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CRISTIANE CAMILO HERNANDEZ ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM SISTEMA COMPUTACIONAL DE ENSINO E AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA RESIDÊNCIA MÉDICA BASEADO EM CASOS CLÍNICOS Tese apresentada ao curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde. SÃO PAULO 2014

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CRISTIANE CAMILO HERNANDEZ

ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM SISTEMA

COMPUTACIONAL DE ENSINO E AVALIAÇÃO DE

APRENDIZAGEM NA RESIDÊNCIA MÉDICA BASEADO

EM CASOS CLÍNICOS

Tese apresentada ao curso de Pós Graduação

da Faculdade de Ciências Médicas da Santa

Casa de São Paulo para obtenção do título de

Doutora em Ciências da Saúde.

SÃO PAULO

2014

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CRISTIANE CAMILO HERNANDEZ

ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM SISTEMA

COMPUTACIONAL DE ENSINO E AVALIAÇÃO DE

APRENDIZAGEM NA RESIDÊNCIA MÉDICA BASEADO EM

CASOS CLÍNICOS

Tese apresentada ao curso de Pós Graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de

São Paulo para obtenção do título de Doutora em

Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Longui

Co-orientador: Prof. Dr. Ismar Frango Silveira

Versão corrigida

SÃO PAULO

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Hernandez, Cristiane Camilo Estudo da aplicabilidade de um sistema computacional de ensino e avaliação de aprendizagem na residência médica baseado em casos clínicos./ Cristiane Camilo Hernandez. São Paulo, 2014.

Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Carlos Alberto Longui Co-Orientador: Ismar Frango Silveira 1. Sistemas de computação 2. Educação médica 3. Avaliação

educacional/métodos 4.Internato e Residência 5. Aprendizagem 6. Tecnologia educacional

BC-FCMSCSP/22-14

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DEDICATÓRIA

Aos meus filhos Polianna e Eduardo,

aos meus pais Neusa e Renato (in memoriam) e meu marido Alexandre.

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PÁGINA DE CITAÇÃO

“Os dias correm, somem

E com o tempo não vão voltar

Só há uma chance para viver

Não perca a força, e o sonho

Não deixe nunca de acreditar

Que tudo vai acontecer...”

Eduardo Faro e Guilherme de Sá – Rosa de Saron

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo pela

colaboração em minha formação e pelo auxílio financeiro na realização deste

trabalho;

Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Longui, meu orientador pelos ensinamentos,

incentivo e motivação;

Ao Prof. Dr. Ismar Frango Silveira, meu co-orientador pelos ensinamentos e

por aceitar este desafio.

À Prof. Dra. Cristiane Kochi pela atenção e disposição em ajudar com os

dados e aplicação das avaliações.

As professoras de estatística da Pós-Graduação da FCMSCSP, Ting Hui

Ching e Erika Tiemi Fukunaga, que muito me ensinaram e também contribuíram

para a concretização deste trabalho.

À Profa. Ana Paula Galvão Damasceno Carrare, pela amizade e por estar

presente em todos os momentos, ajudando e incentivando sempre que preciso.

À minha família que sempre apoiou e acreditou em mim.

A todos os amigos de trabalho pela ajuda e compreensão nos momentos

importantes do desenvolvimento deste trabalho.

A todos os professores que contribuíram para minha formação.

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Abreviaturas e símbolos

ACGME - Accreditation Council for Graduate Medical Education

ACSI - American Customer Satisfaction Index

CBL - Case Based Learning

CEVL - Computer Enhanced Visual Learning

CNRM - Comissão Nacional de Residência Médica

CSCL - Computer Supported Collaborative Learning

ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

MDFluxo - Modelo Digital de Fluxogramas em Oftalmologia

MEC - Ministério da Educação

MedCC - Medical Clinical Case

NeTWoRM - Netbased Training in Work-Related Machine

NIH - National Institute of Health

OH - Occupational Health

RM - Residência Médica

ReAQ - Resident Assessment Questionnaire

SPSS - Statistical Package for Social Sciences

TIC’s - Tecnologias da Informação e Comunicação

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10

1.1. Revisão de Literatura .................................................................................... 12

1.1.1. Ensino e Aprendizagem na Residência Médica ............................................. 15

1.1.2. Avaliação de Aprendizagem na Residência Médica ...................................... 23

1.1.3. Avaliação de Aprendizagem Baseada em Casos .......................................... 30

2. OBJETIVOS .................................................................................................... 40

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................................................ 41

3.1. Método de avaliação de aprendizagem manual baseada em casos .............. 41

3.2. Método de avaliação de aprendizagem informatizado baseada em casos .... 46

3.2.1 Cenários de uso do Avaliador ............................................................................ 49

3.2.2 Cenários de uso do Avaliado .............................................................................. 57

3.3. Aplicação dos métodos de avaliação ............................................................ 59

4. RESULTADOS ............................................................................................... 63

4.1. Análise das notas .......................................................................................... 63

4.2. Análise dos tempos ....................................................................................... 66

4.3. Análise do questionário de satisfação do sistema ......................................... 71

5. DISCUSSÃO ................................................................................................... 75

6. CONCLUSÕES ............................................................................................... 83

7. ANEXOS ......................................................................................................... 84

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 105

FONTES CONSULTADAS ...................................................................................... 112

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RESUMO................................................................................................................. 113

ABSTRACT ............................................................................................................. 114

LISTAS E APÊNDICES ........................................................................................... 115

Apêndice 1: Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa .............................................. 115

Apêndice 2: Termo de consentimento livre e esclarecido ....................................... 116

Lista de Tabelas ..................................................................................................... 117

Lista de Quadros .................................................................................................... 118

Lista de Figuras ...................................................................................................... 119

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1. Introdução

O processo de ensino e aprendizagem na medicina vem sofrendo mudanças

nos últimos anos, assim como acontece em outras áreas. É uma questão de grande

interesse, que exige frequente reestruturação e reorganização, pois tem à

disposição novos meios de comunicação e novas ferramentas para ensino e

avaliação do estudante. Existem ferramentas, tais como computadores, dispositivos

móveis e ambientes virtuais de aprendizagem, que podem melhorar a interação

entre professor e aluno e facilitar o processo de aprendizagem, além de avaliar o

aprendizado, se utilizadas de forma adequada (Weintraub et al, 2011).

Tais mudanças na educação médica, tanto nos níveis de graduação e nos

programas de residência, levam à valorização de processos de ensino e

aprendizagem que buscam explorar as experiências práticas, fundamentadas pelos

conceitos teóricos e científicos. Segundo Botti e Rego (2010), a combinação de

diversas formas de aquisição de conhecimento é fundamental para o

desenvolvimento do raciocínio diagnóstico e de atitudes profissionais, sendo mais

importante do que qualquer habilidade ou tarefa mental isolada, ou seja, a principal

característica de um bom profissional está baseada na aquisição constante de novos

conhecimentos e aperfeiçoamento de habilidades clínicas.

Na residência, o profissional busca a aquisição de novos conhecimentos e

aprimoramento dos já adquiridos. Novos conhecimentos podem ser adquiridos por

meio da experiência na prática clínica, leitura, palestras, apresentações gravadas,

podcasts, módulos de aprendizagem online, discussões em pequenos grupos,

discussões baseadas em casos, dentre outros (Mahan e Ferris, 2010). A

aprendizagem através da experiência clínica proporciona ao aluno formação

suficiente em situações clínicas complexas em um ambiente profissional realista e

verdadeiro (Dussart et al, 2008).

Neste contexto, surgem várias propostas metodológicas que defendem o uso

de evidências, problemas e casos clínicos como meio de levar os alunos ao universo

da prática médica, ao mesmo tempo em que estes recebem referências teóricas

para fomentar seu raciocínio e remetê-los a aquisição de conhecimento. Estas

metodologias permitem que em dado momento, conforme o nível que o aluno se

encontra em sua formação, sejam apresentadas a ele situações (casos) propondo

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que o mesmo se posicione a respeito delas (Goldwasser, 2006; Savaris, 2009). De

acordo com Popil (2011), os métodos baseados em casos promovem a

aprendizagem ativa, na qual o aluno é engajado a buscar por informações que

facilite o seu aprendizado, proporcionam a oportunidade de relacionar teoria à

prática, incentivam o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e

podem ser utilizados em um processo avaliativo de aprendizagem.

A avaliação é um dos componentes do processo de ensino e aprendizagem e

devido a sua importância, sempre foi muito discutida. Atualmente têm sido propostas

formas diferenciadas de realizá-la, buscando diagnosticar e solucionar eventuais

falhas na aprendizagem (Perrenoud, 1999). Uma das finalidades da avaliação é

mapear o processo de ensino e aprendizagem do estudante (Luckesi, 2002).

As ferramentas computacionais buscam tornar o processo mais ativo,

dinâmico e personalizado. Uma questão amplamente discutida na área da educação

é como melhor avaliar a aprendizagem do estudante e aproveitar o potencial destas

ferramentas, pois muitas apresentam a possibilidade de avaliar a aprendizagem,

porém fornecem notas individuais ou médias gerais, métricas convencionais para

mensuração e que não indicam de forma precisa o nível de conhecimento do

estudante (Pereira, 2007; Piton-Gonçalves et al, 2009; Louzada et al, 2011).

O método tradicional de ensino nas escolas médicas do Brasil utiliza a

avaliação somativa no final do curso, que permite mensurar a aprendizagem por

meio de questões, em sua maioria do tipo múltipla escolha, que de alguma forma

induz e facilita a resposta correta e dificulta a inferência sobre a competência clínica

(Savaris, 2009).

Este método não oferece um retorno útil ao aluno ou ao professor, por esta

razão, muitas escolas de medicina optam por ampliar e diversificar os métodos

tradicionais de ensino e avaliação, adicionando métodos complementares que

melhor se ajustem à sua estrutura e objetivos (Stephenson, 2001; Goldwasser,

2006; Rezaie, 2009). Muitos destes métodos utilizam recursos, como animações

gráficas, vídeos e áudios digitais online, leituras, simulações clínicas interativas e

testes, que caracterizam as ferramentas computacionais. Embora tais ferramentas

ofereçam diversas vantagens, ainda é pouco explorada sua aplicabilidade no

processo de ensino e aprendizagem baseada em casos clínicos.

Neste trabalho buscamos a resposta da seguinte pergunta:

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É viável aplicar um sistema computacional de avaliação de aprendizagem

baseado em casos clínicos na residência médica a partir em um método de

avaliação manual?

Assim, apresenta-se aqui a revisão de literatura dos processos de ensino e

aprendizagem e avaliação nos programas de residência e, de forma geral, como a

avaliação de aprendizagem baseada em casos clínicos vem sendo aplicada nos

programas de ensino da área da saúde. Em seguida, são apresentados os objetivos

do trabalho, seguidos da casuística e métodos da pesquisa, composta pela

descrição do método de avaliação manual baseada em casos e seu correspondente

método informatizado, bem como a descrição detalhada da aplicação destes

métodos nos sujeitos da pesquisa. Após, é feita a análise dos resultados

encontrados na aplicação destes métodos de avaliação. Por fim, são apresentadas a

discussão e as conclusões do trabalho.

1.1. Revisão de Literatura

Foi realizada uma revisão sistemática a partir de levantamento bibliográfico

eletrônico de artigos publicados entre 2008 e 2013, nas seguintes bases de dados:

PubMed (da National Library of Medicine – www.pubmed.org), ScienceDirect (da

Elsevier - http://www.sciencedirect.com) e Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine

– www.scielo.br), estas foram escolhidas devido ao grande número de artigos

médicos disponíveis. O objetivo desta revisão sistemática foi obter a revisão de

literatura do processo de ensino e aprendizagem nos programas de residência em

diferentes áreas e especialidades, como e quais métodos de avaliação são

utilizados e especificamente, como as avaliações de aprendizagem baseada em

casos são empregadas na área da saúde.

Em um primeiro momento foi realizada a revisão com a palavra-chave:

resident education, porém o número de trabalhos retornados foi 618 artigos,

considerando as três bases consultadas. Estes abordavam diferentes tópicos da

educação médica, o que fez surgir a necessidade de especificar a busca, para isso,

primeiro foi definido os temas da revisão e depois as palavras-chave. Assim, os três

temas definidos e suas respectivas palavras-chave são mostrados no Quadro 1:

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QUADRO 1. Temas e as respectivas palavras-chave utilizadas na revisão de literatura.

Temas Ensino e Aprendizagem na

Residência Médica

Avaliação de

Aprendizagem na

Residência Médica

Avaliação de

Aprendizagem Baseada em

Casos

Palavras-

chave

resident learning resident evaluation case-based learning

teaching-learning process

and medical residency residency evaluation

clinical case-based learning

case-based evaluation

A pesquisa foi realizada também com as palavras-chave em português. Os

artigos obtidos foram analisados inicialmente de acordo com seus títulos e em

seguida por seus resumos e separados quando versavam sobre um dos temas da

revisão e estavam disponíveis no formato completo.

Considerando os 3 temas, encontramos um total de 873 artigos, os primeiros

critérios de exclusão foram o título e o resumo, permitindo a pré-seleção de 80

artigos, sendo a seguir considerados 23 artigos por se enquadrarem nos tópicos de

interesse da pesquisa. A Tabela 1 mostra as palavras-chave utilizadas, as bases de

dados consultadas e a quantidade de artigos considerados, conforme os critérios

acima mencionados.

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TABELA 1. Quantidade de artigos encontrados, pré-selecionados e considerados na base de dados PubMed, Science Direct e Scielo .

Palavras-chave e Temas PubMed Science Direct Scielo

E P C E P C E P C

ENSINO E APRENDIZAGEM NA RESIDÊNCIA MÉDICA

resident learning 23 11 3 51 11 3 15 5 0

teaching-learning process and medical residency 70 5 2 57 2 1 24 1 0

AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA RESIDÊNCIA MÉDICA

resident evaluation 31 9 3 41 4 0 20 1 1

residency evaluation 3 2 0 82 0 0 34 2 0

AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM BASEADA EM CASOS

case-based learning 56 2 0 38 4 1 0 0 0

clinical case-based learning 96 2 1 22 2 0 28 2 2

case-based evaluation 100 11 5 52 3 0 30 1 1

TOTAL 379 42 14 343 26 5 151 12 4

Legenda: E = Encontrados; P = Pré-selecionados; C = Considerados.

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1.1.1. Ensino e Aprendizagem na Residência Médica

Neste capítulo são descritos os conceitos básicos sobre o processo de ensino

e aprendizagem na residência médica, incluindo a sua história e como este processo

acontece nos programas de residência.

1.1.1.1. Fundamentação Teórica

O sistema de especialização em medicina, baseado na Residência Médica foi

reconhecida pela Associação Médica Americana em 1848 (Michel et al, 2011) e

iniciou as suas atividades em 1889 no hospital da Universidade Johns Hopkins, onde

o cirurgião William Halsted convocou para treinamento em cirurgia quatro alunos

graduados. O treinamento consistia de aquisição progressiva de responsabilidades

pelos atos médicos, na execução de cirurgias e nos estudos de cuidados pré e pós-

operatórios. Para cuidar dos pacientes em tempo integral, os médicos participantes

residiam no hospital, o que deu origem ao termo “Residência” No Brasil, o Hospital

das Clínicas da Universidade de São Paulo implantou em 1944, seguindo o modelo

norte-americano, o primeiro programa de residência, na especialidade de Ortopedia,

tendo se tornado obrigatória a partir de 1983 (Simões, 2012).

Atualmente, após a conclusão do curso de graduação em medicina, os

egressos buscam programas de RM de acordo com a especialidade pretendida.

Alguns são aprovados e iniciam o treinamento, outros ingressam em cursos de

especialização ou estágios na especialidade escolhida. Segundo Velho et al (2012),

a RM complementa a formação do profissional de medicina e facilita a inserção do

médico no mercado de trabalho, cada vez mais exigente.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a RM foi regulamentada

pelo Decreto nº 80.281, de 5 de setembro de 1977, e constitui uma modalidade de

ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de

especialização, funcionando em instituições de saúde, sob a orientação de

profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional, sendo

considerada o "padrão ouro" da especialização médica. O mesmo decreto criou a

Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e determinou algumas

providências complementares (Brasil, 1977). Em 1979, pela Resolução nº 05/79, a

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CNRM especifica as normas que um programa de RM deve seguir, dentre as quais a

duração e carga horária total do programa, possibilidade de complementação,

proporções da carga horária destinada ao treinamento em serviço e atividades

teóricas e práticas, locais de trabalho e carga horária em cada uma das quatro

grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria e Ginecologia-Obstetrícia),

seleção de candidatos, avaliação, promoção do candidato dentro do programa e

obtenção do certificado de conclusão do programa (Brasil, 1979; Wuillaume, 2000).

Assim, a institucionalização da RM criou a estrutura de ensino que expõe o

jovem médico selecionado a inúmeros serviços e supervisores, cujo objetivo

principal é torná-lo apto ao desempenho da especialidade escolhida. A base da RM

é o treinamento em serviço submetido à supervisão contínua, permitindo aquisições

cognitivas, obtidas simultaneamente ao desenvolvimento de habilidades e atitudes,

elementos estes essenciais à prática médica. Por isso a RM é considerada a melhor

forma de aperfeiçoamento e de especialização em Medicina (Degenszajn, 2005).

Segundo Teunissen et al (2007), a aprendizagem dos residentes tem como

base a participação dos mesmos em atividades relacionadas ao trabalho, pois a

informação que se tornará conhecimento está incorporada nestas atividades, ou

seja, aprender a ser um médico especialista significa trabalhar e agir como um.

Para isso, o primeiro passo no processo de ensino e aprendizagem da residência é

determinar o que deve ser compreendido e o que o residente deve ser capaz de

fazer com o que entendeu. O segundo é oferecer diferentes experiências que

permitam ao residente aprender a obter informações importantes diante das

situações e a buscar, na memória, as ações corretas, efetivas e relevantes para

serem utilizadas em situações posteriores. Diante destas diversas formas de adquirir

conhecimento, o residente desenvolve a habilidade de utilizá-los na resolução de um

caso clínico, o que aprimora sua prática profissional.

De acordo com Leone et al (1995), os programas de RM devem ter o

planejamento centrado no treinamento em serviço, com as atividades dirigidas ao

paciente ocupando grande parte da carga horária durante o processo de ensino e

aprendizagem. O objetivo é que ao longo do programa, o residente busque

aprimorar o raciocínio clínico em suas atividades de rotina, ao final do programa o

mesmo possuirá competências para realizar diagnósticos precisos e adotar condutas

mais adequadas a cada paciente atendido. Por isso, mesmo que nem sempre de

maneira consciente, o residente associa no atendimento, atitudes características de

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um pesquisador, ou seja, formula hipóteses diagnósticas e busca, por meio da

propedêutica clínica ou laboratorial, elementos que confirmem ou não suas

possibilidades diagnósticas.

