Cunha, A. Xavier da; Abreu, M. D. Araújo · A sensibilidade gustativa da feniltiocarbamida em...
Transcript of Cunha, A. Xavier da; Abreu, M. D. Araújo · A sensibilidade gustativa da feniltiocarbamida em...
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,
UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e
Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.
Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de
acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)
documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.
Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)
título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do
respetivo autor ou editor da obra.
Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito
de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste
documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por
este aviso.
A sensibilidade gustativa da feniltiocarbamida em portugueses
Autor(es): Cunha, A. Xavier da; Abreu, M. D. Araújo
Publicado por: Universidade de Coimbra. Instituto de Antropologia
URLpersistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/35194
Accessed : 26-Dec-2019 02:17:24
digitalis.uc.ptimpactum.uc.pt
A sensibilidade gustativada feniltiocarbamida em Portugueses
pOl'
A. XAVIER DA C UNHA e M. D. AR1\lJ.rO A BRE U (I)
(Institut o de Ant ropologi a da Faculdad e de Cienci asci a Uui versidade de Coimbra)
Int r odugac
Foi Fox q ue m, casu al mente, em 19 01, preparando uma cert a
qna ntidade de fe ni lt iocarbamir:la no seu laborat6rio, verificou fortes
difere ncas indi vid ua is na sensib ilidade gustati va da Ieniltiocai ba
mida, E nqu anto que para ele e para outros i ud iv iduos a s ubs ta n
cia se mostra va isenta de gosto, alguns colegas de trabalho quei
xava rn-se do gosto amargo dos vapores da subst auoia em preparacao ,
Para a ma ior ia, nao s6 os vapores, mas ainda os cr istais possu ia m
urn ac entu ad o gos to amar go.
Esta pr imei ra observacao foi 0 ponto de partida para as ja hoje
nuruerosas i nvestigacoes que se estenderam a individuos de racas
var iadas e most rararn a le m de diferencas indi viduals. ta mb om dife
rencas r aci ais ; dai 0 se n inter esse an tropo l6gico . . Verificou-se que
as percen tagens dos dois grn pos de individuos «gostadol'es . e «nao
-gostadores » (incluem-se neste grupo nao s6 aqueles para os quais
a s ubst flnoia e in sipida, ma s ai nda aque les que s6 a gostam em
so lucoes muito concent rada s), nos apareciaru diferentes quando se
com para vam as observacoes em alguns grupos e tuicos diferentes .
o inte resse aumen tou quando se reconheceu que os caracteres
(1) Comunicaeao aprese nta da ao X XIII Cong resso Lu so- Esp anhol par ao Pro gr esso das Cie ncias reunido em Coimbra, de 1 a 5 de ,J unho de 1956.
86 Contribuir;oes para 0 Es tudo da An tropoloqia Poriuquesa
«gostador» e «nao-gostador » se oornportavam hereditariamente e,presumivelmente, segundo 0 esquema simples de um par de genesT e t, t representando 0 gene recessi vo para 0 caracter «nao I1:0S
tador», Seria mais um car acter de hereditariedade conhecido quepermitiria cornparacnes raeiais objectivas , por intermedio das respectivas frequencies genicas.
A feniltio carbamida ou [e nil tiureia (P. T. C) tem a seguinte formula estrutural :
(1-NIl - C - NH~
"'/ ~Como apenas as substftucias, ideuticas a feniltioearbamida, que
continham 0 grupo ) ~ - c - possuiam identicas propriedades gus-IIS
tativas, concluiu-se que 0 gosto amargo era devido aquele grupoespecifi co.
Metoda
As primeiras investlgacees efectuadas utilizaram metodos sirnpIes: a substancia era provada por meio de cristais sobre a linguaou ainda por meio de tiras de papel de filtro impregnadas par umasolucao de P. T. C.
