Costa; maicon moreno da cidades panorâmicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTE CURSO DE ARTES VISUAIS CIDADES PANORÂMICAS MAICON MORENO DA COSTA Campo Grande- MS 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTE

CURSO DE ARTES VISUAIS

CIDADES PANORÂMICAS

MAICON MORENO DA COSTA

Campo Grande- MS

2009

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MAICON MORENO DA COSTA

CIDADES PANORÂMICAS

Relatório apresentado como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Artes Visuais à Banca Examinadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob orientação do Prof. Dr. Hélio Godoy.

Campo Grande-MS 2009

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por tudo que tem me proporcionado. Ao meu orientador Hélio

Godoy por toda a sua paciência e motivação em todo o curso.

Ao professor Jonas Santana por ter me ajudado, estando sempre a minha

disposição.

À professora Venise Melo, que aceitou gentilmente o convite para participar da

minha banca examinadora.

Aos meus pais e familiares, que me deram todo o apoio para realizar esta

faculdade, tendo muita paciência, compreensão e carinho.

À todos os meus colegas de curso e funcionários.

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“ Qual um poema, uma fotografia é também um encontro

com o cosmo. A mente humana interage com a grande

mente cósmica, e através da sua câmera- prótese-do-

olhar, pode memorizar um fragmento da eternidade,

e revelar o universo” ( Hélio Godoy)

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RESUMO

Apresentamos neste relatório a relação entre a cidade e a população,

buscou realizar uma proposta de um novo significado da cidade em relação ao

homem, esta que por sua vez passa despercebida aos olhares do homem

metropolitano, com o a correria do dia-a-dia. Registrar o moderno e o antigo, o

residencial e o industrial, o estático e o móvel, e mostrar como todos eles se

combinam para formar uma só unidade. A fotografia nos possibilita tantas

formas de retratar esta integração que optei pelo uso de um recurso pouco

conhecido o HDR, e a fotografia panorâmica que nos dá a possibilidade de

registrar uma imagem de uma forma ampliada com relação as nossas

capacidades perceptivas. É um registro fotográfico da realidade, porém

apresenta uma paisagem impossível de ser capturada pela visão, algo que em

nosso cotidiano não conseguimos distinguir com os nossos olhos. As fotos

serão realizadas na cidade de Campo Grande – MS.

Palavras-chaves: Fotografia; Cidade; Percepção; HDR; Fotografia

Panorâmica

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SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................05

LISTA DE IMAGENS.........................................................................................08

INTRODUÇÃO...................................................................................................12

1. CIDADES.......................................................................................................14

1.1 Origens...................................................................................................14

1.1.2 Surgimento da Cidade........................................................................15

1.1.3 Cidades e Percepção..........................................................................16

1.1.4 A Representação da Cidade...............................................................17

1.2 ANTROPOLOGIA...................................................................................18

1.2.1 Antropologia na Fotografia................................................................20

1.3 Teoria de Umwelt....................................................................................21

1.3.1 Alterações no Umwelt........................................................................23

1.4 Fotografia e sua Historia.........................................................................24

1.4.1 Fotografias como Arte.......................................................................25

1.5 Fotografia Digital.....................................................................................27

1.6 Escolha do Tema....................................................................................27

1.7 Campo Grande- objeto estudado...........................................................27

2. METODOLOGIA.....................................................................................29

2.1 Escolha do Tema....................................................................................29

2.2 Fotografia em HDR.................................................................................32

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2.3 Fotografia Panorâmica ..........................................................................37

2.3.1 Como realizar uma foto Panorâmica ..................................................38

2.4 Finalização e Ampliação.........................................................................42

2.5 Resultados..............................................................................................43

2.5.1 Panorama 1.........................................................................................44

2.5.2 Panorama 2.........................................................................................44

2.5.3 Panorama 3.........................................................................................45

2.5.4 Panorama 4.........................................................................................45

3. CONCLUSÃO................................................................................................47

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................49

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 01- Primeiro ensaio..................................29

Imagem 02- foto Panorâmica...........31

Imagem 03-Teste HDR prédios.............................31

Imagem 04- abrindo os arquivos

no Photomatix-Pró.............................................................................................35

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Imagem 05- combinando duas fotos

para criar a imagem em HDR............................................................................35

Imagem 06- fazendo o Tone Mapping

da foto em RAW.................................................................................................36

Imagem 07- fazendo algumas

alterações no Photoshop...................................................................................37

Imagem 08- imagem com

mancha..............................................................................................................39

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Imagem 09- abrindo as imagens

no Photovista Panorama....................................................................................40

Imagem 10- após adicionar as imagens

usar a opção stitch image..................................................................................40

Imagem 11- ajustes básicos..................................41

Imagem 12- Preview da imagem...........................42

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Panorama1.....................................................................................................44

Panorama 2.......................................................................................................44

Panorama 3.......................................................................................................45

Panorama 4.......................................................................................................45

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INTRODUÇÃO

O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência

começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que

possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse

mantida.

Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou

a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras

cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje.

Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem

modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes

metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas

modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana,

formada principalmente por pessoas, carros, edificações.

Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de

hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus

afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu

mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente.

Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que

tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este

assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente é

essencial.

O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o

mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova

concepção.

Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção

e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de

um prédio para que a imagem pudesse apresentar a cena num modo

geralmente pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de

visão se torna maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma

gama de informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia

panorâmica.

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O equipamento utilizado para se elaborar este trabalho foi uma câmera

digital reflex Nikon D60, câmera profissional que possibilita a alteração no

tempo de exposição e a abertura de diafragma, e contém o armazenamento em

RAW. O uso do tripé foi essencial, pois precisávamos bater varias fotos numa

mesma posição como também alinhá-las. Para a obtenção do HDR temos que

bater diversas fotos da cena com variados tempo de exposição, e para se fazer

o Panorama devemos caminhar com a câmera fotográfica para a próxima cena,

sem que não haja desvio de ângulo pois a segunda foto tem que ter o mesmo

ângulo da primeira e assim sucessivamente.

Aliada à fotografia encontramos os softwares gráficos, que são de

fundamental importância para a edição das imagens. Foram usados os

programas Photomatix-Pró, Photovista panorama e Adobe Photoshop CS4.

Para a apresentação das fotos, usamos a ampliação em papel

fotográfico tradicional, foi usada a dimensão de 1,10 m x 30 cm

aproximadamente em cada foto.

Este relatório foi dividido em duas partes, na primeira parte trata da

questão da cidade em modo geral, desde o surgimento, percepção, a sua

representação, o uso da fotografia e um breve relato da historia da fotografia. A

segunda parte é composta pela metodologia empregada para a realização, o

resultado das fotográficas, e a conclusão do trabalho.

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1.CIDADES

Nos capítulos seguintes abordaremos assuntos referentes a cidades,

origens e como que a população à vê, para que haja um melhor entendimento

sobre as novas tecnologias e o universo em que elas se incorporam em nosso

meio.

1.1 ORIGENS

Como todos nós sabemos, nossa origens segundo Darwin se deu pela

evolução genética, nossos ancestrais os primatas, e destes houveram varias

variações da espécie. Nosso ancestral surgiu na África há aproximadamente 40

mil atrás, uma adaptação do Homo erectus, o Homo sapiens, foi a primeira

espécie anatomicamente semelhante com o homem de hoje.

Segundo Lewis:

Quando se buscam as origens da cidade, pode-se com demasiada facilidade ser tentado a procurar apenas os seus remanescentes físicos. Mas, como ocorre com o retrato do homem primitivo, quando nos concentramos em seus ossos e caco, seus instrumentos e armas, fazemos menos do que justiça a investigação tais como a linguagem e o ritual, que deixam poucos vestígios materiais, se é que deixam. (MUMFORD, 1998,p 10)

Segundo pesquisas paleontólogas podemos descobrir como surgiram as

primeiras civilizações e por conseqüência a origem das primeiras cidades, com

o uso de pequenos fragmentos deixados, este é claro que não possibilitam uma

exatidão de como era a vida naquela época, como cita Mumford (1998) existem

alguns vestígios perdidos. Porém, aqueles que nos deixaram já nos dão uma

boa idéia.

