Cosplayer n.25

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Vigésima Quinta edição da Cosplayer E-zine, Julho 2016

Transcript of Cosplayer n.25

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LCosplayer nº 25 | Julho de 2016

Capa Legião 501 - Outpost de Portugal Fotografia Tiago Vasconcelos

Direcção Executiva Daniela Oliveira

Assistente ExecutivaAna Salvador

Design e Paginação Daniela Oliveira, Madalena Ramires, Maria João Forte

Escritores André Pereira, Daniela Oliveira, Filipe Jesus, Maria João Forte, Patrícia Bordeira, Tiago Vasconcelos

Fotografia Ana Salvador, Daniela Oliveira, Diogo Ferreira, Hugo Gonçalves, Leonor Grácias, Lúcio Dias, Madalena Ramires, Samuel Pereira, Tiago Vasconcelos, Vanda Allen

Edição de Texto e Tradução André Pereira, Patrícia Bordeira

Esta revista é amiga do ambiente.

disclaimerA Cosplayer E-Zine é uma revista online, sobre costume play e assuntos relacionados, de distribuição gratuita e sem fins lucrativos. Todos os conteúdos presentes são autorizados pelos seus devidos autores e o conteúdo verbal presente em entrevistas representa apenas a opinião dos próprios e não da revista.

No caso da inexistência da atribuíção de devidos créditos em certos conteúdos, pedimos desculpa pelo incómodo e é favor contactar para que tal seja remediado assim que possível.

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Há muito pouco tempo, numa galáxia não muito distante, lançámos mais uma Cosplayer Ezine.E como não conseguimos esconder nada, explorem as nossas páginas para conhecerem os nossos convidados, a 501st Legion Portugal que marcha em direcção à vitória.Também vitorioso foi o Iberanime 2016 que abriu as portas do Meo Arena para um evento maior e melhor! As ordens eram: muita animação e Cosplay, mas a Cosplayer decidiu ir ao encontro do responsável, André Manz.Apertem os cintos, a viagem começa agora.

A equipa da Cosplayer [email protected]

www.cosplayerzine.net

68LIGA STEAMPUNKEntrevista à Liga Steampunk de Lisboa e Províncias Ultramarinas

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COSPLAYER REVELAÇÃO ANGÉLICA ELFICEntrevista à cosplayer, modelo e prop maker portuguesa, Angélica Elfic

EM FOCO: LEGIÃO 501Entrevista a Hugo Pablo, commander do Outpost de Portugal da Legião 501

04 COSPLAY PHOTOSHOOT #13

10 SHOWCASE COSPLAY

22 AONIME 2016

26 ACTION X TEAM

32 IBERANIME LX 2016

40 ENTREVISTA: ANDRÉ MANZ

46 TUTORIAL: CROSSPLAY

50 EM FOCO: LEGIÃO 501

60 CHARACTER SHOWCASE

68 LIGA STEAMPUNK

76 VOX PLAYER

84 ENTREVISTA: ANGÉLICA ELFIC

92 ANICOMICS LISBOA 2016

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REPORTAGEM: FILIPE JESUS | FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

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REPORTAGEM: FILIPE JESUS | FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

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Este ano, o Cosplay Photoshoot an-tecipou-se com a sua 13.ª edição, apresentando-se já no início de Fe-vereiro, no dia 6. Contrariamente ao

que o número malfadado 13 agoira, esta edição correu sem quaisquer problemas e com uma enorme dose de diversão para todos!

Mais uma vez, São Pedro esteve atento ao encontro e abençoou todos os cosplay-ers com um céu limpo e sem chuva pelas 15h, aquando da mega foto de grupo na escadaria do Parque das Nações. É tam-bém verdade que o porteiro de Deus podia ter deixado uma nuvem ou outra para não estragar os níveis de exposição já afinados

pelos fotógrafos mais exigentes, mas é melhor não alimentar intrigas com quem nos tem à mercê com as janelas do Céu.

Para quebrar um pouco a tradição que a E-zine tem alimentado ao longo dos anos, não existiu concurso de fotografia nem foi apresentada uma edição especial. A título experimental, optou-se por avaliar a inte-gração dos cosplayers sem a carga compe-titiva que os concursos oferecem; apostou-se antes numa actividade conjunta com o André Liveevil para a criação de um Lip-Dub entre todos os cosplayers presentes e interessados, ao som da Shake It Off da Taylor Swift!

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Mais uma vez, São Pedro esteve atento ao encontro e abençoou todos os cosplayers com um céu limpo e sem chuva

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Mais uma vez, São Pedro esteve atento ao encontro e abençoou todos os cosplayers com um céu limpo e sem chuva

Aproveito este artigo para uma introspecção geral da comunidade: nunca é demais con-gratular todos os cosplayers em cada artigo referente a este encontro tão especial, mas raramente é dado o devido crédito aos não-cosplayers que trazem a festa até todos; aque-les que nunca dão a cara apenas para que outros a possam dar; que investem dinheiro e horas apenas para que o fruto de dinheiro e horas de outros possa ficar registado; que justificam as memórias guardadas por detrás de cada experiência: os fotógrafos presentes nestes eventos são também uma parte fulcral da comunidade. É a eles, e não apenas aos cos-players, que a E-zine deixa uma mensagem de parabenização por tudo aquilo que fazem.

Se é bom ver um cosplayer ganhar aptidões artísticas com o tempo, também é interessante ver o crescimento técnico dos fotógrafos que acompanham estes eventos, incansáveis na procura do momento perfeito.

O profissionalismo que se sente numa 13.ª edição, onde quem acompanhou de início já se encontra na casa dos 20 a 30 anos, prova que o gosto por esta actividade não invalida o de-senvolvimento qualitativo de quem se esforça. Um grande obrigado a todos vós, vocês sabem quem são!

E até para o ano!

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Showcase

Alisha Diphda - Tales of ZestiriaCosplayer: IllustionFotógrafa: FilipaPortugal

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Edea (Final Fantasy VIII)Cosplayer: ShalizààFotógrafo: Matteo Domizioli Ph.Itália

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Celestia Ludenberg (Danganronpa)Cosplayer: CatiahKatsFotógrafa: Beatriz Ideias Portugal

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Kirakishou (Rozen Maiden)Cosplayer: YuchenFotógrafo: JencusSingapura

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Asuna (Sword Art Online)Cosplayer: Vera LeiteFotógrafo: Artur LoureiroPortugal

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Michiru Kaioh (Sailor Moon)Cosplayer: Anita MidzuFotógrafo: Lord KunziteRússia

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Mikaela Hyakuya (Owari no Seraph)Cosplayer: EpicPandahFotógrafo: Greyman WonderlandEstados Unidos da América

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Yennefer of Vengerberg - The Witcher 3: Wild HuntCosplayer: Daniela Oliveira (Darkicelady)Fotógrafa: Ana Salvador (Kyara17)Portugal

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Maetel, Galaxy Express 999Cosplayer: ladyxzeusFotógrafo: Pedro Vicente (Zé Gato)Portugal

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Elizabeth Liones (Nanatsu no Taizai)Cosplayer: InoriinFotógrafa: sophie-artPortugal

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O nome do evento continua a ganhar tracção em território nacional e cada vez mais e mais cosplayers fazem questão de se

dirigirem a Braga para aquele que é o maior evento no norte do país, fora da cidade do Porto.

