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RETRATOS E AUTO-RETRATOS NA COLEÇÃO GILBERTO CHATEAUBRIAND

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Eliane de Fátima Vieira Tinoco

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Retratos e auto-retratos na coleção Gilberto Chateaubriand / Instituto Arte

na Escola ; autoria de Eliane de Fátima Vieira Tinoco ; coordenação de Mirian

Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 71)

Foco: LA-23/2006 Linguagens Artísticas

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-72-5

1. Artes - Estudo e ensino 2. Museu 3. Pintura 4. Desenho 5.

Chateaubriand, Gilberto I. Tinoco, Fátima Vieira II. Martins, Mirian Celeste

III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

DVDRETRATOS E AUTO-RETRATOS NA COLEÇÃO GILBERTOCHATEAUBRIAND

Ficha técnicaGênero: Documentário a partir de uma exposição no Museude Arte Moderna - MAM/RJ.

Palavras-chave: Pintura; desenho; gravura; heranças culturais;coleção; retrato; auto-retrato; educação do olhar.

Foco: Linguagens Artísticas.

Tema: A coleção de retratos e auto-retratos de Gilberto Chateaubriandsob a curadoria de Denise Mattar.

Artistas abordados: Ismael Nery, Alberto da Veiga Guignard,José Pancetti, Di Cavalcanti, Wesley Duke Lee, Flavio-Shiró,Rembrandt, entre muitos outros.

Indicação: A partir da 5ª série do Ensino Fundamental.

Direção: Malu de Martino.

Realização/Produção: Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

Ano de produção: 1993.

Duração: 13’.

SinopseO documentário foi realizado a partir da exposição com o mesmonome, Retratos e auto-retratos na coleção Gilberto Chateaubriand,ocorrida em 1993, no Museu de Arte Moderna-MAM/RJ, consti-tuindo uma pequena mostra da vasta coleção de Chateaubriand.Intercalando a apresentação das obras com a fala da curadoraDenise Mattar, o documentário constrói um discurso sobrecuradoria e coleção de obras de arte, além de mostrar trechos depoesias que remetem à temática do retrato. O coordenador domuseu na época, Marcus Lontra, e o artista plástico Flavio- Shirótambém dão seus depoimentos. As obras aparecem em uma cro-nologia, de acordo com a montagem da exposição, acompanha-das de músicas que dão ritmo ao documentário.

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Trama inventivaFalar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, lingua-gem não-verbal de força estranha que ousa, se aventura a to-car assuntos que podem ser muitos, vários, infinitos, do mundodas coisas e das gentes. São invenções do persistente ato cri-ador que elabora e experimenta códigos imantados na articula-ção de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processu-ais, técnicos, formais, temáticos, poéticos. Sua ressonância:provocar, incomodar, abrir fissuras na percepção, arranhar asensibilidade. A obra, o artista, a época geram linguagens oucruzamentos e hibridismo entre elas. Na cartografia, estedocumentário é impulsionado para o território das Linguagens

Artísticas com o intuito de desvendar como elas se produzem.

O passeio da câmera

Olhos, olhos e mais olhos. Olhos que encaram e vislumbram. Olhartriste, penetrante ou de soslaio. Olhos pintados com tintas detodas as cores e olhos desenhados com grafite. Assim começaRetratos e auto-retratos na coleção Gilberto Chateaubriand 1 .A câmera, fixa no detalhe, apresenta os olhares de rostos queaparecerão durante o documentário, realizado em um único blo-co de 13 minutos.

Retratos – “nada mais simples e mais complexo”, a maioria empintura, em diversos momentos históricos, começando pelomodernismo brasileiro, passam a desfilar pela tela. A curadora,apresentada sempre de frente, em pé e em meio corpo, dá seudepoimento sobre a exposição, intercalando a apresentação dosretratos, justificando a exposição e contando fatos a respeitodas obras e da proximidade entre os artistas que compõem oacervo em exposição. Suas entradas fazem também a divisãocronológica das imagens. São apresentadas, intercaladas àspinturas, fotografias de algumas das pessoas retratadas e auto-retratadas, que também fazem parte da exposição.

O documentário pode ser trabalhado em sala de aula a partir

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das conexões possíveis com os territórios de Patrimônio Cultu-

ral – heranças culturais, cultura brasileira e educaçãopatrimonial; de Mediação Cultural – colecionador, curador, co-leção, desenho museográfico, educação do olhar; de Saberes

Estéticos e Culturais – história dos retratos através do tempo,a arte no Brasil; de Forma-Conteúdo – os elementos da visua-lidade, as relações entre elementos da visualidade e a temáticado retrato e auto-retrato; de Materialidade – os diversos su-portes e procedimentos; e de Processo de Criação – as poéti-cas pessoais, a ação entre amigos, a observação sensível e aimaginação criadora.

