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Existe um Criador Que Se Importa com Voc ˆ e? Nebulosa da ´ Aguia (M16) “Pilares da Cria ¸ c ˜ ao”

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  • A foto da capa foi tirada em 1995, por meio de umtelesc

    opio espacial. Essas nuvens de g

    as e poeira ficam na

    Nebulosa daAguia. Os cientistas acreditam que nessas

    nuvens, os chamados Pilares da Criacao,

    formam-se estrelas.

    Nao s

    ao poucos os que se perguntam: Como surgiu o

    Universo, o nosso planeta e a vida? E o que isso tem a vercom a nossa busca de um sentido na vida?

    Muitos acreditam na criacao, que existe um Criador que

    se importa conosco. Indicam as pesquisas que issoe

    razoavel nesta era cient

    fica?

    De que modo as descobertas recentes acerca do nossocerebro e da nossa capacidade de falar se relacionam

    com essa questao vital?

    Por que muitas pessoas cultas estao examinando a B

    blia,

    e sera que o que ela diz acerca de um Criador

    e de

    interesse para nos e nossos entes queridos?

    Este livro aborda essas questoes. Voc

    e ver

    a que as suas

    respostas claras poderao ajud

    a-lo a dar mais sentido

    `a sua

    vida e a lancar a base para um futuro mais feliz.

    Existe um

    CriadorQue Se Importa com Voc

    e?

    Nebulosa da Aguia (M16) Pilares da Criacao

    CRIADOR

    ct-T

  • A foto da capa foi tirada em 1995, por meio de umtelesc

    opio espacial. Essas nuvens de g

    as e poeira ficam na

    Nebulosa daAguia. Os cientistas acreditam que nessas

    nuvens, os chamados Pilares da Criacao,

    formam-se estrelas.

    Nao s

    ao poucos os que se perguntam: Como surgiu o

    Universo, o nosso planeta e a vida? E o que isso tem a vercom a nossa busca de um sentido na vida?

    Muitos acreditam na criacao, que existe um Criador que

    se importa conosco. Indicam as pesquisas que issoe

    razoavel nesta era cient

    fica?

    De que modo as descobertas recentes acerca do nossocerebro e da nossa capacidade de falar se relacionam

    com essa questao vital?

    Por que muitas pessoas cultas estao examinando a B

    blia,

    e sera que o que ela diz acerca de um Criador

    e de

    interesse para nos e nossos entes queridos?

    Este livro aborda essas questoes. Voc

    e ver

    a que as suas

    respostas claras poderao ajud

    a-lo a dar mais sentido

    `a sua

    vida e a lancar a base para um futuro mais feliz.

    Existe um

    CriadorQue Se Importa com Voc

    e?

    Nebulosa da Aguia (M16) Pilares da Criacao

    CRIADOR

    ct-T

  • Existe um

    CriadorQue Se Importa com Voc

    e?

  • 1998

    WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIAASSOCIAC

    AO TORRE DE VIGIA DE B

    IBLIAS E TRATADOS

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

    EXISTE UM CRIADOR QUE SE IMPORTA COM VOCE?

    EDITORASWATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF NEW YORK, INC.

    BROOKLYN, NEW YORK, U.S.A.ASSOCIAC

    AO TORRE DE VIGIA DE B

    IBLIAS E TRATADOS

    RODOVIA SP-141, KM 43, CESARIO LANGE, SP, 18285-901, BRASIL

    Edicao de 2011

    Esta publicacao n

    ao

    e vendida. Ela faz parte de uma obra

    educativa bblica, mundial, mantida por donativos.

    Creditos das fotos: capa: J. Hester e P. Scowen (AZ State Univ.), NASA; p

    agina 6: Tomp-

    kins Collection/Cortesia do Museum of Fine Arts, Boston; paginas 12, 13 e 78: cortesia do

    Anglo-Australian Observatory, fotos de David Malin; paginas 14, 37 e 41: UPI/Corbis-

    Bettmann; pagina 22: foto da NASA; p

    agina 76: Acr

    opole, Atenas; p

    agina 86: L. Ferra-

    rese ( Johns Hopkins University) e NASA; pagina 89: foto dos U.S. National Archives; p

    agi-

    nas 91 e 117: Culver Pictures; pagina 107: foto da OMS, de Edouard Boubat; p

    agina 110:

    rolo: cortesia do Shrine of the Book, Israel Museum, Jerusalem; p

    agina 115: cortesia do

    British Museum; paginas 123, 129 e 136: Pictorial Archive (Near Eastern History) Est.;

    pagina 130: Garo Nalbandian; p

    agina 163: cortesia: Garden Tomb; p

    agina 171: do livro

    Libertys Victorious Conflict; pagina 179: barco a remo: Garo Nalbandian

    A MENOS QUE HAJA OUTRA INDICACAO,

    OS TEXTOS BIBLICOS CITADOS S

    AO DA

    TRADUCAO DO NOVO MUNDO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

    COM REFERENCIAS.

    IS THERE A CREATOR WHO CARES ABOUT YOU?PORTUGUESE (BRAZILIAN EDITION) (ct-T)

    ISBN 978-85-7392-099-4

    MADE IN BRAZIL IMPRESSO NO BRASIL

  • I N D I C E

    C A PI T U L O P

    A G I N A

    1 O que podera dar sentido

    `a sua vida? 5

    2 Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 10

    3 Quale a origem da vida? 28

    4 Voce

    empar! 49

    5 O que revelam as obras? 73

    6 Um antigo registro da criacao pode-se

    confiar nele? 85

    7 O que um livro pode ensinar-lhe a respeitodo Criador? 103

    8 O Criador se revela em nosso benefcio! 120

    9 Um Grande Instrutor nos revela maisa respeito do Criador 144

    10 Se o Criador se importa, por que ha

    tanto sofrimento? 165

    11 Torne sua vida mais significativae viva para sempre 184

  • JA SONHOU com uma vida melhor, seja na sua loca-lidade, seja num para

    so tropical? Uma vez ou outra,

    a maioria de nos j

    a sonhou com isso.

    Em 1891, o pintor frances Paul Gauguin foi em bus-

    ca de uma vida assim na Polinesia Francesa. Mas logo

    veio a realidade. Seu passado dissoluto trouxe doen-cas e sofrimentos para si mesmo e para outros. Quan-do a morte lhe parecia iminente, ele pintou um quadrodescrito como derradeira express

    ao da forca art

    s-

    tica. O livro (em ingles) Paul Gauguin 1848-1903:

    O Sofisticado Primitivo diz: O espectro da atividadehumana abrangido pelo quadro cobre todo o curso davida, do nascimento

    `a morte . . . Ele interpretava a

    vida como um grande misterio.

    Gauguin chamou esse quadro de De onde viemos?O que somos? Para onde vamos?

    Talvez ja conheca essas perguntas. Muitas pessoas

    refletivas as fazem. Depois de comentar os avancoscient

    ficos e t

    ecnicos do homem, um editor doThe Wall

    Street Journal escreveu: Nas nossas reflexoes sobre

    o homem, seus dilemas, seu lugar no Universo, poucoavancamos desde o comeco dos tempos. Ainda nos per-guntamos quem somos, por que existimos e para ondevamos.

    De fato, algumas pessoas vivem apenas em funcao

    de cuidar da famlia, de ganhar a vida, de viajar ou de

    outros interesses pessoais porque nao conhecem ne-

    nhum outro sentido na vida. Albert Einstein disse,

    Do`u venons-nous? Que sommes-nous? O

    `u allons-nous?

    CAPI T U LO UM

    O que podera dar

    sentido`a sua vida?

  • certa vez: O homem que acha que a sua vida nao tem

    sentido nao

    e apenas infeliz, mas tamb

    em muito mal

    preparado para a vida. Nessa linha de raciocnio, al-

    guns buscam dar um sentido`a sua vida dedicando-se

    `as artes,

    `a pesquisa cient

    fica ou a campanhas huma-

    nitarias para minorar o sofrimento alheio. Conhece

    pessoas assim?E compreens

    vel que surjam perguntas b

    asicas so-

    bre o sentido da vida. Quantos pais, ao verem um fi-lho morrer de mal

    aria, ou de outra doenca, n

    ao se per-

    guntam: Por que esse sofrimento? Ha algum sentido

    nisso? Perguntas assim intrigam muitos homens emulheres que observam a pobreza, as doencas e as in-justicas no mundo. Guerras brutais n

    ao raro levam

    pessoas a se perguntar se pode haver algum sentidona vida.

    O quadro de Gauguin levantou perguntas sobre o sentido da vida

    6 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • Mesmo que voce n

    ao tenha experimentado tais so-

    frimentos, talvez concorde com o professor FreemanDyson, que disse: N

    ao estou sozinho quando faco as

    mesmas perguntas que Jo [personagem b

    blico] fez.

    Por que sofremos? Por que o mundoe t

    ao injusto?

    Quale o objetivo da dor e da trag

    edia? Talvez voc

    e

    tambem gostaria de saber as respostas.

    Sem duvida seria fundamental encontrar respostas

    satisfatorias. Certo professor, que passou pelos horro-

    res do campo de concentracao de Auschwitz, observou:

    Nada no mundo . . . ajuda a pessoa tao efetivamente

    a sobreviver ate mesmo

    `as piores condic

    oes do que sa-

    ber que a sua vida tem sentido. Ele achava que ate

    mesmo a saude mental da pessoa est

    a ligada a essa

    busca de sentido na vida.

    Ao longo dos seculos, muitos procuraram respostas

    na religiao. Depois que Gautama (Buda) contemplou

    um enfermo, um idoso e um cadaver, ele buscou ilumi-

    nacao (ou sentido) na religi

    ao, mas sem crer numDeus

    pessoal. Outros tem recorrido

    `a sua pr

    opria religi

    ao.

    E as pessoas hoje em dia? Muitas enfocam a suaatenc

    ao na ci

    encia, descartando a religi

    ao e Deus

    como irrelevantes. Quanto mais a ciencia progride,

    diz o livro Religion and Atheism, tanto menos espacoparece sobrar para Deus. Deus virou um Expatriado.

    Por que dispensam um Criador?

    Na verdade, a tendencia de descartar a religi

    ao ou

    a Deus tem razes em filosofias de homens que deram

    enfase

    `a raz

    ao pura e simples. Charles Darwin acha-

    va que o conceito de selecao natural explicava me-

    lhor o mundo natural do que o da existencia de um

    Criador. Sigmund Freud ensinou que Deus era uma

    O que podera dar sentido

    `a sua vida? 7

  • ilusao. E o conceito de que Deus est

    a morto vem des-

    de os dias de Friedrich Nietzsche. As filosofias orien-tais s

    ao similares. Mestres do budismo afirmam n

    ao

    ser necessario saber sobre Deus. Quanto ao xinto

    s-

    mo, o professor Tetsuo Yamaori disse que os deusessao meros seres humanos.

    Embora o cepticismo a respeito de um Criador sejaamplo,

    e justific

    avel? Voc

    e com certeza conhece exem-

    plos de fatos cientficos do passado que, com o tem-

    po, revelaram-se totalmente errados. Conceitos comoa Terra

    e plana e o Universo inteiro gira ao redor do

    nosso globo prevaleceram por seculos, mas o nosso

    conhecimento hojee maior.

