Crónicas de um Vírus

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A obra em questão apresenta-se como algo educativo, de forma a possibilitar um trabalho informativo. Esta Edição tem o apoio do Laboratório GILEAD e reverte a favor do Programa “ABC Ser Criança” da Abraço.

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EDIÇÃO

A venda deste livro reverte para a Casa Ser Criança.

P.V.P. 10€

APOIO

ISBN 972-96002-2-7

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Quando, em Junho de 1981, começaram a surgir os primeiros indícios de uma nova doença e, em 1983, foi descoberto o primeiro retrovírus humano como sendo o causa-dor da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH)/síndroma da imunode-ficiência adquirida (SIDA), ninguém previu que, em 2010, ainda estaríamos a discutir a magnitude e as consequências devastadoras desta pandemia na população mundial.

Crónicas de um Vírus: Aparecimento e Evolução de VIH/SIDA, 1930 – 2010, publicado pela Abraço, e apoiado pela Gilead Sciences, é um objecto de conhecimento e de solidarie-dade. É um roteiro notável que nos transporta no tempo, qual viagem de Gulliver, pelos territórios acidentados de VIH que Robin Weiss descreveu, magistralmente, num artigo publicado na Nature e do qual não resisto em transcrever um fragmento:

Eu, Lemuel Gulliver, observei fenómenos fantásticos em muitos territórios por onde viajei. Nesta minha última narrativa, esforçar-me-ei para vos convencer que empreendemos uma dolorosa e nova aventura que, só agora, começa a ser revelada.Esta minha crónica diz respeito a uma criatura ainda mais pequena do que os Liliputianos, de tal maneira minúscula que é invisível, chamada – depois de uma disputada discussão entre um grupo de sábios, em 1986 – Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Este vírus invade o corpo humano e corrompe lentamente as suas defesas, de tal modo que, sem a interven-ção dos medicamentos dos boticários ou de uma vacina, as pessoas infectadas perecerão por causa da invasão de outros micróbios e de um definhamento geral do corpo e da mente, uma combinação de padecimentos chamada Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

Ritmado pelo tempo, este livro revela aos leitores a origem mais longínqua do vírus, con-duzindo-os através de um tempo profundamente marcado pelo medo do contágio, pela estigmatização dos comportamentos, pela discriminação das pessoas, pela denegação da doença e pelo confronto com a morte no curto prazo.

Prefácio

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Em todo o mundo e particularmente nos países com fracos recursos a SIDA continua a matar pessoas no auge das suas vidas produtiva e familiar, tendo efeitos gravíssimos sobre a vida, os meios de subsistência das famílias afectadas e o desenvolvimento daqueles países.

1984: Cheguei a Portugal neste ano... No mesmo ano em que Portugal participou pela pri-meira vez num campeonato europeu de futebol. Poderei ter feito uma das primeiras vítimas conhecidas neste país, regista-se em Crónicas de um Vírus.

Porém, desde o início da década de 80, grupos de doentes anónimos vindos da Guiné- -Bissau morriam por doença desconhecida numa enfermaria em Portugal. A procura insis-tente e sistemática de um agente responsável por esta doença mortal, orientada por equi-pas portuguesas chefiadas por José Luís Champalimaud e Maria Odette Santos Ferreira em Lisboa em colaboração com o Instituto Pasteur de Paris, culminou com o isolamento, em 1985, de um novo retrovírus humano que se designou VIH-2.

Simultaneamente, esta publicação evidencia como, ao contrário de muitas outras do-enças igualmente graves que afectam os pobres, os marginalizados e os desprovidos de direitos, a infecção por VIH/SIDA capturou a atenção dos cientistas, clínicos, políticos, in-dústria, activistas, sociedade civil, agências de financiamento e muitas celebridades, cujas sinergias permitiram transformar esta doença incapacitante e rapidamente mortal numa doença prolongada e com preservação da autonomia e da qualidade de vida dos infec-tados, recordando-nos que, na história da medicina, não há memória de se ter avançado tanto, em tão pouco tempo, no conhecimento de uma doença como ocorreu em relação à SIDA.

