Correio nº 4499

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A Igreja dos nãos… Não tenho qualquer dúvida de que a Igreja foi perdendo adeptos e impacto na sociedade pelo facto de (sobretudo) reagir, em vez de agir. Ao invés de um discurso afirmativo e proativo, pregou durante muito tempo a luta contra o “mundo” (sempre sinónimo de concupiscência…) e contra as “modernices”. E caiu na pedagogia do «não». A este propósito, quão significativas são estas palavras de D. Ilídio Leandro, membro da Comissão Epis- copal do Laicado e Família: «O caminho que a Igreja tem feito, não por culpa da Igreja, mas da pedagogia que se tem vivido (…) é a de ser vista como a Igreja do Não. Diz que não a tudo, e ape- nas propõe algo que hoje se torna muito difícil ver nos próprios membros da Igreja» (Família Cristã, jan. 2014). Com tanta pastoral de manutenção, e com tantos afazeres co- laterais do clero, nem tempo houve para nos apercebermos da- quilo que já S. Tomás de Aquino e Santo Agostinho no diziam há mais de sete séculos, e que o Papa Francisco há meses recordou: «Há normas ou preceitos eclesiais que podem ter sido muito efi- cazes noutras épocas, mas já não têm a mesma força educativa como canais de vida. São Tomás de Aquino sublinhava que os preceitos dados por Cristo e pelos Apóstolos ao povo de Deus «são pouquíssimos». E, citando Santo Agostinho, observava que os preceitos adicionados posteriormente pela Igreja se devem exigir com moderação, ‘para não tornar pesada a vida aos fiéis’ nem transformar a nossa religião numa escravidão, quando ‘a misericórdia de Deus quis que fosse livre’. Esta advertência, feita há vários séculos, tem uma atualidade tremenda. Deveria ser um dos critérios a considerar, quando se pensa numa reforma da Igreja e da sua pregação que permita realmente chegar a todos» (EG, 43). Inserem-se neste contexto imensas situações que só têm afastado da Igreja muito batizados, ou têm impedido mais pes- soas de entrarem para a assembleia dos crentes: as relacionadas com o batismo (pouco acolhimento a cenários mais estranhos, como filhos de mães solteiras, de pais em situação irregular, ou de não praticantes, para não falar na questão dos padrinhos…); as relacionadas com o matrimónio (autorizações dos párocos, dificuldade em casar fora das paróquias dos noivos, horários de casamento, etc.); as relacionadas com a extrema-unção (para os casos de católicos não praticantes) ou as exéquias (em que pequeníssimos entraves são infinitamente ampliados devido à instabilidade emocional dos familiares). Isto, para não referir muitas outras situações formais que vamos ouvindo por aí e que revoltam as pessoas. É claro que, da parte institucional da Igreja há justificação para o «não»... Mas também havia suporte legisla- tivo para a mulher adúltera ser apedrejada até à morte, e Cristo preferiu o arrependimento e o perdão (ou estarei a exagerar?). Mais uma vez, bem razão tem o Papa Francisco quando diz que «[na Igreja], em muitas partes, predomina o aspeto admi- nistrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização» (EG, 63)! E se eu entrar no campo da moral sexual e do planeamento familiar, exemplos desta intransigência da Igreja não faltarão, como supõem… E se eu falar do problema complexo e espinhoso dos divor- ciados em segunda união? O “não” absoluto do acesso aos sa- cramentos da Penitência e Comunhão, sem distinguir situações, sem atender às pessoas concretas, tem projetado para as perife- rias muitíssimos casais e famílias. Sendo uma questão “em aber- to” há muitos anos (pelo menos desde João Paulo II), por que razão não se deram passos mais arrojados em busca de novas soluções? A resposta é só uma: por medo. Por medo e preguiça. Ou seja, para evitar abusos ou injustiças, para não se desvalori- zar o sacramento, para “não dar trabalho” (as leis radicais des- coloridas – do “sim” e do “não” – são tão cómodas, meu Deus!). Mais uma vez, bem razão tem o nosso Papa quando diz (e mais do que uma vez) que prefere «ter uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às pró- prias seguranças» (EG, 49). A este(s) propósito(s), quão oportuna, sensata e ousada foi a recente intervenção de D. Walter Kasper na reunião extraor- dinária de cardeais, dedicada ao tema da família – intervenção esta considerada pelo Papa como um exemplo de teologia “pro- funda” e “serena”! Não a cinjamos unicamente ao «problema complexo e espinhoso» (e estou a citá-lo) dos divorciados em segunda união. Mas é, sem dúvida, o ponto que mereceu mais destaque no discurso. E como este assunto – porque fraturante, porque incómodo até para quem escreve – merece mais espaço, ficará para outra oportunidade… Praticamente comecei com uma citação de D. Ilídio – uma voz autorizada da Igreja portuguesa. Termino com ele, com (mais) esta afirmação ousada, a que dou total assentimento: «É a Igreja que tem de se adaptar às pessoas e não o contrário». Jorge Cotovio [email protected] ANO XCIII  Nº 4499 27 de Março de 2014 Director: A. JESUS RAMOS s Projecto “Ergue-te” Irmãs Adoradoras combatem a prostituição A Coordenação das Capelanias dos Hospitais de Coimbra reuniu profissionais e especialistas para um debate alargado sobre a importância de “Comunicar com Rosto”. Promover a humanização no cuidar dos doentes Página 3 Reportagem na página 4

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A Igreja dos nãos…Não tenho qualquer dúvida de que a Igreja foi perdendo

adeptos e impacto na sociedade pelo facto de (sobretudo) reagir, em vez de agir. Ao invés de um discurso afirmativo e proativo, pregou durante muito tempo a luta contra o “mundo” (sempre sinónimo de concupiscência…) e contra as “modernices”. E caiu na pedagogia do «não». A este propósito, quão significativas são estas palavras de D. Ilídio Leandro, membro da Comissão Epis-copal do Laicado e Família: «O caminho que a Igreja tem feito, não por culpa da Igreja, mas da pedagogia que se tem vivido (…) é a de ser vista como a Igreja do Não. Diz que não a tudo, e ape-nas propõe algo que hoje se torna muito difícil ver nos próprios membros da Igreja» (Família Cristã, jan. 2014).

Com tanta pastoral de manutenção, e com tantos afazeres co-laterais do clero, nem tempo houve para nos apercebermos da-quilo que já S. Tomás de Aquino e Santo Agostinho no diziam há mais de sete séculos, e que o Papa Francisco há meses recordou: «Há normas ou preceitos eclesiais que podem ter sido muito efi-cazes noutras épocas, mas já não têm a mesma força educativa como canais de vida. São Tomás de Aquino sublinhava que os preceitos dados por Cristo e pelos Apóstolos ao povo de Deus «são pouquíssimos». E, citando Santo Agostinho, observava que os preceitos adicionados posteriormente pela Igreja se devem exigir com moderação, ‘para não tornar pesada a vida aos fiéis’ nem transformar a nossa religião numa escravidão, quando ‘a misericórdia de Deus quis que fosse livre’. Esta advertência, feita há vários séculos, tem uma atualidade tremenda. Deveria ser um dos critérios a considerar, quando se pensa numa reforma da Igreja e da sua pregação que permita realmente chegar a todos» (EG, 43).

Inserem-se neste contexto imensas situações que só têm afastado da Igreja muito batizados, ou têm impedido mais pes-soas de entrarem para a assembleia dos crentes: as relacionadas com o batismo (pouco acolhimento a cenários mais estranhos, como filhos de mães solteiras, de pais em situação irregular, ou de não praticantes, para não falar na questão dos padrinhos…); as relacionadas com o matrimónio (autorizações dos párocos, dificuldade em casar fora das paróquias dos noivos, horários de casamento, etc.); as relacionadas com a extrema-unção (para os casos de católicos não praticantes) ou as exéquias (em que pequeníssimos entraves são infinitamente ampliados devido à instabilidade emocional dos familiares). Isto, para não referir muitas outras situações formais que vamos ouvindo por aí e que revoltam as pessoas. É claro que, da parte institucional da Igreja há justificação para o «não»... Mas também havia suporte legisla-tivo para a mulher adúltera ser apedrejada até à morte, e Cristo preferiu o arrependimento e o perdão (ou estarei a exagerar?).

Mais uma vez, bem razão tem o Papa Francisco quando diz que «[na Igreja], em muitas partes, predomina o aspeto admi-nistrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização» (EG, 63)!

E se eu entrar no campo da moral sexual e do planeamento familiar, exemplos desta intransigência da Igreja não faltarão, como supõem…

E se eu falar do problema complexo e espinhoso dos divor-ciados em segunda união? O “não” absoluto do acesso aos sa-cramentos da Penitência e Comunhão, sem distinguir situações, sem atender às pessoas concretas, tem projetado para as perife-rias muitíssimos casais e famílias. Sendo uma questão “em aber-to” há muitos anos (pelo menos desde João Paulo II), por que razão não se deram passos mais arrojados em busca de novas soluções? A resposta é só uma: por medo. Por medo e preguiça. Ou seja, para evitar abusos ou injustiças, para não se desvalori-zar o sacramento, para “não dar trabalho” (as leis radicais des-coloridas – do “sim” e do “não” – são tão cómodas, meu Deus!).

Mais uma vez, bem razão tem o nosso Papa quando diz (e mais do que uma vez) que prefere «ter uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às pró-prias seguranças» (EG, 49).

A este(s) propósito(s), quão oportuna, sensata e ousada foi a recente intervenção de D. Walter Kasper na reunião extraor-dinária de cardeais, dedicada ao tema da família – intervenção esta considerada pelo Papa como um exemplo de teologia “pro-funda” e “serena”! Não a cinjamos unicamente ao «problema complexo e espinhoso» (e estou a citá-lo) dos divorciados em segunda união. Mas é, sem dúvida, o ponto que mereceu mais destaque no discurso. E como este assunto – porque fraturante, porque incómodo até para quem escreve – merece mais espaço, ficará para outra oportunidade…

Praticamente comecei com uma citação de D. Ilídio – uma voz autorizada da Igreja portuguesa. Termino com ele, com (mais) esta afirmação ousada, a que dou total assentimento: «É a Igreja que tem de se adaptar às pessoas e não o contrário».

Jorge [email protected]

ANO XCIII • Nº 4499 • 27 de Março de 2014 Director: A. JESUS RAMOS

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Projecto “Ergue-te” Irmãs Adoradoras combatem a prostituição

A Coordenação das Capelanias dos Hospitais de Coimbra reuniu profissionais e especialistas para um debate alargado sobre a importância de “Comunicar com Rosto”.

Promover a humanização no cuidar dos doentes

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Reportagem na página 4

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27 de Março de 2014 2

A “Ideologia do Género” em debate na paróquia de S. João Baptista

A paróquia de São João Baptista, em Coimbra, vai levar a efeito um grande debate sobre a ideologia do género com a participação do doutor Pedro Vaz Patto (juiz desembargador), no dia de 2 Abril às 21, 15 horas.