Para além das já habituais bancas de lojas, artistas e artesanato, esta edição contou ainda com a presença de Leonor Grácias, como cosplayer convidada, bem como os youtubers Tiagovski e MissMushr00ms.

O concurso de Cosplay, desta edição do AONime, ocorreu no auditório do evento, que tinha condições de deixar eventos

maiores com inveja, tendo sido vencido por Catarina Monteiro (Super D Rina) com o seu fato de Dark Magician Girl (Yu-Gi-Oh!) e o 2.º e 3.º prémios foram respectivamente para Eduardo Fonseca (Snatcher Cosplay) de Gnar (League of Legends) e para a dupla Barbara Azevedo e Miriam Sousa (LadyBug e Unik_Mir) de Tauriel e Legolas (Lord of the Rings).

Ficam mais uma vez os parabéns à AON e a toda organização do AONime. Aguardamos ansiosamente para ver as novidades que a próxima edição trará!

AONimeEste ano, a Associação de Otakus do Norte (AON) trouxe o AONime ao Parque de Exposições de Braga, seguindo a sua tendência de, aos poucos, melhorar a experiência para os participantes a todos os níveis.REPORTAGEM E FOTOGRAFIA: TIAGO VASCONCELOS & DIOGO FERREIRA

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O concurso de Cosplay desta edição do AONime, ocorreu no auditório do evento que tinha condições de deixar eventos maiores com inveja.

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Em 2012, um grupo de atletas com formação e treino em artes marcais, juntou-se a uma equipa de profissionais na área do áudio visual

(argumentistas, cineastas, pós-produção em vídeo e formadores em acrobacias) com o objectivo de criar um episódio piloto para uma web series. A série seria baseada em várias personagens do famoso e mítico jogo Street Fighter.

Apresentou a maquete (teaser), em 2013, no evento Iberanime LX, no MEO Arena - Pavilhão Tejo, que foi aceite tanto pelo público como pelos nossos parceiros de multimédia (Sapo e BGamer). Após a exibição do teaser, contou com uma apresentação ao vivo dos dois personagens Ken e Ryu. Seguiram-se outras participações ao vivo em eventos de cultura pop japonesa e chinesa.

Nesta edição, falámos com o grupo Action X Team, já conhecido de alguns eventos. Fiquem a saber mais sobre este projecto.TEXTO: ACTION X TEAM EDIÇÃO: ANDRÉ PEREIRA FOTOS: ACTION X TEAM E TIAGO VASCONCELOS

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Foi no início de 2013 que se juntou o grupo da Action X Team para formar e treinar duplos para os vários projetos da equipa.

Durante o ano de 2014, produziu um espetáculo de Live Action baseado numa série original, "The Street Fighter Tales", que foi apresentada na 1.ª Comic Con Portugal 2014. O vestuário foi quase todo redesenhado para o espectáculo.

Em 2015, a Action X Team começou a produzir mais um vídeo para a Internet,"HITGIRL”, baseado no célebre jogo "Hitman”, que neste momento está em fase de pós-produção.

Com o Comic Con 2015 em mente, e em parceria com Hypercube, criaram um vídeo para

a abertura da conferência de imprensa da Comic Con 2015, "Mortal Kombat OPORTO City”. Enquanto isso, produziam mais conteúdo, o "Live Action Fair Grounds,” com personagens do mundo da BD (Joker & Harley Quinn vs Deadpool & Domino).

A Action X Team encontra-se em fase de pós-produção de vários projetos e a participar com os já mencionados em vários eventos.

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Director, técnico de efeitos especiais e de pós-produção: Antonio FigueiredoProdutor e coordenador de duplos: Cláudio CondeTécnico de câmara: Quim FigueiredoTécnico de som: Orlando CostaArgumentista: André ParentsArtista de storyboard (STK-Starbullet):Gisela e Sara

Coordenador de acrobacias:Alexandre CarvalhoCabeleireira e maquilhadora: Diana Costa Direcção de actores: Gláucia NoemiCostureira: Marta FerreiraAderecista: Patrícia Godinho

Equipa atual composta por:Cláudio CondeHugo GonçalvesFlávio RibeiroMário GomesPedro CruzPaula MartinhoSusana FariaCatarina FernandesRaquel MarinhoPatrícia Teles

EQUIPA TÉCNICA

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Em 2015, o Iberanime encheu a Sala Tejo, o que levou a dar o grande passo para o MEO Arena, em 2016. Este espaço, que já contou com centenas

de concertos de grandes artistas mundiais, recebeu uma transformação para acolher a nova edição do Iberanime LX, nos passados dias 7 e 8.

Sábado começou com chuva intensa, mas nem isso demoveu as centenas de fãs que esperavam ansiosamente a abertura das portas. Para além do evento, o Parque das Nações também contou com atividades desportivas, o que (juntamente com a chuva) criou alguma confusão em todo o recinto. Ao entrar no MEO Arena, podíamos logo ver a disposição do evento: as bancas de comida, artistas e outras (incluindo a da Cosplayer E-zine) estavam dispostas circularmente no “anel” do recinto. Era aqui que a maior parte dos cosplayers se encontravam nos seus grupos a tirarem fotos.

O Iberanime chegou ao grande palco do MEO Arena, o que nos levou a um evento um pouco diferente. A Cosplayer esteve por lá.

REPORTAGEM: PATRICIA BORDEIRAFOTOGRAFIA: LÚCIO DIAS, HUGO GONÇALVES, TIAGO VASCONCELOS

O evento também contou com a presença da cosplayer japonesa Reika

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A parte central do recinto encontrava-se dividida em duas por uma cortina preta; uma das partes era exclusivamente para o palco principal, enquanto a outra incluía as lojas, o palco secundário e toda a parte de gaming do evento. Os bilhetes de 2 dias e de sábado esgotaram, e era aqui que podíamos ver a consequência disso: a entrada para esta parte do recinto estava condicionada por escadas e de cima podíamos ver uma multidão que corria às lojas em busca do merchandise pretendido. Para além disso, o jogo League of Legends ocupava parte fulcral do recinto, com parte dele reservado exclusivamente a quem queria ver o IA!LOLcup. A Nintendo e a Sony também marcaram presença, embora com uma participação mais pequena em comparação. O evento contou também com a presença de diversos YouTubers portugueses, que estiveram presentes em diversos painéis e actividades.

