Crime Em Vulcano - Jean Lorrah

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CRIME EM VULCANOA nave estelar Enterprise, comandada por Kirk, dirige-se a Vulcano, planeta natal de Spock, para tentar salvar um tripulante gravemente ferido. Somente na Academia Vulcana de Cincias existe um equipamento que pode ajudar o Dr. McCoy. A mquina, porm, sofre panes teoricamente impossveis, e pacientes comeam a morrer. A prxima vtima? Amanda, a me de Spock! Para evitar o prximo assassinato, Kirk improvisa-se investigador e tenta desvendar o mistrio de crimes sem motivo num planeta onde eles no deveriam ocorrer.E mais: Glossrio Jornada nas Estrelas Glossrio Cultural

JEAN LORRAH

CRIME EM VULCANOTraduo: CLUDIA FREITAS Ttulo original: The Vulcan Academy MurdersCopyright Paramount Pictures Corporation, 1984 Todos os direitos reservados

STAR TREK uma Marca Registrada da Paramount Pictures Corporation Publicado mediante contrato firmado com Pocket Books, New York Todos os direitos da traduo para o Brasil reservados Aleph Publicaes eAssessoria Pedaggica Ltda. - Av. Dr. Luiz Migliano, 1110 3.o and. - CEP 05711 So Paulo - SP - Tel.: (011)843-3202 / 843-0514 Diretor editorial: Pierluigi Piazzi Diretora Pedaggica: Betty Fromer Editor tcnico: Renato da Silva Oliveira Diagramao: Fernando Fabbrini Reviso: Ana Amlia Feij Baptista, Georgia Robles, Marlene G. M. Freitas Ilustrao da capa: Vagner Vargas Ilustraes dos personagens: Leonardo Bussadori Assessoria: Srgio Figueiredo, Luiz A. Navarro, Cristina Nastasi, Ivo Luiz Heinz

Consultoria: Frota Estelar Brasileira Clube que congrega os aficcionados da srie Star Trek (Trekkers)Caixa Postal 14592 - CEP 03698-970 So Paulo SP

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro,SP,Brasil)LORRAH, JEAN Crime em Vulcano/Jean Lorrah; traduo de Cludia Freitas So Paulo; Aleph, 1992 - (Coleo Star Trek: v. 8) Acima do ttulo: Jornada nas Estrelas. 1. Fico Cientfica norte-americana 2. Fico norte-americana I. Ttulo. II. Srie 92-2449 CDD-813.5 ndices para catlogo sistemtico: 1. Fico: Sculo 20: Literatura norte-americana 813.5 2. Sculo 20 : Fico : Literatura norte-americana

Ao longo deste livro aparecem termos e personagens com os quais o leitor pode no estar familiarizado. Por isso, colocamos nas pginas iniciais uma apresentao dos principais personagens e, no final, dois glossrios: um relativo aos termos da srie Jornada nas Estrelas e outro relativo a Cultura Geral. Talvez fosse conveniente l-los em primeiro lugar para no interromper a leitura do romance.

"O Espao, a fronteira final. Estas so as viagens da nave estelar Enterprise, em sua misso de cinco anos para explorar novos mundos,pesquisar novas vidas, novas civilizaes, audaciosamente indo onde nenhum Homem jamais esteve."

U.S.S. ENTERPRISE NCC-1701 A United Space Ship Enterprise, astronave da classe Constitution foi

lanada em 2188. Sob o comando do capito James T.Kirk, ficou famosa em toda a galxia, tornando-se smbolo da Frota Estelar. Viajam a bordo da nave 430 pessoas, sendo 43 oficiais e 387 tripulantes, com aproximadamente um tero de membros femininos. Sua velocidade de cruzeiro feita em dobra espacial seis - 216 vezes a velocidade da luz (c). A de emergncia feita em dobra oito - 512 vezes a velocidade da luz (c). Tem 400 torpedos de f-ton e trs bancos de phasers, com enorme poder de fogo. Todo sistema de propulso e armazenamento de energia alimentado por cristais de dilithium. Casco composto por titnio e alumno transparente. Tem 302 m de comprimento, 140 m de dimetro, 71 m de altura e 21 andares.

James Tiberius KIRK o comandante da Enterprise. O mais jovem capito da Frota Estelar tem uma destacada folha de servios. Recebeu as mais importantes comendas e distines da Federao de Planetas. Natural do planeta Terra, seu sucesso no foi conquista fcil. Quando assumiu o comando da USS Enterprise, aos 29 anos, j havia sido ferido trs vezes e alguns de seus feitos j estavam gravados nos anais de honra da Frota. De natureza independente, um militar por formao e um explorador e diplomata por vocao. Seu carisma e liderana naturais despertam a confiana e lealdade de sua tripulao. SPOCK o imediato e oficial de cincias da Enterprise. Filho de um vulcano e uma terrestre, possui uma mente extremamente analtica. Recebeu a educao de um vulcano. Treinado em lgica, computao e controle das emoes. devotado cincia e guiado pela lgica, base filosfica de seu povo. Fisicamente mais vulcano que terrestre: seu sangue, pigmentado com cobre, verde e seu corao tem pulsao mdia de 242 batimentos por minuto. Possui uma extraordinria fora fsica e grande resistncia dor. Possui capacidade teleptica e a, capacidade de imobilizar um homem atravs do famoso "toque vulcano". Leonard H. McCOY o oficial mdico-chefe da Enterprise. Um mdico da Terra apegado s tradies e arredio tecnologia de seu tempo - reflexo de seu temperamento extremamente humanista e romntico - que no o impede de ser um exmio conhecedor do uso dos modernos e sofisticados instrumentos mdicos. amigo pessoal e conselheiro do capito Kirk. Vive em freqentes desentendimentos com Spock. O Dr.McCoy no gosta da disciplina e protocolo militar. extrovertido, passional e sonhador; guiado pelas emoes que o tornam s vezes uma pessoa irascvel, mas tambm amvel e dcil.Montgomery SCOTT o engenheiro-chefe da Enterprise. Um escocs que possui profundo conhecimento da alta tecnologia utilizada nas astronaves. o responsvel pela engenharia e manuteno da nave. Assume o comando da Enterprise na ausncia de Kirk e Spock. Nyota UHURA a oficial de comunicaes da Enterprise. Nasceu nos Estados Unidos da frica e seu nome significa "liberdade" na linguagem swahili. Excelente em matemtica e fsica. Colecionadora de canes e magnfica musicista. Hikaru Kato SULU , numa primeira fase, piloto da Enterprise. Um oriental apreciador de botnica e de personalidade romntica. Campeo interplanetrio de esgrima, colecionador de armas antigas e especialista em artes marciais.

Posteriormente torna-se comandante da U.S.S. Excelsior NX-2000, tendo oportunidade de auxiliar seu antigo oficial comandante Kirk na ltima batalha contra os klingons (veja A Terra Desconhecida, vol. 4 da coleo Star Trek - Ed. Aleph) Pavel Andreievich CHEKOV, , inicialmente, o navegador da Enterprise Um russo que freqentemente se admira pela ingenuidade dos seus ancestrais soviticos, que alegavam ter inventado e descoberto quase tudo no universo. jovial, impulsivo e de esprito alegre. Posteriormente torna-se oficial de segurana.

Mensagem aos Leitores Eu gostaria de agradecer a Gene Roddenberry, o criador de Jornada nas Estrelas, que tem sido uma influncia importante em minha vida. D.C. Fontana e Theodore Sturgeon, que escreveram os episdios que inspiraram esse livro. William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, Mark Lenard (Sarek), Jane Wyatt (Amanda) e todos os outros atores que deram vida aos personagens de jornada nas Estrelas. Ao Fandom de Jornada nas Estrelas, que atravs dos anos tem fornecido uma audincia para as histrias que eu, e tantos outros fs, precisam contar. Gordon Carleton, que me deu permisso para usar "TKuht", o nome que inventou e os fs adotaram para o planeta irmo de Vulcano, a "Lua" do planeta sem lua, visto nos cus de Vulcano em Yesteryear (o primeiro desenho animado de uma srie de 22 que foi apresentado na tev nos anos 70, dublados pelos prprios atores. Nota do Editor.) e Jornada nas Estrelas: O Filme. Jacqueline Lichtenberg, que leu este manuscrito enquanto era escrito e deu as sugestes exatas nos momentos certos, e ao Star Trek Welcommittes, que por muitos anos serviu para fazer com que os fs que amavam Jornada nas Estrelas se conhecessem e dividissem seus interesses uns com os outros. Eu tenho sido uma f de Jornada nas Estrelas desde 1966, quando os episdios originais foram apresentados pela NBC. Aprendi a escrever fico atravs de textos para fanzines e fiz muitos amigos maravilhosos atravs do Trekfandom. Trekfandom no um "clube" a quem algum "se associa". So amigos e cartas, colegas e fanzines, trabalhos de artes e msicas engraadas,

posters e broches, montagens e convenes; alguma coisa para todo mundo que tem em comum a inspirao de um show de televiso que cresceu bem mais que suas encarnaes em tev e cinema para se tornar uma parte viva da cultura mundial. Tanto nos textos trekkers quanto nos meus outros trabalhos de fico cientfica, tenho uma forte crena na interao entre autores e fs. Se voc quiser comentar esse ou qualquer um dos meus livros pode me contatar atravs dos meus editores, ou no endereo: P.O. Box 625, Murray, KY 42071, U.S.A. Se sua carta exigir uma resposta, por favor inclua um envelope selado e subscritado. Mas se voc estiver interessado em contactar o Fandom, o meio no atravs de mim, ou de nenhum outro autor de Jornada nas Estrelas. Voc quer a Star Trek Welcommittes, esta maravilhosa organizao. No esquea de incluir um envelope selado e subscritado j que esta uma organizao sem fins lucrativos, com voluntrios que amam Jornada nas Estrelas e esto ansiosos para responder s suas perguntas e coloc-lo em contato com outros fs. O endereo atual : Star Trek Welcommitte P.O. Drawer 12 Saranac, M1 48881 U.S.A Continue Trekkando! Jean Lorrah - Murray, Kentucky.

CAPTULO UM Dispare os torpedos fotnicos! O capito James T. Kirk inclinava-se para a frente na cadeira de comando, como que fazendo as armas da U.S.S.Enterprise disparar s com sua fora de vontade. Nada aconteceu. Na tela, a nave de guerra klingon mirou na nave da Federao e atirou de novo. A Enterprise balanou, mas os escudos agentaram. Senhor Sulu, quero torpedos! A voz do Capito era firme e determinada. Sem resposta, senhor! O navegador respondeu, ainda lutando com os controles. Kirk apertou um boto no brao de sua cadeira. Controle Auxiliar! Sr. Chekov, dispare os torpedos fotnicos! Disparando, Capito! E a tela finalmente mostrou os torpedos a caminho. Entretanto, a voz vinda do Controle Auxiliar no era a de Pavel Chekov. O Alferes Carl Remington, recm-sado da Academia, tinha respondido. Kirk ouviu o medo em sua voz e imaginou se ele iria agentar a presso. Phaser nmero um, disparar! Os klingons se moveram para escapar ao disparo final, as armas de curto alcance os atingiram em cheio, mas as telas ainda suportaram. Phaser nmero dois, agora! Kirk insistiu em sua vantagem. As telas de bombordo dos klingons caram num satisfatrio espetculo de fogos. Disparar todas as armas! Remington respondeu imediatamente. Torpedos e phasers explodiram sobre a nave inimiga; a Enterprise recebeu alguns disparos de volta, seus prprios escudos entrando em curto circuito por um longo momento. Ento o resto das telas dos klingons caram, e a nave de pescoo longo explodiu em morte gloriosa. Cessar fogo! Kirk comandou, mas reparou que os disparos haviam parado antes de sua ordem. Controle Auxiliar! Sem resposta. Chekov! Remington! Respondam! Houve uma longa pausa. Ento a voz de Chekov, fraca e engasgada. Capito. Auxlio mdico... Uma tosse, ento silncio.

