os entreguistas de todos os matizes é a percepção de que a morte de Cha-vez não é o fim do chavismo. Muito pelo contrá-rio. Ou seja: foi-se o homem, emergiu o mártir.

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ulga

ção

2 • Correio do Metrô 427 • OPINIÃO • Brasília, Março de 2013

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cUrTas

Congresso “nacionaliza” distribui-ção dos royalties

O Congresso Nacional derrubou nessa quinta-feira (7) os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei que redistribui os royalties do pré-sal (12.734/12). A sessão, conturbada des-de o início, durou cerca de quatro horas e a apuração foi concluída às 4h30 da madrugada.

No Senado, 63 dos 81 senadores votaram, sendo 54 pela derrubada do veto. Na Câmara, votaram 405 dos 513 deputados, sendo 349 pela derrubada de alguns dos 142 vetos e 354 pela derrubada de outros (estavam em análise 142 vetos). Sendo assim, houve maioria nas duas Casas para a derrubada.

Mais ônibus no Paranoá e São Sebastião

Poucos dias após o GDF assumir o contro-le administrativo, operacional e financeiro das empresas de transporte coletivo do Grupo Amaral, os passageiros começam a perceber melhorias no serviço. Os moradores do Pa-ranoá e de São Sebastião, atendidos pela em-presas Veneza, Via Brasília e Rápido Brasília, contam com acréscimo de até 77% na frota em circulação.

Licitação para cobertura de quadras esportivas

Escolas públicas receberão investimento superior a R$ 4 milhões para instalação de cobertura em suas quadras de esporte. O GDF abriu licitação para as obras em 15 ins-tituições de ensino. Os recursos fazem par-te do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A estimativa é que as obras beneficiem cerca de 20 mil alunos. As novas escolas construídas pela atual gestão já têm quadras cobertas em sua estrutura.

Feirantes repudiam ação do MP e defendem Cooperfim

A decisão de Ministério Público do DF de continuar com a sua cruzada contra a aquisição pela Cooperfim da área onde, desde 1997, fun-ciona a Feira dos Importados, gerou revolta e indignação dos feirantes. A gota da água foi o pe-dido de prisão do presidente, Damião Leite Soa-res, por supostas práticas de extorsão – quando, na realidade, ele apenas está cumprindo o deter-minado no Estatuto e aprovado pelos coopera-dos em assembléias.

Ao contrário do que apregoa o MP-DF que insiste em apenas 22 sócios, a Cooperfim hoje tem mais de mil cooperados, que são cotis-tas (proprietários) da área. A luta do MP contra a Licitação realizada em 2009 pela Terracap – já aprovada pelo Tribunal de Contas do DF – gera uma pergunta: Qual o interesse do MP em con-tinuar agindo em detrimento de mais de 30 mil

pessoas que dependem diretamente da manu-tenção da Feira?

HistóricoA Feira dos Importados é uma conquista

de mais de 30 anos, de pessoas que sempre acre-ditaram no trabalho, depois de passarem muitos anos sofrendo com o rapa e a polícia – desde os tempos da 504 Sul, passando pelo estaciona-mento do Mané Garrincha. Em agosto de 1997, foram “jogados” na área da Ceasa-DF, em cará-ter precário e como inquilinos.

Foram 12 anos de luta até a aquisição da área – através de uma cooperativa, na qual to-dos os cooperados são donos do imóvel. “O que existe é uma verdadeira cruzada contra pessoas trabalhadoras que estão conseguindo transfor-mar o sonho em realidade”, desabafa João Batis-ta, vice-presidente da Cooperfim.

Brasília, Março de 2013 • GERAL • Correio do Metrô 427 • 3

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Pobres herdam a riqueza do petróleo e a solidariedade socialista para administrá-la

César Fonseca - Jornalista

E is o grande desafio do povo venezuelano: o presidente Hugo Chavez deixou como herança passada em cartório a maior riqueza do país, o petróleo, cujas receitas bilionárias foram por ele utilizadas para praticar a justiça social. Mas, também, como socialista convicto, marxista, leninista, fidelista, sempre soube

que o dinheiro é uma arma de dois gumes. Sob pensamento solidário, une, sob mandamento capitalista, desune.