BLAKESLEE e SALMON (1935), utilizararn, pela primeira vez, soluyoes seriadas com varias concentracdes, de modo a determinar aconceutracao limiar para cada individuo, 0 uso deste metcdo permitiu reconhecer a natureza bimodal da distribuicao que dava adistiucao das duas categorias: «gostadores» e «nao gostadores ».Com qualquer destes metodos os resultados nem sempre eram satisfatorios e nao permiti am a eliminacao do factor subjectivo das respostas na apreciacao do lirniar, ou da simples apreciacao da sensacaogustati va ou sua auseucia.
o metoda de HARRIS e KAT,lIIUS (1949) representou um progresso nota vel, pois com ele e possivel determiner mais objectivamente, com menores probabilidades de erro, 0 valor limiar daooncentraeao. Foi este 0 metodo seguido neste trabalho e a comparacao dos resultados com ele obtidos, com os que obtivemosernpregando papeis impregnados com urua solucao, revela, com asdiferencas obtidas, a iusuficieucia deste ultimo.
A sensibilidade gltstativa da [e niltiocarba mida em P ortuqueses 87
No metodo de HARRIS e KALMUS utiliza-se uma solucao inicialde P. T. C. a 0,13%. em agua da canal izacao Iervida. MOlm (1952)uti liza agua destil ada, no sell traba lho sobre a populaeao dinamarquesa. Nos utili zamos igualment e agua destilada no prese nte trabalh o, As outras solucoes seriarn-se ate a n." 14, tendo cada umadelas metade da concentracao da anterior. Ass im a solucso n." 1tera 1 300 miligram as por Jitro e a n." 14 apenas O,Hi miligramas.
o teste exe cuta-sa em dois tempos : 1) - Primeiramente, partind o das solucoes mais diluidas, dao-se a provar alguns c. c. ateque 0 examina ndo perceba urn determ inado gosto, Deste mododeter rniua-se um valor aprox imado do limiar, 2) - Depois dao-sea provar os couteudos de 8 copos, 4 conte ndo alguns c. c. de aguadesti lada e os outros 4, algun s c. c. da solucao de ooncent racaodeterminada no prim eiro teste. Os 8 copos sao misturados e 0
examinand o e solicitado a separa -Ios. Se os copos contendo a soluCiao sao reconhecidos com facilidade dos que contern agua , recomeca -se este teste com a solucao de diluicao imediatamente inferior eassim sucessivamente ate se ating ir uma dilui cao que nao consiga distingu ir da agua, Se 0 examinando nao conseg ue sepa rar asolucao inicial (reconhecida no teste an terior) da agua dest ilada,recomeca-se com a outra de ooncentracao imediatamente superiore seguem-se as concent racoes crescentes ate se obter a distincaoentre os copos contendo a solucao e a agua pura . A' ooncentracaomais baixa qu e ele consegue distingui r e tomada como limiar.
Material
As nossas observacces incidiram sobre 454 individuos, 200 dosexo masc uline e 254 do sexo feminino, todos de nacionalidadeportu guesa, alunos de eseolas secundarias , estudautes da Uuivers idade, Iuuciouarios pu blicos e um gl'UpO, de idades mais avancada,constituido pOl' internados da Casa dos Pubres de Coirnbra. E ramna sua maioria oriundos de Coimbra, ou do centro do Pais.
A distribu icao dos Iimiares pelos varies grupos de idades vairegistada nas Tabelas I e II , respectivamente para os sexos masculino e feminine. Como nas ser ies, particu larmente na feminina,predominam as classes de idade menos elevada , a idade media ede 28.9 anos para 0 sexo masculino e de 24, 3 para 0 femin ino. Oslimites vao de 10 a 85 anos, na pri meira das series e de 10 a 87 ,na seg unda.