Segundo Grijpink-Van Den Biggelaar et al (2010), competência e

desempenho clínico devem ser desenvolvidos durante a residência, e embora a

aprendizagem baseada no trabalho seja útil o residente vai enfrentar alguns

desafios. Primeiro, existe um desenvolvimento rápido da expertise médica, criando a

necessidade para todos os médicos e residentes se manterem atualizados.

Segundo, como resultado da complexidade do sistema hospitalar e das rotações

frequentes entre os alunos durante a residência, torna-se difícil a organização e

monitoramento da aprendizagem, além disso, no hospital os alunos aprendem, mas

não há garantia de que os objetivos de aprendizagem sejam cumpridos. Terceiro,

cada aluno aprende de uma maneira e esta variação está relacionada ao grau de

autonomia e dependência do estudante e aos estilos de aprendizagem individuais

(Kolb et al, 2009), caso o professor pressuponha que todos os alunos aprendam da

mesma maneira, pode haver dificuldade na aprendizagem. Quarto, embora os

professores se mantenham dedicados aos residentes, a maioria deles não

apresentam habilidades educacionais que atendam às características dos alunos

dentro e fora do hospital. Outros desafios apontados por Velho et al (2012) referem-

se ao excesso de carga de trabalho, falta de preceptoria adequada (médico

responsável pelo preparo profissional, ético e humanista do residente e pela

supervisão no atendimento prestado ao paciente), estresse físico e emocional

produzido pela atividade desenvolvida, condições impróprias dos hospitais e baixa

remuneração.

Para Botti e Rego (2010), a RM representa mais que uma busca de

aperfeiçoamento da competência profissional adquirida na graduação, consideram

como um treinamento em serviço, num momento específico da formação

profissional. Ao ingressar, o aluno busca por treinamento em alguma especialidade

através da aquisição progressiva de responsabilidades, desenvolvimento da

capacidade de iniciativa, julgamento e avaliação, representando um marco profundo

no perfil profissional. Para que a formação profissional tenha sucesso, o processo de

ensino e aprendizagem deve ser significativo, com seus objetivos bem explícitos,

permitindo de acordo com Ten Cate e Fedde (2007), que o residente execute suas

atividades de maneira independente, sem auxílio de um preceptor.

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Wuillaume (2000) acredita que é no contexto do construtivismo que o

processo de construção de aquisição de conhecimento esteja inserido na RM, ou

seja, o residente participa de forma ativa e consciente na construção do seu

conhecimento e o preceptor atua como guia neste processo complexo e dinâmico. E

para Jones et al (2009), as oportunidades de aprendizagem dos residentes devem

ser mais flexíveis, isso inclui, escolha de disciplinas eletivas voltadas para a

variedade de opções de carreira disponíveis e o aprendizado deve ser contínuo,

começando na faculdade de medicina e continuando ao longo da carreira.

Diante das afirmativas apresentadas, foi realizada a revisão sistemática sobre

o processo de ensino e aprendizagem na RM e os artigos obtidos foram analisados

e observou-se que poucos estudos discutem e relatam sobre o processo de ensino e

aprendizagem dos residentes, o conteúdo dos programas de RM, o que eles

aprendem e como são avaliados. Os autores estão mais preocupados com a

titulação do corpo docente, as condições de trabalho dos residentes e a organização

dos programas (Baker, 2010; Schmitz et al, 2010; Takayesu et al, 2010; Ethnasios

et al, 2011; Phelps et al, 2011; Evaniew et al, 2013) e ainda discutem e relatam

experiências na utilização de tecnologia da informação no ensino e aprendizagem e

em rotinas administrativas, mas não a sua utilização como metodologia de ensino

(Kalarickal, 2009; Grijpink-Van Den Biggelaar et al , 2010; Skye et al, 2011; Carvalho

et al, 2012; Chu et al, 2012; Tanaka et al, 2012; George et al, 2013).

1.1.1.2. Estudos Correlatos

Considerando o ensino e aprendizagem na residência, foi realizada a leitura

dos artigos pré-selecionados obtidos na revisão sistemática com as palavras-chave:

resident learning e teaching-learning process and medical residency, aqueles nos

quais os autores relatam sobre a utilização ou propõe uma metodologia de ensino

em programas de RM foram considerados e seus objetivos e resultados descritos a

seguir.

Com o objetivo de fornecer uma orientação aos educadores da área de

residência em radiologia, quanto às metodologias adequadas para o treinamento

eficaz dos residentes, Arogundade (2011) realizou uma revisão da literatura sobre as

várias teorias de aprendizagem para adultos, o papel da motivação na

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aprendizagem, os métodos de prática de ensino e a influência que as teorias de

aprendizagem podem ter sobre a prática. O autor concluiu que as teorias de

aprendizagem construtivistas influenciam no ensino, na definição do currículo e na

avaliação dos residentes. Para estes autores, o ensino está centrado na resolução

de problemas complexos pelos alunos, o currículo é composto pelos resultados de

aprendizagem esperados e a avaliação dá maior ênfase ao progresso do aluno.

O trabalho de Vollmer et al (2011) discute como são vistas as técnicas de

aprendizagem de adultos pelos residentes e professores no ensino de cirurgia. Na

sala de cirurgia, a aquisição de conhecimentos e habilidades são fundamentais,

porém os métodos de ensino e aprendizagem e o processo de como os residentes

são treinados são escassos. Assim, entender qual a melhor forma de ensinar os

residentes em cirurgia é muito importante. Para isso, os autores desenvolveram uma

pesquisa sobre eficácia do ensino cirúrgico, com elementos quantitativos e

qualitativos, comparando perspectivas de alunos e corpo docente sobre experiências

educacionais dentro da sala de cirurgia, podendo assim definir áreas a serem

melhoradas no ensino. Foi solicitado aos entrevistados classificar as melhores

práticas de ensino e usando perguntas abertas, identificar outras abordagens

educativas eficazes, dentro de quatro domínios do ensino operatório, que incluem: a

autonomia do aluno graduado (ambiente de aprendizagem), discussão do caso no

pré-operatório com o aluno (avaliação pré-operatória), fornecer feedback imediato ao

aluno (ensino intra-operatório), e fornecer exemplos específicos do que o aluno fez

bem e/ou precisa melhorar (análise pós-operatório).

Na análise quantitativa, os autores observaram que houve discordância

significativa entre residentes e docentes com relação às técnicas de ensino para

adultos, porém concordaram na identificação das estratégias de ensino mais

eficazes. Já na análise qualitativa, os autores observaram que ambos apontaram

problemas na comunicação, pressões com relação ao tempo, otimização do

ambiente de trabalho/aprendizagem, envolvimento dos professores, autonomia e

feedback.

Na Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas de Yaoundé, Bediang et al

(2013), utilizaram as ferramentas computacionais: Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC’s) e e-learning, com o objetivo de investigar como podem

contribuir para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. É pouco explorado

na literatura como estas ferramentas podem melhorar o processo, principalmente em

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14

Camarões, país com recursos limitados. Para isso, foi realizado um estudo

transversal com três grupos distintos de indivíduos, 307 participantes responderam o

questionário, destes 218 estudantes, 57 residentes e 32 professores.

O questionário utilizado pelos autores do trabalho é uma versão adaptada,

desenvolvido e validado em um estudo anterior semelhante da Unidade de Pesquisa

e Desenvolvimento em Educação Médica da Faculdade de Medicina da

Universidade de Genebra. Após a análise estatística dos dados, os autores

observaram que cerca de dois terços dos alunos não estão familiarizados com e-

learning e mesmo assim mostraram interesse. A maioria apontou o e-learning como

tendo potencial na melhoria do ensino e aprendizagem e são a favor de sua

utilização, o que aumenta a necessidade de discussão sobre o tipo de metodologia

de ensino a ser adotada que permita aos alunos serem mais ativos em sua

formação. O sucesso depende de diversos fatores, entre eles os autores citam a

definição de uma estratégia de e-learning e a atuação mais ativa e participativa da

área pedagógica, apoio este necessário para aumentar a eficácia do e-learning.

Para Nuthalapaty et al (2012), a metodologia de ensino para a educação

médica deve envolver a escolha das melhores ações educativas e estas devem ser

baseadas em evidências, pois há a integração da experiência clínica com a

capacidade de analisar e aplicar a informação científica adquirida ao cuidar de

pacientes. Com a utilização desta metodologia, os autores afirmam que é possível

melhorar a competência do aluno, bem como beneficiar diretamente o atendimento

dos pacientes. Esta ligação, entre a assistência ao paciente e educação médica, é

importante para conduzir e discutir pesquisas de educação médica de qualidade. Os

autores propõem, para os educadores da área clínica, tanto do nível de graduação

quanto de residência médica, uma estrutura de metodologia educacional na área

clínica baseada em evidências e discutem as diferenças e semelhanças entre a

investigação clínica e educação baseada em evidências.

De acordo com Maizels et al (2008) e McQuiston et al (2010), os programas

de residência devem constantemente reestruturar o ensino e a avaliação de

habilidades cirúrgicas dos alunos. Para melhorar o ensino e documentar o

desempenho de residentes, os autores desenvolveram uma ferramenta de

aprendizagem assistida por computador, conhecida como Aprendizagem Visual

Apoiada por Computador (Computer Enhanced Visual Learning - CEVL), o qual

inclui currículo educacional e relatórios administrativos. O currículo é composto pelo

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estudo de um tutorial passo-a-passo sobre cirurgia com recursos computacionais

avançados, estes mostram as habilidades cirúrgicas esperadas para um cirurgião e

uma ferramenta para avaliar o desempenho do residente pelo cirurgião responsável,

o feedback pós-operatório é registrado e utilizado para estruturar a prática na sala

de cirurgia, pois sugere aos residentes formas de melhora-la.

O estudo da aplicabilidade do método foi realizado com 24 residentes em

urologia de diferentes anos, e os autores verificaram que o método foi inovador e

aumentou a aprendizagem dos residentes, pois fornece um feedbak construtivo.

O processo de ensino na residência auxiliado por um médico pesquisador

(residente recém-formado) e o impacto de sua presença na educação do residente

em pediatria são explorados no trabalho de Backes et al (2011), cujo objetivo foi

implementar um método prático o qual envolve os médicos pesquisadores na

educação do residente, avalia a experiência dos pesquisadores e o impacto do

método em um programa de residência.

O estudo foi realizado em uma unidade de terapia intensiva neonatal, na qual

os médicos pesquisadores foram responsáveis em conduzir sessões de ensino

diárias. O impacto do método na educação dos residentes foi mensurado por

avaliações online anônimas respondidas por 105 residentes e o potencial do método

para os pesquisadores também foi avaliado através de uma pesquisa anônima. Os

resultados mostraram que o método contribuiu positivamente para aprendizagem

dos residentes e estes apontaram como favorável a presença dos médicos

pesquisadores. E o método propicia uma oportunidade de aprimorar as habilidades

para o ensino dos médicos pesquisadores.

Obura et al (2011) propõem a utilização de tutoria online e comunidades de

aprendizagem, com o objetivo de melhorar a aprendizagem de residentes. A tutoria

online é um método de ensino, muito utilizada na graduação, na qual o mentor atua

como facilitador no processo de ensino e aprendizagem do aluno e utiliza como

principal meio de comunicação as tecnologias virtuais. As comunidades de

aprendizagem são organizadas para realização de reuniões regulares, por meio de

conferências pela internet com a ferramenta WebEx*1. Neste trabalho, o tutor estava

localizado em Virginia, nos Estados Unidos, e o mesmo desenvolveu o projeto

instrucional, ajudou na interatividade do aluno e ensinou residentes localizados em

1 *http://www.webex.com

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Nairóbi, no Quênia. Após as sessões de ensino baseadas em casos pela Internet, os

residentes foram convidados a formar uma comunidade online de alunos para

discutir por uma hora a cada semana as informações apresentadas nos casos.

A análise quantitativa foi realizada nos resultados obtidos a partir da pesquisa

feita com um questionário, já a análise qualitativa foi realizada a partir das

entrevistas transcritas na integra. A análise dos resultados revelou grande

entusiasmo e aceitação dos residentes com relação às experiências de

aprendizagem pela Internet, o que indica que estas metodologias podem ser

utilizadas em programas de residência médica em países em desenvolvimento.

Com o objetivo de maximizar a experiência educacional, Kirton et al (2012)

apresentaram a proposta de um currículo para o ensino na residência baseado em

competências, ou seja, centrado em objetivos educacionais específicos, neste

utilizou materiais de ensino, livros online e palestras interativas desenvolvidas pelo

corpo docente e disponibilizados no portal SCORE*2, para áreas do programa que

precisavam de melhorarias (apontadas anteriormente pelos residentes). Esta

proposta surgiu devido às restrições de horas de serviço dos residentes, menor

tempo de dedicação do corpo docente ao ensino clínico e pelo aumento dos

requisitos educacionais exigidos pelo Accreditation Council for Graduate Medical

Education (ACGME).

A avaliação do novo currículo foi realizada buscando as opiniões dos

residentes sobre o conteúdo das conferências, a qualidade das apresentações e dos

materiais didáticos complementares. Os resultados demonstraram que o currículo

proposto e adotado pelo corpo docente com abordagem colaborativa pode aumentar

a satisfação do residente e melhorar a sua capacidade em compreender as

principais competências.

O Quadro 2 apresenta um resumo sobre a metodologia adotada, a tecnologia

utilizada (quando apresentada) e em qual programa de residência foi aplicada.

2 *http://www.surgicalcore.org

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QUADRO 2. Artigos selecionados sobre ensino e aprendizagem na residência médica.

Autores Metodologia Tecnologia RM

Arogundade, 2011 Aprendizagem para

adultos Não utiliza

Radiologia

Vollmer et al, 2011 Cirurgia

Bediang et al, 2013 e-learning Tecnologias da Informação

e Comunicação - TIC’s Não informado

Nuthalapaty et al, 2012 Baseada em evidências Não utiliza

Backes et al, 2011 Médico pesquisador Pediatria

Maizels et al, 2008

McQuiston et al ,2010 e-learning

Computer Enhanced Visual

Learning - CEVL Urologia

Obura et al, 2011 Tutorias e Comunidades

online WebEx Radiologia

Kirton et al, 2012 Aprendizagem baseada

em competências Portal SCORE Cirurgia

Com o objetivo de verificar como está sendo realizada a avaliação de

aprendizagem dos residentes, na próxima seção apresentamos o conceito de

avaliação e como ela está sendo aplicada nos programas de residência.

1.1.2. Avaliação de Aprendizagem na Residência Médica

Este capítulo apresenta os objetivos e os tipos de avaliação de aprendizagem

e de que maneira a avaliação da aprendizagem é realizada na residência médica.

1.1.2.1 Fundamentação Teórica

De acordo com Perrenoud (1999) a avaliação surgiu por volta do século XVII

e é inseparável do processo de ensino que conhecemos desde o século XIX e

exerce um papel importante no processo de ensino e aprendizagem, pois permite

conhecer os alunos, bem como determinar se os objetivos previstos para tal

processo foram ou não atingidos (Garcia e Cunha, 2000).

A função principal da avaliação é ajudar o aluno a aprender e ao professor,

ensinar (Perrenoud, 1999) e isso abrange desde um diagnóstico em torno do aluno

até o feedback de todo o processo, permitindo assim conhecer os alunos, determinar

se os objetivos previstos para o processo de ensino e aprendizagem foram ou não

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atingidos, aperfeiçoar o processo, diagnosticar as dificuldades de aprendizagem,

promover, motivar e dar retorno aos alunos sobre seu progresso.

Segundo Zeferino e Passeri (2007) há três tipos de avaliação: diagnóstica,

formativa e somativa. Para garantir a eficiência do sistema de avaliação e a eficácia

do processo de ensino e aprendizagem, recomendam que o professor faça uso

destas três modalidades juntas.

A avaliação diagnóstica é realizada no início do processo de aprendizagem e

pretende identificar o nível de conhecimento dos alunos e as deficiências em termos

de pré-requisitos, estas informações refletem no planejamento das atividades

educacionais.

A avaliação formativa é realizada ao longo do processo, permite o

acompanhamento progressivo do aluno e, deste modo, fornece informações que

orientam os professores na correção das distorções no processo de ensino e na

identificação de obstáculos que estão a comprometer a aprendizagem. Este tipo de

avaliação orienta o estudo do aluno e o trabalho do professor. Nesta avaliação têm-

se vários instrumentos que podem ser utilizados, tais como, a prova escrita,

questões de testes, dissertativas, prova oral, portfólio, prova prática, discussão de

casos, avaliação por pares e autoavaliação.

A somativa ocorre no final do processo, tem como finalidade identificar se o

aluno adquiriu as competências necessárias para novas etapas do processo de

aprendizagem. Frequentemente é empregada com o propósito de aprovação do

estudante ou, ainda, de emitir parecer formal sobre a competência individual para o

exercício de atividades profissionais.

Para Perrenoud (1999), competência é a capacidade de mobilizar e integrar o

conjunto de conhecimentos especializados e saberes, recursos e habilidades para a

resolução de problemas num contexto profissional determinado. Para Fernandes et

al (2012) competência é a síntese de conhecimentos, habilidades e atitudes que,

integrados, facilita o aprimoramento do indivíduo para diagnosticar e tratar o

paciente, o que é fundamental para um bom desempenho profissional frente às

constantes mudanças que ocorrem durante a prática.

Avaliação de aprendizagem na residência médica

Segundo Megale et al (2009), competência na educação médica, envolve

conhecimentos e habilidades, pois o estudante, além de adquirir um conjunto de

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conhecimentos fundamentais, necessita, também, dominar uma série de habilidades

de complexidade variável, que nem sempre são fácies de avaliar e isso exige

métodos e instrumentos diversificados de avaliação. Quanto à avaliação de

competências, esta deve ser confiável e válida, contendo instrumentos variados,

incluindo testes escritos e observação do comportamento profissional em cenários

de prática e tem como objetivo identificar, em um dado momento, o desempenho do

estudante para julgar se a competência requerida foi ou não adquirida, pois o

estudante a adquire num processo contínuo, de modo que a avaliação representa o

feedback construtivo para o avaliador. Esse retorno é muito útil para identificar as

deficiências e fornecer ao estudante orientações e sugestões adequadas de como

agir para alcançar o desempenho esperado (Fernandes et al, 2012).

Nos programas de RM a avaliação é um grande desafio, pois se refere à

avaliação da aprendizagem em serviço, algo que inclui outras habilidades, além das

competências e dos conhecimentos teóricos (Borgli e Lima, 2011). Devido a sua

complexidade, a CNRM, publicou dois artigos referentes a avaliação. Assim, a

CNRM no uso de sua atribuição prevista no art. 2º, alínea "a" e "c" do Decreto nº

80.281, de 5 de setembro de 1977, e considerando o disposto no art. 1º, do

Regimento Interno, publicado no D.O.U. de 25/08/79, resolve sobre o sistema de

avaliação (Brasil, 1979):

Art.8º

A avaliação do aproveitamento do residente utilizará os seguintes mecanismos:

1. Avaliação periódica através de provas escritas e/ou práticas.

2. Avaliação periódica do desempenho profissional por escala de atitudes que

incluam atributos tais como: comportamento ético, relacionamento com equipe

de saúde e cliente, interesse pelas atividades, e outros.