A teoria ou ideologia do género defende que as diferenças sexuais são antes de mais nada uma construção social e não uma realidade ob-jetiva. Significa isto que, segundo esta ideologia, ser homem ou mulher não é uma realidade desde logo biológica, representada pela diferença de sexos, mas uma construção íntima de cada um. Com base nesta con-cepção, vêm-se defendendo posições, muitas delas já consagradas na lei, que destoam daquilo que para muitos é uma evidência. É o caso, por exemplo, da eliminação legal (nomeadamente para efeitos de re-gisto civil) das figuras do pai e da mãe, substituídas pelas formulações de “progenitor A” e de “progenitor B”. Será razoável eliminar as figuras do pai e da mãe da lei? Claro que com que isto se pretende impor uma ideologia muito clara contrária à família. Não se trata aqui de conside-rar a evolução das sociedades e a mudança dos papéis das pessoas em família. Nas últimas décadas, assistimos a uma valorização do papel do homem nas tarefas da casa, assim como ao aparecimento da mulher nos mercados de trabalho, e tudo isso é positivo. O que aqui está em causa é a defesa de um sistema de relações que não só é contrário aos Evangelhos como ao que é evidente aos nossos olhos. Este é apenas um exemplo, mas muitos outros há.

Ciente da gravidade das consequências da aplicação da teoria do género à vida em sociedade, a Igreja já se pronunciou sobre a situação. E a Conferência Episcopal Portuguesa aprovou há alguns meses um im-portante documento sobre esta matéria. Não se trata de uma matéria doutrinal desligada das nossas vidas, mas, pelo contrário, de uma ma-téria que tem muito a ver com as nossas percepções sobre a vida e o modo como queremos viver. E, nesse sentido, interessa a todos, tanto ou mais do que a crise que nos afecta.

A Paróquia de São João Baptista está ciente da sua responsabilidade em relação a uma matéria de tão grande importância. Nesse sentido, convidou um dos maiores estudiosos portugueses da matéria, o Dr. Pe-dro Vaz Patto (atualmente Juiz Desembargador). Trata-se de um bom comunicador, que vem preparado para falar de modo claro para que todos o entendam.

Notícias dos Arciprestados

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Arciprestado de Coimbra (Urbana) Arciprestado de Pombal

No salão paroquial da igreja de São José, no dia 20 de Março, pelas 21h15, o Professor Eugénio Fonseca, presidente nacional da Cáritas, apre-sentou no âmbito das conferências Quaresmais 2014, o tema “Ir ao en-contro dos Pobres”.

É notória a preocupação do San-to Padre Francisco pelos pobres, propondo uma “Igreja pobre para os pobres”. Como concretizar esta aposta numa Igreja para os pobres? No início da conferência, o Padre João Castelhano deu o mote ao afir-mar que “é preciso passar das pala-vras aos actos e não podemos ficar em casa”. E quem não ficou em casa foi o professor Eugénio Fonseca, presidente Nacional da Cáritas – a instituição que melhor responde aos pedidos de socorro dos mais neces-sitados – para no serão do dia 20 de Março, apresentar algumas reflexões sobre como “Ir ao encontro dos Po-bres”. O professor Eugénio Fonseca fez uso da parábola do Bom Sama-ritano para explicar como se realiza este encontro: “para ir ao encontro dos pobres temos que descer dos nossos preconceitos, certezas e até verdades. Temos que descer de nós próprios. Temos que chegar perto para ver a realidade tal como ela é e não como gostaríamos que fosse.” Segundo o presidente da Cáritas, a parábola do Bom Samaritano é a parábola do encontro (mas também dos desencontros). Assim, para ser próximo temos que aprender com o Bom Samaritano. Não podemos ficar na atitude passiva de quem se limita a constatar, a lamentar-se, a criticar e a exigir que outros façam porque nós estamos muito ocupados e não podemos envolver-nos. O Bom Sa-maritano aproximou-se daquele que precisava de ajuda. E não quis saber o estatuto social daquele homem debilitado. O Samaritano com a sua atitude recorda ao mundo o signifi-cado da compaixão. E ter compaixão é sofrer com…, é fazer do problema do outro, o nosso problema. O pro-fessor Eugénio Fonseca chamou a

O Vigário Episcopal para a Pas-toral, na nossa Diocese, esteve em Pombal, na passada sexta-feira, para “desafiar” a comunidade do Arci-prestado a ir para o terreno evan-gelizar. “Chega de falar de Envange-lização. Arregacemos as mangas e evangelizemos”, disse o conferencis-ta, lembrando a visão pragmática do Papa Francisco.

Pe. Jorge Silva Santos participou nas Conferências Quaresmais, orga-nizadas pelo Arciprestado de Pom-bal, e abordou o tema “O discipulado missionário da comunidade cristã”. A conferência do Pe. Jorge incidiu na temática da Nova Evangelização e sugeriu alguns caminhos possíveis para chegar ao maior número de cristãos que se encontrem “adorme-cidos”. Um dos caminhos sugeridos foi a criação de grupos de discípu-los que possam acolher as pessoas que andam à procura de Deus. “O método cristão não é doutrinar, mas é ver como vivem os cristãos. Preci-

Conferências Quaresmais de S. José: “Não demoremos a ir ao encontro dos pobres”

atenção dos cristãos para a urgência de ajudar a sociedade a perceber o significado desta virtude dissipando que “ter compaixão não é comise-ração, ter pena ou ver no outro um diminuído”. O responsável máximo da Cáritas Portuguesa explicou que, a exemplo do Bom Samaritano, ao aproximarmo-nos, temos que ver no

outro, um irmão. E só assim passa-mos da dimensão da solidariedade para a dimensão da fraternidade. O que podemos então fazer? Façamos como o Bom Samaritano: dar-nos e dar do que é nosso. A exemplo do Bom Samaritano, temos que ser me-diadores daqueles que passam por necessidades e dificuldades. Temos que os encaminhar para os estalaja-deiros de hoje, como são: o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança So-cial, as conferências Vicentinas, os Centros Sociais Paroquiais, os Servi-ços Sociais das Autarquias Locais, os centros de Emprego, etc. Mas neste passo, a nossa responsabilidade não termina aqui. Tal como o Bom Samaritano, não podemos desligar--nos, temos isso sim que continuar a acompanhar a situação da pessoa.

Segundo o professor Eugénio Fonseca, presidente Nacional da Cá-ritas, a parábola do Bom Samaritano é um protótipo de itinerário muito realista do que deve ser o encontro com os pobres. E no final da sua in-tervenção recordou o ensinamento de Jesus: “ir ao encontro dos pobres é ir ao encontro de Deus”. “Não de-moremos!” – desafiou-nos.

Hugo Anes

Vamos arregaçar as mangas e vamos evangelizar

samos de ter instâncias, grupos de vida onde possamos dizer aos que andam à procura: venham e vejam”, disse. Ao nível do Arciprestado de Pombal está a funcionar, deste o pas-sado mês de outubro, a Catequese de Adultos. É intenção do Arcipreste, Pe. João Paulo Vaz, criar, no próximo ano pastoral, pequenos grupos de catequese de adultos para aprofun-damento da fé.

A segunda etapa no processo de evangelização é a formação de dis-cípulos. “Ser discípulo é um grande caminho de conversão que leva uma vida, mas sozinhos não somos capa-zes. Tem de ser feita em comunida-de”. A visão da Diocese passa por for-mar comunidades “alicerçadas em Cristo”. A formação abrange diversas dimensões que deverão integrar-se harmonicamente ao longo de todo o processo formativo. E é preciso que estes discípulos se tornem evangeli-zadores, servidores na comunidade, construtores na comunhão e que se apoiem mutuamente.

O último passo deste processo sugerido pelo Pe. Jorge é o desenvol-vimento de líderes pelo reconheci-mento do potencial missionário dos leigos e o seu desdobramento no seio da Igreja e da sociedade.

As Conferências Quaresmais pro s-se guem amanhã, pelas 21h00, com Maria Angeles de los Rios, fundado-ra do Movimento Mambré e de Nova-humanitas. A sessão será antecedida por momento musical animado por um grupo da Filarmónica Artística Pombalense que tem animado todos os serões das conferências.

Paula Marques

Celebrando os 60 anos da pri-meira Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, cerca de 400 pessoas peregrinaram até Fáti-ma no passado dia 15 de Março.

Iniciaram a peregrinação com a celebração da Eucaristia na Basílica e fizeram oração junto dos túmulos dos Pastorinhos e com a ajuda pre-ciosa, clara e objectiva da Postula-dora dos Videntes – Irmã Ângela Coelho – fomos ajudados a reflectir sobre o testemunho daqueles que fo-ram mediadores da Mensagem, dum modo especial dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

À tarde, houve um espaço cultu-ral e de memória da visita realizada há dez anos e em caminhada orante, avançaram para a Capelinha com o an-dor ornado de orquídeas, para acolher a Imagem da Senhora mais brilhante que o Sol. Juntando-se um grupo dio-cesano da Mensagem de Fátima, o que criou um sentido mais eclesial da nos-sa Igreja Particular de Coimbra.

Pelas 19 horas chegaram à Ilha, onde a Filarmónica, crianças das Ca-tequeses e uma pequena multidão aguardava de velas acesas na mão, dísticos e expressões bíblicas.

E entre cânticos, celebrações, via sacra, filme Aparição, Procissão de velas, confissões… Festa dos Oratórios da Imaculada, culminaram com a cele-bração do Crisma presidido pelo Bis-po, Senhor D. Virgílio. De Salientar ao Loas e Poemas a Nossa Senhora canta-das em polifonia pelos grupos corais, todos unidos. A noite de Sábado para Domingo até às 15 horas foi de Adora-ção ao Santíssimo Sacramento.

A Eucaristia foi presidida pelo Pe. Dário Pedrosa que veio celebrar connosco 100 anos de Apostolado da Oração e demos início á grande pro-cissão percorrendo os quatro quiló-metros até à Igreja de Nossa Senhora da Expectação da Guia.

Mais de duas mil pessoas, em oração, louvor e canto a Nossa Se-nhora, por entre milhares de flores colocadas nos laterais do percurso.

Esta caminhada de Fé prosseguiu esta semana na Guia onde se destaca uma exposição de Arte Sacra e uma Cantata a Nossa Senhora …e do-mingo, pelas 16 horas teremos o Pe. Francisco da Mensagem de Fátima e nova Procissão para a Igreja Paro-quial -Mãe - Mata Mourisca.

A.N.T.