88 Contr ibuiciiee para 0 Estudo da An tropoloqia P ortuguese
TABELA I
Lirnia res gustativos da P. T. C. em Portugueses do se xo 6'
Sol u~ocs i(dade
o 11 I 2I 3 III 5 I G I,
8 I 9 110 \ 11 112 113114
To," ' i- 'I I
10- 11 2 2 2 J 2 7 6 3 1 2612-13 1 2 1 1 2 2 1 G 8 5 2914-15 1 1 2 1 3 1 2 4 3 2 2016-17 1 1 1 1 5 1 1 1118-19 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2 1320-21 1 2 2 4 2 1122-23 1 1 1 1 1 524-25 2 3 1 626-27 1 1 1 1 2 1 1 3 1128-21l 1 2 2 n 1 o30-3 1 1 1 1 332-3;\ 1 1 2 434-35 1 138- 3!) 1 1 1 2 2 740-41 1 142-43 1 1
II44-45 I 1 146-47 1 1
I
248-49 1 15tJ-51 1 152-53 1 154-55 1 2 i ~,-,
56- 57 1 2 1 4
58-51l 1 160-61 1 1 262-63 1 2 364-65 1 1 1 366-67 1 1G8-61l 1 170-7 1 1 1 1 1 472-73 1 1 1 ~
OJ
74-7fi 1 1 1 376-77 1 1 1 378-79 1 1 1
~ I82-83 184-85 1 1 I
I
Tota 'J!m 71
10I
7 114 112 1161 221 4S 130 116 1~OlI
I
A scnsibil idade qusta ti c« dafeniltioca rbnmida em P ort uqueses 89 .
' I'A B ELA II
Limiares gustativos da P. T. C. em Portugueses do se xo 'j>
.. . . .
SolucdcsTotal II <la<lo
o I 1 1 2 1 3 1 4 1 ,-' 1 r. 1 7 1 8 1 9 110 \ 11 I 12 I Vl 111
I10-11 1 I ~ I 2 1
I 2 12 3 2 110 5 2 1 I 30
12-13 1 1 2 7 5 6 5 2 3:2
II14-15 2 1 1 I 1 3 3 1 13 11 4 1 1 1 43 I
16-17 1 1 1 1 2 4 8 5 5 1 1 30
II18- 19 1 1 1 1 I 6 3 5 [) 2 1 1 2.')
20-21 1 1 1 1 6.,
1 1-1i)
22-23I
1 1 1 1 1 1 1 72·1-25 2 1 4 1 1 926-27 1 2 2 2 1 828-2g 1 2 1 430-31 1 1 2
I 32-33 1 134-B5 1 136-37 1 1
38-3D 1 1 J 1 440-'.n 1 1'12-43 1 1 244- 4:> 1 1 2
46-n 1 1 2-l8-4!J 1 1 2riO-51 1 152-53 1 1 2M-55 t 1 1 356-57 1 160-lil 1 1 1 362-li3 1 1 1 3G8-69 1 1 270-71 1 1 272-73 1 174-75 1 2 2 1 67(j-77 1 178-79 1 1 280-81 1 1 I 2 II
I82-83
I86-8 7 1 i l l 1 ' 1 , I +JII To tal ! 3 I 5 I 7 1 4 I 9 110 I t:! I:21 1311so 149 131 110 I 6 I 3 1 2.) ~II
/
!JO Coniribuicies para 0 E s 'udo da Aniropoloqia Portuquesa
Resultados
Limiares de sensibilidade
Variac/to com 0 sexo . Oomo a diferenca entre as idades mediasdas duas seri es R peqllena, podemos compara-las directameute,o limiar medic para a serie masculina e de 7,56 e para a feminin a 8,42. Verifica-se que 0 limiar ruedio e mais elevado nasmulheres 0 que esta de acordo com os resu ltados de outros autoresnoutras populacoes.
A diferenca nao e significativa. (X2 = 19.801 para 12 graus deliberdade ; as classes 12, 13 e 14 foram reunidas para 0 calculodo 1'.2). Todos os autores encontram valores mais elevadus nasmulberes, mas enquant o que M OHR (1951-b2) chega a uma diferenca altamente significativa, PO~S (1955), conclui pOl' uma diferenca nao significativa.
Admite -se, como ja dissemos, urn rinioo par de genes, T e t, paraexplical' 0 esq uema da hereditariedade destes caracteres, mas eposslvol que esse esquema seja urn pouco mais complexo. A percenta gem mais elevada de «gostadores» nas rnulheres do que noshomens pode interpretar-s e por uma diferen ca de penetraucia dogene segund o os sexes.