Enfermaria! Kirk exclamou, apertando outro boto. Magro, mande algum para o Controle Auxiliar, imediatamente! Ento no intercom geral Qualquer um nas proximidades, cuide do Controle Auxiliar! Grogan aqui, Capito! Veio uma voz feminina enquanto o boto do CA piscava tranqilizador O Sr. Chekov est inconsciente, e o Sr. Remington... eu acho que ele est morto! Grogan, alcance o terminal, a ponte est sem fora! Sim, Capito. Mas a batalha j terminara. A nave klingon flutuava morta no espao, os sensores mostravam que no havia nenhuma fora, os sistemas de suporte de vida no funcionavam. Os aliengenas engasgando, sufocando sob os gases do fogo que consumia o resto de seu ar, soavam aos ouvidos da tripulao da Enterprise. Enterprise para nave klingon, tripulao preparar para ser trazida a bordo de nossa nave! Scotty... A voz do engenheiro-chefe respondeu. Sim, Capito, vamos tentar... mas localizamos s uma dzia ou isso, ainda vivos, e eles esto morrendo enquanto tentamos focaliz-los. Kirk sentava quieto agora, enquanto ouvia os relatrios que chegavam. A Enterprise sofrer muitos danos, eles teriam que parar na Base Estelar mais prxima para reparos. O computador monitorava a nave, os relatrios de danos eram imediatos. Mas pessoas tinham que cuidar de pessoas; os relatrios de mortos e feridos seguiam-se numa velocidade menor e mais preguiosa. Ns trouxemos trs dos diabos vivos para bordo. Scotty informou enquanto entrava na ponte vindo do turbo-elevador. Todos doentes como cachorros por terem respirado aquela fumaa e todos bem merecedores disso! O escocs dirigiu-se diretamente para o crepitante terminal do leme. Onde eles esto? Kirk perguntou. Enfermaria. Eu suponho que o Dr. McCoy vai arrum-los direitinho pra serem interrogados. Kirk encarou a tela que ainda mostrava a nave klingon, agora uma tumba para toda sua tripulao, exceto esses trs. Por que eles fizeram isso? Ele pensou alto. Eu sei que eles disputam nosso direito a este quadrante, mas atacar? Tudo que fizemos foi avis-los que estavam em espao da Federao. Eles so klingons. Scotty respondeu. O que o senhor esperava? Mas por que arriscar suas vidas? Aposto como sabiam que tinham

uma chance minscula contra uma nave estelar. Por que se preocupar em brigar por cem anos-luz cbicos de vcuo? O Sr. Spock, que tinha estado silencioso cuidando de seu posto durante a batalha, falou de repente. "Vamos conquistar um pequeno pedao de terra que s oferece vantagem no nome." Como? perguntou Kirk. Hamlet o vulcano completou. Shakespeare compreendia a mentalidade do guerreiro. "Testemunha este exrcito, numeroso e custoso, aventurando o que mortal e incerto a tudo quanto possa ousar a fortuna, a morte e o perigo, somente por uma casca de ovo". Ele parou, ento completou Ou, como um poeta klingon poderia dizer, Capito, "qualquer pretexto por uma batalha". Cinismo, Spock? Observao, Capito. Eu tenho observado como os klingons agem muitas vezes. Eles no so lgicos... mas so previsveis. Voc est sugerindo que talvez eu pudesse ter evitado esse confronto? Kirk perguntou. No, Capito, pelo contrrio. Estou sugerindo que ao entrar em contato com os klingons num quadrante disputado, o confronto era inevitvel. Kirk no se sentiu melhor porque seu Primeiro Oficial concordava que ele no tivera outra sada. Devia haver um jeito melhor do que atirar um contra o outro. Eles eram como crianas brincando de piratas, mas era tambm uma verdadeira perda de vidas e membros! Finalmente McCoy fez seu relatrio da enfermaria. Quatro mortos, Capito. Rosen, Livinger, M'Gura, Jakorski. Noventa e trs feridos, mas s onze srios o suficiente para serem confinados enfermaria. Um deles, porm... Jim, quando puder, por favor desa at aqui. Remington? Kirk perguntou, lembrando que Grogan pensara que o rapaz estava morto. Sim. Eu gostaria de falar com voc em particular. Scott tinha colocado o terminal operando de novo; todos os relatrios j tinham chegado. Sr. Spock, assuma o comando Kirk instruiu e pegou o elevador para a enfermaria. Aqueles da tripulao que estavam conscientes conseguiram sorrir para o Capito e usou de seu charme como resposta, assegurando-lhes que tinham feito um bom trabalho e logo estariam de p com a ajuda de McCoy. Mas sua alegria forada caiu como uma mscara quando seguiu o mdico para dentro da Unidade de Terapia Intensiva e viu Carl Remington deitado plido e imvel. Ele certamente parecia morto. Apenas os indicadores de sinais de

vida no painel sobre sua cabea mostravam vida na forma quieta. Muito ruim? Sem esperanas McCoy replicou. Droga, Jim, o pior de tudo que vai levar dias pra ele morrer. Ele est totalmente paralisado. Seu sistema nervoso voluntrio est completamente queimado, ele deve ter recebido uma grande carga de energia em um dos ltimos disparos da nave klingon. Seu sistema involuntrio est funcionando, eu o tirei do suporte de vida e... ele est vivo, por enquanto. Mas no pode fazer nada, e eu quero dizer nada. Ele no pode nem mesmo piscar os olhos. Mas se ele se estabilizar, em vez de morrer nos prximos dias, pode continuar assim por muitos anos. Bom Deus Kirk sussurrou. Ele sabe? Quer dizer, ele pode nos ouvir? Ele est... consciente ai dentro? Eu no sei. Ele no respondeu, no houve nenhum aumento dos batimentos cardacos ou da respirao que indicasse resposta emocional, mas talvez ele no possa fazer nem isso. Devo pedir a Spock que...? No! Mas depois de um momento Kirk suspirou. Sim. Ns temos que saber. Spock, embora sempre relutante em usar o elo mental, concordou. Sim, eu compreendo que o senhor precise saber se o Sr. Remington est consciente antes de decidir qual o tratamento para ele. Eu farei o elo com ele, doutor, se o senhor me conseguir um pouco de privacidade. Kirk e McCoy foram para o consultrio do mdico, esperar um relatrio de Spock. Kirk caiu sobre uma cadeira, permitindo pela primeira vez naquele dia que seu estado de esprito transparecesse em sua postura. Talvez ele esteja tecnicamente morto McCoy tentou. Eu no encontrei nenhuma atividade cerebral... E talvez seu corpo tambm se desligue, e poupe-lhe o problema... Kirk cortou sua resposta zangada e descansou seus cotovelos nos joelhos, esfregando as palmas das mos em seus olhos. Sinto muito, Magro. Voc fez tudo que podia. Assim como voc. O mdico disse. Aqui, minha prescrio. Ele segurava um conhaque. Kirk pegou agradecido, sem protestar. Aps um momento McCoy sentou-se em sua cadeira e disse: Jim, Remington um desses jovens com quem voc se identifica, no ? Magro, eu... Eu sei, voc se importa igualmente com toda a tripulao. Mas eu tambm sei que sempre que voc v um desses rapazes verdes, recm-sados da Academia e prontos para tomar a Galxia, Voc se lembra de um certo James T. Kirk nascido para ser o mais jovem capito da Frota Estelar e conseguindo isso.

Isso foi h muito tempo, Magro. E em horas como essa voc se pergunta pra que tudo isso. Por que se levantar pra um dia como esse? Eles acontecem com muita freqncia, no ? Kirk concordou. Mas algum tem que fazer isso. Talvez estejamos protegendo vcuo aqui, mas se ns deixarmos os klingons terem este pedao particular de vcuo, eles construiriam uma Base Estelar que estaria muito prxima de um territrio populoso da Federao. Mas, droga, isso no torna mais fcil ter pessoas mortas ou aleijadas para o resto da vida. Ficou sentado, encarando sua bebida e McCoy no o incomodou mais, sabendo que o Capito provavelmente tomaria mais um drinque ou dois, dormiria de exausto e faria um exerccio matinal no ginsio antes de enfrentar a cerimnia fnebre. Passou-se quase meia hora antes de Spock emergir da UTI, plido e soturno. O Sr. Remington est... l, doutor. Ele .no pode responder, mas sua mente est alerta, profundamente presa dentro de si mesmo. Oh, Deus! McCoy disse suavemente, lgrimas acumuladas em seus olhos azuis. Ele no deixou que cassem, mas elas enrouqueceram sua voz quando falou. quando me pergunto por que sou mdico. Se eu no tivesse feito nada por esse rapaz hoje, talvez ele tivesse simplesmente morrido. Em vez disso, ele est condenado a ser um morto-vivo. Ele se serviu de um conhaque dessa vez, hesitou e ento serviu um para Spock. No discuta, apenas beba. Eu no estou discutindo, doutor. Respondeu Spock, entornando a bebida em um s gole. Ento ele se sentou na ltima cadeira disponvel no pequeno consultrio e disse: Dr. McCoy, Capito... pode haver uma chance para o Sr. Remington se recuperar. Spock disse McCoy no h jeito de reparar esse tipo de dano nervoso. Nervos no se regeneram. Se algum estivesse trabalhando numa tcnica para regenerao dos nervos eu ao menos teria ouvido falar. No se estiver acontecendo na Academia Vulcana de Cincias. Spock replicou. E estiver ainda em estgio experimental. Estiver? perguntou McCoy, percebendo que a gramtica sempre perfeita de Spock pediria por um subjuntivo se ele estivesse falando hipoteticamente. Quer dizer que existe essa tcnica? Sim, doutor, existe. Mas, como voc pode saber disso quando eu no sei? Eu tambm leio a Revista da Academia Vulcana. Eles no completaram suas pesquisas, ento ainda no podem publicar os resultados Spock explicou. Entretanto, eu tenho uma...

razo pessoal para saber da experincia. Kirk endireitou-se, imediatamente alerta pela preocupao do amigo. Pessoal, Spock? H algo errado? No comigo. O vulcano respondeu com o tom sem emoo que usava para disfarar seus sentimentos. Os dois homens reconheceram que isso significava que ele estava se controlando cuidadosamente. ... minha me. Amanda? McCoy perguntou, lembrando-se da dama adorvel que ele conhecera na viagem para Babel. Ela est doente? H algo que eu possa fazer, Spock? Ela tem xenose degenerativa. McCoy segurou sua lngua, sabendo que expresses de simpatia no seriam bem recebidas pelo seu amigo vulcano. A doena era um dos produtos da viagem espacial, parecia ser um tipo de reao alrgica a viver por longos perodos em mundos aliengenas. Uma vez que comeava, no havia cura; as fibras nervosas se dissolviam at a pessoa morrer porque o corpo no podia mais funcionar. Quanto tempo? Finalmente perguntou com gentileza. Ns esperamos, meu pai Sarek e eu, que ela no v morrer, doutor. Ela teria apenas mais alguns meses, mas as tcnicas de regenerao desenvolvidas pelo curador Sorel e seu parceiro, Dr. Daniel Corrigan, foram testados com sucesso no Dr. Corrigan. Parece um homem como voc, Magro, Kirk comentou testando seus experimentos em si mesmo. Embora seja apenas alguns anos mais velho que minha me Spock explicou o Dr. Corrigan comeou, h alguns anos, a envelhecer muito rpido, fisicamente. Felizmente sua mente manteve-se intacta e junto com Sorel foram capazes de desenvolver uma metodologia. Sarek me disse que o Dr. Corrigan recuperou-se completamente. Neste momento eles esto testando a tcnica apenas em pessoas que no podem ser curadas outra forma. Minha me est no stasis agora, em alguns dias ela ser liberada. A ltima comunicao de meu pai dizia que os monitores mostram uma regenerao quase total. Ela ficar bem e ter muitos anos mais com meu pai. Spock disse Kirk estou muito feliz em ouvir isso. Mas por que voc no nos disse isso antes? Eu pretendia, mas a comunicao chegou pouco antes da batalha. Eu ia pedir para descer em Vulcano e solicitar que o senhor viesse comigo, Dr. McCoy. Acredito firmemente no Dr. Corrigan, que tem sido o mdico de minha me por muitos anos. Entretanto....