    Que dizer de conceitos cientficos um pouco mais re-

    centes? Por exemplo, o filosofo David Hume, do s

    ecu-

    lo 18 que nao aceitava um Criador n

    ao sabia

    como explicar o complexo design biologico existente

    na Terra. A teoria de Darwin tentava explicar comoas formas de vida se desenvolveram, mas n

    ao explicou

    como a vida comecou, ou que sentido ela tem para nos.

    Assim, muitos cientistas e leigos acham que esta

    faltando alguma coisa. As teorias cientficas talvez

    tentem explicar como a vida comecou. Mas as ques-toes-chave giram em torno de por que comecou. Issoafeta at

    e mesmo pessoas criadas num meio em que

    se acredita num Criador. Disse certa jovem europeia,estudante de Hist

    oria: Para mim, Deus est

    a morto.

    Se realmente existisse, nao haveria tanta baderna no

    mundo: inocentes passando fome, especies de animais

    em extincao . . . A ideia de um Criador

    e absurda. Em

    vista das condicoes na Terra, muitos n

    ao conseguem

    entender por que um Criador caso exista nao as

    melhora.

    8 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • No entanto, temos de admitir que muitos negam aexist

    encia de um Criador porque n

    ao desejam crer.

    Mesmo que Deus me dissesse pessoalmente que pre-ciso mudar a minha vida, disse um industrial euro-peu ao seu empregado, ainda assim, eu n

    ao mudaria.

    Quero viver do jeito que eu gosto.E

    obvio que alguns

    acham que aceitar a autoridade de um Criador confli-taria com a sua liberdade ou com o estilo de vida quepreferem. Talvez proclamem: S

    o creio no que vejo, e

    nao vejo nenhum Criador invis

    vel!`

    A parte de por que certas pessoas dispensam umCriador, as perguntas a respeito da vida e seu senti-do ainda persistem. Depois de o homem passar a ex-plorar o espaco, o te

    ologo Karl Barth disse, quando lhe

    perguntaram o que ele achava desse triunfo tecnologi-

    co: Isso nao resolve nenhum dos problemas que me ti-

    ram o sono. Hoje o homem voa no espaco e avanca apassos largos no ciberespaco. Ainda assim, pessoasrefletivas veem a necessidade de ter um objetivo, algoque lhes d

    e sentido

    `a vida.

    Convidamos a todos os de mente aberta a conside-rar esse assunto. O livro Belief in God and IntellectualHonesty (A Crenca em Deus e a Honestidade Intelec-tual) observa que a pessoa de honestidade intelec-tual caracteriza-se pela prontid

    ao de escrutinar o

    que acredita ser verdadeiro e por prestar suficienteatenc

    ao a outras evid

    encias dispon

    veis.

    No assunto em pauta, essas evidencias dispon

    veis

    podem ajudar-nos a ver se existe, ou nao, um Criador

    da vida e do Universo. E, se existe um Criador, comoseria Ele? Teria o Criador uma personalidade que serelacionasse com a nossa vida? Considerarmos isso po-der

    a lancar luz sobre como tornar a nossa vida mais

    significativa e recompensadora.

    O que podera dar sentido

    `a sua vida? 9

  • OS ASTRONAUTAS emocionam-se ao fotografar a Ter-ra, que parece enorme quando vista atrav

    es da janela

    de uma espaconave. E o momento mais agrad

    avel de

    um voo espacial, disse um deles. Mas a Terrae bem

    pequena em comparacao com o sistema solar. Dentro do

    Sol caberiam um milhao de Terras, e sobraria espaco!

    Mas poderiam esses fatos a respeito do Universo teralgo a ver com a nossa vida e seu sentido?

    Facamos uma breve excursao mental ao espaco para

    ver o Sol e a Terra em perspectiva. O Sole apenas uma

    de um numero assombroso de estrelas que ficam num

    dos bracos espirais da galaxia Via L

    actea, ela mesma

    apenas uma diminuta parte do Universo. A olho nu po-dem-se ver algumas manchas de luz que, na realidade,sao outras gal

    axias, como a bela Andr

    omeda, maior

    do que a Via Lactea. A Via L

    actea, a Andr

    omeda e

    mais umas 20 outras galaxias s

    ao mantidas juntas pela

    gravitacao num aglomerado, todas elas ocupando ape-

    nas um pequeno espaco num vasto superaglomerado.O Universo cont

    em inumer

    aveis superaglomerados, e

    isso nao

    e tudo.

    Os aglomerados nao est

    ao espalhados por igual no

    espaco. Numa escala enorme, eles parecem paredes efilamentos envolvendo gigantescas regi

    oes vazias, ou

    bolhas. Algumas partes sao t

    ao longas e largas que

    parecem grandes muralhas. Isso talvez surpreenda a

    O diametro da gal

    axia Via L

    actea

    e de aproximadamente um

    quintilhao de quil

    ometros, sim 1.000.000.000.000.000.000 de

    quilometros! A luz leva 100.000 anos para cruz

    a-la, e essa

    unica

    galaxia cont

    em mais de 100 bilh

    oes de estrelas!

    CA PI T U LO DO I S

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia

  • muitos que pensam que o Universo criou a si mesmonuma explos

    ao c

    osmica casual. Quanto mais clara-

    mente vermos o Universo em todos os seus detalhesgloriosos, conclui um escritor s

    enior da revista Scien-

    tific American, tanto mais difcil ser

    a explicarmos

    com uma teoria simples comoe que ele se formou.

    Evidencias apontam para um Comeco

    Todas as estrelas que vemos estao na Via L

    actea. At

    e

    os anos 20, esta parecia ser aunica gal

    axia existente.

    Mas provavelmente voce sabe que em observac

    oes pos-

    teriores, com telescopios maiores, ficou provado que

    isso nao

    e assim. O Universo cont

    em pelo menos 50 bi-

    lhoes de gal

    axias. N

    ao s

    ao 50 bilh

    oes de estrelas, mas

    pelo menos 50 bilhoes de gal

    axias, cada qual com bi-

    lhoes de estrelas semelhantes ao Sol. Mas n

    ao foi a

    quantidade estonteante de enormes galaxias que aba-

    lou as crencas cientficas nos anos 20. Foi o fato de es-

    tarem todas em movimento.

    Os astronomos descobriram um fato not

    avel: quando

    passaram luz galactica atrav

    es de um prisma, obser-

    vou-se um esticamento nas ondas luminosas, indican-do que se afastavam de n

    os a grande velocidade. Quan-

    to mais distante a galaxia, tanto mais rapidamente

    parecia afastar-se. Isso indica um Universo em expan-sao.

    Em 1995, os cientistas notaram o comportamento estranho daestrela mais distante (SN 1995K) j

    a observada, que estava explo-

    dindo na sua galaxia. Como as supernovas em gal

    axias vizinhas,

    essa estrela tornou-se bem brilhante e da, lentamente, foi per-

    dendo o brilho, porem num per

    odo mais longo do que jamais de-

    tectado antes. A revista New Scientist pos isso num gr

    afico e

    explicou: O tracado da curva luminosa . . . esta esticado no tem-

    po por exatamente a quantidade esperada se a galaxia se distan-

    ciasse de nos a aproximadamente metade da velocidade da luz.

    A conclusao? Esta

    e a melhor evid

    encia at

    e agora de que o Uni-

    verso realmente esta se expandindo.

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 11

  • Mesmo sem sermos astronomos profissionais ou

    amadores podemos ver que umUniverso em expansao

    teria profundas implicacoes no nosso passado e tal-

    vez tambem no nosso futuro pessoal. Alguma coisa

    forcosamente desencadeou esse processo uma for-ca suficientemente poderosa para vencer a imensagravidade do Universo inteiro.

    E v

    alido perguntar-

    nos: De que fonte viria uma energia tao poderosa?

    Ainda que para a maioria dos cientistas o Univer-

    O Sol (quadrinho)e insignificante na gal

    axia Via L

    actea,

    conforme ilustrado aqui com a galaxia espiral NGC 5236

    12 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • so tenha tido um comeco bem pequeno e denso (umasingularidade), n

    ao podemos fugir desta quest

    ao fun-

    damental: Se em algum ponto no passado o Univer-so estava confinado a um estado singular de tamanhoinfinitamente pequeno e de infinita densidade, temosde perguntar o que havia ali antes e o que havia forado Universo. . . . Temos de encarar o problema de umComeco. Sir Bernard Lovell.

    Isso envolve mais do que apenas uma fonte de vasta

    A Via Lactea cont

    em mais de 100 bilh

    oes de estrelas, e

    e apenas

    uma de mais de 50 bilhoes de gal

    axias no Universo conhecido

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 13

  • energia. Requer tambem previs

    ao e intelig

    encia, pois

    o ritmo de expansao parece estar ajustado com gran-

    de precisao. Se o Universo tivesse se expandido uma

    trilionesima parte mais r

    apido, disse Lovell, toda a

    materia no Universo j

    a estaria dispersa agora. . . .

    E se tivesse sido uma trilionesima parte mais lento,

    as forcas gravitacionais teriam arruinado o Universomais ou menos dentro de seu primeiro bilh

    ao de anos

    de existencia. De novo, n

    ao haveria estrelas de longa

    vida nem a propria vida.

    Tentativas de explicar o Comeco

    Sera que os especialistas agora sabem explicar a

    origem do Universo? Muitos cientistas, nao

    `a vontade

    O astronomo Edwin Hubble (1889-1953) percebeu que um desvio

    vermelho na luz de galaxias distantes indicava que o Universo est

    a

    em expansao e, portanto, teve um comeco

    14 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • com a ideia de que o Universo possa ter sido cria-do por uma intelig

    encia superior, especulam que, por

    meio de algum processo, ele tenha criado a si mes-mo do nada. Parece-lhe razo

    avel isso? Tais especula-

    coes em geral envolvem alguma variac

    ao de uma teo-

    ria (a do Universo inflacionario) concebida em 1979

    pelo fsico Alan Guth. No entanto, mais recentemen-

    te, o Dr. Guth admitiu que a sua teoria nao explica

    A teoria da inflacao especula o que aconteceu numa frac

    ao de

    segundo apos o comeco do Universo. Os defensores da inflac

    ao

    sustentam que o Universo inicialmente era submicroscopico e da

    inflacionou (expandiu-se) mais rapido do que a velocidade da luz,

    uma afirmacao que n

    ao pode ser testada em laborat

    orio. A teoria

    da inflacao ainda

    e pol

    emica.

    Tentativa de contar as estrelasCalcula-se que a gal

    axia Via L

    actea tenha mais de 100 bi-

    lhoes de estrelas. Imagine uma enciclop

    edia que dedicasse

    uma pagina a cada uma dessas estrelas o Sol e o restante

    do sistema solar ficariam limitados a uma pagina. Quantos

    volumes seriam necessarios para incluir todas as estrelas

    da Via Lactea?

    Com volumes razoavelmente grandes, diz-se que essaenciclop

    edia n

    ao caberia na Biblioteca P

    ublica de Nova

    York, com seus 412 quilometros de espaco nas estantes!