No Sábado continuou com uma enorme afluência de pessoas que não queriam perder pitada do evento .

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Ainda sábado pudemos assistir à final mundial do Cosplay World Masters, o concurso internacional a cargo do Iberanime, logo pelas 12h30. Para além de competidores de diversos países, o concurso também contou com a participação de duas cosplayers portuguesas apuradas no Iberanime OPO de 2015, a Eliana e a Natércia. Numa competição onde reinaram cosplays e actuações extremamente elaboradas, o campeão desta edição foi o Brasil, com um cosplay de Ezreal de League of Legends, que muito impressionou o público e o júri. O evento também contou com a presença da cosplayer japonesa Reika, convidada do Iberanime, que, para além de jurada dos concursos, também teve a seu cargo workshops de cosplay no evento. O sábado continuou com uma enorme afluência de pessoas que não queriam perder pitada do evento (e também não apanhar chuva!).

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Como é normal nestes eventos, no domingo foi um dia um pouco mais calmo, mas mesmo assim com imensas pessoas. Pelas 12h pudemos assistir ao concurso de Cosplay de Grupo, que contou com mais de 10 participações de grupos. Entre cosplays de diversos media, o grupo vencedor foi o grupo de nome Ukiyo, com fatos de Red Wizard e Malthael do jogo Diablo III. Ainda no Domingo contámos com o concerto dos embaixadores deste Iberanime, os Blasted Mechanism, para fechar o evento!

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Contámos com o concerto dos embaixadores deste Iberanime, os Blasted Mechanism, para fechar o evento.

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André, antes de mais, um grande obrigado por ter aceitado participar nesta entrevista. Começando pelo início do Iberanime, sabemos que os seus filhos tiveram uma enorme influência na sua decisão para a criação do mesmo. Já se encontrava a par do género de eventos e convenções que se realizavam em Portugal?

AM: Antes de mais, muito obrigado pela oportunidade. Na verdade, não conhecia qualquer evento do género em Portugal, até porque não existia nenhum de dimensão considerável. No entanto, no Brasil, o meu país de origem, a cultura pop japonesa tem um peso muito grande ou não fosse o Brasil, o país com mais japoneses depois do Japão! Mas a responsabilidade maior pelo nascimento do Iberanime foi, de facto, a

dificuldade que passei a ter, a partir de uma certa altura, de comunicar com os meus filhos e com os seus amigos. Não dominava os temas que lhes interessavam, não entendia os termos, os nomes das séries, as personagens, os jogos…. Começou a ficar muito difícil conversar e participar em actividades que lhes interessassem. Percebi então, que a melhor forma de resolver a questão era investir a sério na solução, criando condições para que os jovens tivessem acesso a uma oferta mais rica e a uma experiência mais enriquecedora, ao mesmo tempo que as famílias também se podiam envolver e aprender mais sobre o universo que os seus filhos tanto gostam. Gosto de pensar que resolvi o meu problema, resolvendo o de milhares de famílias.

ANDRÉ MANZENTREVISTA

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ANDRÉ MANZENTREVISTA

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A primeira edição contou com fortes investimentos do lado da vossa organização, apresentando-se num espaço amplo, alcatifado, com a presença dos Gaijin Sentai e de Giorgia Vecchini, a grande vencedora do World Cosplay Summit 2005. Acha que todo este investimento compensou?

AM: Hoje não temos qualquer dúvida de que o investimento crescente tem compensado sempre. A compensação traduz-se no número cada vez maior (e como cresce todos os anos!) de fãs/entusiastas do Iberanime. Quem vem uma vez, acaba sempre por voltar e traz consigo amigos e familiares. Há milhares de jovens que aguardam um ano inteiro pelo próximo Iberanime e tantos outros que não perdem as duas edições anuais, de Lisboa e Porto. Muito mais do que um evento, temos consciência de que proporcionamos aos fãs uma experiência única, só possível pelo espírito que se cultiva antes, durante e depois do evento. Nós, equipa organizadora, adoramos o Iberanime e o carinho que pomos na sua preparação acaba por traduzir-se em algo único. É o feedback que recebemos... e é o que sentimos!

Na sua perspectiva, o que distingue o Iberanime de outros eventos?

AM: O Iberanime é o maior evento de cultura pop japonesa. É a cultura japonesa que dá o mote ao evento e que lhe confere a personalidade tão característica que todos reconhecem. Acrescentamos depois outros pontos de interesse, porque vêm complementar os gostos do nosso grupo alvo. Mas não perdemos de vista o nosso ADN.

O Cosplay World Masters tem tido a assinatura da Manz estes últimos anos. Este concurso apresenta-se como e cito o site oficial: “restrito a cosplayers de topo“ e com o objectivo de “eleger o melhor e mais complexo cosplayer do mundo”. Como define um cosplayer de topo?

AM: O nível de sofisticação e de atenção ao detalhe definem a “categoria” do fato. Como pudemos ver na Grande Final do CWM, agora no IA!LX2016, estamos perante concorrentes com um elevadíssimo nível de sofisticação, quer ao nível dos fatos, quer mesmo da interpretação e encenação. Para além da dedicação pessoal que este patamar de competição exige, há também a questão do investimento financeiro associado à criação dos fatos e acessórios. Mas é com muito prazer que vemos que o nível dos cosplayers que nos visitam melhora de edição para edição. Temos cada vez mais cosplayers fantásticos a assistir aos espetáculos. Quem sabe se muitos deles não estarão a competir em breve?

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Outra grande contribuição da Manz para a comunidade cosplayer portuguesa foi a presença oficial de Portugal nas eliminatórias do World Cosplay Summit. Foi fácil trazer esta competição para cá?

AM: Não foi nada fácil, confesso. Mas foi um esforço que valeu muito a pena, pela visibilidade que permitiu dar à comunidade cosplayer portuguesa. O sucesso depende agora do empenho dos nossos cosplayers – em duplas, como manda o regulamento do WCS – para que consigam brilhar na Eliminatória de outubro, no IA!OPO2016, e assim permitir levar a Nagoya os melhores representantes nacionais. Estamos a contar com a criatividade e entusiasmo de todos.

Este ano o Iberanime deu o grande “salto” para o local prestigiado que é o Meo Arena. Como foi adequar o evento a este espaço e como foi o balanço geral desta iniciativa.