Pregou o socialismo como a arma capaz de desenvolver na alma Ve-nezuela o espírito de solidariedade. Com ele, articulou estratégia para que a sua política socialmente distributivista ganhasse espaço político crescente de modo a tirar dos ricos para dar aos pobres, conferindo a estes poder político suficiente para preservar seus interesses ao longo do tempo.

Nesse sentido, tal pregação, para sustentar a melhor distribuição da poderosa riqueza venezuelana, tende a colocar a população, que garantiu a

ele 14 anos de poder popular, revolucionário, no rumo de decisões capitais, para definições políticas dramáticas: sob orientação do egoísmo, da ambi-ção, da ganância, intrínsecas ao modelo de sobre-acumulação de capital, que levou o capitalismo à crise deflacionária atual, altamente, destrutiva, a herança chavista poderá transformar-se em motivo fundamental de guerras intestinas, fratricidas; sob o aprofundamento do espírito solidário, poderia, como defendeu o presidente, alcançar o ideal socialista, a maior união na-cional, mediante partido político com fortes raízes populares.

O dinheiro, administrado sob sistema capitalista, que racha a sociedade em antagonismos de classe, provoca anarquia. Dividiria, ainda mais, a sociedade venezuelana, que vem de históricos dramáticos, pela luta em favor dessa divisão de riqueza; sob socialismo, a riqueza poderia ser preservada pela maioria, se estiver devidamente organizada para tanto. Se prevalecer essa ultima alternati-va, pela qual bateu Chavez, o caminho do sucessor do presidente bolivariano, o

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chanceler Nicolas Maduro, vice-presidente, será, se eleito na eleição a realizar-se em 30 dias, conforme a Constituição, o de caminhar rumo ao aprofunda-mento do discurso chavista.

Somente por aí ganharia confiança popu-lar. Terá que provar que estará à altura de Chavez, no poder, para governar, desassombradamente, confrontando ideologicamente o capitalismo, sem poder afastá-lo, totalmente, porque trata-se de um dado da realidade objetiva global e nacional. Os sis-temas econômico e ideológicos estão em grandes mudanças pela aceleração da história, impulsionada pela crise global do capitalismo. Do contrário, os herdeiros da riqueza do petróleo poderão sentir que sem a orientação chavista, perderão o acesso ao poder financeiro do petróleo, que promoveu a maior distribuição de renda da história na América Latina, nos últimos 14 anos, mudando o perfil po-lítico e ideológico da Venezuela. Chavez deixou o modo de fazer a distribuição e assegurá-la para a maioria. Para tanto, aprovou na Assembleia Nacio-nal a Constituição Bolivariana, cuja essência se ma-terializa na pregação da justiça social no país e na defesa da solidariedade latino-americana. O poder constitucional assegura à maioria todos os direitos que a riqueza material do petróleo proporciona, em forma de políticas sociais, e tenta consolidar o poder espiritual, cultural, estético pela via socialis-ta. Tal fato que garante à sociedade a consciência de que a riqueza é um bem social e não individual, abre-se à crescente prática socialista.

Nada, porém, está assentado de forma definitiva. Por isso, a consolidação da Constitui-ção e da riqueza material terá que ser alcançada pela prática da organização politica que Chavez pregou. Ela se daria, já está se dando, a partir da comunidade, organizada, politicamente, para defender seus interesses, por meio de novo mo-

delo politico eleitoral popular. Caminha, por isso, a revolução bolivariana para consolidar o poder comunitário. Ou seja, ganha dimensão extraordi-nária a democracia direta que passa a impulsio-nar, decisivamente, a democracia representativa, num processo de ampliação de poder popular, tendo o socialismo como meta, embora a ener-gia material venezuelana esteja intrinsecamente relacionada com o desenvolvimento capitalista, visto que a riqueza nacional, o petróleo, repre-senta a maior fonte de renda da sociedade, aufe-rida, em sua maior parte, por meio de exporta-ções realizadas para o país capitalistas mais rico do mundo, os Estados Unidos.