Apesar dos avultados investimentos financeiros e de outras iniciativas relacionadas com a saúde global, continuamos a ter um longo percurso à nossa frente. Há questões sobre o conhecimento científico e médico que têm de ser clarificadas e numerosos obstácu-los logísticos, operacionais, jurídicos que têm de ser ultrapassados, para tornar acessíveis tratamentos e outras intervenções àqueles que mais necessitam e não apenas em países com fracos recursos. Ironicamente, os medicamentos extraordinários que permitem man-ter os doentes infectados por VIH vivos e autónomos, contribuíram, em parte, para ofuscar

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a gravidade desta pandemia e modificar a percepção do risco, o que está, muitas vezes, bem patente na forma como a imprensa, os decisores e o público em geral abordam esta epidemia.

O cronista reporta em 2010 que para melhor me controlarem e dado existirem tratamentos muito eficazes, seria importante que as pessoas fizessem um teste para saberem se estão in-fectadas ou não por mim (...) e conclui dizendo agora que já me conhecem melhor, tenham atenção, informem-se, não tenham comportamentos de risco, tratem da vossa saúde, prote-jam-se! Efectivamente, estima-se que 25 a 33% das pessoas infectadas por VIH na Europa desconhecem que contraíram o VIH e continuam a transmiti-lo inadvertidamente a outras pessoas.

Há novas esperanças no domínio da prevenção da transmissão desta infecção no futuro.

Os investigadores estão a avaliar os efeitos de novas estratégias para evitar a propagação de VIH, como a combinação da circuncisão masculina com os microbicidas ou conjuga-dos com medicamentos anti-retrovíricos e a utilização das novas tecnologias, telemóveis e outras, que permitam difundir mensagens de prevenção e efectuar acompanhamento dos infectados à distância.

A promoção universal da educação para a saúde, incluindo a educação sexual, enquadra-da nos direitos humanos e ajustada às idades dos jovens, proporcionará às futuras gera-ções informação e conhecimentos sobre comportamentos seguros sustentados numa ci-dadania baseada na reciprocidade do respeito pelos direitos e responsabilidades de cada um.

Kamal MansinhoOutubro 2010

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ÍNDICE9111315171921232527293133353739414345

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Eu, o VírusEu e a SIDA1930Anos 40-50Anos 60Anos 701981198219831984198519861987198819891990199119921993

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Olá. O meu nome é VIH, Vírus da Imunodeficiência Humana ou HIV (Human Immu-nodeficiency Virus) em inglês.

Sou conhecido por todos como o vírus da SIDA e até já me chamaram de “tumor dos homossexuais”, algo que se veio a demonstrar completamente errado, pois eu não me deixo limitar por preferências sexuais e posso infectar qualquer pessoa.1

Tenho muitos nomes: Nos Estados Unidos da América consideraram-me “inimigo público n.º1”, 2 na Chinaadmitiram que sou uma “ameaça para a saúde pública nacional e segurança econó-mica”, 3 em Angola comparam-me com “pisar uma mina”, na Tânzania “pisar um cabo electrificado” e no Zimbabué com “escorregar numa casca de banana”. Na Nigéria consideram-me uma “maldição” e no Uganda sou um “ladrão”. 4

Esta é a minha história...

Eu, o Vírus

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Eu afecto o sistema imunitário, que constitui a principal linha de defesa contra agentes invasores como eu.5

Demoraram muito tempo para me descobrir e também a darem-me o meu nome definitivo. Durante muito tempo pensaram que eu fosse uma variante de várias doenças já conhecidas. Mas não era e assim fui propagando uma doença que vocês apelidaram de SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.5

A doença resulta de uma alteração do sistema imunitário em que o organismo deixa de se poder defender das bactérias, parasitas, fungos e vírus que provocam infecções. Com o enfraquecimento das defesas, as infecções podem surgir e ser fatais.5

Desde que fui descoberto, infectei praticamente 25 milhões da vossa espécie em todo o Mundo.6

Até hoje, o Homem foi incapaz de encontrar uma cura ou uma vacina para mim, mas continua a tentar...