Quaresma sob o olhar de Maria

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27 de Março de 20143 Igreja / Notícias dos Arciprestados

Arciprestado do Nordeste

Arciprestado de Coimbra Norte

Adoração Comunitária em S. TiagoHá mais um ano que se iniciou na igreja de S. Tiago, em Coimbra, um tempo de Adoração Eucarística pelas vocações. Durante doze horas por dia, muitas pessoas rezam, para que o senhor continue a suscitar no coração de muitos jovens o desejo de O servir com alegria, ainda mais, neste projecto. Por isso, a comissão responsável pela Adoração em S. Tiago propõe, para além da adoração silenciosa e pessoal diária, um tempo semanal de oração comunitária todas as quintas-feiras à noite, pelas 21,30 horas, organizado por um grupo paroquial, movi-mento ou secretariado diocesano.

Dia Diocesano dos DoentesO Secretariado Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima pro-move no dia 5 de Abril, o sexto dia Diocesano dos Doentes, destinado a todos que já tenham participado num Retiro de Doentes, em Fátima, e que tenham feito parte das respectivas equipas de apoio. Este encontro realizar-se-á no Salão Polivalente da igreja de S. José, em Coimbra, com o programa habitual: recitação do terço; reflexão do Padre Manuel Antunes, assistente nacional do MMF; confissões e a Adoração ao Santíssimo; missa presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes; Depois do almoço partilhado haverá ainda lugar para uma reflexão orientada pelo Enfermei-ro Nuno Neves, responsável nacional do sector dos doentes e deficientes físicos do MMF; O encontro termina com um momento de oração e umas palavras do presidente do Secretariado Diocesano do MMF.

Cáritas de Coimbra recolhe 30 mil euros na campanha nacionalA Cáritas Diocesana de Coimbra angariou no peditório nacional cerca de 30 mil euros, mais 15 por cento do que o recolhido no ano passado, sendo agora este valor canalizado para o Centro de Apoio Social da instituição. “As verbas angariadas neste peditório vão reverter exclu-sivamente para as pessoas em situação de carência e emergência so-cial que venham a ser apoiadas pelo Centro de Apoio Social da Cáritas de Coimbra”, explica uma nota enviada à nossa redacção. Em 2013 o contributo do valor angariado no Peditório Público ajudou a Cáritas de Coimbra a “apoiar mais de duas mil pessoas”. “Apercebendo-se de um acréscimo dos pedidos de ajuda, que resultaram num aumento de cerca de 170 por cento do número de atendimentos realizados (de 611 em 2012 passou-se para 1042 em 2013), a Cáritas Diocesana de Coim-bra considerou essencial provocar a sociedade para a participação nesta acção solidária em 2014, quer com donativos, quer no âmbito do voluntariado”, lançado assim a campanha ‘Há pessoas de carne e osso’. Esta campanha consistiu em colocar manequins em vários espaços co-merciais da diocese, “alertando para o facto de que todas as pessoas precisam de comida, medicamentos e casa”. O peditório realizou-se em 76 locais da Diocese de Coimbra, quatro centros comerciais e 72 equipas nas comunidades, supermercados e lojas locais e contou com a participação de 505 voluntários.

Células Paroquiais de EvangelizaçãoA Diocese de Coimbra vai apresentar nos próximos dias 28 (padres) e 29 (leigos) de Março um sistema de células paroquiais de evange-lização (CPE) com a presença do Padre Mário Saint- Pierre, teólogo e pastoralista. “Com o seu efeito multiplicador, as células são a Igreja em crescimento e aqui a palavra ganha toda a sua dimensão; cresci-mento qualitativo da vida dos discípulos e crescimento quantitativo pela multiplicação das células, e com elas, o crescimento do número dos participantes na assembleia dominical paroquial”, porque o “cres-cimento faz parte do ADN da Igreja desde o início”, explicita uma nota de apresentação desta iniciativa. O Padre Mário Saint-Pierre, natural do Quebeque, Canadá, é “um especialista no documento de Aparecida, Brasil, que viu desde o princípio nas células de a evangelização um bom método para formar discípulos missionários tal como é dito nes-se documento e depois retomado pelo Papa Francisco na encíclica ‘A Alegria do Evangelho’”, refere o comunicado. As CPE foram conhecidas em Coimbra em 2008 e desde então o interesse tem aumentado sendo que actualmente existem “cerca de 40 leigos que se reúnem em células e evangelizam quotidianamente, fazendo até então uma experiência extraordinária de aprender o que é ser discípulo de Cristo e missioná-rio”. “Alguns deles vão mesmo de porta em porta, mas o que é pedido a cada um é a evangelização da sua rede de relações quotidianas, o «oi-kos» para que em cada ano cada célula se multiplique por duas e cada ano duplique o número de discípulos em células e a fazer crescer a paróquia”, acrescenta a nota. O sistema de células paroquiais de evan-gelização (CPE) foi criado na Europa em 1985 pelo padre Pigi Perini da paróquia de Santo Eustórgio em Milão e foi reconhecido pelo Conselho Pontifício para os Leigos em 29 de Maio de 2009, em Roma.

Vicentinos da diocese reunidos em Assembleia da Quaresma Foi num espírito de salutar convívio eclesial que cerca de uma centena de vicentinos oriundos das quatro regiões pastorais da Diocese de Coim-bra se reuniu, no Instituto “Justiça e Paz”, para a sua habitual Assembleia da Quaresma. No centro da reflexão esteve a temática “Sociedade de S. Vicente de Paulo (SSVP): Identidade e Missão”, que foi tratada a partir de diversas dimensões, previamente trabalha-das por vários vicentinos. Na sua intervenção, Luís Subtil, presidente do Conselho Central de Coim-bra, referiu que, independentemente da idade dos vicentinos, é neces-sário “preservar o espírito jovem, caracterizado pelo entusiasmo, adap-tação e imaginação criadora”. Por seu turno, o presidente do Conselho de Zona, João da Cunha Matos, salientou que a SSVP “será tão mais fiel aos seus princípios fundadores quão mais envolvida estiver em relações solidárias com todos os outros”. O Padre Carlos Delgado, conselheiro es-piritual, além das dimensões da espiritualidade vicentina, acentuou a importância da relação como verdadeiro e autêntico encontro, centrado na pessoa humana e não no acessório, sublinhando a espontaneidade do Papa Francisco na relação que estabelece com as pessoas.

Igreja em CoimbraA Coordenação das Capelanias

dos Hospitais da Diocese de Coimbra quer reunir esforços de profissionais e especialistas para que se entenda “a humanização como uma mais-va-lia” no cuidar dos doentes.

“O hospital é o local das grandes notícias, boas e também más e é ne-cessário saber dar boas e más notí-cias, é necessário saber comunicar não o fazendo apenas tecnicamente, ou seja não é apenas o técnico que comunica com a pessoa tem de ser a pessoa do técnico que comunica com a pessoa que está doente”, disse à Agência Ecclesia o padre José An-tónio Pais, capelão dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e coordenador dos capelães dos Hospi-tais da Diocese de Coimbra.

O responsável falava durante um simpósio sobre o tema ‘Comunicar com Rosto’, dedicado aos profissio-nais de saúde, que decorreu nos dias 20 e 21 de Março.

Para ensinar “as pessoas a comu-nicar” têm sido organizados vários eventos e cursos para ajudar os pro-fissionais de saúde, algo essencial porque “a humanização é uma mais--valia, não gasta dinheiro porque está dentro de cada um”, revelou.

Promover a humanização no cuidar dos doentesPara tal “é determinante que se

tenha a consciência de que um hospi-tal não pode ser só regido por ques-tões económicas, mas sobretudo por questões humanas”, porque “muitas vezes pode até faltar algum material mas se não faltar o coração, a ternura, o afecto, o respeito para com o doente já quase que nem é preciso dinheiro”, explicou o capelão dos HUC.

O pediatra Filipe Almeida coor-dena um grupo de humanização no Hospital de São João no Porto onde trabalha e lembra que “os profissio-nais de saúde não lidam com doen-ças mas sim com doentes” e por isso “são indissociáveis as capacidades de preparação científica, tecnológica para dar resposta às doenças mas in-serida no meio real que é o humano” sendo” preciso estar preparado para conhecer e acompanhar o doente que é quem tem a doença”.

“Num tempo de contenção econó-mica a humanização deve ser o pata-mar que mais facilmente é acolhido pelas instituições porque é o que menos custa dinheiro por isso não há questões orçamentais que pos-sam obstaculizar o desenvolvimento da humanização”, pelo contrário “é exatamente nesta altura que se deve

perceber que o investimento em hu-manização vale a pena”, acrescenta.

“É importante que a avaliação das instituições e dos profissionais de saúde se faça também nesta vertente sob pena de a esquecermos e valori-zarmos apenas aquilo que é o caráter científico, de produtividade, de con-tenção económica que têm muita im-portância mas não podem ser os últi-mos rankings para avaliar”, concluiu.

Magda Freitas, enfermeira no Cen-tro Hospital Tondela-Viseu acredita que “a enfermagem tem duas compo-nentes: a ciência e a arte de cuidar” sendo que “é essencial que a parte científica não seja descurada” tendo sempre a seu lado “o lado humano, deixando fluir de uma forma conscien-te e formada o cuidar do doente”.

“A redução do número de en-fermeiros, o aumento do número de doentes, a falta de espaço para colo-car os doentes faz com que se viva a profissão sob muita pressão de ter-mos de corresponder ao pedido do aumento de produção e das burocra-cias que nos são pedidas mas o hu-manismo vai ficando sempre dentro daqueles que exercem a profissão com alma e acaba por transparecer sempre”.

O Pároco continua doente, embo-ra vá recuperando gradualmente, por graça de Deus. Mas a vida pastoral vai-se mantendo, não ao ritmo que ele lhe imprimiria em normal estado de saúde, mas da forma que é possí-vel aos colegas que o ajudam e às ca-tequistas que, dedicadas e dinâmicas, vão programando as festas da cate-quese nos seus diversos níveis, sem-pre com o envolvimento dos pais e o interesse das comunidades cristãs.

No dia 16, fora a Festa da Palavra em S. João do Campo. E que bonito que foi testemunhar o entusiasmo dos

Unidade Pastoral de Ançã

Arciprestado do Baixo Mondego

O Senhor Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, no âmbito da visita pastoral que está a efectuar às comu-nidades paroquiais do Arciprestado do Baixo Mondego, visita a paróquia da Granja do Ulmeiro no próximo fim-de-semana.

Enquanto Pastor Diocesano, o Bispo vai ao encontro dos seus ir-mãos na fé, daqueles que lhe estão particularmente confiados, para os confirmar nessa mesma fé, ten-do ocasião para “conhecer as suas ovelhas e ser por elas conhecido”. É, pois, o momento em que o Bispo, mais de perto, exerce a favor do seu

Dia da Festa de São José, que se vi-veu com fé, alegria, saudades e gratidão pensando no Chefe de Família – o PAI.

