Ct9p set12 - A Continela - Anunciando o Reino dos Deuses Santos

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Há muito se diz que a Bíblia condena o espiritismo. Será mesmo que isso é verdade? Se sim, por quê? Descubra a verdade mais atual sobre este tema importantíssimo.

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POR MILÊNIOS, LÍDERES RELIGIO-NISTAS TÊM MANTENDO NA MAIS

COMPLETA IGNORÂNCIA QUANTO À COMPREENSÃO BÍBLICA SEUS LEIGOS.

A QUESTÃO DO ESPIRITISMO É APENAS A PONTA DO ICEBERG

PORQUE FAZEM ISSO PERMANECERÁ UM MISTÉRIO PARA MUITOS, MAS NÃO

MAIS A NÓS, AS UNGIDAS TESTEMU-

NHAS CRISTÃS DOS DEUSES SANTOS.

O OBJETIVO DESTA REVISTA ELETRÔNICA*, A Continela, é honrar a Jeová, os Deuses santos — desde o maior até o menor Deles. (Sal

136:2) Assim como os vigias dos tempos bíblicos se postavam nas altas torres de ângulo, para dali monitorar os eventos, esta revista

nos demonstra como enxergar as verdades bíblicas de um ângulo nunca antes observado. Consola e dá entendimento da verdade a

todas as pessoas da atualidade — principiando pelas ungidas Testemunhas dos Deuses Santos — com as boas novas de que o Reino

dos Deuses Santos em breve acabará com as mentiras e enganos religiosos e toda a maldade da terra, transformando-a num belo

paraíso. Incentiva a fé em Jesus Cristo, um Deus santo que morreu para que pudéssemos ter vida feliz e sem fim, sob o Reino do qual

ele é o principal dos reis. (Is 9:6; Jo 1:1, 18; Fil 2:6) Essa revista, que é publicada ininterruptamente pela Associação das Testemunhas

dos Deuses Santos desde 2012, não é política, (embora tenha autorização para abordar temas relacionados) adere às Escrituras Sagra-

das e às ciências humanas como autoridades. No entanto, nunca infringirá a “regra básica” bíblica, conforme 1Co 4:6. Adere também à

evolução da vida – de todas as espécies – como uma verdade perfeitamente apoiada pela Bíblia. — Gên 2:7.

A menos que haja outra indicação, os textos citados são da moderna Tradução dos Deuses Santos das Escrituras Sagradas com Referências.

*Não será publicada em papel. Nenhuma árvore será derrubada. Não ‘arruinaremos a Terra.’ — Re 11:18.

CONTINELA® ANUNCIANDO O REINO DOS DEUSES SANTOS

Número de assinantes: 015.967 EM 001 IDIOMA ct9P SETEMBRO DE 2012 A

ASSUNTOS DE CAPA

03 – Uma Crença Popular

04 – Espiritismo – o que é e Quão Poderosa é

sua Atuação?

06 – Espiritismo Cristão – o que é? É Mesmo

Possível?

11 – Espiritismo – Por Que Não?

SEÇÕES REGULARES

- CONHECENDO O LIVRO DE ENOQUE – PARTE IX

- COMO ENTENDER JÓ 26:7?

Será que, por ocasião de nossa morte, há um espí-

rito que sai vivo? Isso é o que descobriremos aqui!

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Uma

crença

“O sonho certamente chega por cau-sa da abundância de ocupação.”

— Eclesiastes 5:3, TNM.

Certamente, devido às abundantes ocupações que os homens têm tido na terra — sobretudo em imaginar o improvável —, concebe-se crenças que não aparenta ser algo do mundo da razão, mas dos domínios apenas dos sonhos, da ficção. O espiritismo, por exemplo, que é tido como uma expressão da religiosidade do povo e que tem como princípio fundamental a crença na indestrutibilidade do espí-rito humano, concebeu uma “ocupa-ção” nada fácil de compreender-se com os mecanismos da razão: a cren-ça da comunicação com os espíritos das pessoas que já morreram.

Para os adeptos do espiritismo, ao morrermos, nosso espírito vaga por lugares áridos (num mundo espiritu-al), mas que, ao serem ‘chamados’, respondem. Isto é mesmo possível? Quão real isto é? De onde vem o espi-ritismo com suas crenças? A Palavra dos Deuses santos as apoia? Devemos praticar o espiritismo? Milhões de cristãos têm dito que não, que não se deve praticá-lo. Mas por que não?

Pretendemos aqui, conforme verão, responder a estas e a outras pergun-tas.

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“O Espiritismo nos ensina que somos espíritos imortais e quer estejamos na ter-ra, quer no mundo espiritual, trabalhamos ativamente para alcançar a perfeição.”

— Severino Celestino da Silva, médium espírita.

O QUE É E QUÃO PODEROSA É SUA ATUAÇÃO?

ESPIRITISMO não é algo tão fácil de ser explicado ou mesmo de ser compreendido. Isto se dá devido ao simples fato de que não existe uma só forma de crença espírita, tampouco é de se esperar que todas as centenas de versões espíritas sejam coe-rentes no que praticam ou ensinam. Pode-se definir espiritismo como “crença de que uma parte espiritual dos seres humanos sobrevive à morte do corpo físico e que este vai para um novo mundo — o mundo dos espíritos —, e que, uma vez vivendo ali, pode comunicar-se com os vivos daqui, em geral, por meio de uma pessoa que atua como médium espírita; um profissional da mediunidade.” Há formas de espiritismo do “leve” ao “forte”; da exploração do horóscopo ao curandeirismo e adivinhação; das práticas do ocultis-mo, da magia negra e da “magia branca”. Um aspecto curioso do espiritismo é que há um ramo dele que, segundo afirmam seus adep-tos: “é espiritismo cristão”. Não importam as diferenças! Todas as formas de espiritismo basei-am-se no seguinte ponto em comum: o contato com os espíritos de pessoas já falecidas. Será que tudo isso é mesmo possível? Veremos.

O “O Espiritismo é

uma ciência que

trata da nature-

za, origem e des-

tino dos Espíri-

tos, bem como

de suas relações

com o mundo

corporal.” — Al-

lan Kardec em O

que é o Espiri-

tismo

— Preâmbulo.

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A influência do espiritismo sobre os

poderosos.

Fernando Collor de Mello: Político, jornalista, econo-

mista, empresário e escritor brasileiro, tendo sido

prefeito de Maceió (1979/1982), governador de Ala-

goas (1987/1989), deputado federal (1982/1986), 32º

presidente do Brasil, (1990/1992), e senador por

Alagoas (2007/ até a atualidade). Impitimado da

presidência após dois anos no poder por ter engana-

do o povo.

José Ribamar Ferreira Araújo da Costa Sarney: Polí-

tico e escritor brasileiro, membro da Academia Brasi-

leira de Letras, tendo sido o 31º Presidente do Brasil,

(1985/1990), Governador do estado do Maranhão

(1966/1971), e Presidente do Senado Federal

(1995/1997, 2003/2005, 2009/ até a atualidade).

O que estes dois homens têm em comum além, claro,

de serem nomes do poder político brasileiro? Os dois

buscam no espiritismo — sobretudo na espécie de

espiritismo da macumbaria e magia negra — ‘aconse-

lhamento’ para permanecer no poder.

Visto que, aparentemente, as macumbas do Collor

não deram certo da primeira vez, ele tem procurado

os ‘conselhos’ de Sarney, que recebe “conselhos” do

“comendador dos poderosos”, mestre Bita-do-Barão

que, por sua vez, recebe conselhos dos espíritos.