A maior parte do tempo o homem primitivo lutava por sua sobrevivencia.

Nossos ancestrais percorriam o continente africano em grupos isolados

tentando sobreviver à era glacial, como dos grandes predadores e de outras

por assim dizer tribos.

Com a escassez de alimentos começaram a percorrer outros

continentes, tornando assim nômades, com isso começaram a apresentar uma

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inovação em seu modo de pensar, começaram a agir em grupos maiores, onde

um tinha uma idéia e convencia aos outros de executá-la.

Ao se espalharem pelo mundo nossos ancestrais começaram a

desenvolver novos conhecimentos, neste momento começaram a surgir às

primeiras pinturas nas cavernas, retratando a paisagem como também sua vida

em sociedade.

Com o termino da área glacial há cerca de 12 mil anos A.C, houve uma

gradativa evolução, tanto em seu modo de pensar como no de viver. Passaram

a se preocupar em ocupar moradias fixas, para isso pensaram em um novo

método de conseguir alimentos, dando à origem a agricultura.

O homem primitivo não precisava mais migrar de lugar a lugar, deixaram

a caça e a coleta, que era sua única fonte de alimento, e implantaram a

agricultura em seu modo de viver, e também a domesticação dos animais. Este

foi o maior passo em que o homem primitivo deu para se tornar o que somos

até hoje, uma evolução que possibilitou a vida em grandes grupos, onde cada

grupo desempenha um papel, e tendo a necessidade de ter novas idéias, para

que o modo de viver seja o mais agradável possível.

1.1.2 SURGIMENTO DA CIDADE

Lewis Mumford (1998) em seu livro “A Cidade na Historia” nos coloca

várias questões sobre o surgimento da cidade, para Lewis a cidade surgiu das

aldeias, onde cada individuo que nela habitava teve a necessidade de achar

uma função nesta, cada individuo deveria desenvolver uma habilidade para que

pudesse ajudar o crescimento desta aldeia.

Lewis Mumford:

Quando aconteceu tudo isso, a arcaica cultura de aldeia cedeu lugar à “civilização” urbana, essa peculiar combinação de criatividade e controle, de expressão e repressão,de tensão e libertação, cuja manifestação exterior foi a cidade histórica. Em verdade, a partir das suas origens, a cidade pode ser descrita como uma estrutura especialmente equipada para armazenar e transmitir os bens da civilização e suficientemente condensada para admitir a quantidade máxima de facilidades num mínimo de espaço, mas também capaz de um alargamento estrutural que lhe permite encontrar um lugar que sirva de abrigo às necessidades mutáveis e às formas mais complexas

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de uma sociedade crescente e de sua herança social acumulada ( MUMFORD, 1998,p 38) .

Ao longo dos tempos, as cidades passam por vários períodos, uns de

expansões e outro de retrocesso como ocorreu no início do período medieval e

o ressurgimento do crescimento no renascimento. O crescimento urbano passa

a ser constante com a revolução industrial e desde este momento não se tem

mais controle sobre as cidades.

A população começa a crescer sem controle, ocorrendo várias críticas

sobre a qualidade de vida do ambiente urbano, começando com isso a chamar

a atenção de diversas áreas de conhecimento, deixando de ser somente

assunto de arquitetos e engenheiros.

Foi a partir destes questionamentos, que começaram a busca por

respostas sobre o complexo urbano, isto influenciou o entendimento da

comunicação visual. Isto é, para entender a cidade devemos analisar imagens

nela contidas e representá-las. Estas representações se aplicam em várias

linguagens, como a literatura, a fotografia, os documentos históricos, cenas de

filmes, entre outros. Tudo isso tem como função reconhecer cada parte de

construção, com isso deixando um legado em suas aplicações urbanas para as

gerações futuras. Um melhor entendimento em sua evolução ate os dias atuais.

1.1.3 CIDADES E A PERCEPÇÃO

Com a preocupação da origem da cidade, ocorreu uma nova dúvida

entre estudiosos: como que ela é vista? E como é representada? Representá-la

é uma forma de conhecer seu funcionamento, a vida social registra a história

coletiva de seus moradores, mostrar que cada parte de sua construção tem um

significado importante na composição de cada individuo.

Então o ser humano buscou vários aspectos de como esta

representação era vista como sita Tuan no trecho abaixo:

O visitante e o nativo focalizam aspectos bem diferentes do meio

ambiente. Em geral, podemos dizer que somente o visitante (e especial o turista) tem um ponto de vista; sua percepção freqüentemente se reduz a usar os seus olhos para compor quadros. Ao contrario, o nativo tem uma atitude complexa derivada da sua

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imersão na totalidade de seu meio ambiente. O ponto de vista do visitante, por ser simples, é facilmente enunciado. O visitante, freqüentemente, é capaz de perceber méritos e defeitos, em um ambiente que não são mais visíveis para o residente. (TUAN, 1980, p23)

A avaliação do meio ambiente pelo turista é essencialmente estética, ele

julga a imagem por ser bela ou não, como sita Tuan acima, o turista busca

compor quadros estéticos belos em sua paisagem. Já o nativo busca em cada

paisagem um significado para que esta seja representada.

Para se entender melhor de como estas imagens são captadas e

exercem algum significado em nossa memória, criou-se uma nova ciência para

o seu entendimento: a Antropologia Visual.

1.1.4 A REPRESENTAÇÃO DA CIDADE

... a cidade é um receptáculo especial destinado a armazenar e transmitir mensagens. No principio, todas as suas funções criativas eram ligadas à religião, e as mensagens mais significativas eram sagradas, escritas nas estrelas ou nas entranhas dos animais, nos sonhos, alucinações e profecias, penetraram nos domínios especiais do clero. Durante muito tempo, monopolizou o clero os poderes criadores, e as formas da cidade expressaram esse monopólio. ( MUMFORD, 1998, p 114)

A cidade como obra de arte, é aquela que apresenta a imagem urbana

como uma representação pictórica. Isso acontece no final do século XIX

quando a imagem da cidade aparece como resposta à necessidade cultural de

entretenimento, prazer e fantasia que brotam no turbilhão do progresso

econômico e da revolução industrial. A paisagem urbana passa a ser um tema

recorrente na pintura e na fotografia, já que a imagem fotográfica começa a ser

relacionada com um avanço a modernidade.

Nem é preciso dizer que essa libertação da criatividade não foi uma das finalidades originais do agrupamento humano, nem ainda da própria implosão urbana; e foi a forma apenas parcial e por movimentos súbitos que caracterizou o desenvolvimento da cidade. Ainda hoje, apenas uma parte das energias totais da comunidade volta-se para a educação e expressão: sacrificamos muito mais às artes da destruição e extermínio que às artes da criação. Contudo, é graças à execução de atos criadores, na arte, no pensamento, nas relações pessoais, que a cidade pode ser identificada como algo

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mais que uma organização puramente funcional de fábricas e armazéns, cavernas, tribunais, prisões e centro de controle. ( MUMFORD, 1998,p 116)

A arte inserida na cidade começa a ter um novo parâmetro, a

valorização de cada meio urbano, a busca de locais em que a população use e

desfrute de cenas inusitadas. A cidade passa de local onde encontramos uma

moradia, para um conjunto de experiências artísticas, é claro que ambas

caminham juntas, mas gradativamente há um aumento nas criações artísticas

na cidade.

Desde a pintura, passando para o grafismo em muros, propagandas

como outdoor, cartazes e a própria fotografia. Hoje ao caminharmos pelas ruas

vemos em cada local, várias linguagens artísticas, isso faz com que o homem

moderno coloque cada dia mais a arte em seu meio, afastando esta de

instituições, como museus e galerias de artes, usando meios mais simples para

demonstrar artisticamente suas intervenções tanto na cidade como em cada

morador que nela reside.