No entanto, já conseguiram encontrar formas de me controlar...7

Eu e a SIDA

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Há várias teorias para a minha origem, mas praticamente todos afirmam que nasci em África e há até quem considere Kinshasa (República Democrática do Congo) a minha terra natal.8

Dizem que a primeira vez que me dei a conhecer ao mundo foi neste ano quando, em África, alguns caçadores contraíram infecções estranhas, para as quais ninguém conseguiu encontrar explicação.9

No entanto, um estudo de 2008 data a minha origem algures entre 1884 e 1924.10

E não estou sozinho, na minha família tenho alguns irmãos que vivem noutros se-res vivos. O VIS, Vírus da Imunodeficiência Símia11 e o VIF, Virus da Imunodeficiência Felina (nos gatos e outros felinos).12

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Existem várias evidências das minhas primeiras “aparições”...

No ano de 1998, uma análise a uma amostra de plasma (um derivado do sangue) retirada em 1959 a um homem adulto, sugere que eu fui apresentado ao Homem nos anos 40 ou inícios dos anos 50, na agora intitulada República Democrática do Congo.10

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Em 1960, também na República Democrática do Congo, uma amostra de nódulo linfático retirada de uma mulher adulta sugere a minha existência naquela época.10

Descobriram-me também numa amostra de tecido humano num adolescente americano que faleceu em St. Louis, em 1969.10

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Na Europa também há dados antigos que evidenciam a minha existência.

Detectaram-me numa amostra de tecido de um marinheiro norueguês que morreu por volta de 1976.10

Até então eu era um desconhecido, não existia definição para o que eu representava...

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Em 1981, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (Center for DiseaseControl and Prevention - CDC) reportou a existência de casos de doenças raras entre a camada jovem homossexual nos E.U.A..13

Faltava já pouco para a minha existência ser revelada ao mundo...

A 3 Julho de 1981, o jornal The New York Times publica as minhas primeiras histórias.14 Começo a ser uma figura pública.

“É assustador porque ninguém sabe o que está a causar isto! - disse um estudantede Direito de 28 anos, que foi à Clínica St. Mark, em Greenwich Village, Nova Iorque, queixando-se de gânglios inchados, que se pensa ser um dos sintomas iniciais da doença. Todas as semanas uma nova teoria sobre a sua propagação ganha forma.”Fonte: The New York Times.15

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Neste ano, publicam-se notícias a considerar os Haitianos e os hemofílicos como grupos de risco.15

Especulações à minha volta dizem que sou originário do Haiti, uma mentira que causou muita estigmatização e discriminação contra este povo e afectou a sua indústria de turismo.15

Durante este ano são identificados três modos de transmissão: por via sanguínea, de mãe para filho (transmissão vertical) e por via sexual.16

Ainda pouco se sabia sobre como eu era transmitido, mas a ansiedade nas popula-ções crescia cada vez mais...15

No decorrer de uma reunião em Washington, o acrónimo AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome) em português, SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquiri-da), foi definido e começou a ser utilizado em jornais e publicações científicas.15,16

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Finalmente alguém me identificou!

Em França, um conjunto de investigadores liderado pelo Dr. Luc Montagnier, virologista e médico, descobriu-me nos laboratórios do Instituto Pasteur.16,17

Baptizou-me de LAV (Linfoadenopathy Associated Virus) - Vírus Associado a Linfo-adenopatias.16,17

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E não é que mais uma equipa de investigadores agora nos E.U.A., conseguiu isolar-me!