(Assim como Bita-do-Barão “aconselha” Sarney, este aconselha Collor atualmente)

Por que tanto interesse no espiritismo? O fascínio pelo espiritismo é observado em todo o mundo. Em muitos países é comum ob-servar-se que os livros que demonstram como falar com os mortos figuram entre os mais vendidos. No Brasil, maior produtor de novelas do mundo, observa-se que as que mais audi-ências dão são as que apresentam o tema do espiritismo. Para muitos que vivem na África, o espiritismo é tão comum quanto barganhar numa feira de rua. Nos bastidores do poder político, sessões psíquicas e espíritas entusiasmam políticos e empresários, que pagam altos preços por con-sultas. Assim, com a ajuda do espiritismo onde esteve envolvido o demonismo, sacrifícios de animais e magia negra, Fernando Collor de Mello foi eleito Presidente do Brasil em 1990. Inclusive, conforme revelações recentes de sua própria esposa, Rosane Collor Fantástico, (na verdade já estão separados a 7 anos) ‘ele teria subido a rampa do Planalto Central acompa-nhado por um espírito — alegadamente um espírito de um demônio — incorporado numa mulher ligada às práticas espírita’. Ao verem as imagens expostas, os brasileiros não tiveram dúvidas: o relato de Rosane mostrou-se verídi-co. O demônio estava mesmo lá! Outro nome bem conhecido no poder políti-co brasileiro é Sarney. Este também, como o precedente, foi presidente do Brasil. Consta que este senhor sempre esteve envolvido com as práticas espíritas da umbanda e da magia negra. Não é nenhum segredo que o conheci-do macumbeiro Mestre Bita-do-Barão, tereco-seiro de Codó, município do Maranhão, é o “Pai de Santo”, não só de Sarney, mas de toda a família Sarney. Este médium, inclusive, é tido como o “Babalaorixá dos Poderosos”. Por que tanto interesse por parte dos poderosos ho-mens da política no espiritismo? ‘Poder, rique-zas e prestígio — este é o objetivo do envolvi-mento dos poderosos com o espiritismo’, disse Rosane Collor, ela mesma uma macumbeira.

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Roseana Sarney: Em macumba pro- movida por Bita-do-Ba- rão, em Codó, no Maranhão. Bita-do-Barão é praticamente o dono de toda a cidade. Em sua casa cabem, bem acomodadas, mais de 500 pessoas. Bita-do-Barão: Praticante do espiritismo e Pai-

de-santo dos poderosos da política brasileira.

O QUE É? É MESMO POSSÍVEL? “Só quem não conhece o Espiritismo pode fazer tal afirmativa ([de que “o espiritismo não é bíbli-

co”]). Os postulados da Doutrina Espírita são todos baseados em princípios cristãos. O Espiritismo

complementa o Cristianismo. . . . Toda a prática espírita é . . . dentro do princípio do Evangelho. . .

. É a moral cristã, ditada pelo Cristo, o maior espírito que habitou o nosso planeta.

“O Espiritismo nos ensina que somos espíritos imortais e quer estejamos na terra, quer no mundo

espiritual, trabalhamos ativamente para alcançar a perfeição. O Espiritismo respeita todas as reli-

giões, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização entre todos

os homens. . . . O Espiritismo nos demonstra que a justiça divina é rigorosamente cumprida, ha-

vendo recompensa para os bons e cobrança para os maus”.

— Severino Celestino da Silva, adepto do espiritismo, teólogo e professor universitário paraibano.

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Brasília tornou-se, embora que por apenas dois anos, um terreiro de macumba e magia negra. Foi na Casa da Dinda, uma residência escolhida como o epicentro para a comunica-ção com o “mundo espiritual”, que Collor im-plantou seus guias e aparatos de macumbaria. Aparentemente, os métodos de Collor não deram certo. Ele foi impitimado do poder dois anos após sua posse. Sua atuação como presi-dente da República brasileira, de apenas dois anos, mostrou-se um desastre total. Seja co-mo for, Collor agora está disposto a acertar. Voltou ao poder político como Senador de Alagoas e, como medida de cautela, tem rece-bido conselhos de nada menos que o Presiden-te do Senado brasileiro, ele mesmo: José Sar-ney! Este, por sua vez, é aconselhado pelo ‘Guru-comendador’ — Mestre Bita-do-Barão. Por último, este afirma receber informações e ajuda de um ou mais ‘espíritos’ dos que já se foram. Mas, retornando ao assunto do chama-do ‘espiritismo cristão’, conforme falado aci-ma, perguntemos: será mesmo possível sua existência? Vejamos.

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Allan Kardec nasceu em

1804, e ficou conhecido por

ser um homem muito culto e

figura eminente à sua época.

Iniciou sua dedicação aos

fatos espíritas aos 50 anos

de idade, em 1854. Céptico,

a princípio, descobre, po-

rém, nessa época as leis que regem o mundo dos espíri-tos. Por muitos considerado

o Pai do Espiritismo, não o

foi, mas sim, o Codificador

da Doutrina Espírita (ou

espiritismo). Ao morrer,

deixou várias obras.

raticar o espiritismo pode consistir des-de magia negra, como vimos, a buscar presságios. Uma forma popular de espi-

ritismo é a adivinhação — tentar conhecer o futuro ou o desconhecido com a ajuda tam-bém dos espíritos. Entre as formas de adivi-nhação incluem-se a astrologia, a consulta a bolas de cristal, a interpretação de sonhos, a quiromancia e a leitura da sorte com as cartas do tarô. Há, porém, uma forma de espiritismo que jura ser baseada inteiramente nas Escritu-ras Sagradas — conhecido como “espiritismo cristão”. Isto é mesmo possível? O Brasil tem a maior população católica-romana da Terra, mas, “milhões de fiéis acen-dem velas em mais de um altar e não veem nenhuma discrepância nisso”, disse um pes-quisador. A revista Veja publicou que 80% dos macumbeiros no Brasil são católicos batizados que também assistem a missas. Visto que mesmo padres participam em sessões espíri-tas, não é de se admirar que seus fiéis façam o mesmo. Eles têm achado que a orientação vinda dos espíritos é da parte dos Deuses san-tos. Mas, é mesmo?

O criador do “espiritismo cristão” Hippolyte Léon Denizard Rivail, um educador e filósofo francês do século 19, foi quem escre-veu sob o nome de Allan Kardec. Kardec pas-sou a interessar-se pelos fenômenos espíritas em 1854. Mais tarde, fez perguntas a médiuns em muitos lugares e registrou as respostas em O Livro dos Espíritos, publicado em 1857. Duas outras obras que ele escreveu são O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo. O espiritismo tem sido associado com práti-cas religiosas tais como macumba, feitiçaria, magia e satanismo. No entanto, os que se-guem os ensinos de Allan Kardec dizem que suas crenças são diferentes. Suas publicações muitas vezes citam a Bíblia, e eles chamam a Jesus de “guia e modelo para toda a Humani-dade”. Dizem que os ensinos de Jesus são “a

expressão mais pura da Lei [dos Deuses]”. Allan Kardec encarava os escritos espíritas como a terceira revelação da lei dos Deuses para a humanidade, as primeiras duas sendo os ensinos de Moisés e os de Jesus. O espiritismo atrai muitos porque destaca o amor ao próximo e obras de caridade. Uma crença espírita é: “Fora da caridade não há salvação.” Muitos espíritas se empenham em obras sociais, patrocinando hospitais, escolas e outras instituições. Esses esforços são elogiá-veis. No entanto, cristãos preocupados têm questionado se essas crenças são mesmo ‘comparáveis com os ensinos de Jesus’, con-forme registrados na Bíblia. Vejamos dois exemplos: a condição dos mortos e se há pos-sibilidade de comunicações com tais.

A condição dos mortos segundo

o espiritismo? Muitos espíritas creem na reen-carnação. Uma publicação espíri-ta declara: “A doutrina da reen-carnação é a úni-ca que corres-ponde à ideia que formamos da justiça [dos Deu-ses]; é a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperan-ças.” Os espíritas explicam que o “espírito encar-nado”, quando na morte de um homem, deixa o corpo — igual a uma borboleta

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Reencarnação é o mesmo que Ressurreição.

Como isso é possível? Líderes religionistas

jamais admitirão esse novo ajuste no en-

tendimento, mas isso de modo algum nos

deve surpreender. Eles não aceitam nada

que o espírito inspire a outros crentes a

não ser a eles. Entretanto, nós, Testemu-

nhas dos Deuses Santos, não tememos a

verdade dos fatos. Pelo contrário! Encara-

mos corajosamente as mudanças para nos

atualizarmos com as verdades bíblicas para

nosso tempo!