Lembrámos e rezámos, na linda capela do Lar a oração de São Francis-co de Assis: «...Onde houver a pertur-bação, que eu deixe a vossa paz; onde houver o desentendimento, que eu deixe a vossa caridade; onde houver a tristeza, que eu deixe a vossa alegria; onde houver a fome que eu deixe o pão. Glorioso São José, Padroeiro da Igreja Universal e meu especial protec-

miúdos, felizes e alegres por saberem já manusear a Bíblia e capazes de en-contrar na mesma os textos da liturgia desse dia. Tinham a sensação de que já eram «grandes» e sabiam coisas que os seus avós nunca tinham aprendido. E houve o compromisso generalizado de não guardarem na estante, como objec-to de adorno, a bíblia que lhes fora en-tregue, mas que iriam procurar conhe-cê-la melhor e lê-la frequentemente.

No dia 23, outras festas se segui-ram, com a colaboração do Vigário Episcopal. Cónego Sertório, a pre-sidir em S. Facundo às festas do Pai

Nosso, da Palavra e do Credo, e ou-tro colega a presidir em Ançã à Festa do Pai Nosso. Aqui, era meia igreja reservada para a festa. Os miúdos, acompanhados pelos pais, preen-chiam a parte da frente, e foram transmitindo para a assembleia nu-merosa a informação de que, quando rezavam o Pai Nosso, eram sete os pedidos que dirigiam ao Pai do Céu.

Com uma empatia visível com as catequistas que os têm acompanha-do, a festa foi decorrendo, alegre e solenizada, e, no final, foi a azáfama da fotografia para memória futura.

povo o ministério da palavra, da san-tificação e da orientação pastoral, entrando em contacto mais directo com as preocupações, as alegrias e as expectativas da porção do povo de Deus que lhe está confiada.

A visita pastoral à Granja do Ul-meiro, começa dia 28, com D. Virgí-lio a visitar, pelas 12h30, o Instituto Pedro Hispano. Pelas 14h30, visita o Centro de Assistência Paroquial e, pelas 14h45, visita a Junta de Fre-guesia. Para as 16h00, está agenda-da um encontro com a Irmandade do Santíssimo Sacramento, zeladoras e ministros extraordinários da Comu-

nhão, seguindo-se uma reunião com a Fábrica da Igreja. Pelas 17h30, D. Virgílio visita a capela de Santa Clara da Painça, onde presidirá à recita-ção do terço. Pelas 18h00, o prelado encontra-se com os Acólitos, seguin-do-se uma reunião com o grupo da catequese e grupo coral.

No dia 29, D. Virgílio reúne-se com crismandos, pelas 10h00. Esta visita à comunidade da Granja do Ulmeiro cul-mina no domingo, pelas 15h00, com o Bispo a presidir à celebração da Euca-ristia, durante a qual administrará o sacramento do Crisma.

Aldo Aveiro

D. Virgílio visita Granja do Ulmeiro

tor, intercedei por mim, Junto de Ma-ria, a Rainha dos Apóstolos e Mãe de Misericórdia...e realizar este sublime ideal: passar por toda a parte a fazer o bem segundo as necessidades daque-les que Deus puser no meu caminho.»

Ao lanche houve sessão de fados dedicada aos pais para mais de cem pessoas – utentes e familiares.

Um abraço de gratidão ao nosso amigo avoense Sr. José Gonçalves da Silva que com a sua voz melodiosa acompanhada pelos acordes sonoros

da sua viola nos mimou com fados de Lisboa e de Coimbra.

Participaram também os nossos amigos Arménio Dias e José Brás Nunes. Esta serão musical terminou com «AVÔ TEM MAIS ENCANTO NA HORA DA DESPEDIDA»

Presentes o nosso Presidente Sr. Manuel Nunes e o grande beneméri-to e impulsionador do Lar, Sr. Aristi-des Gonçalves.

Um abraço amigo e de parabéns a todos os PAIS, vivos e ausentes.

Dia do Pai no Lar de Avô

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27 de Março de 2014 4Reportagem

A renúncia quaresmal deste ano destina-se ao projecto “ERGUE-TE”, da Fundação Madre Sacramento das Irmãs Adoradoras, que lidera em Coimbra uma Estrutura de Emprego Protegido para mulheres que aban-donam a prostituição.

Este projecto foi criado em 2009 pela Congregação das Irmãs Adora-doras e tem como principal objectivo combater a discriminação da pessoa, especialmente a mulher, em contex-to de prostituição. Esta equipa que acompanha a prostituição no distri-to de Coimbra é constituída por uma assistente social com funções de direcção técnica, a Irmã Martinha, duas psicólogas, um educador social e uma dúzia de voluntários, que dia-riamente calcorreiam os principais sítios de prostituição.

As Irmãs Adoradoras vieram para Coimbra no início dos anos 90 a convite da Cáritas Diocesana de Coimbra, para coordenar um Centro de Atendimento situado no Terreiro da Erva e uma casa de acolhimento - Casa de Nossa Senhora da Paz - para acolher as mulheres vítimas de todo o tipo de violência, nomeadamente a prostituição. Com a abertura de uma outra casa de acolhimento perten-cente à Cáritas, chamada Comunida-de de Inserção “Renascer”, as Irmãs Adoradoras equacionaram a sua ac-ção e permanência em Coimbra, ten-do em conta o seu carisma de proxi-midade e apoio à mulher em contex-to de prostituição. “Pensamos numa intervenção mais directa, constituin-do uma equipa de rua para assistir as mulheres em contexto de prosti-tuição. Procurou-se junto da Segu-rança Social que a verba atribuída ao funcionamento da Casa de Nossa Senhora da Paz fosse canalizada para este projecto das Irmãs Adora-doras, que consistia numa equipa de rua e num gabinete de atendimento. Havia, no entanto, duas entidades - uma promotora, a Cáritas, e outra executora, as Irmãs Adoradoras. Por indicação da Segurança Social, as Ir-mãs Adoradoras constituíram uma IPPSS de âmbito nacional, designada Fundação Madre Sacramento, com o intuito de dar suporte jurídico ao projecto de Coimbra que iniciou em Novembro de 2009, chamado Equi-pa de Intervenção Social ERGUE-TE”, recorda a Irmã Martinha, orgulhosa deste projecto.

A Equipa ERGUE-TE presta apoio a todas as mulheres em contexto de prostituição, em todo o distrito de Coimbra. Apoio esse que se traduz em assistência psicológica, social, ju-rídica, de saúde, etc. Possui um gabi-nete de atendimento no Edifício Azul e uma unidade móvel (esta financia-da em parte pela Segurança Social) que percorre as estradas do distrito, fazendo “giros no exterior” a bares de alterne, pensões, apartamentos, ruas, etc.

A Irmã Martinha reconhece que há muitas mulheres que desejam abandonar a prostituição mas que, infelizmente, por diversas razões, muitas não têm condições de o fazer, não estando à altura de competir com outras pessoas que procuram emprego. Surge então a necessida-de de criar uma estrutura, com uma dinâmica de funcionamento o mais semelhante possível às estruturas laborais, com formação em vários âmbitos da vida: costura, trabalhos manuais, tarefas domésticas, culiná-ria, gestão financeira, etc. Segundo a Irmã Martinha, trabalha-se todo o âmbito da pessoa humana: aprende--se a trabalhar por objectivos, a res-ponsabilidade, o trabalho em equipa, as relações com os outros, etc. O ob-jectivo é que as mulheres integradas na Estrutura de Emprego Protegido

(EEP) mostrem motivação e vontade de abandonar a prática da prostitui-ção, façam um processo de inserção sócio-laboral e, depois de uma ano, reúnam as condições para integrar o mercado laboral normal.

A EEP nasceu em Fevereiro de 2013 em parceria com o CEARTE. Foi registada a marca “ergue-te” que ficou associada a peças (bolsas) em burel e linho para depois serem co-mercializadas.

A média de permanência de cada mulher na EEP é de um ano, ao abri-go de medidas de apoio ao emprego. Durante este período, a Equipa de Intervenção Social ERGUE-TE efecti-va o acompanhamento psicossocial à mulher, delineando com esta um plano de acompanhamento com ob-jectivos e etapas definidas, com vis-ta à integração no mercado laboral normal, até que se reúna todas as condições para a autonomia e para o exercício pleno da cidadania. A EEP iniciou com quatro mulheres que se encontram neste momento já inte-gradas no mercado laboral normal. Outras três estão a ser neste momen-to acompanhadas nesta Estrutura.

Questionada sobre o aumento da prostituição em Coimbra, a Irmã Martinha refere que não se tem re-gistado um aumento tão significativo como era esperado por causa da cri-se económica, mas tem-se verificado que as mulheres que se prostituem, fazem-no por mais tempo e por va-lores mais baixos - “As mulheres que se encontram neste mundo chegam--nos cada vez mais maltratadas psi-cologicamente”.

“Maria” (nome fictício) elogia este projecto e realça a importância do papel das Irmãs Adoradoras no âmbito do mesmo, não tivesse sido prostituta nas ruas da Baixa.

“Ninguém quer saber da pros-tituição, é um facto. “A Diocese de Coimbra foi a única do país a ter uma iniciativa tão arrojada e inovadora por altura desta Quaresma,” como tão bem caracteriza a Irmã Marti-nha, iniciativa que foge aquilo que é comum… basta olharmos para as renúncias quaresmais das outras dioceses.

“Maria” foi prostituta duran-te oito anos e teve uma vida mui-to difícil. Um dia foi abordada pela equipa “Ergue-te” que a convidou a passar pelo gabinete de atendimen-to. Mediante o acompanhamento da equipa foi-lhe proposto integrar a Estrutura de Emprego Protegido. De voz embriagada, “Maria” vai-nos di-zendo que o mundo da prostituição é um mundo de sofrimento, onde os clientes as maltratam física e psico-logicamente. É muito difícil entrar para o mercado de trabalho normal sobretudo quando são conhecidas como prostitutas; valeu-lhe esta ini-ciativa (a EEP) que lhe ofereceu uma oportunidade para voltar a ser uma mulher com dignidade. O carinho, o amor com que foi recebida pela equipa mexeu muito com a “Maria”, sobretudo quando não se está habi-tuada a afectos. “No mundo da pros-tituição somos apenas um objecto, mais nada”, afirma à nossa repor-tagem. “Pelo facto do cliente pagar o serviço, acha-se no direito de ter poder sobre todo o nosso corpo. Às vezes, nos quartos, torna-se pertur-bador e violento ao ponto de nos humilharem até à exaustão”, refere. Entrou neste mundo por amor, por influência de uma amiga que a ali-ciou a prostituir-se. Questionada so-bre a saída da prostituição, “Maria” responde que é possível, basta ar-ranjar um trabalho, como aconteceu no seu caso. Em relação ao mundo da prostituição há muitos preconceitos: “para quem queira deixar esta vida

vai haver sempre dificuldades em ser contratada porque leva sempre traumas, rótulos, etc. A simpatia do Padre Paulo Simões que nos recebeu de braços abertos, no Instituto Justi-ça e Paz, onde nos ofereceu algumas refeições no início do funcionamento da EEP, foi uma experiência extraor-dinária. A forma como tem sido tra-tada pela equipa técnica deu-lhe ou-tro alento à vida”, refere “Maria”.