Roberto Gallo e os seus colaboradores demonstraram que sou um retrovírus (é assim que me classificam) a que chamaram de HTLV-III (Human T-cell lymphotro-pic virus type III) e que era a causa da SIDA.18

Cheguei a Portugal neste ano... No mesmo ano em que Portugal participou pela primeira vez num campeonato europeu de futebol.19

Poderei ter feito também uma das minhas primeiras vítimas conhecidas neste país. A morte de António Variações, atribuída a broncopneumonia, foi apontada como podendo ter sido, na realidade, causada por mim, a julgar pelos cuidados extre-mos durante a autópsia e a selagem do caixão efectuada por constituir perigo para a saúde pública.20

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Dr. José Luís Champalimaud Dr. Jaime Nina Prof. Dr. Kamal MansinhoProfessora Odette Ferreira

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Começo a tornar-me importante. Em Atlanta, E.U.A., foi organizada pelo Departa-mento de Saúde e Serviços Humanos americano (DHHS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a 1.ª Conferência Internacional sobre SIDA, como consequência de casos reportados do meu aparecimento em, praticamente, todo o mundo. Pelo me-nos um caso de SIDA é diagnosticado em cada região do mundo.21

O primeiro teste para despistar a minha presença no sangue, o ELISA, é autorizado nos E.U.A. e começa a ser utilizado para testar as amostras de sangue.22

Morre a 1.ª figura pública mundial vítima de SIDA, o actor Rock Hudson.21

Cheguei à China.21 Estou a começar a ter proporções maiores que a própria mura-lha!

Em Portugal, José Luís Champalimaud, Odette Ferreira, Jaime Nina e Kamal Mansinho descobrem o VIH do tipo 2.23

Em Portugal, o Ministério da Saúde criou o Grupo de Trabalho da SIDA (actualCoordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA) que tinha vários objectivos, en-tre os quais, implementar estratégias, a nível nacional, de prevenção e combate da infecção.24

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Ganho o meu nome definitivo, VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana (em inglês, HIV - Human Immunodeficiency Virus).25

A Associação Portuguesa de Hemofílicos (APH) envia uma carta ao Ministério da Saúde, tutelado por Leonor Beleza, pedindo análises ao Factor VIII (substân-cia necessária à coagulação do sangue, utilizada pelos hemofílicos) por suspeitas de contaminação por mim.26

2.º Congresso Internacional. Desta vez, em França.27 Estão mesmo preocupados comigo...

Continuo a minha viagem pelo mundo. Este ano cheguei à União Soviética e à India.27

Também eu sou um efeito da globalização!

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É aprovado o 1.º medicamento para tratamento da infecção VIH/SIDA que actua inibindo uma das minhas enzimas, a transcriptase reversa. Este tratamento procu-rava controlar a minha quantidade no sangue...28 Mas sozinho era difícil...

O jornalista norte-americano Randy Schilts publica o livro “And the Band Played On”, um dos mais reconhecidos livros sobre a história da epidemia da SIDA.29

Fui também assunto na Assembleia Geral das Nações Unidas, tornando-me o 1.º vírus/doença a ser discutido nas suas instalações...28

Em Inglaterra, a Princesa Diana inaugura o primeiro hospital especializado na área da SIDA.29

O Presidente dos E.U.A., Ronald Reagan, fala sobre mim em público pela primeira vez e declara-me o inimigo público n.º 1.2

Leonor Beleza manda retirar o Factor VIII, que estava de facto contaminado, do mercado português.30

Actualmente já me conseguem detectar... Não há ninguém que receba uma trans-fusão de sangue sem previamente analisarem a minha existência.

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December

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Os Ministros da Saúde de todo o mundo reúnem-se em Londres para discutir a epidemia.28

Escrevem um importante documento - A Declaração de Londres – onde se des-taca a urgência de educar a população e a necessidade de proteger os direitos e a dignidade humana.31

O primeiro medicamento contra o sarcoma de Kaposi (forma de cancro associada à SIDA) é aprovado nos E.U.A..32

Há uma mobilização global contra mim e a Organização Mundial de Saúde declara o dia 1 de Dezembro como o meu Dia Internacional.28,31

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Hans Verhoef, holandês, foi preso no Minesotta devido à lei que proibia viajantes infectados por mim de entrar nos E.U.A.33