    Quanto tempo levaria para examinar essas paginas? Fo-

    lhea-la num ritmo de uma p

    agina por segundo levaria mais

    de dez mil anos, explica o livro Coming of Age in the MilkyWay (Maioridade na Via L

    actea). No entanto, as estrelas da

    nossa galaxia s

    ao mera frac

    ao do n

    umero de estrelas exis-

    tentes nos calculadamente 50 bilhoes de gal

    axias no

    Universo. Se a enciclopedia dedicasse uma p

    agina para

    cada uma dessas estrelas, as bibliotecas do mundo inteirojuntas n

    ao teriam espaco suficiente para abrig

    a-la. Quanto

    mais sabemos sobre o Universo, diz o livro, tanto mais ve-mos o qu

    ao pouco sabemos.

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 15

  • como o Universo surgiu do nada. O Dr. Andrei Lindefoi mais expl

    cito num artigo em Scientific American:

    Explicar essa singularidade inicial onde e quandotudo comecou ainda

    e o problema mais renitente

    da cosmologia moderna.

    Se os especialistas realmente nao sabem explicar a

    origem nem o desenvolvimento primordial do Univer-so, n

    ao devemos procurar uma explicac

    ao em outra

    parte? De fato, voce tem boas raz

    oes para conside-

    rar evidencias que muitos t

    em despercebido, mas que

    lhe poderao dar uma boa compreens

    ao desse assunto.

    Essas evidencias incluem as dimens

    oes precisas de

    quatro forcas fundamentais responsaveis por todas

    as propriedades e mudancas que afetam a materia.

    A simples mencao de forcas fundamentais talvez leve

    alguns a hesitar, pensando: Issoe coisa s

    o para os f

    -

    sicos. Nao

    e. Vale a pena considerar os fatos b

    asicos,

    pois nos afetam.

    Comentarios de Jastrow sobre o Comeco

    Robert Jastrow, professor de Astronomia e de Geologia naUniversidade de Col

    umbia (EUA), escreveu: Poucos astr

    o-

    nomos poderiam ter previsto que esse evento onascimento s

    ubito do Universo se tornaria um fato cient

    -

    fico comprovado, mas a observacao dos c

    eus por meio de

    telescopios obrigou-os a chegar a essa conclus

    ao.

    Da ele falou das implicac

    oes disso: A prova astron

    omica

    de que [o Universo teve] um Comeco embaraca os cientis-tas, pois eles acreditam que todo efeito tem uma causanatural . . . O astr

    onomo brit

    anico E. A. Milne escreveu:

    Nao podemos fazer suposic

    oes sobre como eram as coisas

    [no comeco]; no ato Divino da criacao Deus n

    ao teve obser-

    vadores nem testemunhas. The Enchanted LoomMindin the Universe.

    16 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • Regulagem perfeita

    As quatro forcas fundamentais atuam tanto navastid

    ao do cosmos como na infinita pequenez das es-

    truturas atomicas. Sim, tudo ao nosso redor est

    a en-

    volvido.

    Elementos essenciais`a vida (especialmente o car-

    bono, o oxigenio e o ferro) n

    ao poderiam existir sem a

    regulagem perfeita entre as quatro forcas manifestasno Universo. J

    a mencionamos uma dessas forcas, a

    forca gravitacional. Outrae a forca eletromagn

    etica.

    Se esta fosse bem mais fraca, os eletrons n

    ao seriam

    mantidos ao redor do nucleo do

    atomo. Seria grave

    isso?, ha quem se pergunte. Seria, pois os

    atomos

    nao poderiam ligar-se para formar mol

    eculas. Inver-

    samente, se essa forca fosse bem mais forte, os ele-

    trons ficariam aprisionados no nucleo do

    atomo. N

    ao

    haveria reacoes qu

    micas entre os

    atomos, ou seja,

    nao haveria vida. J

    a nesse aspecto fica claro que a

    nossa existencia e a vida dependem da regulagemper-

    feita da forca eletromagnetica.

    Quatro forcas fsicas fundamentais

    1. Gravitacao: uma forca bem fraca a n

    vel de

    atomos.

    Afeta objetos grandes planetas, estrelas, galaxias.

    2. Eletromagnetismo: a forca principal de atracao entre

    protons e el

    etrons, permitindo a formac

    ao de mol

    eculas.

    Os relampagos s

    ao uma das provas de sua forca.

    3. Forca nuclear forte: a forca que liga os protons e os

    neutrons entre si no n

    ucleo de um

    atomo.

    4. Forca nuclear fraca: a forca que governa a desintegra-cao de elementos radioativos e a eficiente atividade termo-

    nuclear do Sol.

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 17

  • E considere a escala cosmica: uma leve diferenca na

    forca eletromagnetica afetaria o Sol, alterando assim

    a luz que atinge a Terra, tornando difcil, ou imposs

    -

    vel, a fotossntese nas plantas. Poderia tamb

    em rou-

    bar daagua as suas propriedades

    mpares, que s

    ao vi-

    tais para a vida. Mais uma vez, a regulagem perfeitada forca eletromagn

    etica torna poss

    vel a nossa vida.

    Igualmente vitale a intensidade da forca eletro-

    magnetica em relac

    ao

    `as outras tr

    es. Por exemplo,

    alguns fsicos calculam que esta forca seja 10.000.-

    000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000(1040) de vezes maior do que a da gravidade. Pode-ria parecer

    nfimo acrescentar mais um zero a esse

    numero (1041). Mas isso significaria que a gravida-

    de seria proporcionalmente mais fraca, e o Dr. Rei-nhard Breuer fala dos resultados disso: Com gravida-de mais baixa as estrelas seriammenores, e a press

    ao

    da gravidade nos seus interiores nao elevaria a tem-

    peratura o suficiente para ocorrerem as reacoes de fu-

    sao nuclear: o Sol n

    ao teria como brilhar. Imagine o

    que isso significaria para nos!

    E se a gravidade fosse proporcionalmente mais for-te, de modo que o n

    umero tivesse apenas 39 zeros

    (1039)? Com apenas esse pequeno ajuste, continuaBreuer, uma estrela como o Sol teria a sua expecta-tiva de vida drasticamente reduzida. E h

    a cientistas

    que acham que a regulageme ainda mais precisa.

    De fato, duas qualidades notaveis do Sol e de outras

    estrelas sao efici

    encia e estabilidade a longo prazo.

    Veja uma ilustracao simples: para funcionar bem, o

    motor de um carro precisa de uma combinacao perfei-

    ta de combustvel e ar. Engenheiros projetam com-

    plexos sistemas mecanicos e computadorizados para

    aperfeicoar o desempenho. See assim com um sim-

    18 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • ples motor, que dizer das eficien-tes estrelas de combust

    ao como

    o Sol? As forcas principais envol-vidas est

    ao reguladas com preci-

    sao, viabilizando a vida. Ser

    a ca-

    sual essa precisao? A J

    o, da antiguidade, foi feita esta

    pergunta: Voce conhece as leis que governam o c

    eu e

    sabe como devem ser aplicadas na terra? (Jo 38:33,

    A Bblia na Linguagem de Hoje) Nenhum homem co-

    nhece. Assim, de onde vem essa precisao?

    As duas forcas nucleares

    A estrutura do Universo envolve muito mais do queapenas a regulagem perfeita da gravidade e da forcaeletromagn

    etica. Duas outras forcas f

    sicas tamb

    em

    se relacionam com a nossa vida.

    A perfeita regulagem entre as forcas quecontrolam o Sol resulta em condic

    oes

    ideais para a nossa vida na Terra

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 19

  • Essas duas forcas operam no nucleo de um

    ato-

    mo, muito evidentemente fruto de projeto inteligen-te. Considere a forca nuclear forte, que liga os pr

    otons

    e neutrons entre si no n

    ucleo do

    atomo. Gracas a essa

    ligacao podem-se formar v

    arios elementos os leves

    (como o helio e o oxig

    enio) e os pesados (como o ouro

    e o chumbo). Pelo visto, se a forca de ligacao fosse ape-

    nas 2% mais fraca, existiria apenas o hidrogenio. In-

    versamente, se essa forca fosse ligeiramente mais for-te, haveria apenas elementos mais pesados, mas n

    ao

    hidrogenio. Afetaria isso a nossa vida? Bem, se fal-

    tasse hidrogenio no Universo, o Sol n

    ao teria o com-

    bustvel necess

    ario para irradiar energia vitalizado-

    ra. E,e claro, n

    ao ter

    amos

    agua nem alimento, pois

    o hidrogenio

    e um ingrediente essencial de ambos.

    A quarta forca em consideracao, a forca nuclear fra-

    ca, controla a desintegracao radioativa. Afeta tam-

    bem a atividade termonuclear no Sol. Est

    a essa for-

    ca em regulagem perfeita com as outras?, talvez se

    Combinacao de coincid

    encias

    Se a forca fraca fosse um pouquinhomais forte, nenhumhelio teria sido produzido; se fosse um pouquinho mais fra-

    ca, praticamente todo o hidrogenio teria sido convertido em

    helio.

    A margem de possibilidade de vir a existir um Universoem que haja certa quantidade de h

    elio e tamb

    em superno-

    vas em explosao

    e muito estreita. A nossa exist

    encia

    depende dessa combinacao de coincid

    encias, e da coinci-

    dencia ainda mais fant

    astica dos n

    veis de energia nuclear

    preditos [pelo astronomo Fred] Hoyle. Diferentemente de

    todas as geracoes anteriores, n

    os sabemos como viemos a

    existir. Mas como todas as geracoes anteriores ainda n

    ao

    sabemos por que. New Scientist.

    20 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • pergunte. O matematico e f

    sico Freeman Dyson ex-

    plica: A [forca] fracae milh

    oes de vezes mais fraca do

    que a forca nuclear.E fraca justamente o necess

    ario

    para que o hidrogenio no Sol queime num ritmo len-

    to e constante. Se a [forca] fraca fosse mais forte oumais fraca, todas as formas de vida que dependem deestrelas do tipo do Sol tamb

    em estariam em perigo.

    Sim, esse ritmo de combustao preciso mant

    em a Ter-

    ra aquecida mas nao incinerada e nos mant

    em

    vivos.

    Ademais, os cientistas acreditam que a forca fra-ca participa nas explos

    oes de supernovas, que eles

    acham ser o processo para a producao e distribuic

    ao

    da maioria dos elementos. Se tais forcas nuclearesfossem ligeiramente diferentes do que s

    ao, as estrelas

    nao produziriam os elementos dos quais voc

    e e eu nos

    compomos, explica o fsico John Polkinghorne.

    Muito mais se poderia dizer, mas voce sem d

    uvida

    entende o ponto. Existe uma surpreendente regula-gem entre essas quatro forcas fundamentais. Pareceque tudo ao nosso redor prova que a natureza fez tudocerto, escreveu o professor Paul Davies. Sim, a regu-lagem perfeita entre as forcas fundamentais possibi-lita a exist

    encia e a operac

    ao do nosso Sol, do nosso

    agradavel planeta com as suas

    aguas vitalizantes, da

    nossa atmosfera tao essencial

    `a vida, e de uma cole-

    cao enorme de preciosos elementos qu

    micos existen-

    tes na Terra. Mas pergunte-se: O que explica essaregulagem perfeita, e o que

    e respons

    avel por isso?