O facto da renúncia quaresmal reverter para este projecto, aumenta a responsabilidade de toda a equipa, refere a Irmã Martinha. “Isto leva--nos a reflectir sobre aquilo que es-tamos a fazer em nome da Igreja”, refere a responsável pelo projecto, “porque agora passa a ser conhecido de todos; de facto, a Igreja quer cola-borar, quer fazer caminho com estas mulheres que estão na fronteira e nós somos a ponte”, refere.

Na verdade, o “Correio de Coim-bra” foi o primeiro órgão de informa-ção a interessar-se por este projecto. Foi graças a uma reportagem dedica-da à Equipa ERGUE-TE, que a Irmã Martinha foi a Fátima e falou peran-te uma Igreja diocesana reunida em torno do seu pastor, onde partilhou as suas dificuldades e angústias por um projecto no qual acredita e en-trega toda a sua vida. Sabemos que a prostituição nunca irá acabar, mas, com o empenho e dedicação de mui-tos voluntários e técnicos que se de-dicam a este projecto não poderão dignificar e valorizar mais o papel da mulher, vítima de maus tratos, como consequência da prostituição? Jesus Cristo não terá dado o exemplo ao não condenar Maria Madalena?

Segundo uma das psicólogas des-te projecto “quem se prostitui não

pode ter uma boa saúde mental, uma boa auto-estima, uma boa personali-dade construída. Quando falta todo o género de apoio, a via mais rápida para a angariação de algum dinheiro é através da prostituição. Há filhos para alimentar, há contas por pagar… Para se trabalhar a problemática da prostituição é preciso trabalhar a ní-vel da relação de proximidade com base na confiança”, refere Marta Ne-

ves. “O grande trabalho é realmente daquelas que querem deixar a pros-tituição, nós só as acompanhamos”, explica. “É um trabalho muito moro-so mas gratificante e fazemo-lo por gosto.

O que mais impressionou esta equipa quando começou a trabalhar neste projecto foi a capacidade de acolhimento destas mulheres.

Miguel Cotrim

Projecto “Ergue-te”: Irmãs Adoradoras combatem a prostituição

Sou cristã, procuro conhecer Deus através de Jesus Cristo e vivo todos os dias um encontro íntimo com Ele, que me torna feliz pois dá sentido à minha vida. Vivo a vida de uma forma agradecida e pro-curo servir Deus na co-construção do Reino. Porque Deus me ama assim, incondicionalmente, e me dá este sentido da vida, sinto uma alegria interior que me leva a que-rer falar Dele a todos, evangelizar. A minha missão é comunicar esta boa nova, é dar-me, é servir, é le-var esta alegria ao outro. É Deus que opera através de mim.

Há momentos difíceis, em que não apetece sorrir… mas logo re-cordo como Deus me procurou quando andei perdida, como me perdoou 70x7, como me ama as-sim cheia de pecados, como é bom e misericordioso. Aí procuro o rosto de Deus nas pessoas do dia--a-dia e tento sorrir e ajudar os outros, diariamente, tal como fui também tantas vezes ajudada. Só pode amar quem foi amado.

No meu caminho tive a feli-cidade de encontrar a Equipa de Intervenção Social ERGUE-TE, das Irmãs Adoradoras, onde fui acolhi-da como psicóloga. Trabalhar no âmbito da inclusão social, sejam quais forem os rostos, é para mim O desafio da minha vida. Ser cristã integra o ser psicóloga e ter esta missão. É na atitude de confian-ça, alegria, amor e misericórdia que sou cristã no meu trabalho. Como psicóloga é-me pedido que aprenda a conhecer uma pessoa, convidando essa pessoa a fazer uma viagem de autoconhecimento comigo. É-me exigido que a ajude a (re)construir a sua identidade a

partir da capacidade de se amar e de se perdoar, para se poder transfor-mar. O potencial de cada um é muito pequeno, mas é com essa migalha que Deus faz os milagres nas páscoas que essas pessoas vivem. E depois é esperado que acompanhe os diferen-tes processos de autonomia de cada pessoa, de enviar cada uma em mis-são para uma nova vida, no sentido do Amor e da Alegria.

O que mais me fascina neste pro-jeto, e com o qual muito me identi-fico, é a ênfase na autonomia e na cidadania plena, em detrimento do assistencialismo fácil e rápido, em que os resultados obtidos são natu-ralmente falaciosos. É um trabalho muito lento, o de mudar atitudes, identidades, promover projetos de vida alternativos ao contexto de prostituição, mas acredito que a re-valorização do outro é a única forma de o levar a acreditar que tem valor. Desde o primeiro momento, em que paramos a carrinha na berma da es-trada para abordar uma mulher em contexto de prostituição, ao momen-to em que essa mesma mulher vem ao gabinete e aceita o nosso apoio, que a nossa atitude é a de profundo respeito pela sua liberdade e indivi-dualidade. Na intervenção realizada, que se pretende rigorosa e de quali-dade, o objetivo último é o da dignifi-cação da pessoa pela sua inclusão so-cial, através da sua inserção laboral. Só assim se pode pretender uma ci-dadania plena, a partir do sentimen-to de pertença a uma comunidade, não basta a mudança a nível intrap-síquico; tem de haver uma constru-ção de uma rede social que nutra a resiliência e a empatia.

O mais fácil é amar estas mulheres desamadas e vítimas de toda a forma

de violência, onde a prostituição é o rosto da perversão da nossa so-ciedade silenciosa e permissiva. Difícil é mudar a mentalidade as-sente na desigualdade de direitos, na indiferença face ao sofrimento, na aceitação ignorante que uma pessoa se possa prostituir por op-ção. Difícil é mudar os fatores fa-miliares, económicos e sociais que permitem a violência, a injustiça, a pobreza, a promiscuidade e que levam à exclusão social, à exclusão de si, pela negação ao direito mais básico do ser humano, que é o di-reito de se amar. É urgente mudar estas mentalidades, seja pela edu-cação das nossas crianças e jovens, seja por projetos de prevenção primária. Nunca a humanidade se preocupou tanto com os direitos do Homem como neste século, mas a mulher vítima da prostituição continua esquecida.

Muito temos a aprender com o riquíssimo legado de Santa Ma-ria Micaela, que através deste seu Carisma de Adoração-Libertação, nos desafia diariamente a esta missão tão simples e complexa que é a de ver e servir Cristo pre-sente nas mulheres exploradas.

Ajudar a (re)construir

Marta Neves(Psicóloga do Projecto)

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27 de Março de 20145 Página da Catequese

Paróquia de Almalaguês

21 jovens do grupo de jovens de Almalaguês, acompanhados por 4 catequistas, estiveram em Roma de 28 de Fevereiro a 3 de Março. O gru-po foi orientado pelo Padre Dehonia-no Fernando Fonseca, natural de Al-malaguês e residente em Roma há já alguns anos no Colégio Internacional Leão Dehon. Os padres Luís Miranda e Nuno Santos da Diocese de Coim-bra disponibilizaram também algum do seu tempo numa reflexão com os jovens.

Das actividades programadas fi-zeram parte a visita aos museus do vaticano, nomeadamente a Capela Sistina, Basílica e Praça de S. Pedro (com subida à Cúpula e descida às grutas vaticanas) e Basílica de S. João de Latrão onde os jovens foram con-vidados a renovar as promessas do seu Baptismo.

Naturalmente a visita incluiu ou-tras zonas de interesse da cidade tais como o Coliseu, os Fóruns romanos, o Capitólio, a Igreja do Gesù, a fonte de Trevi, o Pantheon, a Praça Navon-na, SS. Trindade dos Montes e Campo das Flores.

Grupo de Jovens em Roma

Após a Eucaristia dominical, pre-parada pelos jovens e celebrada junto ao túmulo de S. Pedro, o grupo teve a felicidade de receber a bênção do Papa Francisco no Angelus Domini. Os jovens rezaram pela Igreja, pelas famílias, pelas pessoas que tornaram possível esta peregrinação e pelas in-tenções que traziam no coração.

As conversas animadas, os cân-ticos e brincadeiras estiveram pre-sentes ao longo de toda a viagem, transformando-a numa experiencia que se espera marcante para a his-tória deste recém-criado Grupo e para cada um dos jovens que nela se aventurou.

Paróquia de S. Julião

Na nossa Igreja de São Julião, Fi-gueira da Foz, recebemos, no passa-do domingo, dia 16 março, na Euca-ristia das 12h, os nossos pequenitos do 2º ano e as suas famílias, para rezarmos todos juntos o Pai Nosso. Porquê celebrar o Pai Nosso? Porquê celebrar as orações? Cada oração as-sume na vida de cada um de nós um

Festa do Pai Nosso

papel de comunhão com Deus, um papel de proximidade. Num ano em que o Pai Nosso impera nas sessões da catequese de todos os grupos do 2º ano, esta celebração surge como um brinde à caminhada que estes meninos e meninas fazem em torno desta bela oração. Cada grupo prepa-rou minuciosamente a participação

nesta celebração, uma vez que toda a Eucaristia teve ao cargo de crianças, pais e catequistas pois além de ser do 2º ano é uma festa para toda a co-munidade, onde puderam mostrar a todos a felicidade de já conseguirem dizer de viva voz Pai Nosso que es-tais nos Céus… Ao longo da nossa pe-quena festa foi surpreendente ver os nossos pequenitos já tão crescidos, e mesmo com o nervosismo e con-tentamento à mistura, deram-nos uma vivência do Pai Nosso muito importante, pois além de o saberem rezar também nos sabem ensinar o importante significado da oração ao nosso grande e maravilhoso Pai. Estas vivências em comunhão com a catequese, conseguem oferecer a estas crianças o significado que a Igreja deve ter na nossa vida, pois com pequenos passos, cada um des-tes pequenitos, que ainda há pouco começou a sua caminhada, torna-se Igreja, Igreja viva, Igreja alegre. Que a alegria deste dia se propague por todos os dias destas crianças e esta-mos certos que daqui por um ano es-tarão preparados para receber Jesus na sua Primeira Comunhão. http://catequesesaojuliao.blogspot.pt/

Paróquias de Figueira de Lorvão, Lorvão e Sazes de Lorvão

No passado dia 23 de Março, reuniram-se os Catequistas das Paróquias de Figueira de Lorvão, Lorvão e Sazes de Lorvão para uns momentos de reflexão e adoração ao Santíssimo Sacramento. Orientado pelo Sr. Pe Pedro Miranda, reflecti-mos sobre a necessidade de parar e orar, e de colocar nas mãos do Se-nhor as alegrias e as frustrações que vamos tendo, enquanto Catequistas. Tendo como base de meditação, o Evangelho de S. Marcos (Mc.6), e a Conversão de S. Paulo (Act. 9, 3-18), bem como extractos de uma homilia de S. João Crisóstomo e da Alegria do Evangelho do Papa Francisco (EG.

1,2), vimos como “a Alegria do Evan-gelho enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus”.