Neste material, optamos por focalizar o território das Lingua-

gens Artísticas, especialmente a pintura, o desenho e a gra-vura, que estão mais presentes, e outras linguagens como oobjeto, a fotografia, a caricatura, além da literatura.

Sobre Retratos e auto-retratos nacoleção Gilberto Chateaubriand

Nessa exposição, o maior número de trabalhos que nós temos é deauto-retratos. Essa relação do artista com o auto-retrato, ela variamuito de artista para artista, mas, quase que sempre, os que gostamde se retratar, se auto-retratam muitas vezes ao longo de sua vida.

Denise Mattar

A coleção de obras de arte de Gilberto Chateaubriand, cedi-da em regime de comodato ao Museu de Arte Moderna do Riode Janeiro, permite inúmeras aproximações entre obras de ar-tistas de um mesmo período, assim como aproximações portemáticas. Composta por obras bidimensionais e tridi-

mensionais de diferentes períodos, a coleção contém

obras desde a década de 20. Com tantas peças e “pela

qualidade inegável das obras que a compõem foi capaz

de sustentar, sozinha, inúmeras propostas curatoriais”2 .As escolhas possíveis, como fios condutores da curadoria, sãoinúmeras, mesmo dentro de uma temática específica como re-tratos e auto-retratos, proposta para a exposição que é o mo-

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tivo do documentário. E Denise Mattar a idealiza com umaproposta cronológica3 .

Um desenho de Guignard ainda jovem abre a exposição Retra-

tos e auto-retratos na coleção Gilberto Chateaubriand. O ca-belo, os olhos, a pele atestam a jovialidade do artista ao se auto-retratar. Ao longo de todo o documentário, várias obras em lin-guagens artísticas diferentes vão sendo apresentadascronologicamente, conforme a proposta curatorial. Em meio aessa cronologia, aparece novamente a figura de Guignard, maisvelho, em uma pintura que revela os traços da idade. Assim,também, outros artistas são apresentados em momentos dife-rentes de suas vidas.

Na exposição, a grande maioria dos retratos e auto-retratosé produzida na linguagem da pintura. Os procedimentos, des-de a fabricação de cores até a maneira de lidar com as tintas,indo da aguada ao empasto, diferem de artista para artista.Para John Berger4 , a pintura a óleo “distingue-se das outrasformas de pintura pela sua capacidade invulgar de proporcio-nar a tangibilidade, a textura, o brilho, a solidez daquilo quedescreve”. Além disso, é a linguagem mais valorizada, comopodemos ver nos livros de história de arte nos quais sua pre-sença é muito maior que a da escultura, do desenho ou dagravura, entre outras.

No documentário, é possível ver como há diferentes maneirasde retratar a mesma pessoa, como o próprio colecionador, quefoi retratado por vários artistas. De Pancetti, artista que dá inícioà coleção de Gilberto Chateaubriand, podemos ver os croquisde Auto-vida e, depois, um óleo sobre tela no qual se retratausando uma farda de marinheiro. Goeldi, por exemplo, se re-trata em desenho e gravura e é retratado por Reis Júnior.

Denise Mattar chama a atenção também para a “ação entreamigos”, já que muitos artistas faziam retratos uns dos outros.São apresentados retratos feitos por pessoas que se conheciame que conviviam em espaços comuns, como, por exemplo, MariaHelena Vieira da Silva, Djanira, Milton Dacosta e Maria Leontina.Os desenhos expostos vão dos croquis às caricaturas, passan-

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do por vários tipos de linhas e de pressão sobre o suporte. Nacaricatura de Antonio Bandeira, feita por Di Cavalcanti em gra-fite e apresentada no documentário após uma fotografia doartista, é fácil reconhecer seus traços fisionômicos. Ainda nalinguagem do desenho, Darel Valença Lins mostra-se em umretrato com um forte contraste de luz e sombra. A suavidadedo desenho de Tarsila do Amaral, retratando Carlos Drummondde Andrade, revela a serenidade do poeta.

Durante o documentário, são apresentados também alguns

retratos e auto-retratos que surpreendem pela linguagem e

tratamento da temática: o objeto de Wesley Duke Lee re-

presentando Assis Chateaubriand; a forma na obra de Carlos

Zílio, na qual uma mancha vermelha com a palavra auto-

retrato estampada é posta sobre um fundo branco; a obra

de Barrio, que retrata André Breton e Rose Sélavy5 , france-

ses ligados ao surrealismo em plena selva amazônica.