Obrigado, Spock. McCoy sentiu-se aquecido pela confiana de Spock. Eu ficaria honrado. Voc acha que eles aceitariam Remington? Jim, a Enterprise ter que ficar em doca para reparos de qualquer jeito... Leve Remignton para Vulcano, Magro. Isso uma ordem. E claro que sua licena est concedida, Spock. Pelo menos voc ter uma licena em casa e ns no estamos to longe de Vulcano! J que o senhor tambm ter tempo de licena, Capito - Spock disse formalmente posso convid-lo para minha casa? Estou certo que meu pai ficar honrado em ter os dois como convidados e, quando minha me for liberada do stasis, ela certamente ficar satisfeita em rev-los. Ficou assim acertado, para alvio de todas as partes. Agora o nico problema era McCoy manter Remington vivo at chegarem a Vulcano.

CAPTULO DOISSarek de Vulcano saiu do chuveiro snico e escolheu uma roupa leve, compatvel com o vero vulcano. O dia prometia ser trrido o bastante para deixar os prprios nativos desconfortveis. Com certeza seus estudantes estariam inquietos; como se permitira ele ser coagido a ensinar no primeiro nvel do curso de computao, sempre quase lotado de aliengenas? A casa estava vazia, mas ele se acostumara a isso no ltimo ms. Se Amanda tinha de ficar em stasis, era bom que estivesse escapando do perodo mais quente do vero. despeito de todo seu tempo em Vulcano, ela ainda se ressentia desse tipo de calor. Lembrando-se que teria convidados humanos chegando esta tarde, Sarek colocou a unidade refrigeradora vrios graus abaixo da temperatura que seria confortvel para si. Mesmo Spock precisaria de alguns dias para se readaptar com o impiedoso Vero vulcano. J fazia quase dois anos desde que Spock viera a Vulcano, por razes to lamentveis... No! Sarek recusou-se a lidar com o passado. Amanda estava certa. Errara ao repudiar seu filho. Arrependia-se profundamente por no ter estado ao lado de Spock no que deveria ter sido seu casamento, mas o que estava feito, estava feito. E na viagem para Babel, pai e filho redescobriram-se; sim, ele esperava ansioso para ver Spock outra vez. Todavia, ele no ignorava a ironia de Spock estar voltando casa para rever seu pai acompanhado dos mesmos dois homens que o levara para seu Koon-ut-Kal-if-fee. Tendo conhecido o impertinente doutor e o bravo, mesmo que impetuoso, capito na mesma viagem da to disputada Conferncia de Paz, Sarek aprovava totalmente a escolha de amigos do filho. Ele esperava, entretanto, que Spock no sentisse necessidade de trazer protetores para a casa de sua famlia. Sarek andou desde sua casa, nos arredores do ShiKahr, at a Academia Vulcana de Cincias, onde ensinava e fazia pesquisas quando no estava fora do planeta em misses diplomticas. Sorel insistia que ele fizesse pelo menos esse exerccio diariamente, para ter certeza que seu corao mantivesse um funcionamento perfeito aps a cirurgia de emergncia feita pelo Dr. McCoy. H anos que Sarek no se sentia to bem quanto agora, depois de recuperar-se. A caminhada era prazerosa, no uma obrigao, embora ele esperasse pelo frescor do fim de tarde para caminhar de volta. A doena de Amanda viera como um choque. Sarek enfrentara sua prpria mortalidade bordo da Enterprise, mas afora a probabilidade de ele

sobreviver sua esposa humana, nunca enfrentara realmente a possibilidade de perder Amanda. Seu alvio com os relatrios que Sorel e Corrigan lhe fizeram nos ltimos dias no era muito vulcano, mas ele no se importava. Amanda ficaria bem de novo! No escritrio de Sarek, sua assistente Eleyna Miller, estava examinando os programas feitos por sua turma. Bom dia, Sarek ela disse formalmente. Eu acho que voc gostaria de olhar a tentativa de programa do Sr. Watson para navegao de uma nave estelar. Ao menos, isso que deduzo ser. Sarek inclinou-se sobre seu ombro e examinou a tela. As colunas dos nmeros deveriam-lhe ser totalmente familiares, afinal ele ensinava esta mesma matria e passava os mesmos problemas h anos. Porm as respostas do Sr. Watson eram sempre nicas. Usando este programa, marque um curso em dobra 4 de Vulcano para a Terra ele instruiu o computador. No possvel o computador respondeu com sua voz anasalada. No d para chegar l, por aqui. Sarek disse a Eleyna, sem expresso, e foi recompensado com um de seus olhares desaprovadores. Embora humana como Amanda, Eleyna no compartilhava o senso de humor da esposa de Sarek, ao contrrio, mesmo depois de mais de um ano trabalhando prxima a Sarek, talvez no acreditasse que um vulcano pudesse brincar com ela. Por outro lado, poderia ser parte da atitude "Eu sou mais vulcano que os vulcanos" que alguns humanos usavam quando estudavam ali. Muitas vezes Sarek quis dizer a Eleyna para ser ela mesma, mas nunca pode certificar-se que a fachada extremamente formal que ela usava no era seu verdadeiro eu, ento engolia o comentrio. Ele buscou o programa de Watson, marcando os erros e acrescentando notas explicando onde o estudante falhara. Quando terminou, era hora da aula. A temperatura estava subindo. As salas de aula eram vrios graus mais frias que o exterior, mas isso no era suficiente para o conforto de muitos aliengenas. Sarek olhou por sobre o mar de suarentos e inquietos humanos, pontuados ocasionalmente por andorianos, hemanites ou lemnorianos. Os poucos vulcanos sentavam-se eretos, prestando completa ateno, tomando notas e ainda, aps um ms de aulas, parecendo um tanto desaprovadores quando o resto da classe ria das piadas ocasionais de Sarek. Os dois telaritas, Sarek notou, estavam ausentes sem dvida enfiados em seus alojamentos com o ar-condicionado no mximo. Sarek terminou suas demonstraes do novo problema e esperou pelas dvidas. Como sempre, a resposta imediata do Sr. Watson demonstrou que ele no havia compreendido. Pacientemente, Sarek explicou de novo, imaginando mais uma vez como Watson passara nos testes de admisso da

Academia. T'Sia, uma garota vulcana de uma das colnias, fez uma pergunta inteligente, a discusso continuou at o horrio terminar. Dois humanos, o Sr. Zarn e o Sr. Stevens, saram com T'Sia, ainda debatendo. Sarek ficou imaginando se a jovem tinha a mais vaga noo de quo atraente era para os machos humanos. Embora ela parecesse completamente crescida, T'Sia no atingiria a maturidade sexual seno em mais vinte anos. Os jovens humanos, encontrando completa falta de resposta ou compreenso, logo perderiam o interesse. Ele vira novos estudantes passarem por este processo muitas vezes. Mulheres humanas eram mais sutis e muito mais propensas a saber ou deduzir os fatos sobre a biologia vulcana. Elas no perdiam tempo com estudantes vulcanos; as poucas que procuravam um verdadeiro desafio focavam suas atenes em seus professores. Mas porque os homens vulcanos que atingiam a maturidade sexual ou eram prometidos ou casados, nenhuma dessas tentativas fora bem sucedida, at onde Sarek soubesse. Retornando a seu escritrio, ele encontrou Eleyna trabalhando no computador. Pela primeira vez, imaginou o que ela faria em seu tempo livre. Ser que ela tinha algum tempo livre? Era um acontecimento muito raro Sarek no encontr-la no escritrio. Sua dissertao evolua admiravelmente, no podia encontrar nenhum erro em seu trabalho ou em sua assistncia. E ainda... ele no parecia conseguir conhec-la. Muitos de seus estudantes humanos, homens e mulheres, tinham se tornado seus amigos, mas Eleyna era um enigma. Pensando em seus estudantes brincando com os jogos da seduo, Sarek considerou se na idade de Eleyna ela no deveria ter um companheiro. A escolha de consortes era uma coisa rotineira na sociedade de Vulcano. No ano passado, Sarek e Amanda haviam ajudado a encontrar um aceitvel companheiro para a filha de sua prima. Mas os humanos no operavam desta forma. Ah, mas Eleyna parecia tentar agir como vulcana. Sarek imaginou se ela apreciaria ser apresentada a algum de seus estudantes masculinos. No entanto, talvez fosse melhor esperar e pedir um conselho a Amanda. Eleyna, estou indo ao hospital ele avisou-a. Ela olhou para cima, assustada, estava to entretida que no o ouvira entrar. Sua compostura escorregou um pouco e ela enrubesceu, mordendo seu lbio inferior. Ento sua fachada estava de volta. Limpou sua tela e colocou sua mo sobre o disco dentro do drive. Os programas de seus alunos j esto com notas, Sarek. Posso trabalhar em meu prprio terminal, no meu quarto, se voc... No, Eleyna, continue com o que estava fazendo. Estarei de volta em

aproximadamente um-ponto-trs horas ele disse, porque vira que ela estava trabalhando com o disco verde que acessava o computador central da Academia. No nvel de seu trabalho, Eleyna precisava constantemente de programas do sistema principal que no eram acessveis dos terminais dos estudantes, mas facilmente alcanveis em um dos terminais dos escritrios da faculdade. Satisfeito em permitir sua estudante o tempo que ela precisava para trabalhar, atravessou o campus at os prdios mdicos. Sarek seguiu seu caminho pelas frias profundezas do complexo hospitalar, at uma porta marcada com CAMPO ESTERILIZADO. Entrou na cmara, tirou as roupas, esperou os raios banharem seu corpo e vestiu o traje descartvel esterilizado que estava disponvel. Descalo, passou pela porta interior e falou na fechadura que ele insistira que fosse ligada sua voz assim como s dos mdicos. Sarek para ver Amanda. A porta abriu-se e ele entrou no quarto esterilizado. As luzes instaladas sobre as ripas da parede esquerda se acenderam, mas Sarek estava interessado apenas na luz fosca que iluminava a massa fluida no centro do quarto. A nvoa azulada estava num estado lquido-gasoso coloidal. Dentro, Amanda flutuava, suspensa por unidades antigravitacionais. Nada tocava a nvoa a no ser seu corpo. No haviam paredes cercando o lquido, um campo de fora o mantinha firmemente numa forma de caixa retangular. Em mais seis dias Amanda seria removida do fludo e trazida de volta conscincia. No fim do ms, Sorel prometera ontem, ela seria liberada do hospital, completamente curada. Enquanto flutuava vagarosamente na nvoa, seus longos cabelos prateados em padres sem objetivo, Amanda parecia uma criatura mtica dos oceanos de seu misterioso planeta natal. Sarek no podia v-la bem o bastante para notar quaisquer mudanas; embora o tratamento fosse especificamente para impedir e reverter a degenerao dos nervos que haviam comeado a aleij-la, tambm teria efeito em reverter seu envelhecimento, como ocorrera com o Dr. Corrigan. Amanda rira quando Corrigan lhe disse isso. Ora, voc vai fazer parecer que Sarek assaltou um berrio! No, mas quando terminar voc provavelmente estar muito parecida como era por volta dos trinta anos o mdico lhe assegurou. Sarek ficou satisfeito em ouvir isso. Embora Amanda estive na casa dos vinte quando a conhecera e se casara, acreditava que ela tinha melhorado com a idade; ele preferia a graa e a sabedoria da maturidade. A porta atrs dele se abriu suavemente e algum tambm descalo andou at a parede de madeira. Sarek lembrou-se de onde estava. Sabia que no devia perguntar sobre as leituras; atrapalhar um dos tcnicos de Sorel daria