Campanha de QuaresmaDecorre a Campanha da Qua-

resma, na Paróquia de Figueira de

Lorvão. Um momento do Ofertório em que as crianças da Catequese, em caminhada para a Páscoa, levam até ao altar a sua renúncia transforma-da em géneros, que serão doados em benefício de utentes de duas institui-ções de solidariedade social.

Catequistas em reflexão e oração

ATENÇÃO CATEQUISTAS!....Curso de Iniciação em Pombal

Conforme já anunciado, e promovido pela Paróquia de Pombal, vai realizar-se nessa localidade um Curso de Iniciação para Cate-quistas, nos próximos dias 16, 17 e 18 de Maio. Para inscrição ou mais informações contactar a Paróquia de Pombal: 236 212 076.

Paróquia de S. José

Nos dias 11 e 14 de Fevereiro, as crianças do 6º ano da Catequese de Infância, da Paróquia de S. José, juntamente com as suas catequistas, realizaram uma visita aos idosos re-sidentes do Centro Social de S. José. Esta visita inseriu-se no programa do 2º Bloco da catequese, onde o tema central “JESUS ANUNCIA E PROPÕE O REINO DE DEUS” induz a que as crianças possam fazer uma experiência comunitária que lhes permita identificar formas simples de levar aos outros um pedacinho desse Reino, onde o amor, a empatia e o acolhimento devem imperar e reforçar a caminhada cristã grupal e individual. Foi uma experiência única onde não faltaram a alegria dos ido-sos, a curiosidade dos catequizandos, a emoção de jovens e menos jovens, a partilha das funcionárias que explica-ram como cuidam e são um suporte “familiar” no dia-a-dia de cada idoso e, sobretudo, a vivência prática dos conteúdos que os catequistas trans-mitem em sala de catequese.

Pretendeu-se dar corpo aos en-sinamentos de Jesus, tornando ines-quecível esta catequese e ambicio-nando a vinculação das crianças ao sentimento de pertença à Igreja e, de um modo particular, à sua responsa-bilidade sócio caritativa, num tempo em que os cristãos devem reforçar a sua atenção aos necessitados, segun-do o seu dever e as recomendações do nosso querido Papa Francisco.

Reunião de catequistasRealizou-se no passado dia 15 de

Fevereiro, a reunião geral de catequis-tas da infância, da Paróquia de S. José, inserida no Plano de Actividades, que habitualmente contempla três reu-niões anuais, para além de um fim--de-semana formativo, que ocorre em cada mês de Setembro, ou seja pre-viamente ao início da catequese. Esta reunião integrou ainda um tempo que se intitulou de “Reflexão Quaresmal Formativa”, no qual foi feita a apresen-tação do projecto diocesano “Caminho para Cristo em Igreja”, procedendo-se ainda à experiência de oração, funda-mentada nas orientações para o Pri-meiro Domingo da Quaresma.

Pretendeu-se não só a sensibili-zação para a caminhada quaresmal, mas também a intensificação da prá-tica da lectio divina, nem sempre as-sumida e/ou conhecida por parte de todos os catequistas.

Crianças do 6.º volume visitam idosos da paróquia

Paróquia de Vila Cã

Na continuação das várias festas da Catequese, as crianças do 2.º ano da nossa comunidade paroquial de Vila Cã, receberam no passado Do-mingo a oração do Pai Nosso, cen-trada na frase “O Pai me ama, Ele me chama para me fazer feliz”. O nosso pároco Pe. Manuel Nobre, transmitiu às crianças o valor desta mensagem, explicando-lhes que Deus é um Pai maravilhoso que nos ama, nos en-sina o bem, e só quer que sejamos

Festa do Pai Nosso

felizes. Recordou também o dia de S. José, dia em que é costume honrar o nosso pai na terra com um gesto de carinho e amor. Convidou então as crianças juntas com os pais, os catequistas e toda a comunidade a louvar o nosso Pai do Céu durante a Eucaristia. No final as crianças en-tregaram aos pais um coração com esta pequena frase: “O pai me ama” e comprometeram-se a rezar todos os dias a oração do Pai Nosso.

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27 de Março de 2014 6Eclesial

Nem só de PãoEu sou a Ressurreição e a vida

A Palavra de DeusV DOMINGO DA QUARESMA

(6 de Abril de 2014)

Leitura da Profecia de Ezequiel (Ez. 37,12-14) Assim fala o Senhor Deus: «Vou abrir os vossos túmulos e de-les vos darei ressuscitar, ó meu povo, para vos conduzir à terra de Israel. Haveis de reconhecer que Eu sou o Senhor quando abrir os vossos túmulos e deles vos fizer ressuscitar, ó meu povo. Infundirei em vós o meu espírito e revivereis. Hei-de fixar-vos na vossa terra e reconhecereis que Eu, o Senhor, o disse e o executei». – Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL No Senhor está a misericórdia e abundante redenção.

Leitura da Ep. de S. Paulo aos Romanos (Rom. 8. 8-11) Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence. Se Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça. E, se o Espírito d’ Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, tam-bém dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. – Palavra do Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. S. João (Jo. 11, 1-45) Naquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era ami-go de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no lo-cal onde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Ao chegar lá, Jesus encontrou o ami-go sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tives-ses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acre-dita em Mim ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?» Disse-lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Fi-lho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus cho-rou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não mor-resse?» Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?» Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, dis-se: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele. – Palavra da salvação.

Sugestão de CânticosMário Arcanjo

Entrada – Eu darei ao meu povo a salvação .................................................... CEC II 119 – Eu sou a salvação .........................................................................CEC II 117/118 – A quem iremos ........................................................................................ CEC II 106Ap. dos Dons – A vós, Deus e Senhor ................................................................................NCT 242 – Na hóstia sobre a patena ........................................................................NCT 248 – Jesus, nossa redenção ..............................................................................NCT 567Comunhão – Assim como o Pai .......................................................................................NCT 671 – Eu sou a ressurreição ................................................................................CEC I 94 – Todos aqueles ..............................................................................................NCT 673Pós- Comunhão – É preciso renascer ........................................................................................ CT 306 – A vida por nós destes ...............................................................................NCT 107

Quase no termo da Quares-ma, a Palavra de Deus situa-nos hoje diante do problema mais grave da nossa vida: a morte... Jesus de Nazaré, fez, Ele próprio, a experiência da morte. Mas ao ressuscitar, transformou-se em fonte de vida e garantiu a nossa ressurreição.

A Palavra de Deus tem uma força única: é capaz de chamar os mortos à vida! Ouçamo-la com fé, pois precisamos muito dela para vivermos a vida nova de Cristo. A Eucaristia que vamos celebrar é «Mistério de Fé» por excelência: só podemos apreciá-la se pos-suirmos os «Olhos novos» que nos dá a fé, e nos libertará do mundo do «homem velho», para fazermos parte do «mundo do homem novo», inaugurado em Cristo.

RENOVAÇÃOO profeta Ezequiel conta-nos

a sua extraordinária visão: vê uma planície imensa de ossos ressequidos os quais o Senhor anima pela palavra do Profeta. E retomando a vida, os ossos endi-reitam-se sobre os seus pés e for-mam um grande exército.

Ao Povo Judeu, derrotado pelo desespero do Exílio, o Pro-feta anuncia uma gloriosa reno-vação.

Esta visão de Ezequiel con-serva plena actualidade. Por toda a parte são milhares e milhares

os que perderam a fé no Senhor e a esperança num mundo novo. Mas a voz do Senhor faz-se ouvir de novo: «hei-de fazer-vos res-suscitar peta força do meu Espí-rito e formareis um grande, um enorme exército».

Esta promessa de Deus cum-prir-se-á, à letra, quando Ele vol-tar todos os mortos ressuscita-rão! Ele é a Ressurreição e a Vida. Também hoje.

UMA CAMINHADA Uma das novidades evangé-

licas elaboradas por S. Paulo, na sua Carta aos Romanos, é o Es-pírito de Deus a habitar nos que pertencem a Cristo para estes agirem segundo o espírito. Tal comportamento é sementeira inscrita na vida que, ao termo, permitirá colher os frutos da Res-surreição, esses que Jesus possui já como primícias dos ressuscita-dos. Apesar de continuar sujeito da morte, o cristão possui, des-de agora, pela fé, pelo baptismo, a vida de filho adoptivo do Pai. O mesmo poder divino que res-suscitou Cristo, age desde já no cristão, preparando-o para a gló-ria da ressurreição. «Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus, dará também plenitude de vida aos vossos corpos mortais». Caminhar para a Páscoa é dispor-mo-nos a fazer uma caminhada e é como se cada um de nós fosse um catecúmeno a preparar o seu

baptismo? A afastar os obstácu-los que nos impedem de viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros?

A RESSUREIÇÃO E A VIDA Perante a morte de um amigo

íntimo, Lázaro, e o sofrimento da família, Jesus comporta-se como um verdadeiro homem; capaz de sofrer, de se emocionar, de cho-rar. Mas, devolvendo-o à vida, Jesus manifesta-se como Filho de Deus, a quem o Pai concede o que Ele lhe pede.

Jesus aproveitou, realmente, a Sua estadia entre os homens para dizer por gestos e palavras, a grande esperança que vinha oferecer aos homens. A ressur-reição de Lázaro é um dos episó-dios mais sugestivos; desta espe-rança em plena actividade.

Ser cristão e membro da Igreja é ter «nascido de novo». Isto exige conversão contínua: abandonar o «homem velho», o «homem carnal» e viver como «homem novo», conduzido pelo Espirito Santo.

Esta vida nova deve manifes-tar-se em sentimentos e atitu-des novas que sejam verdadeiro «seguimento de Jesus», na trans-formação do mundo segundo o espírito de Cristo: na família, educação, saúde, cultura, política e profissão...

É nestas áreas que o Senhor quer ser «Ressurreição e Vida».

“O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é bus-car, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pes-soal. É aquilo que o Senhor cen-surava aos fariseus: «Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?» (Jo 5, 44). É uma maneira subtil de procurar «os próprios interesses, não os inte-resses de Jesus Cristo» (Fl 2, 21). Reveste-se de muitas formas, de acordo com o tipo de pessoas e situações em que penetra. Por cultivar o cuidado da aparência, nem sempre suscita pecados de domínio público, pelo que exter-namente tudo parece correcto. Mas, se invadisse a Igreja, «seria infinitamente mais desastroso do que qualquer outro munda-nismo meramente moral»1 (93).

1º Busca da glória huma-na. Viver ou trabalhar para a sua própria glória, glória huma-na, para o triunfalismo estéril, o elogio fácil, o estar na ribalta do palco, o procurar aplausos, é en-trar no caminho do mundanismo espiritual. Só quem, na humilda-de do coração pobre, procura só e sempre a glória de Deus é que segue os ensinamentos de Cristo e o caminho do Evangelho. Trata--se de buscar no mais profundo de si mesmo os interesses de Je-

sus e não os próprios interesses, sejam o comodismo, o dinheiro, os aplausos, as palmas por ser vedeta. Os santos eram apre-ciados e elogiados exactamente porque buscavam só os interes-ses de Jesus Cristo. Dá-Lo a co-nhecer, fazê-Lo mais amado, esti-mado, louvado, menos ofendido. Fazer tudo para que Jesus seja glorificado, com total dedicação, sem buscar os próprios interes-ses. Jesus sempre o primeiro na vida, no trabalho, nas preocupa-ções; Jesus, o Único a Quem nos demos e para Quem trabalhamos e vivemos. Sempre e só a sua gló-ria, mesmo que nos desprezem.