Parágrafo único: será dado conhecimento ao residente do resultado desta

avaliação.

Art. 9º

A promoção para o 2º ano, assim como a obtenção do certificado de conclusão

do Programa deve depender de:

1. Cumprimento integral da carga horária prevista no programa;

2. Aprovação na avaliação final do aproveitamento;

3. Desempenho profissional satisfatório, medido por escala de atitudes.

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Os programas de RM buscam formar profissionais capazes de compreender

por completo os pacientes, seus aspectos físicos, emocionais e sociais. Assim, a

avaliação do processo de ensino deve incluir esses diferentes aspectos, que

compreendem a observação do comportamento do residente nas diferentes

situações às quais será exposto, frente ao paciente, família e à própria equipe de

saúde com a qual deverá ser capaz de interagir, incluindo as avaliações da

aquisição de conhecimento e de capacidade de realizar procedimentos.

Tanto na graduação quanto na residência, conhecimentos e habilidades

isolados não tornam um médico competente, e sim a capacidade de usar esses

atributos juntos em situações clínicas, pois para um bom desempenho na medicina,

é necessária, além de competências técnicas, também a satisfação profissional e

dos pacientes. Isso exige comportamentos, atitudes, conhecimentos e princípios

cientificamente comprovados, que podem e devem ser aprimorados e avaliados

durante a residência (Botti e Rego, 2010).

Segundo Van Der Leeuw et al (2011) e Da Dalt et al (2013), o processo de

avaliação é um elemento essencial no desenvolvimento e na implementação de

qualquer atividade de treinamento, inclusive os de competência médica. Um

currículo educacional de qualidade prevê a avaliação formativa, a fim de documentar

o progresso do residente ao longo do processo de aprendizagem. Além disso,

quando devidamente planejada e implementada é o feedback para os residentes

sobre o seu nível de amadurecimento profissional, e serve para identificar se os

médicos residentes estão ou não preparados para a prática em um nível

independente, além de indicar os pontos fortes e fracos do programa de formação.

Assim, avaliar a aprendizagem na residência é verificar o conhecimento

médico do estudante a partir de competências já estabelecidas, de acordo com o

programa em que o estudante está inserido. Porém, esta avaliação não pode ser

realizada utilizando apenas um instrumento, por exemplo, questões de múltipla

escolha, pois são limitadas e não abrangem a avaliação de todas as competências

médicas que se espera que o estudante tenha adquirido ou aprimorado durante o

programa. Por esta razão, diferentes instrumentos de avaliação têm sido propostos.

Com o objetivo de analisar como a avaliação do ensino e aprendizagem

ocorre nos programas de residência médica foi realizada uma revisão de literatura

sobre o tema e os artigos encontrados são apresentados a seguir.

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1.1.2.2 Estudos Correlatos

Para analisar e descrever quais instrumentos de avaliação de aprendizagem

estão sendo utilizados nos programas de RM, foi realizada a leitura dos artigos pré-

selecionados com as palavras-chave: resident evaluation e residency evaluation e

aqueles que relatavam sobre o assunto foram considerados e descritos a seguir.

Conforme Da Dalt et al (2013), com o objetivo de avaliar o desempenho do

residente durante o treinamento, o Comitê do Programa de Residência em Pediatria

da Universidade de Pádua na Itália, país no qual as escolas médicas têm autonomia

em relação aos métodos e padrões de avaliação, convidaram os residentes e o

corpo docente para preencherem um questionário de avaliação (Resident

Assessment Questionnaire - ReAQ). O corpo docente e os residentes receberam

instruções breves sobre o preenchimento do questionário. Para compor o

questionário e validá-lo, os autores utilizaram como base as seis competências

listadas pelo ACGME (profissionalismo, assistência ao paciente, habilidades

interpessoais e comunicação, conhecimento médico, aprendizagem baseada na

prática e aperfeiçoamento, prática baseada em sistemas) e criaram um questionário

com 20 itens, cada item em uma escala de 1 ("ruim") a 5 ("excelente"). A avaliação

foi realizada tanto para o corpo docente que avaliou os residentes, quanto para os

residentes que se auto-avaliaram. O resultado é uma medida unidimensional da

competência, embora o instrumento de avaliação seja composto de itens de

diferentes aspectos, todos contribuem para a definição do perfil de competências

dos residentes.

De acordo com os autores, no final de cada ano letivo, os residentes

preencheram o ReAQ e os resultados apresentados mostraram que o questionário

proposto forneceu uma avaliação confiável, pois permitiu classificar os residentes

em diferentes níveis de desempenho, ou seja, o instrumento foi válido para distinguir

os residentes em diferentes níveis de formação. O resultado da aplicação do

questionário foi comunicado para cada residente em reuniões individuais.

O método para avaliar o desempenho clínico, muito utilizado nos programas

de residência, é a observação direta. De acordo com Ryan et al (2010), este tipo de

avaliação geralmente é usada para avaliar cada uma das competências básicas. As

ferramentas que permitem coletar dados de observação direta são projetadas para

capturar a interação entre residente e paciente e fornece um valor para o docente

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que representa a interação. Outro instrumento é a avaliação global, utilizado pelos

professores e baseada no desempenho do residente durante o período de avaliação.

O objetivo do trabalho foi comparar os resultados de avaliação de residentes a partir

de avaliações globais trimestrais com avaliações de observação direta realizados

durante o mesmo período. Para isso, os autores realizaram um estudo de coorte

observacional em um programa de residência que utiliza um sistema de avaliação

online para preenchimento das avaliações globais e de observação direta do

paciente. Ambas as avaliações são compostas por um formulário com oito perguntas

semelhantes, exceto que na observação direta refere-se à assistência a um paciente

enquanto na avaliação global a todos os pacientes cuidados pelo residente.

Cada membro do corpo docente foi orientado a preencher o formulário de

avaliação direta, depois de observar a interação residente-paciente durante um

atendimento. Já as avaliações globais foram realizadas trimestralmente, através do

formulário único para cada residente. Os resultados sugerem que as metodologias

adotadas no estudo geram dados semelhantes quando usadas como uma

ferramenta de avaliação somativa dos residentes. Se avaliações de observações

diretas forem usadas como parte de um processo de avaliação multifacetada, vários

membros do corpo docente devem avaliar cada residente para garantir um resultado

confiável.

Segundo Crespi-Flores, et al (2012), na área da Oftalmologia, o treinamento

cirúrgico de um residente requer atenção máxima devido a sua complexidade, o que

justifica a necessidade de metodologias claras sobre o ensino e instrumentos de

avaliação. Um instrumento de avaliação bastante utilizado na educação em cirurgia

é o questionário de autoavaliação de desempenho. Com o objetivo de verificar as

percepções sobre a aprendizagem e ensino de cirurgia de estrabismo, para assim

buscar melhorias, os autores entregaram um questionário a 38 residentes, 15 do

primeiro ano e 23 do segundo, que aceitaram participar do estudo. Neste estudo,

após executar um procedimento cirúrgico, o participante realiza uma autoavaliação,

que incluiu perguntas sobre a técnica cirúrgica utilizada, a autoavaliação da técnica

e se a formação dada foi adequada. Os supervisores também avaliaram o

desempenho dos residentes durante a cirurgia em relação ao nível de dificuldade,

ansiedade, mãos trêmulas e a insegurança.

Os dados foram analisados e foram comparadas as respostas dos residentes

na autoavaliação com as dos supervisores. Embora os supervisores observarem que

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63% dos residentes apresentavam ansiedade, 65% um pouco de insegurança e 98%

inseguros, 51% dos residentes não relataram nenhum desses sentimentos.

Observou-se que o número de residentes do primeiro ano com dificuldade em

lembrar a sequência de procedimento ou manipulação de instrumentos foi maior que

o número de residentes do segundo ano, o que sugere que o ensino prático dos

residentes do segundo ano foi maior. Assim, os autores apontam que o treinamento

em cirurgia melhora as habilidades técnicas dos residentes o que justifica o fato de

que treinamento deve ocorrer em uma fase inicial da aprendizagem médica.

Wu et al (2010) descreve uma metodologia multifacetada, que permite avaliar

de forma ampla os residentes, permitindo assim a remediação das dificuldades

encontradas e identificar as dificuldades de forma rápida e precoce. De acordo com

os autores, um sistema de avaliação eficaz deve identificar os problemas

antecipadamente e com precisão, enquanto um programa de remediação deve

detectar as dificuldades de forma eficaz, uma vez identificadas devem ser utilizados

os recursos apropriados para sana-las. Esta metodologia é utilizada no

departamento de residência em radiologia da Escola Médica de Harvard, juntamente

com a avaliação baseada nas seis competências listadas pelo ACGME, porém os

autores não relatam sobre as experiências na utilização. O Quadro 3 apresenta um

resumo sobre os artigos considerados:

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QUADRO 3. Artigos selecionados sobre avaliação de aprendizagem na residência médica.

Autores Instrumento

de avaliação Feedback

Competências

avaliadas RM

Da Dalt et al, 2013 Questionário

ReAQ Sim As seis competências

listadas pelo ACGME

Pediatria

Wu et al, 2010 Multifacetada

Não

relatado

Radiologia

Ryan et al, 2010 Global e

Observação

- Assistência ao paciente

- Conhecimento médico

- Habilidades interpessoais

e comunicação

- Profissionalismo

- Prática baseada em

sistemas

- Competência clínica geral

Medicina de

Emergência

Crespi-Flores et al, 2012 Questionário Não Oftalmologia

Um dos instrumentos que pode ser utilizado na avaliação de residentes são

aqueles que utilizam casos como método de avaliação. Devido a sua importância

neste trabalho, é apresentada na próxima seção a explicação sobre avaliação de

aprendizagem baseada em casos e os artigos encontrados na revisão sistemática.

1.1.3. Avaliação de Aprendizagem Baseada em Casos

Neste capítulo são apresentados os conceitos referentes aos casos clínicos, a

avaliação de aprendizagem baseada em casos e como a mesma é aplicada na área

da saúde.

1.1.3.1. Fundamentação Teórica

O método de estudo de caso surgiu na área do Direito com o

desenvolvimento de uma enciclopédia de dados judiciais, pelo aluno de graduação

Christopher Columbus Langdell, durante sua graduação entre 1851 a 1854 na

Harvard Law School. Em 1870, quando Langdell assumiu a direção da escola,

implantou o método de casos, no qual os alunos liam cada caso, discutiam,

analisavam e apresentavam suas próprias conclusões e interpretações. A

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verificação e análise da eficácia do método eram feita por perguntas que eram

respondidas pelos alunos, as quais evidenciavam fatos do caso, raciocínio judicial,

princípios e teorias, e comparações com outros casos (Garvin, 2003).

Na educação médica o método foi proposto há mais de cem anos. Na Harvard

Medical School, Walter Bradford Cannon realizou um experimento em dezembro de

1899, usando a história de um de seus pacientes particulares, que resultou na

publicação de um artigo sobre o método de caso no ensino da Medicina como parte

do treinamento dos alunos do terceiro ano (Cannon, 1900).

O objetivo de um caso é apresentar aos alunos problemas e estes são

desafiados a analisa-los, fazer inferências baseadas nas informações relatadas, e

tomar decisões sobre questões incertas, ambíguas e contraditórias que simulam o

contexto profissional real. O processo de ensino baseado em casos requer que os

alunos apliquem seus conhecimentos teóricos para coletar informações clínicas

corretas, obter perspectivas do paciente e sintetizar informações complexas para

formular e testar hipóteses diagnósticas (Kim et al, 2006).

Na educação médica um estudo de caso é uma apresentação de um paciente

real ou fictício, com pelo menos uma queixa principal, história e sintomas. Um caso

mais complicado pode ter várias queixas principais, cada uma com uma história,

uma história médica, psiquiátrica, social e familiar completa, uma lista dos sintomas,

resultados laboratoriais e de imagem e tratamento adotado. Estudos de casos

especializados podem se concentrar em apenas uma queixa (Roger, 1993;

Breathnach, 2000).

Os casos clínicos desempenham um papel importante na aprendizagem e

aperfeiçoamento do raciocínio clínico que todo médico deve ter. O exercício de

estabelecer diagnósticos diferenciais permite a familiaridade com as diversas formas

de apresentação das doenças. Inicialmente, identificam-se as síndromes que

acometem o paciente, em seguida, a doença específica apresentada. E, por fim, a

definição da melhor conduta terapêutica para o caso. Uma vez criado, um caso

muitas vezes pode ser adaptado e incorporado em cursos de graduação ou pós-

graduação. Por exemplo, enquanto os professores de graduação usam um caso

para ilustrar as práticas médicas gerais, os residentes podem usar o mesmo caso

para explorar um conjunto de questões mais complexo, ou seja, sua utilização

depende dos objetivos de aprendizagem. Assim, acredita-se que a utilização de

avaliações construídas em formato de caso clínico, podem contribuir para o

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aprimoramento do conhecimento e verificar a habilidade do residente em tomar

decisões diante das situações clínicas reais (Abensur et al, 2007).

Neste trabalho os termos: casos, estudo de caso e ensino e aprendizado

baseado em casos são tratados como casos clínicos.

Foi realizada a leitura dos artigos pré-selecionados obtidos na revisão

sistemática que tratam da avaliação de aprendizagem baseadas em casos clínicos,

sendo considerados aqueles em que os autores relatam suas experiências de

ensino, avaliam o aprendizado pelo método de estudo de caso clínico e utilizam para

isso uma ferramenta informatizada. Os artigos considerados estão descritos no item

a seguir.

1.1.3.2. Estudos Correlatos

Em diferentes disciplinas da área da saúde encontramos relatos de ensino e

avaliação baseada em casos clínicos auxiliados por ferramentas computacionais

distintas. Na área de oftalmologia há dois trabalhos, o primeiro (Pinto et al, 2010)

apresenta os resultados da avaliação do programa Modelo Digital de Fluxogramas

em Oftalmologia (MDFluxo), o qual oferece acesso aos fluxogramas do livro Guia de

Oftalmologia da coleção da UNIFESP*3em formato digital, focado na solução de

casos clínicos. Estes casos eram compostos pelos seguintes itens: identificação do

paciente, a condição clínica apresentada, uma história clínica e os fatores

associados. Nestas avaliações os estudantes responderam as seguintes questões

na solução do caso clínico: hipótese diagnóstica, etiologia e conduta.

Para analisar o desempenho do programa foram aplicadas avaliações com 20

estudantes, três casos clínicos diferentes foram apresentados, alternando a

utilização do material de apoio, sendo: uma avaliação utilizando o computador de

mão com o MDFluxo, uma avaliação utilizando o livro e a última avaliação sem

utilizar qualquer material de apoio. Nestas avaliações os estudantes responderam

questões na solução dos casos clínicos sobre hipótese diagnóstica, etiologia e

conduta. O uso do programa teve aceitação de 82,5% dos estudantes. Os resultados

dos itens hipótese diagnóstica e somatória dos resultados não apresentaram

diferenças significativas entre as avaliações realizadas com o uso do livro e sem o

*

3 Schor P, Chamon W, Belfort Júnior R. Guia de oftalmologia. São Paulo: Manole; 2004.

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material de apoio. Para a etiologia, conduta e tempo para finalizar o caso clínico o

uso do MDFluxo e do livro são equivalentes entre si, assim os autores concluíram

que a análise dos dados não apresentou evidências de que o uso do programa,

comparado ao uso do livro, auxilie no aprendizado dos estudantes.

No segundo trabalho, Iyeyasu et al (2013) apresentam os resultados de um

curso desenvolvido na plataforma de ensino a distância Moodle*4 usando casos

clínicos. Para avaliar a eficácia do método, 15 casos clínicos da área de oftalmologia

foram selecionados e propostos. A avaliação foi realizada no final de cada caso com

a apresentação de três perguntas (semiologia, hipótese diagnóstica e conduta) por

um grupo de 16 residentes. Este grupo foi separado aleatoriamente em dois, o grupo

experimental e o de controle. No primeiro momento todos os residentes receberam

um caso clínico impresso para resolução, distinto dos casos propostos na

plataforma, com as três perguntas. No segundo momento, os residentes do grupo

experimental acessaram a plataforma e visualizaram os casos clínicos. Quando

todos os residentes do grupo terminaram o seu trabalho, as discussões (críticas à

semiologia, hipótese diagnóstica e conduta) sobre cada caso foram publicadas na

plataforma para que os residentes pudessem ver e comparar as suas críticas. Os

residentes também responderam um questionário composto de 13 questões de

múltipla escolha sobre a usabilidade e satisfação de uso da plataforma. Os

residentes do grupo controle não tiveram acesso a plataforma. No terceiro momento,

todos os 16 residentes, receberam outro caso clínico impresso para resolução,

distinto do apresentado no primeiro momento e de todos aqueles apresentados na

plataforma, com as mesmas três perguntas.

Uma análise estatística foi realizada sobre os resultados do questionário

referente à plataforma e a mesma revelou a aprovação dos residentes. Para

avaliação do método, a nota média dos casos clínicos e a média individual para

cada uma das três questões incluídas nos casos foram comparadas para ambos os

grupos, antes e após o acesso a plataforma. Por fim, a média das notas para os

casos clínicos propostos antes e após o acesso a plataforma, foram comparados

com as notas do teste escrito obrigatório aplicado no final do primeiro ano da

residência. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos.

*

4 moodle.org.br

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14

Outro trabalho que relata a utilização da plataforma Moodle com casos

clínicos é o de Abendroth et al (2013). Neste estudo foi desenvolvido um módulo de

e-learning com base em pacientes reais para os alunos do último ano de medicina.

Com o objetivo de avaliar a utilidade deste módulo em relação à autoavaliação

realizada pelos alunos sobre suas competências de tomada de decisão clínica e

suas habilidades de diagnósticos, os casos foram disponibilizados e permaneceram

na plataforma por 10 dias. Os alunos foram divididos em três grupos, conforme a

fase que se encontravam no último ano (fase inicial, intermediária e final) e

convidados a participarem e responderem dois questionários. O primeiro foi aplicado

no inicio e no final do módulo e avaliava as habilidades na tomada de decisões

clínicas, o segundo aplicado no final do último caso, relativo ao design e formato do

módulo.

O resultado do questionário sobre habilidades, aplicado no final do módulo

para os alunos do primeiro grupo (alunos da fase inicial), apresentou um valor maior

quando comparado ao aplicado no inicio. Além disso, apresentaram resultados mais

baixos em relação aos resultados dos alunos do segundo e terceiro grupo (fases

intermediária e final). Os resultados do questionário relativo ao design indicam que

todos os alunos aprovaram a utilização de casos online e valorizaram a relevância

das doenças abordadas nos casos.