    Caractersticas ideais da Terra

    A nossa existencia exige precis

    ao tamb

    em em ou-

    tros sentidos. Considere as medidas da Terra e sua

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 21

  • posicao em relac

    ao ao res-

    tante do sistema solar. Nolivro b

    blico de J

    o fazem-se

    as seguintes perguntas, queinduzem

    `a humildade: Onde

    [estavas] quando fundei a terra?. . . Quem lhe p

    os as medidas, caso

    tu o saibas? (Jo 38:4, 5) Como nunca

    antes, essas perguntas exigem respostas.Por qu

    e? Por causa das coisas surpreenden-

    tes que tem sido descobertas a respeito da Ter-

    ra incluindo seu tamanho e sua posicao no siste-

    ma solar.

    Nao se encontrou nenhum outro planeta como a

    Terra no Universo.E verdade que alguns cientistas

    apontam evidencias indiretas de que certas estrelas

    tem em sua

    orbita objetos centenas de vezes maiores

    do que a Terra. Mas o tamanho da Terrae exatamen-

    te o certo para que possamos existir. Como assim? Sea Terra fosse um pouquinho maior, a sua gravidadeseria mais forte e o hidrog

    enio (um g

    as leve) iria acu-

    mular-se por nao poder escapar dessa gravidade. Com

    isso, a atmosfera seria inospita para a vida. Por outro

    lado, se a Terra fosse um pouquinho menor, o essen-cial oxig

    enio escaparia e as

    aguas do planeta se eva-

    porariam. Em ambos os casos, nao seria poss

    vel vi-

    vermos.

    As condicoes especiais existentes na Terra, em func

    ao de seu

    tamanho ideal, sua composicao de elementos e sua

    orbita

    quase circular a uma distancia perfeita de uma estrela de vida

    longa (o Sol), possibilitaram o acumulo de

    agua na superf

    cie

    da Terra. (Integrated Principles of Zoology, 7.a edicao)

    Semagua, a vida na Terra n

    ao poderia ter surgido.

    Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • A Terra esta tamb

    em a uma dist

    ancia ideal do Sol,

    um fator vital para a sustentacao da vida. O astr

    o-

    nomo John Barrow e o matematico Frank Tipler es-

    tudaram a proporcao do raio da Terra e a dist

    ancia

    do Sol. Eles concluram que a vida humana n

    ao exis-

    tiria se essa proporcao fosse ligeiramente diferen-

    te da que se observa. O professor David L. Blockdiz: Os c

    alculos mostram que se a Terra ficasse s

    o

    5% mais perto do Sol, uns 4 bilhoes de anos atr

    as te-

    ria ocorrido um descontrolado efeito estufa [supera-quecimento da Terra]. Por outro lado, se a Terra fi-casse s

    o 1% mais longe do Sol, uns 2 bilh

    oes de

    anos atras teria ocorrido uma descontrolada glacia-

    cao [enormes camadas de gelo cobrindo grande par-te do globo]. Our Universe: Accident or Design?

    A essa precisao, acrescente-se o fato de que a Ter-

    ra gira em torno de seu eixo uma vez por dia, na velo-cidade certa para produzir temperaturas moderadas.Venus leva 243 dias para fazer o mesmo. Imagine se

    a Terra levasse tanto tempo! Nao suportar

    amos as

    temperaturas extremas de dias e noites tao longos.

    Outro detalhe vitale a trajet

    oria da Terra ao re-

    dor do Sol. A trajetoria dos cometas

    e larga e el

    pti-

    ca. Felizmente, a da Terra nao

    e assim; a sua

    orbita

    e quase circular. Isso tamb

    em nos poupa de extremos

    de temperatura fatais.

    Nao despercebamos tamb

    em a localizac

    ao de nos-

    so sistema solar. Se ficasse mais perto do centro daVia L

    actea, o efeito gravitacional de estrelas vizi-

    nhas distorceria aorbita da Terra. Em contraste, se

    estivesse situado bem na extremidade dessa nossagal

    axia, o c

    eu noturno ficaria quase sem estrelas.

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 23

  • A luz das estrelas nao

    e essencial

    `a vida, mas n

    ao

    acrescentam elas uma grande beleza ao nosso ceu no-

    turno? E, com base em conceitos correntes sobre oUniverso, os cientistas calculam que nas extremida-des da Via L

    actea n

    ao haveria elementos qu

    micos

    suficientes para formar um sistema solar como o nos-so.

    Lei e ordem

    Por observacao pessoal, voc

    e sabe que todas as coi-

    sas tendem para a desordem. Como todo dono de umacasa verifica, as coisas abandonadas tendem a estra-gar-se ou a desintegrar-se. Os cientistas chamam essatend

    encia de segunda lei da termodin

    amica. Vemos

    Os cientistas descobriram que os elementos revelam espanto-sa ordem e harmonia. Evid

    encia interessante disso

    e apresenta-

    da no apendice Unidades arquiteturais do Universo, na p

    agi-

    na 26.

    Acredita so no que v

    e?

    Muitas pessoas razoaveis aceitam a exist

    encia de

    coisas que nao podem ver. Em janeiro de 1997, a revista

    Discover publicou que os astronomos haviam detectado o

    que eles concluram ser cerca de uma d

    uzia de planetas

    orbitando estrelas distantes.

    Ate agora esses novos planetas s

    o s

    ao conhecidos

    pela maneira como suas gravidades interferem nomovimento das estrelas m

    aes. Sim, para os astr

    onomos,

    os efeitos visveis da gravitac

    ao constitu

    ram base para

    crer na existencia de corpos celestes n

    ao vistos.

    Evidencias relacionadas n

    ao a observac

    ao direta

    foi uma base adequada para os cientistas aceitarem oque ainda era invis

    vel. Muitos que creem num Criador

    concluem que tem base similar para aceitar a exist

    encia

    do que nao podem ver.

    24 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • essa lei em acao diariamente. Um carro novo ou uma

    bicicleta nova abandonados viram sucata. Um predio

    abandonado se transformara em ru

    nas. E o Univer-

    so? A lei se aplica ali tambem. Portanto,

    e de supor

    que a ordem no Universo deva, com o tempo, ceder`a

    desordem total.

    Mas parece que nao

    e isso o que acontece com o Uni-

    verso, como o professor de matematica Roger Penro-

    se descobriu ao estudar o estado de desordem (ou,entropia) do Universo observ

    avel. Uma maneira l

    ogi-

    ca de interpretar tais descobertase concluir que o

    Universo comecou num estado de ordem e aindae

    altamente organizado. O astrofsico Alan Lightman

    observou que os cientistas acham misterioso que oUniverso tenha sido criado num estado de ordem t

    ao

    elevado. Ele acrescentou que qualquer teoria de cos-mologia bem-sucedida devia em

    ultima an

    alise expli-

    car esse problema da entropia, ou seja, por que o Uni-verso n

    ao se tornou ca

    otico.

    De fato, a nossa existencia

    e contr

    aria a essa lei

    reconhecida. Portanto, o que explica a nossa vida aquina Terra? Como j

    a mencionado, essa

    e uma pergunta

    basica que merece uma resposta.

    Sir Fred Hoyle explica em The Nature of the Universe: Para fugirda quest

    ao da criac

    ao seria necess

    ario que toda a mat

    eria

    do Universo fosse infinitamente velha, o que ela nao pode ser.

    . . . O hidrogenio

    e constantemente convertido em h

    elio e

    em outros elementos . . . Como se da, ent

    ao, que o

    Universo consiste quase so de hidrog

    enio? Se a mat

    eria fosse

    infinitamente velha isso seria totalmente impossvel. Vemos

    assim que, pelo que o Universoe, a quest

    ao da criac

    ao n

    ao

    pode ser simplesmente ignorada.

    Quale a origem do Universo? A controv

    ersia 25

  • APENDICE

    Unidades arquiteturais do UniversoE assim que uma moderna enciclop

    edia de ci

    encia chama os

    elementos qumicos. H

    a uma variedade espantosa entre os elementos

    da Terra; alguns sao raros, outros abundantes. Certos elementos, como

    o ouro, sao atraentes para o olho humano. Outros s

    ao gases que nem

    sequer vemos, como o nitrogenio e o oxig

    enio. Cada elemento

    e feito de

    certo tipo deatomo. A construc

    ao dos

    atomos e a relac

    ao deles entre si

    revelam economia e espantosa organizacao, numa ordem semelhante

    `a de um gr

    afico.

    Uns 300 anos atras, conheciam-se apenas 12 elementos: antim

    onio,

    arsenio, bismuto, carbono, chumbo, cobre, enxofre, estanho, ferro,

    mercurio, ouro e prata. Com a descoberta de novos elementos, os

    cientistas notaram que estes refletiam uma ordem bem definida. Vistoque havia lacunas nessa ordem, cientistas como Mendeleyev, Ramsay,Moseley e Bohr teorizaram a exist

    encia de elementos desconhecidos e

    suas caractersticas. Com o tempo esses elementos foram descobertos,

    exatamente conforme fora predito. Como podiam esses cientistasprever a exist

    encia de formas de mat

    eria ainda desconhecidas na

    epoca?

    Bem, os elementos seguem uma ordem numerica natural, baseada

    na estrutura de seusatomos.

    E uma lei comprovada. Assim, os livros

    escolares podem apresentar uma tabela periodica de elementos em

    linhas horizontais e em colunas hidrogenio, h

    elio, e assim por diante.

    A McGraw-Hill Encyclopedia of Science & Technology observa:Poucas sistematizac

    oes na hist

    oria da ci

    encia rivalizam-se com o

    conceito periodico como ampla revelac

    ao da ordem do mundo f

    sico. . . .

    Quaisquer elementos novos que venham a ser descobertos no futurocom certeza encontrar

    ao um lugar no sistema peri

    odico, ajustando-se

    `a sua respectiva ordem e revelando as peculiares caracter

    sticas

    familiais.

    Quando os elementos sao dispostos nas linhas horizontais e nas

    colunas da tabela periodica, observa-se uma relac

    ao not

    avel entre os

    elementos que aparecem numa mesma coluna. Por exemplo, naultima

    coluna estao h

    elio (N. 2), ne

    onio (N. 10), arg

    onio (N. 18), cript

    onio

    (N. 36), xenonio (N. 54) e rad

    onio (N. 86). S

    ao gases que brilham

    intensamente quando atravessados por uma descarga eletrica e s

    ao

    usados em certas lampadas. Tamb

    em, eles n

    ao interagem facilmente

    com varios outros elementos, como fazem outros gases.

    Sim, o Universo mesmo nas suasnfimas part

    culas at

    omicas

    revela espantosa harmonia e ordem. O quee respons

    avel por essa

    ordem, harmonia e variedade nos blocos de construcao do Universo?