Começa a ser distribuído o segundo medicamento para tratamento da SIDA, da mesma classe do primeiro, os análogos nucleósidos inibidores da transcripta-se reversa (INTR).33

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Jonathan Mann, demite-se da presidência da OMS como forma de protesto contra os insucessos das Nações Unidas e dos Governos Mundiais em responder adequa-damente contra a pandemia que eu estava a causar.33

É criada, em Portugal, a Comissão Nacional de Luta Contra a SIDA (CNLCS) em substituição do Grupo de Trabalho sobre SIDA.34

Por esta altura, estipulava-se que, os 3 milhões de mulheres que eu tinha infectado até agora, tinham dado à luz, aproximadamente, 700 mil crianças seropositivas.33

É fundada a Liga Portuguesa Contra a SIDA (LPCS), instituição particular de Soli-dariedade Social, sem fins lucrativos, que tem como objectivo apoiar os indivíduos afectados pela SIDA e chamar a atenção da sociedade para a gravidade desta pan-demia.35

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O mundo da música está de luto. Morre Freddy Mercury, vocalista da banda Queen, vítima de SIDA, um dia depois de dizer que era meu portador.36

Criaram um símbolo de apoio e solidariedade às pessoas que vivem comigo, o Laço Vermelho.28

A contagem de pessoas infectadas por mim atinge os 8 milhões a nível mundial, incluindo a estrela da NBA, Magic Johnson.37

Começam finalmente a perceber que eu posso atingir qualquer pessoa...

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Surge o 1.º teste rápido para me conseguirem detectar em apenas 10 minutos.38

A FDA aprova o uso combinado dos 2 medicamentos já aprovados para doentes adultos com infecção em estadio avançado que continuavam a mostrar sinais de deterioração clínica ou imunológica. Foi a 1.ª terapêutica combinada de medica-mentos com algum sucesso contra mim.39

Em Portugal, é criada a associação Abraço, a partir de um grupo de voluntários que presta apoio a seropositivos internados na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Egas Moniz de Lisboa.40

Neste ano, são também criadas as associações MAPS - Movimento de Apoio à Pro-blemática da SIDA (a primeira organização dedicada à problemática do VIH/SIDA no Algarve) e SOL - Associação de Apoio às Crianças Infectadas pelo Vírus da SIDA e suas Famílias (instituição de apoio a crianças infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA).41

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Nas artes, morre o bailarino Rudolf Nureyev. Disseram que foi devido a complica-ções cardíacas, mas fui eu o responsável.42

No desporto, morre o tenista Arthur Ashe nem um ano depois de anunciar que estava infectado comigo.42

Entretanto, cientistas descobriram o meu “esconderijo”, os nódulos linfáticos e teci-dos similares, no início da infecção.42

Começo a propagar-me rapidamente na Ásia e na região do Pacífico...42

Em Portugal, um grupo de pessoas infectadas e afectadas pelo VIH, apresenta-se pela primeira vez como Associação e funda a Positivo - Grupos de Apoio e Au-to-ajuda, com o objectivo de criar uma organização que fosse vocacionada para o apoio inter-par e psicológico a pessoas portadoras de VIH/SIDA.43

É também criada a Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a SIDA”.44

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Contribuí para um óscar.Tom Hanks recebeu o de melhor actor pelo desempenho de um homossexual in-fectado por mim no filme “Filadélfia”.45

É aprovado o 1.º teste oral para a minha detecção.46

Estou em cada vez mais pessoas. Na Índia, 1.6 milhões e no Brasil, apesar dos números oficiais falarem em 46 mil, pensava-se que eu infectava entre 450 mil e 3 milhões de brasileiros.45

É aprovado nos E.U.A. mais um medicamento para tratar os adultos infectados pelo VIH.47

Nesta altura, as estatísticas oficiais diziam que eu tinha infectado 3 homens para cada 2 mulheres.45