Devido à dificuldade dos estudantes em entender e memorizar as etapas de

avaliação de um paciente, Weintraub et al (2011) apresentam um jogo educacional,

desenvolvido em Adobe Flash para avaliação em fisioterapia. O jogo utiliza

estratégia pedagógica com casos clínicos fictícios e permite a revisão do conteúdo

teórico e prático de uma forma que facilita o entendimento e o aprendizado dos

métodos de avaliação do paciente.

O jogo é composto por quatro salas de atendimento, em cada sala um caso

clínico é apresentado, seguido de questões de múltipla escolha sobre a avaliação do

paciente, objetivos do tratamento e conduta adequada, além de uma questão final

contendo vídeos ou imagens. Quando a resposta escolhida é incorreta, o

participante é direcionado a uma sala de estudos, onde encontra referências

bibliográficas, textos, imagens e vídeos explicativos. O aplicativo é uma nova opção

para complementar o currículo já existente. Os autores não realizaram teste de

eficiência do jogo no processo de aprendizagem.

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14

Com o objetivo de fornecer educação em tempo real baseada em casos

clínicos, foi criado por Finlayson et al (2010) um site no Reino Unido para a Somália.

Primeiro, um CD com palestras, módulos de aprendizagem, materiais de leitura e

recursos de avaliação foi produzido para complementar o aprendizado dos alunos do

quarto ano de medicina daquele país. Após a utilização do CD, dois questionários

foram aplicados, o primeiro para determinar a viabilidade e estrutura de uma

aplicação de ensino à distância. O segundo com o objetivo de verificar quais

componentes do programa de ensino foram mais úteis para os alunos e quais

deveriam ser recriados online.

Os alunos do Reino Unido elaboraram e os professores completaram os

casos clínicos que estavam no formato de slide (PowerPoint) e podiam ser

acessados e controlados durante a sessão de ensino. Em seguida, o professor

enviava um convite aos alunos da Somália, especificando a data e o horário da aula.

Os participantes se reuniram em uma sala virtual com mensagens instantâneas

referentes aos casos e com os recursos multimídia necessários para a aula. Os

alunos demostraram preferência para o ensino clínico através do site, quando

comparado com o ensino através dos recursos estáticos (CD), consideraram o site

fácil de usar e relataram que os casos contribuíram para o aprendizado.

Segundo Kolb et al (2009), a Aprendizagem Baseada em Casos (Case Based

Learning – CBL) é um modelo de projeto instrucional que pode melhorar o ensino

médico. Os autores apresentam os resultados do primeiro estágio do projeto

europeu Netbased Training in Work-Related Machine (NeTWoRM), composto por

universidades e instituições de nove países europeus, cujo objetivo é criar novos

casos de aprendizagem, traduzi-los e adaptá-los para os países que irão utilizá-los.

Os membros do projeto foram treinados para criar e adaptar os seus próprios casos

e avaliar os resultados de seus alunos.

Para criar, distribuir e avaliar os casos os autores utilizaram a plataforma de

e-learning CASUS*5. Nesta plataforma, os casos apresentam o histórico de um

paciente real organizado em unidades didáticas com suposições médicas e terapias.

Os casos adaptados foram utilizados nos países parceiros em cursos de graduação

e pós-graduação. O grande número de casos criados e disponíveis em diferentes

idiomas mostra ser factível a tradução e adaptação de casos para diferentes países.

*

5 http://www.instruct.de/

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14

Para a análise estatística da aceitabilidade da plataforma, um questionário online foi

utilizado em todos os países participantes. Os resultados mostraram boa aceitação

dos alunos, indicando que os casos forneceram uma abordagem nova ao tema

apresentado e ajudaram no processo de aprendizagem.

Smits el al (2012) descreve o estudo sobre e-learning baseado em casos na

disciplina de Saúde Ocupacional (Occupational Health - OH). Para isso, os alunos

do segundo ano de medicina foram separados em dois grupos, randomicamente

escolhidos, o de intervenção e o de controle. Todos os alunos do grupo de

intervenção receberam três casos e-learning projetados pelo grupo do projeto

NeTWoRM, já o grupo de controle recebeu material escrito composto de fotocópias

de um livro de medicina ocupacional e artigos científicos.

Para todos os estudantes, a aprendizagem utilizando os casos ocorreu no

inicio do estágio da disciplina. Três questionários foram utilizados para avaliar o

processo educativo, um sobre a atitude em OH, o conhecimento em OH e outro

sobre satisfação. Os participantes responderam os questionários no primeiro dia, no

final do estágio e após três meses. Os resultados indicam que não houve diferenças

significativas de conhecimento adquirido e satisfação entre os grupos de controle e

experimental.

Com o objetivo de fornecer aos alunos dos cursos de medicina, enfermagem,

serviço social e capelania, a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre

cuidados paliativos, um programa educativo inovador foi desenvolvido,

implementado e avaliado por Ellman et al (2012). Este programa combina

aprendizagem online com simulação interativa de cuidados paliativos e é composto

por dois módulos. O primeiro é o de casos, acessado através da plataforma Web*6

projetado com colaboração do corpo docente. O caso explora questões importantes

sobre o paciente e sua família durante o tratamento médico, neste são fornecidos

links para artigos da área e um vídeo com atores profissionais abordando metas de

atendimento, gerenciamento de sintomas, desafios espirituais e conflitos familiares

do paciente e sua família. Após completar este módulo, os alunos respondem quatro

perguntas de texto livre. O segundo módulo é a oficina multidisciplinar com os

comentários dos docentes sobre o caso online. Após a oficina, os alunos realizam

*

6 http://learn.yale.edu/im/palliative2/

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14

uma avaliação escrita do programa com itens sobre a eficácia do programa em

cumprir com seus objetivos educacionais e sobre a qualidade dos módulos.

Os autores realizaram a análise do conteúdo das respostas de texto livre e os

resultados mostraram que os alunos de todos os cursos conhecem as questões

importantes, além das de seu próprio curso, os papéis de outros profissionais e o

valor da colaboração da equipe, indicando que o programa cumpriu seu objetivo de

aprendizagem colaborativa multidisciplinar. Já a análise das avaliações após a

oficina sugere que o programa transmite o conteúdo de cuidados paliativos e assim

cumpre com os objetivos de aprendizagem.

Dois trabalhos descrevem sobre a discussão baseada em casos online. O

primeiro (Kourdioukova et al, 2011) apresenta um estudo sobre a aprendizagem

baseada em casos na área de radiologia em um ambiente de aprendizagem

colaborativa apoiada por computador (Computer supported collaborative learning -

CSCL). Foram criados 26 casos de acordo com os objetivos de aprendizagem para

o curso de radiologia. Cada caso consistiu de uma ou mais imagens de radiologia

(raio-X, ressonância magnética ou tomografia computadorizada) e um breve

histórico do paciente. No final de cada caso, os alunos são convidados a identificar

as principais estruturas radiológicas, listar uma série de diagnósticos e formular um

diagnóstico final. Os casos foram disponibilizados em um ambiente CSCL e foram

distribuídos aleatoriamente entre os grupos de discussão composto por alunos do

quinto e do sétimo ano. O caso deveria ser resolvido pelo grupo de estudantes

separadamente. No ambiente CSCL, depois de chegarem a um consenso em

relação ao caso, cada grupo de estudantes postou sua solução através do ambiente,

após o processo de avaliação pelo professor, a solução do caso era apresentada

como feedback para o grupo.

Duas análises foram realizadas, a primeira com os dados das contribuições

da discussão e a segunda com os conteúdos das soluções propostas pelos grupos.

Devido ao maior nível de conhecimento dos alunos do sétimo ano, o número de

contribuições nas discussões e o tempo para solucionar o caso são menores quando

comparados aos dos alunos do quinto, o que justifica também o maior número médio

de intervenções dos professores. A análise do conteúdo das soluções mostra que os

alunos do sétimo ano possuem maior nível de experiência com radiologia. Os

resultados relatados confirmam que a utilização de um ambiente CSCL com casos é

favorável para todos os estudantes.

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O segundo trabalho é o de Koole et al (2012), neste estudo os autores

adotaram esta metodologia em uma parte do curso de periodontologia do segundo e

terceiro ano da graduação. No inicio de cada ano, os alunos participam de uma

palestra na qual o professor explica sobre o formato dos casos, os objetivos de

aprendizagem, as expectativas do professor sobre a participação dos alunos e como

discutir e postar comentários no fórum. Os alunos foram divididos em grupos e

discutiram de 5 a 6 casos de pacientes reais. Para padronizar e guiar as discussões

em grupo, os alunos tiveram que responder questões e para garantir a contribuição

para a discussão, eles deveriam postar no mínimo duas mensagens por semana no

fórum, responder pelo menos uma pergunta e comentar uma mensagem de outro

aluno. Um supervisor, que também foi o autor do caso, acompanhava as discussões.

Após a discussão dos casos, foi realizado um encontro com todos os alunos e o

professor, neste discutiu brevemente todos os casos, respondeu as perguntas dos

alunos e mostrou o tratamento que foi realmente utilizado na prática.

Neste trabalho, um questionário foi aplicado para analisar as opiniões dos

alunos e supervisores sobre o uso de discussões online baseadas em casos, o

tempo investido e se a frequência de inclusão de casos tem efeito na aprendizagem.

Resultados mostraram que alunos e supervisores avaliaram de forma positiva a

metodologia, o tempo investido foi considerado aceitável pelos alunos e

supervisores e a frequência de inclusão de casos não influenciou na aprendizagem.

Isso sugere que a aprendizagem online é bem aceita pelos alunos e supervisores

como uma metodologia complementar a prática.

O Quadro 4 apresenta os trabalhos considerados na revisão, o software

proprietário (quando utiliza), a tecnologia adotada e para qual público alvo a

metodologia de avaliação foi aplicada.

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QUADRO 4. Artigos selecionados sobre avaliação de aprendizagem baseada em casos.

Autores

Software

proprietário Tecnologia Público Alvo

Pinto et al, 2010 MDFluxo XML Graduação

Weintraub et al, 2011 Não utiliza AdobeFlash Não Informado

Iyeyasu et al, 2013 Moodle Internet

Residentes

Abendroth et al, 2013 Graduação

Finlayson et al, 2010 Não utiliza AJAX

Kolb et al, 2010 NetWoRM

Internet

Graduação e

Residentes

Smits et al, 2012

Graduação Ellman et al, 2012

Não utiliza Koole et al, 2012

Kourdioukova et al, 2011

Com base nas metodologias e resultados apresentados nos artigos descritos,

observa-se que o método de avaliação de aprendizagem baseada em casos

clínicos, através de uma ferramenta computacional, é pouco explorado na área da

saúde.

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2. Objetivos

Definir a aplicabilidade de um sistema computacional para avaliação de

aprendizagem baseado em casos clínicos na Residência Médica.

Identificar as diferenças entre o sistema computacional e o método manual,

previamente empregado, na avaliação de aprendizagem baseada em casos.

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3. Casuística e Métodos

A Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Departamento de Pediatria e

Puericultura da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP)

oferece residência e especialização em Endocrinologia Pediátrica desde 1987

(Monte et al, 2009). Atualmente, são oferecidas 12 vagas, seis para residentes e

especializandos de primeiro ano e seis de segundo ano. Para concorrer às vagas, o

residente deve ter feito dois anos de pediatria geral. Os residentes passam por

diferentes estágios dentro da unidade, incluindo ambulatórios, laboratórios e

enfermarias.

Os sujeitos da pesquisa foram convidados durante os anos de 2012 e 2013 e

incluíram residentes do segundo ano (R2) de pediatria geral (que permanecem

durante um mês nesta especialidade pediátrica), residentes de primeiro (R1) e

segundo anos (R2) de endocrinologia pediátrica, denominados R3 e R4

respectivamente, e residentes R3 e R4 de endocrinologia geral (que participam de

atividades ambulatoriais e discussões de casos conjuntas).

O trabalho recebeu a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

ISCMSP (Apêndice 1). Foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Apêndice 2) a todos os sujeitos, que o leram com atenção e

consentiram espontaneamente em participar do estudo.

Para alcançar o objetivo proposto, foi aplicada a avaliação baseada em casos

clínicos utilizando o método manual e o informatizado aos sujeitos da pesquisa.

Ambos os métodos propõem a apresentação de casos clínicos teóricos e fictícios,

com questões desenvolvidas de forma a tornar a avaliação a mais completa

possível. Não há utilização de casos reais, ou referências como nomes, fotos,

registros ou qualquer outra informação que permita vincular o caso apresentado a

algum paciente real. Os conteúdos médicos foram desenvolvidos e validados por

experientes profissionais. Os métodos de avaliação são descritos nos itens a seguir:

3.1. Método de avaliação de aprendizagem manual baseada em casos

O avaliador (professor), responsável pelo processo de avaliação, prepara um

caso clínico fictício, geralmente composto pela identificação do paciente, a sua

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queixa principal e duração, histórico da doença atual, antecedentes pessoais e

familiares, hábitos de vida, um conjunto de possíveis exames físicos e

complementares que podem ser solicitados durante a avaliação e a partir destas

informações, o avaliador define qual a conduta adequada para chegar ao

diagnóstico e tratamento corretos ao quadro que o paciente apresenta. Nem todos

os exames físicos e complementares do conjunto que o avaliador prepara serão

solicitados e utilizados durante a avaliação, pois depende do diagnóstico que o

avaliado irá seguir como correto e isso faz com que possivelmente ele solicite

durante a conduta, exames e/ou informações que não são corretos para a solução

do caso, ou seja, o desfecho está incorreto. Definir este conjunto não é uma tarefa

fácil para quem está criando o caso.

A aplicação desta avaliação é feita da seguinte forma: o avaliado

(participante) recebe a descrição do caso clínico (queixa e alguns dados iniciais) e a

primeira questão. Com estas informações ele interpreta, responde e solicita

resultados de exames, mais informações ou novas questões, estes são entregues

pelo avaliador, após a verificação da resposta e se estiverem disponíveis, ou seja,

se fizerem parte do conjunto pré-definido pelo avaliador como informações

relevantes e compatíveis com o quadro apresentado. O processo se repete até o

avaliado responder a última questão. Este procedimento torna a aplicação da

avaliação um processo trabalhoso, que requer tempo e deve ser acompanhado

atentamente por pelo menos três avaliadores. Após uma semana, o avaliador

fornece feedback aos avaliados por meio de discussão do caso clínico utilizado no

processo avaliativo.

A Figura 1 mostra as etapas necessárias para a composição do caso pelo

avaliador e aplicação e interação do avaliado no processo de avaliação que utiliza

método manual. Um exemplo de avaliação desenvolvida para ser aplicada utilizando

o método manual é mostrado na Figura 2, lembrando que de acordo com o método,

o avaliado recebe uma ou mais questões para responder e não todas de uma vez.

No exemplo apresentado a linha separa as questões que o avaliado receberá após

iniciar o caso. O conjunto de possíveis exames e seus respectivos resultados que

podem ser solicitados durante a avaliação é mostrado na Figura 3. Vale ressaltar

que neste tipo de avaliação os casos e o conjunto de questões e exames devem ser

impressos o que dificulta a utilização de recursos de imagem, som, vídeo entre

outros.

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FIGURA 1. Etapas do Método de Avaliação Manual.

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FIGURA 2. Exemplo de avaliação no método manual.

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FIGURA 3. Exemplo de possíveis resultados que podem ser entregues, se solicitados, nas questões

propostas durante a evolução do caso no método manual.

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3.2. Método de avaliação de aprendizagem informatizado baseada em casos

No método de avaliação informatizado o avaliador deve inserir o caso no

sistema online Medical Clinical Case (MedCC)*7, específico para criação de

avaliações baseadas em caso clínico. O MedCC surgiu devido a necessidade de

agilizar a construção de avaliações baseadas em casos clínicos pelos professores e

o próprio processo avaliativo dos residentes que compõem o programa de

Endocrinologia Pediátrica da ISCMSP, até então todo elaborado e aplicado

utilizando o método manual, conforme já descrito no item 3.1.

A ferramenta computacional foi desenvolvida por meio da colaboração entre

docentes e discentes do programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo. No seu desenvolvimento foram utilizados

recursos**8que permitem que o avaliador e avaliado acessem o sistema em qualquer

lugar e hora, por meio da Internet. Para seu uso, basta o participante ter instalado

em seu computador um navegador de Internet e eventuais plugins de áudio ou vídeo

necessários para a execução destes arquivos inseridos nos casos clínicos, também

chamado de prova, disponibilizados no MedCC. A Figura 4 mostra a tela de login do

sistema:

7* www.clinicalcaselearning.com

8** HTML, CSS, JavaScript, XML e PHP e sistema gerenciador de banco de dados MySQL

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FIGURA 4. Tela inicial do sistema.

O sistema possui, por motivos de segurança, diferentes privilégios/papéis de

acesso, de acordo com o nível de permissão do usuário. Devido ao objetivo deste

estudo, iremos considerar os níveis avaliador e avaliado. Os passos básicos para

inserção do caso no sistema pelo avaliador e a realização da avaliação pelo avaliado

são apresentados na Figura 5.

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FIGURA 5. Etapas do Método de Avaliação Informatizado.

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Nos itens a seguir são apresentados os cenários de uso e as opções de

configurações no MedCC para compor um caso clínico (também chamado de prova

no sistema) pelo avaliador e como o avaliado realiza a avaliação do caso no

sistema.

3.2.1 Cenários de uso do Avaliador

O avaliador cria um caso clínico seguindo os mesmo passos do processo

manual, porém antes do processo avaliativo deve inclui-lo no sistema, conforme

descrito na Figura 5. O sistema está preparado para trabalhar com diferentes tipos

de mídias, tais como textos, imagens, vídeos, sons, animações, documentos,

tabelas e hiperlinks e o avaliador também pode controlar o tempo, quantidade de

questões dentre outros parâmetros. O avaliador é previamente cadastrado pelo

administrador do sistema, e recebe orientações para a construção e inclusão dos

casos e encontra neste todos os recursos necessários para representar e inserir as

informações referentes à avaliação baseada em casos, o que inclui ferramentas de

formatação de texto, a possibilidade de preparar questões de diferentes modelos,

definir o dia e horário que o caso estará disponível, o tempo para resolução

(Hernandez et al, 2012). Estes recursos são descritos com mais detalhes a seguir.

Para facilitar o processo de inclusão de casos clínicos, o mesmo é dividido em

três etapas, sendo elas: definição da prova, descrição da prova e definição das

questões, as telas referentes a estas etapas são apresentadas no Anexo 1.

Na primeira etapa, o avaliador determina informações básicas, como o título

do caso, que será o título do link para o acesso do mesmo pelo(s) avaliado(s).

Define outros avaliadores como responsáveis pelo caso e também os observadores

(devido ao objetivo deste trabalho, estes papéis não serão descritos). Pode também

fornecer as orientações gerais para realização do caso, neste campo o sistema já

possui um texto padrão que pode ser modificado ou excluído pelo avaliador. Quando

necessário, o avaliador pode exibir, após o término da avaliação do caso, um texto

com as informações que considerar importantes. Define o tempo de duração do caso

clínico a partir do momento que o aluno inicia a avaliação do mesmo.

