Curiaú - Sua vida, sua história (Sebastião Menezes da Silva)

5/10/2018 Curia - Sua vida, sua hist ria (Sebasti o Menezes da Silva) - slidepdf.com

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SUAVI

SU ;HI

MACAPA-AP



Ha cerca de trss

seculos, urn casalde origem africa-

na e sete escra-

vos, descobriram

o Curiau, Ali passaram a criar gada e a

plantar. Imaginavam urn futuro feliz,longe da escravidao, vivendo em cornu-

nidade.

Hoje 0 Curiau e uma comunidade pre-

dominantemente negra, mas suas tra-

dicoes, aos poucos, vao se perdendono tempo, consurnldas pelo modernis-

mo.

o pesquisador Sebastiao Menezes da

Silva conta a hlstoria do local desde 0

Iniclo dos tempos, fazendo urnbelissimo resgate das tradlcoes, para

que nao selarn esquecldas pelas gera-

coes futuras.



SUAVIDA

SUAHISTUn

SEBASTIAo MENEZES DA SILVA



GroficQ • Editoro Vc"con Udo.

Av. Procopio Roio, 713 - Centro

Mocapo - AP

Fones: (0:0:96) 223-5603/222-5187e-mail: [email protected]

mailto:[email protected]

mailto:[email protected]



COPYRIGHT C SEBASTIAO MENEZES DA SILVA

Direitos reservados a:

Sebastiao Menezes da Silva

FICHA TECNICA

Capa e Ilustracoes:

Rosinaldo M. Silva

Digitacao e Revisao:

Fundacao Estadual de Cultura do Amapa

Formatacao e Arts-Final:

Joseli Dias

IMPRESSO NO BRASIL

PR lN TED IN B R A ZIL



RESGATANDO AS THAD ICUES

Francisco Inacio, escravo de urn casal africano, descobriu 0

Curiau, ha cerca de tres seculos. Sebastiao Menezes da Silva, com esta

obra, redescobre a comunidade negra, deixando a s novas geracoes, 0

registro da historia, dos costumes, do folclore e das tradicoes, que aos

poucos estavam se perdendo com a modernidade.

E , sem duvida nenhurna, urn importante trabalho de pesquisa que

deve ser utilizado pelas redes estadual, municipal e particular de ensino,

que agora tern a seu dispor mais urn capitulo da historia do Estado do

Amapa.

Em linguagem acessfvel,assimiladapor qualquer pessoa que tenha

a curiosidade de saber urnpouco mais como surgiu 0chamado quilombo

amapaense, a obra impressiona pelos detallies, 0 que mostra 0 tempo e

a paciencia que 0autor dispos para realiza-la.

Nos prim6rdios do Curiau, Velho Paulo era 0curador, receitandoervas e tratando osmales docorpo. As criancas nasciam sem dificuldades

porque as parteiras eram muito devotas de santos e oracoes. Mas nem

mesmo os santos evitavam que assombracoes despertassem "busao"

nos moradores, como a do "fantasma surrador". Ainda naquele tempo

a lei da comunidade era muito rigorosa. Os velhos davam nos filhos dos

outros nem que corressem para debaixo da saia d . a mae. E depois de

surrado 0garoto voltava a apanhar, desta vezdos pais.

Estas, entre muitas outras curiosidades, foram colhidas por

Sebastiao Menezes, que com muito tato e dinamisrno, leva 0leitor a urn

passeio pela comunidade do Curiau.

* Joseli Dias

•Jornalista, membro da Associacao Amapaense de Escritores,

Sindicato dos Escritores e Clube dos Poetas



Francisco Inacio, 0 descobridor _.._ _ .._ _ 09

Formacao da familia e da comunidade.... __ .....__._... 12

Comunidade. ..._ 21

Religiao . .._ ..__ ..__ ._.... 21

Educa~.----.-- .... ...-------- ...-.--- 24

Transporte __.._ ..__ __ 26

Comercio .. _.._ _ _.. 26

Sande __ .._ .... _ .... __ .... _ .... _ ...._ ...._ .... _ .._...... 27

Costumes __ _ __.••._ . 28

Crendices e Supersticoes __ _................ 28

C ausos _ .. .._ ..•. .._ __ . 28

Tempos dificeis .. ..._ ...._....._ .._._......._... . 30

AssistenciA _._ ._ _ _ _ _. 30

Lazer ._..._.. ._._ .. ...._ .._ ..__ ..__ 31

Comuni~- ..--- ..-------------- .. 31



F R A N C I S C O I N l e lD

D D e s c o b r i d o r

Ha tres seculos, aproximada-

mente, veio da margem nordes-

tina um casal de origem africa-

. na, com ele, seus sete escravos.

Chegaram de canoa atraves do

Rio Pedreira, trazendo gada

encambado em jangada e ancoraram em local, ainda hoje, naomuito bem definido, as margens daquele rio. Dali, montaram nos

bois, cavalgaram com a boiada aproximadamente de 40 a 50

Km, chegando ao local onde e hoje 0 "Retire", no Km 13.

Fizeram um barraco e ficaram aproximadamente uns dez dias

morando la, quando um dos escravos saiu a procura de mel e

acabou descobrindo CRIAU.

Francisco lnacio, 0 escravo que descobriu curiau, voltou e

informou ao seu bom Senhor (Miranda - nao consta 0 nome da

firma dele), que Curiau era lugar bom de viver e era propfcio

para criacoes.