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Neste ano além de surgir mais um medicamento da classe dos anteriores (INTR), surge um de uma nova classe: os Inibidores da Protease (IP).48

A SIDA torna-se a 1.ª causa de morte nos E.U.A., nos homens com idades compre-endidas entre 25 e 44 anos.48

Os hemofílicos portugueses contaminados comigo, na década de 80, começam a receber as indemnizações de 12 mil contos determinadas por um tribunal arbitral criado pelo Governo.49

São já 18 milhões de adultos e 1.5 milhões de crianças que se estima que eu tenha infectado desde o início da minha epidemia.48

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É criado o programa das Nações Unidas: ONUSIDA (UNAIDS).50

São aprovados novos medicamentos de uma classe já existente (IPs) e de uma nova classe: os análogos não-nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa (INNTR).51

No congresso de Vancouver, Canadá, começa a era HAART (Highly Active Antiretro-viral Therapy), Terapêutica Antiretroviral altamente activa.50

Dada a falta de sucesso dos tratamentos isolados, devido ao aparecimento de re-sistências, surge o conceito de tratar a infecção com 3 medicamentos combina-dos de duas classes diferentes.52 Com este modelo de tratamento conseguiram um melhor controlo da infecção e prolongaram a vida dos doentes, tornando-se numa doença crónica.

O Brasil torna-se o primeiro país a distribuir a terapêutica antiretroviral através do sistema de saúde público, de forma gratuita.50,51

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Pela primeira vez, desde o início da pandemia em 1981, o número de infectados regrediu, nos E.U.A..53

No entanto, no resto do mundo, a ONUSIDA anunciou que a minha epidemia é muito pior do que o que se pensou inicialmente. Estimativas precisas informam que 30 milhões de pessoas estão infectadas comigo, no ano anterior, estimavam que eu tinha infectado 22 milhões.53

Na faixa etária dos 15-49 anos, pensa-se que atinjo 1 em cada 100 pessoas e, nas pessoas infectadas, só 1 em cada 10 é que sabe que me tem.53

Continuo sem perceber... Se já há tratamento, porque será que as pessoas não fa-zem o teste para saberem se me têm!?

No ano 2000 devo chegar aos 40 milhões!53 São as previsões.

Estou com uma presença cada vez mais forte nas Caraíbas e na América Latina.53

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A empresa AIDSvax começa os primeiros ensaios clínicos (Fase III), em grande esca-la, para uma vacina contra mim, 5.000 voluntários participam.54

Apesar do optimismo inicial relativamente à terapêutica antiretroviral de combi-nação (HAART - Highly antiretroviral therapy - Terapêutica Antiretroviral altamente activa), vários relatos indicam o desenvolvimento de alguns efeitos secundários causados pelo tratamento.55

Em menos de 20 anos tornei-me na 4.ª principal causa de morte a nível mundial.56

É anunciado o primeiro tratamento para a redução da transmissão de mãe para fi-lho.50

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Começam os primeiros ensaios clínicos de uma potencial vacina num país em vias de desenvolvimento, a Tailândia.50

Um grupo de investigadores afirma que a minha origem é de um tipo de chimpan-zé que habita no centro-oeste africano e que passei para os humanos quando um grupo de caçadores ficou exposto a sangue infectado.57

O Presidente do Quénia, Daniel arap Moi, declara-me um desastre nacional.57

Um crime de paixão foi punido com 50 anos de prisão – um médico injectou san-gue infectado por mim na sua antiga companheira.57

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Nos E.U.A., o Presidente Bill Clinton declara oficialmente que sou uma ameaça à segurança nacional.58

No Botswana, as estatísticas apontam que estou presente em 1 de cada 4 adultos e em 4 de cada 10 mulheres grávidas.58

Vivo em 4 milhões de pessoas na Índia. Só na África do Sul estou em maior número.58

A SIDA é discutida pela primeira vez no Conselho de Segurança das Nações Unidas.50

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Bati o recorde de infecções, num só ano! No Reino Unido, foram diagnosticados 3.435 novos casos.59