Outra definição importante nesta etapa é referente ao tipo de prova, ou seja,

se a mesma é um caso clínico ou prova teste, a qual é composta apenas de

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questões múltipla escolha e não segue o método de avaliação de um caso clínico,

conforme a descrição no item 3.1. Nesta etapa o avaliador define também a

disponibilidade da prova e pode escolher algumas configurações adicionais, a

primeira é se a mesma será pública, ou seja, os avaliados podem acessar a nota

após o término. Segunda, se será um caso modelo, assim ficará disponível para que

os participantes possam acessá-lo e ver como é a avaliação neste formato sem ter

pontuação associada e terceira se tem discussão online, ou seja, após a conclusão

da avaliação do caso clínico, o avaliado tem arquivos anexos a prova disponíveis.

Estes arquivos servem como feedback, pois podem conter comentários/explicações

do avaliador sobre o caso e/ou respostas corretas esperadas.

Após definir e salvar as informações da primeira etapa, o sistema possibilita

anexar outros arquivos e também a dar inicio a segunda etapa, a qual consiste da

criação de texto descritivo com maiores detalhes do caso clínico, este será

visualizado e analisado pelo avaliado ao iniciar a prova. Um exemplo é mostrado na

Figura 6.

FIGURA 6. Exemplo de descrição de um caso clínico inserido no MedCC.

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Depois de concluir a segunda etapa, o sistema habilita a terceira e última

etapa. Nesta, o avaliador seleciona as questões previamente criadas, caso não

exista questões o avaliador pode criar novas, toda questão possui autocorreção com

a(s) resposta(s) correta(s) indicada(s) pelo avaliador. A autocorreção verifica cada

resposta dada com a resposta correta e seus respectivos sinônimos indicados pelo

avaliador.

Com o objetivo de enriquecer a avaliação, o sistema permite o avaliador criar

diferentes tipos de questões que podem conter textos adicionais, estes são criados

com a finalidade de fornecer ao avaliado informações complementares que são

primordiais para a condução e indicação do diagnóstico correto do caso e que

podem não ter sido indicadas pelo avaliado em uma de suas respostas, ou seja, são

norteadores para trazer o avaliado de volta para o objetivo principal da

aprendizagem e servindo como um feedback durante a resolução do caso. Cada um

dos dez tipos de questão tem a sua descrição detalhada a seguir (Medcc, 2014):

a) Escolha Única: é o tipo de questão que deve ser utilizado pelo avaliador

quando o mesmo pretende que o avaliado escolha apenas uma entre as várias

respostas oferecidas nas alternativas como correta, conforme mostra a Figura 7.

Para cada uma das possíveis respostas, o sistema permite categorizá-las

(Diagnóstico, Exame, Medicamento e Teste) ou não. Ao escolher uma categoria,

o sistema busca a partir do texto digitado pelo avaliador sugestões de respostas,

através do recurso de auto completar.

FIGURA 7. Exemplo de questão do tipo Escolha Única.

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b) Escolha Múltipla: já este tipo de questão deve ser utilizado quando o avaliador

tem como objetivo que o avaliado escolha uma ou mais respostas oferecidas nas

alternativas como corretas, conforme mostra a Figura 8. Assim como na escolha

única, é possível categorizar as respostas.

FIGURA 8. Exemplo de questão do tipo Escolha Múltipla.

c) Única: o avaliador utiliza este tipo de questão quando o mesmo requerer que o

avaliado responda “Sim” ou “Não” a uma pergunta, conforme mostra a Figura 9.

FIGURA 9. Exemplo de questão do tipo Única.

d) Falso/Verdadeiro: deve ser utilizada pelo avaliador quando tem como objetivo

que o avaliado responda “Verdadeiro (V)” ou “Falso (F)” a um conjunto de

afirmativas, conforme mostra a Figura 10.

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FIGURA 10. Exemplo de questão do tipo Falso/Verdadeiro.

e) Direta: o avaliador deve utilizar a questão do tipo direta quando houver a

necessidade de criação de questões que possibilite a inserção de texto livre nas

caixas de textos como resposta. As caixas são criadas durante a avaliação de

acordo com o número de respostas corretas (no máximo 10), um exemplo deste

tipo de questão é mostrado na Figura 11. Neste tipo é também possível

categorizar as respostas.

FIGURA 11. Exemplo de questão do tipo Direta.

f) Prioridade: assim como a questão do tipo direta, possibilita a inserção de texto

livre como resposta pelo avaliado, porém conforme uma ordem especificada pelo

avaliador, e é possível categorizar as respostas corretas. Um exemplo deste tipo

de questão é mostrado na Figura 12.

FIGURA 12. Exemplo de questão do tipo Prioridade.

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14

g) Correspondência: utilizado para que seja possível o avaliado, ao responder a

questão, correlacionar os itens numerados em algarismos romanos com os itens

descritos pelas letras do alfabeto, conforme mostrado pela Figura 13. Para

ambos os itens é possível o avaliador categorizá-los.

FIGURA 13. Exemplo de questão do tipo Correspondência.

h) Composta: este tipo é o resultado da união de dois tipos de questão: a Única e

a Direta. Assim, a primeira sempre deverá ter como resposta “Sim” ou “Não” e a

segunda poderá receber várias respostas livres em caixas de texto, conforme

mostra o exemplo da Figura 14. Na elaboração da questão é possível

categorizar as respostas corretas. Inicialmente a segunda questão fica oculta e

ela só será exibida ao avaliado se a resposta que ele forneceu para a primeira

for igual ao que está definido no campo: “Qual resposta deve ser dada na

primeira questão para que esta seja exibida?”, presente no formulário para

compor este tipo de questão.

FIGURA 14. Exemplo de questão do tipo Composta.

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14

i) Medicamento: quando uma questão envolver em sua resposta a indicação de

doses, unidade de medidas e número de tomadas por dia de medicamentos, o

avaliador deve utilizar este tipo de questão, a Figura 15 mostra um exemplo.

Nesta o avaliador não precisa indicar a categoria da resposta correta, uma vez

que está questão só manipula dados de medicamentos.

FIGURA 15. Exemplo de questão do tipo Medicamento.

j) Sub-Questões: Este tipo de questão deve ser escolhido quando o avaliador tem

como objetivo apresentar uma pergunta principal, mas além desta um ou mais

enunciados secundários acompanhado de opções de respostas do tipo escolha

única, conforme o exemplo da Figura 16. Para cada item de opção é possível o

avaliador categorizá-los.

FIGURA 16. Exemplo de questão do tipo Sub-Questões.

Após criar, o avaliador deve associar as questões que irão compor a

avaliação à descrição do caso. Uma vez terminada a associação, o avaliador define

três informações básicas para cada questão, a ordem que a mesma será

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14

apresentada na avaliação, a sua categoria (conceito, conhecimento, hipóteses

clínicas, exames subsidiários, conclusão diagnóstica ou conduta terapêutica) que

pode ser utilizada para posterior análise pelo avaliador do desempenho dos

avaliados para cada categoria (ou competência) e por fim a pontuação de cada

questão. A partir deste momento é possível o avaliador visualizar a prova da mesma

maneira que o participante verá, com a única diferença é que todas as questões são

apresentadas em uma única página.

Um recurso bastante útil oferecido pela ferramenta é o de geração de

diferentes tipos de relatórios, as telas com exemplos estão disponíveis no Anexo 2.

Todos os relatórios podem ser utilizados como feedback pelo avaliador de forma

individual, a um conjunto de avaliados em uma discussão sobre o caso clínico com

os alunos de um programa de RM ou ainda em uma palestra de um evento que

requer a priori a avaliação de um caso clínico pelos participantes.

O primeiro é o relatório permite a visualização das notas obtidas pelos

avaliados agrupados por caso, conforme mostra a Figura 37, com isso o avaliador

tem a visualização geral sobre o desempenho dos participantes e também as

respostas dadas, juntamente com a pontuação obtida em cada questão,

individualmente ao selecionar um participante (Figura 38).

O segundo é o de notas das provas do evento, este permite o avaliador

visualizar a nota obtida por cada participante em cada um dos casos que compõe o

evento escolhido e ainda pode gerar um arquivo externo no formato csv com os

dados obtidos (Figura 39).

O terceiro é o de notas das questões das provas do evento, que permite a

visualização das notas de todos os participantes por questão que compõe o caso

escolhido, assim como no segundo tipo de relatório, também é possível o avaliador

gerar um arquivo csv (Figura 40).

Já o quarto tipo de relatório é o de estatística por prova, neste são

apresentadas as questões que compõe o caso escolhido, juntamente com todas as

respostas dadas e/ou escolhidas para cada questão e para cada resposta, a

porcentagem e a quantidade de avaliados que forneceram a resposta (Figura 41).

Assim, o sistema permite que o avaliador tenha um controle maior de seus

processos avaliativos, reaproveitamento de casos, questões e recursos multimídia e

ainda possibilita melhorar o feedback aos seus avaliados.

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14

3.2.2 Cenários de uso do Avaliado

Para que o participante realize a avaliação é necessário que o mesmo acesse

o sistema, o que é permitido apenas aos que possuem o cadastro, caso não o tenha

o sistema permite-o por meio do preenchimento de um formulário eletrônico (ver

Anexo 3). Ao acessar o sistema, é apresentado os disponíveis, basta o avaliado

escolher e fazer a inscrição no caso que pretende realizar a avaliação. Ao escolher,

aparecerá uma tela contendo a descrição inicial completa do caso clínico, conforme

o exemplo da Figura 17.

FIGURA 17. Tela com as informações iniciais de um caso.

Após a análise das informações disponíveis, o avaliado inicia a avaliação ao

clicar no botão “Questões”. A partir deste momento cada questão é apresentada

uma de cada vez de forma progressiva, partindo de questões mais amplas, gerais e

conceituais até questões específicas de conhecimento pontual. Cada questão,

juntamente com a(s) sua(s) respectiva(s) resposta(s) são enviadas para o histórico,

área reservada após a descrição do caso, assim o avaliado visualiza a questão e o

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histórico das já respondidas na mesma tela. Devido a metodologia de avaliação, o

sistema não permite retroceder as questões para modificar as respostas dadas.

Como mencionado no item 3.2.1, cada questão tem o valor de sua pontuação

definido pelo avaliador e o desempenho de cada participante é obtido por meio de

sua nota final, cuja composição é a soma das notas obtidas em cada questão. As

regras de pontuação definidas no sistema variam conforme o tipo da questão. Nas

questões Escolha Única e Única, nas quais é possível escolher apenas uma

alternativa como correta, a pontuação não é dividida entre os itens que compõe a

questão, ou seja, o avaliado só terá em sua nota final a contabilização da pontuação

referente a questão quando o mesmo assinalar a resposta correta.

Para as questões do tipo Escolha Múltipla, Falso/Verdadeiro e

Correspondência, a pontuação total da questão é dividida pela quantidade de itens

corretos que compõem as questões, na Sub-Questão é dividida pela quantidade de

itens secundários, assim a cada resposta certa assinalada pelo avaliado o sistema

contabiliza em sua nota final o valor proporcional, caso o avaliado assinale uma

alternativa incorreta, o sistema automaticamente subtrai da nota final do avaliado o

equivalente a uma correta. Esta mesma regra é aplicada para a questão Direta e

Medicamento, porém a pontuação obtida na questão não depende do item

assinalado e sim do texto inserido pelo avaliado que é comparado com o texto e os

seus respectivos sinônimos, inserido como correto pelo avaliador.

Na questão Prioridade o avaliado só terá em sua nota final a contabilização

da pontuação referente a questão quando o mesmo inserir corretamente os textos

na ordem de prioridade. Na Composta cada pergunta tem a contabilização de sua

pontuação na nota final, somente se o avaliado acertar a primeira receberá a nota

referente a ela, já na segunda a regra de contabilização da pontuação segue a da

questão do tipo Direta.

Após responder a última questão, o sistema permite a impressão da descrição

do caso com as perguntas e respostas dadas para uma posterior discussão com o

avaliador e os participantes. Para os casos nos quais a discussão online esteja

marcada como ativa, o avaliado terá acesso aos recursos adicionais da avaliação e

para os casos públicos acesso a nota obtida.

Um recurso muito útil disponível aos avaliados, refere-se ao histórico, neste

caso se houver algum problema de conexão com a Internet ou por descuido do

avaliado o sistema é fechado durante a avaliação e a mesma ainda não foi

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finalizada, ou seja, não foi respondida a última questão, ao acessar novamente o

sistema e escolher o caso, o mesmo informa que já foi iniciado e mostra todas as

questões já respondidas no histórico e para dar continuidade basta clicar no botão

“Questões” no final da página.

No método de avaliação de aprendizagem informatizado, o sistema apresenta

ferramentas que facilitam o processo de avaliação, desde sua composição até a sua

aplicação, tanto para o avaliador quanto para o avaliado e ainda proporciona

recursos de feedback aos avaliados que no método de avaliação manual também

seriam possíveis, porém com um trabalho e demanda de tempo maiores para o

avaliador e com menores recursos.

3.3. Aplicação dos métodos de avaliação

O estudo foi prospectivo e randomizado. Os sujeitos da pesquisa de 2012

foram separados aleatoriamente em dois grupos, aqui denominados A e B, e o

mesmo foi realizado com os sujeitos de 2013, estes distintos do ano anterior. Em

ambos os anos foi aplicada a avaliação manual e informatizada baseada em casos e

foram excluídos da análise os sujeitos que realizaram apenas um dos métodos de

avaliação.

Para a realização das avaliações, em cada ano foram criados dois casos

clínicos distintos e como a aplicação das avaliações aconteceu nos dois anos, temos

assim um total de quatro casos. Para os grupos que realizaram a avaliação no

processo manual a aplicação foi feita em sala de aula; já para os que realizaram

através do método informatizado, a avaliação foi em um laboratório de informática e

todos receberam orientações de como fazer o cadastro e como realizar a avaliação

através do sistema.

Em 2012 participaram do estudo 23 sujeitos, os mesmo foram separados em

grupo A, com 11 sujeitos e grupo B com 12. No primeiro momento, o grupo A foi

submetido à avaliação de um caso clínico utilizando a metodologia de avaliação

informatizada. Simultaneamente, os sujeitos do grupo B realizaram a avaliação do

mesmo caso clínico utilizando o método manual, o caso é apresentado no Anexo 7.

Uma semana depois, o grupo A que participou da avaliação informatizada, realizou a

avaliação de um caso clínico diferente através do método manual e o grupo B

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14

realizou a avaliação informatizada do caso (Anexo 8). Após a aplicação do critério de

exclusão, foram considerados na análise 22 sujeitos.

Em 2013 a pesquisa foi composta por 16 sujeitos, quando separados, cada

grupo ficou com oito sujeitos. As avaliações foram aplicadas utilizando os dois

métodos e foi realizada de forma análoga às de 2012 para ambos os grupos, e o

mesmo critério de exclusão foi aplicado, restando 12 sujeitos. Vale ressaltar que os

casos avaliados em 2013 diferem dos de 2012, ver Anexos 9 e 10. O diagrama de

fluxo do método, com os detalhes dos grupos em cada ano de avaliação, é mostrado

na Figura 18.

FIGURA 18. Diagrama de fluxo da metodologia do estudo com dois grupos em paralelo: sujeitos de

2012 e 2013, separação aleatória dos sujeitos pelos dois grupos A e B, aplicação das metodologias

de avaliação e análise dos dados.

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14

Uma maneira de analisar a aplicabilidade do método informatizado na

avaliação de casos clínicos, quando comparado ao método manual, é decompor

dados obtidos em variáveis, tais como o desempenho dos sujeitos, tempo

transcorrido para resolução dos casos e satisfação na utilização do sistema.

O desempenho foi analisado através da comparação das notas obtidas pelos

sujeitos que foram submetidos à avaliação manual com as notas dos sujeitos que

foram avaliados com o mesmo caso, porém utilizaram o método informatizado, neste

a correção e o cálculo da nota final são realizados de forma automática, já na

manual o avaliador realiza a correção e o cálculo da nota. Foi também analisado o

método de avaliação independente do caso.

Para a variável tempo foi realizada uma comparação entre as médias para

cada método. Quando o método manual estava sendo aplicado, a hora de inicio e

fim da avaliação de cada sujeito foi registrada manualmente, obtendo assim o tempo

transcorrido individualmente para realização da avaliação. No método informatizado

o registro de tempo é feito de maneira automática pelo sistema. O programa

computacional utilizado para a análise das notas e dos tempos foi o Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) V. 13.0 para Windows. Em todas as análises

realizadas foi considerado um nível de 5% de significância.

Para a análise estatística das variáveis notas e tempos obtidos foram

utilizados o teste paramétrico t-Student e t-Student pareado para as distribuições

normais e para as distribuições com um número de sujeitos reduzido ou devido a

não normalidade foram utilizados os testes não paramétricos Mann-Whitney ou

Wilcoxon.

Por fim, o estudo da satisfação do sistema foi realizado pela análise

estatística das notas de um questionário (Anexo 6), que foi elaborado para que os

sujeitos expressassem suas opiniões a respeito do sistema. As questões que o

compõem foram adaptadas do American Customer Satisfaction Index (ACSI), criado

pela Universidade de Michigan, nos EUA, que originalmente foi utilizado para avaliar

o índice de satisfação dos usuários de sites comerciais e que o National Institute of

Health (NIH) modificou e validou para o uso em sites da área da saúde (Wood et al,

2008). Esta adaptação resultou em um questionário composto por seis questões

sobre navegabilidade e organização das informações, satisfação, utilidade e por fim

sobre comparação com o método manual, o mesmo foi respondido pelos sujeitos

após eles serem submetidos aos dois métodos de avaliação.

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14

As perguntas do questionário apresentavam as opções de resposta

identificadas com letras de “a” até “e”, com exceção da última que terminava em “c”.

Cada uma das letras tem um valor numérico associado, usado para a quantificação

dos resultados, a = 5 (Muito bom), b = 4 (Bom), c = 3 (Regular), d = 2 (Ruim) e e = 1

(Muito ruim). Na última questão os valores das opções são diferentes, sendo a = 5, b

= 3 e c = 1. Considerando estes valores a maior pontuação que pode ser obtida no

questionário é 30.

As respostas coletadas foram tabuladas no software Microsoft Excel 2010 e a

partir delas foram obtidas as médias, desvios-padrão e medianas e geradas as

tabelas e gráficos necessários para apresentar os resultados encontrados.