Durante o seu ministério terrestre, Jesus

devolveu a vida a três pessoas — o filho

duma viúva em Naim, a filha do presidente

de uma sinagoga e o seu amigo íntimo, Lá-

zaro. (Marcos 5:22-24, 35-43; Lucas 7:11-

15; João 11:1-44) É evidente que neste

caso esteve envolvido apenas a ressurrei-

ção, uma vez que Jesus ‘devolveu o espíri-

to’ ao mesmo corpo que havia morrido. Já

no caso de “todos os que estão nos túmulos

memoriais” e que futuramente ‘ouvirão a

voz do Cristo’ dizendo “levante-se”, signi-

ficará que voltarão à vida num novo corpo

físico, (pois o anterior já não existe mais)

e, portanto, aquele ato milagroso constitui-

rá em uma ressureição e também reencar-

nação. Assim, todos os espíritos dos que

morreram (morre a carne, mas o espírito

‘volta para os Deuses’), aguardam o dia em

que ganharão um novo corpo carnal — uma

reencarnação e também ressurreição.

Este entendimento ajustado à verdade é

plenamente defendido nas Escrituras e

pela racionalidade humana, conforme pode-

rão constatar por ler os textos bíblicos

aqui sugeridos. Isso tudo significa, tam-

bém, que os líderes religionistas cristãos

não precisarão mais ensinar seus leigos a

evitar seus semelhantes espíritas.

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que sai do casulo. Eles acreditam que esses es-píritos reencarnam mais tarde como humanos para expurgar os pecados cometidos numa vi-da anterior. Mas não há lembranças desses pe-cados anteriores. “[Os Deuses consideraram] conveniente lançar um véu sobre o passado”, diz O Evangelho Segundo o Espiritismo. “Negar a reencarnação é renegar as palavras de Cristo”, escreveu Allan Kardec. Entretanto, Jesus não usou a palavra “reencarnação”, mas falou de ressurreição. A ressurreição, porém, pode perfeitamente ser o mesmo que a reen-carnação. Como? Essa é uma nova luz da parte de Jeová. (Veja o quadro: Reencarnação é o Mesmo que Ressurreição, ao lado) Mas, qual é a condição dos que morreram, mas que ainda não ressuscitaram? Seu espíri-to, como creem os espíritas, continua a existir? Pode ele comunicar-se com os vivos? Temos algo dentro de nós que sobrevive à morte do corpo e permanece imortal em alguma parte? Afinal, qual a condição dos mortos? A confu-são em torno disso não é nada nova. Desde os primórdios da humanidade o homem tem se perguntado sobre o que acontece conosco quando morremos. Jeová, nossos Criadores amorosos, porém, sempre estiveram interes-sados em nos fazer saber a verdade sobre isso — e de fato fizeram isso. Eles forneceram, em meio às páginas de “toda a Escritura”, as res-postas certas a todas estas perguntas. — 2 Ti-móteo 3:16.

A condição dos mortos segundo religionistas Entretanto, não é fácil assimilarmos a verda-de acerca disso hoje, uma vez que religionistas presunçosos deturparam a verdade com seus ensinos inventados. (Deuteronômio 18:20, 21) Por exemplo, os Corpo dos Governantes das Testemunhas de Jeová interpretam que ‘não há a mínima possibilidade de comunicação com os espíritos de pessoas que já morreram, uma vez que, ao morrermos’, afirmam, ‘nada sobrevive à morte’. Mas é isso mesmo o que di-

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zem as Escrituras? Não raro, os veículos de comunicação dos do Corpo dos Governantes com o mundo — as re-vistas e demais publicações da Torre de Vigia — citam o seguinte texto como base de suas afirmações: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação. sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensa-mentos.” — Salmo 146:3, 4, TNM. Junto à citação, também inserem uma expli-cação do tipo: “Quando aqui diz que ‘perecem deveras os seus pensamentos’, quer dizer que o espírito cessa; evapora; deixa de existir.” Es-sa evasiva, porém, não explica a curiosa afir-mação: “Então [quando morremos] o pó [nos-so corpo carnal] retorna à terra, assim como veio a ser, [mas] o próprio espírito retorna aos Deuses que o deram.” Logicamente, ‘os pen-samentos que perecem’, não são os relaciona-dos ao espírito — tampouco é o próprio espíri-to — mas são os pensamentos do cérebro, pois o próprio cérebro verdadeiramente cessa de vez. — Eclesiastes 12:7. Ademais, numa tentativa de fazer os textos dizer algo diferente, é de praxe os do Corpo dos Governantes fazerem aqui uma ilustração usando a chama de uma vela. Dizem que, ‘as-sim como a chama se apaga e não vai pra lugar algum, assim acontece com o espírito’.* No en-tanto, o “espírito dos Deuses santos”, que ins-pirou Salomão, discorda desse método. Como podemos lê: o homem que fora dotado de sa-bedoria extraordinária, Salomão, explanou so-bre uma verdade que estes religionistas ne-gam-se a acreditar e a aceitar. A Verdade é que temos um espírito dentro de nós e que, ao ________ *A revista A Sentinela de 15 de janeiro de 2007, na página 24 e parágrafo 17, diz: “O que a Bíblia diz a respeito desse assunto é simples e claro: os mortos não continuam a viver em nenhum lu-gar. Não existe nada que deixe o corpo por ocasião da morte e sobreviva . . ., como afirmam os que acreditam [nisso]. Podemos ilustrar isso da seguinte maneira: a nossa vida é como a chama de uma vela. Quando a chama se extingue, ela não vai para ne-nhum lugar. Ela apenas acaba.”

morrermos, nos deixa, ‘retornando aos Deu-ses, que o deram a nós’. Salomão não concor-da que o espírito deixa de existir, “se apaga”, como a chama de uma vela. De acordo com ele, o corpo realmente morre, deixa de existir, pois se decompõe no solo. Mas o nosso espíri-to “retorna aos Deuses”. Como pode algo que “deixa de existir” retornar ao seu local de ori-gem? Zacarias 12:1, esclarece que os Deuses foram quem “formaram o espírito do homem no seu íntimo.” Embora nossa vida seja susten-tada pela respiração, ou “fôlego de vida” que Eles ‘sopraram em nós’ por ocasião de nossa criação, no princípio, há uma ligeira diferença entre este fôlego e o espírito. — Veja Jó 34:14; Isaías 42:5; Gênesis 2:27.

A condição dos mortos segundo a Bíblia Então, será possível a comunicação entre espíritos e viventes? Sim, é possível. Tanto é possível que há até exemplos disso escritos na Bíblia. Um desses exemplos é o que está regis-trado no livro de Samuel. A Bíblia registra que uma médium espírita, ao ser consultada pelo rei Saul, o primeiro rei de Israel, ‘trouxe o espí-rito de Samuel’ a Saul. O relato garante que Samuel, tendo ‘subido’, verazmente, ‘falou com Saul’. Leiamos Samuel 28: 3-19: “Ora, o próprio Samuel havia morrido, e todo o Israel passara a lamentá-lo e a enterrá-lo em Ramá, sua própria cidade. Quanto a Saul, tinha removido do país os médiuns espíritas e os prognosticadores profissionais de eventos. Subsequentemente, os filisteus reuniram-se, e vieram e acamparam-se em Suném. . . . Quan-do Saul chegou a ver o acampamento dos filis-teus, ficou com medo e seu coração começou a tremer muito. Embora Saul indagasse de Jeo-vá, Jeová nunca lhe respondia, nem por so-nhos, nem por Urim, nem pelos profetas. Fi-nalmente, Saul disse aos seus servos: ‘Procu-rai-me uma mulher que seja dona de mediuni-dade espírita, e eu irei ter com ela e a consulta-rei.’ Seus servos disseram-lhe então: ‘Eis que