    26

  • III

    l tio

    ber lio

    Li

    Be

    34

    s odio

    magn esio

    Na

    Mg

    11

    12

    pot ass

    ioc alcio

    esc

    andio

    tit anio

    van adio

    cromo

    mangan es

    ferro

    cobalto

    KCa

    Sc

    Ti

    VCr

    Mn

    Fe

    Co

    19

    20

    21

    22

    23

    24

    25

    26

    27

    rub dio

    estr oncio

    trio

    zirc

    onio

    ni obio

    molib

    d enio

    tecn ecio

    rut enio

    r odio

    Rb

    Sr

    YZr

    Nb

    Mo

    Tc

    Ru

    Rh

    37

    38

    39

    40

    41

    42

    43

    44

    45

    c esio

    b ario

    h afnio

    t antalo

    tungst

    enio

    r enio

    osm

    ioir dio

    Cs

    Ba

    Hf

    Ta

    WRe

    Os

    Ir55

    56

    72

    73

    74

    75

    76

    77

    fr ancio

    r adio

    Fr

    Ra

    87

    88

    104

    105

    106

    107

    108

    109

    lant anio

    c erio

    prase

    od m

    ioneod m

    ioprom

    ecio

    sam

    ario

    eur opio

    La

    Ce

    Pr

    Nd

    Pm

    Sm

    Eu

    57

    58

    59

    60

    61

    62

    63

    act nio

    t orio

    protact nio

    ur anio

    net unio

    plut onio

    amer cio

    Ac

    Th

    Pa

    UNp

    Pu

    Am

    89

    90

    91

    92

    93

    94

    95

    III

    IVV

    VI

    VII

    boro

    carbono

    nitrog enio

    oxig enio

    fl uor

    ne onio

    BC

    NO

    FNe

    56

    78

    910

    alum

    nio

    sil c

    iof osforo

    enxofre

    cloro

    arg

    onio

    Al

    Si

    PS

    Cl

    Ar

    13

    14

    15

    16

    17

    18

    n quel

    cobre

    zinco

    g alio

    germ

    anio

    ars

    enio

    sel enio

    bromo

    cript onio

    Ni

    Cu

    Zn

    Ga

    Ge

    As

    Se

    Br

    Kr

    28

    29

    30

    31

    32

    33

    34

    35

    36

    pal adio

    prata

    c admio

    ndio

    estanho

    antim

    onio

    tel urio

    iodo

    xen onio

    Pd

    Ag

    Cd

    InSn

    Sb

    Te

    IXe

    46

    47

    48

    49

    50

    51

    52

    53

    54

    platina

    ouro

    merc

    urio

    t alio

    chumbo

    bismuto

    pol onio

    astat nio

    rad onio

    Pt

    Au

    Hg

    Tl

    Pb

    Bi

    Po

    At

    Rn

    78

    79

    80

    81

    82

    83

    84

    85

    86

    gadol n

    iot erbio

    dispr osio

    h olm

    io erbio

    t ulio

    it erbio

    lut ecio

    Gd

    Tb

    Dy

    Ho

    Er

    Tm

    Yb

    Lu

    64

    65

    66

    67

    68

    69

    70

    71

    c urio

    berqu elio

    calif

    ornio

    einst

    einio

    f erm

    iomendel evio

    nob elio

    laur encio

    Cm

    Bk

    Cf

    Es

    Fm

    Md

    No

    Lr

    96

    97

    98

    99

    100

    101

    102

    103

    Tabela periodica dos elementos

    META

    ISAMETA

    IS

    hidrog enio

    H 1

    Nomedoelemento

    S m

    bolo

    N umero

    at omico

    GASES

    RAROS

    VIII

    h elio

    He 2

    ELEMENTO

    SDETRANSIC

    AO

    S erie

    doslantan deos

    S erie

    dosactin deos

    A ordem e a harmonia dos elementos na tabelaperi

    odica refletem mero acaso ou projeto inteligente?

  • A TERRA fervilha de vida. Do geladoArtico

    `a flores-

    ta amazonica, do deserto do Saara ao pantanal Ever-

    glades, do escuro leito oceanico aos reluzentes picos

    de montanha a vidae abundante. E tem muito po-

    tencial de nos causar assombro.

    A vida se apresenta em tipos, tamanhos e quanti-dades estonteantes. Um milh

    ao de esp

    ecies de inse-

    tos povoa o nosso planeta. Nasaguas que nos cercam

    nadam mais de 20 mil especies de peixes alguns

    do tamanho de um grao de arroz, outros do compri-

    mento de um caminhao. Pelo menos 350 mil esp

    ecies

    de plantas algumas exoticas, a maioria maravi-

    lhosas enfeitam o solo. E mais de 9 mil especies

    de passaros voam acima de n

    os. Essas criaturas, in-

    cluindo o homem, formam o panorama e a sinfoniaque chamamos de vida.

    Ainda mais espantoso do que a agradavel varieda-

    de de formas de vida, porem,

    e a profunda uni

    ao que

    as interliga. Os bioqumicos, que estudam a fundo as

    criaturas da Terra, explicam que todas as coisas vi-vas sejam amebas ou seres humanos dependemde uma espantosa interac

    ao: o trabalho de equipe dos

    acidos nucleicos (DNA e RNA) e dasmol

    eculas de pro-

    tena. Os intrincados processos que envolvem esses

    componentes ocorrem praticamente em todas as ce-

    lulas do nosso corpo, assim como nas celulas de bei-

    ja-flores, de leoes e de baleias. Essa interac

    ao unifor-

    me produz um belo mosaico de vida. Como surgiuessa orquestrac

    ao de vida? Sim, qual

    e a origem da

    vida?

    CAPI T U LO TR

    E S

    Quale a origem da vida?

  • Provavelmente voce aceita o fato de que houve um

    tempo em que nao havia vida na Terra. A ci

    encia con-

    corda com isso, bem como muitos livros religiosos.Mesmo assim, talvez saiba que essas duas fontes aciencia e a religi

    ao divergem na explicac

    ao de como

    a vida comecou na Terra.

    Milhoes de pessoas de todos os n

    veis culturais

    acreditam que um Criador inteligente, o Projetista

    Quale a origem da vida? 29

  • Que chances tem o acaso?O acaso, e somente o acaso, fez tudo da sopa primor-

    dial ao homem, disse o premio Nobel Christian de Duve, fa-

    lando a respeito da origem da vida.E o acaso, por

    em, uma

    explicacao racional para a causa da vida?

    O quee acaso? Alguns pensam em termos de probabili-

    dade matematica, como no lancamento de uma moeda

    para o alto. Mas nao

    e assim que muitos cientistas usam

    acaso com relacao

    `a origem da vida. A vaga palavra aca-

    soe usada como substituta de uma palavra mais precisa,

    como causa, especialmente quando a causae desconhe-

    cida.

    Personificar o acaso, como se estivessemos falando de

    um agente causativo, observa o biofsico Donald M. Mac-

    Kay, e fazer uma transic

    ao ileg

    tima de um conceito cient

    -

    fico para um conceito mitologico quase religioso. Robert

    C. Sproul tambem destacou: Por chamar h

    a tanto tempo de

    acaso a causa desconhecida, as pessoas comecam a es-quecer-se de que se fez uma substituic

    ao. . . . Para muitos, a

    suposicao de que acaso

    e igual a causa desconhecida veio

    a significar que acasoe igual a causa.

    O premio Nobel Jacques L. Monod, por sua vez, usou esta

    linha de raciocnio acaso igual a causa: O mero acaso,

    absolutamente desimpedido, porem cego, [est

    a] na pr

    opria

    base da estupenda estrutura da evolucao, escreveu. O ho-

    mem finalmente sabe que esta sozinho na insens

    vel imen-

    sidao do Universo, do qual ele surgiu apenas por acaso.

    Note que ele diz: POR acaso. Monod faz como muitos ou-tros eleva o acaso a um princ

    pio criativo. O acaso

    e apre-

    sentado como meio pelo qual a vida veio a existir na Terra.

    Segundo certos dicionarios, acaso

    e o suposto deter-

    minante impessoal, sem objetivo, de inumeraveis aconteci-

    mentos. Assim, quem diz que a vida surgiu por acaso esta

    dizendo que ela surgiu por meio de um poder casual desco-nhecido. N

    ao estariam alguns virtualmente escrevendo

    Acaso com inicial maiuscula dizendo, na verdade, Cria-

    dor?

    30 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • original, produziu a vida na Terra. Em contraste,muitos cientistas dizem que a vida surgiu de mat

    eria

    semvida, atraves de sucessivas reac

    oes qu

    micas, por

    mero acaso. Quem esta certo?

    Nao devemos encarar esse assunto como distante

    de nos e de nossa busca de uma vida mais significa-

    tiva. Como ja mencionado, uma das perguntas mais

    fundamentais dos humanos tem sido: comoe que n

    os,

    seres humanos vivos, viemos a existir?

    A maioria dos livros cientficos concentra-se na

    adaptacao e na sobreviv

    encia das formas de vida, em

    vez de na questao mais central a pr

    opria origem

    da vida. Talvez tenha notado que as tentativas de ex-plicar a origem da vida em geral s

    ao feitas em forma

    de generalizacoes, tais como: Por milh

    oes de anos,

    moleculas em colis

    ao de algumamaneira produziram

    a vida. Mase isso realmente satisfat

    orio? Isso signi-

    ficaria que, exposta`a energia do Sol, a rel

    ampagos

    ou a vulcoes, alguma mat

    eria sem vida reagiu, orga-

    nizou-se e, por fim, passou a viver tudo isso semajuda orientada. Que enorme salto isso teria sido!De mat

    eria sem vida para mat

    eria viva! Poderia ter

    acontecido assim?

    Na Idade Media, aceitar esse conceito talvez n

    ao

    fosse difcil, pois a gerac

    ao espont

    anea (a noc

    ao de

    que a vida poderia ter surgido espontaneamente demat

    eria sem vida) era uma crenca corrente. Final-

    mente, no seculo 17, o m

    edico italiano Francesco Redi

    provou que os gusanos apareciam na carne estraga-da s

    o depois de asmoscas terem depositado ovos nela.

    Nenhum gusano surgia em carne fora do alcance dasmoscas. Se insetos do tamanho das moscas n

    ao sur-

    giam simplesmente sozinhos, que dizer dos microbios

    Quale a origem da vida? 31

  • que continuavam a aparecer nos alimentos cober-tos ou n

    ao? Ainda que experimentos posteriores in-

    dicassem que os microbios n

    ao surgiam espontanea-

    mente, a questao continuou controversial. Da

    veio o

    trabalho de Louis Pasteur.

    Muitos conhecem o trabalho de Pasteur, que re-solveu problemas ligados

    `a fermentac

    ao e a doen-

    cas infecciosas. Ele tambem fez experi

    encias para

    ver se formas de vida minusculas poderiam surgir

    por si mesmas. Como talvez tenha lido, Pasteur de-monstrou que at

    e mesmo bact

    erias min

    usculas n

    ao

    se formavam emagua esterilizada protegida da con-

    taminacao. Em 1864, ele anunciou: A doutrina da

    geracao espont

    anea jamais se recuperar

    a do golpe

    mortal desferido por essa experiencia simples. Isso

    aindae verdade. Experimento algum produziu vida

    de materia sem vida.

    Como, entao, poderia vir a existir vida na Terra?

    Tentativas modernas de responder a essa perguntapodem remontar aos anos 20, aos trabalhos do bio-qu

    mico russo Alexander I. Oparin. Ele e outros cien-

    tistas desde entao t

    em produzido algo parecido com

    o texto de um drama de tres atos, que representa o

    que supostamente ocorreu no palco do planeta Ter-ra. O primeiro ato mostra os elementos, ou mat

    erias-

    primas, da Terra virarem grupos de moleculas. Em

    seguida, o salto para moleculas maiores. E o

    ultimo

    ato apresenta o salto para a primeira celula viva.

    Mas foi realmente assim que tudo aconteceu?

