Crise ambiental x consumo 1

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1º Simpósio de Meio Ambiente Henry Dunant Yoshiharu Saito Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNIGRANRIO/CAXIAS) Ecologia Política dos Recursos Hídricos (IPPUR/UFRJ) Pres. Fórum Ecossocial da Baixada Fluminense Dir. Técnico Inst. Ambiental Conservacionista 5º Elemento Membro do Comitê da Bacia do rio Guandu Membro do Conselho da Rebio Tinguá

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1º Simpósio de Meio Ambiente

Henry Dunant

Yoshiharu Saito

Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNIGRANRIO/CAXIAS)

Ecologia Política dos Recursos Hídricos (IPPUR/UFRJ)

Pres. Fórum Ecossocial da Baixada Fluminense

Dir. Técnico Inst. Ambiental Conservacionista 5º Elemento

Membro do Comitê da Bacia do rio Guandu

Membro do Conselho da Rebio Tinguá

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Crise Ambiental

x

Sociedade do Consumo

• Modelo de Desenvolvimento

• Mito do Desenvolvimento (In)sustentável

• Consumo e Obsolescências

• A farsa da sustentabilidade

• Reflexão Crítica

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Modelo Hegemônico do Desenvolvimento

Revolução Industrial (Séc. 18)

Produção Artesanal

Fábrica

Mecanização

Concentração de renda

Foco na exploração da mão-de-obra

A partir do final da 2ª Guerra Mundial, precisamente no

ano de 1955, o analista de vendas Victor Lebow

(Governo Eisenhower) articulou a “solução” que se

tornaria a regra de todo o sistema, quando ele diz que:

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“Our enormously productive economy demands that

make consumption our way of life, that we convert the

buying and use of goods into rituals, that we seek our

spiritual satisfaction, our ego satisfaction in

consumption. We need things consumed, burned up,

replaced and discarded at na ever-accelerating rate”

“A nossa enorme economia produtiva exige que

façamos do consumo nossa forma de vida. Que

tornemos a COMPRA e o uso de bens em RITUAIS. Que

procuremos nossa satisfação espiritual e do nosso ego

no CONSUMO, precisamos que as coisas sejam

consumidas, DESTRUIDAS, SUBSTITUIDAS e

DESCARTADAS a um ritmo cada vez maior”.

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Portanto nossa sociedade, sua evolução, seus problemas

e crises cíclicas possuem uma raiz em comum em que os

recursos naturais são apropriados segundo uma lógica

meramente comercial incorporando o discurso do

desenvolvimento como meta a ser atingida, ignorando e

excluindo as reais funções e necessidades da natureza,

das sociedades, etnias, classes e povos.

No entanto.....

..... o termo “desenvolvimento” revela um engodo a

partir de duas contradições:

1 – Que é o único caminho a ser seguido por todos

2 - Que existam condições ambientais para todos

“chegarem lá”.

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Obsolescências nossas do dia-a-dia nos dai hoje,

porque o amanhã foi ontem....

Portanto.....

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.... somos potenciais vítimas da OBSOLESCÊNCIA

PLANEJADA e PERCEPTIVA .

Obsolescência Planejada é a estratégia industrial que consiste em criar

determinado produto ou algum de seu componente suficientemente

resistente para que dure somente por um (curto) período de tempo.

Também aplicado no desenvolvimento de funcionalidades que mais

tarde serão incorporadas ao produto.

Fundamento: “Estragou? Compra outro!”

Obsolescência Perceptiva é a estratégia ligada ao design e aparência

conjugada com forte apelo publicitário fazendo com que o consumidor

se sinta mal por ter determinado produto cujo design se tornou

obsoleto, impelindo-o a substitui-lo por outro mais “atualizado”

Fundamento: “Troca isso ai, tá fora de moda”

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Numa perspectiva mais profunda e crítica difunde-se a percepção e

ideário de que TODOS poderão atingir padrões equiparáveis aos países

ditos “do Norte” – DESDE que sigam certas regras econômicas. Somos

desafiados a crescer, a nos industrializarmos e a consumirmos bens e

recursos naturais sem parar e num ritmo cada vez maior, o que segundo

eles* nos levaria a atingir aos poucos o patamar das nações ditas

“desenvolvidas” e “consequentemente” o “desenvolvimento

sustentável”, termo ampla e massivamente utilizado no discurso

governamental em vários países emergentes.