Diz Gombrich6 : “reagimos a um rosto como a um todo: vemosuma face digna, ansiosa, triste ou sardônica muito antes desermos capazes de explicar que traços ou relações são respon-sáveis por essa impressão intuitiva”. No documentário, essapercepção pode nos levar a ver a história do retrato atravésdos tempos e nos trazer, sob pele de retratos, com maior oumenor preocupação do artista com a aparência externa, a ex-pressão da alma humana que se desvela aos nossos olhos.

Os olhos da arte

...eu vou muito atrás na história da arte, eu vou no primeiro homem, napré-história: o homem da caverna que ousou botar a mão, a palma damão. Quem sabe se aquele não é o primeiro gesto de marcar o seu ‘eu’...

Flavio-Shiró

A fala do artista plástico Flavio-Shiró é avalizada por inúmeros te-óricos da arte. Há concordância de que as primeiras marcas dapresença humana são as mãos em negativo, na era paleolítica, apro-ximadamente 30000 a.C. Retratando a si e ao outro, o ser huma-no continua marcando a sua presença no mundo e só o pode fazerporque inventa linguagens para fazê-lo.

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Marcas nas pare-

des das cavernas,

desenhos, pintu-

ras, gravuras, es-

culturas, objetos,

fotografias são a-

penas algumas das

linguagens inven-

tadas pelo homem

para expressar e

comunicar pensa-

mentos, senti-

mentos, percep-

ções, etc. O filóso-fo Ernest Cassirer7 ,valorizando o ser hu-mano como um sersimbólico, nos diz:

Como as demais formassimbólicas, a arte não é

mera reprodução de uma realidade dada, já pronta. É um dos cami-nhos que conduz à visão objetiva das coisas e da vida humana. Nãoé imitação, mas descobrimento da realidade. Não descobrimos, po-rém, a natureza através da arte no mesmo sentido em que o cientistaemprega o termo “natureza”. (...) A linguagem [verbal] e a ciênciaabreviam a realidade; a arte intensifica-a.

Esse desvelamento da arte sobre a vida encontra nos retratosum apelo especial, presente tanto nas obras de artistas comonas produções infantis. Para Woodford8 , “os retratos são po-pulares por duas razões: os retratados gostam de ter suasfisionomias registradas para a posteridade e aqueles que apre-ciam quadros gostam de descobrir que aparência tinham pes-soas do passado.” Testemunho de vida ou visibilidade de po-

der, os retratos acompanham a história que se desvela tam-

bém a partir deles. Mas, “por vezes, um retrato pode ser,

em primeiro lugar, uma obra de arte, e só secundariamen-

te a representação de determinada pessoa.”9 Não sabe-mos a aparência de Mona Lisa, mas será que isso tem realmente

Guignard, Alberto da Veiga - Auto–retrato, 1931

óleo sobre tela, 62,2 x 50,6 cm - Acervo MAC/USP

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alguma importância?Michelangelo respondea quem lhe cobra se-melhança nos retratosda família dos Médicis:“Que importará dentrode mil anos o aspectoque tinham esses ho-mens? Havia criadouma obra de arte e eraisso que contava”.10

Durante o renasci-mento, o interesse pe-los retratos se justifi-ca por uma mudançade paradigma: o ho-mem passa a ser con-siderado o centro dasatenções, diferente-mente da Idade Média,que volta as atençõespara causas religiosas.

Além da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, outros retratos ga-nham notoriedade e ressoam em obras contemporâneas, comoAs meninas, de Velázquez, recriada por muitos como Picasso eWaltercio Caldas11 . Van Gogh, que vive em uma época em quea execução de retratos garante a sobrevivência de muitos ar-tistas, diz: “não há caminho melhor e mais curto para melhoraro trabalho do que fazer figuras. Ademais, sempre me sintoconfiante ao fazer retratos”12 . Na contemporaneidade, os re-tratos e auto-retratos revelam novos significados. A artistaplástica Cindy Sherman13 , por exemplo, faz, a partir de auto-fotografias, uma crítica aos estereótipos da imagem feminina.

Auto-retratos como relatos autobiográficos estão presentes nasobras de Leonardo da Vinci, Rembrandt e Frida Kahlo, por exem-plo. Segundo Katia Canton14 , Rembrandt “fazia essas auto-ima-

Ismael Nery - Auto–retrato, 1927

óleo sobre tela, 130,7 x 86,3 cm

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gens para investigar as particularidades de cada ser humano.‘Quererão saber que espécie de pessoa eu fui.’, Rembrandtdizia.” Ele faz aproximadamente cem auto-retratos nas lingua-gens da gravura, do desenho e, principalmente, da pintura.Segundo Lúcia Helena Vianna15 , “no auto-retrato como no tex-to autobiográfico há um sujeito, o autor, que se auto-represen-ta, se auto-define e de certo modo se auto-inventa, construin-do a imagem de-si que gostaria de perpetuar.” Frida Kahlo, porexemplo, dedica um terço de sua obra pública aos auto-retra-tos em pinturas e os faz também em um diário íntimo, testemu-nhos de sua agonia nos últimos 10 anos de sua vida.