AM: O Iberanime de Lisboa superou todas as nossas expectativas! O desafio foi enorme: um espaço a uma escala completamente diferente do que já conhecíamos bem, novas atividades e espetáculos, novos parceiros, naturalmente muitos mais visitantes. Temos pontos de melhoria perfeitamente identificados, mas só

podemos considerar que foi uma aposta feliz, que tem tudo para melhorar ainda mais na próxima edição.

Gostaria de deixar uma mensagem a todos os cosplayers portugueses que nos lêem?

AM: Claro que sim! Os cosplayers que nos visitam são o colorido do Iberanime. É sobretudo neles que pensamos quando, com muitos meses de antecedência, já andamos a preparar a próxima edição. Por isso, a mensagem que gostaria de lhes deixar é esta: Façam do IA!OPO2016 a maior festa de Cosplay de sempre em Portugal. Em vez de uma competição, vamos ter três: a eliminatória portuguesa do World Cosplay Summit (prémio: viagem a Nagoya e participação em dupla na final internacional), a eliminatória portuguesa do Cosplay World Masters (prémio monetário de 750 €) e ainda o concurso de Cosplay de Grupo. Sejam criativos! Comecem já hoje a preparar os vossos fatos e as vossas personagens. Arrisquem! Ousem nos materiais, nas técnicas, nas soluções. Surpreendam-se e surpreendam-nos! Em breve abrirão as inscrições para estas competições e esperamos a maior participação de sempre.

Mais uma vez, obrigado!

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Makeup para CrossplayVem aprender esta maquilhagem básica que pode ser

adaptada a muitos dos teus personagens masculinos favoritos e até ser usada por rapazes nessas mesmas personagens!

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Crossplay é o termo usado quando se faz cosplay de uma personagem do género oposto, neste caso, de rapariga para rapaz. E como tal, é necessário adaptar a maquilhagem às nossas personagens favoritas!Se estiveres a começar agora ou tens algum interesse na área e gostarias de complementar os teus crossplays, experimenta este tutorial muito simples de seguir! TUTORIAL E FOTOGRAFIA: MADALENA RAMIRES

Antes de Tudo:Certifica-te que a tua pele se encontra bem limpa e usa um creme hidratante antes de aplicar qualquer maquilhagem.

1. Coloca a rede para perucas para que seja mais fácil colocar a peruca e para

afastar todo o cabelo do rosto. É aconselhável também, no caso de usares lentes de contacto coloridas, que as coloques antes de aplicar a maquilhagem.

Pele:

2. Com os dedos ou com uma esponja, aplica uma pequena porção de base ou Creme BB

do tamanho de uma noz em cinco pontos (testa, queixo, bochechas e sobre o nariz) e espalha suavemente sobre o rosto até cobrir tudo. Cobre também a zona do pescoço se este estiver descoberto para não existir um grande contraste de tons.Tem especial atenção ao tom da base para que seja adequada ao teu tom de pele ou ao do personagem!

3.De seguida, aplica o corrector de cobertura para cobrir olheiras, borbulhinhas,

sobrancelhas ou qualquer imperfeição que exista na pele. Existem vários tipos de correctores (creme, caneta, pó, lápis, etc.) portanto podes experimentar e ver qual se adequa mais ao teu tipo e cor de pele e necessidades. Espalha-o delicadamente de forma uniforme com uma esponja ou com a ponta dos dedos.

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4. A fase seguinte é talvez a mais complicada: o eyeliner. Recomendo que olhes bem

para o formato dos olhos da personagem que vais recriar, pois apesar de se tratarem de personagens masculinas, muitas têm olhos com formas e traços muito marcados que não podem ser resolvidos apenas com sombreado. Algumas personagens têm olhos redondos e grandes, outras olhos mais finos, longos e desenhados. Começa por aplicar o eyeliner na pálpebra superior (com o eyeliner que preferires, seja ele caneta, liquido ou lápis) sempre do canto do olho para fora com a forma e grossura que pretendas. O de baixo é sempre mais fino e deve ser aplicado a partir do canto posterior do olho para evitar ficar mais grosso de dentro para fora. Pratica várias vezes até melhorares pois é um processo que leva tempo até a mão ganhar alguma estabilidade.

Olhos e Sobrancelhas:

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5.Se a personagem tiver olhos mais redondos, podes rematar o canto do olho

com uma fina linha branca com lápis, que vai criar uma ilusão de espaço, fazendo o olho parecer maior.

6. Cada personagem tem uma cor e forma de sobrancelhas diferente e para o Crossplay

e Cosplay no geral, são determinantes na criação da aparência e da expressão da personagem. Existem várias técnicas para cobrir e desenhar sobrancelhas (com cola de papel e corrector de cobertura, guache, sombra dos olhos, etc.), mas a que usei é a mais simples, usando apenas eyeliner em lápis para um desenho simples. Começa por desenhar de dentro para fora seguindo a linha central da tua sobrancelha. Depois, preenche o espaço à volta, mantendo sempre dentro da sobrancelha. Tratar regularmente da forma das sobrancelhas ajuda a que o processo seja muito mais simples e limpo.

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Sombreado:

7. O sombreado ajuda a reforçar algumas linhas do rosto para o tornar mais

masculino. Usa um pó bronzeador castanho ou uma sombra castanha para desenhar linhas na zona do queixo, bochechas para realçar os ossos dessa zona, têmporas (no caso de a testa estar a descoberto) e contorno do nariz usa um pincel para espalhar, sempre de baixo para cima para que não se torne numa mancha, mas sim linhas esbatidas.

Toques Finais:

8. Remata tudo com pó matte para retirar o brilho excessivo da pele, base e corrector.

9. Aplica um pouco de corrector ou base para lábios cor de pele sobre a parte exterior

do lábio para retirar a tonalidade rosa natural dos lábios femininos. Muitas das personagens masculinas não têm cor nos lábios ou têm lábios mais escuros.

10.Coloca a peruca e não te esqueças de a prender bem, tanto com o clipe como

com ganchos para que não deslize da cabeça.

11. Acima de tudo diverte-te a fazer Cosplay das personagens que mais gostas!

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outpost de PortugaLLegião 501

ENTREVISTA POR: DANIELA OLIVEIRA | FOTOGRAFIA: TIAGO VASCONCELOS

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Para começar, o que é a Legião 501? Conte-nos como tudo começou!

HUGO PABLO: A Legião 501 é uma organização internacional dedicada a celebrar o universo de Star Wars, através da criação, exibição e uso de fatos de qualidade de vilões das várias trilogias. Promove o interesse em Star Wars e facilita o uso destes fatos em eventos relacionados com a temática, bem como contribui para a comunidade local por meio da caridade e trabalho voluntário. É uma organização totalmente voluntária, formada com o propósito de reunir entusiastas de fatos sob uma identidade colectiva. Alguns fãs contentam-se em coleccionar figuras de acção... Outros fãs querem ser figuras de acção! Nada se compara à paixão de construir a sua própria réplica do fato detalhada de um vilão de Star Wars e não há nada como a sensação de trazer as

A Legião 501 já é conhecida por todos os fãs de Star Wars (e não só!) e conta cada vez mais com mais adesões. Se és fã do universo da saga e queres conhecer mais sobre esta organização, não percas esta entrevista, com Hugo Pablo, o Commanding Officer do Outpost de Portugal.