A conexão Venezuela-Estados Unidos, me-diada pelo interesse do petróleo, é um desafio que se estenderá no tempo. Os americanos dependem do petróleo venezuelano. Com o dinheiro das ex-portações, a Venezuela importa a maior parte do seu consumo de bens e serviços dos Estados Uni-dos, agora, rivalizando-se com a China, que avança, fortemente, na América do Sul. Politicamente, no entanto, o resultado financeiro dessa parceria se expressa na utilização dos recursos, pelos vene-zuelanos, para distribuir a riqueza de forma social-mente justa. Para tanto, haverá que se aprofundar, na Venezuela, a organização politica bolivariano--chavista, capaz de assegurar esse status quo so-cial de viés socialista. As relações Venezuela-EUA, assim, somente prosperar-se-ão, se o Governo Obama dispor-se a conviver com os herdeiros da riqueza nacional do modo como traçou Chavez a sua distribuição por meio do aprofundamento da justiça social, que torna crítica a sociedade em re-lação ao capitalismo americano. A tensão entre os dois países se manterá, se os americanos teimarem em continuar enxergando a América do Sul como quintal dos Estados Unidos e o fenômeno Hugo

Chavez como acontecimento político, econômico e social passageiro, extemporâneo, e não como um novo tempo que renega a situação anterior por meio da qual Tio Sam ditava as regras sem dar sa-tisfação aos latino-americanos.

O poder chavista está nas ruas. Esse é o ponto. Chavez, com sua pregação socialista, derro-tou a ALCA, que estava preparada para dar frutos gordos, apenas, aos americanos, e fundou a ALBA, que se assenta no espírito de solidariedade latino--americano. Certamente, a economia venezuelana enfrenta turbulências, em meio à crise global, mas trata-se de dores do crescimento produzidas pela ampliação do mercado consumidor, ao qual tive-ram acesso em grande escala os herdeiros da ri-queza do petróleo melhor distribuída socialmente.

A acomodação dos desajustes não se dará, naturalmente, sob terapia econômica or-todoxa neoliberal, calcada na concentração da riqueza social. Os mais ricos, que já estão per-dendo, estarão sujeitos a perder mais, porque os ajustes econômicos não mais deverão ser feito em cima dos pobres, aprofundando sobre acu-mulação de capital na esfera rica. Pelo contrário, a esfera rica terá que suportar maiores estragos em sua riqueza, para ser apoderada pelos mais pobres. Como disse o New York Times, Chavez empoderou os pobres.

Os ricos que se cuidem, porque a admi-nistração da riqueza herdada sob solidaridade socialista, prepara mais perdas para eles sob na-cionalismo socialista em marcha. Essa é, no ge-ral, também, a nova realidade latino-americana, rumo a uma maior integração econômica, políti-ca e social em um mundo em pedaços sob o ca-pitalismo em bancarrota, obrigado a se abrir ao multilateralismo, porque o unilateralismo já era.

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6 • Correio do Metrô 427 • FUTEBOL • Brasília, Março de 2013

Quando as torcidas jogam contraTida como razão de orgulho, apontada muitas

vezes como o 12º jogador e alvo de ações de ma-rketing, de repente as torcidas se transformaram em caso de polícia. Não se trata de algo “novo” ou inédi-to, mas a repetição de comportamentos deploráveis que tiveram que ser enfrentados de modo radical no velho mundo. A diferença, é que os dirigentes do fute-bol sul-americano parece que se deram conta de que era preciso dar um basta.

Claro que já houve outras mortes em estádios ou nas suas cercanias – em um verdadeiro “culto” a impunidade, que é o maior vetor de encorajamento de marginais e delinquentes.