Convencido, 0 Sr. Miranda, partiu com os escravos: Francis-co lnacio, Joao lnacio, Domingas lnacio, Dimiciano lnacio e

Manoellnacio, todos irrnaos.

o Senhor Miranda nessa fuga, ficou viuvo e nao tinha filhos

herdeiros.

No dia seguinte, colocaram 0 gada na frente e partiram, abom caminhar, mais ou menos uns 12Km, chegaram e acampa-

ram no lugar chamado CURUgA. Ao amanhecer, 0gada havia

fugido e eles vieram pela batida e fizeram um pique na mata que

9



divide os dois Curiaus, dando-Ihe ~!~~~E~~~~o nome de picada. Ao chegarem ':

a beira de um lago, encontraram

o gada la fora num teso, uma par-te altado lago, e deram-Ihe0nome ~~y ..deteso da malhada.

A seguir, passaram a construir

a beira do lago, a casa de mora-

da e deram-Ihe 0 nome de "Casa Grande".

---::--- -_; ..~ __ ""Cl. _......

Viveram la muito tempo. Para trabalhar na agricultura, elespreferiram as varzeas do mocambo porque eram terras ferteis e

boas para as plantacoes. 0 mocambo fica no limite das terras

dOCuriau; no verao eles faziam 0 percurso ape por dentro da

mata, aproximadamente de 10a 13 Km e, no inverno, de menta-

ria, aproximado de 15 a 20 Km. Faziam farinha e mel de cana.

Trabalhavam com barre, tala, envira e, com esses materiais,

raziam de tudo:

Barro: forno, panela, pote, alquida, torrador, foqao, etc.

Tala: paneiro, tipiti, peneira, abano, panacarica, (um objeto

para se livrarda chuva), esteira, etc.

Envira: corda, rede, cesto, etc.

o forno de barre era usado por

todos aqueles que trabalhavam com

mandioca, mas como tinham dificul-

dade para transportar de um lugar

para outre, devido 0 peso e a facili-

dade de quebrar, resolveram utilizar

o forno de cobre, que eca mais facil de lidar - Joao lnacio foi 0primeiro a comprar um forno de cobre.

Na agricultura plantavam mandioca, cana, banana, abacaxi,

feijao. A unica praga que tinha era 0veado que atacava 0teiiao.

10



H E R A N e A D E F R A N C IS C O lU C ID

Francisco lnacio documentou a terra em seu proprio nome e,

s6 mais tarde, quando a familia cresceu, Manoel lnacio desco-

briu 0 documento dentro de um bau e Manoel Rosa informouaos demais que eles nao tinham nenhuma parte.

Surgiram entaoherdeiros, deixou a sua parte para lnes inacio.

A parte de Francisco

Inacio, que veio pertencer

a Francisco Marinho e ir-

mao, foi vendida para

Jesulno Borges, que mer-

reu e deixou aos sobrinhos.

Por heranca dos sete ir-

rnaos, as terras nao gera-

ram 0 sustento da fam Ilia

hoje existente.

Os casamentos arniqa-

veis comecararn a aconte-

cer entre os membros da familia, e a comunidade foi crescendo

em termos de moradia e populacao.

11



F O R M A C A O D A F A M I L I A E D I C O M U N I D A D E

o Senhor Miranda estava ficando velho e como nao nnna

herdeiro, resolveu fazer um testamento, passando aos sete irrnaos

escravos, todos os bens que Ihe pertenciam.

Com a morte de Miranda, Francisco lnaclo, 0 rnais velho

dos setes irrnaos, partiu para Macapa para providenciar a

docurnentacao das terras em nome dos irmaos.

Com 0passar do tempo e com 0consentimento dos novos

proprietarios, chegaram ao Mocambo outros escravos, vindos

das bandas de Mazaqao.

Essas pessoas foram se juntando e gerando filhos que

constituem a gerac;:aode Curiau de hoje.

Maria Isabel, filha de Francisco lnacio, casou com licuieno

Marinho, deu a luz a:

- Francisco Marinho

- Beata Pereira

- Martinho Pereira e

- Clemente Pereira

Francisco Marinho casou com Maria Araujo Paixao e

tiveram 8 filhos:

- Joaquim Araujo da Paixao

- Francisco Araujo da Paixao

- Maria Isabel Araujo da Paixao

- Benedito Araujo da Paixao- Ladujero Araujo da Paixao

- Raimundo Araujo da Paixao

12



- Maria Darnazia Araujo da Paixao

- Jose Araujo da Paixao

Beata Pereira casou com Rufino e geraram 5 filhos:

- Joaquina Pereira

- Vicente Pereira

- Palmeira Pereira

- Joaquim Pereira

- Pedro Pereira

Clemente,0

ultimo de Maria Isabel e neto de Franciscolnacio, casou com Raimunda Paciencia e tiveram tres filhos:

-Zezinho

-Antcnia

- Maria Isabel

Martinho casou com Joana Rosa e nao teve nenhum filho.

Do casamento de Joao lnacio com Francisca de Miranda,

nasceu Bento de Miranda, que casou com Joaquina Nalha do

Rosario e tiveram 6 filhos:

- Sebastiana Miranda do Rosario

- Gregorio Miranda do Rosario

- Damiao Miranda do Rosario

- Domingas Miranda do Rosario

- Joana Miranda do Rosario

- Vito Miranda do Rosario

Gregorio Miranda do Rosario amigou-se com Otila e

tiveram Claudio, Otacilio e Rosa.