Legião 501ENTREVISTA POR: DANIELA OLIVEIRA | FOTOGRAFIA: TIAGO VASCONCELOS

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personagens de Star Wars para o mundo real e partilhar a magia com os outros. A paixão aumenta quando colocamos os nossos recursos para uma boa causa, como angariação de fundos, trabalhos de caridade e voluntariado. Esta organização passou a ser representada em Portugal, em meados de 2007, quando o nosso membro “pai” João Carreira criou o Outpost de Portugal. Desde então temos vindo a crescer de uma maneira muito significativa ao longo destes anos.

Há quanto tempo é Commanding Officer da Legião 501 em Portugal?

HUGO PABLO: Fui nomeado Commanding Officer há cerca de 2 meses. Estive no cargo de XO (Executive Officer) durante 2 anos

Qual é a “missão” da Legião 501 em Portugal?

HUGO PABLO: A missão da Legião 501 em Portugal é semelhante à praticada em todo o mundo. Trata-se de uma organização internacional sem fins lucrativos, que através de inúmeros voluntários, ajuda várias causas e instituições sociais.

Actualmente quantos membros existem em activo em Portugal? E no mundo?

HUGO PABLO: Neste momento em Portugal, somos 22 membros activos. No mundo existem cerca de 9060 membros activos.

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Qualquer pessoa pode fazer parte da Legião 501? Explique-nos um pouco as etapas do processo para nos tornarmos membros da Legião.

HUGO PABLO: O processo é bastante simples. O primeiro passo é escolher o vilão que se quer “representar”. Depois é adquirir o fato já completo ou em kit, passando pelo processo de montagem ou ajuste conforme o caso. Depois é completar a inscrição para entrar na Legião, preenchendo a ficha e enviando as fotos do fato para avaliação. Este processo serve para averiguar se em termos de fato, o candidato cobre todos os requisitos e está mesmo uma “réplica” dos filmes.

Existe alguma estrutura organizacional na vossa organização? Em que nível se encontra a Legião 501 de Portugal?

HUGO PABLO: A Legião 501, a nível mundial, é organizada em Garrisons, Squads e Outposts. A Legion Command a nível mundial tem o Legion Commanding Officer, Legion Executive Officer e toda uma equipa administrativa que coordena a organização. Cada país gere as suas actividades e reporta ao Comando da Legião 501 mundial. Cada Garrison e Outpost é gerido por um Commanding Officer e a sua equipa de comando.

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As vossas armaduras são baseadas em réplicas das que foram utilizadas nos filmes de Star Wars. Como as conseguem? Compram já feitas ou são os próprios membros que as constroem?

HUGO PABLO: Sim, as armaduras são réplicas exactas das que são usadas nos filmes. Existem inúmeras empresas ou fabricantes de adereços por todo o mundo, já com as licenças que lhes permitem a execução de cópias quase perfeitas dos fatos usados nos filmes. Podem ser compradas prontas a usar ou em kit. As armaduras prontas a usar não obrigam a grande trabalho por parte do membro, embora por vezes a façamos na procura de optimizar ainda mais o seu realismo. Quando compradas em kit, é um trabalho bastante mais complexo e demoroso. Temos de montar, pintar e ajustar peça a peça com as referências que encontramos nos filmes e no manual da 501st.

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A Legião 501 costuma participar activamente em eventos promocionais relacionados com Star Wars e até mesmo em acções de caridade. Pode falar-nos um pouco das últimas acções em que participaram?

HUGO PABLO: São inúmeras as acções de caridade onde já participamos. Desde o IPO, Hospitais Pediátricos, angariações para diversas instituições como a APCL (Associação Portuguesa Contra a Leucemia), Instituto Português do Sangue, Associação SOL, Unicef, entre muitas outras. Uma das acções que penso que marcou mais os membros foi o nosso acompanhamento até ao fim do nosso querido Afonso Couto (filho de André Couto) que era vítima de Leucemia. Procuramos até ao fim alimentar um sonho, dado que ele era um grande fã. Se ele lutasse com as suas forças iria vencer e tornar-se num Jedi poderoso. Visitámo-lo por diversas vezes, fizemos vídeos de incentivo e força para que ele recuperasse. Acabou por falecer aos 7 anos, no dia 3 de Novembro de 2010.

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Para além dos eventos promocionais e as acções de caridade, a Legião 501 costuma participar em outras actividades/eventos?

HUGO PABLO: Sempre que nos abordam com propostas sérias que nos permitem contribuir para alguma causa, estamos mais que prontos para usar as nossas armaduras!

Qual é a sua parte favorita em ser um membro Legião 501?

HUGO PABLO: Saber que no fim do dia a minha paixão por Star Wars possibilita o apoio social a causas importantes. Ou simplesmente arrancar um sorriso a uma criança que pode no futuro vir a ser um membro deste grupo de pessoas extraordinárias!

Quer deixar alguma mensagem aos leitores da nossa revista?

HUGO PABLO: Se tiverem a mesma paixão por Star Wars que eu, entrem em contacto com a Legião 501 para ajudar a fazer a diferença e juntem-se a esta grande família na nossa grande causa.

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“I tell you this, when my days have come to an end, you shall be King...”

Cosplayer: Ana SalvadorFotografia. Lúcio Dias e Daniela OliveiraEdição: Ana Salvador

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“I tell you this, when my days have come to an end, you shall be King...”

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Liga Steampunk

DE LISBOA E PROVÍNCIAS ULTRAMARINAS

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Para começar, contem-nos como tudo começou! O que é a Liga Steampunk deLisboa e Províncias Ultramarinas?

LIGA STEAMPUNK: A Liga Steampunk começou com um pequeno grupo de apaixonados por Steampunk, alguns deles sem sequer saber que gostavam deste género, mas que depressa apreciaram a estética e quiseram saber mais. Depois do sucesso dos dois primeiros eventos realizados n’O Arranca-Corações, a convite dos próprios donos do bar, decidimos criar a Liga Steampunk de Lisboa para continuar a organização dos eventos e para abrir as portas a quem mais se quisesse juntar. O Províncias Ultramarinas surgiu como um acrescento, pois não só mais de metade da Liga não é de Lisboa, como o Steampunk dá-nos o poder de imaginar qual seria a importância de Lisboa numa época vito-

Com uma estética que há muito que capta a atenção de muitas pessoas, nasceu a Liga Steampunk de Lisboa e Províncias Ultramarinas. Continua a ler para saberes o como, o porquê e tudo mais sobre este mundo que é o steampunk.