    Nesse drama,e fundamental explicar que a atmos-

    fera primitiva da Terra era muito diferente do quee

    hoje. Segundo certa teoria, praticamente nao havia

    oxigenio livre, e os elementos nitrog

    enio, hidrog

    enio

    32 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • e carbono formaram o amonaco e o metano. A ideia

    e que, quando os rel

    ampagos e a luz ultravioleta ca

    -

    ram sobre uma atmosfera formada por esses gasese vapor de

    agua, surgiram ac

    ucares e amino

    acidos.

    Mas tenha em mente quee uma teoria.

    Nesse drama teorico, essas formas moleculares

    escorreram para os oceanos ou para outros corposde

    agua. Com o tempo, os ac

    ucares, os

    acidos e os

    outros componentes formaram um caldo de sopa

    Muitos cientistas reconhecem agora que as complexas moleculas,

    fundamentais para a vida, nao poderiam ter sido geradas

    espontaneamente numa sopa pre-bi

    otica

    Quale a origem da vida? 33

  • pre-bi

    otica, na qual os amino

    acidos, por exemplo,

    combinaram-se e viraram protenas. Estendendo

    essa progressao te

    orica, outros componentes, os nu-

    cleotdeos, formaram cadeias e viraram

    acido nuclei-

    co, como o DNA. Tudo isso, supostamente, preparouo cen

    ario para o ato final do drama molecular.

    Pode-se chamar esseultimo ato, de que n

    ao se tem

    registro, de historia de amor. As mol

    eculas de prote

    -

    na e as moleculas do DNA encontraram-se por acaso,

    houve compatibilidade e elas se uniram. Da, pouco

    antes de fechar as cortinas, nasce a primeira celula

    viva. Se voce viesse acompanhando esse drama, tal-

    vez se perguntasse: Issoe vida real ou ficc

    ao? Pode-

    ria a vida na Terra realmente ter-se originado dessamaneira?

    Genese em laborat

    orio?

    No incio dos anos 50, os cientistas resolveram tes-

    tar a teoria de Alexander Oparin. Era um fato esta-belecido que vida vem apenas de vida, mas os cientis-tas teorizavam que, se as condic

    oes fossem diferentes

    no passado, a vida poderia ter surgido lentamente dealgo sem vida. Poderia ser demonstrado isso? O cien-tista Stanley L.Miller, do laborat

    orio de Harold Urey,

    tomou hidrogenio, amon

    aco, metano e vapor de

    agua

    (presumindo ser esta a constituicao da atmosfera pri-

    mitiva), lacrou-os num frasco comagua fervente no

    fundo (para representar um oceano), e disparou fas-

    cas eletricas (como rel

    ampagos) atrav

    es dos vapores.

    Depois de uma semana apareceram vestgios de uma

    goma avermelhada, que Miller analisou e descobriuser rica em amino

    acidos a ess

    encia das prote

    nas.

    E provavel que voc

    e tenha ouvido falar dessa expe-

    riencia, pois h

    a anos ela

    e mencionada em livros de

    34 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • ciencia e nas escolas para explicar como a vida na

    Terra comecou. Explica mesmo?

    Na verdade, o valor da experiencia de Miller

    e se-

    riamente questionado hoje em dia. (Veja Classica,

    mas questionavel, p

    aginas 36-37.) N

    ao obstante, seu

    sucesso aparente levou a outros testes que ate mes-

    mo produziram componentes encontrados emacidos

    nucleicos (DNA ou RNA). Especialistas no campo (`as

    vezes chamados de cientistas da origem da vida) es-tavam otimistas, pois aparentemente haviam repro-duzido o primeiro ato do drama molecular. E pareciaque as vers

    oes em laborat

    orio dos dois atos restan-

    tes se seguiriam. Certo professor de Qumica afir-

    mou: A explicacao da origem de um primitivo siste-

    ma de vida por meio de mecanismos evolucionarios

    esta bem

    `a vista. E um articulista cient

    fico obser-

    vou: Os magos especulavam que os cientistas, comoo Dr. Frankenstein, de Mary Shelley, num passe dem

    agica logo fariam surgir organismos vivos em seus

    laboratorios e, assim, demonstrar em detalhes como

    se deu a genese. O mist

    erio da origem espont

    anea

    da vida, muitos achavam, estava desvendado. VejaDireita, esquerda, p

    agina 38.

    Mudam as opinioes, persistem os enigmas

    Em anos posteriores, porem, esse otimismo se eva-

    porou. Passaram-se decadas, e os segredos da vida

    [A menor bacteria que existe]

    e bem mais parecida com uma pessoa

    do que as misturas de substancias qu

    micas de Stanley Miller,

    porque a bacteria j

    a tem essas propriedades de sistema. Portanto,

    passar de uma bacteria para uma pessoa

    e um passo menor do que

    passar de uma mistura de aminoacidos para essa bact

    eria.

    Professora de Biologia Lynn Margulis

    Quale a origem da vida? 35

  • 36 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

    Classica, mas question

    avel

    A experiencia de Stanley Miller, de 1953, muitas vezes

    e citada como evid

    encia de que a gerac

    ao espont

    anea po-

    deria ter acontecido no passado. A validade de sua expli-cac

    ao, contudo, baseia-se na suposic

    ao de que a atmos-

    fera primordial da Terra era de reducao. Isso significa

    que continha apenas a menor quantidade de oxigenio li-

    vre (nao combinado quimicamente). Por qu

    e?

    O livro O Misterio da Origem da Vida: Reavaliando Teo-

    rias Correntes (em ingles) destaca que, se houvesse mui-

    to oxigenio livre, nenhum amino

    acido poderia ter sido

    formado e, se por acaso fosse formado, se decomporia ra-pidamente. Qu

    ao s

    olida foi a suposic

    ao de Miller a res-

    peito da chamada atmosfera primitiva?

    Num documento classico publicado dois anos depois de

    sua experiencia, Miller escreveu:

    E claro que essas ideias

    sao especulac

    oes, pois n

    ao sabemos se a Terra realmen-

    te tinha uma atmosfera de reducao quando foi formada.

    . . . Ate agora n

    ao se achou nenhuma evid

    encia direta.

    Journal of the American Chemical Society, 12 de maiode 1955.

    Encontrou-se mais tarde essa evidencia? Uns 25 anos

    depois, o articulista cientfico Robert C. Cowen publicou:

    Os cientistas estao tendo de repensar algumas de suas

    suposicoes. . . . Surgiram poucas evid

    encias em apoio da

    nocao de uma atmosfera rica em hidrog

    enio, altamente

    de reducao; no entanto, h

    a certas evid

    encias contra ela.

    Technology Review, abril de 1981.

    E desde entao? Em 1991, John Horgan escreveu em

    Scientific American: Naultima d

    ecada, mais ou menos,

    O oxigenio

    e altamente reativo. Por exemplo, ele se combina

    com o ferro e forma ferrugem, ou com o hidrogenio e forma

    agua.

    Se houvesse muito oxigenio livre numa atmosfera quando os

    aminoacidos estivessem sendo montados, ele rapidamente se

    combinaria com as moleculas org

    anicas e as desmancharia,

    `a

    medida que fossem formadas.

  • Quale a origem da vida? 37

    aumentaram as duvidas a respeito das suposic

    oes de

    Urey e Miller sobre a atmosfera. Experiencias em labora-

    torio e reconstruc

    oes computadorizadas da atmosfera . . .

    sugerem que a radiacao ultravioleta do Sol, hoje bloquea-

    da pelo ozonio atmosf

    erico, teria destru

    do as mol

    eculas

    `a base de hidrog

    enio na atmosfera. . . . Tal atmosfera [di

    o-

    xido de carbono e nitrogenio] n

    ao teria sido conducente

    `a

    sntese de amino

    acidos e de outros precursores da vida.

    Por que, entao, muitos ainda sustentam que a atmosfe-

    ra primitiva da Terra era de reducao, contendo pouco oxi-

    genio? Em Molecular Evolution and the Origin of Life (Evo-

    lucao Molecular e a Origem da Vida), Sidney W. Fox e Klaus

    Dose respondem: na atmosfera certamente nao havia oxi-

    genio porque, por um lado, experi

    encias em laborat

    orio

    mostram que a evolucao qu

    mica . . . seria grandemente

    inibida pelo oxigenio e porque componentes tais como os

    aminoacidos n

    ao s

    ao est

    aveis no decurso de per

    odos

    geologicos na presenca de oxig

    enio.

    Nao

    e isso um racioc

    nio evasivo? A atmosfera primiti-

    va era de reducao, diz-se, pois do contr

    ario a gerac

    ao

    espontanea da vida n

    ao poderia ter ocorrido. Mas real-

    mente nao existe certeza de que era de reduc

    ao.

    Ainda ha outro detalhe importante: se a mistura de ga-

    ses representa a atmosfera, a fasca el

    etrica imita o re-

    lampago e a

    agua fervente seria o mar o que, ou a quem,

    representa o cientista que faz a experiencia?

  • continuam esquivos. Uns 40 anos depois de seu expe-rimento, o professor Miller disse

    `a revista Scientific

    American: O problema da origem da vida revelou sermuito mais dif

    cil do que eu, e a maioria das outras

    pessoas, imaginava. Outros cientistas tambem mu-

    daram de opiniao. Por exemplo, em 1969, o professor

    de Biologia Dean H. Kenyon foi coautor do livro Bio-chemical Predestination (Predestinac

    ao Bioqu

    mica).

    Mais recentemente, porem, ele concluiu que seria

    fundamentalmente implausvel que mat

    eria e ener-

    gia nao assistidas se organizassem em sistemas vi-

    vos.

    De fato, os trabalhos de laboratorio comprovam a

    afirmacao de Kenyon de que existe uma falha fun-

    damental em todas as teorias correntes a respeito

    Direita, esquerda

    Sabemos que existem luvas direita e esquerda. Da-se

    o mesmo com as moleculas de amino

    acidos. Dos cerca de

    cem aminoacidos conhecidos, apenas 20 s

    ao usados em

    protenas, e nenhum

    e direito. Quando os cientistas produ-

    zem aminoacidos em laborat

    orio, reproduzindo o que pre-

    sumem ter acontecido numa sopa pre-bi

    otica, eles apuram

    um numero igual de mol

    eculas direitas e esquerdas. Esse

    tipo de distribuicao 50-50, diz o The New York Times,

    nao

    e caracter

    stico de vida, que depende apenas de ami-

    noacidos esquerdos. Por que os organismos vivos se com-

    poem de amino

    acidos esquerdos

    e um grande mist

    erio.

    Ate mesmo os amino

    acidos encontrados em meteoritos

    mostraram excessos de formas esquerdas. O Dr. Jeffrey L.Bada, estudioso dos enigmas da origem da vida, disse quealguma influ

    encia fora da Terra talvez tenha tido certa par-

    ticipacao em determinar se os amino

    acidos biol

    ogicos se-

    riam direitos ou esquerdos.

    38 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • das origens qumicas da vida. Depois que Miller e

    outros sintetizaram aminoacidos, os cientistas passa-

    ram a tentar fabricar protenas e DNA, necess

    arios

    para a vida na Terra. Apos milhares de experi

    encias

    com as chamadas condicoes pr

    e-bi

    oticas, qual foi o re-

    sultado? O livro OMisterio da Origem da Vida: Rea-

    valiando Teorias Correntes (em ingles) observa: H

    a

    um contraste impressionante entre o consideravel su-

    cesso em sintetizar aminoacidos e o persistente fra-

    casso de sintetizar protenas e DNA. Os empenhos

    nesseultimo sentido s

    ao fracassos constantes.