Domingas Miranda do Rosario teve Joao Domingos do13



ROSar io,c om Raimundo Sergio.

D am iao M iran da do Rosario un iu-se com Tere za e tive ram

um a filha por nome Justina. Joaquim e 0 segundo filho de

Dam iao,mas com Maca lin a. Raimunda e Ma ria An to nia nas ce ram

da uniao com Raimunda.

Joan a M iran da do Rosario te ve dois filhos - Jos efa M iran da

dos San tos e Raimundo Con ce ic ao do Rosario, s en do que Jos efa

e filha de Raim undo Borges Nunes e Raim undo, de Jose Nunes

Nogueira.

sebastiana M iranda do Rosario andou com urn professor da

epocaque le cio nava na e scola , Joao Bug iugue e tive ram Luc in da ,

depois um caso am oroso com Waldevino e tiveram M arlene do

Rosario, Ivan ildo do Rosario e Joaquin a N alia do Rosario.

ln es lnac io casou com "0 Pe dro C oe lho" e tive ram :

- Pedro H6- M aria de Jesus

-Antonia H6

- Fran cisca H 6

- R aimunda H6

Pedro H 6 casou com Maria C aridade da Silva e nasce ram

Cec ilio E uc lides da S ilva, Joaquim da Silva, Maria A gda da Silvae Joan a da Silva.

Joao da C ruz da Silva, Franc isco Silvan o da S ilva, R oldao

A rnanc io da S ilva, Ross ilda Joaquina da S ilva, Pedro Jose da

S ilva, Isabe l Ve nina da S ilva, Jose A nton io da Silva e R aimun do

Mac ian o da Silva sao os filhos do casamen to de C ec ilio Euc lide s

da S ilva com Ven in a A nton ia da S ilva.

En ilda e filha do casamen to de Macalino da Silva com14



Joaquina dos Santos.

Macalino ainda e pai de Tome dos Santos e Euflozino dos

Santos, com Rosa dos Santos. Com Polinaria, Macahno ainda

teve Marli, Valdeci, Margareth e Joao.

Maria Agda da Silva, casada com Joaquim Rosa, teve 8

filhos: Ondina, Julia, Madalena, Eutalia, Deusa, Joaquim,

Cesarina e Ciro.

Do casamento de Joaquim Acelino da Silva com Raimundo,

nasceram Joao, Amiraldo e Sonia.

Euflozino Rosa, Manoel Rosa, Jesuino Borges, Raimundo

Rosa: lnacia Rosa, lzidia Rosa, Marcela Rosa, Polinaria Rosa e

Joana Rosa, sao filhos do casamento de Manoel e Rosa Miranda.

Eufiozino casou com Sofia dos Santos e deste casamento

nasceram Pascacio dos Santos Ramos, Severino Pinheiro dosSantos, Rosa dos Santos, Adelino dos Santos, Raimunda dos

Santos, Serqia dos Santos e Adeuzira dos Santos.

Rosa dos Santos amigou-se com Raimundo Costa Leite e

tiveram Santana, Valdemar e Manoel Rosa.

Severino Pinheiro amigou-se com Odete e tiveram duas

filhas.

Serqia dos Santos amigou-se com Raimundo Borges

Nunes; e tiveram Walmir Nunes, Tiago Cristovao Nunes, Raimunda

Nunes, Elizabete, Edilson, Haroldo, Suely e Deniza Nunes.

Cust6dia, que era filha de Domiciana lnacio, teve AntonioPedro de Abreu, Mar,'a Cust6dia, Manoel Cust6dia, Josefa

Cust6dia e Raimundo Cust6dia.15



Maria Custodia deu a luz a Francisco Darnazio de um

casecom Manoel Rosa. Maria Mayalina do Rosario e filha de

Maria Custodia com Paulo.

Francisco amigou-se com Maria, que teve duas filhas.

Manoel Custodia casou com Otilha e tiveram Jose,

Joaquina, Benedita e Raimundo. Com Ana, teve 4 filhos.

Raimundc Custodia amigou-se com Isabel e geraram um

filhoque se chamou Raimundo.

Maria Macalina teve Manoel do Rosario com Joao. Depois

amigou-se com Aureliano e teve Joaquim Assuncao do Rosario.

Com Darniao, Maria Macalina teve Joaquim Paulo do Rosario e

Nazare do Rosario.

Raimundo Rosa amigou-se com Candida e tiveram

Joaquim, Raimundo, Rosa Neta, Berte, Maria Araujo da Paixao

e Maria Jovina Ramos.

Joaquim Rosa casou com Maria Agda da Silva.

Raimundo Rosa casou com Maria Camilo e deste

casamento nasceu Joao Camilo, e mais outros filhos.

Esmino amigou-se com Rosa Neta e tiveram Teodoria,

Nalde, Jesus, Joao de Deus. Com Armerino, Rosa Neta teve

Frederico, e com Manoel Cabeceira teve Ecilda.Amigou-se ainda

com Raimundo dos Santos, com quem teve Paixao, Eraldo,

Ernande e Walter.

Maria Araujo da Paixao casou com Francisco Marinho.