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14

4. Resultados

Os resultados estão divididos em três partes, na primeira apresentamos a

análise descritiva e comparativa das notas obtidas em cada caso quando o mesmo é

resolvido pelo método manual e informatizado pelos diferentes grupos, juntamente

com a análise comparativa das notas considerando os métodos avaliação. Na

segunda, a análise descritiva e comparativa dos tempos de resolução para cada

caso quando resolvido por ambos os métodos pelos diferentes grupos e a análise

comparativa dos tempos para cada um dos métodos, e na terceira a análise das

notas do questionário de avaliação respondido pelos sujeitos. Os valores de notas e

tempos de 2012 e 2013 analisados são apresentados nos Anexos 4 e 5.

4.1. Análise das notas

Com o objetivo de analisar se os sujeitos submetidos ao método de avaliação

informatizado têm seu desempenho prejudicado devido à utilização de um sistema

computacional, quando comparado à avaliação manual, e se é possível utilizar o

método informatizado como alternativo ao método manual sem perda para o sujeito.

Para as notas obtidas em cada caso para cada grupo nos anos de 2012 e 2013

aplicamos testes estatísticos para verificar se há diferença entre as notas dos

sujeitos quando os mesmos são submetidos a avaliação no método manual e

informatizado e obtemos os seguintes dados (Tabela 2):

Tabela 2. Grupos, Médias, Medianas, Desvios-padrão das notas obtidas para cada método em cada

caso avaliado em 2012 e 2013 e valores dos testes aplicados, considerando os casos avaliados

comparando método manual com informatizado.

Ano Caso

avaliado

Manual Informatizado Manual x Informatizado

Grupo M±DP MD Grupo M±DP MD

2012 Caso 1 A (n=10) 7,9±0,8 7,7 B (n=12) 6,1±0,9 5,7 p*<0,001

p***=0,261 Caso 2 B (n=12) 6,3±1,3 6,5 A (n=10) 7,4±1,5 7,7 p*=0,084

2013 Caso 1 A (n=7) 6,2±1,3 5,9 B (n=5) 6,7±1,1 6,1 p**=0,509

p***=0,378 Caso 2 B (n=5) 6,7±1,4 6,3 A (n=7) 6,7±1,3 6,7 p**=0,643

Legenda: M = Média; DP = Desvio padrão; MD = Mediana; *t-Student; **Mann-Whitney; ***t-Student

pareado

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14

Uma característica a ser considerada é a composição desses grupos nos dois

anos de aplicação da avaliação, conforme podemos observar na Tabela 3:

Tabela 3. Composição dos grupos em 2012 e 2013.

2012

(n=22)

2013

(n=12)

Grupo R2

(n=3)

R3

(n=12)

R4

(n=7) Grupo

R3

(n=8)

R2

(n=4)

A

(n=10) 2 (20%) 3 (30%) 5 (50%)

A

(n=7) 4 (57%) 3 (43%)

B

(n=12) 1 (8%) 9 (75%) 2 (17%)

B

(n=5) 4 (80%) 1 (20%)

Com o objetivo de verificar o desempenho dos sujeitos em relação ao método

de avaliação, realizamos a análise da distribuição e da relação das notas obtidas em

2012 para os diferentes métodos de avaliação e os dados são apresentados na

Figura 19.

(a)

(b)

FIGURA 19. (a) Distribuição e (b) Relação das notas para os diferentes métodos de avaliação em

2012.

Assim como feito para os dados de 2012, realizamos a análise da distribuição

e da relação das notas obtidas em 2013 em ambos os métodos, sendo os dados

apresentados na Figura 20.

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(a)

(b)

FIGURA 20. (a) Distribuição e (b) Relação das notas para os diferentes métodos de avaliação em

2013.

Com o objetivo de verificar as notas obtidas para ambos os métodos,

independente do ano no qual o sujeito participou da avaliação, realizamos a análise

da distribuição das notas obtidas, sendo os dados apresentados na Figura 21.

FIGURA 21. Distribuição das notas dos sujeitos para os diferentes métodos de avaliação

independente do ano de realização.

Legenda: *t-Student

Médias: Manual: 6,8 Informatizado: 6,7

p* = 0,596

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14

E a relação entre as notas para os diferentes métodos na Figura 22:

FIGURA 22. Relação entre as notas dos sujeitos para os diferentes métodos de avaliação

independente do ano de realização.

O coeficiente de correlação de Person para as notas nos métodos de

avaliação manual e informatizado é 0,405 (p=0,017) mostra que a correlação

positiva entre os métodos e fraca, isso representa que para a maioria dos valores de

notas altas obtidas em um método correspondem a notas altas do outro método.

4.2. Análise dos tempos

Para a variável tempo, calculamos a média em cada caso para cada grupo

nos anos de 2012 e 2013 e aplicamos testes estatísticos para verificar se o tempo

transcorrido é menor quando os sujeitos são submetidos ao método informatizado,

Regression, Conf. & Pred.

Informatizado todos

3 4 5 6 7 8 9 10

Ma

nua

l to

dos

2

4

6

8

10

12

r = 0,405

p = 0,017

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14

quando comparamos com os tempos obtidos no método manual, os resultados

encontrados são mostrados na Tabela 4.

Tabela 4. Grupos, Médias, Medianas, Desvios-padrão dos tempos em minutos obtidos para cada

método em cada caso avaliado em 2012 e valores dos testes aplicados, considerando os casos

avaliados comparando método manual com informatizado.

Ano Caso

Avaliado

Manual Informatizado Manual x Informatizado

Grupo M±DP MD Grupo M±DP MD

2012 Caso 1 A (n=10) 40±5 42 B (n=12) 13±4 12 p*<0,001

p**=<0,001 Caso 2 B (n=12) 34±9 35 A (n=10) 18±9 15 p*<0,001

2013 Caso 1 A (n=7) 20±3 19 B (n=5) 17±5 16 p*=0,021

p***=0,002 Caso 2 B (n=5) 26±3 27 A (n=7) 15±5 15 p*=0,020

Legenda: M = Média; DP = Desvio padrão; MD = Mediana; *Mann-Whitne;, **Wilcoxon; ***t-Student

pareado

Considerando os valores apresentados na Tabela 4, observamos que o tempo

médio de resolução nos dois anos de avaliação, usando o método informatizado,

para os diferentes casos, é menor que no manual, conforme mostra a Figura 23.

(a) (b)

FIGURA 23. Comparação dos tempos para os diferentes métodos de avaliação em 2012 (a) Caso 1 e

(b) Caso 2.

Para verificar o tempo de realização da avaliação em 2012 em relação ao

método utilizado, realizamos a análise da variabilidade e distribuição dos tempos

obtidos em ambos os métodos de avaliação e apresentamos os dados na Figura 24.

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(a)

(b)

FIGURA 24. (a) Distribuição e (b) Relação entre os tempos para os diferentes métodos de avaliação

em 2012.

Observamos que a maioria dos sujeitos que realizaram a avaliação no método

manual, quando realizaram no método informatizado resolveram o caso em menor

tempo. Mesmo com o tempo médio menor em 2013, observamos que o tempo

médio de resolução usando o método informatizado, para os diferentes casos, é

menor que no manual, conforme observamos na Figura 25.

(a) (b)

FIGURA 25. Comparação dos tempos para os diferentes métodos de avaliação em 2013 (a) Caso 1 e

(b) Caso 2.

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Para os tempos obtidos em 2013 também realizamos a análise da

variabilidade e distribuição dos tempos obtidos em ambos os métodos, conforme

mostrado na Figura 26.

(a)

(b)

FIGURA 26. (a) Distribuição e (b) Relação entre os tempos para os diferentes métodos de avaliação

em 2013.

Comparando as duas distribuições nos gráficos, observamos que os tempos

obtidos, para ambos os métodos são menores quando comparados com os dados

de 2012 e que todos os sujeitos resolveram os casos, considerando os métodos de

avaliação, em menos de 30 minutos.

Considerando a composição dos sujeitos da pesquisa, os tempos médios em

minutos para solucionar os casos nos anos de 2012 e 2013 estão na Tabela 5:

Tabela 5. Tempos em minutos para solucionar os casos, considerando a composição dos sujeitos.

2012 (n=22) 2013 (n=12)

R2 (n=3) R3 (n=12) R4 (n=7) R3 (n=8) R2 (n=4)

Manual 40 35 32 23 22

Informatizado 12 17 13 15 16

Para verificar os valores dos tempos para ambos os métodos, independente

do ano da avaliação, realizamos a análise da variabilidade dos tempos, sendo os

dados apresentados na Figura 27.

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14

FIGURA 27. Distribuição dos tempos para os diferentes métodos de avaliação independente do ano

de realização.

E a relação, média e desvio padrão entre os tempos para os diferentes

métodos são mostrados na Figura 28:

Médias: Manual: 32 Informatizado: 15 p*<0,001

*t-Student

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14

FIGURA 28. Relação entre os tempos para os diferentes métodos de avaliação independente do ano

de realização.

O coeficiente de correlação de Person para os tempos nos métodos de

avaliação manual e informatizado é 0,189 (p=0,283) demostra que não há correlação

entre os métodos, apesar da significância do p, a correlação é baixa entre os tempos

dos métodos de avaliação.

4.3. Análise do questionário de satisfação do sistema

Conforme já mencionado no capítulo 3.3, o questionário foi adaptado de

Wood et al (2008). Em 2012, dos 22 sujeitos considerados, 21 responderam o

questionário de avaliação do sistema de avaliação MedCC. Já em 2013 todos os

sujeitos responderam. A análise descritiva foi realizada para todas as questões para

os dois anos. Os resultados são mostrados na Tabela 8.

Regression, Conf. & Pred.

Informatizado todos

5 10 15 20 25 30 35 40

Manual to

dos

0

10

20

30

40

50

60

70

r = 0,189

p = 0,283

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14

TABELA 6. Análise descritiva das notas do questionário de avaliação do sistema (de 1 a 5).

Questão 2012 2013

M DP MD M DP MD

NAVEGABILIDADE E APARÊNCIA

1. Facilidade de navegação pelo site 4,48 ±0,98 5 4,41 ±0,51 4,0

2. Sobre a disposição e organização do caso clínico na

tela, você achou. 4,71 ±0,46 5 4,41 ±0,66 4,5

3. Sobre a disposição e organização das questões na tela,

você achou. 4,33 ±0,80 5 4,33 ±0,77 4,5

SATISFAÇÃO E FUNCIONALIDADE

4. Grau de satisfação com o sistema e atendimento das

suas expectativas. 4,38 ±0,67 4 3,91 ±0,79 4,0

5. Utilidade deste tipo de recurso como ferramenta extra no

aprendizado médico. 4,67 ±0,58 5 4,75 ±0,45 5,0

6. Na comparação com o método tradicional de avaliação,

você achou o sistema. 4,52 ±1,03 5 4 ±1,04 4,0

Legenda: M = Média; DP = Desvio padrão; MD = Mediana

É possível observar que a maioria das médias para cada questão se aproxima

do valor máximo, indicando uma aceitação satisfatória do sistema. Na Figura 29,

apresentamos a frequência relativa obtida para cada questão em 2012.

FIGURA 29. Frequência relativa obtidas no questionário de avaliação – 2012.

Observamos que para o conjunto de questões sobre navegabilidade e

aparência o item “Muito Bom” foi apontado por em média 63% dos sujeitos,

enquanto para o conjunto sobre satisfação e funcionalidade por 65%.

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Na Figura 30 apresentamos os dados obtidos para o mesmo questionário

aplicado em 2013.

FIGURA 30. Frequência relativa obtidas no questionário de avaliação – 2013.

Os dados mostram que em 2013 os sujeitos avaliaram positivamente o

sistema, para o conjunto de questões sobre navegabilidade e aparência o item

“Muito Bom” foi apontado por em média 47% dos sujeitos, enquanto para o segundo

conjunto de questões 50%. A taxa de satisfação de 2013 apresentando-se menor

com relação a 2012, e mesmo assim tivemos poucos comentários, sugestões e

relatos sobre as dificuldades, e estes foram principalmente sobre o acesso ao

sistema.

Com o objetivo de analisar e organizar as sugestões e os problemas

apontados de acordo com a questão proposta no questionário de satisfação sistema,

os dados foram tabulados, as questões que não apresentam sugestão e/ou

problemas relacionados não são apresentadas no quadro a seguir (Quadro 5):

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14

Quadro 5. Sugestões e problemas de acordo com a questão proposta no questionário.

Questão Sugestões/Problemas

1

Problemas:

- Precisei de ajuda para me inscrever no teste

- Houve dificuldade para realizar login

- Apenas dificuldade para entrar no site

- O problema é entrar o site e não navegar

3

Sugestões:

- Achei o método muito bom de avaliação, só mencionaria aumentar os espaços para

escrever

- Nas questões com múltiplas respostas, colocar no enunciado que mais de 1 alternativa

poderá ser assinalada. Talvez acrescente colocar abaixo das alternativas espaços para

justificativa de resposta

- Acho que deveria informar se pode marcar mais de uma resposta por questão, uma vez

que a maioria só tem uma resposta certa, mas que tem múltiplas respostas, tem gente que

nem tenta marcar mais de uma alternativa porque acha que não dá

4

Sugestões:

- Deveria haver gabarito das questões (tanto no método manual quanto do informatizado)

para melhor fixação dos conteúdos e aprendizado com os erros

- Os resultados das questões testes deveriam ser disponibilizados no próprio site.

5

Sugestões:

- O sistema seria muito bom para os alunos da graduação

- disponibilização de outros casos clínicos, questões e aulas no site

Podemos observar que os dados e os comentários dos usuários demonstram

satisfação dos mesmos com relação a utilização do sistema, pois muitas sugestões

foram apontadas pelos sujeitos e os poucos problemas indicados concentram-se na

primeira questão. Os comentários foram construtivos e mostram a aceitabilidade

pelos sujeitos, sugerindo assim que o mesmo pode ser utilizado como uma

ferramenta computacional em substituição do método manual de avaliação.

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14

5. Discussão

A presente pesquisa está fundamentada em um método específico de ensino,

aprendizagem e avaliação baseado em casos clínicos e a sua ferramenta

computacional correspondente. Optou-se por este método, pois ele é o adotado no

programa de RM de Endocrinologia Pediátrica da ISCMSP, isso contribuiu para a

exploração e entendimento de como o mesmo foi aplicado no programa.

Na revisão de literatura sobre o ensino e aprendizagem nos programas de RM

encontram-se trabalhos em que os autores estudam e analisam a aplicação de

diferentes metodologias de ensino e aprendizagem e alguns utilizam tecnologias

para auxiliar o processo. Assim como em outros níveis de escolaridade e nas

demais áreas, não há ainda um consenso de qual a melhor e mais completa

metodologia a ser adotada. Observamos no Quadro 2 que de todos os trabalhos

considerados, nenhum utiliza casos clínicos como metodologia de ensino e

aprendizagem.

Um componente importante do processo de ensino e aprendizagem é a

avaliação, com base nos artigos apresentados na revisão de literatura sobre

avaliação da aprendizagem na RM (Quadro 3) e considerando, especificamente, o

programa de RM em pediatria, encontramos um artigo no qual os autores (Da Dalt et

al, 2013) relatam a avaliação dos residentes, porém para isso eles utilizam um

questionário que é aplicado para os discentes e docentes, este mede

exclusivamente o nível de competência dos residentes, diferente do método de

avaliação apresentado neste trabalho, o qual está baseado em casos clínicos. Os

resultados diferem, pois o presente trabalho permite uma avaliação mais abrangente

dos conceitos teóricos dos residentes, com a descrição de um caso acompanhado

de questões de diferentes tipos, enquanto no outro estudo tem-se um questionário

com questões de múltipla escolha.

Diante da importância da avaliação de aprendizagem baseada em casos

clínicos para este trabalho, buscamos na revisão de literatura (Quadro 4) por

trabalhos que relatavam as experiências obtidas com a utilização de ferramentas

computacionais desenvolvidas especificamente para avaliação de aprendizagem

baseada em casos e que adotassem como método de avaliação o mesmo

apresentado neste trabalho, o número de artigos encontrados é nulo, em virtude do

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método de avaliação apresentar características próprias, porém Sebastiani et al

(2012) propõem o desenvolvimento e a utilização de sistema para este fim, porém

não apresentam o estudo da aplicabilidade do mesmo.

Considerando os trabalhos que realizaram análise de notas dos sujeitos

submetidos a avaliação baseada em casos, os estudos de Pinto et al (2010), Smits

et al (2012) e Iyeyasu et al (2013) mostram que assim como no presente trabalho, os

sujeitos foram separados em grupos e o desempenho dos participantes foi o mesmo

independente do método de avaliação. O ponto divergente entre os trabalhos, com

relação ao nosso, é a aplicação dos métodos avaliativos, nos outros estudos um

grupo de participantes realiza a avaliação utilizando um material de apoio ou uma

ferramenta e outro grupo não utiliza qualquer recurso, enquanto no nosso os grupos

realizam a avaliação com e sem a utilização da ferramenta.

No trabalho de Ellman et al (2012) os autores também realizam uma

avaliação com os sujeitos, porém a análise do conteúdo das respostas de texto livre

é realizada de forma qualitativa. Não analisamos qualitativamente as respostas

abertas, pois a correção desse tipo de questão é feita de forma automática e com a

utilização de sinônimos pelo sistema MedCC, conforme mencionado no item 3.2.2.

No nosso trabalho a diferença não foi observada (o desempenho dos sujeitos

na avaliação dos casos clínicos impressos referentes ao desempenho dos sujeitos

nos casos clínicos informatizados não apresentou diferença estatisticamente

significativa entre os grupos), conforme mostra a Tabela 2, talvez pelo pequeno

número de participantes. Para que não houvesse viés nesta pesquisa, cada grupo

participou de duas avaliações, sendo cada realizada por um método distinto, e em

cada avaliação um caso diferente.

Já nos trabalhos de Kourdioukova et al (2011) e Abendroth et al (2013), os

resultados mostram diferenças entre os grupos analisados, pois nestes a separação

dos participantes foi realizada considerando o nível de conhecimento ou a série em

que eles se encontram. No nosso estudo, observando os dados de notas obtidos em

2012, o valor da média é maior para grupo A, independente do método de avaliação

que o mesmo tenha sido submetido. Uma característica a ser considerada deste

grupo é que o mesmo é composto por sujeitos com um nível de conhecimento maior,

o que sugere que o grupo esteja mais bem preparado sobre os assuntos abordados

nas avaliações (Tabela 3). Esta diferença é questionável, devido ao poder do teste

estatístico aplicado e conforme o número de sujeitos presentes em cada grupo.

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Para os dados de 2013, os valores das médias são muito próximos para

ambos os métodos de avaliação. Um fator que pode ter contribuído para esta

proximidade é o pequeno número de sujeitos presentes em cada grupo.

É possível observar no nosso trabalho (Figuras 19, 20 e 21) que houve um

equilíbrio com relação ao desempenho dos sujeitos, indiferente do método de

avaliação que os mesmos foram submetidos, ou seja, a maioria dos avaliados que

obteve um bom desempenho na avaliação no método manual manteve o seu

desempenho no método informatizado, o que reforça a possibilidade de utilização do

método informatizado como instrumento de avaliação alternativo ao método manual,

sem perda para os sujeitos.