Depois de vários anos a negar o facto, a China finalmente admitiu que eu sou uma ameaça para a saúde pública nacional e para a sua segurança económica.59

Jornais por todo o mundo dão destaque ao 20.º aniversário da minha primeira “aparição”.59

Stephen Kelly foi considerado culpado pelos tribunais escoceses por ter tido sexo sem protecção, apesar de saber que estava infectado comigo e assim contagiou a sua namorada. Foi a 1.ª pessoa a ser julgada na Escócia por estes motivos.59

É fundado, em Portugal, o G.A.T., Grupo Português de Activistas sobre Tratamen-tos de VIH/SIDA – Pedro Santos, uma estrutura de cooperação entre pessoas de diferentes comunidades e de diferentes organizações, afectadas pelo VIH.60

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O Fundo Mundial de Luta Contra a SIDA, Tuberculose e Malária inicia as suas operações.61

Sou considerado a principal causa de morte a nível mundial nas pessoas com ida-des compreendidas entre 15 e 59 anos.62

É aprovado o 1.º teste rápido efectuado através de picada no dedo.62

O Brasil torna-se pioneiro mundial em campanhas de prevenção sobre a doença. Surge a primeira a nível mundial contra a SIDA dirigida à comunidade masculina homossexual e aparece no mercado uma linha de preservativos com os símbolos dos clubes de futebol.63

O Instituto Nacional de Estatística em Lisboa anuncia a existência, no ano 2000, de 104,2 casos por milhão de habitantes em comparação com os 88,3 casos que se registavam em 1999. É a maior taxa da União Europeia em que a média de pessoas infectadas por mim se encontra em 25 casos por milhão de habitantes. O principal factor de transmissão em Portugal é o uso de drogas injectáveis.63

Há já, espalhados pelo mundo fora, mais de 13 milhões de orfãos por minha causa.Em partes do território do Uganda e do Malawi, 1/3 dos professores estão infecta-dos.63

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Ao longo dos últimos anos têm surgido novos medicamentos de classes já exis-tentes, mas este ano surgiu mais uma nova classe: Inibidores da entrada, que, ao contrário das anteriores, foi concebido para prevenir a minha entrada nas célu-las humanas.64

No Dia Internacional da Luta contra a SIDA, o 1.º ministro chinês Wen Jiabao aper-tou pela 1.ª vez a mão a um doente com SIDA.64

As estimativas apontam que nesta altura eu infecto 14 mil pessoas por dia, a nível mundial.64

Devo chegar já a 40 milhões de pessoas, entre elas 2.5 milhões de crianças.64

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10 milhões de preservativos foram distribuídos gratuitamente no Brasil durante o Carnaval como parte da campanha de prevenção contra a SIDA.65

A ONUSIDA cria a Aliança Global das Mulheres contra a SIDA (Global Coalition on Women and AIDS), cujos principais objectivos são informar as mulheres dos efeitos que a SIDA tem e estimular acções para a prevenção da doença.61

Neste ano é também criado, pela ONUSIDA, o acordo dos “Três Uns” (Three Ones)66

que estabelecia 3 princípios-chave para um compromisso internacional, entre na-ções, contra a SIDA :- um plano de acção conjunta que servia de base à coordenação de todos os parceiros;- uma entidade de autoridade e coordenação; - um sistema de avaliação e monitorização de cada país.

Graças a um combate mais organizado e a tratamentos mais eficazes, têm conse-guido limitar-me!