Maria Jovina Ramos, casada com Raimundo Sergio

16



Ramos, tem como filhos: Sirilo Ramos, Alcides Ramos, Manoel

Ramos, Fortunato Ramos, Filomena, Marcelino, Jose Maria,

Jorge, Reinaldo, Raimunda Jovina, Carlos; Roberto, julio Cesar

Ramos. Hilda Ramos e Adelcides Ramos.

inacia Ramos casou com Filismino Antonio de Souza e

tiveram Raimunda de Souza e Alice de Souza.

Raimunda de Souza teve Raimundo Souza, Josefina de

Souza, com Francisco Marinho; e com Azevedo, teve Jose de

Souza.

Alice de Souza casou com Oscar da Costa Leite e tiveram

09 filhos: Maria, Raimunda, Luzia, Joana, lnacia, Joaquina, Alice

Filha, Jose e Hildemar.

lzldia Rosa casou com Joaquim Laurindo e tiveram como

filhos Joaquim Laurindo Banha, lzidio, Osmarina, Ortandina,

Oneide e Vava.

Domingas, mae de Domingas Francisca do Espirito Sante,

amigou-se com Rufino Abdon e tiveram Euflozina dos Santos.

Domingas Ramos, mulher da vida, teve Francisco Jose

Ramos. que casou com Maria Prudencia Ramos e teve com

este Manoel Cedlio Ramos.

Manoel Cecilia Ramos, casou com Euflozina dos Santos

Ramos e tiveram: Pedro Cedlio Ramos. Raimundo Sergio Ramos,

Joaquim Tiburcjo Ramos, Vitalino Ramos, Izidia Ramos e Jose

Ciriaco Ramos.

Pedro Cedlio Ramos casado com Maria Leonortiveram:Nazare Ramos, Israel Ramos, Manoel Cedlio Ramos, Eduardo

Ramos, Jandira Ramos, Olgarina Ramos, Oscarina Ramos e

17



JDSeMaria Ramos ...

Raimundo Sergio caSQUcom Maria Jovina Ramos.

Joaquim Tiburcio Ramos, casado com Francisca Rosa

de Assis, tiveram: Maria Ramos, Malaquias, Santos Ramos, Joao

Emidio Ramos, Matilde Ramos, Jose Rufino Ramos, Lucia

Ramos, Demetrio Cecflio Ramos, Paula Edite Ramos, Virginia

Ramos Ernestina Ramos, Otavio Ramos, Osvaldina Ramos,

Orland ina Ramos, lacis Ramos e Joaquina Ramos.

Jose Ciriaco Ramos casou com Ana de Souza e tiveram

Manoel, Paulo, Raimundo Lucile e outros.

Vitalino Ramos casou com Ana Laurindo e tiveram:

Joaquim Demetrio Ramos e Maria Trindade Ramos.

Izidia Ramos, casada com Raimundo da Costa Leite, teve12 filhos: Raimundo da Costa Leite Filho, Mateus da Costa Leite

Filho, Geralda, Jose Lino, Idelfonso, Joaquim, Manoel, Joao,

Geraldo, Anselmo, Celma e Clodilde.

Familia de Cecilio Euclides da Silva e Venina da Silva.

Jcao da Cruz da Silva, casado com Josefa Miranda da Silva,tiveram 11 Filhos:

- Joao M. da Silva

- Jose M. da Silva

- Maria Jose M. da Silva

- Joaquina M. da Silva

- Mariluci M. da Silva- Creuza M. da Silva

- Enedina M. da Silva

- Raimundo M. da Silva

18



- Reginaldo M. da Silva

- Regina M. da Silva

- Rosinaldo M. da Silva

Maria Jose Miranda casou com Carlos Roberto e tiveramRozilene Miranda Ramos, Rosinilde Miranda Ramos e Clebson

Miranda Ramos, Rodinelson Miranda .:

Do casamento de Roldao Arnancio da Silva com Benedita

da Silva Santos nasceu Elizete da Silva Ramos.

Francisco Silvano da Silva amigou-se com Zulmira dosSantos e tiveram Maria das Gracas da Silva, que casou com

Joaquim Lino e tiveram 06 filhos: Claudio, Cleonaldo, Clacirene

e Cleonira, Getulio, Cleonil.

Rossilda Joaquina da Silva casou com Raimundo Menezes

da Silva e tiveram 11 filhos:

- Sebastiao Menezes da Silva

- Heraldo Menezes da Silva

- Leonice Menezes da Silva

- Leonilza Menezes da Silva

- Leonira Menezes da Silva- Leoneide Menezes da Silva

- Laurencia Menezes da Silva

- Lucivaldo Menezes da Silva

- Ledivaldo Menezes da Silva

- Leidenice Menezes da Silva

- Lecioni Menezes da Silva

Leonice Menezes amigou-se com Jose Ramos e tiveram

Joaniraldo, Janubia, Jubervan, Lobernilton e Josielton.

19



Pedro Jose da Silva amigou-se com Josefa Santana e

desta uniao nasceram Joaquina Joana, Merian, Miracir, Mireli.

lzabel Venina da Silva andou com Raimundo Irlei Nunes e

tiveram Iracema. lzabel andou com Joao Emfdio Ramos e tiveram

Izanilde. Izabel amigou-se com Santana dos Santos e tiveram

a Marcia e Oneilton. Izabel tornou a se amigar com Tiago

cristovao Nunes e tiveram Tatiani lara e Iris.

Jose Antonio da Silva, casado com Joaquina Nalia da

Silva, tiveram Everaldo, Elir, Alice, Deize, Cidinei, Gleidilene.