A rigorosa pena imposta ao Corinthians deve servir de ponta pé inicial de uma cruzada que não pode arrefecer: torcer não pode ser um ato de tru-culência. Mas há torcidas que estão brincando com o fogo – através de brigas e confusões que podem trazer prejuízos aos clubes.

O caso nacional mais comentado é a da cha-mada Geral do Grêmio – que se tornou força política pelo apoio ostensivo que tinha da direção do clube nos tempos nos quais o tricolor gaúcho era presidido pelo deputado estadual Paulo Odone, do PPS. Neste caso, havia uma junção da paixão clubística com os interes-ses eleitorais. A concessão de benesses aos supostos “líderes” acabou gerando uma guerra de facções.

BaderneirosQuem não lembra da cena deplorável verifica-

da no dia da inauguração da Arena do Grêmio, quan-do a briga na Geral foi generalizada e o mundo todo assistiu a um espetáculo bizarrro? E não foi a única vez. Na partida disputada contra o Caracas, a despei-to da vitória tranquila, os baderneiros quebraram 15 cadeiras novas na parte interna da rena e resolveram se enfrentar no lado de fora.

Cabe destacar que no caso da torcida do Grê-mio, o enfrentamento é entre filhos de gente ilustre, porque a Geral se caracteriza por ser basicamente composta por associados. Este detalhe tem atraído a atenção da Conmebol e que pode, inclusive, decretar uma pena ao time gaúcho.

ConivênciaÉ óbvio que a conivência e a síndrome de coi-

tadismo servem de combustível para que a praga se alastre. O que as diretorias costumam fazer oscila da cantilena contra as punições até cânticos e loas enfatizando a santidade da própria torcida. No caso do jogo do Grêmio, por exemplo, a melhor definição para o que ocorreu partiu de um oficial da BM (a PM dos gaúchos): selvageria.

O que fica em aberto é se, com câmeras e todas as tecnologias não seria possível extirpar estes

psicopatas de várias tendências dos estádios de fute-bol, simplesmente coibindo seus respectivos acessos. Mas, e isto iria interessar a quem, muitas vezes, está por trás de estruturas que funcionam como uma es-pécie de poder paralelo? Diante deste quadro – e amparado na impunidade – o caos vai se alastrando.

Ainda na quinta-feira, 7, o Aeroporto Aeropar-que em Buenos Aires foi palco da agressão de mem-bros da Mancha Verde conta jogadores do Palmeiras – acusando-os de mercenários e outros termos nada elogiáveis por conta da derrota para o Tigres na noite anterior em jogo pela Libertadores.

OmissãoMas por que a Justiça, o Ministério Público, a

Polícia e os Clubes não fazem nada, quando todos sabem ou “conhecem” quem são os arruaceiros. Com o processo de democratização dos clubes – no Grêmio, por exemplo, o presidente é escolhido pela torcida – há uma preocupação em não perder aliados.

Neste jogo de empurra e faz de conta que não vai acontecer nada, o torcedor comum – aquele que só quer ir ao jogo e torcer pelo time do seu coração – está cada vez mais longe dos campos, preferindo a segurança a segurança e a tranquilidade de transmissões pela TV.

Lamentável é que a Conmebol resolveu abran-dar a punição do Corinthians. Viva a baderna!

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Novos vinhos de Rui Reguinga no BrasilUm dos grandes enólogos portugueses da atualidade esteve em Brasília, a convite do Empório Lusitano,

para apresentar os vinhos que a importadora está trazendo ao BrasilUma noite reservada, com a apresen-

tação de vinhos excepcionais e degustação de produtos que chegarão ao Brasil nos próximos meses. E tudo isto acompanhado no ambiente acolhedor do La Plancha (209 Sul, em Brasília), tendo como complemento uma mesa de frios com queijos, chorizos espanhóis, presunto Pata Negra e a comida do La Plancha.