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há em En-Dor uma mulher que é dona de me-diunidade espírita.’ Saul disfarçou-se, portan-to, e vestiu-se de outras roupas e foi, ele e dois homens com ele; e foram ter com a mulher à noite. Ele disse então [a ela]: ‘Por favor, use de adivinhação para mim por meio da mediuni-dade espírita e faze-me subir aquele que eu te indicar.’ . . . A isto a mulher disse: ‘[O espírito de] quem te farei subir?’ Então ele disse: ‘Faze-me subir [o espírito de] Samuel.’ Quando a mulher viu [o espírito de] Samuel, começou a clamar ao máximo da sua voz; e a mulher pros-seguiu, dizendo a Saul: ‘Por que me lograste, sendo tu o próprio Saul?’ Mas o rei lhe disse: ‘Não tenhas medo; mas o que vês?’ E a mulher prosseguiu, dizendo a Saul: ‘Vejo [o espírito de] um Deus subir da terra.’ Ele lhe disse ime-diatamente: ‘Qual é a sua figura?’ a que ela disse: ‘É [o espírito de] um homem idoso que está subindo, e ele mesmo se cobriu com uma túnica sem mangas.’ Em vista disso, Saul reco-nheceu que era Samuel, e ele passou a inclinar-se com o seu rosto para a terra e a prostrar-se. E [o espírito de] Samuel começou a dizer a Sa-ul: ‘Por que me inquietaste, fazendo-me subir?’ A isso Saul disse: ‘Estou num sério aperto, vis-to que os filisteus estão lutando contra mim, e os próprios Deuses se retiraram de mim . . .; de modo que te estou chamando para que me deixes saber o que devo fazer.’ E [o espírito de]

Samuel prosseguiu, dizendo: ‘Então por que indagas de mim, quando os próprios [Deuses,] Jeová, se retiraram de ti e mostram ser teu adversário? E Jeová fará para si exatamente como falou por meu intermédio [quando eu vivia]. . . .Visto que não obedeceste à voz de Jeová e não executaste a ira ardente deles contra Amaleque, por isso é esta a coisa que Jeová te fará certamente neste dia. E Jeová entregará também Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo. Até mesmo o acampamento de Israel entregarão Jeová na mão dos filisteus.’ Nisso Saul caiu prontamente estendido por terra e ficou com muito medo por causa das palavras [ditas pelo espírito] de Samuel.”

Religionistas obscurecem a verdade Líderes religionistas, numa tentativa de es-caparem pela tangente da verdade — verdade esta claramente expressa neste texto sucinto — dizem que quem falou com Saul não foi o espírito de Samuel, mas um “demônio”. No entanto, o relato apoia essa ideia obscena? Consta algo parecido em “toda a Escritura”? Definitivamente não. Assim, nem mesmo as aspas (“”) inseridas no nome Samuel na Tradu-ção do Novo Mundo, pelos do Corpo dos Go-vernantes das Testemunhas de Jeová, é acei-tável. Antes, constitui um claro indício de que ‘não respeitam a regra’, conforme salientou o apóstolo Paulo: “Não vades além das coisas que estão escritas” na Bíblia. (1 Coríntios 4:6) Diante disso, a possibilidade de se comunicar com os espíritos dos que já morreram, é garan-tida nas Escrituras.* (João 11:43) No entanto, há alguma razão pela qual não se deva praticar o espiritismo? Se sim, qual? ________ * Outros relatos também curiosos é o aparecimento dos espíri-tos de Elias e de Moisés na Transfiguração de Jesus e quando as Escrituras associaram João, o Batizador, como estando com o “espírito de Elias”. (Marcos 9:4; Malaquias 4:5; Mateus 11:14) Jeová são “os Deuses (Hebr.: ’Elo·héh, plural.) dos espíritos de toda sorte de carne”. Eles, portanto, permitem essa comunica-ção. — Números 16:22, n TDS; 27:16; Enoque 36:4; 39:1.

De acordo com a Bíblia, Saul comu-

nicou-se com o espírito do profeta

Samuel, que “subiu” ao ser chamado

pela médium espírita

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POR QUE NÃO?

“Todo aquele que [pratica o espiritismo] é algo detestável para Jeová” — Deuteronômio 18:12

MBORA tenhamos descoberto aqui que, biblicamente, é possível a comunicação entre dois mundos — o mundo material

com o imaterial — temos algumas razões para não fazermos isto como cristãos. Não, os mo-tivos não são os argumentados por líderes e governantes religionistas ignorantes, que, ao citarem dois textos bíblicos bem conhecidos, acrescentam seus engodos pessoais. Por exemplo. Citando Eclesiastes 9:5, que, con-forme a NVI diz: “Pois os vivos sabem que mor-

rerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles.” É claro que este texto, ao descrever os que estão “mortos”, os que “nada sabem”, fala apenas do corpo carnal do homem, que morre. O espírito, porém, como aprendemos, ‘retorna vivo aos Deuses santos’. O processo é compa-rado a um celular quando fica danificado e seu dono retira o chip para, depois, implantá-lo em um aparelho novo que adquirirá mais tarde na

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loja. O nosso “chip” — nosso espírito — é reti-rado pelos Deuses quando nosso corpo morre. A partir de então ele passa a ser “guardado”, pa-ra, num momento oportuno, ser “implantado” num novo corpo — reencarnando-o, na ‘ressur-reição dos justos e dos injustos’. (Atos 24:15) Isto sucederá durante os primeiros mil anos de reinado dos Deuses santos sobre este planeta — Mateus 6:9, 10; Revelação [Apocalipse] 20:4, 7. Um segundo motivo errôneo, apontado pelos líderes ébrios para rejeitarmos todo tipo de es-piritismo, é o fato de Paulo ter alistado as “prá-tica de espiritismo” entre as obras da carne, conforme podemos ler em Gálatas 5:20. Ora, o apóstolo não falava do tipo de espiritismo pra-ticado hoje pelos Kardecistas. Por que não? Uma nota da Tradução dos Deuses Santos com referências sobre esta expressão, indica que o termo usado por Paulo pode ser vertido por “drogaria; drogueamento”, do grego “far·ma·kí·a”. Veja também Revelação (Apoca-lipse) 21:8 n.: “espiritismo”. Assim, o tipo de espiritismo abordado por Paulo é o do tipo que emprega drogas alucinó-genas; também drogas pesadas, ilegais ou proi-bidas,* em suas práticas de feitiçaria. Os prati-cantes do Kardecismo, como se sabe, não se drogam. Então, qual seria um motivo válido para rejeitarmos toda forma de espiritismo?

Espiritismo — por que não Dito de forma bem simples, mais direta: de-vemos rejeitar todo tipo de espiritismo — mesmo o do tipo “limpo”, como o Kardecismo — pela simples razão de que Jeová, os Deuses santos, ‘detestam-nos’. E por que Eles detesta-riam o espiritismo, mesmo o Kardecista? Eles ‘detestam quem consulta — ou inquieta — os mortos’, afirma a Palavra Santa Deles. Veja o quão incisivos são: “Quando tiveres entrado na terra que Jeová, teus Deuses, te dá, não deves ________ *Dentre as muitas práticas espíritas que envolvem drogas, ci-tamos o uso do alucinógeno Ayahuasca, ou “santo daime”.

aprender a fazer conforme as coisas detestá-veis dessas nações. Não se deve achar em ti alguém que . . . empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure pressá-gios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognos-ticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos.” Por que não? “[Porque] todo aquele que faz tais coisas é algo detestá-vel para Jeová, e é por causa destas coisas de-testáveis que Jeová, teus Deuses, as expulsa de diante de ti.” A pessoa que pratica qualquer tipo de espiritismo se torna “impuro” e os Deu-ses ‘viram as costas’ para tais. — Levítico 19:31; 20:6 Ademais, como vimos no caso de Samuel e Saul, o próprio espírito de Samuel queixou-se de que Saul o havia ‘inquietado’. Este pequeno detalhe diz muita coisa. Os nossos espíritos, ao desencarnar na morte, ‘retorna aos Deuses’ para entrar num lugar de quietude. Não é cor-reto tirá-los desse estado, inquietando-os. Só Jeová têm esse direito. Obviamente foram eles quem ‘inquietaram’ o espírito de Moisés e de Elias, fazendo-os ‘subir’ até onde estava o Messias, no “monte santo”. (Lucas 9:28-30; 2 Pedro 1:18) Afora Eles, todos os que pedem e os que fazem tais coisas “é algo detestável para Jeová”.

DEVEMOS EVITAR

TERMINANTE-

MENTE QUAL-

QUER TIPO DE

ESPIRITISMO

PELA SIMPLES

RAZÃO DE QUE

PRATICÁLO “É

ALGO DETESTÁ-

VEL PARA JEOVÁ”.