Cabe ao artista a preocupação, de trazer o homem moderno, este que

vive em um mundo agitado, onde o tempo é algo muito valioso, para o mundo

artístico, como diz o velho provérbio: “se Maomé não vai a montanha, a

montanha vai a Maomé”. Se o homem moderno não pode ir as instituições de

arte, então cabe ao artista levar esta arte as ruas, para que o público participe

dos movimentos artísticos.

1.2- ANTROPOLOGIA

Desde os primórdios dos tempos os seres vivos transformaram seu

modo de ver e olhar o meio em que habitam, onde, cada qual usa de um

sentido amplificado para que possa sobreviver.

O estudo abordado neste trabalho está relacionado com a percepção

humana, onde buscamos uma visão individual de cada ser, com relação ao

mundo. Cada qual sugere um mundo ao seu próprio meio óptico e sistema

neurológico, como em todos os seres humanos nosso sistema perceptivo é

semelhante, não há tantas alterações nas suas perspectivas.

Segundo Tuan:

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Todos os seres humanos compartilham percepções comuns, um mundo comum, em virtude de possuírem órgãos similares. A unicidade da perspectiva humana torna-se-á evidentemente quando pararmos para indagar como a realidade humana deve diferir da dos outros animais( TUAN, 1980, p.25)

A visão humana como a de outros primatas evoluiu em um meio

ambiente arbóreo, em grandes florestas, onde saber observar o seu meio se

resume em sua própria sobrevivência. Durante um longo caminho de evolução

os primatas sofreram varias alterações, onde adquiriram olhos grandes e

narizes pequenos, para que este não prejudicasse a visão. O homem possui

uma visão estereoscópica, onde com dois olhos frontais possibilita uma visão

binocular, auxiliando o homem a ver objetos tridimensionais.

Os Homo- sapiens são capazes de distinguir os objetos pela sua forma,

cor e textura, isto possibilita que além de uma boa visão tenham grande

habilidade dos mesmos, vendo-o em diversos ângulos.

Além da visão, os seres humanos possuem mais quatro sentidos:

audição, tato, paladar e olfato, estes formam a nossa percepção. O tato nos

possibilita ter uma percepção de tridimensionalidade. O olfato nos traz

sensações vividas, o odor nos possibilita projetar ao cérebro lembranças, como

por exemplo, o cheiro de terra molhada, nos remetendo a chuva, fazendas. Já

o paladar também nos remete as sensações, isto é, ao degustar um alimento o

ser humano passa a ter lembranças vividas carregadas emocionalmente, por

exemplo, a pipoca de um cinema, nos remetendo a um filme que vimos.

A percepção é uma atividade, um entender-se para o mundo. Os órgãos dos sentidos são pouco eficazes quando não são ativamente usados. Nosso sentido tátil é muito delicado, mas para diferenciar textura ou dureza das superfícies não é suficiente colocar um dedo sobre elas; o dedo tem que se movimentar sobre elas. É possível ter olhos e não ver; ouvidos e não ouvir. (TUAN, 1980, p.71)

Para que o ser humano possa ter uma boa funcionalidade de seus

órgãos dos sentidos, deve-se exercitá-los. Quando ocorre a perda de um

destes sentidos, há uma compensação, isto é, um aumento na percepção dos

outros sentidos. Mas este assunto sobre a alteração de percepções será

abordada das próximas páginas.

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A antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego, anthropos

(homem / pessoa) e logos (razão / pensamento) é a ciência que estuda o

homem e humanidade num sentido amplo. Primeiramente, foi considerada

como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no

espaço e no tempo. Mas com esta classificação restringiu muito seu campo de

estudo, o homem físico. Esta postura limitou os estudos da antropologia por

muitos anos.

Com o passar do tempo a antropologia pode se desprender de alguns

conceitos e totalizar seus estudos, tendo um campo de investigação muito

amplo, não se preocupando só com o homem, mas com todo o espaços. Para

isso foi dividida em duas áreas: a Antropologia Física (ou Biológica) e a

Antropologia Cultural, que se centram no desejo do homem de conhecer a sua

origem, a capacidade que ele tem de conhecer-se, nos costumes e no instinto.

1.2.1 ANTROPOLOGIA NA FOTOGRAFIA

A antropologia acompanhou de perto o desenvolvimento da fotografia e

do cinema, seus estudos estão relacionados com a percepção do autor

fotográfico, passando-a para seus espectadores.

Ao falar da fotografia e do cinema, devemos mencionar a imagem, esta

que é um dos principais componentes da analise antropológica. Isto é uma

tarefa difícil, principalmente devido a subjetividade associada a ela. Um antigo

provérbio chinês já dizia: "Uma imagem vale mais do que mil palavras...". Mais

especificamente, podemos dizer que uma imagem contém imensa quantidade

de informações, e que um observador humano interpreta frequentemente,

globalmente e qualitativamente cada qual.

No campo da antropologia a imagem é o melhor meio de se comunicar

interculturalmente, ao permitir captar e transmitir o que não é imediatamente

transmissível no campo lingüístico. A fotografia, o cinema e a televisão, são

elementos que estão pressentes em nosso cotidiano de modo cada vez mais

intenso. Agimos e interagimos com as imagens sem perceber o quanto elas

influenciam o nosso cotidiano, algumas destas não falam por si só, mas

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expressam e dialogam com os modos de vida típicos da sociedade que as

produz.

A imagem pode ser lida como um texto, dando ao espectador várias

interpretações, apesar de estarem cheias de resíduos reais, elas não são uma

extensão da realidade, mas sim uma criação interpretativa de um imaginário

social, a imagem em cada qual estaria envolvida por um Umwelt.

Segundo Sylvia Caiuby :

Cabe a antropologia captar a natureza desse olhar que registra, procurar desvendar, através dessas imagens, um pouco do elemento representado, um pouco daquele que o registrou. ( CAIUBY, 1993, p. 113)

A antropologia é a ciência que tende a se preocupar com este olhar, um

estudo detalhado sobre a imagem, buscando pontos interpretativos, interligado

a obra, autor e espectador.

1.3 TEORIA DE UMWELT

A teoria de Umwelt foi elaborada por Jakob Von Uexkül (1864- 1944),

estudioso de zoologia, desenvolveu pesquisas sobre problemas biológicos do

comportamento e problemas neurológicos. Ele é um dos fundadores da

moderna pesquisa do comportamento (etologia).

Sua teoria é definida pela integração do sujeito e objeto como elementos

inter- relacionados, isto é, tanto o sujeito como o objeto se complementam,

para que haja uma maior absorção na informação.

Uexkül descreve as relações entre os elementos dos processos

sígnicos como um sistema dinâmico organizado em forma de círculo. Ele criou

este processo para o observador humano interpretar os processos sígnicos em

animais.

O Umwelt é basicamente uma bolha que envolve cada indivíduo. Este

que, por sua vez, ao absorver conhecimento irá acrescentar em seu Umwelt.

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Cada informação vai se juntando neste Umwelt, informação necessária para a

sobrevivência do indivíduo estará contida em seu Umwelt.

Um Umwelt particular é uma construção perspectiva imposta pela historia evolutiva de um ser vivo. Quando o signo surge como mediador entre o sujeito e realidade, ele reflete algo desta, pelo mero fato do sistema ter conseguido sobreviver! ( UEXKUL, 2004, p.24)

Quanto mais complexo é um ser vivo, também é o seu Umwelt, no

sentido de conter mais e mais signos coerentes com a realidade. Nós seres

humanos apresentamos um ampliado Umwelt, pois somos seres racionais,

buscamos cada dia um maior entendimento, sobre o que somos, e quais são

as nossas funções no nosso meio. A cada dia nosso Umwelt se renova com

nossas experiências, pois o pensamento humano é cheio de perguntas, e para

isso buscamos respostas.