ao curador uma desculpa para cancelar o privilgio de visita que ele achara to ilgica. Mas o intruso no saiu depois de estudar os mostradores; em vez disse veio at ao lado de Sarek e este descobriu que era o prprio Sorel. Embora fossem aproximadamente da mesma idade, Sorel sempre parecera muito mais velho que Sarek. Os curadores eram os mais formais e controlados de todos os vulcanos; tinham que ser, por possurem os mais fortes P.E.S. e terem de lidar com mentes doentes tanto quanto com corpos doentes. Sorel era to alto quanto Sarek, mas bem mais magro. Seu cabelo preto e liso mostrava apenas os primeiros sinais de cinza, enquanto o de Sarek j era grisalho h anos. Mas eram os olhos de Sorel que o tornavam inescrutvel. A ris era to negra que no se podia distingui-la das pupilas. J que tambm no permitia que sua face demonstrasse seus sentimentos, s vezes parecia a Sarek que ele era tratado por um computador... e muito crtico, ainda por cima. Esperou que o curador comeasse a conversa. Se houvesse qualquer mudana nas condies de Amanda, Sorel lhe diria; se no, no havia porque perguntar. Depois de alguns momentos, Sorel disse abruptamente: Sarek, eu devo me desculpar. Surpreso, Sarek esperou at poder falar impassivelmente. Voc no me fez nenhum ofensa, Sorel. Eu no fiz nenhum esforo para compreender seu pedido de privilgio de visita, meramente porque era ilgico. Agora... minha esposa est em stasis. T'Zan? Eu no sabia que ela estava doente. Um acidente, ontem noite. T'Zan consertava um estimulador neural, ele entrou em curto-circuito e ela sofreu extensos danos nervosos. Ns tememos... que mesmo a cmara de stasis no assegure completa regenerao. Quem seu mdico? Corrigan. claro. O parceiro de Sorel, o mdico humano que viera para Vulcano com os primeiros cientistas humanos convidados da Academia... e que havia encontrado um lar ali, como poucos humanos conseguiram. Sorel e Corrigan se associaram pela primeira vez para trazer Spock vida e a sociedade floresceu por muitos anos. Eles eram reconhecidos como o melhor time mdico de Vulcano. Sorel continuou Daniel no me perguntou, simplesmente registrou

minha voz na porta da cmara de stasis de T'Zan. Eu no achei que fosse fazer nada to ilgico... e eu j estive l esta manh mesmo. Achando que o curador poderia ficar embaraado em admitir um ato emocional, Sarek sugeriu: Naturalmente voc quis inspecionar o trabalho do Dr. Corrigan. Um fraco sorriso, o primeiro que Sarek via no rosto do curador, contorceu a boca de Sorel. No, Sarek. Eu olhei para os mostradores, mas no sabia o que eles diziam. Fui para fazer o que voc faz, estar com ela, olhar para ela. Eu invejo seu conhecimento de que quando sua esposa for liberada do stasis, ela estar bem. Se T'Zan no estiver bem quando for liberada, Corrigan achar um jeito de cur-la. Humanos so assim. Quando exaurem todas as possibilidades lgicas, eles aplicam as ilgicas at que tenham sucesso. Sorel franziu a testa, olhou para o tanque de stasis e de volta para Sarek. s vezes imagino se sua unio com uma humana no o modificou. Mesmo assim, eu nunca vi Amanda agir ilogicamente, enquanto voc... Sarek esperou ser lembrado mais uma vez pelo quo estpido, -embora nenhum vulcano usasse uma palavra to forte-, ele havia sido por aceitar a misso de Babel quando j sofrer dois ataques cardacos. Em vez disso, Sorel disse: Eu ouvi dizer que seus estudantes o consideram uma espcie de... comediante. Ele usou a palavra humana, a lngua vulcana no possua tal termo. Estudantes aliengenas respondem a tcnicas diferentes das mais bem sucedidas com vulcanos. Sarek respondeu. Ainda assim, Amanda tem muito sucesso ensinando vulcanos. Isso mesmo. Entretanto, voc conhece um ato ilgico da parte de Amanda. Mesmo? Relembre-me. Ela se casou comigo. Sarek explicou. Ah. Realmente. Sorel encarou a nvoa azulada outra vez. Voc provocou deliberantemente a inclinao vulcana para a curiosidade, Sarek. Como foi que voc casou com ela? Perdoe-me. Eu no espero que voc responda. O momento embaraoso foi interrompido quando a porta abriu-se pela terceira vez, para permitir a entrada do Dr. Daniel Corrigan. O mdico humano era baixo e atarracado, genial e gregrio. Ele nunca tentou adotar as maneiras vulcanas e ainda assim, de algum modo, conseguiu manter sua associao com Sorel, o mais formal dos vulcanos. Eu deveria saber que voc estaria fazendo rondas como sempre, Sorel. Ele cumprimentou o parceiro. Bom dia, Sarek.

Bom dia, Dr. Corrigan. Se o senhor deseja consultar Sorel... No, no h o que consultar, mas boas notcias. T'Zan est respondendo muito melhor do que podamos prever. O prognstico agora recuperao completa. Mas eu suponho que voc checou tudo pessoalmente. No, Daniel. Eu li os mostradores, mas fui incapaz de interpretar os dados. Sarek surpreendeu-se que curador vulcano admitisse uma emoo diante do humano. Ento compreendeu que a surpresa era que, em todos esses anos que trabalhavam juntos profissionalmente, ele nunca soube que tivessem tambm uma amizade pessoal. Obrigado, Daniel Sorel estava dizendo. Voc pode estimar quanto tempo T'Zan dever ficar em stasis? Vinte ou vinte e cinco dias. Ns a manteremos cuidadosamente monitorada mas s uma questo de tempo agora. Estou satisfeito em ouvir que T'Zan ficar bem, disse Sarek. Sua ausncia o deixa sozinho em casa, Sorel? Sim replicou o curador. Todas as minhas crianas j deixaram a casa, embora Soton tenha aposentos aqui na Academia. Entretanto minha filha T'Mir estar em casa esta noite. E meu filho disse Sarek. Dois de seus amigos estaro com ele e eu planejo levar todos ao Angelo's para jantar. Voc e sua filha gostariam de se juntar a ns, Sorel? E o senhor tambm, Dr. Corrigan? Ns temos um novo paciente chegando para ser colocado em stasis disse Corrigan. Um tripulante de nave estelar com severos danos nervosos. Nossa tcnica pode ser capaz de ajud-lo. Sim respondeu Sarek. Eu sei, por isso que Spock e seus amigos esto vindo para c. Uma vez que tenham instalado o desafortunado jovem no stasis, talvez possamos jantar todos juntos. T'Mir chegar muito tarde para se juntar a ns contou Sorel mas eu ficaria honrado, Sarek. Doutor Corrigan? Eu ficarei encantado em juntar-me a vocs. E me chame de Daniel, apenas meus pacientes humanos me chamam de Dr. Corrigan. Retornando a seu escritrio, Sarek descobriu que Eleyna se fora. Ele estava atrasado, ela sem dvida sara h dez minutos, quando sua um ponto trs horas terminara. Mais vulcana que os vulcanos mesmo! Sentando-se para seu prprio trabalho, ele disse: Computador. Operando. Voc deseja continuar com o programa em progresso? A tela mostrou um cdigo que Sarek reconheceu como o da programao mdica da Academia. - Ento insira disquete A, faixa S.

Sarek no tinha tal disco; devia ser um de Eleyna. Mas seu trabalho no tinha nada haver com Medicina. Ele percebeu, quando leu o cdigo na tela, que ela estivera estudando as novas tcnicas de stasis. Checando o progresso de Amanda, sem dvida. Ento ela no era to fria quanto tentava parecer. Em sua privacidade, permitiu-se sorrir diante da recusa da garota em demonstrar que se importava, perguntando a ele. No poderia contar que essa descoberta o fez sentir um certo calor paternal para com ela. Mas havia uma coisa que podia fazer. Pensando bem, o Dr. Corrigan no era casado. Agora que o homem estava em perfeita sade...

CAPTULO TRSLeonard McCoy havia estado em Vulcano apenas uma vez antes em sua vida e ele preferia esquecer aquela ocasio. Entretanto, no achou que tinha esquecido a gravidade ou a temperatura at que a energia do teletransporte se dissolveu no Terminal de Transporte do Hospital Central da Academia e ondas de calor fizeram o suor brotar em sua pele como se ele estivesse sendo cozido. Ao lado dele, o Capito Kirk ecoou seu pensamento: Eu no lembrava que era to quente! o meio do vero Spock disse calmamente e desceu da plataforma para saudar seu pai. Spock poderia parecer completamente sem emoes para qualquer outro, mas McCoy o viu engolir em seco enquanto levantava sua mo na saudao vulcana. Paz e vida longa, Sarek. Mas Sarek no mais aceitava a formalidade vinda de seu filho. Cruzou as mos na altura dos pulsos, palmas para fora na direo de Spock, como McCoy tinha visto Amanda fazer na Enterprise. Bem vindo ao lar, meu filho. Spock no hesitou em tocar as mos de seu pai. Estou satisfeito de estar aqui. Mame? Ela ficar bem logo. Sarek virou-se para os outros, agora oferecendo a saudao vulcana. Capito Kirk, Dr. McCoy, que possam viver muito e prosperamente. Obrigado e o mesmo para o senhor, Sr. Embaixador disse Kirk, conseguindo forar sua mo na posio correta. McCoy nem mesmo tentou. Ns apreciamos sua hospitalidade, senhor, mas eu tenho um paciente... E claro. Por favor, faa com que o desam imediatamente. Tudo est pronto. Havia atendentes esperando com uma maa antigravitacional para levar Carl Remington do ponto de descida para dentro do complexo central do hospital. Ali, McCoy encontrou pela primeira vez a famosa equipe mdica Sorel/Corrigan um desencontro, se ele j tinha visto um, ainda assim suas impressionantes contribuies para a cincia mdica enchiam os peridicos mdicos h dcadas. Corrigan era to alegre quanto McCoy era misantropo, um irlands baixo e careca com risonhos olhos azuis e uma constituio atarracada -

dificilmente aparentava ser velho o bastante para ter trabalhado com Sorel por todos esses anos. Deixe-me ver ele disse quando McCoy perguntou sua idade. Eu esqueci de pensar em anos-padres, j que vivi tanto tempo em Vulcano. Eu tenho setenta... ele se perdeu, calculando. Setenta e trs ponto seis um anos, precisamente ajudou Sorel. O curador parecia-se mais com um computador ambulante do que Spock em seus piores dias. Ento o fato de voc aparentar uns trinta anos se deve ao tratamento em stasis? McCoy perguntou a Corrigan. Est certo. A inteno no efeitos cosmticos. Eu estava morrendo, doutor. Entretanto, o fato de me sentir com trinta e cinco de novo mesmo uma beno. Voc acha que seu campo de stasis vai se tornar um tratamento geritrico padro? Isso muito perigoso Sorel respondeu. A interrupo do stasis mesmo que por milissegundos, causa o colapso do campo e causa a morte do ocupante, cujo todo o suporte de vida depende do campo. Mas certamente vocs tem um sistema de apoio? McCoy perguntou. Claro replicou o curador. H duas fontes de fora operando simultaneamente, porque mesmo os poucos segundos que levaria para uma segunda fonte de fora entrar em funcionamento seria muito tempo. Uma vez que o campo caia, leva-se aproximadamente vinte e sete ponto nove minutos para remont-lo depois que a fora restaurada. Nesse tempo, o paciente estaria morto. McCoy estava observando a nvoa azul tomando forma lentamente em torno do corpo de Carl Remington, j suspenso pelas unidades antigravitacionais no meio da pequena sala. Mas o Sr. Remington estava vivo sem suporte de vida antes de vocs o botarem a dentro. O campo de stasis ainda est se formando, ele ainda sobrevive por si mesmo Sorel replicou. Apenas depois que o campo completado que ele substituir seu prprio sistema nervoso involuntrio. Mas no h nada errado com seu sistema involuntrio! McCoy protestou. Ele interferiria no processo de cura Corrigan explicou impedindo a regenerao dos nervos danificados de seu sistema voluntrio. O campo desliga as defesas nervosas do organismo assim como certas drogas desligam o sistema imunolgico qumico quando um transplante feito. Assim como esta tcnica deixa o paciente vulnervel a todo o tipo de infeco at que seu sistema imunolgico esteja restaurado, o campo de