Va ria <;r/o com a idade . De acordo com as observa coes de H ARRIS
e KA T,ilIUS (19-19), na populacao inglesa e de MOI-IR (1951-52), emdinamarqueses, a sensibilidade gustativa da P. T. O. decresce com aidade. Poxs ( 1955J, em espan h6is, nao nota quulquer diferen caate a idad e de 840 anos. 0 pequeno mim ero de casos observadosem idades superiores nao Ihe permitiram tirar outras oonclusoes.
Combinando as nossas ser ies masculina e feminina, encontramosos seguintes result ados :
II Idade n I Lim ia~
10-19 2G2 8,18
20-39 108 8,23
II40-87 84 7,35
A sensibilidade gustaliva da fenil tiocarbain ida e ll! Po rtiujueses !l1
Notemos que, paralelamente ao verificado por Poxs, nao seobserva qualquer dirniuuieao no lirniar, ale a idade de 40 anos,Desta idade em diante, os nossos dad os, ainda que nao muit o nurnerosos, parecem indicar uma tal diminuicao, ja verificada pOl' oulrosaut ores.
. Influencia do taba co. Foi por vezes afirmado que nos furnadores a sensibilidade a P. T. O. e diminuida pelo uso do labaco.F,\Lco~ER (1947) e Poxs (1955) conclu iram , no enta nto, que naohavia qualquer diferenea entre fumadores e nao fumadores.
Oomo em Portugal as mulheres fumad oras sao em peque nomun ero, utilizarnos ape nas a serie masculina para 0 estudo de umapossivel intlu eucia do uso do tabaco .
A proporcao de fumadores para nao fumadores era de 88para 1 12. a limiar medio ipara os 88 fumad ores e 7,34 e paraos 112 uao fumadores 7,73. A cornpara cao das duas distribu iGoes, utilizando 0 z.2, mostra que a diferen ca nao e signific ativa(x.2 = 12.78 para 12 graus de liberdade a que corresponde umaprobabilid ade 0.30 - 0,50; as classes 12 e 13 fora m reunidas parao calcu lo do x.2 ).
A diferen ca nao significat iva pode ser devida a diferen ca deidades nas ser ies de fumadores e nao fumadores. Oom efeilo nestau ltima predominam os jovens, enquan to que nos fumadores, grandeurimero tern idade super ior a 40 anos.
F r equenclas de «gostadores» e «n ilo gostadores»
Ex ists uma certa dificuldade na separacao dos dois grupos «gostadores» e «nao gostadores ». As curvas das distribuicoes das fre
quenoias destes dois grupos nao apresentam um anti modo (F ig. 1 e 2)nitido entre elas, mas antes, sao continuas ; contudo, na serie masculin a ha urn antimodo pouco pronunciado na classe 6. It agoraarbitra rio tomar como ponto de separacao 0 ponto entre os limiares f) e 6 ou entre 6 e 7. Optarnos pela divisa o das series no pontolimite entre as classes 6 e 7, atend endo a rnaior frequen cia dasidades inferiores. Este ponto e tomado tambern por muitos outrosautores, 0 que torna os resultados comparaveis ,
!l2 Contribuiciies para 0 Estudo da Antropoloqia Portuquesa
%25
20
15
10
s4
321
0 0 1 4 G 7 10 H lZ i3 14
%2.5
20
1 5
10
54321
0 1 2 ;1 6 10 11 12 13 14
Figs , 1 e 2 - Hist ogramas da dist ri buicao dos limiares gusta t ivosda P. T. C, em Portu gueses
A sensibilidade qustati oa da feni ltiocarbamida em Portuqueses 93
Obtivernos deste modo as seguintes percentage ns dos dois grupose respecti vos err os medios :
II Series INao gostadores IGosta doros I Toto1! I Percontngens [do cnao gostadores-
s 59 141 200 29,5±3,2
~ 50 204 254 1!J,7 + 2,5
IITotal I 109 345 454 24,0 ± 2,0II
A frequeneia de gostadores e maior nos homens e a diferenya6 significativa (X? = 5.91 para urn grau de Iiberdade).