Liga Steampunk

Pedro GuerraFoto por Pedro Garrancho

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riana com elementos de ficção científica. Quanto à segunda parte da pergunta… O que é que a Liga não é? Temos entre nós apaixonados por literatura, entusiastas do DIY e Cosplay, e alguns génios loucos, megalómanos até, para tornar o nosso dia-a-dia mais emocionante. Cada pessoa tem algo que gosta realmente de fazer e, na Liga, tem espaço para explorar esse seu lado entre pessoas que partilham o mesmo fascínio por este movimento retro-futurista!

Podem explicar muito resumidamente o que é steampunk?

LIGA STEAMPUNK: O steampunk é, muito resumidamente, um movimento que pega em elementos da época vitoriana e os transpõe para a época moderna. Na altura em que se deu a Revolução Industrial, houve um boom na produção e na criação de novos mecanismos que auxiliassem as pessoas no dia-a-dia, mecanismos esses que contribuíram para que hoje em dia

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tenhamos carros, fábricas, etc. A base da energia era o vapor (steam) e, pegando na ideia da rápida evolução que se deu nessa época, e se o Mundo tivesse evoluído com a tecnologia do vapor e criado computadores, zepelins, viagens ao espaço…? A estética pega nos elementos dessa época e dá um twist moderno, mantendo elemento base como goggles, corpetes, rodas dentadas (usadas nos mecanismos), entre outros. Esta ideia não é recente, livros de autores como Júlio Verne, H. G. Wells ou Lovecraft

já abordavam esta questão, embora o conceito da palavra steampunk só tenha sido definido muito mais tarde.

Se alguém quiser entrar para a vossa Liga Steampunk, o que é necessário fazer? Existe algum pré-requisito?

LIGA STEAMPUNK: Neste momento somos um grupo aberto e recebemos todos os interessados, curiosos e aficionados pela temática steampunk no nosso grupo.

Foto por Pedro Garrancho

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Temos um grupo mais fiel entre 10 a 15 pessoas que participam na maioria dos eventos e que nos ajudam a dinamizar a comunidade, procurando expandir o tipo de actividades que fazemos nos eventos onde estamos presentes. Recebemos de braços abertos pessoas que tragam novas ideias ou somente o seu entusiasmo!

As vossas roupas e acessórios primam pelos detalhes. São vocês próprios que as fazem? Onde vão buscar a inspiração e quanto tempo levam a criar um fato destegénero?

LIGA STEAMPUNK: Algumas peças são encomendadas online, sendo o eBay nosso grande amigo, e posteriormente modificadas (ou não). Também vamos buscar acessórios a negócios portugueses especializados, como a Elfic Wear ou os SkyPirate Creations. Outros pormenores, e parte do fascínio do steampunk, surgem ao dar nova vida a roupas antigas que encontramos em feiras ou nos armários dos nossos antepassados! Existem pessoas da Liga que se dedicam à costura dos seus fatos, comprando tecidos ou adaptando peças (como cortinados!) e este processo tanto pode levar semanas como ser fruto de inspiração/pânico de poucos dias. Outros reaproveitam roupa, e outros ainda - tendo o mesmo amor por este movimento, mas menos dotes com a agulha - compram os fatos já feitos. A inspiração tanto pode vir

Ingrid SousaFoto por Rafaela Ferreira

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de exemplos incríveis de fatos steampunk de outros países, de catálogos antigos de roupa vitoriana ou até de uma ideia aleatória que nos surge quando acordamos e que não vai desaparecer até pormos mãos à obra.

A Liga Steampunk costuma participar em alguns eventos nacionais com painéis sobre a temática, demonstrações de duelos, mas também numa actividade chamada “Murder Mystery Game”. Podem explicar no que consiste essa actividade?

LIGA STEAMPUNK: O Murder Mystery Game pode ser definido como um jogo de roleplay, semelhante a um Cluedo interactivo. Este tipo de evento pode durar entre 1 a 2 horas (embora possa ser facilmente adaptado ao tempo disponível) e permite a cada convidado entrar num ambiente sui generis, onde um crime hediondo acabou de acontecer.Cada convidado assume uma personagem com um passado peculiar e tem como objectivo interagir durante o jogo com as restantes pessoas para descobrir quem, onde e como foi cometido o crime. Existem pistas, objectos, alibis, relacionamentos e até mesmo segredos que devem ser explorados ao longo do evento. Cabe a cada participante procurar uma linha lógica que o leve a descobrir o criminoso (caso não seja ele próprio o cruel assassino).É uma oportunidade para conviver, entrar num ambiente único e diferente, quer seja

Ingrid SousaFoto por Rafaela Ferreira

Vanda AdãoFoto por Luís Gregório

Foto por Shadow Shaper

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Leonor FerrãoFoto por Pedro Garrancho

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o Velho Oeste, um Império Steampunk Industrial, entre outros mundos; e poder resolver enigmas ou encarnar ocupações e personalidades que nunca tivemos oportunidade de fazer.

Têm alguma página/site onde possamos acompanhar a Liga Steampunk?

LIGA STEAMPUNK: Enquanto não temos o nosso site disponível em www.ligasteampunk.pt (ainda em construção), todos os nossos eventos, actividades e curiosidades sobre Steampunk e a Liga estão disponíveis na nossa página no Facebook, em: www.facebook.com/ligasteampunklisboa. Estão convidados a juntar-se à comunidade, descobrir onde vamos estar a seguir e virem ter connosco! Será o início de uma aventura com muitos zepelins e rodas dentadas pelo meio.

Ana GodinhoFoto por Pedro Garrancho

Filipe Saint Foto por Rafaela Ferreira

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Será que é possível transformar esta actividade num negócio rentável e próspero, em que possamos investir como carreira?

Embora o Cosplay tenha começado como um hobby bastante específico de um nicho, ao longo dos anos chegam-nos histórias de cosplayers que transformaram esta actividade num negócio rentável e também no seu “ganha-pão”, como as conhecidas cosplayers Yaya Han ou Jessica Nigri, entre outros.

A rentabilidade do Cosplay tem imensas vertentes, desde a parte de construção de um fato (costura e acessórios) para venda, venda de fotos (os conhecidos “prints”) ou apenas aparecer num evento e dar a conhecer o mesmo nas redes sociais, para além de outras formas que vão surgindo ao longo dos anos (se há algo que não podem culpar um cosplayer é de ter falta de imaginação!).