stasis deixa o paciente vulnervel a ter todo seu corpo desligado, at que seu prprio sistema nervoso seja restaurado. O senhor compreende, Dr. McCoy disse Sorel que ns estamos colocando nesse programa apenas os pacientes que de outro jeito no teriam muito tempo ou como o Sr. Remington, que no esto vivos em nenhum sentido exceto no das funes orgnicas. Ele no est disponvel para pessoas que querem simplesmente reverter o processo de envelhecimento e provavelmente nunca estar. Por que no? Vocs no perderam nenhum paciente ainda, no ? Eu sou o nico que passou por todo o processo Corrigan replicou. Os outros trs pacientes ainda no passaram pela parte mais perigosa do procedimento, que s pode ser feita por um curador vulcano. Ou um telepata similarmente treinado Sorel completou. Para liberar o paciente do stasis, um curador deve fazer um elo com ele e trazer sua mente de volta ao contato com seu corpo. um procedimento muito delicado, doutor, extremamente difcil e mesmo doloroso. Daniel confiava em mim completamente e mesmo assim eu tive grande dificuldade em estabelecer um elo com ele. Ele quer dizer que eu o fiz passar um inferno Corrigan interpretou. Sorel continuou calmamente. Quando chegar a hora de tirar Amanda do stasis, Sarek far o elo junto comigo, porque eles esto unidos. Ns presumimos que isso o tornar mais fcil, mas no experimentamos ainda, estamos apenas estabelecendo uma hiptese. TPar ser a primeira healer a tirar minha esposa do stasis mas eu tambm entrarei no elo, pela mesma razo. A volta que Sorel est dando Corrigan interrompeu para dizer isso: estamos quase certos que podemos regenerar o sistema nervoso voluntrio de Carl Remington. O que no podemos garantir reunir sua mente a seu corpo depois. O senhor j viu os resultados das experincias de privao sensorial, doutor? McCoy estremeceu. Sim. Parania, alucinaes, iluso... Precisamente. Eu no estou exagerando quando digo que fiz Sorel passar pelo inferno para me trazer de volta. Para mim, ele parecia o prprio demnio e ele meu amigo mais ntimo. Se eu no pudesse confiar em Sorel, ento no poderia confiar em mais ningum no Universo. Ento... como fazemos Remington confiar em Sorel ou TPar, ou qualquer outro curador tentando traz-lo de volta a seu corpo? Ele no conhece nenhum deles. Pode se refugiar em catatonia permanente. Ns simplesmente no sabemos ainda. McCoy olhou de Corrigan para Sorel, incapaz de ler algo nos

inescrutveis olhos negros. Mas ento o curador disse: Ns devemos tentar. Todos ns somos curadores, e nosso dever salvar vidas. Ns o avisamos do dano potencial, Dr. McCoy, mas vulcanos e humanos tm uma filosofia em comum. "Onde h vida, h esperana."

CAPTULO QUATROJames T. Kirk no podia mais contar o nmero de planetas que ele visitara numa sua vida cuidando da Galxia, mas conhecia muito poucos com alguma populao humana que no tivesse um restaurante italiano. O de Vulcano era, naturalmente, situado prximo ao campus da famosa Academia Vulcana de Cincias. Chamava-se Angelo's, era dirigido por um casal humano que havia emigrado do Sistema Deneb. Talvez fosse dado como certo, para uma pessoa menos viajada, que um restaurante italiano seria dirigido por humanos, mas Kirk havia aprendido a checar essas coisas depois de experimentar uma pizza andoriana e um lquen tellarita. claro que se Sarek escolhera aquele restaurante, Kirk sabia que a comida seria segura para consumao humana; entretanto, conhecendo os gostos de Spock, ele imaginava se seria saborosa. No momento que o grupo de seis atravessou a porta, os humanos souberam que estavam no lugar certo. O ar estava impregnado de aromas deliciosos e o prprio ngelo, um humano moreno com uma risada contagiante e um sotaque italiano to forte quanto o russo de Chekov ou o escocs de Scott, veio correndo arrumar lugares para o grupo do Embaixador. Embora a maioria dos fregueses fossem estudantes humanos, Kirk viu vrios vulcanos quando eles eram levados para as diferentes salas. Era um desses maravilhosos servios de famlia, claramente expandido atravs dos anos, conforme os negcios cresciam. Uma sala nos fundos foi arrumada para eles, com linho, porcelana chinesa e cristais importados da Terra e a temperatura colocada bem abaixo de qualquer outra que Kirk encontrara hoje. Com um suspiro de alvio, sentou-se e decidiu que, afinal de contas, talvez pudesse comer, agora que no estava usando toda a sua energia para suar. McCoy e Spock estavam quietos, mas Sarek estava mais comunicativo do que Kirk jamais o tinha visto. Sorel, o curador vulcano, era mais intimidante que Sarek, mas o pequeno doutor humano, Corrigan, era uma surpresa prazerosa. Como um homem como ele podia passar a vida num lugar como Vulcano? Mas quando via como eles interagiam, Kirk descobriu: Corrigan simplesmente era ele mesmo. Havia um ditado vulcano: "Eu me regozijo em nossas diferenas". Kirk compreendeu que estava vendo isso em ao. Embora sem carne, a comida era excelente. Kirk recostou-se e aproveitou a companhia principalmente observando Spock observar seu

pai. Um problema de ser um mdico disse Daniel Corrigan, enquanto se servia de outra fatia de po que eu no tenho tempo para cozinhar. Sabe, Sarek, eu ficarei feliz quando Amanda sair do stasis s para poder provar seu po de novo. A padaria do Sam tem uma grande variedade de pes, disse Sarek muito superiores aos produtos computadorizados. Kirk conjecturou se "Sam" era um nome vulcano ou humano. O seu kreyla muito bom concordou Corrigan mas eles no fazem justia aos pes no estilo da Terra. Esse discusso muito ilgica Sorel objetou. Nutrio nutrio. Uma perfeita dieta balanceada pode ser providenciada por qualquer computador de cozinha. Isso vindo de um homem que acabou de comer uma berinjela parmigiana e dois pratos de spaghetti observou Corrigan. No me diga que voc no sente a diferena entre comida de verdade e nutrio computadorizada. Se ele no sente, eu sinto McCoy intercedeu. Eu no tinha uma refeio to boa desde minha ltima licena em Wringley. Muito obrigado, Sr. Embaixador. Sarek o pai de Spock corrigiu. Eu no estou em misso diplomtica agora. Corrigan, porm, no tinha desistido de seu associado vulcano. Voc vai me disser que teria comido isso tudo se estivesse lidando com algo de computador? Eu no comia desde ontem de manh o curador replicou em serena dignidade. Eu nunca consegui faz-lo almoar disse Corrigan. Vulcanos no almoam falaram em coro Sarek, Spock e Sorel e os trs humanos riram. O que voc precisa, Daniel disse Sorel casar com uma mulher que seja boa cozinheira. T bem, t bem! Eu paro de tentar faz-lo comer direito se voc parar de tentar me casar! Kirk lembrou-se que todos os homens vulcanos eram casados tinham de ser e olhou para Spock. Seu Primeiro Oficial, entretanto, estava ocupado inspecionando o quase intocado vinho em seu copo. Para que Sarek no entrasse no assunto de seu filho no ter se unido, Kirk decidiu voltar discusso sobre comida. Essa foi a melhor refeio que tive em muito tempo tambm, Sarek. De fato, quase supera um lugarzinho em Rigel IV...

Eles se debruaram sobre o vinho, aproveitando a companhia e a conversa como Kirk nunca achara possvel num grupo to desencontrado de humanos e vulcanos. Estava parecendo que ia ser uma agradvel licena afinal se apenas conseguissem ficar longe do calor! De repente, Sorel enrijeceu-se. Seu rosto ficou plido e sua mo fechouse sobre o peito. Corrigan ficou imediatamente em p, a sonda mdica na mo. O que ? Ele perguntou. Sorel engasgou uma vez e ento conseguiu algum controle. T'Zan. Sorel, ela est em stasis disse Corrigan. No pode sentir nada. Ela est morrendo o curador disse, seus olhos focalizados em algo que no estava naquela sala com eles. No! exclamou Corrigan. Oh Deus, no, no pode ser! Mas vamos, vamos voltar ao hospital. Kirk e Spock foram na frente, abrindo caminho para o curador, que tropeou, apoiando-se pesadamente sobre o mdico humano. Sarek colocouse no outro lado de Sorel para ajudar a suport-lo. Eles tinham vindo em dois carros, Kirk, Spock e McCoy com Sarek e Corrigan e Sorel juntos. Agora, com Sorel perto de desmaiar, Sarek colocou ambos no banco traseiro do carro em que vieram, dizendo: Cuide dele, Daniel. Eu dirijo. Spock, voc leva meu carro. Vamos, Spock! disse McCoy, correndo em direo do carro de Sarek. Se algo est acontecendo com um dos pacientes em stasis, pode acontecer a todos os trs.

CAPTULO CINCO Os monitores! Daniel Corrigan disse, do banco de trs. No pode haver nada errado ou o hospital j estaria nos contactando! Confie mais numa unio do que em monitores Sarek disse secamente, passando pelo lado errado para ultrapassar dois veculos lentos. Felizmente, o carro na contramo era dirigido por outro vulcano que os evitou facilmente. Se apenas eles no encontrassem nenhum aliengena! Sarek no sentia nada, mas forou seu medo por Amanda para fora com uma frmula vulcana de meditao. Como algo poderia dar errado em apenas uma das cmaras de stasis? Como ele permitira que sua esposa passasse por este tratamento quando eles sabiam to pouco sobre ele? Ela estaria morta em muito pouco tempo sem ele forou-se a lembrar. Talvez agora. Quando eles dobravam uma esquina a dois quarteires do hospital, o comunicador de Daniel comeou a apitar e em segundos o de Sorel tambm tocava. Fala Corrigan. O que est havendo? Queda de fora na cmara de stasis de Lady T'Zan. Por favor, venha, doutor! Eu estou a caminho. Sorel est comigo. Neste momento Sorel soltou um gemido estrangulado, o mais horrvel som que Sarek j tinha ouvido. Ele chegou entrada de emergncia com uma freada brusca e virou-se para achar Daniel segurando Sorel, que havia enterrado seu rosto nas mos. Estamos aqui Daniel disse a ele. Vamos, ns temos que ajud-la! Quando Sorel levantou a cabea, Sarek no precisou ouvir. A face do curador estava congelada, imvel, inexpressiva. Ns chegamos muito tarde. Ela est morta. Ento ns a ressuscitaremos! Daniel insistiu. Sarek, por favor, cuide de Sorel. E o mdico humano deixou o carro e correu para dentro do prdio. Sarek vivera muito tempo com uma humana para saber que nenhuma lgica iria impedir os esforos de Daniel para salvar T'Zan. Ele tambm sabia que seus esforos seriam inteis; o sistema tinha sido cuidadosamente explicado a ele antes de Amanda entrar no stasis. Com seu sistema nervoso impedido de funcionar, T'Zan no poderia ser revivida nem mesmo pelo