2º Um mundanismo desas-troso. Mais que o mundanismo moral, este tipo de mundanismo espiritual, que nem sempre dá nas vistas, escandaliza, fere os que nos rodeiam, seria para a Igreja tremendamente desastro-so. Como um cancro subtil, que vai dominando a vida, impedin-do a glória de Deus e o serviço humilde do próximo. Desastroso porque os apóstolos se centram em si mesmos e não buscam a glória do Senhor, andam embria-gados à busca do elogio, andam envenenados pelo prazer fútil da honra mundana e da ostentação fácil, do elogio que enche de fu-maça o “eu interior” vaidoso e megalómano, como o fumo do príncipe das trevas. Participan-tes da vanglória e da cobiça que

não busca a glória de Deus mas se deixa conduzir e seduzir pe-los critérios do “príncipe deste mundo”. E as trevas cegam a inte-ligência, os olhos da alma.

3º Dominar o espaço da Igreja (95). Dominar este espaço com um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestí-gio da Igreja, mas não se preocu-par com o Evangelho e que este adquira verdadeira inserção no povo e nas necessidades concre-tas da história… A vida da Igre-ja transforma-se numa peça de museu ou numa possessão de poucos… Outro modo do mun-danismo actuar é o fascínio de poder mostrar conquistas so-ciais e políticas… Outras vezes age numa densa vida social cheia de viagens, reuniões, jantares, recepções… Ou então desdobra--se num funcionalismo empre-sarial, carregado de estatísticas, planificações, avaliações, onde o principal beneficiário não é o povo de Deus, mas a Igreja como organização… Não há o selo de Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado… Encerrados em grupos de elite, não saímos à pro-cura dos que andam perdidos, nem das multidões sedentas de Cristo…

Dário pedroso, s.j.

1 Henri De Lubac, Méditation sur l’Église, Paris, FV, 1968, 321.

(Meditando a Exortação Apostólica do Papa Francisco – n.º 4)

Não ao Mundanismo Espiritual

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27 de Março de 20147 Geral

Manuel Augusto Rodrigues

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Vaticano II 50 Anos depois (77)

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1. A canonização do padre José de Anchieta no próximo dia 2 de Abril mediante uma “canonização equivalente” suscitou, como é na-tural, grande júbilo em especial nas Ilhas Canárias e no Brasil. Um pormenor que interessa referir respeita ao procedimento sim-plificado das canonizações: a não exigência de um segundo milagre como sucedeu com o jesuíta Pedro Pierre Favre e com Ângela de Foli-nho e agora com Anchieta. É a cha-mada “canonizatio equipollens» (canonização equivalente) segun-do a qual o bispo de Roma por simples decreto canoniza alguém inscrevendo a festa no calendário litúrgico.

João Paulo II serviu-se de tal processo com três santos e Ben-to XVI com Hildegarda de Bingen. Segue-se, a 27 de Abril, o Papa João XXIII. Ao todo serão sete as derro-gações; só Leão XIII fizera mais em vinte anos de pontificado. Alguns críticos põem em causa semelhan-tes canonizações porque, segundo a doutrina actualmente em vigor há teólogos defensores do princí-pio segundo o qual as canoniza-ções implicam – contrariamente às beatificações – o magistério infalí-vel da Igreja.

O padre Kolvenbach, prepósito--geral da Companhia de Jesus, es-creveu em 1997 por ocasião do 4.º centenário da morte de Anchieta uma carta a toda a família inacia-na na qual traça o perfil do grande missionário do Brasil, oriundo das Canárias. Começa assim a missiva: «No próximo dia 9 de Junho, com uma série de celebrações de ca-rácter religioso e civil, científico e popular, a Companhia de Jesus, juntamente com a nação brasileira e com a sua terra natal, comemora o IV centenário da morte do Bea-to José de Anchieta. Proclamado “Apóstolo do Brasil” pelo adminis-trador apostólico do Rio de Janei-ro durante a celebração das suas exéquias, foi desde então não só venerado como santo mas também reconhecido pelo povo brasileiro como um dos fundadores da sua Igreja e da sua própria nacionali-dade».

Como «arquétipo e símbolo da empresa evangelizadora naquelas partes do novo mundo», ficou li-gado a Mem de Sá e à criação das cidades de S. Paulo e do Rio de Janeiro, bem como às origens da educação e da cultura da nova na-ção. Kolvenvah referiu-se ao facto de Anchieta ter plasmado a auto-consciência do povo que nascia do dramático encontro dos nativos com os colonizadores portugue-ses. Através a sua actuação: como professor e enfermeiro, catequista e pregador, guia espiritual e con-selheiro político; mediante a força da sua personalidade carismática entre os indígenas e colonos; pelo testemunho da sua fé e pela sua entrega generosa e gratuita ao ser-viço dos outros.

Kolvenbach refere alguns fac-tos mais significativos da vida de Anchieta (foi superior da comuni-dade jesuítica e provincial) e apon-ta alguns aspectos da sua obra rica personalidade: missionária e mís-tico, poeta, apaixonado da causa de Deus e dos pobres, sempre per-to dos homens e da natureza, cul-to e simples, doente mas sabendo resistir, fecundo apesar da falta de recursos, figura que irradiava sim-patia. Soube denunciar as injusti-

ças dos colonizadores e anunciar a Boa Nova aos oprimidos, aman-do de coração os portugueses e os brasileiros.

Beatificado a 22 de Junho de 1980 por João Paulo II, Anchie-ta converte-se assim no segundo santo das Ilhas Canárias, depois de Hermano Pedro. Será a sexta cano-nização realizada por Francisco e o segundo jesuíta proclamado santo depois do francês Pedro Fabro. An-chieta nasceu em San Cristóbal de La Laguna a 19 de Março de 1534 e faleceu em Reritiba, Brasil, cidade que passou a chamar-se Anchieta, a 9 de Junho de 1597. Em 1548, ano da fundação do Colégio das Ar-tes, veio para Coimbra onde se fez jesuíta e frequentou aquela insti-tuição. A pouco e pouco converteu--se num grande apaixonado pela poesia e pela escrita. Compunha versos latinos com extrema facili-dade e era conhecido como o “Ca-nário de Coimbra”. Em Outubro de 1998, realizou-se na Universidade de Coimbra um Congresso evocati-vo da criação do Colégio das Artes que foi organizado por Sebastião Tavares de Pinho que também edi-tou as respecticas actas: “Anchieta em Coimbra – 450 anos – Colégio das Artes da Universidade (1548–1998)”.

Em Coimbra, a pouco e pouco converteu-se num grande apai-xonado pela poesia e pela escrita. Compunha versos latinos com ex-trema facilidade e ficou conhecido como o “Canário de Coimbra”.

2. Em Maio de 1553 embarcou,

juntamente com cinco jesuítas, para o Brasil, colónia em que se de-bateriam dois magnos problemas: o dos índios e o dos escravos negros provindos de África. Aliás a defesa dos direitos humanos ainda hoje constitui uma questão grave em muitas partes do mundo, havendo a salientar que há vários tipos de es-cravatura. Outro grande missioná-rio, Francisco Xavier, seguiu para o Oriente onde exerceu o apostolado entre 1542 e 1552, ao passo que o labor evangelizador de Anchieta se prolongou por 44 anos.

Anchieta de Salvador da Baía de Todos os Santos seguiu para S. Vicente vindo a encontrar-se com o padre Manuel de Nóbrega em Piratininga. Estudou o idioma tupi, falado pelos índios do mesmo nome, escrevendo versos e obras de teatro, e começou a evidenciar--se como dramaturgo vindo a ser

o estandardizador dessa língua. Apoiou a construção de novos edifícios religiosos, apesar a sua doença.

Muito contribuiu para apazi-guar os ânimos nos conflitos que surgiam com frequência. Anchieta convidava à reflexão e moderava as questões entre os portugueses e as tribos amazónicas. Manuel de Nóbrega conseguiu obter um tra-tado que juntasse os povos amazó-nicos com os europeus.

Foi ordenado sacerdote no Rio de Janeiro, em 1566, por D. Pedro Leitão que conhecia desde os anos de Coimbra. Durante sua prelazia, D. Pedro teve grande e bom con-tacto com os índios que defendeu contra os abusos dos brancos e dando maior apoio aos aldeamen-tos instaurados pelos jesuítas.

Com 49 anos, Anchieta gran-jeara grande fama em todo o Brasil e no mundo. A partir de 1588 era já considerado apóstolo do Brasil e grande escritor. Entre as várias evocações de Anchieta, lembra-mos que em 1960, em S. Cristóvão de La Laguna, foi colocada uma estátua em sua honra, realizada pelo artista ítalo-brasileiro Bruno Giorgi, que imaginou uma espécie de trampolim pelo qual Anchieta caminha, seguro, rumo ao seu des-tino eclesiástico como jesuíta em Portugal.

Além da “Arte de gramatica da língua mais usada na costa do Bra-sil”, escreveu sobre Mem de Sá e di-versos livros catequéticos, cartas, informações, sermões, poesias, o célebre poema “De Beata Virgine Dei Maria”, o primeiro de índole literária escrito no Brasil. Na sua obra em latim destacam-se 12.000 versos latinos.

3. O Papa Francisco passou a ser aquele que canonizou maior número de pessoas: mais de 800 apenas num ano de pontificado. A ideia corrente é a de que foi João Paulo II com 483! Aquele eleva-do número deveu-se ao facto de Bergoglio, de uma só vez, ter pro-clamada santos António Primaldo e seus companheiros que foram martirizados em 1480 pelos Tur-cos em Otrante, uma aldeia do sul de Itália, por haverem recusado converter-se ao islão. Francisco no seu discurso evitou por em causa o islão e apelou aos cristãos perse-guidos a ter «a coragem da fideli-dade» e a «responder ao mal com o bem». Afirmou: «A fé faz-nos ver

para além dos limites do nosso olhar humano», «mesmo no meio de obstáculos e incompreensões». O Papa evocou «os numerosos cristãos que sofrem ainda violên-cias». O Papa argentino manifestou desde o início do seu pontificado uma atenção particular para com os mártires contemporâneos. A 15 de Abril de 2013 referiu que a Igre-ja actual conta mais mártires do que nos primeiros séculos do cris-tianismo. Em Outubro serão feitos beatos 522 espanhóis da guerra ci-vil de Espanha (1936-1939), facto que é tantas vezes profundamente distorcido.