Apenas dois artigos realizam a análise de tempos transcorridos nas

avaliações. No primeiro, Pinto et al (2010) conclui que a duração da avaliação é o

mesmo quando é ou não utilizada a ferramenta. Já no nosso trabalho, observamos

que houve diferença no tempo quando a avaliação é realizada com o método

manual e informatizado, conforme observado nos dados de 2012 e 2013 (Tabela 4).

Essa diferença nos leva a considerar que a utilização do sistema computacional

tornou o processo menos trabalhoso, pois requer um número reduzido de

avaliadores e menor tempo de aplicação da avaliação. Os resultados encontrados

entre os estudos diferem, pois as ferramentas possuem objetivos diferentes,

enquanto uma oferece acesso ao material complementar durante a avaliação, a

ferramenta utilizada em nosso estudo está inserida no próprio processo de

avaliação.

No segundo trabalho, Kourdioukova et al, (2011), apontam que o tempo para

solucionar o caso depende da série em que os participantes se encontram, ou seja,

quanto mais avançada a série, mais rápido o caso é resolvido. Considerando os

sujeitos de nossa pesquisa (Tabela 5), em 2012 os residentes R4 foram mais

rápidos na resolução dos casos utilizando o método manual quando comparados

aos R2 e R3, já no método informatizado os tempos médios foram menores para os

R2 em relação aos R4 e R3.

Em 2013 os tempos dos participantes foram muito próximos, para o método

manual os residentes R4 resolveram mais rapidamente os casos em comparação

aos R3, no método informatizado os residentes R3 resolveram mais rápido. Em

ambos os anos os participantes de séries menores precisaram de menos tempo

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para resolver o caso no método informatizado, isso pode ter acontecido devido a

uma experiência maior com a utilização de sistemas computacionais.

Por questões operacionais, o método de avaliação manual em 2013 sofreu

modificações, ficando mais próximo do método informatizado, o que pode ter

contribuído para a considerável diminuição no tempo médio das avaliações para

ambos os métodos. Nestas avaliações foram incluídas na descrição das questões as

informações adicionais, o que descarta a necessidade da verificação do avaliador de

quais dados adicionais deve entregar ao avaliado, o que torna a logística de

aplicação da prova mais rápida.

A análise estatística dos tempos mostra que houve diferença quando os

sujeitos foram submetidos aos métodos de avaliação manual e informatizado e esta

diferença está associada ao menor tempo gasto quando a avaliação é realizada no

método informatizado, independente do ano e do caso avaliado.

Um ganho inerente ao método informatizado, que não pode ser visualizado no

conjunto de dados analisados neste trabalho, é o tempo que o avaliador deixa de

gastar com as correções de todas as avaliações. Para corrigir os casos realizados

através do método manual em 2013, um dos avaliadores precisou, em média, de 75

minutos, já os casos realizados pelo método informatizado tem sua correção feita de

forma automática pelo sistema.

Embora em nosso trabalho o tamanho da amostra pareça relativamente

pequeno, principalmente quando os sujeitos são separados em grupos, foi possível

realizar a análise estatística e identificar diferenças para a maioria das variáveis

obtidas, exceto em algumas condições nas quais o poder do teste (0,29) evidencia

que o tamanho da amostra deveria ser aumentado, assim os resultados poderiam ter

uma maior acurácia a partir de 19 sujeitos em cada grupo, o que não foi possível

devido às próprias condições do cenário educacional onde foi realizado o estudo.

A análise de satisfação dos sujeitos com relação a ferramenta utilizada no

processo de avaliação é realizada por diversos autores: Finlayson et al (2010), Kolb

et al (2010), Pinto et al (2010), Ellman et al (2012), Koole et al (2012), Smits et al

(2012), Abendroth et al (2013) e Iyeyasu et al (2013), nestes são aplicados

questionários sobre usabilidade, satisfação de uso e eficácia do método baseado

em casos e em todos os trabalhos, assim como no nosso, os resultados mostram a

aprovação da utilização do sistema e/ou tecnologia e alguns autores apontam que a

avaliação baseada em casos auxilia e enriquecem o processo de aprendizagem.

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Destes autores, Pinto et al (2010) aponta a porcentagem de aceitabilidade em

torno de 85%, ao passo que no nosso trabalho, o item “Muito Bom” para todas as

questões nos dois anos de estudo foi apontado por em média 56% dos sujeitos

(Tabela 6). Essa diferença pode ser explicada pela composição dos sujeitos das

pesquisas, na nossa os sujeitos eram residentes, que possuem um nível de

conhecimento e exigência maior do que os alunos de graduação, os quais

participaram do estudo do outro autor. Algo a ser considerado no nosso trabalho é a

maneira que é realizada o acesso ao sistema deve ser modificado, de modo a torná-

la mais fácil e intuitiva, conforme apontado pelos sujeitos da pesquisa.

Um recurso de feedback interessante utilizado no estudo de Iyeyasu et al

(2013); Kourdioukova et al (2011) e Koole et al (2012), é o de discussão de casos

online. Já Ellman et al (2012) apresentam a oficina multidisciplinar, estes podem ser

considerados no futuro para o MedCC, porém nenhum dos trabalhos realiza uma

análise para verificar se realmente estes recursos são eficazes no processo de

ensino, aprendizagem e avaliação.

Outro recurso a ser considerado é apresentado por Weintraub et al (2011),

neste o participante é direcionado para uma área com recursos multimídias

adicionais quando uma resposta escolhida é incorreta. No nosso trabalho, um dos

residentes sugeriu a criação do gabarito com as questões e os resultados das

questões, assim os participantes teriam um feedback sobre os seus erros e acertos.

Observamos que nenhum dos autores utilizam qualquer ferramenta de

relatório como forma de feedback em seus estudos. O Quadro 6 apresenta um

comparativo entre as análises de desempenho, tempo, satisfação e recursos de

feedback apresentados nos estudos com o que apresentamos neste trabalho:

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QUADRO 6. Comparativo entre os estudos.

Autores Análise

de Notas

Análise de

Tempos

Análise de

satisfação Tipo de Feedback

Presente estudo

- Histórico das respostas para os

participantes durante a avaliação

- Quatro tipos de Relatório para os

avaliadores

Kourdioukova et al, 2011 N/I

- Discussão online de casos Iyeyasu et al, 2013

N/I

Kolb et al, 2010

N/I

Ellman et al, 2012 - Oficina multidisciplinar

Pinto et al, 2010

N/I

Smits et al, 2012

N/I

Abendroth et al, 2013

Finlayson et al, 2010

N/I

Koole et al, 2012

Legenda: N/I = Não Informado

A principal contribuição do sistema computacional apresentado neste estudo

está na inclusão de melhorias no processo de avaliação baseado em casos clínicos,

tanto para os participantes quanto para os avaliadores. Neste estudo apresentamos

uma análise abrangente, pois são considerados as notas e os tempos nos diferentes

métodos de avaliação, os diferentes feedbacks proporcionados pelo sistema

computacional e a satisfação do participante na utilização do sistema.

A revisão sistemática apresentada também contribui, pois apresenta como o

ensino e a aprendizagem estão acontecendo atualmente nos programas de

residência e como os casos clínicos estão sendo utilizados na avaliação.

As etapas presentes na avaliação de aprendizagem utilizando o método

manual e informatizado podem ser comparadas com relação as suas vantagens e

desvantagens, conforme mostra o Quadro 7.

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QUADRO 7. Vantagens e desvantagens dos métodos manual e informatizado para as diferentes

etapas da avaliação baseada em casos.

Etapas Manual Informatizado

Definição do

caso

- Em ambos os métodos de avaliação requer a mesma quantidade de tempo na

elaboração de um caso clínico.

Preparação

das

informações

adicionais e

das questões

- Requer o mesmo tempo de preparação e definição das informações adicionais e

das questões em ambos os métodos.

Desvantagens:

- Não é possível utilizar recursos

multimídias.

Vantagens:

- Permite utilizar diferentes tipos de

questões.

- É possível reutilizar questões.

Inserção do

caso no

sistema

Vantagem:

- Não requer.

Vantagem:

- Possui ferramentas que facilitam a

inserção do caso.

Aplicação

Desvantagem:

- É necessária a impressão das

informações e das questões.

- Requer pelo menos três avaliadores.

- O tempo de realização é maior.

- Entrega de questões ou informações

adicionais

Vantagem:

- Pode ser aplicada em sala de aula.

Desvantagem:

- É necessário um computador com

acesso a Internet para realização da

avaliação pelo participante.

Vantagens:

- Não há a necessidade de impressão

- Necessita de apenas um avaliador.

- Flexibilidade de horário e lugar para

realização da avaliação.

- Não há necessidade de verificar e

entregar as questões aos avaliados.

Resultado

Desvantagem:

- A correção é realizada pelo avaliador.

Vantagens:

- Correção automática.

- Relatórios de diferentes tipos com o

desempenho dos avaliados.

Podemos observar que nas etapas: “definição do caso” e “preparação das

informações adicionais e das questões” os dois métodos são iguais com relação as

vantagens e desvantagens, porém nas demais etapas as vantagens presentes no

método informatizado sobressaem com relação ao manual.

Uma possível aplicação prática do sistema é a sua utilização na avaliação de

alunos da graduação e em outros programas de RM, incluindo um número maior de

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participantes em diferentes disciplinas e áreas da saúde e assim definir a sua

aplicabilidade nestes cenários.

Um estudo que pode ser considerado no futuro é referente à definição da

aplicabilidade do sistema computacional para o avaliador, uma vez que o grau de

facilidade e entendimento na utilização da ferramenta tem impacto na forma como a

avaliação é criada e apresentada ao aluno.

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6. Conclusões

Os resultados encontrados determinam a aplicabilidade do sistema

computacional no processo de avaliação baseada em casos clínicos, ou seja, o

estudo mostra que é possível utilizá-lo para avaliar e aprimorar o conhecimento de

uma forma interativa, acessível e flexível, sem prejuízo para o residente.

Concluímos que a aplicabilidade do sistema informatizado de avaliação de

aprendizagem baseada em caso clínico apresenta-se favorável em um programa de

residência. As análises de notas mostram que não há perda de qualidade ou

prejuízo de desempenho dos participantes. As análises dos tempos mostrou que o

método informatizado apresenta a vantagem de ser mais rápido, o que reforça a

possibilidade de utilização do método informatizado como instrumento de avaliação,

com significante ganho de tempo na realização da avaliação pelo avaliado.

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7. Anexos

Anexo 1: Sistema Computacional MedCC – Avaliador

Para que o avaliador possa inserir o caso clínico no sistema MedCC, o

mesmo deve ter o seu cadastro efetuado pelo administrador, devido aos seus

privilégios/papéis de acesso. Após o cadastro o avaliador deve acessar o site

www.clinicalcaselearning.com e realizar o login. O sistema irá apresenta a seguinte

tela (Figura 31):

FIGURA 31. Tela após o avaliador realizar login.

A inserção do caso deve ser realizada utilizando o link “Provas” que se

encontra no menu a esquerda, ao escolher está opção tem-se a tela com os casos

(provas) já incluídos pelo avaliador, para editar uma delas basta clicar no título do

caso que deseja alterar. O sistema mostra também a opção de incluir um novo caso,

conforme mostra a Figura 32:

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FIGURA 32. Tela com provas incluídas pelo avaliador.

Ao escolher a opção “Incluir Prova” será aberta uma página com um

formulário para preencher com as informações necessárias para criar um caso, este

refere-se a primeira etapa de inclusão de casos (definição da prova), conforme

descrito no item 3.2.1. Os campos são apresentados na Figura 33.

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FIGURA 33. Formulário de definição da prova.

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A segunda etapa refere-se a descrição da prova e é disponibilizada após o

avaliador finalizar a primeira. Nesta o formulário que deve ser preenchido é

mostrado na Figura 34:

FIGURA 34. Formulário de descrição da prova.

A terceira e última etapa refere-se a definição das questões, que envolve a

associação das questões já criadas com a descrição da prova (Figura 35), para isso

o avaliador deve clicar no link “Selecionar Questões” e será apresenta a tela

conforme a Figura 36:

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FIGURA 35. Formulário de descrição da prova com a opção de selecionar questões.

FIGURA 36. Tela de seleção de questões.

Após a seleção das questões o caso estará pronto para ser utilizado como um

instrumento de avaliação.

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Anexo 2: Sistema Computacional MedCC – Relatórios

a) Notas:

Relatório de notas geral, todos os participantes de um caso:

FIGURA 37. Relatório de notas geral.

Relatório de notas individual:

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FIGURA 38. Trecho do relatório individual.

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b) Notas das provas do evento:

FIGURA 39. Relatório de Notas das provas do evento.

c) Notas das questões das provas do evento:

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FIGURA 40. Relatório de notas das questões das provas do evento.

d) Estatística por prova:

FIGURA 41. Trecho do relatório de estatística por prova.

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Anexo 3: Sistema Computacional MedCC – Avaliado

Para realizar a avaliação informatizada, o avaliado deve acessar o site e

preencher os campos Usuário e Senha e clicar no botão “Entrar” para obter acesso

ao sistema. Caso não seja possível obter acesso, significa que ele não possui

cadastro e deve realizá-lo. O cadastro é simples, conforme mostra a Figura 42.

Se o avaliado já tiver realizado o cadastro previamente, porém esqueceu a

senha, esta pode ser recuperada através do link “Esqueci minha senha” e será

enviada para o endereço de e-mail cadastrado.

FIGURA 42. Tela de cadastro do sistema.

Logo após a finalização do login ou do cadastro, o avaliado será direcionado

para página com os eventos atuais e anteriores. Cada evento listado em eventos

atuais contêm os casos correspondentes e que se encontram disponíveis para

avaliação (Figura 43).

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FIGURA 43. Tela com os eventos disponíveis.

Para iniciar a avaliação de um caso, o avaliado deve escolher o evento

desejado, para isso basta clicar no link “Participe”. Esta opção irá abrir todos os

casos disponíveis do evento (Figura 44).

FIGURA 44. Tela com os casos disponíveis de um evento.

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O avaliado deve clicar no link “Participe” do caso que deseja realizar a

avaliação. Ao iniciar ele encontra primeiramente a visualização da descrição do

mesmo, conforme mostra a Figura 17. Ao clicar no botão “Questões” terá inicio a

avaliação. O avaliado visualiza a questão e o histórico das já respondidas na mesma

tela, conforme mostra a Figura 45.

FIGURA 45. Tela com as informações iniciais do caso, juntamente com o histórico (área tracejada) e

a questão a ser respondida.

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Após responder a última questão, o sistema mostra uma mensagem

informando que a avaliação foi finalizada com sucesso, se um arquivo com a revisão

do caso foi inserido, o link para visualização do mesmo será mostrado no histórico

do caso. Na lista de casos do evento, o caso finalizado tem sua legenda alterada de

“Participe” para “Concluído (veja respostas)”.

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Anexo 4: Valores de Notas e Tempos obtidos em 2012

TABELA 7. Valores de Notas e Tempos obtidos em 2012 analisados.

Grupo A

Sujeitos

Manual – Caso 1 Informatizado – Caso 2

Nível Nota Tempo (min) Nota Tempo (min)

Sujeito 1

Sujeito 2

Sujeito 3

Sujeito 4

Sujeito 5

Sujeito 6

Sujeito 7

Sujeito 8

Sujeito 9

Sujeito 10

6,9

8,6

6,9

8,3

7,5

8,3

9,1

7,7

6,9

8,8

32

33

37

42

42

43

43

44

44

46

8,7

8,0

7,3

7,3

4,4

8,7

9,2

8,0

6,0

6,0

09

12

13

07

21

19

31

19

35

11

R4

R4

R4

R2

R2

R3

R4

R3

R3

R4

Grupo B

Informatizado – Caso 1 Manual – Caso 2

Nota Tempo (min) Nota Tempo (min)

Sujeito 11

Sujeito 12

Sujeito 13

Sujeito 14

Sujeito 15

Sujeito 16

Sujeito 17

Sujeito 18

Sujeito 19

Sujeito 20

Sujeito 21

Sujeito 22

6,5

6,7

5,7

5,0

7,7

5,7

5,8

5,3

6,8

4,9

5,7

7,0

12

13

12

11

13

26

8

13

12

11

15

13

6,0

7,3

6,7

5,8

6,3

3,5

4,8

6,8

7,7

7,8

7,5

5,2

20

20

26

31

32

35

35

38

38

39

43

53

R3

R3

R3

R3

R3

R3

R2

R3

R3

R4

R4

R3

Legenda: R2 = Residentes do segundo ano; R3 = Residentes do terceiro ano; R4 = Residentes do

quarto ano.

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14

Anexo 5: Notas obtidas em 2013

TABELA 8. Valores de Notas e Tempos obtidos em 2013 analisados.

Sujeitos

Grupo B

Manual – Caso 2 Informatizado – Caso 1

Nota Tempo (min) Nota Tempo (min) Nível

Sujeito 1

Sujeito 2

Sujeito 3

Sujeito 4

Sujeito 5

5,7

7,4

8,2

6,4

5,5

21

25

27

28

29

5,7

8,8

5,5

7,5

6,1

13

11

16

25

19

R3

R4

R3

R3

R3

Grupo A

Informatizado – Caso 2 Manual – Caso 1

Nota Tempo (min) Nota Tempo (min)

Sujeito 6

Sujeito 7

Sujeito 8

Sujeito 9

Sujeito 10

Sujeito 11

Sujeito 12

5,5

7,5

4,7

6,7

8,2

7,8

6,2

11

15

18

14

22

15

08

6,0

5,6

4,6

5,5

8,4

7,3

5,8

17

18

19

19

19

26

26

R3

R3

R4

R3

R4

R4

R3

Legenda: R3 = Residentes do terceiro ano; R4 = Residentes do quarto ano.

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99

14

ANEXO 6: Questionário

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100

14

ANEXO 7: Caso 1 aplicado na avaliação de 2012

Adolescente de 13 anos de idade, sexo F, branca, natural e procedente de São

Paulo

QD.: é gordinha desde os 2 anos

HPMA: A mãe refere que a adolescente tem excesso de peso desde os 2 anos, com

piora importante no último ano (aumento de 15 kg). Fez tentativa de “regime” por

duas vezes, por curto período de tempo, sem melhora. Mãe trabalha o dia todo e

está preocupada porque junto com a piora do peso a menina apresentou piora do

rendimento escolar e dificuldade de relacionamento com os colegas de classe. Não

obedece aos familiares.

ISDA: Menstrua há 2 anos de forma irregular e tem dismenorréia.

Refere cefaléia esporádica e cansaço aos grandes esforços

AP.: Nascida a termo, PN = 2400, CN = 45 cm, sem intercorrências neonatais.

AM até 1ºm

Nega outras doenças, internações ou cirurgias

AF: mãe obesa e com hipertensão sem tratamento regular (E = 153). Pai obeso (E =

167). Avó materna teve IAM aos 50 anos.