Raimondo Maciano da Silva, casado com Joaquina chagas

da Silva, teve Jaime e lucileide, Jacir.

20



D A C O M U N I D A D E

Quando a vila cornecou a se organizar. as primeiras casas

eram de barre, cobertas com palha de bucu e palha de obim.

A primeira casa de madeira de lei, foi de Manoel Cecflio Ra-

mos. Os atos religiosos eram raros pela inexistencia de Padre,

por isto. nao eram comuns os casamentos religiosos e os batis-

mos.

Existia um certo espirito de destruicao pela gerac;ao mais nova.

Conta-se que os pais nao se preocupavam muito com os tilhos,

e estes chegavam a estragar as riquezas naturais: peqavarn

pirarucu ate no verao, matavam caca para desperdicar, atea-

vam fogo nos ninhos de jacare, destruiam a dormida dos passa-

ros e outras. Era comum na epoca, homens e mulheres anda-

rem nus aos 20 anos, por falta de roupas.

A unica preocupacao dos pais para com os filhos, era ensi-

nar as oracoes.

R E L I G I A D

Francisco lnacio pen sou em

uma maneira para divertir sua

gente. Adqurnu um Santo e

deu-Ihe 0 nome de S. Joaquim.Passaram nove noites festejan-

do 0 santo com muita comida,

que era caca, feita com ca-

chorros. A cutia era 0 prato

preferido para 0 jantar.

A folia do Santo tinha como mestre sala (resoonsavel), Fran-

cisco lnacio: mestre bandeira, Benedito Ramos e comotamborista, Pedro He, entre outros instrurnentistas que no mo-

mento, nao consta na lernbranca.2 : 1



Eram 18 os componentes da comissao de folia que realizava

na famosa Casa Grande com forte batuque.

Quando surgiu a festa, uns dos cantadores de ladrao (versos)

era 0 velho Francisco do Rosari~o que cantava: "Maria ando,

Maria ando" e "botava" versos inspirado no preparo da roca -

"Vem chegando 0 janeiro para grande consurnicao, andar com

pau nas costas e fazer buraco no chao" (referente ao plantio de

maniva).

A festa de S. Joaquim foi ganhando divulqacao e as pessoas

cornecaram a ter mais cuidado com a aparencia pessoal e pas-saram a comprar roupas para se vestirem rnelhor. mas nao ha-

viaquem conteccionasse com rapidez na semana que iria co-

rnecar a testa.

Angela Capac comprou a primeira rnaquina de costura.

Para lavar as roupas, era usado 0 aquida, mas como era faci'

para quebrar, Joao Caetano comprou a primeira bacia de ferro,

introduzindo-a na comunidade onde ate hoje existe algumas de-

las.

Vestindo rnelhor, as pessoas acharam que podiam sair pelas

comunidades mais proxirnas com 0Santo, ganhando donatives

Assirn, 0 santo consequiu rnultos animais que deu para.se COhS-

tituir uma grande crtacao.

Com a divulqacao da festa em todo 0 territorio, a presenca de

gente de todas as partes se fez sentir. Para alimentar essa mul-

tidao, matavam de nove a dezoito bois e ainda era insuficiente.

Surgiram rnudancas no lugar e novos responsaveis foram sur-

gindo pela festa, que continuou com a mesma tradicao - 0 baile

era instrumental, tocado porValentinoe·Crescencio e seus acom-

Z2



panhantes. Hoje 0 baile popular e por aparelho sonoro, estando

acontecendo atualmente em Curiau de fora, com 0 comando de

Martins Diogo.

Antes, Francisco Marinho era quem comandava a festa, mas

quando ia estava muito doente, chamou Joao da Cruz e entre-gou a ele a responsabilidade de conduzir a folia.

o mastro da bandeira, um tambor chamado "macaco" e uma

campainha sao os unicos materiais originais existentes atual-

mente na comunidade.

Atualmente festeja-se na comunidade varies santos como:Sao Sebastiao (rnes de janeiro), Sao Lazaro (rnes de fevereiro).

Santa Maria (rnes de maio), Santo Antonio (em junho) e Sao

Tome (em dezembro) - todos com festa folcl6rica.

o respeito era tao grande pela Semana Santa, que as pesso-

as nao faziam nenhuma atividade que viesse a desrespeitar a

lei, rezavam muito, pediam perdao de seus genitores. De quinta

para sexta-feira, contavam "causos" e "jogavam" adivinhay6es

que eram de costume do povo. Os contadores de est6rias eram

Ademar dos Santos, Francisco Silvano da Silva, Jose Sofia e

Raimundo Ramos. Uma das est6rias mais lembradas, contada

por Ademar e a do "padre e 0menino":

"Em determinado lugar existia um padre que gostava de pas-sear a cavalo pelos campos. Certo dia, 0 padre foi ate um Sltio

que ficava pr6ximo da Igreja, e, ao chegar no Sltio encontrou

um menino na janela da casa. 0 padre entao perguntou ao me-

nino:

- Pra onde esta 0 teu pai?

Ao que 0menino, que gostava de pregar pecas (contar men-tiras) nos outros, respondeu:

- Esta pro arrependido.23



Eo padre:

- Para onde e 0 arrependido?

- E que no ana passado ele fez uma roca grande e este ana

fez uma pequena, e se arrependeu.

- E tua mae? - Perguntou0

padre.- Esta no '''gosto do ana passado" - respondeu 0 menino.