O Papa tem tido em atenção os povos indígenas e diversos proble-mas existentes como a escravatu-ra. O Concílio II em vários docu-mentos fala da liberdade religiosa. Há dias, teve lugar a apresentação no Vaticano do “Global Freedom Network”, um acordo entre os re-presentantes das grandes religiões mundiais para erradicar las mo-dernas formas de escravatura e o tráfico de pessoas, em colaboração com a Walk Free Foundation. In-tervieram o chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciên-cias Sociais, representando o Papa, M. Azab, representando o Grande Imã de Al-Azhar (Egipto), D. J. Mo-xon, representando o arcebispo de Cantuária, e A. Forrest, fundador da Walk Free Foundation.

O objectivo deste acordo é «er-radicar a escravatura moderna e o tráfico de seres humanos em todo o mundo antes de 2020». Con-vidam todas as Igrejas cristãs e confissões religiosas do mundo a intervir. A Igreja Católica desde o século XV pronunciou sua posição

condenando a escravatura de que são exemplos os papas Eugénio IV que em 1435, através da bula “Sicut Dudum”, mandou restituir à liberdade os escravos das Ilhas Canárias. Em 1462, o Papa Pio II (1458-1464) deu instruções aos bispos contra o tráfico negreiro que se iniciava, proveniente da Etiópia; o Papa Leão X (1513-1521) despachou documentos no mesmo sentido para os reinos de Portugal e da Espanha.

Nos séculos seguintes, outros papas pronunciaram-se no mesmo sentido até chegarmos a Gregório XVI pela bula “In Supremo Aposto-latus” e Leão XIII pela encíclica “In Plurimis”, dirigida aos bispos do Brasil, pediu-lhes apoio ao Impe-rador (Dom Pedro II) e a sua filha (Princesa Isabel), na luta que esta-vam a travar pela abolição definiti-va da escravidão.

A canonização da segunda me-xicana, Maria Guadalupe Garcia Zavala e da primeira colombiana, Laura Montoya, e brevemente de Anchieta traduzem o empenha-mento da Igreja em se respeitar a cultura dos povos indígenas e sua liberdade. O “Ad gentes” e a “Gau-dium et spes” abundam em consi-derações sobre este tema.

A canonização de José de Anchieta, o “Canário de Coimbra”, grande humanista e missionário em Terras da Vera Cruz

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Última página

Em linha com… o VaticanoPapa pede alegria no encontro com JesusO Papa Francisco pediu aos cristãos para, neste tempo de Qua-resma, não terem medo de ir ao encontro de Jesus. Na oração do Angelus, de domingo passado, o Papa falou do exemplo da Boa Samaritana. “Somos chamados a redescobrir a importância e o sentido da nossa vida cristã, iniciada no baptismo, e, tal como a Samaritana, a testemunhar aos nossos irmãos a alegria do encon-tro com Jesus. Recordemos estas duas frases: cada encontro com Jesus muda a vida; cada encontro com Jesus enche de alegria”, afirmou na Praça de São Pedro. O Papa Francisco falava para mi-lhares peregrinos, no Vaticano, onde lembrou ainda do Dia Mun-dial de Luta contra a Tuberculose que se assinalou na passada segunda-feira. Pediu, por isso, oração pelos que sofrem da doença e pelos que apoiam os doentes.

Revista “Fortune” elege Papa como líder mundial do anoA revista “Fortune” nomeou o Papa Francisco o líder mundial do ano, na listagem anual. A lis-ta, que inclui políticos, empre-sários e figuras sociais, para além de outros líderes religio-sos como o Dalai Lama, enu-mera 50 personagens, com o Papa em primeiro lugar, segui-do da chanceler alemã, Angela Merkel. No “site” da “Fortune” lê-se que “Francisco pediu re-centemente para se parar com o tratamento de estrela de rock. Ele sabe que até agora as suas acções, embora revolucionárias, apenas se reflectem um novo tom e intenções. O trabalho mais duro está para vir, mas há muitos sinais de um ‘efeito Francis-co’: numa sondagem realizada em Março, nos EUA, um em cada quatro católicos disseram que tinham aumentado as suas dádivas aos pobres este ano. Desses, 77% disseram que era em parte de-vido ao Papa”. Segundo a “Fortune”, a lista não distingue apenas os líderes mais influentes, mas sim aqueles que estão a tornar o mundo melhor: “Numa era esfomeada de liderança, encontrámos homens e mulheres que o vão inspirar - alguns famosos, outros pouco conhecidos, todos a entusiasmar os seus seguidores e a contribuir para um mundo melhor”.

Papa nomeia vítima de abusos para grupo de combate à pedofiliaO Papa Francisco nomeou, no passado dia 22 de Março, uma víti-ma de abuso sexual por um membro da Igreja para fazer parte do grupo encarregado de atacar o problema da pedofilia. Foram no-meados os primeiros oito elementos do grupo de peritos anuncia-do em Dezembro. São quatro homens e quatro mulheres de oito países diferentes. Entre eles está Marie Collins, vítima de abuso na Irlanda nos anos 60 e que batalhou contra a pedofilia ao longo dos últimos tempos. Francisco considera que uma das maiores prioridades da Igreja Católica é a protecção dos menores. “Olhan-do para o futuro sem esquecer o passado, a comissão tomará em mãos a promoção da protecção dos mais jovens”, escreve o porta--voz do Vaticano, Frederico Lombardi, em comunicado.

No dia em que se assinalou a memória das vítimas da Máfia (21 de Março), o Papa Francisco pediu, de joelhos, a conversão dos criminosos ligados à Máfia.

No final do encontro que reu-niu cerca de 15 mil pessoas, mui-tas das quais, vítimas do crime organizado, o Papa mandou uma mensagem aos grandes ausen-tes: os próprios mafiosos.

“Não posso terminar sem di-rigir uma palavra aos grandes ausentes hoje, aos homens e mu-lheres mafiosos. Por favor, mu-dem de vida! Convertam-se! Pa-rem de fazer o mal! Convertam--se! Peço-vos de joelhos! É para o vosso bem!”

O poder, o dinheiro que agora têm, proveniente de tantos negó-cios sujos e crimes, são dinheiro e poder ensanguentados e não os poderão levar para a outra vida. Convertam-se! Ainda vão a tem-

Papa pede conversão dos mafiosos

po, para não acabarem no infer-no”, suplicou o Papa Francisco.

Tratou-se de um encontro mui-to emotivo, com a leitura em voz alta dos nomes e apelidos das víti-mas feita por alguns dos familiares, neste dia da memória das vítimas da máfia. Um dos familiares, em nome dos presentes, pediu ao Papa para olhar nos olhos de cada um e

ver a dor de terem perdido um pai, ou um filho, um marido, mulher, irmã ou irmão, todos eles vítimas inocentes mortos pela Máfia.

Muitas das vítimas são magis-trados, agentes de polícia, deze-nas de sacerdotes, jornalistas ou simplesmente cidadãos que ti-veram a coragem de não alinhar com o crime organizado.

O arcebispo filipino D. John Forrosuelo Du concluiu, na passa-da segunda-feira, uma visita a Por-tugal, a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), para agra-decer a ajuda portuguesa na re-construção do país, atingido pelo tufão Haiyan em Novembro.

Em declarações à Agência Ec-clesia, o prelado, da Arquidiocese de Palo, fala num dia “assustador, mesmo aterrorizante”, marcado pela morte e pela destruição.

A 8 de Novembro de 2013, o Haiyan deixou um rasto de cerca de oito mil mortos ou desapare-cidos quando devastou a região central do arquipélago das Filipi-nas, destruindo mais de um mi-lhão de casas.

O tufão, considerado como um dos mais fortes em terra e o segundo desastre natural mais mortífero da história recente das Filipinas, causou prejuízos na or-dem dos 12,9 mil milhões de dó-lares (9,4 mil milhões de euros).

Muitos continuam a residir em abrigos temporários, após semanas de total isolamento por causa dos danos provocados pelo tufão, mas após uma primei-ra reação de tristeza, as pessoas

começaram a responder, graças à sua fé. “

“Na sua maioria são pessoas pobres. Têm esta fé, esta confian-ça no Senhor e por causa dessa confiança, porque acreditam que o Senhor vai estar com eles, avançam, seguem em frente. No entanto, é uma situação de ver-dadeira miséria”, observa D. John Forrosuelo Du.

A Arquidiocese de Palo está situada numa das zonas mais afetadas: as casas, igrejas e a pró-pria residência episcopal foram atingidas pelo vento, numa área de dezenas de quilómetros.

“Tenho 70 igrejas e cerca de 90 por cento ficou severamente danificada. Esta é a situação ago-ra e estamos a tentar reconstruir as igrejas”, revela o arcebispo lo-cal.

As dioceses vizinhas têm pro-curado ajudar, mas só o auxílio de organizações internacionais pode levar à reconstrução.

O prelado filipino passou pela igreja da Encarnação, no Chiado, e pelo Colégio das Irmãs Vicen-tinas, no Campo Grande, em Lis-boa, bem como pelo Santuário de Fátima.

Este último local foi particu-larmente significativo, dado que três dias após a tragédia, os cató-licos de Palo receberam a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

“Não tinha comida, estava sem água. Um grupo de jovens veio e chegou à minha à casa, a pé – não podiam usar o carro, porque a estrada estava cheia de destroços – e traziam-me a ima-gem peregrina de Fátima”, recor-da o arcebispo.

Arcebispo filipino veio a Portugal falar dos desafios reconstrução do seu país

O Vaticano espera mais de cinco milhões de peregrinos para as canonizações de João Paulo II e João XXIII a 27 de Abril, primei-ro domingo após a Páscoa.

O anúncio da data da cerimó-nia de canonização de João Paulo II e João XXIII foi anunciada pelo Papa Francisco a 30 de Setembro do último ano, após consistório ordinário público.

O dia escolhido coincide com o segundo domingo do tempo pascal, da Divina Misericórdia, celebração instituída por João Paulo II e na véspera da qual o Papa polaco faleceu, em 2005.

O actual Papa aprovou a ca-nonização de João XXIII, falecido há 50 anos, após ter recebido o parecer favorável da Congrega-ção para as Causas dos Santos, dispensando o reconhecimento de um novo milagre.

João Paulo II foi proclamado beato por Bento XVI a 1 de Maio de 2011, na Praça de São Pedro.

A penúltima etapa para a de-claração da santidade, na Igreja Católica, concluiu uma primeira fase de trabalhos, iniciada em maio de 2005, incluindo o pro-cesso relativo à cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, que

o Vaticano considerou um mila-gre, depois do repentino desapa-recimento da doença de Parkin-son na religiosa.

Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de Maio de 1920, e mor-reu no Vaticano, a 2 de Abril de 2005.

A Igreja Católica celebra a memória litúrgica de João Paulo II a 22 de Outubro, data que as-sinala o dia de início de pontifi-cado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.

Vaticano espera milhões de peregrinos para a canonização do Papa João Paulo II