Avós paternos com DM2 + dislipidemia

Atividades de vida diária: fica em casa com os avós, TV e computador (6 horas por

dia)

Dieta:

Manhã: leite com achocolatado + 2 pães franceses com presunto

Lanche: bolachas recheadas + refrigerante light

Almoço: arroz, feijão + 1 carne grelhada + 2 folhas de alface + 1 lata de refrigerante

light

À tarde: salgadinhos de pacote, balas e chocolates

Jantar: 3 pedaços de pizza + 1 lata de refrigerante light

Belisca até hora de dormir

Consumo da família (4 pessoas): 20 kg de arroz/ m

10 kg de açúcar

5 litros de óleo

Cálculo do consumo diário

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101

14

Oferta calórica: 4464 kcal

Proteína: 142g (322,5% do RDA)

Sódio:11390 mg

Exame físico: Peso = 88,1 kg

Estatura = 155,1 cm

IMC = 36,7

Cintura abdominal = 105 cm CA/E = 0,7

Acantose nigricans em região cervical e axilar, genu valgo, estrias violáceas em

coxas e abdome.

PA = 140 x 85 mmHg.

Escore de Ferriman de 10

Questões

1) Quais as suas hipóteses diagnósticas?

2) Que exames você pediria?

3) Quais os seus diagnósticos?

4) Baseado nos seus diagnósticos anteriores você pediria mais algum exame?

Quais?

5) No retorno, a paciente trouxe o exame. Como você interpreta esse exame?

6) Qual seria a sua conduta frente a esse teste?

7) Depois de 4 meses, ganhou mais peso, com piora da irregularidade menstrual e

do hirsutismo. Qual seria a sua conduta?

8) Após 3 meses, retorna em uso de metformina 500 mg 2x/dia, mantendo o peso,

mas sem melhora do hirsutismo. Qual seria a sua conduta?

9) Quais as orientações para o tratamento da obesidade dessa paciente?

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102

14

Anexo 8: Caso 2 aplicado na avaliação de 2012

RN de 3 DV com genitália atípica. Nascido a termo, sem intercorrências neonatais,

Apgar 9 e 9. Mãe GI PI A0, não apresentou alterações durante a gestação e usou

apenas vitaminas nesse período. Nega consangüinidade ou casos semelhantes na

família.

Ao EF.: RN em BEG, corado, anictérico, ativo, eupnéico. Fontanelas normotensas.

Sem alterações no exame geral. Genitália atípica, sem gônadas palpáveis.

Questões:

1) Como você descreve essa genitália, com relação aos critérios de Prader?

2) Quais as suas hipóteses diagnósticas?

3) Que exames pediria?

4) Quais as suas hipóteses diagnósticas?

5) Como você iniciaria o tratamento?

6) Quando poderia ser liberada para registro e em que sexo social?

7) Esse RN teve alta com 7 dias de vida com acetato de hidrocortisona e após 5

dias, evoluiu com vômitos, apatia e redução da aceitação alimentar. Retornou ao

serviço com Na de 120 mEq/L e K = 6,5 mEq/ L. Qual a sua conduta?

8) Recebeu alta com acetato de hidrocortisona, 9 alfafludrocortisona e extra sal

(entre as mamadas). Quando você indicaria a correção genital idealmente?

9) Aos 4 anos, ela apresentava M1 P3, com velocidade de crescimento de 6 cm/ ano

e idade óssea de 6 anos. Os exames laboratoriais eram: 17 OHP = 25 ng/mL;

androstenediona = 1ng/mL e testosterona total = 51 ng/dL. Qual a sua conduta?

10) Aos 7 anos era M2 P3-4, com velocidade de crescimento de 7,5cm/ano, IO =

10anos. Que exame (s) você pediria?

11) Paciente retorna com dosagens 2 horas após GnRH depot de LH = 5,5 mUI/L e

FSH = 3,0 mUI/l. Qual a sua conduta?

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14

Anexo 9: Caso 1 aplicado na avaliação de 2013

Menino de 4 anos, branco, natural e procedente de São Paulo, veio encaminhado

por baixa estatura. Mãe refere que filho sempre foi pequeno, mas há 1 ano notou

redução do crescimento. Nega doenças crônicas ou uso de medicamentos.

Nasceu de parto normal, a termo, com peso de 2400g, comprimento de 44cm;

apresentou hipoglicemia nas primeiras horas de vida, recebendo soro. Teve icterícia

neonatal, ficando em fototerapia por 2 dias. Recebeu alta com 7dias de vida. Nega

outras intercorrências; não recebeu aleitamento materno. Atualmente, come de tudo.

DNPM: não formula frases completas Antecedentes familiares: mãe = 150; pai =

163; sem consanguinidade. Nega casos semelhantes na família

Ao EF.: Paciente em BEG, com peso = 14kg, estatura = 90 cm, SS/SI = 0,95 EF

geral sem anormalidades Tireoide normopalpável P1G1; TD tópico, volume = 1cm3;

TE palpável em posição C; Pênis estirado= 2 cm.

Questões:

1) Quais os diagnósticos para essa criança?

2) Quais dados de história sugerem deficiência hipofisária?

3) Que exames você pediria para confirmar o seu diagnóstico?

A criança retornou após 3 meses, com resultados de exames. Apresentou, nesse

período velocidade de crescimento estimada de 4 cm/ano. Trouxe os seguintes

exames: IGF1 < 25ng/mL; TSH = 7mUI/L, T4L = 0,6 ng/dL, cortisol sérico = 2,5

mcg/dL. HMG com Hb = 10, Na, K, U, C, ALT, AST todos dentro da normalidade.

4) Nesse momento, qual seria a sua conduta?

5) Como você faz a monitoração do tratamento?

6) Com relação à criptorquia, qual seria a sua conduta?

7) Com relação ao MP, a sua conduta é?

8) O que espera do tratamento?

9) Quais prováveis genes associados a esse caso?

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14

Anexo 10: Caso 2 aplicado na avaliação de 2013

RN de 7 dias de vida foi encaminhado por alteração na genitália.

Mãe refere gestação sem intercorrências, fazendo uso apenas de polivitamínicos.

Nenhuma alteração foi detectada nos exames de US durante a gestação e, no

exame morfológico, tinha sido relatado feto provavelmente do sexo masculino.

RN nasceu a termo, com peso = 3000g, comprimento= 49cm, Apgar 9 e 9, sem

intercorrências neonatais. No berçário foi notada alteração de genitália, colhidos

exames e, como RN evoluiu bem, recebeu alta com a mãe com 3 dias de vida,

pesando 2800g, em aleitamento materno exclusivo.

Ao EF.: RN em BEG, hidratado, com peso = 2850, comprimento = 49cm. EF geral

sem alterações, genitália: gônadas não palpáveis, Prader III.

Questões:

1) Pensando em se tratar de RN com cariótipo 46, XX, quais as possibilidades

diagnósticas?

2) Para fazer o diagnóstico nesse caso, quais exames vc pediria?

3) Paciente traz os seguintes exames colhidos com 24horas de vida: 17OHP >

100ng/mL, androstenediona > 10 ng/mL, testosterona = 345ng/dL, DHEA= 15ng/mL;

Na= 137 mEq/L e K = 4,5mEq/L. Com relação a esses resultados, assinale

verdadeiro ou falso

4) Pensando em se tratar de HAC – deficiência da 21OH, assinale as corretas:

Como a criança vinha evoluindo sem intercorrências, a mãe optou por ter segunda

opinião e não iniciou o tratamento. Procurou outro médico que orientou repetir

exames, aguardar o cariótipo, pois como tinha Na e K normais, provavelmente não

seria HAC. Com 15dias de vida, evoluiu com vômitos e diarreia e procurou PS.

Chegou em REG, desidratada, com Na = 118 mEq/L, K = 7mEq/L, G = 50 mg/dL,

gaso arterial com acidose metabólica.

5) Assinale as alternativas corretas.

6) Qual seria a sua conduta nesse momento?

7) A criança saiu do quadro agudo, foi orientada e recebeu alta para o ambulatório.

Quais são os parâmetros de acompanhamento?

8) Com relação ao tratamento, assinale a correta.

9) Quais as orientações que vc deve fazer à família?

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Resumo

A competência clinica é adquirida com o aprimoramento da educação médica

e da prática profissional. O desenvolvimento desta habilidade depende de como

ocorre a aprendizagem do profissional médico. Uma das metodologias que vem

sendo adotada é a utilização de casos clínicos, que simulam situações reais. Porém

o processo de avaliação de aprendizagem é normalmente feito em papel. Este

trabalho apresenta o estudo da aplicabilidade de um sistema computacional de

ensino e avaliação baseado em casos clínicos, que inclui a criação e aplicação de

avaliação em alunos de pós-graduação da área da saúde. O sistema computacional

permitiu acrescentar recursos e minimizar o tempo no processo avaliativo.

Palavras-chave: Sistemas de computação, Educação médica, Avaliação

educacional/métodos, Internato e Residência, Aprendizagem, Tecnologia

educacional.

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Abstract

The clinical competency is obtained from the improvement of medical

education and professional practice. The development of this competency depends

on the conduction of medicine students' learning process. Clinical case studies based

on real situations is one methodology that has been adopted in this process.

However, the learning evaluation process is frequently made on worksheet, which is

a burdensome process in practice. This work presents a study of the applicability of a

computer teaching and evaluation system based on clinical cases, including the

creation and implementation of evaluation tests for postgraduate students from

healthcare area. The computer based system allowed the addition of resources, and

reduction of the time in the evaluation process.

Key-words: Computer systems; Education, medical; Educational measurement/

methods; Internship and Residency; Learning; Educational technology.

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LISTAS E APÊNDICES

Apêndice 1: Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa

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Apêndice 2: Termo de consentimento livre e esclarecido

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Lista de Tabelas

TABELA 1. QUANTIDADE DE ARTIGOS ENCONTRADOS, PRÉ-SELECIONADOS E

CONSIDERADOS NA BASE DE DADOS PUBMED, SCIENCE DIRECT E SCIELO . ......... 14

TABELA 2. GRUPOS, MÉDIAS, MEDIANAS, DESVIOS-PADRÃO DAS NOTAS OBTIDAS

PARA CADA MÉTODO EM CADA CASO AVALIADO EM 2012 E 2013 E VALORES DOS

TESTES APLICADOS, CONSIDERANDO OS CASOS AVALIADOS COMPARANDO

MÉTODO MANUAL COM INFORMATIZADO. ..................................................................... 63

TABELA 3. COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS EM 2012 E 2013. ............................................ 64

TABELA 4. GRUPOS, MÉDIAS, MEDIANAS, DESVIOS-PADRÃO DOS TEMPOS EM

MINUTOS OBTIDOS PARA CADA MÉTODO EM CADA CASO AVALIADO EM 2012 E

VALORES DOS TESTES APLICADOS, CONSIDERANDO OS CASOS AVALIADOS

COMPARANDO MÉTODO MANUAL COM INFORMATIZADO. .......................................... 67

TABELA 5. TEMPOS EM MINUTOS PARA SOLUCIONAR OS CASOS, CONSIDERANDO A

COMPOSIÇÃO DOS SUJEITOS. ........................................................................................ 69

TABELA 6. ANÁLISE DESCRITIVA DAS NOTAS DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO

SISTEMA (DE 1 A 5). .......................................................................................................... 72

TABELA 7. VALORES DE NOTAS E TEMPOS OBTIDOS EM 2012 ANALISADOS............ 97

TABELA 8. VALORES DE NOTAS E TEMPOS OBTIDOS EM 2013 ANALISADOS............ 98

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Lista de Quadros

QUADRO 1. TEMAS E AS RESPECTIVAS PALAVRAS-CHAVE UTILIZADAS NA REVISÃO

DE LITERATURA. ............................................................................................................... 13

QUADRO 2. ARTIGOS SELECIONADOS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM NA

RESIDÊNCIA MÉDICA. ....................................................................................................... 23

QUADRO 3. ARTIGOS SELECIONADOS SOBRE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA

RESIDÊNCIA MÉDICA. ....................................................................................................... 30

QUADRO 4. ARTIGOS SELECIONADOS SOBRE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM

BASEADA EM CASOS. ....................................................................................................... 39

QUADRO 5. SUGESTÕES E PROBLEMAS DE ACORDO COM A QUESTÃO PROPOSTA

NO QUESTIONÁRIO. .......................................................................................................... 74

QUADRO 6. COMPARATIVO ENTRE OS ESTUDOS. ........................................................ 80

QUADRO 7. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MÉTODOS MANUAL E

INFORMATIZADO PARA AS DIFERENTES ETAPAS DA AVALIAÇÃO BASEADA EM

CASOS. ............................................................................................................................... 81

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Lista de Figuras

FIGURA 1. ETAPAS DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO MANUAL. .......................................... 43

FIGURA 2. EXEMPLO DE AVALIAÇÃO NO MÉTODO MANUAL. ....................................... 44

FIGURA 3. EXEMPLO DE POSSÍVEIS RESULTADOS QUE PODEM SER ENTREGUES,

SE SOLICITADOS, NAS QUESTÕES PROPOSTAS DURANTE A EVOLUÇÃO DO CASO

NO MÉTODO MANUAL. ...................................................................................................... 45

FIGURA 4. TELA INICIAL DO SISTEMA. ............................................................................ 47

FIGURA 5. ETAPAS DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO INFORMATIZADO. ........................... 48

FIGURA 6. EXEMPLO DE DESCRIÇÃO DE UM CASO CLÍNICO INSERIDO NO MEDCC. 50

FIGURA 7. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO ESCOLHA ÚNICA. ................................... 51

FIGURA 8. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO ESCOLHA MÚLTIPLA. ............................ 52

FIGURA 9. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO ÚNICA. .................................................... 52

FIGURA 10. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO FALSO/VERDADEIRO. .......................... 53

FIGURA 11. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO DIRETA. ................................................. 53

FIGURA 12. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO PRIORIDADE. ........................................ 53

FIGURA 13. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO CORRESPONDÊNCIA. ......................... 54

FIGURA 14. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO COMPOSTA. ......................................... 54

FIGURA 15. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO MEDICAMENTO. ................................... 55

FIGURA 16. EXEMPLO DE QUESTÃO DO TIPO SUB-QUESTÕES................................... 55

FIGURA 17. TELA COM AS INFORMAÇÕES INICIAIS DE UM CASO. .............................. 57

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FIGURA 18. DIAGRAMA DE FLUXO DA METODOLOGIA DO ESTUDO COM DOIS

GRUPOS EM PARALELO: SUJEITOS DE 2012 E 2013, SEPARAÇÃO ALEATÓRIA DOS

SUJEITOS PELOS DOIS GRUPOS A E B, APLICAÇÃO DAS METODOLOGIAS DE

AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS. .............................................................................. 60

FIGURA 19. (A) DISTRIBUIÇÃO E (B) RELAÇÃO DAS NOTAS PARA OS DIFERENTES

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO EM 2012. ............................................................................... 64

FIGURA 20. (A) DISTRIBUIÇÃO E (B) RELAÇÃO DAS NOTAS PARA OS DIFERENTES

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO EM 2013. ............................................................................... 65

FIGURA 21. DISTRIBUIÇÃO DAS NOTAS DOS SUJEITOS PARA OS DIFERENTES

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO INDEPENDENTE DO ANO DE REALIZAÇÃO. ...................... 65

FIGURA 22. RELAÇÃO ENTRE AS NOTAS DOS SUJEITOS PARA OS DIFERENTES

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO INDEPENDENTE DO ANO DE REALIZAÇÃO. ...................... 66

FIGURA 23. COMPARAÇÃO DOS TEMPOS PARA OS DIFERENTES MÉTODOS DE

AVALIAÇÃO EM 2012 (A) CASO 1 E (B) CASO 2. .............................................................. 67

FIGURA 24. (A) DISTRIBUIÇÃO E (B) RELAÇÃO ENTRE OS TEMPOS PARA OS

DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO EM 2012. ........................................................ 68

FIGURA 25. COMPARAÇÃO DOS TEMPOS PARA OS DIFERENTES MÉTODOS DE

AVALIAÇÃO EM 2013 (A) CASO 1 E (B) CASO 2. .............................................................. 68

FIGURA 26. (A) DISTRIBUIÇÃO E (B) RELAÇÃO ENTRE OS TEMPOS PARA OS

DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO EM 2013. ........................................................ 69

FIGURA 27. DISTRIBUIÇÃO DOS TEMPOS PARA OS DIFERENTES MÉTODOS DE

AVALIAÇÃO INDEPENDENTE DO ANO DE REALIZAÇÃO. ............................................... 70

FIGURA 28. RELAÇÃO ENTRE OS TEMPOS PARA OS DIFERENTES MÉTODOS DE

AVALIAÇÃO INDEPENDENTE DO ANO DE REALIZAÇÃO. ............................................... 71

FIGURA 29. FREQUÊNCIA RELATIVA OBTIDAS NO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO –

2012. ................................................................................................................................... 72

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FIGURA 30. FREQUÊNCIA RELATIVA OBTIDAS NO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO –

2013. ................................................................................................................................... 73

FIGURA 31. TELA APÓS O AVALIADOR REALIZAR LOGIN. ............................................ 84

FIGURA 32. TELA COM PROVAS INCLUÍDAS PELO AVALIADOR. .................................. 85

FIGURA 33. FORMULÁRIO DE DEFINIÇÃO DA PROVA. .................................................. 86

FIGURA 34. FORMULÁRIO DE DESCRIÇÃO DA PROVA. ................................................. 87

FIGURA 35. FORMULÁRIO DE DESCRIÇÃO DA PROVA COM A OPÇÃO DE

SELECIONAR QUESTÕES. ................................................................................................ 88

FIGURA 36. TELA DE SELEÇÃO DE QUESTÕES. ............................................................ 88

FIGURA 37. RELATÓRIO DE NOTAS GERAL. ................................................................... 89

FIGURA 38. TRECHO DO RELATÓRIO INDIVIDUAL. ........................................................ 90

FIGURA 39. RELATÓRIO DE NOTAS DAS PROVAS DO EVENTO. .................................. 91

FIGURA 40. RELATÓRIO DE NOTAS DAS QUESTÕES DAS PROVAS DO EVENTO. ..... 92

FIGURA 41. TRECHO DO RELATÓRIO DE ESTATÍSTICA POR PROVA. ......................... 92

FIGURA 42. TELA DE CADASTRO DO SISTEMA. ............................................................. 93

FIGURA 43. TELA COM OS EVENTOS DISPONÍVEIS. ...................................................... 94

FIGURA 44. TELA COM OS CASOS DISPONÍVEIS DE UM EVENTO. .............................. 94

FIGURA 45. TELA COM AS INFORMAÇÕES INICIAIS DO CASO, JUNTAMENTE COM O

HISTÓRICO (ÁREA TRACEJADA) E A QUESTÃO A SER RESPONDIDA. ........................ 95