Para entender melhor como é este funcionamento Uexkül realizou sua

pesquisa em carrapatos:

O carrapato permanece inerte debaixo da ponta de um galho, no mato. Sua posição permite-lhe despencar sobre o mamífero transeunte. Não há estímulo de todo o ambiente que possa receber. Então se aproxima o mamífero de cujo o sangue ele precisa (como alimento) para gerar sua progênie. E agora algo verdadeiramente estupendo acontece: de todos os fatores estimulantes produzidos pelo corpo do mamífero apenas três- em sua seqüência especifica-se tornam estímulos. Fora do mundo super proporcional, o carrapato é circundado por três brilhos estimuladores( signos perceptivos) como sinais luminosos no escuro e servem ao carrapato como faróis que incrivelmente o dirigem a sua vitima. ( UEXKUL, 2004, p 26-27)

O carrapato apresenta três órgãos receptores que captam três signos:

signos olfativos, onde ele sente o cheiro do suor dos organismos de sangue

quente; signos táteis, sentindo o couro e o pelo do animal; signos temperaturais

produzidos pelo calor das áreas dérmicas. Cada signo corresponde a um ponto

de seu círculo Umwelt, pontos muito importantes para a sua sobrevivência.

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1.3.1 ALTERAÇÕES NO UMWELT

Isto pode ocorrer por vários fatores, tanto genéticos como ocorrido por

acidente, no livro “Um antropólogo em Marte”, Oliver Sacks (1995), fala sobre a

vida de algumas pessoas que tiveram seu Umwelt mudado.

Ele aborda sete histórias de pessoas que por meios trágicos e

dramáticos tiveram sua vida alterada drasticamente, para Sacks estes casos

clínicos são só alguns exemplos de como a percepção de cada indivíduo pode

ser alterada, impossibilitando, a vida dele ao meio ambiente.

Uma de suas historia retrata a vida de um pintor de 65 anos, que após

um trágico acidente, lesionando os cones em sua retina, torna-se daltônico,

enxergando as imagem em preto e branco.

Ele reconhecia as cores de tudo com exatidão extraordinária (podia dar não apenas nomes, mas os números das cores listadas na paleta de variações de Pantone, que havia usado durante anos). Podia identificar incontinenti o verde da mesa de bilhar de Van Gogh. Conhecia todas as cores de seus quadros prediletos, mas não podia mais vê-las, nem quando olhava de fato, nem através de seu”olho mental”. Talvez as conhecesse agora apenas pela memória verbal. Não apenas as cores haviam desaparecido, mas o que ele via tinha uma aparência desagradável, “suja”, os brancos reduzidos, embora descorados e impuros, os pretos cavernosos- tudo era errado, desnaturado e manchado. ( SACKS, 1995,p 22)

Para este pintor toda sua experiência com as cores, havia acabado com

seu trágico acidente, pois não conseguia mais pintar como antes, pois seu

Umwelt havia mudado, toda a percepção de anos teve uma grave mudança.

Sua existência como pintor já não era mais possível, pois uma vida sem cor, é

muito difícil, já que todos estes anos ela esteve presente em sua vida.

A única solução nestes casos é ter de se adaptar as condições, pois a

sua vida nunca mais seria a mesma, já que a ausência de cor estaria presente

pelo resto de sua vida.

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Em outro caso, Sacks aborda a história de um massagista cego de

cinqüenta anos que desde a infância, tinha densas cataratas e também

diagnosticado como portador de renite pigmentosa, após sua esposa levá-lo ao

oftalmologista, e fazer uma cirurgia, recupera sua visão.

Mas quando este, após a cirurgia, abre os olhos se depara com um

mundo desconhecido, algo que seu Umwelt nunca tinha vivenciado.

Removida a catarata, ele pôde ver cores e movimentos, ver (mas não identificar) grandes objetos e formas (...) faltava-lhe um campo visual coerente, porque sua visão central era fraca, sendo quase impossível para o olho fixar-se em pontos específicos. ( SACKS, 1995, p 120)

Ao se deparar com este novo mundo este homem, passa a ter novas

experiências, seu Umwelt não estava acostumado a receber estes novos

signos, signos que após alguns anos serão integrados ao seu processo de

vida.

Nós que nascemos com a visão mal podemos imaginar tal confusão. Já que, possuindo de nascença a totalidade dos sentidos e fazendo as correlações entre eles, um com o outro, criamos um mundo visível de inicio, um mundo de objetos, conceitos e sentidos visuais. Quando abrimos nossos olhos todas as manhãs, damos de cara com um mundo que passamos a vida aprendendo a ver.( SACKS, 1995, p119)

Cada dia somos deparados com uma nova informação, mesmo que esta

distorça o Umwelt conhecido, isto faz com que, distinguimos o que serve para a

nossa vida ou não.

1.4 FOTOGRAFIA E SUA HISTÓRIA

A primeira pessoa a tirar uma verdadeira fotografia, pois anteriormente

existiam experimentos como câmeras escuras e também claras, foi Joseph

Nicéphore Niepce, em 1826. Ele reproduziu após dez anos de experiência no

sótão de sua casa a primeira imagem fotográfica.

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25

Oriundo da Borgonha, Niepce era um homem arredio, dedicado à invenção de aparelhos técnicos, e interessara-se pela produção de imagens por processos mecânicos através da ação da luz em 1916, três anos depois de começar a trabalhar com litografias. (BUSSELLE, 1979, p 30)

Mas suas técnicas não eram muito adequadas para a utilização do que

vemos hoje em dia, já que usava verniz de asfalto, aplicado sobre o vidro, além

de umas misturas de óleo para a fixação, e uma exposição de oito horas.

A descoberta que é mais semelhante a que usamos hoje foi feita pelo

pintor e empresário Louis Jacques Mande Daguerre, que em 1835, quando

apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata, e

que apesar de exposta não apresentava vestígios de imagem, após guardá-la

no dia seguinte apareceu sobre ela uma imagem revelada.

É claro que para que esta fotografia ficasse igual a que vemos nos dias

de hoje, foram realizados vários experimentos. Tentando reduzir o processo

fotográfico, tanto em tamanho das máquinas até nos suportes de fixação da

imagem, para que esta seja usada nos dias atuais.

1.4.1 FOTOGRAFIAS COMO ARTE

Após a apresentação das obras de Daguerre, começaram as

especulações se a fotografia seria uma extensão da pintura, ou seria um novo

meio artístico de expressão.

Começaram a especular em como a fotografia iria ser vista como uma

obra de arte, pois era um processo totalmente mecânico, seria possível o

artista interferir em cada cena?

Enquanto a obra de arte se define usualmente pelo que uma obra tem de expressão humana, ate então apenas viabilizada pela manipulação direta da obra, uma produção técnica se caracteriza exatamente pela substituição da mão do homem por operações programadas. Se a imagem construída por uma maquina não poderia ter valor artístico, a solução mais cômoda foi ressaltar as

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26

etapas de controle do processo fotográfico: organização dos rebuscados cenários, retoques, montagens e outros efeitos. E, se uma parte fundamental do processo não deixava de ser automática, nada deveria passar por ela sem o consentimento do autor. ( SAMAIN, 1998, p 275)

Então, para que a fotografia seja vista como arte,devemos antes, nos

preocupar com a temática e também no impacto visual que esta irá causar.

Depois levamos esta fotografia para nossos estúdios, onde a manipularemos,

para que seja diferenciada de fotografia convencional. Na fotografia artística,

além de retratarmos a imagem, nós observamos também a expressão do

fotógrafo nela contida.

A Arte no Século XXI: A Humanização das Tecnologias coloca uma questão atual: a produção artística sintonizada com os avanços tecnológicos, revelando os aspectos humanos das tecnologias. As considerações têm a arte como ponto de convergência e são pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea, determinando traços da cultura deste final de século. (DOMINGUES, 2003, p.11)

1.5 FOTOGRAFIA DIGITAL

Em pleno século XXI a arte e a tecnologia andam juntas, exposições

artísticas passaram a apresentar, além de obras convencionais (pintura,

escultura, desenho), as obras audiovisuais, a mistura das artes com a

tecnologia.