O enólogo Rui Reguinga que teve em fe-vereiro desse ano um de seus vinhos – Tributo – escolhido pela Essência do Vinho (publicação por-tuguesa especializada em vinhos e que chega aos

“vencedores” depois de selecionar 50 rótulos, os quais são degustados “às cegas”, sem que os espe-cialistas saibam qual o vinho que estão avaliando) como o “Melhor Tinto de Portugal” discorreu so-bre os processos de formação dos vinhos.

No caso do Tributo, duas curiosidades. A primeira delas é que se trata do único vinho que ele faz a partir de castas francesas, plantadas em Portugal. A segunda, que a ideia de plantar estas castas foi de seu pai, que veio a falecer antes da primeira vindima, razão pela qual ele inclusive mostrou-se inicialmente desinteressado em usar

as uvas. Depois, debruçou-se sobre o que tinha em mãos e elaborou um vinho diferenciado, dando-lhe o nome de Tributo, como forma de homenagear seu pai.

O Vale Veados – Reserva foi outro vinho em destaque, sendo que o DOC já vem sendo comercializado pela Super Adega e pode ser en-contrado em nas cartas de vinhos de boas casas da Capital da República.

Outro vinho apresentado aos convidados foi o branco que leva o nome do enólogo e que é produzido na Região Dermarcada do Dão.

Rui Reguinga e João, Adido de Imprensa da Emb. de Portugal

Vinhos do enólogo foram apresentados em Brasília

Mesa de frios do La Plancha: requinte e qualidade

Enólogo Rui Reguinga e Cris, da Empório Lusitano

“Seu” Alberto, apreciador, e o sommelier Olinaldo Oliveira

Rui Reguinga: vinhos elaborados com paixão

Brasília, Março de 2013 • BEM VIVER • Correio do Metrô 427 • 7

Page 8: Correio do Metro Março 2013

Para vencer a dengue, a gente precisa continuar trabalhando juntos. E você já sabe o que fazer: evite água parada, acúmulo de lixo, convoque seus vizinhos e receba bem os agentes de saúde do GDF que vão de casa em casa para orientar os moradores. A� nal, se a gente não se mexer, a dengue toma conta.

Os agentes de saúde do GDF já estão fazendo a parte deles. E você?

Feche bem os sacos de lixo e deixe-os fora do alcance de animais.

Coloque o lixo em sacos plásticos e

mantenha a lixeira bem fechada.

Mantenha a caixa d’água bem fechada e com uma tela no ladrão.

Mantenha as garrafas com a boca virada

para baixo.

Caixa d’águaMantenha a caixa d’água bem fechada e com uma tela no ladrão. Tonéis e barris Mantenha bem tampados tonéis e barris de água. Tanques Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques de água. Cacos Coloque areia dentro dos cacos que possam acumular água. Calhas Remova folhas, galhos e tudo que impeça a água de correr pelas calhas. Laje Não deixe água acumulada sobre a laje. Pratinhos e vasos Encha os pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda. Opção pratinhos Elimine ou lave os pratinhos de plantas com escova, água e sabão uma vez por semana. Plantas aquáticas Troque a água dos vasos de plantas aquáticas e lave-os com escova, água e sabão semanalmente. Garrafas Mantenha as garrafas com a boca virada para baixo. Lixo Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Sacos de lixo Feche bem os sacos de lixo e deixe-os fora do alcance de animais.

Encha os pratinhos de vasos de plantas com

areia até a borda.

Troque a água dos vasos de plantas

aquáticas e lave-os com escova, água e

sabão semanalmente.

Elimine ou lave os pratinhos de plantas

com escova, água e sabão uma

vez por semana.

Mantenha bem tampados tonéis e barris de água.

Lave semanalmente por dentro com escova

e sabão os tanques de água.

Remova folhas, galhos e tudo que impeça a água

de correr pelas calhas.

Não deixe água acumulada sobre a laje.

Coloque areia dentro dos cacos que possam

acumular água.