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ONFORME conclusões de artigos ante-riores desta série, Enoque profere suas palavras condenatórias contra os ho-

mens e mulheres ímpios de seus dias. Mas, como também deduzimos acertadamente, elas ainda estão vivas e devem ser proferidas contra os ímpios da atualidade. Foi assim tam-bém com os apóstolos do Senhor, que, estan-do eles de posse do livro de Enoque, foram inspirados a proferir as mesmas condenações que Enoque proferiu, só que aos ímpios do primeiro século. Mas quem são os ímpios de hoje? Como os identificamos? — Judas 4, 14-16.

Um Filho do Enoque destinado a julgar e ex-terminar da terra os ímpios

Diferentemente dos apóstolos, que eram inspirados, ou de Enoque, o profeta que “an-dou com os Deuses” numa aeronave, (Gênesis 5:24; Enoque 13:8-11; 37:3) nós não temos essa capacidade especial para apontar quem são os atuais ‘murchos de coração’, ou ímpios. Só os Deuses santos — especialmente o Deus-Juiz designado, Jesus, é quem tanto sabe quanto ‘fará uma separação destes homens e mulhe-res semelhantes a cabritos e das suas ovelhas’.

Isso se dará quando ele vier em sua presença régia, “com poder e grande glória”. (Mateus 24:30) “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os [demais] Deuses, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros assim como o pas-tor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita [do favor], mas os cabri-tos à sua esquerda [do desfavor, para o exter-mínio].” (Mateus 25:31-33) Assim, podemos ter a plena certeza que este poderoso Deus, es-tando revestido da “autoridade” de um Jeová, fará o julgamento perfeitamente justo, aca-bando cabalmente com toda a impiedade da terra. — Salmos 37:20, 39, 40; Mateus 7:29; 28:18; Judas 25; João 5:22; Atos 17:31; 2 Timó-teo 4:1. Sim, quando o “Filho do homem” vier, não haverá mais lugar para os ímpios neste plane-ta. (Provérbios 2:21, 22) Será o tempo do re-torno dos justos ao paraíso e às árvores da vida. Até mesmo os espíritos dos justos que ‘dormem’ serão trazidos de volta numa reen-carnação, ou ressurreição. (Salmos 37:29; Atos 24:15; 1 Tessalonicenses 5:9; Revelação [Apo-calipse] 21:1, 2) Que perspectivas maravilhosas

C

SUA LEITURA E ESTUDO DA

BÍBLIA

“Mas tu resistes impacientemente. Não cumpres os mandamentos

dos Senhores, mas és transgressor deles, caluniador dos Altíssimos.

Malditas são as palavras em tua boca poluída contra suas Majesta-

des. Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo. Portanto,

teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida findarão; execra-

ção incessante se multiplicará para ti, e não obterás misericór-

dias.” — Enoque 6:4-6.

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o Filho do homem nos tra-rá! Naquele tempo “ne-nhum residente dirá: ‘es-tou doente’ [pois] o povo que [viverá no paraíso] se-rão os a quem se [perdoa-rá] seu erro.”, profetizou Isaías. — Isaías 33:24. Uma particularidade cu-riosa no título dado ao Se-nhor Jesus — “Filho do homem” —, é que, no he-braico, um dos termos usado é “ben-ʼenóhsh” sig-nificando “Filho de Eno-que”. Isto é bastante signi-ficativo, uma vez que, de duas maneiras, Jesus as-semelhava-se a seu pai, genealogicamente falan-do! — Mateus 3:37.

1. Jesus pregou uma mensagem de jul-gamento contra os ímpios de seus di-as, os que viviam nos últimos dias do sistema judaico de coisas. Foi bem se-melhante ao que Enoque fez aos ím-pios pré-diluvianos.

2. Enoque esteve na residência dos Deu-ses e foi comissionado por eles a pre-gar uma mensagem aos anjos, as “sen-tinelas”, pecadores, condenando suas ações ímpias. Jesus, que ‘veio dessa residência’ pregou a estes mesmíssi-mos “espíritos”, embora, diferente da mensagem de seu pai Enoque, pregou uma mensagem de ‘paz e de reconcili-ação’ destes com os Deuses santos.*

Concordemente, o Senhor teve a quem imitar, ou puxar: a seu ‘pai Enoque’. Portanto, foi devi- ________ *Para mais informação sobre esse assunto, queira acessar o blogue do apóstolo, Estudo Pessoal de uma Testemunha de Jeo-vá, e ler as seguintes postagens: “Boas Novas aos Anjos Pecado-res”; “Boas Novas aos Anjos Pecadores II” e “Jesus Apareceu a Anjos – Quando e Quão Significado Isto é?”

vemos denunciá-los duramente. Enoque disse: “Tu resistes impacientemente. Não cumpres os mandamentos dos Senhores, mas és transgressor deles, caluniador dos Al-tíssimos.” Enoque não proferiria palavras as-sim a pessoas que nada tinham que ver com Jeová. Certamente era aos que se diziam servir a Eles que Enoque proclamou essas condena-ções em primeiro plano. Quem eram os que ‘não cumpriam os mandamentos’ de Jeová? Falando sobre os feitos daquele Deus que “seduziu Eva”, Gadrel — mais conhecido como Satanás, o Diabo — Enoque disse: “Ele . . . des-cobriu aos filhos dos homens os instrumentos de morte: o casaco de malha, o escudo, e a espada para matança; todo instrumento de morte para os filhos dos homens. Estas coisas derivaram de suas mãos para os habitantes da terra daquele período em diante.” (Enoque 67:7, 8) Segundo Gênesis, Tubalcaim, filho de Zilá com Lameque (não o descendente de Se-te, mas de Caim), tornou-se o “forjador de toda sorte de ferramenta de cobre e de ferro.”

Milhares de pessoas estão sendo atraídas à Associação das Testemunhas dos Deuses Santos com o único objetivo de garantir serrem contadas como uma das “ovelhas” do Senhor Jesus. Estas serão preservadas, enquanto que os “cabritos”, exterminados.

do a estas semelhan-ças que, mais tarde, Jesus, o Filho de um dos Deuses santos, veio também a ser chamado de “Filho de Enoque”, (ben-ʼenóhs-h) ou “Filho do ho-mem”.

Os ímpios modernos e as pragas a eles

declaradas O fato de não po-dermos apontar quem são, hoje, os ímpios, os “murchos de cora-ção”, não elimina ou mesmo minimiza o fato de que eles exis-tam. Certamente, de-

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(Gênesis 4:22) Desse modo, podemos afirmar categoricamente que os descendentes de Caim, sob a influência do Caluniador dos Deu-ses santos, deram origem à violência em série na terra. Não era de se estranhar, afinal, Caim, o pai deles, fora o primeiro assassino da histó-ria. Todos os assassinos e violentos da atualida-de, são, por excelência, os ímpios, os “murchos de coração”. Eles não ‘cumprem os manda-mentos e leis dos Senhores. Mas são trans-gressores deles’ — de fato nem podem cum-prir. Os maiores mandamento, conforme citou Jesus, são: ‘amar aos Deuses santos e ao pró-ximo’. (Mateus 22:34-39) Quem anda na vio-lência, tirando a vida de outros e portando ar-mas para esse fim, não pode estar amando ninguém. “Todo aquele que nasceu dos Deuses não es-tá praticando pecados, porque a semente re-produtiva Deles permanece em tal, e ele não pode praticar pecados, porque nasceu dos Deuses. Os filhos dos Deuses e os filhos dos Diabos evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aquele que não está praticando a justiça não se origina dos Deuses, nem aquele que não ama seu irmão. Porque esta é a mensagem que ou-

vistes desde o início, que devemos ter amor uns pelos outros; não como Caim, que se originou do iníquo e que matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas próprias obras eram iníquas, mas as de seu irmão eram justas.” (1 João 3:9-12) Os as-sassinos e violentos são descendentes de Caim, por natureza, e filhos dos Diabos, no espírito. “Ai deles, porque foram pela vere-da de Caim”, disse Judas, que estudava o li-vro de Enoque, sobre os ímpios de seus di-as. (Judas 11) Assim, com grande coragem da parte de Jeová, condenamos todos os assassinos da atualidade, dizendo: “vós” as-sassinos, “sois de vosso pai, o Diabo, e que-reis fazer os desejos de vosso pai. Esse foi um homicida quando começou, e não per-

maneceu firme na verdade, porque não há nele verdade. Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é um menti-roso e o pai da mentira.” — João 8:44, TNM. A todos os que hoje estão lendo estas pala-vras e que se encaixam nessas condenações, dizemos no espírito corajoso de Enoque, ‘nos-so pai’: “teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida findarão; execração incessante se multiplicará para ti, e não obterás misericór-dias.” — nunca! O quinhão de todos vocês será o mesmo que sucederá “aos covardes, e aos que não têm fé, e aos que são repugnantes na sua sujeira, . . . aos fornicadores, e aos que praticam o espiritismo [com drogas], e aos idólatras, e a todos os mentirosos”. Sim, o lugar de vocês será “no lago que queima com fogo e enxofre. Este significa a segunda mor-te.” Tudo indica que o tempo para o julgamento dos Deuses está chegando. Este dia significará salvação aos santos, mas morte aos covardes ímpios, os “murchos de coração” de todas as esferas.