Retratos também são temas presentes em outras linguagens.Por exemplo, entre os textos poéticos de Carlos Drummond deAndrade e Baudelaire. Destacamos o trecho retirado do famo-so romance O retrato de Dorian Gray, do escritor Oscar Wilde16 :

Sinto ciúmes de tudo aquilo cuja beleza não morre. Tenho ciúmes desseretrato meu que você pintou. Por que haverá ele de conservar o queperderei? Por que pintou esse retrato? Um dia zombará de mim. Zom-bará terrivelmente!

Nessa narrativa filosófica, o jovem e belo protagonista conse-gue transferir, por meio de um pacto, as marcas do tempo e doenvelhecimento para o quadro, que vai se tornando grotescopela vida devassa que leva.

O auto-retrato é mais do que um “flagrante narcisista”, consideraFrederico Morais17 . No rosto do artista, muitas vezes, estampa-seuma época, um certo tipo de preocupação social, uma certa estéti-ca. Olhá-lo é também perceber a história da linguagem humana.

O passeio dos olhos do professor

Para a utilização do documentário em sala de aula, é importan-te que você o assista com antecedência, anotando as possibi-lidades de trabalho, as dúvidas, os pontos que podem causarestranhamento ou encantamento. Seu olhar atento será odecodificador dos conteúdos apresentados. Esse momento écrucial para o planejamento das ações com os alunos. Sugeri-mos uma pauta do olhar para facilitar suas observações:

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O que o documentário desperta em você?

Este documentário está conectado ao projeto que você estádesencadeando?

Existem algumas relações entre as obras escolhidas parafazer parte da exposição. A curadoria enfocou só a temática?

Como o documentário apresenta as relações entre as obras?

Os depoimentos da curadora, intercalando a apresentaçãodas obras, auxiliam na compreensão da exposição? E dodocumentário?

Quais as linguagens artísticas que aparecem?

Quais os referenciais históricos e conceituais possíveis deserem trabalhados a partir do documentário?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

O que, no documentário, você acredita que causaria estranhamentoem seus alunos? Quais conceitos pouco conhecem?

Quais trabalhos podem ser desencadeados em sala de aulaa partir do documentário? É possível convidar professoresde outras áreas para o trabalho?

Após assistir ao documentário e fazer suas anotações, é fun-damental que você as releia e pense em uma pauta do olharpara seus alunos. O que você gostaria que eles realmente co-nhecessem através do documentário? Quais conteúdos vocêescolheu para trabalhar a partir dele? Como despertá-los paraisso? As respostas a todos esses questionamentos são a basepara seu planejamento.

Percursos com desafios estéticosExistem muitos caminhos possíveis de se seguir a partir daexibição de um documentário. No mapa potencial, você podeperceber alguns deles. O documentário Retratos e auto-retra-

tos na coleção Gilberto Chateaubriand foi alocado no territóriodas Linguagens Artísticas e sugerimos algumas ações aber-tas às transformações, recriações e reinvenções.

Zarpando

procedimentos

suporte

tela, papel, ruptura do suporte,pesquisa de outros meios e suportes

procedimentos técnicos inventivos,procedimentos tradicionais

Materialidade

MediaçãoCultural

componentes da ação cultural

agentes

colecionador, crítico de arte,museólogo, mecenas, curador

o atode expor

espaço expositivo, desenho museográfico

formação de público

educação do olhar,relação público e obra

museus e centros culturais,Museu de Arte Moderna/RJ

acervo, coleção, reserva técnica,ação educativa em espaços culturais

espaços sociaisdo saber

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade forma, superfície, textura, linha, cor

temáticas

relações entre elementosda visualidade

figurativa: retrato, auto-retrato

composição, movimento

SaberesEstéticos eCulturais

história da artearte contemporânea, arte moderna,retratos através do tempo, arte rupestre

sistema simbólico código de signos de cadaépoca/cultura, representação

Linguagens Artísticas

meios tradicionais

meios novos

pintura,desenho,gravura

objeto, fotografia

artesvisuais

literatura

romance, poema

caricatura

linguagensconvergentes

heranças culturais, comodato

preservação, difusão, acesso, valorização do patrimônio

PatrimônioCultural

bens simbólicos

cultura brasileirapreservação ememória

educaçãopatrimonial

Processo deCriação

ação criadora poética pessoal, croquis, arte como experiência da vida

amigos, filiação a grupos de artistasambiência de trabalho

observação sensível, imaginação criadora,repertório pessoal e cultural

potências criadoras

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

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O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possibilidades para o início do trabalho em sala de aula:

Para começar o trabalho com o documentário, você poderá levarpara a sala de aula um trecho da poesia Auto-retrato de Ma-nuel Bandeira18 . A proposta é que você leia a poesia com eles,sem mostrar o título, discutindo, após a leitura, um prováveltítulo para essa poesia. Logo depois, você poderá apresentaro título verdadeiro, indagando o que significam as palavrasretrato e auto-retrato, o que poderá acarretar novas discus-sões. Feito isso, você poderá apresentar o documentário, co-mentando primeiro o seu título e dando pistas sobre quem éGilberto Chateaubriand. Após a exibição, seus alunos prova-velmente terão uma série de perguntas. A organização dosquestionamentos por você dependerá de seu foco para o tra-balho, como por exemplo: existem traços comuns entre as obrasapresentadas? Como a curadora Denise Mattar organizou aexposição? Quais linguagens são possíveis identificar? O queo documentário despertará para prosseguir um projeto?

Um bom começo pode ser o trabalho com fotografias reti-radas de revistas, focalizando retratos. Os alunos percebema diferença entre retratos feitos para a publicidade, para re-portagens jornalísticas, para divulgação de peças de tea-tro? Esse trabalho será a senha de entrada no mundo dosretratos, e para a exibição do documentário. Depois de as-sistirem ao documentário, será interessante uma conversasobre os diferentes modos de representação, ora mais, oramenos realistas. Como compará-los com a pesquisa feitacom as fotografias retiradas das revistas?

Uma outra possibilidade de entrada no documentário é fo-calizar apenas o início dele, em que há uma colagem de ima-gens de olhos e olhares retratados. Ao parar a exibição, vocêpode perguntar: o que esses olhos estarão fazendo nestedocumentário? Serão olhos de uma mesma pessoa? Porquê? Esses olhares têm uma mesma expressão? Quem osretratou? Qual será a temática deste documentário?

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Após esse momento de questionamentos, você poderá exi-bir o documentário inteiro, pedindo que os alunos anotemtudo o que lhes chamar a atenção e as dúvidas que tiveremquanto ao vocabulário ou artistas não conhecidos.

A partir das sugestões acima, é possível percorrer diferentestrilhas, mergulhar em diversos caminhos. Sua posição é impor-tante neste percurso. Você será o guia de uma viagem ao mun-do dos conceitos de arte. O convite aos alunos precisará serpropositor de olhares que vejam em diferentes direções. A pre-paração para assistir ao documentário é importante para faci-litar a interação. A conversa, após a exibição, trará à tona ele-mentos para reflexão.

Desvelando a poética pessoal

O desafio de realizar uma série de trabalhos pode dar início aoprocesso de criação individual dos alunos. Com o intuito de queeles possam experimentar um diálogo pessoal e a construçãode sua poética, sugerimos que escolham um dos desafios paradesencadear sua série:

Frottage a partir das imagens recolhidas de revistas e jor-nais, com possibilidade de desenhar sobre elas. Esse pro-cedimento é feito passando tíner no verso da imagem, demodo que a tinta de impressão seja transferida para o pa-pel que está sob ela.

Auto-retratos em diferentes linguagens, como desenho,pintura, escultura, objeto, fotografia, videoarte, poesia, etc.

Retratos e auto-retratos conceituais, como o de Carlos Zílio,que pintou a mancha vermelha.

Caricaturas dos amigos.

Para os alunos mais jovens, você pode desafiá-los a cons-truir quebra-cabeças bidimensionais – em folhas unidascomo um caderno, fazer cortes de modo a desenhar váriasbocas, narizes, olhos, testas e cabelos; ou tridimensionais –em três caixas de papelão de tamanhos diferentes, pintan-

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do nas laterais, de modo que na caixa de cima fiquem cabe-ça e pescoço, na caixa do meio, tronco e braços, e na caixade baixo, as pernas.

Ampliando o olhar

Você poderá levar para a sala de aula algumas revistas e pediraos alunos que levem fotos deles ou de familiares, para quepossam observar as fotos e compará-las. Como as pessoasestão? São modelos? Quais as diferenças entre os retratosfotográficos, feitos por profissionais, e os amadores que te-mos em casa? A linguagem da fotografia é a mais adequadapara a realização de retratos ou depende do resultado que oartista procura? As fotos que encontramos em revistas, muitasvezes, são editadas em programas de computadores. As fo-tos que fazemos em casa resultam desse mesmo trabalho?