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Até 2005, mais de meio milhão de crianças morreram em todo o mundo, vítimas de doenças relacionadas com a SIDA.67

Perto de 700.000 crianças foram infectadas com o VIH.67

Foi criada a plataforma União pelas Crianças, União Contra a SIDA (Unite for Chil-dren, Unite against AIDS), uma acção global de protecção das crianças contra o meu impacto e da SIDA.61

A África Sub-Saariana é a região do continente africano mais atingida pela SIDA, com 25.8 milhões de pessoas infectadas.68

Nelson Mandela anuncia que o seu filho mais velho, Makgatho, morre com SIDA.69

É fundada, em Portugal, a SERES, uma associação sem fins lucrativos, com objec-tivos de fomentar o bem-estar, a qualidade de vida e uma (con)vivência mais inte-grada com o VIH, das pessoas seropositivas e afectadas pelo VIH/SIDA, com espe-cial incidência nas mulheres.70

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Bono Vox, vocalista dos U2, aliou-se à American Express e à Gap, Giorgio Armani e Converse, para o lançamento do Produto Vermelho (Product Red), um projecto comercial de angariação de fundos para a luta contra a SIDA em África.71

O Cartão Vermelho (Red Card) da American Express, no reverso, apresenta a inscri-ção “Este cartão destina-se a eliminar o VIH em África”.72

Um por cento do dinheiro gasto pelos consumidores através deste cartão será re-vertido a favor do Fundo Global para a Luta Contra a SIDA, Tuberculose e Malária.73

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É aprovado na Europa um novo tratamento para o VIH, que conjuga outros medi-camentos já existentes num único comprimido. Esta nova formulação permite uma simplificação na toma da medicação.74

Este medicamento foi aprovado nos E.U.A. no ano anterior.75

Dados da ONUSIDA revelam que por cada duas pessoas colocadas em tratamento, outras 5 são infectadas.76

Neste ano, segundo o relatório “AIDS epidemic update” morreram 330.000 crianças, 420.000 contraíram SIDA e 2.5 milhões de crianças estão infectadas comigo.76

A Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA (Alto Comissariado da Saúde)cria o Fórum Nacional da Sociedade Civil para o VIH/SIDA (FNSC/VIH).77

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Surge uma nova classe: Inibidores da Integrase.78

Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi são premiados com o Prémio Nobel da Medicina pela Real Academia Sueca pela minha descoberta.79

A Professora Odette Ferreira também fazia parte desta equipa.80

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Cientistas americanos descodificaram finalmente toda a estrutura do meu geno-ma, através de uma nova técnica, a qual permitiu obter pela primeira vez uma ima-gem completa dos meus nucleotídeos e da minha morfologia.81

Investigadores norte-americanos desenvolveram um novo tipo de “preservativo molecular” capaz de proteger as mulheres contra mim, segundo um estudo di-vulgado: trata-se de um gel vaginal que se torna semi-sólido em contacto com o sémen, funcionando como uma armadilha que absorve os vírus numa malha mi-croscópica e os impede de infectar as células vaginais.82

Vamos ver se resulta...

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ilustração do genoma do VIH

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Muito tem acontecido neste meu trajecto de várias décadas.

A infecção que causo é hoje possível de ser controlada e as pessoas infectadas po-dem ambicionar ter uma esperança de vida próxima à de uma pessoa não infectada.

Para melhor me controlarem e dado existirem tratamentos eficazes, seria im-portante que todas as pessoas fizessem um teste para saber se estão infectadas ou não por mim.

Não me transmito por beijos, abraços, espirros, pelo ar... Mas a falta de informação e os comportamentos de risco podem ser perigosos!

Também são preocupantes a indiferença e a exclusão das pessoas que vivem comigo!

Agora que já me conhecem melhor, tenham atenção, informem-se, não tenham comportamentos de risco, tratem da vossa saúde, protejam-se!

Que o Futuro vos sorria!

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Referências

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Ficha Técnica

Autor e Editor: Abraço, Associação de Apoio a Doentes com VIH/SIDALargo José Luís Champalimaud, n.º 4 A, 1600-110 Lisboa, Tel: 217 997 500, www.abraço.ptData edição: Novembro 2010Tiragem: 5.000 exemplaresDesign Gráfico: AddSolutionsImpressão: IDGISBN: 978-972-96002-2-7N.º depósito legal: 319584/10

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EDIÇÃO

A venda deste livro reverte para a Casa Ser Criança.

P.V.P. 10€

APOIO

ISBN 972-96002-2-7

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