Sob a influência de Gadrel, “daquele dia em diante”, todos os ímpios têm

evidenciado de quem são filhos pelas práticas ímpias que fazem na terra.

São assassinos cruéis, monstros impiedosos e sem amor algum nos cora-

ções. O fim deles todos será junto com os “praticantes de espiritismo”

drogados e com os mentirosos, “no lago que queima com fogo e enxofre.

Este significa a segunda morte.”

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Qual o significado desse texto bíblico:

“Eles estendem o norte sobre o vazio,

Suspendem a terra sobre o nada” – Jó 26:7?

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m dos versículos que, mesmo depois de [perder a fé no religionismo], eu ainda considerava profundamente

enigmático era Jó 26:7b. Nessa parte do ver-sículo, nós somos informados que Jeová “suspende a Terra sobre o nada.” Poderia ha-ver declaração mais surpreendente? Na antiguidade, quando se escreveu a Bí-blia, havia muita especulação sobre como a Terra era sustentada no espaço. Alguns acre-ditavam que ela era sustentada por quatro elefantes em pé sobre uma grande tartaruga-do-mar. Nesse caso, então, dizer Jó que a Terra é suspensa “sobre o nada” iria, de fato, contra qualquer concepção cosmológica da época. Quando o homem foi à Lua, pôde-se comprovar que a Terra é mesmo suspensa sobre “nada”, como se estivesse flutuando sobre o espaço. Vejamos alguns comentários de como esse versículo é interpretado para provar que a Bí-blia é inspirada por Deus. A Bíblia fala também de Deus como ‘sus-pendendo a terra sobre o nada’ ou “sobre o vazio”. (Jó 26:7) Em vista do conhecimento disponível em 1600 AEC, aproximadamente, quando essas palavras foram proferidas, seria necessário um homem de sabedoria excepci-onal para afirmar que um objeto sólido pode

ria ficar suspenso no espaço sem nada para sustentá-lo.[1] “É impressionante que Jó 26:7 apresenta o mundo então conhecido como suspenso no espaço. Ao fazer isso, ele antecipa (no míni-mo!) uma descoberta científica futura.”[2] Diversos sites de defensores do Cristianis-mo, bem como de assuntos relacionados com a Bíblia e a Ciência moderna, comentam coi-sas dessa natureza: “Além disso, a partir do livro de Jó temos: ‘Ele estende o norte sobre o vazio, ele suspen-de a terra sobre o nada.’ (Jó 26:7) Deve notar-se que apenas no último século os cientistas acreditaram que o espaço consistia de uma substância hipotética chamada Éter (não o produto químico), que era o meio entre os corpos celestes. Além disso, os pagãos da épo-ca acreditavam em coisas como um persona-gem mítico, Atlas, que apoiava os pilares que sustentavam o céu e a terra, e mais tarde levou a Terra nos seus ombros.”[3] Notas de roda pé em Bíblias de estudo im-pressionam os leitores com asseverações como essas sobre Jó 26:7: “As lindas fotos tiradas pelo Apolo 10 dão realce empolgante a esta doutrina.”[4] [Ou seja,] a doutrina da [“]terra suspensa sobre o nada[”].

U

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“Estende o norte sobre o vazio sem apoio ne-nhum além do poder de Deus. Assim, a terra também está suspensa no espaço sem qual-quer outro apoio, além do poder divino [...]”[5] Quando comecei a questionar minha fé e passei a buscar novamente as respostas so-bre se a Bíblia era ou não inspirada pelos Deuses, eu já havia analisado e refutado to-dos os outros argumentos relativos à inspira-ção bíblica, [conforme apresentados pela mi-nha religião, as] Testemunha de Jeová – eu não podia conversar sobre essas descobertas com ninguém. Mas, sinceramente, Jó 26:7b ainda continuava um mistério para mim. Não obstante, eu tinha convicção que, assim co-mo as outras [explicações dadas], essa tam-bém um dia teria uma resposta satisfatória, bastava apenas tempo e bastante pesquisa para compreendê-la. Um dia sentei, abri a Bíblia em Jó 26:7 e li com bastante atenção: “Ele estende os céus do norte sobre o espa-ço vazio; suspende a terra sobre o nada.”[6] De repente, a lâmpada das ideias acendeu! A forma exegética para se encontrar o verda-deiro significado desse versículo estava no gênero literário do livro de Jó e na caracterís-tica poética chamado de paralelismo. Embora pareça um pouco chato, mas é extremamen-te importante que você entenda esse meca-nismo de interpretação textual.

§ 1 Gênero Literário O livro de Jó pertence ao gênero poético dentro da literatura sapiencial. A poesia he-braica é diferente da nossa em português, pois ela não é representada por rimas e sim por paralelismos. “O núcleo central do livro é a poesia, defini-da como joia dentro de um prólogo e um epí-logo da prosa épica. [...] Junto com Provér-bios, Eclesiastes e, em certo sentido, o Cânti-co de Salomão. Jó pertence ao gênero Sabe-doria (hokmâ), um tipo de escrito amplamen

te ilustrado em uma variedade de formas na literatura do Antigo Oriente.”[7] Em 1959, Norman K. Gottwald observou que Jó é “...uma obra tão única que não se encai-xa em nenhum gênero literário da antiguida-de ou modernidade.”[8] No entanto, de forma geral, os acadêmicos no campo bíblico con-cordam de forma unânime que o gênero do livro é poético, com prosa e teor sapiencial. “A obra prima da literatura do movimento sapiencial é o livro de Jó. Começa com uma narração em prosa.”[9]

“Isto quer dizer que uma parte do livro é prosa, e outra poesia.”[10] ”Jó é o primeiro livro na seção de poesia. Sua colocação não nos diz que é o mais anti-go dos livros de poesia.”[11] “O Prólogo, Jó 1 e Jó 2:1-13, uns poucos ver-sos no começo do capítulo 32 (Jó 32:1-6), e o Epílogo (Jó 42:7-17) são escritos em prosa narrativa. O resto do livro (exceto pequenas sentenças introduzidas pelos oradores) está em poesia.”[12] Uma vez que determinamos seu gênero literário, agora partimos para uma das chaves para sua interpretação bíblica, i.e, o parale-lismo poético de Jó.