ARTIGO: PATRICIA BORDEIRA

Voxplayer

Ter um emprego em algo que se goste é, por vezes, considerado o “sonho inalcançável” e o Cosplay poderia ser um ramo a investir neste aspecto.

Perguntámos a alguns cosplayers portugueses qual a sua opinião sobre este assunto, que cada vez mais tem sido um tópico de debate na comunidade cosplayer mundial.

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É possível viver do Cosplay, mas também é muito difícil e extenuante. Existe todo um trabalho para estruturar o negócio e o marketing necessário. A Yaya Han é o melhor exemplo disso, ela conseguiu entrar no negócio do Cosplay com perucas, tecidos, moldes, acessórios... Para quem não conseguir ter o laivo de sorte de se tornar num cosplayer famoso e ser pago para estar em eventos, tem de ter um bom leque de produtos, estes muito bem pensados em termos de stock (não é como se não trabalhassem para manter uma boa ligação com os fãs e ter sempre fatos impecáveis, boa maquilhagem, etc...).

É algo que eu tenho em mente; adoro o Cosplay, inclusive foi por causa dele que descobri que queria seguir moda na faculdade e foi das melhores decisões da minha vida. No entanto, ainda estou a estudar de que maneira isso será possível. O que já percebi é que é muito difícil ser conhecida apenas a nível nacional no formato em que estou a pensar. No meu caso, porque não tive grandes posses e é-me difícil investir na modalidade, então vou fazendo o que posso. É um projecto em desenvolvimento porque dependendo das possibilidade das pessoas é diferente.

CÁTIA FERREIRA

CÁTIA: O Cosplay é, sem dúvida, um nicho com potencial económico a explorar, porém quem quiser entrar nesse ramo tem de estabelecer parâmetros. Já tendo explorado um pouco esse mercado: o menos rentável, na minha opinião, são as comissões e a melhor opção é mesmo a revenda de fatos importados. Ainda assim, há gente que não vê com bons olhos essa prática. E isto porquê? A maioria dos pedidos são de pessoas do país por falta de confiança nas lojas online.

Enquanto na China são produzidos centenas de fatos de uma só vez, um artesão só faz um, que demora imenso tempo desde a modelagem aos testes. Tudo isto requer muita auto-disciplina, uma vez que se trabalha por conta própria. Obviamente, o cliente vai sempre querer mais barato. Por essa razão, para alguém se sustentar até ao final do mês, não pode baixar o preço da mão-de-obra que, já com o IVA e o imposto sobre o produto, pouco resta.

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SUSE: Poder transformar um hobby em profissão, sendo algo que realmente gostas, é um sonho e se for possível, porque não? É algo que sempre ponderei. Apenas acho que não é muito rentável no nosso país, com muita pena.

No entanto, pondero abrir um negócio para venda no exterior, através de sites tipo Etsy ou eBay, onde consegues chegar a um público alvo maior que permite que o teu negócio seja mais rentável. Existe também quem faça comissões e com bastante ginástica para gerir os preços/horas de trabalho consegue um bom

dinheiro. Depois temos os prints e toda a publicidade através da nossa imagem, que a meu ver é complicado, a menos que sejas conhecido e gostem do teu trabalho.

O Cosplay está a crescer cada vez mais e esta mudança é, sem dúvida, um grande avanço, por isso tento apoiar todos os cosplayers que se esforçam para ter algum lucro, que futuramente será aplicado em novas técnicas e desenvolver novos projectos.

SUSE SANTOS

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LEO: Acho a rentabilidade do Cosplay muito relativa e, no geral, pouco realista. Os exemplos dados (e os outros conhecidos) são uma percentagem muito pequena, talvez cerca de 1% do total de cosplayers em actividade.

O que o Cosplay nos dá, é uma série de competências e ferramentas para a vida, que podem levar a empregos nas áreas das artes plásticas, trabalhos manuais, fotografia e espectáculo.

Também acho possível criar-se um pequeno negócio à margem do Cosplay como uma loja de acessórios online, um canal (rentável) no YouTube ou, ainda, fazer algum dinheiro através de vendas ou comissões.

Viver do Cosplay, acredito que apenas uma pequena percentagem de pessoas o consiga a nível mundial e quem o faz, é através de parcerias com grandes empresas.

LEO PINELA

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HENRIQUE: Tal como se rentabiliza o gaming profissional, o modelismo e as TCG, muitos cosplayers têm vindo a juntar o útil ao agradável. E isso é louvável.

Acho que é, sem dúvida, um hobby cada vez mais cativante e isso reflecte-se no crescimento do mercado. Se houver procura, haverá sempre oferta. É uma área em que apostaria e tenho tentado! Pelo trabalho envolvido acho que vale a pena. É ótimo ver gente a pegar no Cosplay e tentar fazer dele a sua vida. Tanto sangue, suor e lágrimas, tantas picadas de agulhas e bolhas de cola quente, faz todo o sentido aproveitar tudo ao máximo!

HENRIQUE VASCONÇELOS

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LOKEVA: Se uma pessoa tiver talento, não há nada de mal em tentar fazer lucro com este hobby. Tal como alguns dos cosplayers, eu própria procuro ganhar algum dinheiro para os meus projectos pessoais com comissões, contudo não acho que seja uma área em que consiga ter futuro ou o rendimento suficiente para viver dela – talvez num outro país seja capaz de viver do hobby, onde a procura pelos fatos e prints seja maior.

Relativamente ao impacto que esta transição possa ter, penso que muitas das vezes pode ser levada a mal se o cosplayer não for “famoso”, mas é um risco a enfrentar se queremos realmente lucrar do que fazemos.

LOKEVA

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Sylvanas Windrunner - World of WarcraftFoto por Eleán’Art

AngélicaElfic

Cosplayer Revelação

COSPLAYER 83ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIAS CEDIDAS POR ANGELICA ELFIC

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Steam HatterFoto por Fábio Caetano Photography

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Fala-nos um pouco de ti! Quem é a Angélica Elfic?

ANGÉLICA ELFIC: A Angélica Elfic é uma autodidacta que adora mundos de fantasia. Desde pequena que gosto de criar peças diferentes e de encarnar personagens. Apesar de não ter formação em moda, sou bastante persistente e tento ao máximo evoluir e construir peças cada vez mais elaboradas.

Como é que descobriste o Cosplay?

ANGÉLICA ELFIC: Há bastantes anos que sou apreciadora de Cosplay. Foi principalmente no ano passado que decidi experimentar e criar algo que já existisse, usando o maior rigor possível. Acho que a partir daí fiquei ainda mais fã do movimento.

Angélica Elfic chega ao mundo do cosplay através da fantasia e depressa conquista imensos fãs com o seu fato de World of Warcraft. Venham conhecer mais sobre a nossa Cosplayer Revelação desta edição.