- E 0que e gosto do ana passado?

- No ana passado ela estava gestante, e este ana esta de

novo.

Como 0 padre queria ir mais alern em seu passeio e tinha que

atravessar um lago, perguntou:- Menino, este lago e muito fundo?

E novamente 0menino: - Nao, 0 gada do meu pai atravessa

com a agua na costela.

Entao 0 padre foi tentar atravessar 0 lago e quase morreu

afogado, junto com 0cavalo, pois 0 lago era muito fundo. Entao

voltou e disse: - Menino, tu mentistes para mimI Ao que 0 meni-

no respondeu: Nao menti nao, 56 que 0gada do meu pai, sao os

patos que 0Senhor esta vendo.

- Menino, tu queres ir comigo?

- Se minha ma8 deixar, eu vou.

Entao, com 0consentimento da mae, 0padre levou 0menino

para a igreja e, ao chegar, mandou 0 menino ir buscar uma

palmat6ria.

Os dois sentaram e 0 padre perguntava:

- Menino, 0 que e isto?

- Fogo!

- Fogo nao, alumfnio.

E bolo no menino.



- Menino, 0 que e isto?

- Gato!

- Gato nao, papa rato.

- Menino, e isto, 0 que e?

- Casal

- Casa nao, traflcanca.

A cada resposta, 0 padre dava bolo no menino com a palma-

t6ria.

o padre foi dormir, eo menino, para se vingar, pegou 0 gato e

amarrou palha no rabo do mesmo. Depois, tocou fogo na palha de

milho, jogou 0gato para cima da casa, saiu de perto e gritou:- Te acorda "papa santo", com a "folgazona" no lade que 0

"papa rato" esta com 0 "alumfnio"' no rabo e a "traficanca" vai

levar 0 diabo.

Uma das adivinhacoes que 0 contador de est6rias gostava de

Fazer era esta:

"Atirei no que vi, matei 0 que nao vi. Com a palavra santa

assei e comi". 0 que e?

A resposta e esta:

"Urn homem que andou no mate 0dia inteiro e nao tinha visto

nada. De repente, viu uma galega no ninho. Atirou e matou 0

filho. Levou para uma igreja, onde achou uma Biblia. Arrancou

as folhas da Bfblia e com elas fez 0 fogo onde assou para comer

o filho da galega".

Os primeiros padres que aqui estiveram, foram Antonio e Joao.

Vinham a cavalo para batizar as pessoas desde os dois anos de

idade, ate aos quarenta.

Hoje existem duas igrejas 11 0 local, sendo uma em Curial! deDentro e outra em Curial! de Fora. Todas recebem a visita cons-

tante de padres.

25



E D U C A ~ A O

Ervina, Raimunda Tucupi e Manoel Rosa eram as pessoas

alfabetizadas naquela epoca. Inclusive Manoel Rosa era que

anotava 0 nome e a data de nascimento das criancas parainformar posteriormente aos pais, quando necessitavam dessas

inforrnacoes.

Consta que 0primeiro professor da Vila foi Oreli, 0qual foi 0

professor de minha av6 (com 80 anos). De 35 a 37 anos, veio 0

segundo professor para ensinar as criancas, e como nao havia

predio, a escola funcionava na casa do velho Manoel Cecflio

Ramos. Depois de algum tempo, 0Governador Janary mandou

construir uma Escola, cujo diretor era Maviciano, muito admirado

pelos pais dos alunos pelo interesse que demonstrava pelas

criancas. A escola antiga so foi reformada duas vezes.

T R A H S P O R T E

o primeiro transporte que

existiu foi um carro de burro

que pertenceu a Armando.

o nome do carro era "a bala

bucha'" e da besta era

"Japana". Muitos anos

depois,veio 0 primeiro carromotorizado, de propriedade

de J080 Andre.

A primeira bicicleta que existiu na comunidade era de

propriedade de Clrilo Ramos.

C O M E R C IO

A populacao se dedicava a agricultura e a criacao depequenos animais a nivel de subsistencia. Somente alguns

trocavam algumas coisas que produziam, por roupas, cafe ei 6



ferramentas na cidade.

Para adquirir outros

produtos necessaries para a -

subsistencia, 0 produtor levava --~~'~~~~~~:::.:-

para a cidade 30 kg de farinha,para trocar com outras

mercadorias.

Conta-se que Jose Clarindo

comprou acucar em um cornercio e foi comprar cafe em outre.

Quando pediu 0 cafe, 0 comerciante veio trazendo tarnbern 0

acucar. Ai, ele disse ao comerciante que ja tinha 0 acucar. En tao

o comerciante se irritou, pediu de volta 0 cafe e ordenou a Jose

Clarindo que fosse comprar 0 cafe onde comprara 0 acucar:

"".entao da ca, sabidao, e vai comprar 0 cafe on de comprastes

o acucar".

Depois encontraram um patrac que era Abraao Peres, que

comprava e vendia aos agricultores.

o primeiro marreteiro que veio a localidade foi Eladio. Vendia

bijuterias em geral, pasta dental, sabonete, pratos e roupas.

Quando nao havia dinheiro, trocava com pequenos anima is.