§ 2 Paralelismo Poético Como mencionado na seção anterior, a ca-racterística principal da poesia hebraica é o paralelismo. Às vezes, os escritores bíblicos escreviam algo e, logo em seguida, construí-am outra frase que mostrava o significado da primeira ou ajudava na compreensão da pri-meira sentença.[13] A chave para desvendar esse mistério está na compreensão do texto de Jó como paralelismo poético hebraico. “Uma compreensão do paralelismo, metro, e estrofes é uma ajuda para a interpretação de Jó. A poesia hebraica não se caracteriza pela rima ou padrões de aliteração, mas por paralelismo.”[14]

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“O paralelismo tem sido reconhecido como um dispositivo de estruturação fundamental da poesia hebraica. Uma estrutura comum paralela consiste em duas linhas, os membros da primeira correspondente em algum senti-do as membros da segunda linha. [...] A maio-ria das características padrão formal da poe-sia hebraica são apresentados em Jó.”[15] “A existência de jogo de palavras no hebrai-co bíblico e na língua semita, em geral, é bem conhecido e é comumente aceito. Certos ti-pos de jogo de palavras têm sido bem estu-dados. Por exemplo, trocadilho ou jogo de som, é o tema da obra clássica de I.M Casa-nowicz, de inúmeros artigos de uma varieda-de de estudiosos, e do recente livro de M. Garsiel, dedicado ao jogo de sons em nomes bíblicos [...] Entre o último é o tipo de jogo de palavras conhecido como paralelismo polse-mous, ou mais comumente, paralelismo de Janus.”[16] Observe os exemplos abaixo em outros li-vros bíblicos: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu cami-nho.” – 119:105. Nós temos: “Lâmpada que ilumina”. “Luz que clareia”. Observe que as duas afirmações são parale-las, são as mesmas ideias com outras pala-vras. “Meu filho, meus ensinos não esquecerás e meus mandamentos no teu coração guarda-rás.” – Provérbios 3:1. Nós temos: “Não esquecerás”. “No teu coração guardarás”. Uma ideia é paralela a outra (não esquecer os mandamentos é igual a guardar os manda-mentos). A primeira parte ajuda a entender a segunda, pois a mesma a completa. Em ou

tras palavras, não esquecer os mandamentos de Jeová significa guardá-los. Como mencionei, às vezes, os paralelos eram de repetição de ideias, mas também poderiam ser usadas imagens diferentes para conceitos similares. Outro exemplo é o uso de termos identificadores, onde o segundo termo é uma definição do primeiro. “Jeová, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” – Sl. 15:1. Nós temos: “Habitará”. “Morará”. Bem como: “teu Tabernáculo”. “teu santo Monte”. Daí, nós perguntamos: O que é o “Taberná-culo” de Jeová? Ora, o tabernáculo dos Deu-ses nada mais é que o seu “santo Monte.” A segunda expressão explica a primeira de for-ma paralela. Há exemplos a perder de vista de paralelismos poéticos na literatura bíblica.

§ 3 Entendendo Jó 26:7 Como vimos, o gênero literário do livro de Jó é poético, portanto, esse mecanismo que acabamos de explicar está presente no texto, em especial, no texto de Jó 26:7. Vamos citá-lo mais uma vez: “Eles estendem os céus do norte sobre o espaço vazio; suspendem a terra sobre o na-da.”[17] Vamos analisá-lo agora pelo mesmo meca-nismo. Nós temos, nesse caso: “Os céus do norte”. “A terra”. Temos: “Estende”. “Suspende”. E por último, nós temos: “Vazio”. “Nada”. Logo de início observamos claramente as ideias paralelas e como elas lançam luz sobre

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seus respectivos significados. Esse ponto é de suma importância: Se conseguirmos entender em que sentido os “céus do norte” estão es-tendidos sobre “o espaço vazio”, poderemos logo compreender como “a terra” está “sus-pensa sobre o nada”, pois as ideias são para-lelas.[18] Quando o escritor do livro de Jó disse “es-paço vazio”, no início do versículo, ele usou a palavra (heb.: tohu) que é exatamente a mesma palavra usada em Genesis 1:2a,[19] que nos diz que a terra estava “sem forma e va-zia”. Precisamos agora entender a expressão “sem forma e vazia”, pois só assim entende-remos o “o espaço vazio” do texto de Jó. Em Jeremias 4:23, lemos: “Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz.”[20] Note que o profeta emprega a mesma ex-pressão de Gênesis 1:2. Ninguém acreditaria que nos tempos de Jeremias o planeta estava ainda sem forma. Na verdade, contextuali-zando as mensagens do profeta, entendemos que devido os pecados do povo de Jeová, Ju-dá ficou devastada, desolada, uma ruína to-tal. Albert Barnes comenta: “‘Sem forma e vazia’ – desolada e vazia (ve-ja Gen. 1:2 nota). A terra se tornou um estado de caos (referência de nota na margem).”[21] “As palavras empregadas por Jeremias são as mesmas que lemos em Gên. 1:2 para des-crever o caos primitivo da criação. Por cima da desolação, não havia luz, que na história de Gêneses aparece como primeiro sinal dis-tintivo. Em Gên. 1:2 se diz que as “trevas co-briam a face do abismo.” Sem dúvida que Je-remias depende da descrição de Gênesis.”[21] Dessa forma, a expressão “sem forma e va-zia” nos remete à “deserto”, “desolação”, “estado de caos”. Tendo isso em mente, vol-temos à Gênesis 1:2 para entendermos como

essa mesma frase está relacionada ao plane-ta. Em que sentido a terra estava “sem forma e vazia”? Gênesis 1:2b explica que a terra estava “sem forma e vazia” porque o globo estava cober-to pelos oceanos, as mesmas águas em que o Espírito dos Deuses pairava. Como bem sa-bemos, a água não possui forma em si, por-tanto, estando a terra coberta pelos oceanos, poderia ser dito apropriadamente que ela estava “sem forma”, bem como “vazia”, pois sobre as águas nada se vê.[23] Além disso, o termo “sem forma” se refere ao estado de “agitação” e “caos”, que são as mesmas de-finições para as águas do “abismo” em Gene-sis 1:2. Portanto, o termo “sem forma” se refere ao abismo de águas – os oceanos que cobriam a terra.[24] Sobre o termo “abismo”, nós lemos: “A primária referência em cada caso é sim-plesmente às profundezas dos oceanos.”[25] “o deserto e o vazio”, expressão que se tor-nou proverbial para toda falta de ordem, so-bretudo quando é considerável. Esses ter-mos, assim como o de “águas”, formam um quadro negativo em relação ao qual aparece-rá a novidade da intervenção do Deus pessoal criando tudo por sua palavra.”[26] Segundo Parkhurst,[27] o grego ábyssos (abismo) significa “muito ou extremamente profundo”. Segundo Liddell e Scott,[28] signifi-ca “insondável, ilimitado”, como eram os oceanos para os antigos. A Septuaginta grega usa a palavra ábyssos regularmente para tra-duzir o hebraico tehóhm (água de profunde-za), como em Gênesis 1:2; 7:11. “É usado para descrever as profundezas do tempo original (Preis. Zaub., II, 554; IV, 2835; Corp. Herm., III, 1, XVI, 5), o oceano primitivo (Test. Sol., II, 8, B.C. MacCown, 15). Na LXX é mais comumente usado para , que no AT descreve o dilúvio original ou dilúvio de águas[...]”[29]

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“A forma plural da palavra hebraica me-tsoh•láh (ou metsu•láh) é traduzida “grande abismo” no Salmo 88:6, e significa literalmen te “abismos” ou “profundezas”. (Veja Za 10:11.) Relaciona-se com tsu•láh, que significa “água de profundeza”. — Is 44:27.[30] Portanto, achamos o significado de “sem forma” de Gênesis 1:2a, que é a mesma pala-vra para “espaço vazio” em Jó 26:7a. Tendo isso em mente, em que sentido os “céus do norte” estão estendidos sobre o “espaço va-zio”? No extremo norte, em termos gerais, só existe o oceano com suas geleiras. Uma vez que o norte está coberto por águas, o escri-tor podia dizer poética e corretamente que “os céus do norte” estão “estendidos sobre o espaço vazio”, ou seja, a imensidão das águas do abismo.[31] Já que encontramos o significado de “espa-ço vazio” – as águas do abismo, como em Gênesis 1:2 – então agora entendemos o sig-nificado da palavra “nada” na segunda parte de Jó 26:7, visto serem usadas em paralelo. Quando o escritor disse que “Deus suspende a terra sobre o nada”, quer dizer que a terra está suspensa pelos oceanos, o abismo de Gênesis 1:2. Isso ocorre porque, na concepção judaica antiga, a terra era suspensa pelos ma-res. Isso é algo que a maioria dos leitores da Bíblia desconhece. “De acordo com a cosmogonia primitiva Semítica, se supunha que a terra descansava na vastidão do corpo de água que era a fonte de todas as fontes de água e rios (Gen. 1:2; Deu 8:7; Sal. 24:2; 136:6). Esse oceano subter-râneo é as vezes descrito como “águas abai-xo da terra” (Ex. 20:4; Deut. 5:8).”[32] Observe a citação abaixo que comprova es-se entendimento: “De Yahweh é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas.” – Sal. 24:1-2.