A criação artística concebida pelo computador é um importante campo de expressão da arte contemporânea. Ela engloba artistas que utilizam programas de computador, assim como os que trabalham com softwares ou com resultado deles, uma variedade de efeitos visuais com animação, realidade virtual, imagem em 3D, etc. o pioneiro da arte no computador foi o americano Michael Noll que em 1963, nos laboratórios da Bell, criou a primeira imagem artística no computador. (CAPISANI, 2000, p. 59)

Hoje cabe ao artista atualizar-se com as novas tecnologias, pois elas se

renovam constantemente, e utilizando a internet, isto ocorre mais facilmente.

Novas fotografias e novas técnicas são postadas diariamente em blogs, flickrs,

e até no Orkut.

Page 27: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

27

O rápido desenvolvimento da internet e o aumento do numero de artistas trabalhado com a tecnologia digital, enfoca o papel da interatividade e de uma nova forma de autoria na mídia eletrônica. (CAPISANI, 2000, p.60)

A principal diferença entre a câmera analógica e a digital, é que a

câmera digital não usa filme, Uma câmera fotográfica digital capta, por meio de

células foto-sensíveis (chamadas CCD, Charge Coupled Device), a luz da cena

a fotografar. Esta informação, captada analogicamente, é digitalizada (pelo que

se chama um "shift register") e armazenada num meio magnético (disquete,

CD, pen-drives e cartão de memórias.

Outra diferença é que a grande maioria das câmeras digitais possui um

visor de cristal liquido onde é possível ver a imagem antes, ou após a tomada

da foto, permitindo mantê-la, repeti-la ou apagá-la, caso o fotografo deseje.

As fotos podem ser transferidas e armazenadas no computador,

passando as por um cabo USB ou pelo cartão de memória. No computador

podemos editá-las, usando programas como Adobe Photoshop, CorelDRAW,

Photomatix Pro e as possibilidades de manipulação infinita.

1.7 CAMPO GRANDE- objeto estudado.

Dos 77 municípios que compõem o estado, destaca-se a cidade de

Campo Grande. A cidade foi fundada por José Antonio Pereira,um mineiro que

vinha em direção aos campos de vacaria, com a noticia de que havia grandes

pastagens naturais na região dos Campos da Vacaria chegou ao Triângulo

Mineiro durante a Guerra do Paraguai.

Em Uberaba, José Antonio Pereira interessou-se por aquelas terras.

Para vê-las, deixou a cidade acompanhada por uma pequena comitiva e seguiu

o caminho usado pelos soldados durante a guerra.

Ao chegarem à confluência dos rios Prosa e Segredo, construíram um

rancho. Pereira gostou do que viu e, depois de descansar, regressou a Minas

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28

Gerais. Um ano depois, em 1872, voltou com a família e mais 62 pessoas.

Dessa vez para ficar.

Foi assim que surgiu um povoado em pleno sertão, nas encostas da

serra de Maracaju. Essa povoação deu origem a Campo Grande.

Favorecida por sua localização geográfica, a cidade se transformou num centro irradiador do desenvolvimento socioeconômico e político na porção sul do estado de Mato Grosso. Hoje com mais de 500.000 pessoas Campo Grande, tem interferências culturais, esta gera uma grande influência na população campo-grandense. (MENDES, 1997. p.34-35)

A cidade passou de um pequeno povoado à uma grande capital, hoje

com suas construções e paisagens, ela passa a misturar a arquitetura com a

natureza, tornando-se umas das capitais mas arborizadas do Brasil.

Em nossos estudos utilizamos a paisagem de Campo Grande, para a

realização, das pesquisas fotográficas. Mostrando que em um ambiente urbano

conhecido, é possível fazer alterações fotográficas de sua imagem, de modo

que o habitante possa de alguma forma incorporar este novo signo em seu

Umwelt.

Page 29: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

29

2 METODOLOGIA

A partir deste capitulo começa a descrição do processo de execução do

trabalho prático, mostrando como que foi a sua elaboração e produção,

utilizando softwares gráficos, finalização, a preparação dos arquivos digitais e a

impressão.

1.6 A ESCOLHA DO TEMA

A representação da cidade esteve contida nos meus primeiros ensaios

fotográficos, mas após apresentarmos a foto para o projeto de pesquisa de

bacharelado I, buscamos uma melhor interpretação desta.

Partimos do ponto de como que a cidade iria influenciar artisticamente

tanto o meu trabalho como de outros artistas, passando de uma fotografia

turística, para uma foto artística.

O primeiro momento buscou interferências, tanto tonais e de ângulos

variados (imagem 01).

imagem 01- primeiro ensaio.

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30

Mas para apresentamos mais impacto começamos a buscar artistas que

usavam as cidades como uma forma de expressão em suas fotografias.

Deparei-me com o arquiteto Victor Hugo Mori, com seu vasto currículo, foi

chefe de Restauro e diretor técnico do Condephaat. Coordenador da comissão

do patrimônio histórico do IAB e conselheiro do Condephaat, autor de

“Arquitetura Militar: um panorama histórico a partir do porto de santos”.

Mori faz parte de um grupo que percorre o Brasil documentando

construções históricas. A ação surgiu a partir de um projeto elaborado por

Mário de Andrade que deu origem ao instituto, em 1937, no qual o escritor

trabalhou como primeiro assistente técnico. Mori mostra fotografias com

imagens panorâmicas e de patrimônios históricos de cidades brasileiras.

Em 2006 elaborei uma panorâmica da cidade de São Paulo 360º do alto da Torre do Banespa que o meu parceiro do IPHAN-SP, o arquiteto Mauro Bondi, identificou as principais referências urbanas que apareciam e transformou esta imagem em um belo cartão de natal que enviamos para uma centena de amigos. O título era "Paulicéia Desvairada". Foi um sucesso. Três pessoas (minha mãe, o Michel Gorski e o Abilio Guerra) adoraram, o restante nos amaldiçoou. No ano de 2007 repetimos a dose com um novo cartão com uma panorâmica dos bairros Jardins tirada a partir do terraço do Hotel Unique. Outro sucesso, mas desta vez apenas o Michel e o Abilio gostaram. Passamos o reveillon em Paris, eu, minha mulher Alexandrina (Nina), o Mauro e sua esposa Bia. Lá encontramos outros colegas arquiteturistas como o casal Paulo e Briane Bicca e o Felipe Pontes. Atendendo o pedido dos nossos únicos fãs que restaram para fazer uma "nova brincadeira" denominada "Pariscéia Desvairada" montei no Photoshop uma panorâmica a partir do Torre de Montparnasse em que o Mauro identificou as principais referências arquitetônicas da paisagem haussmanniana. (MORI).

Começamos a ver como que a foto panorâmica seria inserida em nosso

trabalho (imagem 02), para que a foto apresentasse um maior impacto

começamos as pesquisas sobre a fotografia em HDR, esta que apresentava

umas imagens com uma ampla variedade tonal, dando ao espectador um

impacto visual mais forte. (imagem 03).

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31

Imagem 02- foto panorâmica.

Imagem 03- teste do HDR prédios.

A pesar de ter vários estudos relacionados a cidades, nosso

intuito era revisar tanto os dados bibliográficos, como as imagens das

cidades, para tornar uma nova visão de como ela pode ser

representada.

Page 32: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

32

2.1 FOTOGRAFIA EM HDR

HDR é a sigla de High Dynamic Range (alta largura da dinâmica), é uma

técnica fotográfica avançada, onde a imagem gerada dá-se da ocorrência de

varias fotografias tiradas de um objeto com variados tempo de exposição.