A proposta também poderá ser para que seus alunos saiampelos arredores da escola com um pequeno espelho em mãos,um bloco de desenho e uma caneta esferográfica. Sugira queeles convidem as pessoas a fazerem seus auto-retratos, ten-do o espelho como orientador e a caneta para não permitircorreção. Após esse momento, organize uma exposição den-tro da sala de aula, convidando as pessoas a olharem os re-sultados de todos os desenhos, promovendo a aproximaçãoda escola com a comunidade. Com as pessoas dentro da salade aula, você poderá exibir o documentário a todos, para queentendam de onde surgiu a proposta dos desenhos.

Adolescentes costumam dizer que não sabem desenhar, prin-cipalmente ao verem ou receberem propostas de trabalhosmais realistas. Você poderá apresentar a eles alguns cânonesque mostram as relações entre as diversas partes de um rosto,que ainda são seguidas por muitos artistas. Mostre tambémcomo outros artistas superam os cânones, pois o interessenão é a representação realista. Com olhos mais atentos paraperceber essas diferentes poéticas, o documentário pode serrevisto, assim como livros e catálogos.

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Uma outra possibilidade para levar seus alunos a olharemos meios de comunicação que chegam até eles com outrosolhos, com mais atenção, é pedir que observem retratos daspáginas policiais e compare-os com os retratos das repor-tagens jornalísticas e das colunas sociais de jornais e revis-tas. Existem diferenças no tratamento da foto? Como é ofundo das fotos?

Na DVDteca Arte na Escola é possível encontrar outrodocumentário com a temática dos auto-retratos. Ele tam-bém foi produzido a partir de uma exposição, com a curadoriada artista plástica e arte-educadora Katia Canton. Essa ex-posição também deu origem a um livro, Espelho de artista,presente na bibliografia deste material. A exibição desseoutro documentário pode ajudar no entendimento do papeldo curador em uma exposição.

Em A história da beleza, Umberto Eco19 apresenta sériesde obras sob temáticas como: rosto e cabeleira de Adônise de Vênus, proporções, etc. É interessante verificar a his-tória humana, por exemplo, por meio das imagens de Adônisdesde os arcaicos Kouros gregos até a fotografia do atorArnold Schwarzenegger.

Um dicionário de rostos pode ser realizado pelos alunos, comrecortes de imagens e desenhos.

Conhecendo pela pesquisaNo documentário, é mostrado um retrato tridimensional deAssis Chateaubriand, feito por Wesley Duke Lee. Você po-derá reapresentar essa obra no documentário, deixando-a nopause por alguns minutos, e fazer com os alunos uma leituradessa imagem, provocando seus modos de olhar. Depois deter visto com mais detalhes essa obra de Wesley Duke Lee,proponha que seus alunos pesquisem quem foi esse artista,qual sua proposta poética, seus processos de criação, paraque possam entender melhor a obra apresentada e outrosretratos feitos pelo artista, em outras linguagens.

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O artista chinês Chen Shaofeng, que esteve presente na 26ªBienal Internacional de São Paulo, retratou pessoas em al-deias durante 4 anos e, em sua proposta, por onde passava,pedia que os aldeões fizessem um retrato, tendo o artistacomo modelo. No entanto, o resultado era muito mais pare-cido com os próprios aldeões do que com Chen. Os alunospodem desenhar uns aos outros, criando uma corrente.

No poema Auto-retrato de Mario Quintana20 existe a se-guinte auto-apresentação:

No retrato que me faço- traço a traço -Às vezes me pinto nuvem,Às vezes me pinto árvore...

Além de Mario Quintana e Manuel Bandeira, vários outrospoetas escreveram sobre a temática do retrato. Uma boaoportunidade de trabalho interdisciplinar pode se dar nestemomento. O convite poderá ser feito aos professores deliteratura e língua portuguesa, que poderão planejar açõescom você, pedindo aos alunos que pesquisem outros poe-mas com essa temática e facilitando o acesso a eles.

Na pasta Arte Br é possível encontrar vários retratos, den-tre eles um retrato do artista João Câmara feito emlitogravura com o título: Retrato silencioso. Você poderámostrá-lo aos seus alunos, apresentando-lhes a linguagemda gravura, com suas diferentes técnicas, e indagando osmotivos que levaram o artista a fazer um retrato de umapessoa amordaçada. Logo após, é possível propor umapesquisa sobre o artista, que aponte suas preocupaçõespolíticas e a sua poética pessoal.

Os alunos podem pesquisar os artistas de sua cidade ouregião. Esses artistas fazem ou já fizeram retratos ou auto-retratos? Qual a linguagem que utilizam? O que os motivaa realizarem retratos? Dão um tratamento realista a essesretratos? Existe algum fotógrafo que trabalhe especifica-mente com retratos? Como é o trabalho dele? Trabalhampor encomenda pessoal ou para algum órgão de imprensa?