A titul o comparati vo mencion amos tarnbem os valores encontrados para as freque ncias de «nao gostadores - em observacoespreliminares efectuadas com papel impregnado pela P. T. C. em 180individuos masculinos e 384 feminines.
Utihzou-se, para esse efeito, papel fornecido pela AmericanGenetic Association.
16,8 + 1,6
Iprrcent3"el~~es . 1
do «nao gOSto1~
31,l :t 3,4 II10,2 + 1,5345
124
469
56
39
95
Ser ies I Nao gostn dores I Gostadores I Total
T ot al
I 180
I~---1------'----1 564 - ----
Comparando COI11 os result ados obtidos pelo metodo de H ARR I S
e KAL~lU s, verifica-se uma grande divergencia na ser ie feminina eapreciavel conoordancia na masoulina.
A compara cao com as frequencias de «nao gostadoress noutraspopula coes, obtidas pelo metodo de HARms e KALMUS, e feita na'I'abela III; os dados nao sao todavia muit o num erosos. Verificamos que nas populacoes da E uropa as frequencias de «nao gostadores » estao compreendidas entre 24 - 32 0/ 0, As populacbes naoeuropeias tem frequencias mui to mais baixas. 0 caso extremo foiobserv ado, ainda que por outros metodos, em Amerindios que se
94 Goutl'ibuit;oespara 0 Estudo da Antropoloqia Portuquesa
'1'ABELA III
Frequencias de nao-gostadores em diversas populacoes(Metodo de HARRIS e KALMUS)
-II
IP orcontauom
Numcro de nno gostudores
IPopulueilo de -
I IJ+¥A utores
iudi vidu os 6 '?
:\'eg ros africanos 74 (713' +3<j') - - 2,7 B AR NIC OT, 1950
Lap fies noru e-gueses 78 (3' + '?) - - 6,8 ALLI SON e
NB VAN LINNA , 1952-53
Lap fi es suecos 62 (J + '?) - - 7,0 A I.LISON eN E VANL INNA, 1952-53
Chines es 6G (55 <3'+ 11 '?) - - 10,6 BA RNleoT, 1950
~l al ai o s . 237 (118 J + 119 <jl) 18,64 13,·V! 16,03 'fHAMllI PILAI, 195G(Si nga pur a )
Portugueses 45-1 (200 3 + 25 -1 <j' ) 29,5 19,7 24,0 X . DA CUNHA e1\1. A. ABlIBU, 195G
Espanhois . 30G (203 J + 103 <jl ) 25,6 23,3 24,8 PONS, 1955
Finlandeses 202 (3' + <jl ) - - 29,2 ALLISON eNBVANL INXA, 1952-5 3
Ingl eses . 44.1 $ 31,5 - -- IhllRIS eK AL) l US, 1949
ID iu am ar queses , 31,j (194 J +120 <jl) - - 31,8 "I01Ill, 1951-52
Ind iauo s , . . . 489 (2.7 J +212 <jll 35,38 31,60 33,74 DAs, 1956I [Bengala oci-
Idental )
A sensi bilidade gustati va da feni ltiocarbamida em Portuqueses 95
rev elar am 100 % «gostadores. . Exceptuam-se os va lores obtidos
por D AS (1956 ) em I udia nos (B enga la Ocidental), qu e se mos tra rn
comparaveis, ate ligeiramente superio res, aos obtidos nos Europeus,
Sum mary
The present work is based on the observations of 4 1)4 people,
200 of the male sex and 254 of th e female, most ly from Coimbra
and so me from other regions of Portugal. Th ey were mainly un i
versity and se condary school students, officia ls and some reside ntsin Ch arity In stitutions.
The age limits ran ge from 10 to 85 in the ma le ser ies an d 10to 87 in th e femal e.
The H ARIUS and K ALMUS method (1949). differ ing only in th euse of distill ed water, as M OHR 'S meth od (1952), in st ead of boiled
tap wa ter, was followe d.