O uso do HDR é muito recente, ele é um descobrimento do final do

século XX, por isso é muito difícil, achar pesquisas nesta área, como textos

acadêmicos e até mesmo artigos do gênero.

Este novo recurso veio para que possamos capturar maiores

informações da imagem, fazendo com que ela permaneça com todas as

informações de claro e escuro e uma imagem, com alta qualidade de

informação.

Esta técnica é de fundamental importância para que a fotografia

apresentada cause um grande impacto visual, pois este é o intuito do HDR,

fazer com que a cena da cidade seja mudada, dando a ela uma dramaticidade.

Trazendo ao espaço detalhes que passam despercebidos ao olhar humano,

como nos capítulos anteriores sobre a teoria da percepção visual, estudamos

quanto o olhar humano pode apresentar distorções por ocorrência de acidentes

ou até por ocorrência nas alterações evolutivas, aqui nós interferimos nesta

percepção.

A interferência ocorrerá na cidade de Campo Grande- MS pois nos

proporciona uma boa composição com uma mistura da urbanização e espaços

verdes, uma cidade grande com aspecto ainda interiorano.

O objetivo de usar o HDR é gerar maior expressão na fotografia, deixar

com que o espectador participe da fotografia, a aproximação dos prédios faz

com que ele se sinta integrante da cidade, isto faz com que haja um novo

agregamento de um novo signo em seu Umwelt.

Para se criar estas imagens realizamos varias pesquisas na utilização do

HDR, para que ele possibilitasse o impacto visual desejado. Como falado

anteriormente, é uma técnica muito recente, houve alguns problemas, para

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33

isso, fizemos ao longo de dois anos vários testes, estes, buscando um

resultado que hoje se mantém satisfatório na apresentação deste trabalho.

Foi percebido que para se fazer uma imagem em HDR, devemos nos

preocupar com o local onde a fotografia será realizada e o horário, devido a

iluminação. Uma das observações que tivemos ao longo das pesquisas foi o

mal uso de HDR quando se tem baixa quantidade de luz (anoitecer). Uma

solução para este problema é usar a sensibilidade da maquina fotográfica em

ISO 100 para que esta fotografia fique com poucos ruídos, pois quando se faz

o tone mapping (mapa de tonalidades) da imagem aparecerá pouca

granulação.

Ao buscarmos fotografias em HDR na internet, vemos muitas fotos de

pôr-do-sol, é interessante a sua composição, mas já está se tornando bastante

conhecida, o intuito que buscamos é a utilização desse processo em outras

horas do dia.

A técnica do HDR vem para contribuir com a fotografia digital, já que

esta em comparação da fotografia analógica, perde em qualidade de captação

de imagem. A fotografia fotoquímica tem-se pelo processo químico, onde os

raios de luz queimam os sais de prata contidos no filme. Já na fotografia digital

o filme fotográfico é substituído pelo CCD (charge-coupled device), este que é

um pequeno chip que recebe os raios de luz e o interpreta, transformando em

eletricidade e em arquivos digitais.

A foto é muito complexa já que passa de analógica a digital, e durante

este processo vai perdendo informações, até que ela chegue ao papel

fotográfico ela perde um número razoável de informação algo que não

acontece na fotografia fotoquímica.

Outro problema é a latitude, que é a capacidade da câmera fotográfica

de representar as diferentes intensidades de luz. Ao usarmos uma câmera

digital devemos saber de sua delimitada capacidade de latitude. Então para

que a foto digital tenha qualidade devemos nos preocupar com a qualidade do

arquivo.

Para que não haja perda de informação, devemos utilizar o arquivo em

formato RAW (material ou produto em bruto, em estado natural, não

trabalhado, nem preparado ou refinado, rústico), este sistema possibilita a

captura de toda a informação na foto, dos pontos mais claros aos escuros.

Page 34: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

34

Quando falamos de armazenamento de arquivos de imagem digitais muitas

pessoas já pensam no JPG, Joint Photographi Group, (é um formato de

compressão de imagens, usado para comprimir imagens fotográficas), mas

este na fotografia, como em alguns trabalhos de design gráfico, não é

recomendado já que oferece uma maior taxa de compactação da imagem,

fazendo com que esta perca grande parte da informação.

Ao imprimir ou revelar um trabalho tanto gráfico quanto fotográfico

usamos um compactador de arquivos que agride menos a imagem, o TIFF,

este compactador possibilita que não haja a perda de informação.

Para que se possa realizar uma fotografia em HDR cabe ao fotógrafo

certos passos:

1) Escolher uma cena estática onde os objetos não se movam, já que se

devem fazer cinco ou mais fotos com períodos de exposições diferentes. Para

isso será necessário o uso do tripé, ou batendo uma única foto usando sua

câmera em modo RAW.

2) Usando sempre a câmera no modo manual para que se possa

interferir com os pontos de abertura e fechamento de diafragma, e a cada foto

ir variando um ponto para mais ou para menos, obtendo desde uma foto mais

clara até a mais escura.

3) Após tirar as fotos partimos para o programa Photomatix- Pro, é ele

que vai juntar todas as fotografias e gerar o HDR, lembrando-se sempre de

usar o armazenamento em formato TIFF ou RAW. No programa citado, ao

abrir os arquivos tirados com vários tempos de exposição, aparecerão varias

janelas no programa (imagem 04), A seguir vamos demonstrar passo a passo

os procedimentos de montagem de imagem HDR no Software Photomatix- pró:

a) clique em COMBINE> AVERAGE, criando uma nova janela com todas as

suas fotos unidas (figura 05).

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35

imagem 04- abrindo os arquivos no Photomatix-Pró.

imagem 05- combinando duas fotos para criar a imagem em HDR.

b) Após este passo iremos mexer com o HDR propriamente dito, clique

na opção HDR> GENERATE e assim será criado a sua imagem em HDR.

Também é possível obter o HDR a partir de apenas uma foto no formato

RAW.

Page 36: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

36

c) Para a produção da fotografia deste trabalho partimos também para o

outro recurso o panorama, achamos uma solução mais simplificada, ao invés

de se bater cinco fotos com tempo de exposição diferentes, partimos de uma

única foto no formato em RAW, levamos esta imagem ao programa

Photomatix- Pro, ao abrir a foto ele inicializa uma decodificação do arquivo em

RAW, após aparecer a imagem iremos a HDR> TONE MAPPING, ele abrirá

uma nova janela onde você pode controlar o nível de intensidade, saturação,

luminosidade, pontos brancos, pontos pretos, gama, melhoria de detalhamento

e o compressor de cor. Com estes ajustes criamos diferenciados tipos de HDR

(figura 06).

imagem 06- fazendo o Tone Mapping da foto em RAW.

d) Após criar a imagem, devemos salva-la em TIFF, em alguns casos

usamos outro programa de edição de imagens o Adobe Photoshop, onde

podemos aumentar ou diminuir o contraste, saturação, entre outras alterações

( imagem 07).

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37

Imagem 07- fazendo algumas alterações no Photoshop.

2.2 FOTOGRAFIA PANORÂMICA

Os panoramas são imagens em grandes dimensões, é o resultado da

combinação de varias fotografias, formando uma perspectiva maior ou mais

larga que o possível.

Antigamente os fotógrafos precisavam de câmeras com filmes especiais,

ou formava o efeito de panorama colando as fotografias umas nas outras, para

que as emendas não aparecessem o fotografo usava o nanquim.

Mas bem antes da fotografia o panorama já era muito utilizado,

principalmente pelo pintor irlandês Robert Barker para descrever as paisagens

de suas pinturas de Edimburgo, foi apresentada em uma superfície cilíndrica e

vista de dentro, exibida em Londres em 1792, como “O Panorama”.

A história da fotografia panorâmica é tão antiga quanto à da fotografia

propriamente dita. As primeiras fotografias panorâmicas de que se tem notícias

foram feitas por volta do ano de 1840.