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O documentário pode ser revisto para pesquisar as diferen-tes linguagens artísticas contidas nele, as diferenças entreas fotografias do artista e o desenho, assim como os signosque aparecem, como os utilizados para identificar os artis-tas com sua profissão, como as palhetas, por exemplo.

As diferenças entre a representação de rostos de frente, deperfil e de ¾ podem gerar uma boa pesquisa e desencadearuma produção de retratos, com variações nas posições dosretratados, lembrando sempre que estas escolhas implicamtambém em significações.

Amarrações de sentidos: portfólioAs trilhas por onde passamos nesta viagem, que tiveram comoponto de partida o documentário Retratos e auto-retratos na

coleção Gilberto Chateaubriand, podem ter acrescentado ex-periências e informações à bagagem estética dos alunos. Aofinal do projeto, é hora de abrir a mala e compartilhar o que foirealizado. O portfólio de cada aluno será o registro estéticodesta viagem feita por todos da sala.

Como seus alunos fizeram os percursos pessoais utilizandodesenhos, pinturas, gravuras ou caixas de papelão, mantendo-as tridimensionais, a proposta agora é para que cada um cons-trua seu livro de artista, contando desde o princípio o que foieste projeto. Para a capa do livro, ele poderá escolher um dos auto-retratos que realizou. No livro podem estar desde as primeirasanotações, com as dúvidas que tiveram durante a exibição dodocumentário, até fotos dos trabalhos tridimensionais e as res-postas às dúvidas que foram aparecendo durante o percurso.

Valorizando a processualidade

A avaliação é um momento de intensa reflexão, e deve ser com-partilhado por todos. Também é o momento de começar a pla-nejar um novo projeto. É importante deixar os alunos se colo-carem para saber o que realmente eles conheceram a partir dotrabalho com o documentário. Você poderá propor que eles

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troquem entre si seus livros de artistas, pedindo que façam umtexto comentando as diferenças entre o livro que fez e o livrodo colega que está em suas mãos.

E você, o que aprendeu? Olhando suas primeiras anotações napauta do olhar e todo o percurso escrito no diário de bordo, épossível perceber crescimento? Quais foram os desafios e as di-ficuldades encontradas? Durante o percurso, você se colocou comoprofessor-pesquisador? As pesquisas realizadas individualmentee em conjunto com os alunos trouxeram quais contribuições eavanços para o seu conhecimento sobre arte? O projeto fez brotarnovas idéias em você? Ainda há o que explorar neste documentário?

GlossárioColeção – “Ao longo de toda sua história, amealhando objetos, retirando-os de sua esfera de atuação original, ‘ressignificando’ cada fragmento darealidade, produzida ou não por si, o homem organiza coleções como tes-temunhos dessa atuação e esses conjuntos de objetos ressignificantesdespertam cada vez mais o interesse e a atenção, provocando curiosidadee o desejo de compreender seu valor.” Fonte: MORAES, Marcos. In:CHIARELLI, Tadeu (coord.). Grupo de estudos em curadoria. São Paulo:Museu de Arte Moderna, 1998, p. 42.

Curadoria – “Em tese, o curador de qualquer exposição é sempre o pri-meiro responsável pelo conceito da mostra a ser exibida, pelas escolhasdas obras, da cor das paredes, iluminação, etc. No entanto, para que suasidéias viabilizem-se de maneira satisfatória no espaço de exposição, é fun-damental o diálogo intenso com outros profissionais que atuem na insti-tuição onde ocorrerá a mostra, sempre no sentido de tornar possível, narealidade do espaço disponível, os conceitos que aquele profissional tempor objetivo apresentar.” Fonte: CHIARELLI, Tadeu (coord.). Grupo deestudos em curadoria. São Paulo: Museu de Arte Moderna, 1998, p. 12.“O curador tem sob sua responsabilidade a seleção do acervo a ser apre-sentado, devendo ficar antecipadamente inteirado da tipologia da exposi-ção: natureza do tema; espaço físico da mostra; situação geográfica; se aexposição será única ou itinerante; público-alvo. Com esses dados, ocurador terá meios para avaliar o acervo a ser selecionado, o número depeças que comporão a mostra (...) deverá analisar os conteúdos da expo-sição e o seu público, podendo planejar as atividades que serão desenvol-vidas no decorrer da mostra” Fonte: D’ALAMBERT, Clara Correia;MONTEIRO, Marina Garrido. Exposição: materiais e técnicas de monta-gem. São Paulo: Secretaria de Estado de Cultura, 1990, p. 20.

material educativo para o professor-propositor

RETRATOS E AUTO-RETRATOS NA COLEÇÃO GILBERTO CHATEAUBRIAND

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BibliografiaBERGER, John. Modos de ver. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

CANTON, Katia. Espelho de artista. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

GOMBRICH, Ernst H. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da represen-tação pictórica. São Paulo: Martins Fontes, 1986.