S A U O ENeste lugar era coisa in ac re dltave l. S 6 venda para crer. Existia

certos problemas tao complicados que so 0 velho Pauto, um

bom curador que jamais existiu igual, controlava. As mulheres

para terem crianca, nao havia grandes dificuldades, porque as

parteiras eram muito devotas de Santos e oracoes. Mas as coisas

foram ficando modernas e a crenca foi acabando, comecando

a existir problemas. A primeira parteira que veio de Macapa foi a

lnes: em 1959.

Outros beneffcios cornecararn a aparecer na comunidade. 0

prefeito, Cabo Alfredo, ajudou muito na instalacao do posta

medico, e a primeira enfermeira foi Dona Clara.

27



C O S T U M E S

A "lei" era muito rigorosa. Os velhos davam nos filhos dos

outros nem que corressem para debaixo da saia da mae, e de-pois de surrado, a pessoa apanhava, desta vez dos pais.

A vida antigamente era muito perigosa. Para servir 0 Exercito,

em Belem, os homens eram pegos na "rnarra". As rnaes faziam

promessas para que os filhos nao fossem servir 0 Exercitc, e

muitos deles desejavam ate ser mulher, na epoca de viajar.

C R E N D IC E S E S U P E R T l e O E S

Os velhos tinham por "busao" uma coisa muito certa "Sereno

embaixo e sol que racha". No verao eles colocavam na roca sete

pacotinhos de sal que correspondiam aos meses de janeiro a

julho e marcavam no toco das rocas. 0 pacote que ficasse mais

molhado seria 0mes rnais chuvoso.

Dividindo os dois Curiaus, existia uma mata onde os escravos

fizeram uma picada. Conta-se que ali existia um fantasma que

surrava as pessoas. Era crenca que este fantasma era os mor-

tos que voltavam a terra. Oaf quando cornecou a morrer gente,

eles fizeram um cerniterio muito longo, existente ate hoje.

C A U S O S

Nestes anos todos passados, nunca houve morte matada por

pessoas. S6 se registrou uma morte por afogamento.

Severo, 0mais corajoso cacador de oncas, matou uma onca

tao grande que ele mesmo ficou assustado, ao ponto de nao

acertar fazer urn cigarro. oncas tinham muitas, mas somente

uma pessoa de nome Zidario foi atacado e comido por animais28



des sa especie.

Os maiores rnariscadores eram Jesinaldo e Silverio. Certa

vez mataram urn pirarucu, que a escama deste peixe dava para

colocar na boca de urn pote ou barril. Fala-se tarnbern que elesmataram um jacare tao grande que ninquern podia sequer com

um brace do animal.

Existe urn p090 chamado buritizal, que dia 07 de setembro,

ao meio dia, aparecia uma arvore e um soldado no meio do

mesmo, como urn fantasma que ate hoje ninquern explica.

o iqarape tarnbern resistiu a seca e la existia 0 tal "carreqa"

(fantasma) que todas as mares de verao carregava todo 0 rnurure

para um banco de areia em frente a passagem, de modo que as

pessoas pisavarn em cima e nao molhavam os pes. Ate hoje 0

local e chamado de passagem.

Naquela epoca, nao existia espingarda: onca vinha pegar ani-

mais perto de casa, e ninquern comia passaros por falta de

arma de fogo. Conta-se que com urn rifle, ele atirava em urn

limao na boca da garrafa, sem feri-Ia. (Severo, 0 cacador de

onca).

29



T E M P O S D I F ic E iS

Havia nessa epoca 18 pOt;;OScriadores de peixe, mas a seca

de 1932 foi grande e chegou a secar 14 desses pecos. As farni-

lias andavam um quil6metro e meio para conseguir agua.

Quase todo mundo tinha gada no lugar, mas 0melhor lacador

era 0 Garanto.

A dcenca de gada como a febre aftosa, nao existia no criat6rio

docuriau.

Todavia, com 0 passar dos tempos, a aquisicao de

gada de outras areas, provocou 0 aparecimento desta doenca

horebanho.

A peste suina, em 1964, assolou 0 rebanho sulno, chegando

a matar em 30 dias mais de mil animais.

A raiva canina apareceu por volta de 1970 a 1972, e desde

esta epoca, azarou 0 lugar em termos de cachorro.

Em 1972, houve uma cheia multo grande, estragando muito

os plantios de mandioca. As rocas que ficavam nas partes mais

baixas ficaram no funda, aproximadamente 50 dias e a mandio-

ca apodreceu.

A S S I S T E N C I A

ALBA - l.eqiao Brasileira de Assistencia - anos atras deu

assistencia a comunidade na pessoa de Humberto Dias Santos,

que distribuia brinquedos para as criancas, cortes de tecidos

para as rnaes. Depois de algum tempo, voltou a dar assistencia

na comunidade, com varies cursos (pedreiro, corte-costura,

bordado) inclusive tem um predio feito atraves da LBA, no Curiau

de Fora.

Outros services faram chegando a comunidade. A ACAR -

AMAPA, que depois passou a ser chamada ASTER-AMAPA,

30



veio para dar assistencia na

agricultura e pecuaria. Edvaldo 1 ; - -

de Azevedo foi 0 primeiro tee- ;ffinico em agricultura ·que veio ? ! ? ,

para trabalhar com os agricul- _ M . _ - : v ,tores e consegui uniao em uma -

sociedade e transmitir um pou-

co do conhecimento modemo.

Deu varies cursos em termos aqrcpecuarios, como plantar,

com bater as sauvas, adrninistracao rural, dia de campo, vacina-

cao, castracao, vermlfugo, um campo de observacao, etc ..