A partir deste período como a fotografia tradicional, a fotografia

panorâmica também começou a ter evoluções, as câmeras começaram a

Page 38: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

38

apresentar várias novidades, maquinas fotográficas e lentes que giravam em

360 graus.

Para se realizar uma fotografia panorâmica deve-se preocupar com o

ambiente a ser fotografado, ver se não apresenta interrupções na paisagem,

para que seu panorama seja com um ângulo de visão superior ao olhar

humano. O interessante em se fazer o panorama é uso de grandes detalhes, o

artista pode tirar todos os detalhes apresentados na imagem, mostrando tudo o

que o olhar não pode ver em sua totalidade.

2.2.1 COMO REALIZAR UMA FOTOGRAFIA PANORÂMICA

Apesar de parecer uma técnica simples, pelo contrario, é uma técnica

muito complicada, pois antes de bater a foto devemos estudar o ambiente

como foi dito no parágrafo anterior.

a) Tire as fotografias nas posições verticais, quando você tira as fotos e

depois as combinam em uma panorâmica a tendência é que haja uma perda

das extremidades. A maneira mais simples de amenizar esta perda é tirar as

fotos com a câmera na posição vertical, mais conhecido como modo retrato,

em vez da posição tradicional de paisagem. A foto apresenta em relação ao

modo de paisagem uma altura superior e uma menor largura, por isso, são

realizadas varias fotografias da cena, para que a largura seja superior a altura.

b) A cada foto batida devemos sobrepor 30% em cada foto, para facilitar

a união delas no programa, para facilitar esta união usa-se objetos em

posições verticais, como no nosso caso os prédios, ou arvores. Para que a foto

fique regular devemos utilizar o tripé, manter sempre o horizonte inalterado em

cada disparo.

c) Uma das preocupações que devemos tomar é a regulagem da

exposição pois cada vez que você bate uma foto e passa para a próxima cena

a sua exposição é alterada, então, deve-se manter sempre o seu fotômetro

igual ao que foi realizado na primeira foto, para que não haja problemas como

manchas (imagem 08).

Page 39: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

39

Imagem 08- imagem com mancha.

d) Para facilitar na hora de colocar as fotografias no programa Photovista

Panorama, geralmente seguimos a seqüência da esquerda para a direita, isto

ajuda tanto na colocação das fotos como também para não se perder na hora

de adicioná-las.

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40

Imagem 09- abrindo as imagens no Photovista Panorama.

e) Após adicionar as fotos começa a parte mais difícil que é alinhá-las,

para isso usamos a opção stitch image (imagem10).

Imagem 10- após adicionar as imagens usar a opção stitch image.

Page 41: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

41

f) O programa alinhará as três imagens automaticamente, mas mesmo

assim pode ocorrer erros, por isso, deve-se fazer alguns pequenos ajustes

(imagem 11).

g) Depois de feito o ajuste, usa-se a opção Preview, onde podemos ver

se o resultado do panorama foi satisfatório ou não (imagem12). Se o resultado

foi o desejado partiremos para a armazenagem do arquivo, como lembrado

anteriormente, deve usar o melhor compactador de arquivos o TIFF. Sempre

lembrando que temos que buscar a melhor qualidade da imagem.

Imagem11- ajustes básicos.

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42

Imagem 12- Preview da imagem.

2.3 FINALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO

As fotos tiveram um processo de acabamento digital no software Adobe

Photoshop CS4, onde foram feitas ajustes de cores e a preparação para a

ampliação em laboratório fotográfico.

Antes de fazer alguns ajustes de cores em meu monitor foi realizada a

calibração, com um programa que o próprio Photoshop nos proporciona, o

Adobe Gamma, nele você ajusta as funções manualmente, tudo para que a

imagem vista na tela seja também vista em sua impressão.

Foram realizados vários testes de impressão e revelação, quando

usamos uma impressão a jato de tinta tivemos resultados insatisfatórios, pois a

imagem perdia qualidade. E as cores saiam muito diferentes do que a víamos

no monitor do computador.

Page 43: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

43

A melhor opção encontrada foi à utilização da ampliação com papel

fotográfico, pois ele apresenta um melhor resultado tanto na escala de cores,

como na nitidez da imagem.

Também tivemos a curiosidade de fazer uma impressão em lona, mas

esta apresentou alem de uma variação nas cores, uma textura, pois a lona não

é uma superfície lisa. Para fazer os testes usamos pedaços da imagem pois ela

tem uma dimensão muito grande, para que não houvesse grande custo em

nossos testes.

Após terem feitos os variados testes, o material que se mostrou o melhor

para o nosso trabalho foi à ampliação em papel fotográfico, usamos uma

medida padrão nas fotografias, para que tenha uma melhor uniformidade na

hora de se expor estes quadros.

2.4 RESULTADOS

A principio a proposta apresentada passou por varias mudanças, pois

antes de representar a cidade tivemos que pensar em como esta poderia ter

um impacto visual artístico.

Foram feito pesquisas sobre a técnica do HDR, por esta técnica ser

recente tivemos que solucionar vários problemas, e para piorar tivemos que

conciliar esta técnica com a fotografia panorâmica, outra técnica bastante difícil

pela sua disposição de cada cena.

As dificuldades foram tanto na escolha da cena, como em como esta

seria melhor representada, na edição das imagens tivemos alguns problemas

com os softwares pois tínhamos que conciliar tanto o Photomatix- Pró e o

Photovista Panorama. Mas os resultados apresentados na edição de imagem

apesar das dificuldades foram satisfatórios.

Agora na parte de impressão fotográfica como foi dito no capítulo acima

a melhor escolha foi a ampliação fotográfica, pois esta apresentava a melhor

solução para o meu trabalho, tendo assim um resultado satisfatório.

Page 44: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

44

2.4.1 PANORAMA 1

O mais interessante que busquei nesta foto foi a disposição dos prédios

a união de cada um deles, dando a impressão que não havia espaço, todos

eram contidos em uma composição única. O céu apresenta uma distribuição de

cores, a presença de maior concentração das nuvens do lado esquerdo puxa a

atenção do expectador, mas ao se olhar toda a imagem vê que o lado direito é

mais suavizado por nuvens brancas e a disposição dos prédios mais

harmoniosa.

O intuito era mostrar como que o céu estava com uma grande variedade

de cor e a disposição dos prédios na cena, mas ao olhar para a fotografia após

ela ser unida no panorama, vê que a imagem apresentava um aspecto bem

interessante, pois a composição dos prédios se completava com a distribuição

das nuvens no céu. Aonde contém os prédios mais afastados houve mais

nuvens e onde os prédios estavam mais próximos as nuvens menos

carregadas.

2.4.2 PANORAMA 2

Page 45: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

45

Nesta fotografia buscou-se uma maior representação do horizonte, os

prédios apareceram bem dispersos, o uso do panorama mostrou a amplidão do

horizonte à relação de algumas casas ao fundo em relação aos prédios. O lado

direito contem a imagem de um prédio, o interessante nesta cena é que em

cima do prédio existe uma grande nuvem bem carregada, parecendo que viria

uma tempestade, e do outro lado da imagem o tempo estava limpo.

2.2.3 PANORAMA 3

O que achei mais interessante nesta fotografia foi o céu, a presença de

uma nuvem carregada obstruindo os raios solares, a cidade apresentando

poucas áreas de iluminação. O prédio a esquerda da um bom equilíbrio na

composição dando uma referencia para que o espectador olhe para o horizonte

e veja as outras edificações.

2.2.4 PANORAMA 4

Page 46: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

46

Esta é umas das fotos mais interessantes, pois apresenta uma boa

composição tanto dos prédios a direita como os da esquerda. Vemos uma

diferença de tonalidades no céu. As nuvens outra vez se completam com as

edificações, a busca da amplidão do horizonte revelando além de uma

paisagem urbana alguns espaços livres como árvores e campos.

Page 47: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

47

3. CONCLUSÃO

Ao longo destes anos nossas pesquisas ajudaram muito para

entendermos como que as novas tecnologias estão entrando no meio artístico

e está tendo uma influência na vida das pessoas.