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 15 jul. 2005.

COLEÇÃO GILBERTO CHATEAUBRIAND. Disponível em <www.galeriadomquixote.com.br/scripts/news/vejario.asp>.

ENCICLOPÉDIA. Disponível em: <www.artcyclopedia.com>.

ENCICLOPÉDIA ITAÚL CULTURAL DE ARTES VISUAIS. Disponível em: <www.itaucultural.org.br>.

LEE, Wesley Duke. Disponível em: <www2.uol.com.br/animae/artistas/wesley/wapres.htm>.

PICASSO, Pablo e As meninas. Disponível em: <www.museupicasso.bcn.es/cast/coleccion/index_collec.htm>.

RETRATOS. Disponível em: <www1.uol.com.br/bienal/24bienal/edu/francis_bacon.htm>.

Notas1 Gilberto Chateaubriand é fazendeiro, no interior de São Paulo, filho deAssis Chateaubriand, ex-diplomata e o maior colecionador de obras dearte no Brasil. Sua coleção pessoal começou em 1953 com uma tela dePancetti, doada pelo artista quando Gilberto lhe fazia uma visita.2 Fonte: <www.galeriadomquixote.com.br/scripts/news/vejario.asp>.Acesso em 15 jul. 2005.3 Será interessante comparar com a curadoria de Katia Canton em outra ex-posição com a mesma temática, apresentada na DVDteca Arte na Escola.4 John BERGER, Modos de ver, p. 92.5 Rose Sélavy é uma criação de Marcel Duchamp, que se travestiu paraa fotografia de Man Ray. Rose, que lido inversamente é Eros, deus do amor,constrói a frase: Eros c’est la vie (Eros é a vida). “Rose ou Rose Selávynão faz apenas obras de arte. Ela também escreveu palavras espirituosas,trocadilhos e jogos de palavras”. Fonte: MINK, Janis. Marcel Duchamp: aarte como contra-arte. Köln: Taschen, 1996, p. 73.6 Ernst. H. GOMBRICH, Arte e ilusão: um estudo da psicologia da repre-sentação pictórica, p. 292.

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7 CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica: um ensaio sobre o homem.São Paulo: Mestre Jou, 1977, p. 227-228. Há uma edição mais recentedeste livro, editado pela Martins Fontes, São Paulo, em 2001.8 Susan WOODFORD, A arte de ver a arte, p. 21.9 Ibid., p. 26-27.10 GOMBRICH, Ernst H. La máscara y el rostro: la perceción del parecidofisonómico en la vida y el arte. In: ___. La imagen y el ojo. Madrid: Alianza,1993, p.99.11 Veja, na DVDteca Arte na Escola, o documentário sobre Waltercio Cal-das, que permite estudar a questão da citação e da intertextualidade.12 VAN GOGH, Vincent. Cartas a Théo. Porto Alegre: L&PM, 1986, p.183.13 Para conhecer mais sobre a artista pesquise no site: <www.scielo.br>.Acesso em 15 jul. 2005. Opte pelo português e procure, entre os autores,FABRIS, Annateresa.14 Katia CANTON, Espelho de artista, p. 10.15 VIANNA, Lúcia Helena. Tinta e sangue: o diário de Frida Kahlo e os ‘qua-dros’ de Clarice Lispector. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis,v.11, n.1, jan./jun. 2003. Fonte: <www.scielo.br>.16 WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Porto Alegre: L&PM, 2001, p. 35.17 MORAIS, Frederico. Catálogo da exposição COLEÇÃO GilbertoChateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira. São Paulo: Mu-seu de Arte Moderna, 1984.18 Provinciano que nunca soube/Escolher bem uma gravata;/ Pernam-bucano a quem repugna/ A fala do pernambucano;/ Poeta ruim que naarte da prosa/ Envelheceu na infância da arte,/ E até mesmo escreven-do crônicas/ Ficou cronista de província;/ Arquiteto falhado, músico/Falhado (engoliu um dia/ Um piano, mas o teclado/ Ficou de fora); semfamília,/ Religião ou filosofia;/ Mal tendo a inquietação de espírito/ Quevem do sobrenatural,/ E em matéria de profissão/ Um tísico profissio-nal. Fonte: <www.secrel.com.br/poesia/manuelbandeira03.html>.Acesso em 15 jul. 2005.19 ECO, Umberto (org.). A história da beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004,p. 16-35.20 Fonte: <www.paralerepensar.com.br/m_quintana.htm>. Acesso em 15jul. 2005.