mais avanado equipamento de suporte de vida. A vida que agora precisava de suporte era a de Sorel. O inesperado rompimento de sua unio de casamento poderia destruir sua mente. A morte do corpo podia se seguir mais lentamente, mas seria inevitvel se ele no conseguisse o elo reparador que precisava agora. Quando Sarek disse Sorel, voc precisa entrar no hospital o curador seguiu-o sem protestos, um autmato. Os olhos ilegveis no eram mais inescrutveis apenas vazios. A curadora T'Par j estava se dirigindo para eles enquanto Sarek guiava Sorel pela entrada. Ela tocou a face de Sorel levemente e disse: Ns precisamos de um de sua famlia. Eu vou chamar seu filho disse Sarek e foi para o terminal de comunicao sobre a mesa. O enfermeiro lhe forneceu o cdigo de Soton. Um rapaz com as feies similares as de Sorel apareceu na tela. Isso uma mensagem ele disse. Minha irm T'Mir est voltando de fora do planeta hoje. Vou encontr-la no espaoporto e lev-la a casa de meu pai, Sorel. Eu poderei ser encontrado l. A imagem deu o cdigo de Sorel, mas tudo o que Sarek conseguiu neste nmero foi uma imagem de Sorel dizendo que no estava de servio e que o hospital o contataria em caso de emergncia. Frustrado, Sarek disse desnecessariamente: Eles ainda no retornaram do espaoporto. Ento percebeu que James Kirk estava parado, observando sobre seu ombro seus esforos. Eu posso? O humano perguntou e apertou um novo cdigo. Central Espacial Vulcana, aqui o Capito James T. Kirk da Frota Estelar. Cdigo de emergncia 3B. Preciso encontrar uma passageira recm-chegada a Vulcano. Ele se voltou para Sarek. Voc sabe em que nave ela viria? No. Bem, seu nome ento. T'Mir. Seu irmo Soton est esperando-a. Cdigo 3B Kirk repetiu. Preciso localizar uma passageira recm-chegada, TMir, uma jovem mulher vulcana, ou seu irmo, Soton, que est no espaoporto para encontr-la. Eles so necessrios no Hospital da Academia de Vulcano, emergncia de famlia. Ns manteremos este canal aberto. Central Espacial de Vulcano oferece toda a cortesia ao Capito Kirk da Frota Estelar uma voz respondeu. Ns estamos chamando T'Mir e Soton em todos os canais. Obrigado, Capito disse Sarek. Ele poderia ter atingido o mesmo resultado, mas no sem um preciosa perda de tempo por causa de

intermedirios. Espero que T'Mir e Soton no estejam em trnsito. Carro? Kirk perguntou. Eu no sei. Eles podem estar a bordo de um transporte pblico. Droga! disse Kirk. Por que a garota no desceu direto em casa? TMir no tem prioridade mdica ou emergencial. Ela tem que passar pela imigrao, ento no poderia descer direto em ShiKahr. Bem, ela tem uma prioridade emergencial agora, se pudermos encontr-la. Vamos ele disse ilogicamente para a tela em branco respondam ao chamado, crianas. Seu pai precisa de vocs. Se a situao no fosse to grave, Sarek teria se divertido com o comportamento ilgico do humano, to parecido com o de Amanda. Kirk era um capito estelar, Amanda uma conhecida professora, doutora em lnguas. Eles eram bem sucedidos, eficientes... e completamente humanos. Como em resposta ao pedido de Kirk, duas faces vulcanas preencheram a tela, uma era de Soton, a outra a de uma jovem mulher, claramente sua irm. Sua compostura era admirvel, mas Sarek podia ver o controle em seus olhos. O elo de sua famlia era obviamente forte, as notcias que ele lhes dava sobre a morte de sua me era apenas uma confirmao do que eles tinham sentido. Vocs precisam vir para o Hospital da Academia imediatamente Sarek disse. Seu pai... Ns compreendemos disse Soton, olhando para sua irm e ento de volta para Sarek. Eu tenho o carro de terra de papai. Levar trs horas... Muito tempo! disse Sarek. Eu arrumarei para que sejam transportados para c disse Kirk. Onde vocs esto? A cena na tela se expandiu para mostrar uma mulher vulcana num uniforme da Frota Estelar. Ns os chamamos na Central Espacial, Capito. Excelente. Me ligue com o que estiver orbitando a estao em posio de pegar esses jovens e mand-los para c. Fique neste canal, Tenente, voc tem todas as coordenadas a. Sim, senhor a mulher vulcana replicou. Sua imagem desvaneceu e foi substituda pelo rosto de um homem vulcano com uma tnica bege e insgnia vermelha. Um cientista. Havia pouco pessoal militar nas Estaes Espaciais vulcanas e esses poucos no estavam no comando. Sarek ficou pronto para apoiar Kirk se necessrio. Mas a atitude do humano mudou imediatamente de comando para diplomacia. Estao Orbital Dois, a Frota Estelar solicita auxlio de emergncia para

ajudar civis vulcanos. Como eu posso auxili-lo, Capito? Soton e TMir esto na Central Espacial de Vulcano. Sua me acabou de morrer. Seu pai est no Hospital da Academia de Cincias... Eu compreendo, Capito. Ns transportaremos os dois para bordo da Estao Orbital Dois e daqui direto para o Terminal de Transporte do Hospital Central da Academia. O cientista e a Tenente da Frota Estelar comearam a trocar coordenadas. Finalmente a Tenente voltou sua ateno para Kirk. Soton e TMir esto sendo escoltados para o transportador. Muito eficiente, Tenente...? T'Vel, senhor. Eu cuidarei que haja um registro em sua folha. E de mim, pessoalmente, obrigado. De nada ela replicou imediatamente, como Sarek teria feito usando cortesia da cultura humana quando lidando com um humano, assim como Kirk tinha escorregado sem esforo da atitude de comando para a deferncia requerida quando pedindo auxilio a um cientista civil. Sarek tinha conscincia de Spock parado atrs de Kirk e esperava que ele tivesse notado a flexibilidade da mulher vulcana tanto quanto a do capito humano. Tanto Kirk quanto T'Vel estavam prontos para desligar a comunicao. Sarek perguntou asperamente: Quanto tempo, Tenente, at Soton e T'Mir chegarem? Levar aproximadamente cinco ponto oito minutos para andar daqui at o transportador ela disse, fornecendo o nico dado que tinha. Ainda seria muito tempo. Transportar, mudar coordenadas, transportar de novo ento a longa caminhada do transporte da Academia... Obrigado, Capito Kirk Sarek disse. Eu no poderia ter conseguido este transporte to rpido quanto o senhor... e, neste momento, a vida de Sorel deve ser contada em minutos. Ao se voltarem da mesa, Corrigan e McCoy vinham pelo corredor. Foi uma falha em apenas uma unidade McCoy anunciou. Tanto a de Amanda, quanto a de Remington esto funcionando bem. Os engenheiros esto por toda a parte tentando encontrar a falha. Mas T'Zan est morta Corrigan disse. Onde est Sorel? Seus filhos... Eles esto a caminho Kirk adiantou. Graas a Deus! disse o mdico. Foi quando um jovem homem vulcano, vestindo um casaco de

laboratrio veio de outro corredor e chegou at a mesa da recepo. Eu ouvi... que Lady T'Zan... Ela est morta o enfermeiro lhe contou. O que aconteceu? perguntou, sua voz tensa, embora no resto ele mantivesse o decoro. Sarek o reconheceu como Sendet, um estudante que havia feito um excelente trabalho na classe avanada de computador h alguns anos. Agora Sendet usava uma insgnia verde com um risco vermelho cruzando-o, indicando que ele era parte da equipe de tecnologia mdica do hospital. At que a famlia de Lady T'Zan libere a informao o enfermeiro estava dizendo a Sendet eu no posso dizer mais nada a voc. Ns trabalhvamos juntos no laboratrio de neurofsica Sendet disse. Eu estava com ela a noite passada quando foi ferida. Soube que com o novo equipamento de stasis no havia perigo para sua vida. Sendet Daniel Corrigan olhou para o alto jovem vulcano. Houve uma falha de fora na unidade de stasis. Isso tudo que se sabe at agora. Por favor, v e diga aos colegas de T'Zan o que aconteceu. Sendet estudou o mdico humano por um momento, ento disse rgido: Sim, Daniel. E a famlia de T'Zan? TPar est com Sorel e seus filhos esto a caminho. No h nada que voc possa fazer aqui. No... Sendet falou macio eu no sou um membro da famlia de Sorel. Sarek no pode identificar o tom estranho com que o jovem homem falou. Sendet se virou e os deixou. Daniel encaminhou-se para o conjunto de escritrios que ele e Sorel dividiam quando a curadora TPar apareceu. Daniel, ela disse Sorel est morrendo e resiste ao meu elo. Seus filhos... Estaro aqui em aproximadamente vinte e dois minutos Sarek estimou ao se aproximar do mdico e da curadora. Muito tempo. Disse TPar. Sorel est se afastando da vida. No! gritou Daniel. Ele no pode! No deixarei Sorel morrer tambm! Ele dirigiu-se para o escritrio. A voz doce de TPar o parou. Ele no pode ver ou ouvir voc, Daniel. S h um meio de voc ajud-lo: faa um elo com ele. Sarek viu a face do mdico empalidecer viu TPar dar um passo para trs quando seu P.E.S. de curadora captou o medo primitivo. Ela recuperou o controle instantaneamente e continuou como se no tivesse notado a reao de Daniel. Voc to ntimo dele quanto um irmo e vocs j fizeram o elo antes. Voc deve tentar, Daniel, se puder impedir que sua mente fuja

apenas por alguns minutos, at que seus filhos cheguem, salvar a sua vida. Havia um brilho de medo nos olhos azuis do mdico humano. Eu no posso fazer isso. Eu vou... eu vou afast-lo, TPar, com a dor e o medo que sinto da prpria idia de fazer o elo de novo. Eu no sou vulcano! Nem Sorel humano disse a curadora mas ele fez o elo com voc para traz-lo do stasis, sofreu a sua dor e seu medo para que voc pudesse viver. Voc no deve algo a Sorel, Daniel? O mdico sacudiu os ombros. Eu lhe devo minha vida ele disse muitas vezes. Muito bem, TPar... eu tentarei. O quanto custar, eu o manterei aqui para sua famlia.

CAPTULO SEISDaniel Corrigan entrou no escritrio de Sorel silenciosamente, embora no houvesse qualquer razo para andar na ponta dos ps. O fim do mundo no perturbaria o curador agora. Sorel estava deitado no sof usado para os elos mentais, o corpo largado, os olhos abertos, mas sem focalizar. Ele parecia morto. Corrigan usou automaticamente sua sonda mdica. Sorel mal estava vivo. Seus sinais vitais estavam caindo enquanto Corrigan lia a sonda. TPar dissera que tudo que ele precisava fazer era tocar a face de seu amigo e o elo se formaria, se Sorel o aceitasse como famlia. Se no... Deliberadamente, Corrigan afastou a alternativa de sua mente. Aprendera algumas tcnicas vulcanas em todos aqueles anos l e gastou um momento recompondo-se, enquanto sentava-se na cadeira do curador. Ento ele se concentrou em memrias positivas: Sorel e TZan aceitando-o como amigo h tantos anos; a harmonia que ele e Sorel encontraram ao unir suas habilidades mdicas; as muitas vezes que Sorel o apoiara em seus problemas, aceitando suas diferenas humanas sem o julgamento de tantos outros vulcanos. Eu me regozijo em nossas diferenas, Corrigan repetia para si mesmo enquanto se preparava para aceitar a nica diferena que o enervava: o elo mental. No estava sozinho; poucos humanos podiam suportar a invaso do seu "eu" sem medo, ainda assim no podia permitir que seu medo afastasse Sorel para mais dentro de si, mais longe da vida. Aprofundando-se em sua memria, Corrigan lembrou-se da primeira vez que fora convidado a casa de Sorel uma cena no jardim, Soton quando criana brincando com sua irm menor, T'Mir, ambos guardados pelo sehlat da famlia, uma criatura com aparncia de urso e grandes garras que os vulcanos criaram para ser to gentil e leal quanto um cachorro. Corrigan podia ouvir os sinos no brinquedo das crianas, sentia a suave brisa da tarde, respirava o aroma das flores do jardim... Ele tocou a face de Sorel. Desespero! Vazio! Morte! Lutando contra o instinto de recuar, Corrigan preencheu insistentemente o vcuo com a agradvel cena familiar. A poderosa mente treinada de Sorel tomou o controle, Corrigan lutou