The values obtained for average th reshold were : 7.56 for themale sex and 8.42 for the fema le; the differe nce is not significant.
The influ ence of tobacco was obse rved, but no signi fican t difference was noticed between sm okers and non- smokers.
The percentage of «non-tasters» in the male se ries was 29 .1) ±3.2
and 19.7 ± 2.5 in the female ; the tota l series ((S + <j? ) showed ava lue of 24.0 + 2.
The values obtained for the Portug uese in comparison w ith other
European and non-European populations are give n in Tabl e II I.
()G Contr ibuicles par a 0 E studo da Antropo loqia Portuquesa
B I13 LlOG RA F IA
1. AU ISOX, A. C. a nd . NEVAN I,IXNA, H . R.. , 1952-53 - Taste deficien cy inL appi sh a nd Finnis h popul ati ons. A nn . Euqen. 17, pa gs. 113-11 '1.
2. BAItNIC01', N. A., 1()50 - T aste deficien cy for phenylthi ourea in Afr icanNegroes a nd Chinese . A nn . E ll!len., 15, pugs. 248-254 .
3. BLA " ESLEI~ , A. F., 1932 - Ge net ics of se nsory thresho lds : t aste for p heny l-thioca rba mide , Proc, of the Nat. Aead Sc., 18, pa gs, 120-1 30.
4 . BOYD, W . C., 1950 - Ge net ics a nd t h e Races of Ma n. Bost on.5. Dx s, S. R , 195G - A con t ribut ion to t he her edity of t he P . T. C. T aste
character based on a st udy of 8!5 sib-p ai rs . A nn. of H uman Genet,20, pa gs. 334-343 .
G. E URIlAIlD1', S., 1952 - Yer rrleichende Geschma chsp r Ufung von P. T. C. u ndConte be n. HOlI/o, 3, pags, 153-1 62.
7. FALCONIm, D. :3., 1947 - Sen sory thresho ld s for solut ions of phe ny l- thiocarba mide. Ann. Euoen., 13, pags. 211-222.
8. Fox , A . L., 1932 - T he relatio nship betw een che mica l const it utiona nd t aste. Proc. Nat . Aca d. Sci ., 18, pags, 115-1 20.
D. HARRIS, H. and K xr.xce, H., 1949 -Tbe measurement of taste sensit ivi tyt o p he nylth iour ea (P . T. C.). A nn. EUf/en., 15, pags 24-31.
10. HARRIS, II. a nd IC\l.)!Us, Il ., 1949 - Chemical spec i ficity in gen et ica l di ffer ences of t aste sensi ti vi ty . Ann. E,.g~n . , 15, pa gs, 32 ·45.
11. Hxruu s, H. a nd KALM US, H. 1951 - T he distributi on of t aste thresh oldsfor phenylth iourea of 38 ! sib- pai rs. Ann. Etl gcn., 16, pa gs . 226-230.
12. HAHTMANN, G., 1939 - Ap plicat io n of i ndi vidu al taste differen ce t owardsP. T . C. i n ge net ic in vcat ig at ions, Ann. Ell.ryen., D; p ags. 123-135.
13 Monll, .J , 1951-52 - Tast e se nsi tivity to ph eny lthiou re a in Denmark .A nn Euqen.. Hi, pa gs. 282-286.
14 . Poxs, J ., 1955 - T as te se ns it ivi ty to phenylthiour ea in Spaniards.Hu man B ioI., 27, pa gs. 153-160 .
15. RI PE, D. Co, 1953 - An i nvestigation of ge ne t ic var iabili ty am on gSuda nese . A mer. .T. P lujs. An throp ., 11 , pa gs, 189-202.
16. S'n ;GGERDA, i\l., 1937 - T esti ng races for th e threshold of tas te wi thP. T . C. J . of He red iuj, 28 , pa gs. 309-3 10.
17. TIIA~IIl I PILL .\I , V., 1956 - T aste thresh ol d for ph enylthiourea in Mal aysc hool chi ldre n. Ann. of Hum , Genetics, 20, pa gs, 232-238.