Desenvolvimento Sustentável para quem? Para quê?

Fica evidente que o termo em si embora tenha caído no gosto popular,

raros são os que conseguem defini-lo, compreendê-lo em sua origem,

função e CONTRADIÇÃO, levando-nos ao questionamento crítico do que

vem a ser .....

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..... o desafio da Sustentabilidade

Ética

DemocraciaJustiça

Ambiental

Social

+

Econômico

Preser

vação

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......então saindo do campo econômico-empresarial, e trafegando

pela Ecologia Política e Justiça Ambiental, podemos definir e

compreender SUSTENTABILIDADE como:

“O processo pelo qual as sociedades

administram as condições materiais da sua

reprodução, REDEFININDO os princípios éticos

e sóciopolíticos que orientam a distribuição de

seus recursos ambientais”.

Jean Pierre Leroy – Territórios do Futuro

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Sustentabilidades Possíveis

Ambiental

DemocráticaPolítica

Ética

Social

Cênica

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.... então o que temos, se o desenvolvimento não é aquilo que

pensávamos e nem tudo que se diz sustentável é o que parece

ser? Afinal, quais são as distorções?

Não somos todos iguais, na medida em que não saimos da mesma

forma, do mesmo molde.

Não temos a mesma base material.

Não nos cercam os mesmos ecossistemas.

Não partimos das mesmas tradições.

Não nascemos com a mesma concepção de mundo.

Não crescemos com os mesmos ideais e valores.

Não forjamos a mesma cultura.

Somos, pois potencialmente diferenciados nas nossas necessidades,

sonhos e desejos.

(FASE, 2002)

Tudo isso, entretanto, é negado pelos interessados em nos manter

iludidos.

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Convite à reflexão crítica

Falar dos hábitos de consumo talvez seja o maior desafio da nossa

era pós-industrial em que somos valorizados pelo “ter” se

sobrepondo ao “ser” numa clara distorção ética decorrente de uma

economia de mercado baseado na massificação do comportamento

enquanto seres humanos com todas as necessidades comuns a

nossa existência.

O que existe hoje no mundo é uma enorme iniquidade na apropriação

dos recursos e da energia retirados da natureza. Uma minoria, o

equivalente a cerca de 20% da humanidade, consome 80% desses

recursos, produzindo ao mesmo tempo 80% da poluição e da

degradação ambiental que ameaça o planeta como um todo.

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O exemplo dos EUA é definitivo: com 5% da população mundial, eles

consomem cerca de 30% dos recursos e da energia produzidos na

Terra a cada ano. Para se ter uma medida do que isso significa, basta

dizer que se outros 15% da população mundial “alcançassem” o

mesmo padrão de consumo, a vida no planeta já seria ecologicamente

inviável

Não importa quanto nos esforcemos, o fosso da desigualdade entre as

nações e o resto do mundo não diminui, ao contrário, só aumenta

É nítido que a globalização dos costumes já nos afastou muito de

nossos padrões tradicionais, mais compatíveis com nossas reais

necessidades e adaptados às possibilidades e às culturais locais. O

reencontro com nossa identidade cultural é certamente o maior

desafio que temos pela frente.

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Art. 225, Constituição Brasileira de 1988

“Todos tem o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do

povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-

se ao poder público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações”.

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xCinema no Simpósio:

“O dia em que a Terra parou”

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Muito Obrigado!

“O mundo é suficientementegrande para atender asnecessidades de todos,porém demasiadamentepequeno para a avareza dealguns”.

Mahatma Ghandi

[email protected]

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9145-6368 / 8173-7311