contra o terror para descobrir que Sorel no tinha interesse em invadir sua mente agora. Em vez disso Sorel ansiava por algum mais com as memrias de T'Zan, querendo apenas v-la de novo, toc-la de novo... Como se a memria de Corrigan fosse o catalisador para liberar o fluido de memrias benficas, a dor e o desespero murcharam. O ponto de vista da cena lembrada mudou das crianas brincando sob o olhar observador da fera para sua me, olhando-as com o prazer que todo vulcano sentia na presena de crianas. Corrigan sempre achara que T'Zan era bonita, o calor em seus olhos castanhos parecendo, naqueles dias, que ela aceitava a ele mais que seu marido fazia. Mas atravs dos olhos de Sorel, Corrigan viu uma TZan diferente, to calorosa e ainda mais bela. Ele sentiu a fora de sua unio de casamento, algo que nunca compreendera, mas que simplesmente aceitara como um fato da vida vulcana. Nada do que eleja experimentara num elo mental era como isso. Em vez de intruso, embarao, invaso de privacidade, havia complementao, aceitao, boas-vindas. As memrias de Sorel assumiram. A unio de Sorel e TZan. Como se fosse sua prpria memria, Corrigan soube que Sorel havia se unido em criana, mas que a garota morrera dois anos depois por causa de uma febre rara. Eles mal se conheceram; o corte da unio infantil foi dolorosa, mas nada comparvel ao fim de uma unio completa de casamento entre adultos. A falta de uma companheira fora uma vantagem para o treinamento como curador de Sorel. Sem os sentimentos de algum mais a interferir no seus nem as dolorosas experincias mentais que teve de aprender a aceitar, bloquear ou aliviar, atravessando uma unio para atormentar uma outra pessoa; ele aprendeu todo o controle de um curador. Mas sua dedicao fora fria, ambiciosa, determinada. Vivia sem algo vital para a constituio vulcana... mas no sentiu falta at que encontrou TZan. Ela tambm estava em treinamento na Academia, estudando neurofsica, o relacionamento entre os elementos qumicos e fsicos do sistema nervoso e percepo sensorial e emocional. Um dia, ela fez uma palestra de demonstrao na classe de curadores em treinamento de Sorel e pela primeira vez em todos seus anos de Academia, Sorel foi incapaz de manter sua ateno na aula. Depois, ele a seguiu at a rea de pesquisa do hospital. Ela se virou na porta, sem entrar no laboratrio, seus quentes olhos castanhos estudando-o, uma pergunta no fundo dos olhos, embora seu rosto permanecesse controlado.

Voc no est unida foram suas primeiras palavras para com ela. Nem voc replicou ela, olhando-o secamente. Sua palestra ... ele tropeou. Voc no a ouviu ela respondeu. Eu... sim, isto correto. Posso pegar suas notas emprestadas para estudar? Perdoe-me... Ele se sentiu um tolo completo. No tinha idia do que lhe dizer e tambm no queria deixar sua presena. A atrao no foi sexual, no poderia ser j que ambos eram fisiologicamente imaturos. Eles foram mentalmente ligados. Desunidos, foram atrados inevitavelmente um para o outro, apesar de suas diferenas. H um concerto amanh a tarde TZan disse. Gostaria de ir comigo? Ele nunca fora a um concerto da Academia, no sabia nada de msica, exceto que era normalmente ensinada s crianas, mas disse sim com ansiedade e saiu com as suas notas de aula presas firmemente na mo. Ele descobriu a hora e o lugar do concerto, o quarto de T'Zan na Academia e na tarde seguinte bateu sua porta para encontr-la esperando. Ela tambm fizera algumas pesquisas, pois j sabia seu nome Voc da mesma famlia que o poeta Soran. Voc o conheceu bem? Soran era um parente distante, cujos trabalhos, pela maior parte de sua vida, foram considerados longe de serem tradicionais. H alguns anos, quando comeava a alcanar aceitao e reconhecimento, ele morrera. Sendo um tanto quanto cnico em relao s artes, Sorel suspeitava que a adulao que o trabalho de Soran recebia desde ento era devida sua morte, mas no disse isso a T'Zan. Logo ficou feliz por no ter dito nada, pois ela conhecia e compreendia a poesia de Soran e tinha o dom de torn-la compreensvel aos outros. Ele passou a apreciar a sensibilidade do homem e agora arrependiase das oportunidades perdidas em conversar com ele nos raros encontros familiares. O relacionamento de Sorel e T'Zan foi construdo sobre paradoxos. T'Zan, que tinha um calor incomum entre os vulcanos, estava trabalhando num campo estril e clnico da neurofsica, que tentava definir os sentimentos em termos de reaes qumicas e fsicas. Sorel tinha o forte P.E.S. requerido de um curador, mas lhe faltava a empatia para trabalhar bem com os pacientes que mais necessitavam de sua ajuda, at que encontrou T'Zan. Embora ele mal passasse no seu exame de neurofsica, seus professores notaram uma melhora firme em sua sensibilidade para problemas mentais e fsicos enquanto seu relacionamento progredia. Embora a famlia de T'Zan no tivesse a longa e herica histria da de Sorel, que podia ser traada at a pequena comunidade de filsofos rebeldes

fundada por Surak, era uma linhagem respeitvel e os pais de Sorel ficaram aliviados por no terem que procurar uma companheira aceitvel para seu filho. Ento Sorel e T'Zan se uniram, saindo facilmente da grande proximidade que conheceram em todos esses meses para a unidade qual eles resistiram deliberadamente at a cerimnia que a tornou aceitvel. Eles eram adultos, no crianas, sob a lei vulcana; sua unio constitua em casamento e montaram uma casa juntos, mesmo que a maturidade sexual e as crianas viessem anos depois. Terminaram seu treinamento, comearam suas carreiras e viveram em harmonia. As memrias de Sorel mudaram, carregando o humano com a fora de sua mente para o terror da loucura de seu primeiro pon farr, a doce segurana da firme sanidade de TZan. No houve a possibilidade de um desafio quando eles enfrentaram o ritual de fogo e sinos. Enfim, provaram sua unidade aos olhos do mundo como eles j a conheciam na privacidade de sua unio. Sorel prendeu TZan em seus braos, acalmando seu fogo em sua frieza de boas-vindas. TZan lhe deu um filho, Soton e mais tarde uma filha, TMir. Corrigan apareceu nas memrias de Sorel, aliengena mas respeitado, ento amigo, depois irmo. Eles uniram suas habilidades mdicas primeiro para trazer a vida o primeiro hbrido vulcano/humano, o filho de Sarek e Amanda, Spock. Mas quando este infante, uma criana de herana to impossvel e diferente, estava florescendo... a terceira criana de Sorel, uma menina, nasceu prematura e doente. A despeito da combinao de suas habilidades, ela morreu horas depois do nascimento. Foi quando Corrigan compreendeu o valor das crianas para os vulcanos, cada uma delas uma ligao preciosa com o futuro. No se ouvia falar de abuso ou negligncia de crianas ali; cada criana era desejada e se os vulcanos dizem no conhecer o significado da palavra amor, eles certamente demonstravam que conheciam bem o sentimento em seus cuidados por suas crianas. Ento quando disse as palavras formais Eu sofro contigo para Sorel e T'Zan, ele as disse com todo seu corao. Agora, revivendo as memrias do ponto de vista de Sorel, descobriu que o curador realmente sentira sua simpatia. Tambm descobriu que foi a partir da que Sorel imaginou porque ele nunca se casara. A curiosidade vulcana de Sorel focalizou-se nas memrias de Corrigan... que estranho se ver atravs de outros olhos! A princpio, Sorel aceitava o estado de solteiro de Daniel por sua juventude. Humanos no se uniam, ento seu colega teria que encontrar uma

esposa como ele o fizera. No havia muitas escolhas, poucas mulheres humanas vinham a Vulcano, exceto como estudantes da Academia. Houve uma professora visitante, Theresa Albarini, com quem Daniel passara muito tempo. Mas ela no queria ficar em Vulcano e Daniel j estava estabelecido ali. Sorel sentira a tristeza em seu amigo quando de sua partida, mas no sabia como lidar com a emoo humana. Daniel no se mostrou seriamente interessado em nenhuma mulher por vrios anos, at que se envolveu com o caso de Miranda Jones, uma humana telepata e cega que viera a Vulcano para ser treinada a controlar sua habilidade. Sorel sabia que Daniel estava atrado por Miranda e esperava que a jovem pudesse entender que homem bom ele era. Ele tinha duvidado que ela pudesse, ainda desconfiando do valor da mulher humana neste aspecto. Quando falou sobre isso com TZan, que trabalhara muito prxima a Miranda, desenhando a teia sensora que a possibilitava "ver", ela dissera: No encoraje Daniel, meu marido. Eu no acredito que Miranda seja capaz de apreci-lo. E alguns dias depois Sorel encontrara Daniel sentado derrotado em seu escritrio, seu rosto nas mos. Voc est doente, Daniel? ele perguntou. Seu amigo olhou para cima e tentou um sorriso que no foi bem sucedido. No, no estou doente, s estpido. Voc sabia bem, Miranda Jones foi a primeira mulher humana em anos que voc e TZan no jogaram pra cima de mim. Sou apenas um velho tolo, Sorel, pra achar que uma doce jovem como Miranda poderia se interessar por mim. E essa foi a primeira vez que Sorel percebeu que seu amigo estava envelhecendo. Seus estgios relativos de vida mudaram drasticamente; quando Daniel chegara a Vulcano era mais jovem que Sorel, no s literalmente em anos de vida, mas no estgio de sua vida. Agora Sorel estava chegando a sua meia idade e Daniel j passara por isso e estava beira da velhice! Nos anos seguintes, o rpido recrudescimento do envelhecimento de seu amigo, muito mais rpido do que seria para humanos, fez com que Sorel trabalhasse mais arduamente na tcnica do stasis que haviam comeado a experimentar alguns anos antes. No comeo, eles esperavam tentar regenerar os nervos cuja atrofia causaram a cegueira de Miranda Jones, mas ela deixou Vulcano muito antes que sua tcnica chegasse ao menos ao estgio de ser usada como ltimo recurso de pacientes terminais. Ele salvou Daniel... mas T'Zan! TZan!

A dor poderosa tomou conta de novo, Corrigan incapaz de fazer mais do que juntar sua prpria tristeza da perda de uma amiga querida ao grande desespero de Sorel. No foi nossa tcnica ele tentou dizer a Sorel foi uma falha na fora. Mas sua prpria incerteza sobre a causa interferiu com sua afirmao ao amigo. Porm no havia remorso na tristeza do curador e nenhuma culpa para Daniel tambm. No havia nada a no ser o completo vazio onde T'Zan estivera, um vazio que s podia ser parcialmente preenchido com memrias. Porque memrias traziam de volta o fato de que ela se fora. Morta. Fora de alcance... Pai. Outra presena entrou no elo, integrando-se gentilmente a tristeza, e ento uma segunda presena, menos certa, mas no menos sofredora. Soton, com o seguro toque mental que um dia faria dele um curador to bom quanto seu pai, e T'Mir, voltando para casa aps anos fora do planeta para uma recepo to terrvel. Eu sofro contigo. A resposta foi to natural que Corrigan mal pensou nela e os dois jovens tocaram sua mente em gratido e tristeza dividida. Sorel aceitou o elo com suas crianas. Corrigan sentiu os elos naturais de famlia chegando a ele tambm. Que estranho que, no meio de tanta dor, se pudesse conhecer a alegria da aceitao! Ento o contato diminuiu e ele tomou conscincia do mundo fsico de novo. T'Par levantara sua mo do rosto de Sorel. Soton e T'Mir seguravam as mos de seu pai e cada um tocou Corrigan, enquanto TPar desconectava-o do elo. Eles cuidaro dele agora TPar disse, suavemente. Venha Daniel, voc precisa descansar. Voc fez muito bem. Sorel viver. Ele se afastou relutantemente e caiu sobre TPar quando tentou se levantar. Percebeu que seu rosto estava molhado de lgrimas, mas a curadora apenas as secou com um leno macio e o guiou para seu prprio escritrio. Ele estava exausto demais para tentar ir para casa. Deitou-se em seu sof. T'Par tirou seus sapatos e colocou um cobertor sobre ele, ento tocou sua testa. Eu devo...? Eu dormirei respondeu, querendo agora apenas que ela fosse embora para que pudesse soluar a vontade na maneira humana de aliviar a dor. TPar concordou e saiu. Sozinho, Daniel Corrigan chorou pela perda de uma amiga querida e pela perda de algo que nunca conhecera at aquela noite: a famlia que tivera

por uns poucos momentos na profundeza de amor e alegria que poucos podiam experimentar. A famlia que agora estava fechada em si, dividindo sua tristeza. Depois de algum tempo, sozinho, ele adormeceu.