    Realisticamente, o misterio envolve mais do que

    como surgiram as primeiras moleculas de prote

    na e

    deacido nucleico (DNA ou RNA). Inclui como

    e que

    elas trabalham juntas. E somente pela parceria des-

    sas duas moleculas que a vida contempor

    anea na

    Terrae poss

    vel, diz The New Encyclopdia Britan-

    nica. Contudo, como essa parceria se formou, obser-va essa enciclop

    edia, ainda

    e um problema crucial e

    nao resolvido na quest

    ao da origem da vida. Sem d

    u-

    vida.

    O Apendice A, Equipe a servico da vida (p

    agi-

    nas 45-47), considera alguns detalhes basicos do ins-

    tigante trabalho de equipe das protenas e dos

    acidos

    nucleicos nas nossas celulas. Mesmo esse relance no

    ambito das c

    elulas do nosso corpo desperta admira-

    cao pelo trabalho de cientistas nesse campo. Eles t

    em

    lancado luz sobre processos extremamente complexosnos quais poucos de n

    os sequer pensam, processos

    que, no entanto, funcionam todo instante de nossavida. De outro

    angulo, por

    em, a espantosa complexi-

    dade e precisao exigidas leva-nos de novo

    `a pergun-

    ta: comoe que tudo isso surgiu?

    Quale a origem da vida? 39

  • Talvez saiba que os cientistas da origem da vidanao cessam de tentar criar um cen

    ario plaus

    vel para

    o drama do surgimento da vida. No entanto, seusnovos textos n

    ao est

    ao sendo convincentes. (Veja o

    Apendice B, Do mundo do RNA ou de outro mun-

    do?, pagina 48.) Por exemplo, Klaus Dose, do Insti-

    tuto de Bioqumica em Mainz, Alemanha, observou:

    No presente, todas as discussoes sobre as teorias e

    experiencias principais nesse campo acabam em im-

    passe ou em admissao de desconhecimento.

    Mesmo na Conferencia Internacional sobre a Ori-

    gem da Vida, em 1996, nenhuma solucao foi apresen-

    tada. Em vez disso, a revista Science publicou que oscerca de 300 cientistas reunidos haviam-se digladia-do com o enigma de como surgiram as mol

    eculas do

    [DNA e RNA] e como evoluram em c

    elulas autorre-

    produtoras.

    Foi preciso inteligencia e educac

    ao superior para

    estudar e ate mesmo comecar a explicar o que ocorre

    a nvel molecular nas nossas c

    elulas.

    E razo

    avel crer

    que etapas complicadas ocorreram primeiro numasopa pr

    e-bi

    otica, sem direc

    ao, espontaneamente e

    por acaso? Ou havia mais envolvido?

    Por que os enigmas?

    A pessoa hoje pode repassar quase meio seculo

    de especulacoes e milhares de tentativas de provar

    que a vida originou-se por si mesma. Se fizer isso,

    Essas experiencias . . . reivindicam a produc

    ao de s

    ntese abi

    otica

    que, na realidade, foi produzida e projetada por um ser humanomuito inteligente e bem bi

    otico numa tentativa de confirmar

    ideias com as quais ele estava grandemente comprometido. Origin and Development of Living Systems.

    40 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • Um ato intelectual voluntario

    O astronomo brit

    anico Sir Fred Hoyle h

    a d

    ecadas estu-

    da o Universo e a vida nele, ate mesmo esposando a ideia

    de que a vida na Terra veio do espaco sideral. Discursan-do no Instituto de Tecnologia da Calif

    ornia, ele falou da

    ordem dos aminoacidos nas prote

    nas.

    O grande problema na biologia, disse Hoyle, nao

    e

    tanto a pura verdade que a protena consiste de uma ca-

    deia de aminoacidos

    interligados de certamaneira, mas que o ar-ranjo expl

    cito dos ami-

    noacidos d

    a a essa

    cadeia propriedadesnot

    aveis . . . Se os ami-

    noacidos fossem inter-

    ligados a esmo, have-ria um enorme n

    umero

    de arranjos inuteis aos

    objetivos de uma celu-

    la viva. Levando-se emconta que uma enzimatpica tem uma cadeiade talvez 200 elos, eque existem 20 possibilidades para cada elo,

    e f

    acil ver

    que o numero de poss

    veis arranjos in

    uteis

    e enorme,

    mais do que o numero de

    atomos em todas as gal

    axias

    visveis atrav

    es dos maiores telesc

    opios. Isso no caso de

    uma enzima, e existemmais de 2mil delas, amaioria ser-vindo a objetivos muito diferentes. Assim, como

    e que a

    situacao chegou ao ponto que conhecemos?

    Hoyle acrescentou: Em vez de aceitar a fantastica-mente pequena probabilidade de a vida ter surgido pormeio das forcas cegas da natureza, parecia melhor su-por que a origem da vida foi um ato intelectual volunt

    a-

    rio.

    Quale a origem da vida? 41

  • sera dif

    cil discordar do pr

    emio Nobel Francis Crick.

    Discorrendo sobre teorias da origem da vida, Crickobservou que h

    a demasiada especulac

    ao em cima

    de fatos escassos demais. Portanto,e compreens

    vel

    que alguns cientistas que examinam os fatos con-cluam que a vida

    e complexa demais para despon-

    tar mesmo num sofisticado laboratorio, muito menos

    num ambiente sem controle.

    Se a ciencia avancada n

    ao pode provar que a vida

    poderia surgir por si mesma, por que alguns cientis-tas ainda se apegam a tais teorias? Algumas d

    ecadas

    atras, o professor John D. Bernal lancou alguma luz

    sobre isso no livro The Origin of Life (A Origem da

    Mesmo um relance no mundo complexo e nas funcoes intrincadas de

    cada celula do corpo leva

    `a pergunta: Como surgiu tudo isso?

    RibossomosOnde s

    ao feitas

    as protenas

    Nucleo

    Centro decontrole dacelula

    Membrana celularControla o que entrae o que sai da c

    elula

    Mitocondrio

    Centro deproduc

    ao de

    moleculas que

    fornecem energiapara a c

    elula

    CromossomosCont

    em o DNA,

    o plano mestre genetico

    Nucleolo

    Local demontagemdos ribossomos

  • Vida): Pela aplicacao dos estritos c

    anones [regras]

    do metodo cient

    fico a esse assunto [a gerac

    ao espon-

    tanea da vida],

    e poss

    vel demonstrar eficazmente em

    varios pontos na hist

    oria que a vida n

    ao poderia ter

    surgido [espontaneamente]; as improbabilidades sao

    grandes demais, as chances da emergencia de vida

    sao pequenas demais. Ele acrescentou: Lament

    avel

    desse ponto de vista, a vida existe aqui na Terra emtoda a sua multiplicidade de formas e atividades, eos argumentos para justificar a sua exist

    encia preci-

    sam ser distorcidos. E o quadro nao melhorou.

    Considere as implicacoes subjacentes de tal racioc

    -

    nio.E como dizer: Cientificamente

    e correto dizer que

    a vida nao poderia ter comecado por si mesma. Mas o

    surgimento espontaneo da vida

    e a

    unica possibilida-

    de que aceitamos. Assim,e preciso distorcer os argu-

    mentos para apoiar a hipotese de que a vida surgiu es-

    pontaneamente. Fica satisfeito com essa logica? N

    ao

    exige tal raciocnio muita distorc

    ao dos fatos?

    Existem, no entanto, cientistas cultos e respeita-dos que n

    ao acham necess

    ario distorcer os fatos para

    ajusta-los a uma filosofia corrente a respeito da ori-

    gem da vida. Em vez disso, permitem que os fatosapontem para uma conclus

    ao razo

    avel. Que fatos e

    que conclusao?

    Informacoes e intelig

    encia

    Entrevistado num documentario, o professor Ma-

    ciej Giertych, renomado geneticista do Instituto deDendrologia da Academia Polonesa de Ci

    encias, de-

    clarou:

    Estamos cientes da quantidade macica de infor-mac

    oes contidas nos genes. A ci

    encia n

    ao sabe como

    Quale a origem da vida? 43

  • tais informacoes poderiam ter surgido espontanea-

    mente.E preciso uma intelig

    encia; n

    ao poderiam

    ter surgido de casualidades. Simplesmente misturarletras n

    ao produz palavras. Ele acrescentou: Por

    exemplo, o complexssimo sistema de duplicac

    ao de

    protenas do DNA e do RNA na c

    elula tinha de ser

    perfeito logo de incio. Sen

    ao, os sistemas de vida n

    ao

    poderiam existir. Aunica explicac

    ao l

    ogica

    e que essa

    massa de informacoes originou-se de uma intelig

    en-

    cia.

    Quanto mais se aprende sobre as maravilhas davida, mais l

    ogico

    e aceitar esta conclus

    ao: a origem

    da vida requer uma fonte inteligente. Que fonte?

    Como ja mencionado, milh

    oes de indiv

    duos cultos

    concluem que a vida na Terra so poderia ter sido pro-

    duzida por uma inteligencia superior, um projetista.

    Sim, depois de um exame imparcial, eles concordamque, mesmo na nossa era cient

    fica,

    e razo

    avel dar ra-

    zao ao poeta b

    blico que, h

    a muito, disse sobre Deus:

    Contigo esta a fonte da vida. Salmo 36:9.

    Quer voce j

    a tenha, quer n

    ao, formado uma opini

    ao

    firme a respeito, voltemos a nossa atencao para al-

    gumas maravilhas que envolvem voce pessoalmente.

    Fazer issoe muito gratificante, e pode iluminar mui-

    to esse assunto que afeta a nossa vida.

    O professor Michael J. Behe disse: Para quem nao se v

    e obrigado

    a restringir a sua busca a causas nao inteligentes, a conclus

    ao

    taxativae que muitos sistemas bioqu

    micos foram projetados.

    Nao foram projetados pelas leis da natureza, nem por acaso e

    necessidade; eles foram planejados. . . . A vida na Terra, no seunvel mais fundamental, nos seus componentes mais cr

    ticos,

    e produto de atividade inteligente.

    44 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • APENDICE A

    Equipe a servico da vidaN

    ao existiria vida na Terra sem o trabalho de equipe das mol

    eculas

    de protena e dos

    acidos nucleicos (DNA ou RNA) dentro de uma c

    elula

    viva. Vejamos brevemente alguns detalhes desse instigante trabalhomolecular de equipe, pois s

    ao estes que levam muitos a achar dif

    cil

    crer que celulas vivas possam ter surgido por acaso.

    Um exame minucioso do corpo humano, de suas celulas microsc

    opi-

    cas e ate mesmo do interior delas, revela que somos constitu

    dos pri-

    mariamente de moleculas de prote

    na. A maioria destas comp

    oe-se de

    fitas de aminoacidos vergadas e torcidas em v

    arios formatos. Algu-

    mas formam uma bola, outras se parecem com as dobras do fole deum acorde

    ao.