Foram longos meses de pesquisas tanto em teorização e produção,

muitas horas estudando como que a técnica do HDR me ajudaria em minhas

obras e como que esta técnica poderia unir-se a técnica do panorama. Uma de

minhas maiores preocupações foi a qualidade de imagem, pois quando levaria

para o papel fotográfico manteria a imagem inalterada, então foi feito

incansáveis testes de impressão, revelação, tanto em papeis fotográficos,

lonas, papel de impressão.

Ao longo deste período foram realizadas mais de 200 fotos, cada uma

passaram por softwares gráficos, e depois, foram escolhidas quatro obras.

As obras não apresentaram as dimensões que eu realmente desejava.

Primeiro por ser muito difícil de manusear estas imagens, pelos pequenos

espaços do ambiente para a exposição das fotos, e o transporte destas

imagens. Segundo pelo custo de cada foto.

Para buscar uma nova representação da cidade busquei duas técnicas

diferentes o HDR e a fotografia panorâmica, porque queria que o público visse

a imagem em sua totalidade e uma representação de cores que seus olhos não

eram habituados a verem. A técnica do HDR deixa a imagem mais viva, e com

aspectos tonais bem interessantes. As imagens apresentam uma boa

composição entre o céu e os prédios, fazendo com que o observador interaja

com a cena, pelo fato da obra ter uma grande dimensão. Buscamos também

obter as fotos no alto de um prédio, pois queríamos causar um impacto

também no ângulo de visão, como muitos habitantes só vêem a cidade do solo,

buscamos permitir que eles a vejam em uma totalidade, com um grande campo

de visão que o panorama nos proporciona.

Ao se depararem com um novo signo o expectador vai olhar o ambiente

em sua volta com outros olhos. Após estudar e obter as fotografias achamos

um novo signo que incorporou em meu Umwelt, ao olhar uma cena que

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48

passaria a despercebido aos olhos, na correria de uma cidade grande,

buscamos a olhar como que a composição entre os prédios e o céu se tornam

perfeitas, dando a cidade um novo significado, um quadro, cheio de luz cores e

formas.

Após olharem as obras, pessoas vieram perguntando de onde que foi

realizada aquela fotografia, e em que cidade que foi obtida. Ao comentar que

foi em Campo Grande muitos agem com surpresa. Postei umas de minhas

obras em um site que expõem obras fotográficas, o Flickr (proporciona ao

publico olhar e comentar a obra de cada artista). Do dia em que postei a foto

Panorama 1, foram mais de 72 visualizações, mostrando que meu trabalho já

esta surgindo efeito nas pessoas, com o uso da internet estou colocando um

novo signo no Umwelt de cada pessoa que acessa meu Flickr. Dando ao

publico um novo meio de ver a cidade como também deixando novos caminhos

aos artistas que estão por vir.

Apesar das dificuldades surgirem no percurso, o resultado pretendido

com a proposta foi satisfatório, na verdade foram superados, pois houve muito

conhecimento adquirido, a produção pratica teve um grande crescimento, tanto

na composição como na impressão.

O trabalho artístico sempre andando ao lado da teoria, sempre buscando

fontes, para que o nosso trabalho seja o mais completo e explicativo possível,

pois mostrando o crescimento gradativo tanto na teoria isso espelhando na

pratica.

Este trabalho de conclusão de curso chega em seu final, sentindo que

sua tarefa foi cumprida satisfatoriamente, porém é só o início de novas

produções, que certamente utilizarão o conhecimento adquirido durante o

tempo de estudos, reflexão, discussão e produção. Há o sentimento de dever

cumprido, com muito prazer, e deixa saudades, servindo como estímulo para

novas produções e estudos.

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49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas-SP. Ed. Papirus, 1993.

BENEVOLO, Leonardo. Historia da Cidade. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1995

BURNS, Edward McNall, 1897 - 1972; LERNER, Robert E; MEACHAM,

Standish. Historia da civilizacao ocidental: do homem das cavernas as naves

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BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. 3. ed. Sao Paulo: Pioneira, 1984.

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Page 52: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

Maicon Moreno da Costa

Page 53: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

INTRODUÇÃO

O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência

começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que

possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse

mantida.

Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou

a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras

cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje.

Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem

modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes

metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas

modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana,

formada principalmente por pessoas, carros, edificações.

Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de

hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus

afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu

mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente.

Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que

tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este

assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente em

cada foto é essencial.

O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o

mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova

concepção.

Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção

e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de

um prédio para que a imagem pudesse captar a cena num modo geralmente

pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de visão se torna

maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma gama de

informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia panorâmica.

Page 54: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

PANORAMA 1

Fotografia 1,10 x 30

Page 55: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

PANORAMA 2

Fotografia 1,10 x 30

Page 56: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

PANORAMA 3

Fotografia 1,10 x 30

Page 57: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

PANORAMA 4

Fotografia 1,10 x 30

Page 58: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

Maicon Moreno da Costa, 21 anos

Rua Flavio de Matos, 1925

V.L Progresso

Campo Grande, MS – 79050-230

(67) 3306-5966

(67) 9244-2388

[email protected]

Formação acadêmica:

2006-2010

UFMS- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Artes Visuais - Bacharelado

Bacharel em artes-visuais

Cursos e Eventos

III Encontro de professores de Arte de MS/ II Encontro Estadual

de cultura, Educação e Arte

16 e 17 de outubro de 2007

Carga horária de 25 horas

Projeto de Extensão Pólo Arte na Escola/ UFMS do CCHS/DAC

Qualificação Profissional em Espanhol Básico e Intermediário

21 de agosto a 22 de dezembro de 2006

Carga horária de 200 horas

Secretaria de Estado de Gestão Publica/ Secretaria de Estado de

Educação

Page 59: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

Exposições Realizadas

Exposição coletiva de esculturas: cabeças

22 de maio a 09 de junho de 2007

Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS

Exposição coletiva de esculturas: Assemblagem

20 de Novembro a 01 de Dezembro de 2007

Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS

Exposição coletiva de esculturas: Produção Seriada

16 de Outubro a 03 de Novembro de 2007

Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS

Exposição coletiva de esculturas: Luz e Sombra

16 de Outubro a 03 de Novembro de 2007

Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS

Exposição coletiva de Fotografia

29 de Novembro de 2006

Realizada no saguão da Unidade VIII

Prof. Helio Godoy, UFMS

Exposição coletiva de Fotografia no Espaço de Comercio

Popular ( Camelódromo)

Maio de 2008

Fundação de Cultura do Município de Campo Grande- MS

Page 60: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

Exposição coletiva de Fundamentos da Cultura e Cultura

Brasileira: Cultura

28 de Novembro de 2008

Realizada no saguão da Unidade VIII

Profª. Marlei Sigrist, UFMS

Exposição coletiva de Projeto Bacharelado: Projeto

Experimental

12 de Setembro de 2008

Realizada no saguão da Unidade VIII

Profª. Marlei Sigrist, UFMS

Agenda Cultural

Exposição: Eu- Fabulário

Artista:Douglas Colombelli

Dia: Maio – visitada em 8 de maio de 2008

Local: SESC Horto

Exposição: Correspondências

Artista: Everton Oliveira

Dia: Novembro/ Dezembro- visitada em 28 novembro de 2008

Local: Espaço da Poesia- Memorial da Cultura e da Cidadania

Page 61: Costa; maicon moreno da   cidades panorâmicas

Exposição: Percursos Pictóricos

Artista: Lucia Monte Serrat

Dia: maio/ junho- visitada em 21 de maio de 2008

Local: Centro Cultural José Otavio Guizzo

Exposição: “a celebração do trabalhador”

Artista: Ilton Silva

Dia: 18 de setembro a 24 de outubro- visitada em 23 de setembro

de 2008

Local: Memorial da Cultura e Cidadania