Usando mais uma vez de paralelismo poéti-co, o escritor dos salmos mostra a concepção antiga dos judeus de que a terra estava sus-pensa sobre as águas, ou em termos poéti-cos, o “vazio” e o “nada”. Outro texto diz: “Deem graças a Yahweh [...] que com habi-lidade fez os céus [...] Que estendeu a terra sobre as águas.” – Sal 136:1, 5-6. Interessante que, Albert Barnes, erudito evangélico de reputada erudição, menciona algo em suas notas explicativas de Jó 26:7. Ele diz: “O parafrasista caldeu, para explicar isso, como a paráfrase sempre faz, acrescenta a palavra águas. “Ele que suspende a terra מיא -sobre as águas, sem ninguém para sus על יtentá-las.”[33] A Paráfrase Caldeia é uma das mais antigas traduções do A.T, e ela mostra como os ju-deus antigos entendiam Jó 26:7a. Eles não entediam que o planeta Terra estava suspen-so sobre o nada, na imensidão do universo, isso nem de longe se passou pela cabeça de-les! A tradução mostra claramente que Jó estava se referindo a cosmogonia de seu tempo, com a terra flutuando sobre as águas do abismo. Dessa forma, a Paráfrase Caldeia corrobora nossa interpretação de que os an-tigos hebreus viam a terra suspensa sobre as águas.

§ 4 Conclusão Buscamos interpretar tudo ao nosso redor, e assim fazemos de acordo com nossa cultu-ra, entendimento e outros processos cogniti-vos. No desejo de buscar encontrar na Bíblia provas de sua inspiração, cristãos encontra-ram textos bíblicos como Jó 26:7 e Isaías 40:22 e interpretaram a partir do ponto de vista científico moderno, ao invés de buscar entender pelo contexto histórico-cultural a qual o livro foi produzido. O texto de Jó 26:7, ao invés de provar a [interpretação religionista moderna], nos re-

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mete à [verdade dos fatos, de que a “Terra” que os Deuses criaram, conforme Gênesis 1:1, não nos remete à suposta criação do inteiro planeta, mas à “terra” continental – o solo seco. Mesmo isso, não foi uma criação literal da coisa, mas representou que, devido o pro-cesso de evaporação das águas para formar a atmosfera, aparece a terra seca].

Notas e Referências

[1] A Sentinela, 1 de Abril de 2005, p. 7: A Ci-ência e a Bíblia Realmente se Contradizem? [2] HARRIS, R. Laird, et al., Theological Word-book of the Old Testament, Moody Publish-ers, 2003, apud pr seção 3 pp. 11-12 par. 10. [3] Advanced Scientific Knowledge, acessado em 20 de Julho de 2012. [4] SHEDD, Russell. Bíblia de Estudo Shedd, São Paulo, 2 edição, Vida, 2007 [5] DAKE, Finnis Jennings, Bíblia de Estudo Dake, 1° edição, Atos, Belo Horizonte, Brasil, 2012 [6] Nova Versão Internacional [7] PFEIFFER, F. Charles e HARRISON, F. Ever-ett, The Wycliffe Bible Commentary, Moody Press, 1990, p. 459 [8] Light, p. 472 [9] Bíblia de Jerusalém, Jó – Introdução, p. 800 [10] DAVIDSON, Andrew Bruce, A Commen-tary, Grammatical and Exegetical, on the Book of Job: Volume 1 . p. 10. [11] ROSS, Hugh. Hidden Treasures in the Book of Job: How the Oldest Book of the Bi-ble, 2011, Baker Books, p. 30 [12] BROMILE, Geoffrey William. International Standard Bible Encyclopedia, Eerdmans, 1988. [13] Hebraico Bíblico: Formas Primárias de Pa-ralelismo [14] HARTLEY, John E. New International Commentary on the Old Testament: Book of Job, 1988, Eerdmans Publishing, p. 33. [15] HABEL, Norman C., The Book of Job: A Commentary de Norman C. Habel p. 47, 48.

[16] NOEGEL, Scott B. Janus Parallelism in the Book of Job, Edição 64, p. 12. [17] Tradução dos Deuses Santos das Escritu-ras Sagradas com Referências. [18] “Os céus do norte” e a “terra” são para-lelos geográficos, que é comum também na literatura poética. [19] Essa palavra ocorre 20 vezes no A.T: Gen. 1:2 “sem forma” (ARA, NVI, KJ) “vazia” (BJ); Deu. 32:10 “ermo” (ARA) “vazio” (BJ); 1Sa. 12:21 “vã” (ARA) “inúteis” (NVI); Jó 6:18 “lu-gares desolados” (ARA) “deserto” (BJ, NVI); 12:24 “desertos” (ARA, BJ); 26:7 “vazio” (ARA, BJ, NVI); Sl. 107:40 “confusão” (BJ) “deserto” (NVI); Isa. 24:10 “caótica” (ARA) “desolação” (BJ) “vã” (NVI) “confusão”; 29:21 “sem motivo nenhum” (ARA) “sem razão” (BJ); 34:11 “destruição” (ARA) “caos” (BJ); 40:17 “vácuo” (ARA) “nada” (BJ), 23 “nada” (ARA) “coisa vã” (BJ); 41:29 “vácuo” (ARA) “vazio” (BJ) “confusão” (KJ) “inutili-dade” (NVI); 44:9 “nada” (ARA); 45:18 “caos” (ARA),19 “em vão” (ARA); 49:4 “gastei” (ARA); 59:4 “nulo” (ARA); Jer. 4:23 “sem for-

Como é mesmo que devemos entender Jó 26:7?

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Artigo redigido pela TDS Eduardo Júnior Blogue: porque não creio [no religionismo]

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ma” (ARA) “vazia” (BJ). [20] ALMEIDA, João Ferreira. Corrigida e Fiel. [21] Albert Barnes notes on the Bible, ed. eletr. [22] Comentário Bíblico Professores de Sala-manca, ed. eletr. [23] A palavra também pode ser traduzida por “desolação”, “deserto”. Acho interessan-te que, se pensarmos na vastidão do oceano e na vastidão de um deserto, obtemos a mesma ideia de “nada”, “vazio”. [24] “O Theological Wordbook of the Old Testament, da mesma forma, ressalta que a falta de cognados semíticos faz a interpreta-ção dessa palavra totalmente dependente de nossa análise do seu uso no contexto do A.T.” (Tohu in Genesis 1:2 and the Cause of the Darkness) Compreendemos, portanto, que tohu está se refere às águas do abismo porque a análise de Gênesis 1:2 conecta esse vocábulo hebraico com as águas dos ocea-nos. [25] BURDICK, Donald W., Wycliffe Bible Dic-tionary, Hendrickson, 2001, p. 15. [26] Bíblia de Jerusalém, p. 33 c) notas.

[27] PARKHURST, John. Greek and English Lexicon to the New Testament (Londres, 1845, p. 2). [28] LIDDEL, Henry George et al. Greek-English Lexicon, Oxford, 1968, p. 4. [29] JEREMIAS, Joachim. Theological Diction-ary of the New Testament, vol. 1, 2006, Eerd-mans Publishing, p. 9. [30] Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 1, p. 23: Abismo. [31] Talvez se pergunte como então Jó sabia que o extremo norte só tem oceanos. A res-posta simples é que foi por mera dedução. Os judeus e os povos da Mesopotâmia pensavam na “terra” como o local até onde eles conhe-ciam, eles não sabia o que existia depois dos mares. Uma vez que os oceanos se estendiam até o norte, não se precisava de inspiração divina para perceber que os “céus do norte” estavam estendidos sobre “o espaço vazio”, os oceanos. [32] BROMILE, Geoffrey William. International Standard Bible Encyclopedia, Eerdmans, 1988. [33] BARNES, Albert. Notes on the Bible, ed. eletr.

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