    Certas protenas trabalham com mol

    eculas parecidas com gordura

    para formar membranas celulares. Outras ajudam a transportar oxige-

    nio dos pulmoes para o resto do organismo. Algumas prote

    nas atuam

    como enzimas (catalisadores) para digerir os alimentos, dividindo asprote

    nas no alimento em amino

    acidos. Estas s

    ao apenas algumas dos

    milhares de tarefas das protenas. Voc

    e teria raz

    ao se dissesse que as

    protenas s

    ao os artes

    aos da vida; sem elas, a vida n

    ao existiria. As pro-

    tenas, por sua vez, n

    ao existiriam sem a sua ligac

    ao com o DNA. Mas

    o quee o DNA? Ao que se parece? Que ligac

    ao tem com as prote

    nas?

    Cientistas brilhantes tem recebido pr

    emios Nobel por desvendar essas

    questoes. Mas n

    ao precisamos ser grandes bi

    ologos para entender o

    basico.

    A molecula mestra

    As celulas se comp

    oem em boa parte de prote

    nas, de modo que

    sempre sao necess

    arias prote

    nas novas para manter as c

    elulas, para

    fabricar celulas novas e para facilitar as reac

    oes qu

    micas dentro delas.

    As instrucoes para a produc

    ao de prote

    nas est

    ao nas mol

    eculas do

    DNA (acido desoxirribonucleico). Para entender melhor a produc

    ao de

    protenas, d

    e uma olhada mais de perto no DNA.

    As moleculas do DNA residem no n

    ucleo da c

    elula. Al

    em de abrigar

    as instrucoes necess

    arias

    `a produc

    ao de prote

    nas, o DNA armazena e

    transmite informacoes gen

    eticas de uma gerac

    ao de c

    elulas

    `a seguin-

    te. O formato das moleculas do DNA

    e parecido com uma escada de cor-

    da contorcida (chamada de espiral dupla). Cada uma das duas has-tes da escada do DNA consiste de um vasto n

    umero de partes menores

    chamadas nucleotdeos, das quais existem quatro tipos: adenina (A),

    guanina (G), citosina (C) e timina (T). Com esse alfabeto do DNA, umpar de letras seja A com T ou G com C formam um degrau na

    45

  • escada de espiral dupla. A escada contem milhares de genes, que s

    ao

    as unidades basicas da hereditariedade.

    O gene contem as informac

    oes necess

    arias para fabricar prote

    nas.

    A sequencia de letras no gene forma uma mensagem codificada, ou

    planta, que diz que tipo de protena deve ser fabricada. Assim, o DNA,

    com todas as suas subunidades,e a mol

    ecula mestra da vida. Sem

    as suas instrucoes codificadas diversas prote

    nas n

    ao poderiam existir

    nem a vida.

    Os intermediarios

    Contudo, visto que a planta para construir uma protena est

    a guarda-

    da no nucleo da c

    elula, e o local de construc

    ao de prote

    nas fica fora do

    nucleo,

    e preciso ajuda para levar a planta codificada do n

    ucleo para o

    canteiro de obras. As moleculas do RNA (

    acido ribonucleico) d

    ao essa

    ajuda. Estas moleculas s

    ao quimicamente similares

    `as do DNA, e a ta-

    refa exige varias formas de RNA. Veja mais de perto esses extremamen-

    te complexos processos de fabricar nossas vitais protenas com a aju-

    da do RNA.

    O trabalho comeca no nucleo da c

    elula, onde uma sec

    ao da escada

    do DNA abre-se como um zper. Isso permite que as letras do RNA se

    acoplem`as expostas letras do DNA de uma das hastes do DNA. Uma

    enzima passa pelas letras do RNA para uni-las num filamento. Assim,as letras de DNA s

    ao copiadas em letras de RNA, formando o que se

    poderia chamar de dialeto DNA. A recem-formada cadeia de RNA sepa-

    ra-se, e a escada de DNA fecha-se de novo.

    Com mais algumas modificacoes, esse tipo espec

    fico de RNA-men-

    sageiro esta pronto. Ele deixa o n

    ucleo e vai para o local de produc

    ao

    de protenas, onde as letras de RNA s

    ao decodificadas. Cada conjunto

    de tres letras de RNA forma uma palavra que exige um amino

    acido

    especfico. Outra forma de RNA procura esse amino

    acido, pega-o com

    a ajuda de uma enzima e leva-o ao canteiro de obras. Enquanto a sen-tenca de RNA

    e lida e traduzida, produz-se uma crescente cadeia de

    aminoacidos. Essa cadeia se enrosca e se entrelaca criando uma forma

    mpar, resultando num certo tipo de prote

    na. E talvez existam bem

    mais de 50 mil tipos de protena no nosso corpo.

    Ate mesmo esse processo de entrelacamento das prote

    nas

    e signifi-

    cativo. Em 1996, cientistas ao redor do mundo, armados com seusmelhores programas de computador, competiram para resolver um dosmais complexos problemas da biologia: como

    e que uma prote

    na, com-

    posta de um longo filamento de aminoacidos, se entrelaca e assume a

    forma intrincada que determina o papel que ela desempenha na vida.. . . O resultado, em suma, foi: os computadores perderam, as prote

    nas

    venceram. . . . Os cientistas estimam que para uma protena m

    edia,

    46 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?

  • composta de cem aminoacidos, resolver o problema do entrelacamen-

    to tentando toda possibilidade real levaria 1027 (1 octilhao) de anos.

    The New York Times.

    Consideramos apenas um resumo de como se forma uma protena, o

    suficiente para perceber a incrvel complexidade desse processo. Voc

    e

    tem ideia de quanto tempo leva para formar uma cadeia de 20 aminoa-

    cidos? Cerca de um segundo! Ee um processo cont

    nuo nas c

    elulas do

    nosso corpo, da cabeca aos pes.

    Quale o ponto? Embora seja imposs

    vel mencionar todos os fatores

    envolvidos, o trabalho de equipe necessario para produzir e manter a

    vidae assombroso. E a express

    ao trabalho de equipe mal descreve

    a interacao precisa que a produc

    ao de uma mol

    ecula de prote

    na exige,

    visto que a protena necessita de informac

    oes das mol

    eculas do DNA,

    e o DNA necessita de varias formas de mol

    eculas de RNA especializa-

    das. Tampouco podemos ignorar as varias enzimas, cada qual cumprin-

    do um papel especfico e vital.

    `A medida que o corpo fabrica c

    elulas,

    que acontece bilhoes de vezes por dia sem a nossa direc

    ao conscien-

    te, sao necess

    arias c

    opias de todos os tr

    es componentes: DNA, RNA e

    protenas. Pode-se perceber por que a revista New Scientist comentou:

    Tire um desses tres, e a vida acaba. Ou indo al

    em: sem uma equipe

    completa e bem entrosada, a vida nao poderia ter surgido.

    E razo

    avel que cada um desses tr

    es componentes da equipe molecu-

    lar tenha surgido espontaneamente aomesmo tempo, no mesmo lugar,e t

    ao bem interajustado que eles se poderiam combinar para realizar

    suas maravilhas?

    Existe, porem, uma explicac

    ao alternativa para o surgimento da vida

    na Terra. Muitos vieram a crer que a vidae o meticuloso produto de um

    Projetista com inteligencia do mais alto grau.

    Quale a origem da vida? Ap

    endice 47

  • APENDICE B

    Do mundo do RNA ou de outro mundo?Devido ao impasse que a equipe DNA-RNA-prote

    nas representa, al-

    guns pesquisadores apresentam a teoria do mundo do RNA. De quese trata? Em vez de afirmarem que o DNA, o RNA e as prote

    nas origi-

    naram-se simultaneamente para produzir vida, eles dizem que o RNAsozinho foi a primeira centelha de vida.

    E s

    olida essa teoria?

    Nos anos 80, os pesquisadores descobriram em seus laboratorios

    que as moleculas de RNA podiam atuar como enzimas pr

    oprias, cortan-

    do a si mesmas em duas e juntando-se de novo em seguida. Assim,especulou-se que o RNA poderia ter sido a primeira mol

    ecula auto-

    duplicadora. Teoriza-se que, com o tempo, essas moleculas de RNA

    aprenderam a formar membranas celulares e que, por fim, o organismoRNA fez surgir o DNA. Os ap

    ostolos do mundo do RNA, escreveu Phil

    Cohen em New Scientist, creem que a teoria deles deve ser encarada,se n

    ao como evangelho, pelo menos como a coisa mais pr

    oxima da ver-

    dade.

    Mas nem todos os cientistas aceitam esse conceito. Os cepticos, ob-

    serva Cohen, argumentaram que de mostrar que duas moleculas de

    RNA participaram numa automutilacao em tubo de ensaio a afirmar

    que o RNA foi capaz de formar sozinho uma celula e provocar o surgi-

    mento da vida na Terra foi um salto grande demais.

    Ha ainda outros problemas. O bi

    ologo Carl Woese afirma que a teo-

    ria do mundo do RNA . . .e irremediavelmente falha porque n

    ao expli-

    ca de onde veio a energia para alimentar a producao das primeiras mo-

    leculas de RNA. E os pesquisadores nunca localizaram um pedaco deRNA que duplicasse a si mesmo a partir do nada. H

    a tamb

    em a ques-

    tao da pr

    opria origem do RNA. Embora a teoria do mundo do RNA apa-

    reca em muitos livros, a maior parte dela, diz o pesquisador Gary Olsen,e otimismo especulativo.

    Outra teoria que alguns cientistas defendeme que o nosso planeta

    foi semeado com vida procedente do espaco sideral. Mas essa teoriarealmente n

    ao responde

    `a pergunta: o que originou a vida? Dizer que

    a vida vem do espaco sideral, diz o articulista cientfico Boyce Rensber-

    ger, apenas muda a localizacao do mist

    erio. N

    ao explica a origem da

    vida.E simplesmente esquivar-se da quest

    ao, transferindo o local da

    origem da vida para outro sistema solar ou outra galaxia. A quest

    ao cen-

    tral permanece.

    48

  • ANTES de iniciar um novo dia voce se olha no espe-

    lho para checar a sua aparencia? Nessas ocasi

    oes, tal-

    vez nao tenha tempo para pensar muito no assunto.

    Mas tire um tempinho agora e maravilhe-se com o queest

    a envolvido numa simples olhada no espelho.

    Com os olhos voce se v

    e em cores, mesmo que a vi-

    sao em cores n

    ao seja essencial para viver. A posi-

    cao dos ouvidos lhe d

    a uma audic

    ao estereof

    onica,

    que lhe permite localizar a origem dos sons, como avoz de uma pessoa amada. Isso pode parecer corri-queiro, mas um livro para engenheiros ac

    usticos co-

    menta: Em qualquer profundidade de exame do sis-tema auditivo humano, contudo,

    e dif

    cil escapar

    `a

    conclusao de que suas intricadas func

    oes e estruturas

    CAPI T U LO QUATRO

    Voce

    e

    mpar!

  • apontam para a existencia de uma m

    ao generosa no

    seu projeto.

    O nariz tambem d

    a evid

    encia de design maravilho-

    so. Por meio dele respiramos, o que nos mantem vi-

    vos. E seus milhoes de receptores sensitivos permi-

    tem-nos distinguir cerca de 10 mil odores diferentes.Quando comemos, outros sentidos atuam. Milharesde papilas gustativas transmitem-nos o sabor da co-mida, e outros receptores, na l

    ngua, ajudam-nos a sa-

    ber se os dentes estao limpos.

    Nos temos cinco sentidos: vis

    ao, audic

    ao, olfato, pa-