L A Z E R

Oepois de algum tempo, quando os bailes eram tocados por

instrumentos de Vila, surgiu a ideia de fazerem samba com viola

e pandeiro nas noites de sabado para domingo. Depois passou-

se a adotar aparelhagem sonora.

o primeiro aparelho de som foi de Paulino Ramos,

Em 1963, fundaram um time de futebol que tem 0 nome de

Curial! Esporte Clube. Esse clube foi evoluindo e cornecou a se

apresentar em diferentes comunidades do interior, conseguindo

grandes vitorias. Orivaldo de Deus Leite, destaque do time, ga-

nhou um titulo de carnpeao interdistrital e vice-carnpeao, res-

pectivamente.

Um outro jovem que conseguiu se destacar foi HeraldoMenezes, em Belern/Pa. Atuou no Esporte Clube Belern. Por

falta de contrato, foi ate 0 Cruzeiro de Minas Gerais.

C O M U N I C A C i O

Oepois que as coisas mudaram um pouco, 0 povo ficou mais

entendido e ai veio a necessidade de manter um meio de comu-

nicacao mais rapido. Manoel Cecflio Ramos comprou 0 primeiroradio a pilha.

Quando foi neces sario passar a primeira mensagem

31



rediof6nica com urqencia para pessoas da comunidade comu-

nicando que haveria um carro para apanhar a pessoa para 0

enterro de um parente que havia morrido, ninquern acreditou:

"Quando que 0 homem do radio vai saber que a gente queruma coisa, se ele nao sai dai de dentro?"

Depois que as coisas estavam evoluindo, em 1977,0 Gover-

nador da epoca deu a comunidade uma televisao e instalou em

Curiau de Fora, por que la estava instalada tarnbern a usina de

luz, que era administrada por Joaquim Araujo da Palxao, filho

da terra, hoje sub Prefeito.

Porern as pessoas que moravam na vila de baixo, tinham difi-

culdades para irem assistir diariamente. Somente quando che-

gava a Semana Santa e que a populacao aparecia em massa

para assistir 0 "Marti rio de Cristo'.

Em pouco tempo, quando ninquern acreditava que a energiado Paredao chegasse em Curiau, ela se instalou - todo mundo

ficou surpreso. No dia em que colocaram luzes na rua e acen-

deram, algumas pessoas louvaram a conquista, soltando pisto-

las.

Hoje existe tarnbern uma estrada que f O I feita em 1981, de

fevereiro a junho. Esta estrada traz beneficio para outras comu-

nidades, mas para os moradores da Vila de Curiau, 56 prejuizose perturbacoes - com esta estrada, um lago que ninpuern sabe

quantos an os tem, foi dividTdo em duas partes. assim dificultado

a descida das aguas.

Cada dia que passa. as coisas vao mudando e ficando dificil.

L a nao temos uma vida sossegada, nem 0 respeito que tinha-

mos antes.Atualmente, existem muitos radios alguns televisores, festa

mensalmente e muito contato com 0mundo exterior.

Existe uma nova mentalidade nos jovens, novas crencas, no-

32



vas ideias, uniram-se em um grupo de jovens que trabalham

para 0 bem comum, na pequena criacao de animais e na con-

feccao de hortas.

Hoje a comunidade esta tao evoluida que foi preciso ser pre-

servada por varies motivos.

Um deles era a chegada da cidade dentro do lugar. Mesmo

nos, querendo preservar, ha necessidade de mudar certas coi-

sas pelo desenvolvimento da sociedade.

Por causas modernas, estamos perdendo dia a pas dia a

nossos habitos, costumes e nossa maneira de ser.

Por falta de um trabalho rigido e uma conscientizacao para

os nossos jovens, estamos perdendo a nossa cultura tolclorica

para os aparelhos sonoros; estamos deixando aos povos a agri-

cultura e passando para 0 cornercio de bebidas, atraindo 0 van-

dalismo, destruicao e a marginalidade, que vern causando pro-

blemas que sao casos de policia.Hoje a via esta asfaltada. Antes, 0 excesso de poeira dos

velculcs, causava lrritacao nos moradores; era insuportavel.

Agora e 0 excesso de velocidade por parte de motoristas sem

consciencia que nao reconhecem que este lugar e diferente da

cidade.

Hoje este lugar ainda nao foi definido como devemos chamar,

se e comunidade de Curiau, Zona Rural, vila ou interior etc..S6 que a nossa identidade nos precisamos manter. E direito

nosso manter este lugar como Patrimcnio; temos que preserva-

10. Fazer com que 0 povo de fora entenda que essa beleza natu-

ral nao e do Governo e ou do Municipio, isto aqui e do Curiau.

Temos que ter consciencla que devemos viver de comum acor-

do com Governo, Prefeitura e as autoridades em geral, para que

cheguem as melhorias necessaries para 0desenvolvimento destepovo. Queremos ser respeitados de uma forma humana, conhe-

cidos pela nossa origem.

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G O V E R N O D O E S T A D O D O A M A P A

Joao Alberto Rodrigues Capiberibe

F U N D A C i O E S T A D U A L D E C U L T U R A

Joao Alcindo Costa Milhomem

D E P A R T A M E N T O D E D E S E N V O l V I M E N T O C U l T U R A l

Raimundo Cardoso Maciel

Curiaú - Sua vida, sua história (Sebastião Menezes da Silva)

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