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Muitas das tuas criações são baseadas no mundo da fantasia. Onde vais buscar a tua inspiração para criar peças tão únicas?

ANGÉLICA ELFIC: Admiro imensos artistas que me influenciam bastante na criação dos meus fatos como, por exemplo, Tolkien, Tim Burton, Hans Zimmer, Luis Royo, assim como jogos. A natureza por si só também me inspira bastante.

Explica-nos um pouco o teu processo de criação de um novo fato: que tipo de materiais e técnicas costumas utilizar?

ANGÉLICA ELFIC: Para as criações originais, muitas vezes são os próprios materiais que me indicam o caminho que devo seguir. Por vezes tenho uma ideia já concebida, mas são os materiais que escolhem o resultado final, que pode ser bastante diferente da ideia original. Em relação aos fatos de Cosplay, tento ao máximo encontrar materiais o mais parecidos possíveis ou mesmo criá-los. Os materiais que mais uso são o cabedal, o meu favorito, mas também uso tecidos de todo o género, ferro, madeira e, mais recentemente, Worbla e EVA. Tento escolher o material que se ajuste mais ao tipo de fato que crio, para que o mesmo seja funcional, confortável e resistente.

Luz (Luis Royo)Foto por Eleán’Art

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Luz (Luis Royo)Foto por Eleán’Art

Luz (Luis Royo)Foto por Eleán’Art

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Legolas - Foto por Eleán’Art

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Sylvanas Windrunner - World of WarcraftFoto por Eleán’Art

Edward ScissorHands Foto por Lip Creative Studio

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Costumas participar em eventos? O que mais te atrai?

ANGÉLICA ELFIC: Já participei em desfiles de moda e fiz vários colóquios onde falei da minha experiência como criadora de moda. Recentemente concorri ao concurso de Cosplay da Comic Con, em Portugal, e ganhei. O que mais me atrai neste género de eventos é a experiência em si, pois adoro conhecer pessoas com as mesmas paixões do que eu. Adoro o ambiente de festa, aprender coisas novas e participar nas actividades dos mesmos. Que personagens gostarias de fazer no futuro?

ANGÉLICA ELFIC: Adorava recriar alguma personagem do Senhor dos Anéis, tenho três ou quatro em mente, mas ainda não me consegui decidir. A nível de jogos, como fã de Warcraft, gostaria de fazer um fato da Tyrande.

Tens alguma página/site onde possamos acompanhar o teu percurso enquanto cosplayer/prop maker/costume designer?

ANGÉLICA ELFIC: Podem encontrar a minha página de Cosplay no Facebook, em Angélica Elfic:www.facebook.com/angelica.elficPara quem quiser ver as minhas criações originais, podem encontrar-me também no Facebook, em Elfic Wear:www.facebook.com/elfic.wear

Sylvanas Windrunner - World of WarcraftFoto por Eleán’Art

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O Anicomics despediu-se da biblioteca Orlando Ribeiro em Telheiras e estreou este ano num novo espaço que trouxe muitas novidades. Estivemos por lá.

Quando a falta de espaço ameaça-va o Anicomics, a organização teve de tomar uma decisão: ou saltar 2016 ou procurar alterna-

tivas. E como ninguém queria a primeira, o Anicomics mudou-se de malas e bagagens para o Fórum Lisboa. Um espaço maior e com condições para receber os cosplayers, convidados e visitantes. No entanto, maior nem sempre se traduz em melhor. Infeliz-mente o evento foi assombrado com más coincidências como eventos em simultâ-

neo que drenaram a afluência ao mesmo. Não que isto demovesse a organização que fez de tudo para receber os presentes, com especial destaque para os voluntários sem-pre prestáveis que tanto ajudaram à frente do evento como nos bastidores. O evento teve uma aura especial e fez lembrar a quem vos escreve alguns dos eventos an-tigos, onde o foco eram as pessoas, todos se conheciam e se divertiam sem compli-cações. Eram eventos simples e especiais. Nesse aspecto, o Anicomics venceu.

REPORTAGEM: ANDRÉ PEREIRA & PATRÍCIA BORDEIRA FOTOS: RAQUEL PIPA & DANIELA OLIVEIRA

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Se a mudança de espaço contribuir para um reboot do Anicomics, então esta primeira edição tem muitas arestas a limar para os próximos anos, nunca há bela sem senão. Dava pena ver um auditório quase vazio durante a apresentação dos autores convidados, com especial destaque para o Filipe Melo que lançou recentemente Os Vampiros, com Juan Cavia. Se a afluên-cia destas actividades é reduzida, talvez arranjar salas mais pequenas seja uma solução, aí só vão os interessados e não aqueles que querem marcar lugar senta-dos para outras actividades.

A sinalização do evento é outro ponto a melhorar. Salvou-nos as orientações dos prestáveis voluntários que nos indi-caram os sítios vedados ao público e as bancas dos artistas. Estas deviam ter mais destaque porque expõem os trabalhos e dão a conhecer as pessoas, sempre atraem mais curiosos que procuram variedade.

O evento teve uma aura especial e fez lembrar alguns dos eventos antigos.

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Durante os dois dias ocorreram vári-as palestras e workshops que abordaram várias temáticas, desde BD a vários temas de Cosplay e até fanfiction, entre outros, mas um evento dedicado à BD podia apro-fundar mais e abordar oficinas de escrita e argumentação, ilustração, pintura e afins. Seria algo diferente e que iria atrair curi-osos e quem quer aprender. Não obstante, os eventos acabam por se focar no Cos-play e não houve escassez de concursos, com o grande destaque para a eliminatória portuguesa do European Cosplay Gather-ing, que apurou Carolina com a person-agem Alice (versão Sakizou) e o grupo com-posto por Bárbara, Miriam e Mafalda com personagens do filme Sweeney Todd. Para-béns à nova equipa portuguesa que nos irá representar na final na Japan Expo (muito brevemente)!

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Para além do ECG, pudemos contar com um Show de Cosplay, no qual os cosplayers convidados apresentaram-nos vários skits e um Concurso de Cosplay que se estendeu durante os dois dias do evento, sendo que a vitória coube a Sara e Patrícia com um grupo do jogo Skies of Arcadia.

A Cosplayer esteve presente com a sua habitual banca para prestar apoio aos cos-players e organizou encontros entre cos-players nacionais e respectivos fãs.

No final, o saldo foi positivo. Foi um fim-de-semana bem passado, os visitantes gostaram e aprovaram o novo espaço e o respectivo jardim. A organização já confir-mou a data de 8 e 9 de Abril de 2017 no mesmo local e a Cosplayer também estará por lá. Até daqui a menos de 10 meses!

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