CAPTULO SETESarek acordou em sua hora habitual, mas depois de ficarem acordados at tarde da noite no calor e gravidade, no ar mais rarefeito do que estavam acostumados, seus convidados humanos no mostravam sinais de movimento. Mesmo Spock ainda dormia pesado. Ento Sarek foi para o escritrio de casa que ele e Amanda dividiam e chamou seu escritrio na Academia. Como esperava, Eleyna j estava l. Quando apareceu na tela, ela falou: Sarek! Por favor, cuide de minha turma da manh, Eleyna. E claro ela respondeu. Mas Sarek, voc est bem? No est doente? No, eu no estou doente. Entretanto, houve uma emergncia ontem noite que manteve meus convidados acordados at tarde. Uma emergncia? Uma das cmaras de stasis teve uma pane e o paciente morreu. No... sua esposa? A voz da jovem escondia cuidadosamente suas emoes. No. TZan, esposa do curador Sorel. Eleyna afastou o olhar da tela por um momento, ento voltou. Eu no sabia que havia mais algum em stasis. Estou... satisfeita que Amanda esteja a salvo. Havia um pequeno tremor em sua voz. Ela est a salvo. Mas meus convidados querero ir ao hospital esta manh e gostaria de checar os dados pessoalmente. Cuide da minha turma, Eleyna, voc pode ensin-la to bem quanto eu. Ele compreendeu de repente que ela podia ser sua sada, pelo menos at que completasse seu curso e deixasse Vulcano. De fato lhe disse recomendarei a Senek que voc d este curso no prximo semestre. Voc completamente qualificada e experincia de ensino ser uma adio til em suas credenciais. Estou honrada com sua confiana em mim, Sarek disse neutramente e Sarek pensou se ela entendera que ele encontrara uma maneira lgica de transferir um dever. Sarek foi para a cozinha, a cozinha de Amanda, cheirando a especiarias e ervas que ela guardava em pequenos potes. Sua esposa era uma tima cozinheira; Sarek achava fcil comer duas refeies ao dia quando Amanda as preparava. Por si mesmo, comeria apenas um pedao de fruta como caf da manh, e havia dias em que esquecia completamente a refeio da tarde. Mas com convidados em casa, correu a lista de refeies que Amanda

havia preparado e congelado antes de entrar no stasis, selecionou um saboroso cozido de vegetais que manteria seu sabor mesmo se eles chegassem tarde em casa e programou o computador da cozinha para descongel-lo e aquec-lo para a tarde. Ento pegou suco de kasa e colocou o caf para esquentar. Surpreendentemente Spock ainda no levantara. Esperava que os humanos levantassem tarde, mas seu filho normalmente acordava cedo e Sarek esperava ter algum tempo em particular com ele durante esta licena, a primeira de Spock desde que pai e filho tinham "construdo suas cercas", como Amanda dizia, na viagem Babel. Sarek j ouvira a expresso humana, sabia o que significava, mas quando foi aplicada situao com seu filho, ponderou sobre o significado literal. Minha esposa perguntou por que colocar cercas no relacionamento de duas pessoas significa melhor-lo? Eles estavam bordo da Enterprise, depois que Sarek fora liberado da Enfermaria. Em algumas horas chegariam a Babel, onde a histria da Federao seria escrita. Voc no est para fazer a paz, colocando uma cerca em volta de Coridan? Amanda perguntou. Por favor, elucide. Na Terra, se um fazendeiro plantava milho e outro tinha gado, se a cerca entre as terras estava quebrada, o gado comeria e pisaria no milho. Os fazendeiros poderiam ter muitas discusses sobre isso, mas se eles as esquecessem e consertassem a cerca, tanto as discusses quanto os incidentes parariam. Ento disse Sarek se ns colocarmos a "cerca" de associado da Federao em volta de Coridan, ns mantemos os orianos longe do dilithium... Como o gado longe do milho Amanda replicou, seus olhos azuis brilhando. Ento ponderou. Quando as pessoas tem filosofias inconciliveis, como a crena da Federao em liberdade e a crena dos orianos na escravido, no h nada a fazer seno colocar uma "cerca" que os dois lados respeitem. Isso tambm funciona com os indivduos. Ela recuperou, para ele, na biblioteca da nave, um poema do sculo vinte, "Mending Wall" de Robert Frost. Sarek lera com cuidado e achou ter compreendido o conceito: "boas cercas fazem bons vizinhos". Agora, porm, era a primeira Unha do poema que se repetia em sua mente: "Existe algo que no ama uma parede". Ele no desejava uma parede entre si mesmo e seu filho. Certamente suas diferenas no eram irreconciliveis. Agora que Sarek aceitara a escolha de Spock pela carreira

na Frota Estelar, no tinha mais certeza que houvessem quaisquer diferenas. Ainda assim no resto da viagem Babel e em outra oportunidade em que Sarek viajara na Enterprise, Spock afundara-se em trabalho e evitara ver seu pai, exceto em reunies pblicas. Dois momentos ficaram na memria de Sarek, momentos em que ele esperara que a barreira estivesse se dissolvendo. O primeiro fora na Enfermaria, depois de sua cirurgia, quando p'ai e filho tinham, espontaneamente, se unido para "atormentar" Amanda. O outro fora num jogo de pquer um simples jogo humano baseado em probabilidades matemticas. Vrios dos colegas de Spock convidaram os dois vulcanos para se juntarem a eles. Sarek lembrava-se da surpresa de Spock, indicada, claro, por no mais que um levantar de sobrancelha, quando seu pai concordou. As normas da nave proibiam o jogo por dinheiro, ento as apostas eram com itens consumveis. Entre eles, Spock e Sarek acumularam muitas coisas, inclusive vrias garrafas de usque muito antigo. Mas os momentos de camaradagem foram fugazes, como se Spock lamentasse abaixar a guarda e reassumisse sua formalidade... talvez temendo ter ofendido seu pai. Ns no devemos continuar assim Sarek pensou. Spock meu filho. Por que no podemos ser amigos tambm ?

CAPTULO OITODaniel Corrigan acordou de repente, seus reflexos fsicos clarearam a memria instantaneamente e ele olhou para seu cronmetro com um pouco de culpa. Meio da manh. J tinha perdido trs consultas! E tinha cobrir a ausncia de Sorel... Nenhum paciente esperando no escritrio no lado de fora, mas TSel, que arrumava as agendas tanto de Sorel quanto de Corrigan, estava em sua mesa. Ela levantou os olhos quando entrou e informou: Sorel est se recuperando num transe de cura. As duas cmaras ocupadas de stasis esto funcionando normalmente. TPar e M'Benga esto recebendo seus pacientes hoje. TPar me instruiu a lhe dar ch theris e cham-la quando voc acordasse. Corrigan sabia que era melhor no discutir. Quando ele acabou de beber seu ch, TPar chegou. Ela o levou para seu escritrio e tocou seu rosto, o frio, impessoal toque mental que ele conhecia at a noite passada. Lutou para no fugir. Voc parece estar bem, Daniel. Mas no quero que trabalhe hoje. Durma de novo se puder, e tire conforto do conhecimento de que no importa o quo doloroso esse elo tenha sido para voc, ele salvou a vida de Sorel. No foi doloroso Corrigan replicou. Eu nunca conheci nada como isto antes. Sorel aceitou voc como famlia, eu esperei que ele o fizesse. Mas no sabia se voc perceberia alguma diferena no elo. Quando eu entrei, pareceu que voc experimentava o mesmo desconforto... Ela parou quando compreendeu. Essa foi a resposta a minha intromisso. Perdoeme, Daniel. Eu no deveria t-lo tirado do elo to abruptamente. Estou bem. As crianas... as crianas de Sorel? Elas purgaram suas dores junto com seu pai e esto descansando. Como voc devia descansar. Eu j dormi demais por agora ele lhe disse. O que eu preciso de um chuveiro e um pouco de caf. Ento quero ver os relatrios da engenharia sobre o que aconteceu na cmara de stasis. Daniel... ela comeou reprovadora. Eu no vou atender a pacientes hoje, possvel que meu julgamento esteja prejudicado. Mas, tenho que satisfazer minha curiosidade sobre o que deu errado ontem noite.

Curiosidade era uma emoo que os vulcanos reconheciam e at aprovavam. Eu compreendo TPar disse. No se sobrecarregue, Daniel. Ele tomou banho e fez a barba. O chuveiro snico limpou rapidamente suas roupas e ele as vestiu de novo, sentindo-se mais como ele mesmo. Tinha sua prpria mquina de caf no escritrio e logo estava sentado bebericando a perfumada beberagem enquanto estudava os relatrios na tela de seu computador. Eles no lhe disseram nada. Franziu a testa, apertou botes, franziu de novo. No havia evidncia de pane... ainda assim uma mulher morrera. Quanto mais se concentrava nos dados na tela, menos eles lhe diziam. Dominando a irritao, ligou para a seo de engenharia do hospital. Storn, o chefe dos servios de engenharia, apareceu na tela imediatamente. Eu estive esperando sua ligao, Daniel. Minha gente passou a noite tentando detectar o pane, e eles ainda esto trabalhando. At agora no fomos capazes de determinar a causa da falha de fora. O vulcano falou com calma, mas Corrigan viu os traos de frustrao nas olheiras olivas sob seus olhos, as linhas fortes na testa enrugada. Concentrao era uma arte que os vulcanos aprendiam cedo, mas concentrao sem resultados tirava qualquer ser sapiente do srio. Por favor, continue trabalhando nisso Corrigan lhe disse e me chame se descobrir o que aconteceu. Enquanto isso, as outras cmaras de stasis... Esto sendo monitoradas tanto visualmente quanto por computador Storn assegurou-lhe. Ns continuaremos a fazer isso at que descubramos e consertemos o pane. Obrigado Corrigan disse soturnamente e desligou. Maldita eficincia vulcana! Ele agradeceria por um pretexto para gritar com algum. Em vez disso, atravessou a porta particular que unia os escritrios de Sorel e o seu, para olhar seu parceiro deitado em transe. A face do curador estava plida e vazia, mas isso era normal para um transe, assim como os sinais de vida nos monitores, que mostravam o batimento cardaco e a respirao bem abaixo do normal. No havia nada que ele pudesse fazer por Sorel agora. Sentia-se alijado, querendo fazer algo, frustrado em cada caminho que tomava. Quando voltou a seu escritrio, T'Sel passou pela outra porta. Soton e T'Mir gostariam de falar com voc, se... Mande-os entrar, T'Sel. Mas quando os filhos de Sorel sentaram-se do outro lado de sua mesa, tudo que Corrigan pode lhes dizer foi: Eu no tenho respostas para vocs.

At agora ningum foi capaz de determinar a fonte da falha de fora na cmara de stasis de sua me. Ns no viemos para lhe questionar, Daniel disse Soton. O filho de Sorel era uma verso mais jovem do pai, exceto que tinha os olhos quentes e expressivos de sua me. Daniel, ns viemos para agradecer-lhe disse T'Mir, e a nova maturidade em sua voz fez Corrigan olh-la de perto pela primeira vez. Pelas aparncias exte